Tumores cerebrais

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TUMORES CEREBRAIS
Tumores cerebrais podem ser curados. Alguns tumores cerebrais quando
totalmente retirados podem ser curados. Existem técnicas e aparelhos que
auxiliam o neurocirurgião a atingir este objetivo com segurança.
Microscópio cirúrgico
Atualmente os tumores cerebrais são ressecados com o uso de
microscópios cirúrgicos. A magnificação obtida com o uso de microscópios
permite a preservação do tecido cerebral normal e de vasos sanguíneos
próximo do tumor a ser retirado. Esta preservação diminui a chance da
cirurgia deixar sequelas.
Os microscópios cirúrgicos mais modernos utilizam um sistema de travas
eletromagnéticas que tornam os movimentos mais precisos e suaves,
facilitando o trabalho do neurocirurgião.
Aqui o renomado microscópio com travas eletromagnéticas fabricado na
Alemanha pela empresa Carl-Zeiss: o Zeiss Pentero 900. Este microscópio
equipa a Suíte Neurocirúrgica do Hospital Sírio-Libanês.
Potencial Evocado
Qual o principal medo do paciente que vai ser submetido a uma
neurocirurgia? Você pode ter muitas respostas, mas talvez a principal seja
acordar com alguma paralisia, por exemplo, perder a movimentação das
pernas ou dos braços.
No cockpit de um avião existe uma infinidade de pequenas luzes, dos
quais muitos deles são alarmes que indicam se determinado sistema do
avião não está funcionando adequadamente. Basicamente, estes alarmes
são acionados quando algum circuito é interrompido (isto é, se a conexão
de uma aparelho a outro dentro do avião é interrompida).
O potencial evocado, quando usado durante uma cirurgia, informa o
cirurgião se está ocorrendo alguma interrupção na transmissão dos
impulsos nervosos (chamados de potenciais) pelos nervos, pela medula e
pelo cérebro, permitindo que o cirurgião e sua equipe tomem medidas
corretivas e evitem ou minimizem lesão.
O potencial é obtido por meio de uma estimulação elétrica (e quando
realizamos esta estimulação elétrica de forma artificial, como neste exame,
nós dizemos que esta estimulação é evocada, em contraposição à
estimulação elétrica espontânea. Daí o nome desta técnica, potencial
evocado)
Esta técnica pode ser usada em cirurgias de coluna e cirurgias
cranianas. Observamos na foto os múltiplos eletrodos usados na
monitorização intra-operatória dos potencias evocados.
Neuronavegação
Em um avião, sendo um meio de transporte, o sistema de navegação
é crucial. A navegação aérea bem sucedida envolve pilotar a aeronave de
um determinado local a outro sem se perder ou colocar em risco os
passageiros a bordo ou em outras aeronaves. Múltiplos sistemas são
utilizados, desde uma simples bússola a um moderno sistema GPS.
Em neurocirurgia, é vital que se preserve o tecido cerebral normal ou
a medula espinhal normal ao mesmo tempo que se retira o tecido
danificado (um tumor cerebral, por exemplo). Nesse sentido, a
neuronavegação é um sistema de tecnologia assistida por computador
utilizado pelo neurocirurgião para guiá-lo dentro do cérebro ou da coluna
do paciente, evitando danos ao tecido normal e levando-o precisamente ao
local doente.
Este sistema acopla seu exame de ressonância magnética com os
instrumentos de cirurgia. Obtemos assim, em tempo real, imagens que nos
mostram exatamente onde estão nossos instrumentos, aumentando a
segurança do procedimento.
Observamos aqui o neuronavegador em ação e as imagens obtidas com o
seu uso.
Estimulação intraoperatória
O tecido cerebral é formado essencialmente por células chamadas de
neurônios. Os neurônios transmitem informações através de impulsos
elétricos. É possível simular estes impulsos com o uso de estimuladores
com o formato de pinças que liberam energia elétrica. Desta forma,
estimulando artificailemtne o neurônio é possível saber qual a sua função.
Por exemplo, se estimularmos os neurônios responsáveis pela
movimentação da perna, a perna do paciente que está sendo operado vai se
mover. Assim sabemos que esta área não deve ser removida, sob risco de
causarmos paralisia na perna.
Ressonância Magnética Intraoperatória
Como sabermos durante a cirurgia se o tumor foi totalmente retirado?
Podemos confirmar se o tumor foi totalmente retirado utilizando a
ressonância magnética intraoperatória. Antes de finalizarmos a cirurgia
realizamos um ressonância magnética. Assim, se houver restos do tumor,
continua-se a ressecção e evita-se que o paciente tenha que passar por uma
nova cirurgia. Este é um recurso disponível em poucos hospitais no Brasil.
Suíte Neurocirúrgica
O conceito de Neurosurgical Suite desenvolveu-se pelas características
peculiares da cirurgia cerebral que utiliza equipamentos muito
especializados. A assim chamada Suíte Neurocirúrgica não é apenas uma
sala cirúrgica com todos os aparelhos juntos, mas é um sala que realiza a
integração eletrônica dos dados obtidos durante a cirurgia. A Suíte
Neurocirúrgica do Hospital Sírio-Libanês integra o microscópio cirúrgico, a
neuronavegação, a ressonância magnética intraoperatória e uma estação de
planejamento cirúrgico.
O Neurocirurgião
“A fool with a tool is still a fool”
O elemento mais importante para o sucesso cirúrgico e melhores
resultados na ressecção de tumores cerebrais é o médico-neurocirurgião.
Você se torna neurocirurgião após cursar 6 anos de Faculdade de Medicina
e após cursar mais 5 anos de Residência Médica (Especialização) em
período integral, totalizando pelo menos 11 anos de estudo. Este período
de estudo pode ainda ser complementado por estágios no exterior e pósgraduações (mestrado e doutorado).
Apenas após trabalho duro e prática o neurocirurgião adquire a destreza, a
experiência e a sensibilidade para realizar seu trabalho com segurança.
Dr. Flávio Miura e Dr. Joel Teixeira são médicos-neurocirurgiões formados
e pós-graduados pela Faculdade de Medicina da USP e com Residência
Médica (Especialização) no Hospital das Clínicas. Ambos atuaram no Grupo
de Tumores Cerebrais desta instituição.
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