EDITORIAL Nova edição e a revista começa a tomar corpo. Tamanha a expectativa diante da segunda publicação que parece que o estabelecimento da periodicidade semestral só agora inicia! Novos autores, de novos lugares: a revista continua a se expandir. Em sintonia com a edição inicial, há artigos advindos de diversos Estados brasileiros. A novidade é a publicação do primeiro artigo proveniente de uma universidade no exterior, a Universidade de Lisboa. Essa diversidade de origem dos trabalhos é interessante para retratar como anda o estilo, a metodologia, o interesse temático nos mais diversos lugares. O crescimento também se deu na ampliação do Conselho Editorial, com maior participação de graduandos dos primeiros períodos do Curso de Direito da UFRN, e na ampliação do Conselho Científico com professores doutores dos cursos de Ciências Sociais e Filosofia, mantendo-se o elevado nível dos nossos professores/pesquisadores. Além disso, junto a essa nova edição, trazemos uma novidade que é a disponibilização de uma versão da FIDES onde simula uma revista física. O link está disponível em nossos website e blog. Tal qual frisamos no editorial da edição de lançamento, o delineamento dos contornos de temáticas da FIDES não é simples: a revista envolve em seu escopo conceitos em si dilargados – filosofia, direito, estado, sociedade –, o que amplia em complexidade quando uns juntos dos outros. E, de forma conexa, estimula o diálogo e a curiosidade entre as diversas áreas do conhecimento. Dessa forma, elementos jurídicos, estadísticos e sociológicos são banhados de filosofia numa tentativa de evitar a mera reprodução chicleteana do pensamento e, com isso, busca-se pensar e inovar o conhecimento. Deveras lógico não se cria a roda sempre e sempre, pois a ideia original não aflora como capim em beira de estrada. E não é essa a intenção. O que se espera é tão somente correr da repetição acrítica das ideias, da mera colação de pensamentos alheios, da ausência de espaço ao posicionamento pessoal, tudo para que, enfim, possamos refletir sobre o que nos cerca. E a FIDES objetiva ir além... Busca promover gradual mudança de cultura no ambiente acadêmico no que diz respeito à diversificação das fontes de referência na pesquisa. Artigos científicos jusfilosóficos não devem ser produzidos exclusivamente com base em livros. A riqueza de ideias presentes em artigos de revistas e jornais, em músicas e poesias, em documentos da história e da cultura, e até nas simples conversas de nosso cotidiano, tudo pode e deve ser objeto do olhar jusfilosófico. E mesmo que se opte apenas por livros, a pesquisa ganha em qualidade quando se vai além das figurinhas conhecidas... Autores e obras de referência são importantes, mas o universo não se restringe a eles! Diversidade! Fica a dica para a próxima edição. Nesse sentido, e com pesar pelo recente falecimento de Saramago, convém lembrar a postagem em seu blog “Outros Cadernos de Saramago” no dia 18 de junho: Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias, não vamos a parte nenhuma.1 Por fim, temos a honra de agradecer a cada um dos autores pelo interesse, pela dedicação e pelo trabalho empreendido no objetivo de construir essa nova edição. Aos professores Anderson Souza da Silva Lanzillo, André de Souza Dantas Elali, Antônio Basílio Novaes Thomaz de Menezes, Dacier de Barros e Silva, Edilson Pereira Nobre Júnior, Elaine Cardoso de Matos Novais Teixeira, Fábio Bezerra dos Santos, Francisco Barros Dias, Gabriel Eduardo Vitullo, Ivan Lira de Carvalho, Leonardo Martins, Marco Bruno Miranda Clementino, Maria