JOÃO INÁCIO DA SILVA FILHO IMPLEMENTAÇÃO DE CIRCUITOS LÓGICOS FUNDAMENTADOS EM UMA CLASSE DE LÓGICAS PARACONSISTENTES ANOTADAS Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. São Paulo 1997 JOÃO INÁCIO DA SILVA FILHO IMPLEMENTAÇÃO DE CIRCUITOS LÓGICOS FUNDAMENTADOS EM UMA CLASSE DE LÓGICAS PARACONSISTENTES ANOTADAS Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. Área de Concentração : Microeletrônica Orientador : Prof. Dr. Pedro Luís Próspero Sanchez São Paulo 1997 2 da Silva Filho, João Inácio Implementação de Circuitos lógicos Fundamentados em uma classe de Lógicas Paraconsistentes Anotadas. São Paulo, 1997. 131 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Eletrônica. 1.Circuitos Lógicos 2.Lógica não-Clássica 3.Lógica Paraconsistente 4. Lógica Paraconsistente Anotada 5.Circuitos CMOS I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia Eletrônica II.t 3 À minha esposa Maristela e aos meus filhos Mônica e Marcelo pelo apoio, dedicação e incentivo necessários à elaboração deste trabalho. 4 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Doutor Pedro Luís Próspero Sanchez, pelo apoio constante e orientação valiosa no desenvolvimento deste trabalho. Ao Prof. Doutor Jair Minoro Abe, pela ajuda, comentários e sugestões na elaboração deste trabalho. Ao Prof. Doutor Wilhelmus A. M. Van Noije pelo incentivo e colaboração. Ao Professor Luiz Carlos Moreira pela dedicação e amizade demonstrada ao longo destes anos. Aos amigos do Laboratório de Sistemas Integráveis : Soraya Rita Mont’Alegre, José Henrique P. Andrade, Marcio Toma, João Navarro Fábio Luís Romão Rogério A. Neves Tenório pela ajuda e sugestões técnicas de grande valia. 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO 1.1 Introdução ..............................................................................11 1.2 Objetivos do trabalho............................................................ 12 1.3 Justificativa da elaboração da pesquisa...................................13 1.4 Organização do trabalho...........................................................14 CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO E NOTA HISTÓRICA 2.1 Introdução................................................................................16 2.2 Nota Histórica ..........................................................................18 CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO DA LÓGICA PARACONSISTENTE 3.1 A lógica Paraconsistente.........................................................22 3.2 A Lógica Paraconsistente Anotada Pτ ....................................24 CAPÍTULO 4 - ELABORAÇÃO DAS TABELAS-VERDADES À PARTIR DA LÓGICA PARACONSISTENTE ANOTADA 4.1- Elaboração das tabelas-verdades...............................................30 4.2- Tabelas-verdades dos Operadores Unários n............................42 4.3- Tabela-verdade do Operador COMPLEMENTO.....................44 4.4- Tabela-verdade da Conjunção- Conectivo AND .....................44 4.5- Tabela-verdade da Disjunção - Conectivo OR.........................45 CAPÍTULO 5 - IMPLEMENTAÇÃO DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 5.1 - Implementação dos circuitos lógicos........................................47 5.1.1 - Introdução...................................................................47 6 5.2 - Circuito detetor de nível de tensão .........................................49 5.3 - Circuitos dos Operadores n ...................................................52 5.3.1- Operador i ...................................................................52 5.3.2- Operador j ...................................................................53 5.3.3- Operador k ...................................................................54 5.3.4 - Operador L ...................................................................55 5.3.5- Operador m ..................................................................55 5.3.6- Operador T ..................................................................56 5.4-Circuito do Operador COMPLEMENTO ..................................57 5.5-Circuito do Conectivo AND Paraconsistente...............................60 5.6-Circuito do Conectivo OR Paraconsistente.................................63 5.7-Conclusão.....................................................................................65 CAPÍTULO 6 - EXEMPLO DE APLICAÇÕES DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 6.1 - Introdução..................................................................................66 6.2 - Implementação do circuito MAP ( Módulo Analisador Paraconsistente)..........................................................................69 6.3 - Implementação do circuito MFP ( Módulo Finalizador Paraconsistente)..........................................................................81 6.4 - Conclusões.................................................................................82 CAPÍTULO 7 - PROJETO E CONSTRUÇÃO DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 7.1 -introdução..................................................................................84 7.2 - Características Construtivas .....................................................85 7 7.3 - Diagramas dos circuitos definitivos das portas lógicas paraconsistentes....................................................................... 88 7.4- Layouts dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes.......................................................................98 7.4.1- Circuito do detetor de nível de tensão............................98 7.4.2- Circuito dos Operadores Unários n.................................99 7.4.3-Circuito do Operador COMPLEMENTO.......................107 7.4.4- Circuito da porta lógica AND paraconsistente...............109 7.4.5- Circuito da porta lógica OR paraconsistente..................110 CAPÍTULO 8 - RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 8.1 -Introdução......................................................................................114 8.2 - Resultados das simulações...........................................................115 8.2.1 - Operadores unários n........................................................117 8.2.2 - Operador COMPLEMENTO...........................................125 8.2.3 - Porta lógica AND paraconsistente....................................126 8.2.4 - Porta lógica OR paraconsistente.......................................130 8.3 - Conclusões..................................................................................135 8.4 - Referências bibliográficas...........................................................137 8 RESUMO Neste trabalho é apresentada uma nova família de portas lógicas digitais projetadas para receber e responder a sinais lógicos interpretados a partir da semântica das lógicas Paraconsistentes Anotadas. As Lógicas Paraconsistentes pertencem ao grupo das chamadas lógicas não-clássicas e diferem das lógicas convencionais por aceitarem a existência de sinais contraditórios ou inconsistentes de um modo não trivial. Nas lógicas paraconsistentes estas contradições ou inconsistências são convenientemente tratadas, produzindo como resultante o sinal que mais se aproxima do verdadeiro, dando a este, um certo grau de crença ou valoração. As portas lógicas e os circuitos aqui apresentados, foram projetados especialmente para que traduzam em sinais lógicos eletrônicos, os estudos desenvolvidos das lógicas paraconsistentes: a “ Lógica Paraconsistente Anotada” e a “Lógica Paraconsistente Cn” . Demonstra-se que os circuitos das portas lógicas paraconsistentes que foram projetados são plenamente compatíveis a qualquer circuito que utilize a lógica convencional binária. Portanto, os circuitos implementados com a Lógica Paraconsistente não têm a pretensão de substituir os circuitos eletrônicos digitais convencionais, mas, a sua principal aplicabilidade é nos casos em que a lógica binária se torna ineficiente, ou até mesmo impossível de ser aplicada. A “compatibilidade” da Lógica Paraconsistente com a lógica convencional binária possibilita o funcionamento em harmonia dos dois sistemas digitais: o binário e o paraconsistente. Com base na interpretação teórica da Lógica Paraconsistente Anotada foram extraídas as tabelas-verdades, possibilitando que fossem implementados os circuitos das portas lógicas paraconsistentes básicas. Estas portas lógicas primitivas foram denominadas de: Operadores n, Operador COMPLEMENTO Paraconsistente, Conectivo AND Paraconsistente e Conectivo OR Paraconsistente. Utilizando-se as portas lógicas primitivas aqui implementadas é apresentado um circuito, denominado Módulo Analisador Paraconsistente (MAP), que trata os sinais paraconsistentes, conforme a proposta teórica básica das Lógicas Paraconsistentes Anotadas. Este circuito é projetado utilizando-se principalmente das portas lógicas primitivas. Com a aplicação dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes abrem-se possibilidades de se projetar circuitos mais complexos, tratando convenientemente as inconsistências que sempre aparecem em sistemas lógicos digitais. Todos os circuitos aqui apresentados foram projetados utilizando-se a técnica full custom para um processo digital CMOS de 1,2 µ m, e as simulações foram feitas para o funcionamento numa freqüência típica de 50 Mhz. 9 ABSTRACT In this work a new family of digital logic gate circuits designed to receive and to answer logic signals based on the Paraconsistent Annotated Logic semantics is presented. The Paraconsistent logic belongs to the group of the so-called non-classical logic, which is different from classical logic, because it allows in its structure inconsistent signals in a non trivial manner. In Paraconsistent logics the contradiction or inconsistency is treated and results in one signal very close to the true signal, together with a measurement of the degree of belief on the result. The logic gate and circuits presented were especially designed to translate into electronic logic signals the studies of a the “Paraconsistent Annotated Logic” and “Paraconsistent Logic Cn”. The logic gate circuits here presented were quite compatible with any circuit that uses the usual logic. Therefore, these designed circuits with Paraconsistent logic, do not intend to substitute the digital electronic circuits, on the contrary, the main application is where the binary logic is not adequate or even impossible to apply. By using Annotated Paraconsistent Logic the true-tables were extracted for the implementation of the circuits of the Paraconsistent logic gates. The primitive Paraconsistent logic gates were named: Operator n, Operator COMPLEMENT, Paraconsistent Connective OR and Paraconsistent Connective AND. One circuit named Paraconsistent Analyzer Module (PAM), was designed with these basic Paraconsistent logic gates. This module (PAM) deals the signals in agreement with the proposal of the Annotated Paraconsistent Logic. Paraconsistent logic circuits have great possibility of use in complex systems to process inconsistent signals, which are very common in everyday applications. Every circuit presented was designed with a CMOS 1,2 µ m digital process and the simulations were made for a typical frequency of 50 MHz. 10 CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO 1.1 - INTRODUÇÃO Nos grandes centros industriais é grande a necessidade dos constantes aumentos da produção e melhora na qualidade dos produtos manufaturados. As metas de bom desempenho só são alcançadas através do avanço tecnológico, o que se traduz por meio de uma crescente automação das máquinas. Os bons resultados obtidos, face a esta demanda, devem-se em grande parte aos avanços nas pesquisas e na aplicação da tecnologia que abrange as áreas de Robótica e Inteligência Artificial. Portanto, é clara a necessidade cada vez maior que o Brasil entre rapidamente no processo de incrementar pesquisas nesta área, ou corre o risco de ficar definitivamente fora desta nova revolução industrial. 11 É de extrema importância direcionar os esforços as pesquisas, tanto nas formas de aplicação e implementação dos circuitos eletrônicos, como no intuito de se encontrar novos processos tecnológicos. A partir destas considerações definiu-se o objetivo deste trabalho, que é justamente direcionado para pesquisa na área de eletrônica digital. Os trabalhos prévios para a elaboração desta dissertação foram iniciados a partir do curso “Introdução às Lógicas não-Clássicas”. Este curso faz parte do currículo para obtenção dos créditos no programa de Pós-graduação Poli-USP, e como o próprio título esclarece, aborda os estudos das lógicas não convencionais. Entre os vários tipos de lógicas não-Clássicas estudadas, encontram-se as “Lógicas Paraconsistentes”. A pesquisa das lógicas Paraconsistentes teve até o momento um carácter estritamente acadêmico, exceções feitas aos estudos da sua aplicabilidade demonstrada na área de computação pela implementação dos sistemas computacional “Paralog” [18] e “Paralog_e” [ 33 ]. Sendo assim, o trabalho desta dissertação, ao que se sabe, é o primeiro que orienta as pesquisas para a sua aplicabilidade em têrmos de hardware. 1.2- OBJETIVOS DO TRABALHO Estudar a Lógica Paraconsistente e sua aplicabilidade em circuitos eletrônicos digitais. Implementar blocos primitivos de Portas lógicas baseadas na Lógica Paraconsistente Anotada . Analisar o desempenho e funcionamento das portas lógicas paraconsistentes utilizando programas computacionais simuladores de circuitos digitais . Iniciar o desenvolvimento de circuitos eletrônicos e dispositivos específicos que 12 utilizem lógica paraconsistente, permitindo que pesquisas posteriores venham a resultar em projetos de dispositivos mais complexos. 1.3 - JUSTIFICATIVA DA ELABORAÇÃO DA PESQUISA Este trabalho se justifica, principalmente, por ser o pioneiro nesta área de lógicas paraconsistentes. De uma maneira geral se propõe a : I - Obtenção de significativo avanço nas pesquisas da aplicabilidade das lógicas paraconsistentes em circuitos digitais, como complemento da lógica binária . II -Obter blocos lógicos primitivos que respondam as tabelas-verdades fundamentadas na lógica paraconsistente, abrindo possibilidades de aplicações futuras em circuitos digitais que requeiram maior complexidade. III - Expandir a aplicação da lógica paraconsistente em circuitos eletrônicos digitais demonstrando a vantagem desta aplicação em partes do sistema onde a lógica binária é inoperante. IV -Comprovar a aplicabilidade da lógica Paraconsistente em sistemas lógicos digitais, abrindo caminho para investigações mais amplas, o que concorrerá para um avanço na tecnologia que trata de Sistemas Lógicos, Robótica e Inteligência Artificial. 13 1.4 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O texto desta dissertação é organizado da seguinte forma: CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO E NOTA HISTÓRICA Este capítulo apresenta uma introdução onde é exposta a origem dos estudos das lógicas paraconsistentes. Neste capítulo também se descreve históricamente, de modo resumido, como foi desenvolvida a teoria da Lógica Paraconsistente, bem como uma breve menção aos cientistas que a idealizaram. CAPÍTULO 3 -APRESENTAÇÃO DA LÓGICA PARACONSISTENTE . Neste capítulo é apresentado um resumo das principais equações que moldam a Lógica Paraconsistente Anotada. É dada uma idéia parcial dos estudos matemáticos que estruturam a Lógica Paraconsistente Anotada. As equações e a semântica apresentadas sucintamente neste capítulo são suficientes para se fazer a extração das tabelas-verdades para implementação das portas lógicas paraconsistentes. CAPÍTULO 4 - EXTRAÇÃO DAS TABELAS-VERDADES A PARTIR DA LÓGICA PARACONSISTENTE ANOTADA. Este capítulo apresenta o método para a obtenção das tabelas-verdades dos blocos primitivos da Lógica Paraconsistente, utilizando-se das equações e do raciocínio matemático intuitivo apresentado no capítulo 2. Todas as tabelas-verdades dos principais blocos lógicos estão expostas neste capítulo. 14 CAPÍTULO 5 - IMPLEMENTAÇÃO DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES. Neste capítulo são apresentados todos os diagramas dos circuitos das portas lógicas primitivas. As portas lógicas: Operadores n, Operador COMPLEMENTO Paraconsistente, Conectivo AND Paraconsistente e Conectivo OR Paraconsistente têm os seus funcionamentos descritos. CAPÍTULO 6 - EXEMPLO DE APLICAÇÕES DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES . Neste capítulo é apresentado um circuito composto por blocos lógicos primitivos Paraconsistentes implementados no capítulo 5. O circuito projetado é denominado Módulo Analisador Paraconsistente (MAP), cujo funcionamento obedece a teoria básica da Lógica Paraconsistente Anotada. CAPÍTULO 7 - PROJETO E CONSTRUÇÃO DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES. Este capítulo apresenta os principais aspectos do projeto das portas lógicas paraconsistentes, mostrando as características construtivas e os layouts obtidos a partir do detalhamento dos circuitos mostrados no capítulo 5. CAPÍTULO 8 - RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES Os resultados obtidos através de simulações e os layouts das portas lógicas são apresentados neste capítulo. Os gráficos provenientes das simulações foram obtidos utilizando o software AIM-SPICE 1.5a. No final deste capítulo são apresentadas as conclusões finais, onde se discute as limitações e projeções para futuras pesquisas originadas por este trabalho. 15 CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO E NÓTA HISTÓRICA 2.1- INTRODUÇÃO Os circuitos eletrônicos utilizados em sistemas digitais, funcionam baseados na lógica binária, desde a época em que foram primeiramente projetados. As primeiras máquinas eletromecânicas construídas na década de 40, precursoras dos atuais computadores eletrônicos, já utilizavam o sistema binário porque com apenas dois símbolos podiam efetuar seus cálculos. Esta particularidade da lógica binária facilita a sua representação por sinais elétricos. Com o aparecimento dos dispositivos semicondutores, por volta de 1950, ocorreu um aumento significativo de projetos de circuitos digitais que utilizam a lógica binária. Este aumento deve-se principalmente ao fato dos dispositivos semicondutores, utilizados nos 16 circuitos digitais serem facilmente polarizados e transformados em chaves do tipo On-Off . Estas chaves em determinado momento deixam passar corrente elétrica, e no instante seguinte podem impedir a passagem da corrente. Nos sistemas digitais encontramos sinais variáveis que são especiais, porque só podem assumir dois valores possíveis. Idealmente considera-se que as transições que ocorrem entre estes dois valores, são tão abruptas, que não existe nenhum outro valor intermediário. Portanto, as palavras “Falso” (F) e “Verdadeiro” (V) são usadas para definir estes dois valores. O sinal verdadeiro é em geral representado por um certo nível de tensão (V1) de polaridade positiva, e o sinal falso é representado por um nível de tensão (V2) de polaridade negativa. A lógica que adota esta convenção é chamada de lógica binária positiva. A lógica clássica ou lógica convencional elabora o cálculo proposicional utilizandose de valores binários que permitem obter com facilidade as tabelas-verdades do Conectivo da Negação e dos Conectivos AND e OR das sentenças lógicas [30]. A lógica clássica foi convenientemente tratada e formulada algebricamente, apresentando resultados satisfatórios, e como é plenamente sabido, isto permitiu a implementação e elaboração de projetos de sistemas lógicos binários de grande porte e alto desempenho. No entanto, há algumas situações onde a lógica clássica não é capaz de tratar adequadamente os sinais lógicos envolvidos. Uma destas situações relevantes é quando aparecem sinais conflitantes nas entradas de um circuito lógico. Nestes casos, os circuitos lógicos que utilizam a lógica binária, ficam impossibilitados de qualquer ação e não podem ser aplicados. Um caso muito comum é quando um sinal que é esperado como verdadeiro se apresenta como falso, criando uma situação de inconsistência nas entradas do circuito. O circuito binário, que trabalha com apenas dois estados de saída não tem condições de apresentar uma resposta satisfatória, optando quase sempre por um desligamento do sistema, ou travando-o, para em seguida acionar um alarme. 17 Por conseguinte, necessitamos buscar sistemas lógicos em que se permitam manipular diretamente o conceito de contradição. A lógica paraconsistente, que admite proposição com valores lógicos contraditórios como válidos, apresentada nos estudos da “Lógica Paraconsistente Anotada” [14] e na “Lógica Paraconsistente Cn” [16] é aplicável nestes casos, além de ser plenamente compatível com a lógica convencional ou binária. O objetivo central deste trabalho é estudar a aplicabilidade da Lógica Paraconsistente Anotada e da Lógica Paraconsistente Cn , em questões de teoria dos circuitos eletrônicos onde justamente ocorram inconsistências em circuitos. Como resultado, foram obtidos circuitos que tratam das situações de inconsistências. Estes circuitos funcionam com sinais lógicos que respondem as sinais inconsistentes, conforme estabelecidos pelas Lógicas Paraconsistentes, mais especificamente as Lógicas Paraconsistentes Anotadas. 2.2- NOTA HISTÓRICA Conforme a classificação dada em [4 ], o estudo geral da Lógica se divide em dois grandes campos, a saber: a Lógica Dedutiva e a Indutiva. O campo da Lógica Dedutiva inclui dois tipos de lógicas: as Lógicas Clássicas e as não-Clássicas. O ramo das Lógicas não-Clássicas por sua vez se divide no grupo das lógicas complementares da Clássica e no grupo das lógicas rivais ou heterodoxas. 18 As Lógicas Polivalentes (multivaloradas), as Lógicas Difusas (Fuzzy) e as Lógicas Paraconsistentes, pertencem ao grupo das lógicas rivais ou heterodoxas, e estão atualmente sendo objetos de grande interesse nos principais centros de pesquisas [ 27 ]. O principal objetivo nestas pesquisas é a aplicação de uma lógica que difere em muitos aspectos da lógica convencional. Em alguns casos, procura-se uma lógica que seja aplicável naquelas áreas onde a lógica clássica não se apresenta de modo eficiente, e até mesmo em áreas onde a lógica convencional seja impossibilitada de ser aplicada por ser uma lógica binária. As Lógicas Paraconsistentes têm atraído a atenção de um número crescente de pesquisadores com o objetivo de equacionar suas sintaxes e semânticas. Como resultado, vários trabalhos de carácter teóricos sobre as lógicas paraconsistentes foram publicados conforme atesta as referências bibliográficas no final deste trabalho. As Lógicas Paraconsistentes têm como característica principal a aceitação de proposições conflitantes ou contraditórios. Portanto, um sinal lógico pode ser admitido como verdadeiro apesar de se apresentar como falso. Quando o circuito receber dois sinais logicamente diferentes, onde deveriam ser iguais, deve-se analisar suas anotações e tomar uma decisão, estabelecendo-se qual é o valor lógico do sinal verdadeiro evitando a paralização do sistema. Esta análise é feita basicamente através de consultas a outras fontes, para que se verifique a veracidade das informações, apresentando como resultado um sinal que expresse a situação verdadeira acompanhado com um certo grau de crença simbolizado por anotações. A aplicabilidade prática da lógica paraconsistente resulta numa análise profunda no ponto de vista da engenharia eletrônica no que tange a vários fatores, como: potência dissipada do circuito, área útil e dimensões do circuito integrado (CI), juntamente com a potenciabilidade de aplicações em sistemas eletrônicos digitais. Dentro da família das Lógicas Paraconsistentes temos dois importantes estudos. São os “Sistemas Cn , 1 ≤ n < ω”, introduzidos por da Costa [15] e as “Lógicas Anotadas Paraconsistentes” [ 6 ], estudadas principalmente por da Costa, Subrahmanian, Abe, Vago 19 e outros. Os projetos dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes, são originados dos resultados apresentados principalmente nestes dois trabalhos. Os precursores do estudo da Lógica Paraconsistente foram : Nikolaj A. Vasil’év, nascido na Rússia em 1860 e Jan Lukasiewics, nascido na Polônia em 1878 . Independentemente, os dois publicaram em 1910 trabalhos aos quais tratavam da possibilidade de uma lógica que não eliminasse, ab initio, as contradições. No entanto estes estudos, no que se refere à paraconsistência, se restringiram à lógica aristotélica tradicional . Em 1948 e 1954 o lógico polonês S.Jàskowski (1906-1963) e o brasileiro Newton C.A.da Costa (1929- ), respectivamente, embora independentemente, edificaram a Lógica Paraconsistente. S.Jàskowski formalizou um cálculo proposicional paraconsistente denominado Cálculo Proposicional Discursivo. O lógico brasileiro Newton C. A. da Costa desenvolveu vários sistemas paraconsistentes contendo todos os níveis lógicos usuais: cálculo proposicional , cálculo de predicados, cálculo de predicados com igualdade, cálculo de descrições e linguagem de ordem superior ( na forma de teoria dos conjuntos). Referências para esta parte são [16 ] e [17 ]. Em 1976 o filósofo peruano Francisco Miró Quesada introduziu o nome Paraconsistente a estes estudos, sendo rapidamente adotado pela comunidade científica mundial. Em 1992 o lógico brasileiro J. M. Abe apresentou na Universidade de São Paulo um estudo aprofundado com resultados relevantes da lógica paraconsistente anotada Qτ , com a tese “Fundamentos da Lógica Anotada” [1 ]. Em 1996 é apresentado por B. C. Ávila uma aplicação da Lógica Paraconsistente em sistemas de Frames com a implementação de um raciocinador de herança denominado Paralog_e [8]. Também em 1996, J.P.Almeida Prado implementou uma arquitetura para Inteligência Artificial Distribuída baseada em Lógica Paraconsistente Anotada [33]. 20 Como pode ser verificado nas referências bibliográficas no final deste trabalho, existem inúmeras publicações de âmbito internacional envolvendo resultados de pesquisas em Lógica Paraconsistente, demonstrando que hoje em dia este é um tema de pesquisa corrente entre muitos investigadores de renome mundial. Devido ao significativo crescimento da importância desses estudos, em meados de 1997 vai acontecer o primeiro congresso mundial sobre Lógica Paraconsistente na Universidade de Ghent, na Bélgica. Neste congresso serão apresentados os mais recentes resultados de diversas pesquisas desenvolvidas na área da Lógica Paraconsistente, inclusive os resultados do presente trabalho [21] e [22]. 21 CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO DA LÓGICA PARACONSISTENTE 3.1- A LÓGICA PARACONSISTENTE Neste capítulo apresenta-se um resumo da linguagem formal que compõe a Lógica Proposicional Paraconsistente Anotada (Pτ ). A teoria aqui apresentada, de forma sucinta contém as principais definições, e é suficiente para a elaboração das tabelas-verdades dos blocos lógicos primitivos paraconsistentes. Em [1] é feito um amplo estudo destas lógicas onde o autor demonstrou teoremas de correção e completeza para os cálculos Qτ (lógicamente de primeira ordem), e é utilizado como principal referência para as notações e convenções utilizadas neste trabalho. Como o trabalho está fortemente baseado no conceito de paraconsistência é conveniente a apresentação de algumas considerações sobre estas lógicas. Comecemos com as seguintes definições: seja T uma teoria fundada sobre uma lógica L , e suponha-se que a linguagem de L e T contenha um símbolo para a negação (se houver mais de uma negação, uma delas deve ser escolhida, pelas suas características 22 matemáticas ). A teoria T diz-se inconsistente se ela possuir teoremas contraditórios, i.e., tais, que uma é a negação da outra; caso contrário, T diz-se consistente . A teoria T diz-se trivial se todas as fórmulas de L ( ou todas as fórmulas fechadas de L ) forem teoremas de T; em hipótese contrária, T chama-se não trivial. As seguintes definições são importantes para o entendimento da proposta apresentada neste trabalho. São elas : Uma lógica L chama-se Paraconsistente se puder servir de base para teorias inconsistentes mas não-triviais [16]. Uma lógica L é chamada de Paracompleta se ela puder ser a lógica subjacente a teorias nas quais se infringe a lei do terceiro excluído na seguinte forma: de duas proposições contraditórias, uma delas é verdadeira. De modo preciso, uma lógica se diz paracompleta se nela existirem teorias nãotriviais maximais às quais não pertencem uma dada fórmula e sua negação. Finalmente, uma lógica L denomina-se Não-Alética se L for Paraconsistente e Paracompleta. Verifica-se que, a não adequação da Lógica Clássica ao tratamento das inconsistências deve-se ao fato de que na Lógica Clássica, se T é uma axiomatização de uma teoria inconsistente, então toda a fórmula F da linguagem subjacente a tal teoria é uma consequência lógica de T. É facilmente demonstrável que a presença de uma contradição na Lógica Clássica, trivializa qualquer teoria baseada na lógica clássica. Por conseguinte, a Lógica Clássica é impotente para manipular diretamente o conceito de inconsistência, não podendo fazer um tratamento não trivial na presença de contradições No entanto, a inconsistência, que se pode apresentar como a discordância entre duas propostas, é de extrema importância, porque pode trazer informações que não podem ser desprezadas [33]. A existência da inconsistência é que induz ao sistema buscar novas informações ou evidências, por exemplo, consultar outros informantes, resultando numa conclusão mais adequada. A busca de novas evidências até que as dúvidas causadas pela inconsistência sejam diluídas transforma o sinal resultante em um sinal extremamente confiável. 23 Baseados nos conceitos das definições apresentadas, fica claro que os circuitos eletrônicos digitais, funcionando com base na Lógica Paraconsistente Anotada, melhoram a precisão nas respostas, evitando por exemplo erros ou paralisação de suas atividades, causados pelo aparecimento de sinais inconsistentes ou contraditórios . Portanto, a aplicação da lógica paraconsistente tem como objetivo principal, a melhora no desempenho de circuitos lógicos utilizados em várias áreas da engenharia eletrônica, principalmente sistemas digitais de Inteligência Artificial, onde é comum se deparar em situações em que dois sinais de valores lógicos distintos são verdadeiros, mas não se tem certeza no que se refere às conclusões que deverão ser tomadas pelo circuito. Em [ 11 ] são apresentados vários exemplos de aparecimento de sinais contraditórios nesta área. 3.2- A LÓGICA PARACONSISTENTE ANOTADA Pτ Em [ 1 ] é feito um estudo aprofundado com demonstrações exaustivas, onde se tem um apanhado geral sobre a Lógica Paraconsistente Anotada, inclusive com muitos exemplos ilustrativos de inconsistências em vários campos, principalmente na área da Ciência da Computação. Nesta seção é apresentado um resumo da linguagem e o vocabulário que compõem a Lógica Proposicional Paraconsistente Anotada (Pτ ) com base na referência acima. Esta apresentação de forma sucinta, com as principais definições é suficiente para ser utilizada na elaboração das tabelas-verdades dos blocos lógicos primitivos. