REB Volume 1 (3): 8-20, 2008 ISSN 1983-7682 Revista Eletrônica de Biologia __________________________________________________________________ Crescimento inicial de Machaerium sp (Leguminosae-Papilonoideae) em resposta a diferentes condições de sombreamento. Denis Antonio Batiston1; Willian Martins Arantes2; Vilma Palazetti de Almeida3. 1-2 3 Curso de Ciências Biológicas. Departamento de Morfologia e Patologia. Centro de Ciências Médicas e Biológicas. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Campus Sorocaba Resumo O objetivo deste trabalho foi analisar o crescimento de Machaerium em resposta a diferentes condições de sombreamento que a espécie está sujeita em seu ambiente natural. O experimento foi conduzido no Biotério da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo campus Sorocaba. O teste de germinação foi realizado com 270 sementes, sendo que o índice geral de germinação foi alto (71,11 %). Após o teste de germinação, um total de 120 de sementes foi transplantado para caixas tetrapak (864 cm3), e as mudas foram mantidas sob três níveis de sombreamento (sombrite 80% e 50% e a pleno sol). Para cada tratamento foram utilizadas 30 sementes recém germinadas. Quando as mudas apresentavam 61, 130 e 179 dias, foram avaliadas a altura; o diâmetro do caule; o peso seco da raiz, caule e folhas, além da área foliar. Ao final do ensaio, foram avaliadas: a taxa de crescimento absoluto – TCA (g/dia); taxa de crescimento relativo – TCR (g/dia); taxa de assimilação líquida – TAL (g/cm2/dia); razão de área foliar – RAF (cm2/g); área foliar específica - AFE (cm2/g) e razão de peso foliar – RPF (g/g). Não houve interação significativa entre a idade da muda e os níveis de sombreamento para a variável altura do caule e diâmetro do colo. As mudas cresceram ligeiramente melhor sob condições de luz plena, onde apresentaram maior peso seco e área foliar, todavia as mudas de Machaerium são poucos sensíveis às variações ambientais acentuadas. Palavras-chave: Machaerium, crescimento inicial, luz, sombreamento. Abstract The objectives of this work were to analyze the growth of Machaerium in reaction to different shade conditions that the species is submitted in its natural environment. The experiment was conducted in the laboratory animal house of the Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Sorocaba campus. Germination test was performed with 270 seeds, and the general index of germination was high (71.11 %). After the germination test, a total of 120 of seeds were moved to boxes tetrapak (864 cm3), and the seedling had been placed in covered structures, with three treatments (80% and 50% of sunlight and at full sunlight), with one replications of 30 seedling each treatment. When seedlings presented 61, 130 and 179 days, height; the diameter of stem; the dry weight of the root, stem and leves of seedling and the foliar area were evaluated, and at the final of the experiment, absolute growth tax - TCA (g/day); relative growth tax - TCR (g/day); liquid assimilation tax - TAL (g/cm2/day); foliar area reason - RAF (cm2/g); specific foliar area - SFA (cm2/g) and foliar weight reason - FWR (g/g). There wasn’t significant interaction enters the age seedlings and shade conditions for the changeable height and stem diameter. The seedlings had grown slightly better under conditions of full light, where they had presented greater dry weight and foliar area, however the seedlings of Machaerium they are little sensible to very accented ambient variations. Key words: Machaerium, initial growth, light, shade conditions 1) Introdução As forças e condições naturais que compõem o meio, como os fatores climáticos, edáficos, fisiográficos e bióticos influenciam o desenvolvimento vegetal (Rizzini, 1997). O suprimento inadequado de um desses fatores pode reduzir o vigor da planta e limitar seu desenvolvimento (Felfili, 1999). Dentre esses fatores, a intensidade da luz afeta o crescimento das plantas por seus efeitos diretos sobre a fotossíntese, a abertura estomática e a síntese da clorofila (Fosket, 1994). Os seus efeitos na distensão e diferenciação da célula afetam o crescimento em altura, a dimensão da folha e a estrutura das folhas e dos caules (Kramer & Kozlowski, 1960). As necessidades de luz de diferentes espécies de plantas e a variedade de hábitos de crescimento destas espécies em resposta a luz, resultam no desenvolvimento de comunidades de plantas complexamente estratificadas, que proporcionam uma ampla faixa de hábitats para outros organismos (Whatley & Whatley, 1982). Os estratos formam um sistema no qual camadas superiores sobrepõem e obscurecem as inferiores. A luz incidente é progressivamente absorvida em sua passagem pelas camadas, de forma que na vegetação rente ao substrato é utilizada quase completamente (Larcher, 1995). Várias pesquisas sobre a propagação, a emergência e o desenvolvimento de plantas nativas sob diferentes condições de sombreamento têm sido realizadas no Brasil (Scalon et al., 2001; Alvarenga et al., 2003; Nakazono et al., 2001; Souza & Válio, 2003). O estudo da luminosidade é fundamental para a avaliação do potencial da espécie em programas de revegetação (Scalon et al., 2003; Rozza, 2003; Fonseca & Rodrigues, 2000), uma vez que as espécies arbóreas têm diferentes necessidades e resistências com relação à luz solar (Piolli et al., 2004). Segundo Toumey & Korstian (1947), o conceito de tolerância é utilizado com freqüência para expressar a capacidade que uma árvore tem para suportar todo o 9 complexo dos fatores do meio que lhe afetam o crescimento e conseqüente sobrevivência. Existem espécies tolerantes à insolação direta enquanto outras, são tolerantes ao sombreamento, e isto afeta todo o processo de desenvolvimento de uma árvore desde as fases iniciais de germinação a plântula. Entretanto, há certas diferenças de opinião quanto à definição adequada de tolerância (Kramer & Kozlowski, 1960). A sucessão é a mudança de comunidade ao longo do tempo (Raven, Evert & Eichhorn, 2000). Tendo por base a resposta de crescimento das espécies vegetais à luz, costuma-se distinguir dois grupos sucessionais extremos: a) as de estádio inicial de sucessão (pioneiras), que germinam, sobrevivem e crescem somente em clareiras e b) as de estádio final de sucessão (clímax), que germinam e sobrevivem em ambientes sombreados do sub-bosque (Whitmore, 1990). Há, entretanto, uma infinidade de terminologias para a classificação de espécies em classes sucessionais (Matthes & Martins 1996). Em vista disso, o presente trabalho analisará as respostas morfológicas e fisiológicas do comportamento inicial de Machaerium sp em relação à variação na intensidade de luz, com o intuito de delinear o desenvolvimento da espécie em diferentes níveis de sombreamento. Machaerium sp está subordinado a subfamília Papilionoideae e a tribo Dalbergieae Bronn ex DC., que consiste de 19 gêneros e aproximadamente 300 espécies. Figura como um dos maiores gêneros arbóreos tropicais de leguminosas, compreendendo atualmente cerca de 130 espécies, distribuídas do México à Argentina, como um representante ocorrendo na costa oeste africana. No Brasil foi constatado o maior número de espécies, que variam de árvores escandentes, inermes ou espinescentes. No estado de São Paulo, as espécies ocorrem em diversas formações vegetacionais, como mata atlântica, mata mesófila semidecídua de altitude, mata mesófila semidecídua, mata ciliar, restinga e cerrado, compondo de forma significativa a fisionomia da vegetação onde ocorre (Sartori & Tozzi, 1998). Segundo Lorenzi (1992), espécie do gênero pode ainda ser utilizado para plantios mistos em áreas degradadas de preservação ambiental. 10 A análise de crescimento é um método que descreve as condições morfofisiológicas da planta em diferentes intervalos de tempo, entre duas amostragens sucessivas, e se propõe acompanhar a dinâmica da produção fotossintética, avaliada através da acumulação de matéria seca (Ferri et al. 1979). Do ponto de vista biológico, a análise de crescimento é uma ferramenta indispensável para o melhor conhecimento das plantas como entidades biológicas que são independentes da exploração agrícola (Benincasa, 1988). O trabalho procurará responder a seguinte questão: “diferentes condições de sombreamento influenciam o crescimento inicial de Machaerium brasiliense Vog. ?” O objetivo deste trabalho foi o de analisar o crescimento inicial de Machaerium brasiliense Vog. em diferentes condições de sombreamento, simulando os níveis de luminosidade do ambiente que a espécie está sujeita (pleno sol, clareira e dossel fechado), buscando relacionar nos resultados obtidos, a influência do nível de luz no crescimento inicial da planta. 2) Materiais e Métodos O experimento foi conduzido entre março a novembro de 2006, no Biotério da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Centro de Ciências Médicas e Biológicas em Sorocaba), sob condições controladas de irrigação. Os frutos de Machaerium brasiliense foram coletadas em março de 2006, na mata residual localizada dentro do perímetro urbano do município de Sorocaba, fazendo divisa com o bairro denominado Portal da Colina. Os frutos foram colhidos diretamente do solo quando iniciaram a queda espontânea e armazenados em temperatura ambiente. Para que a germinação ocorresse, as sementes foram previamente lavadas com solução antifúngica do produto comercial Benlate a 0,06% e semeadas, num total de 270 sementes, em 18 placas de Petri de 9cm de diâmetro, forradas com papel de filtro embebido em água destilada (Aguiar, Piña-Rodrigues & Figliolia, 1993). Segundo Medeiros & Zanon (1999) a temperatura mais adequada para a germinação das sementes de sapuva (Machaerium stipitatum) é de 25°C, utilizando o substrato papel toalha. A cada dia foram realizadas contagens das sementes germinadas para o cálculo da porcentagem e a velocidade de germinação. 11 As sementes foram mantidas na placa de Petri até a protusão da radícula, que foi o parâmetro utilizado para considerar a germinação (Alves & Almeida, 1995). Posteriormente, as plântulas foram transferidas para uma bandeja com vermiculita, para não afetar o crescimento de suas raízes. Um total de 120 sementes germinadas foram transplantadas individualmente em caixas “tetrapak” com volume aproximado de 864 cm3 contendo substrato organo-argiloso de igual teor. As plântulas foram submetidas a diferentes tratamentos de sombreamento recebendo 30 mudas cada, totalizando 90 mudas. As mudas foram colocadas sobre três bancadas de madeira com cerca de 1 m2, a 20 cm do solo e 80 cm de altura. Sobre cada bancada foram construídas estruturas de madeira para as coberturas, proporcionando os seguintes tratamentos: tratamento 1 - cobertura de plástico transparente, representado uma condição extrema de área degradada (0% de sombreamento); tratamento 2 - cobertura lateral com sombrite preto e superior com plástico transparente, representando condição de clareira (média de 50% de sombreamento) e; tratamento 3 - cobertura lateral e superior com sombrite preto, simulando uma condição de dossel fechado (média de 80% de sombreamento) (Ramos et al. 2004). Os níveis de luz foram determinados medindo-se com um luxímetro (HOMIS MOD. 204) a densidade de fluxo de prótons a pleno sol e sob as telas de sombrite, em três horários (manhã, ao meio dia e à tarde), calculando-se, então, a porcentagem de sombreamento. Foram realizadas irrigações e vistorias todos os dias durante todo o experimento e a análises foram feitas aos 61, 130 e 179 dias após transferência, sempre no período da tarde, onde se mediu (com régua graduada em milímetros e paquímetro) o comprimento do caule, diâmetro do caule, comprimento e largura de folhas e comprimento dos entrenós, e, contados o número de folhas e folíolos em 12 plantas por tratamento. As áreas foliares foram obtidas através de seus contornos. Para a obtenção de matéria seca, as plantas, separadas em raiz, caule e folhas, foram colocadas em estufa de aeração forçada com temperatura mantida a 60°C por 48 horas, sendo após esse período, as diferentes partes vegetais foram pesadas separadamente em balança analítica (GEHAKA 12 AG.200) com precisão 0,0001g. Para a avaliação destes dois últimos parâmetros foram escolhidas 5 mudas por tratamento. Posteriormente foram calculadas as taxas de Crescimento Absoluto [TCA = (P2 – P1) / (t2 – t1)], de Crescimento Relativo [TCR = (lnP2 – lnP1) / (t2 – t1)], de Assimilação Líquida {TAL = [(P2 – P1) / t2 – t1)] x [(lnA2 – lnA1) / (A2 – A1)]}, a Razão de Área Foliar (RAF = A / P), Área Foliar Especifica (AFE = A / Pfolha ) e Razão de Peso da Folha (RPF = Pfolha / P). Em que: “A” representa a área foliar, “P” a massa seca total, “t” o tempo em dias e “1” e “2” duas amostragens sucessivas. As medidas obtidas ao longo do experimento foram tabeladas para análises matemáticas e/ou gráficas. Uma das formas de analisar com bastante precisão as variações no padrão de crescimento das plantas em relação a um atributo (altura, matéria seca, área foliar) é a utilização de equações de regressão, que podem representar a progressão do crescimento ao longo do ciclo (Benincasa, 1988). 2) Resultados e Discussão No teste de germinação, esta planta teve um desenvolvimento satisfatório no inicio, mas depois houve uma diminuição gradativa durante os seis primeiros dias. Observou-se um aumento gradual até o décimo dia, seguido de uma tênue redução nos três últimos dias (Figura 1). Isto talvez tenha ocorrido em conseqüência de diferenças de maturação das sementes (Alves, 1995). Apesar dessa ocorrência o índice geral de germinação foi alto (71,11 %), em virtude do alto número de sementes viáveis, sendo que 28,89 % representam sementes mortas e não germinadas que foram atacadas por fungos e pela larva de inseto, aparentemente as sementes atacadas pela larva de inseto apresentavam um aspecto natural. Segundo Scalon et al. (2001) uma germinação acima de 60 % é considerada boa em testes de germinação. As mudas apresentaram 89 % de sobrevivência durante os testes de sombreamento. 13 Germinação (%) 16 14 12 10 8 6 4 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Tempo (dias) Figura 1: Porcentagem de germinação de sementes de Machaerium sp. em relação ao número de dias. Não houve interação significativa entre a idade da muda e os níveis de sombreamento para as variáveis: altura do caule e diâmetro do colo (Figura 2a e 2b). A altura das mudas variou aos 61, 130 e 179 dias, havendo diferença significativa nas idades de 61, 130 e 179 dias após emergência. Quanto à disponibilidade da luz, as mudas não apresentaram diferenças significativas para altura do caule, sendo ligeiramente maior em pleno sol aos 179 dias. O diâmetro do colo não variou significativamente entre os tratamentos luminosos e a idade da muda. Resultados semelhantes foram observados por Gajego et al. (2001), para mudas de pau amarelo (Maclura tinctoria) e jatobá (Hymenae coubaril), enquanto Felfili et al. (1999), trabalhando com velame (Sclerolobium paniculatum), observaram que as maiores médias de diâmetro do colo ocorreram nos tratamentos em pleno sol. 14 Pleno sol Altura do caule (cm) (a) 50% 20% 20 15 10 5 0 61 130 179 Idade da muda (dias) Pleno sol Diâmetro do colo (mm) (b) 50% 20% 4 3 2 1 0 61 130 179 Idade da muda (dias) Figura 2: Altura do caule (cm) e diâmetro do colo (mm) das mudas de Machaerium sp (LeguminosaePapilonoideae) crescendo em diferentes condições de luminosidade. Através do método dos contornos foliares foram obtidas as medidas de área foliar. Nota-se que em pleno sol há maior número de folhas em relação a 50% de sombreamento, e este, tem número superior de folhas quando comparado a 20% de luminosidade. Portanto quando calculado o total da área foliar para cada tratamento os valores obtidos decrescem de pleno sol, 50 % de sombreamento e 80 % de sombreamento, respectivamente (Figura 3a e 3b). 15 Pleno sol Área foliar (cm 2) (a) 50% 20% 200 150 100 50 0 61 130 179 Número de folhas Idade da muda (dias) Pleno sol (b) 50% 20% 20 15 10 5 0 61 130 179 Idade da muda (dias) 2 Figura 3: Área foliar (cm ) e número de folhas das mudas de Machaerium sp (LeguminosaePapilonoideae) crescendo em diferentes condições de luminosidade. A área foliar e o peso seco foram maiores quando crescidas em pleno sol, do que a 50 % e 20% de sombreamento respectivamente. Este crescimento resultou, naturalmente, de maior taxa de crescimento absoluto e maior taxa de crescimento relativo. E a principal razão de maior crescimento e consequentemente, produtividade biológica foi que, sob alta radiação imposta, ocorreu maior taxa de fotossíntese liquida. Nota-se também que a razão de área foliar útil foi maior sob baixa radiação, diminuindo as diferenças em TCR. Ao mesmo tempo, depreende-se que menor área foliar útil significa maior eficiência foliar. Por outro lado, a RAF maior foi devida a maior AFE e RPF (Tabela 1). 16 Tabela 1: Altura do caule; diâmetro do colo; peso seco total; área foliar; taxa de crescimento absoluto (TAL); taxa de crescimento relativo (TCR); taxa de assimilação líquida (TAL); razão de área foliar (RAF); área foliar específica (AFE) e razão de peso foliar (RPF) das mudas de Machaerium sp (Leguminosae-Papilonoideae) crescendo em diferentes condições de luminosidade aos 179 dias. Disponibilidade de Luz Parâmetros Pleno sol 50% 20% Altura (cm) 19,3 17,9 17,81 Diâmetro (mm) 3,4 3,3 3,28 Peso seco (g) 2,54 1,7 1,19 Área foliar (cm ) 195,58 184,9 169,46 TCA (g/dia) 0,018 0,011 0,008 TCR (g/dia) 0,016 0,013 0,014 0,00019 0,00009 0,0001 2 76,99 108,5 142,51 2 207,46 334,48 310,48 0,37 0,32 0,46 2 2 TAL(g/cm /dia) RAF (cm /g) AFE (cm /g) RPF (g/g) A distribuição de matéria seca permite inferir a translocação orgânica, a análise deste parâmetro facilita bastante a compreensão do comportamento vegetal em termos de produtividade (BENICASA, 1988). No caso do experimento pode-se verificar que houve uma translocação do material produzido nas folhas para as raízes em pleno sol e 50%. A exportação de material das folhas também foi dificultada sob baixa radiação, sendo que o material acumulado nas raízes do tratamento de 20 % é menor (Figura 4). Distribuição de matéria seca Folhas Caule Raiz 0.60 0.40 0.20 0.00 Pleno sol 50% 20% Tratamento Figura 4: Distribuição de matéria seca nos diferentes orgãos das mudas de Machaerium sp (Leguminosae-Papilonoideae) crescendo em diferentes condições de luminosidade. 17 Esses resultados indicam que as mudas de Machaerium sp. apresentam um melhor crescimento nas condições de pleno sol e 50 % de sombreamento, essa variação consiste na diferença da intensidade de luz incidente nos tratamentos, que afeta o crescimento da árvore por seus efeitos diretos sobre a fotossíntese, abertura estomática, e a síntese da clorofila (Fosket, 1994). Os seus efeitos na distensão e diferenciação da célula afetam o crescimento em altura, a dimensão da folha a estrutura das folhas e dos caules (Kramer & Kozlowski, 1960). Todavia as mudas de Machaerium sp. são poucos sensíveis a variações ambientais de luminosidade muito acentuadas. Deste modo, a espécie pode ser utilizada para plantios mistos em áreas degradadas de preservação ambiental, apresentando desenvolvimento satisfatório em condições de pleno sol, o que para reconstituição de áreas degradas é fundamental. 3) Referências Bibliográficas AGUIAR, I. B.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B. Sementes florestais tropicais. Brasília, DF: ABRATES, 1993. p. 84 ALVARENGA, A. A. et al. Effects of different light levels on the initial growth and photosynthesis of croton urucurana Baill. in southeastern Brazil. Revista Árvore, Viçosa, v. 27, n. 1, p. 53-57, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rarv/v27n1/15921.pdf>. ALVES, A. C.; ALMEIDA, V. P. Estudo da germinação e aspectos morfológicos de sementes e plântulas em diferentes espécies nativas do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” (Sorocaba - SP). Sorocaba, 1995. Relatório Final, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. BENINCASA, M. M. P. 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