dos Remédios Fontes e Silva, Mariana de Siqueira, Morton Luiz Faria de Medeiros, Patrícia Borba Vilar Guimarães, Paulo Renato Guedes Bezerra, Vladimir da Rocha França e Yanko Marcius de Alencar Xavier o nosso agradecimento em igual vivacidade. Sejam bem-vindos à 2ª Edição da Revista FIDES! Uma Boa leitura a todos! Natal/RN, 25 de agosto de 2010. Conselho Editorial 1 Blog “Outros Cadernos de Saramago”, 18. jun. 2010 (dia do falecimento do escritor português José Saramago). Pensar, pensar. Disponível em: <http://caderno.josesaramago.org/2010/ 06/18/pensar-pensar/>. Acesso em: 3 jul. 2010. SUMÁRIO ENSINO POR PROJETO: UMA EXPERIÊNCIA Anderson Souza da Silva Lanzillo 6-8 BIODIREITO, BIOÉTICA, BIOPOLÍTICA Antônio Basílio Novaes Thomaz de Menezes 9-10 OTTO APEL E A TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA DE J. HABERMAS Dacier de Barros e Silva 11-13 FISCALIZAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE: A REFORMA DO MODELO ESPANHOL Edilson Pereira Nobre Júnior 14-18 A NOVA EMENDA CONSTITUCIONAL DO DIVÓRCIO: MAIS UM AVANÇO NO CAMINHO JURÍDICO DAS RELAÇÕES FAMILIARES Elaine Cardoso de Matos Novais Teixeira 19-26 O CRETENSE E A DIALÉTICA DA VERDADE Fábio Bezerra dos Santos 27-28 ESTUDO DE CASO: MODULAÇÃO MODIFICATIVA DA JURISPRUDÊNCIA Marco Bruno Miranda Clementino DOS EFEITOS DE DECISÃO JUDICIAL 29-34 A POLÊMICA LEI DA FICHA LIMPA Paulo Renato Guedes Bezerra 35-36 SÍNDROME DO GABINETEIRO COMPULSIVO Vladimir da Rocha França 37-38 ARTIGO CIENTÍFICO CONVIDADO CONSTITUIÇÃO INTEGRAL, HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL INTEGRATIVA E O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REALIZADO PELO PODER EXECUTIVO BRASILEIRO COM A FACULDADE DO VETO PRESIDENCIAL Fábio Bezerra dos Santos 39-63 ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE O ESTADO DE NATUREZA E O ESTADO CIVIL: UM DIÁLOGO ENTRE THOMAS HOBBES E IMMANUEL KANT Andreza Barreto Leitão ASPECTOS E PRERROGATIVAS HISTÓRICAS DO DIREITO POSITIVO: CONSTRUÇÃO CRÍTICA DA FORMAÇÃO DO POSITIVISMO JURÍDICO Caroline Limberger Costa 64-84 UMA 85-103 AS INTERAÇÕES COMUNICATIVAS COMO EXPRESSÕES OU MANIFESTAÇÕES DA IDEIA DE TOLERÂNCIA Ciro Di Benatti Galvão 104-124 O PAPEL TRANSFORMADOR DO DIREITO: AÇÕES AFIRMATIVAS E INSERÇÃO DAS MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA Felipe de Macedo e Souza Gabriel Ferreira da Fonseca 125-142 O UNIVERSO FLUÍDICO DA POLÍTICA CONTEMPORÂNEA Gabriel Bulhões Nóbrega Dias 143-153 A TENTATIVA DE RACIONALIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO NA ERA VARGAS: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O DASP Gustavo Menon 154-167 A FILOSOFIA ROUSSEAUNIANA E SUA INFLUÊNCIA PARA A TEORIZAÇÃO DO PODER CONSTITUINTE Ilana Alcântara Monteiro da Fonsêca Rafael Jubette Pinheiro 168-182 ENTRE O FÁTICO E O JURÍDICO: AS FAMÍLIAS PLURAIS E O SEU RECONHECIMENTO POR PARTE DA ORDEM JURÍDICA BRASILEIRA Ilana Alcântara Monteiro da Fonsêca 183-196 A PARCIALIDADE POSITIVA DO JUIZ NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Jair Soares de Oliveira Segundo 197-213 DEVERES FUNDAMENTAIS E A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA Julio Pinheiro Faro Homem de Siqueira 214-225 DIREITO DE EXCEÇÃO: OS RISCOS DE UM MAL NECESSÁRIO Mariana Belchior Ribeiro Freire Gabrielle Carvalho Ribeiro 226-244 IMPROPRIEDADE DOS PRINCÍPIOS DA VERDADE MATERIAL E DA VERDADE FORMAL: UMA ANÁLISE FILOSÓFICA SOBRE A VERDADE ALCANÇÁVEL PELO DIREITO Patrícia de Almeida Cardoso 245-258 HERMENÊUTICA E REALIDADE: O DEBATE METODOLÓGICO ENTRE HART, DWORKIN E RAZ Rubens Eduardo Glezer 259-270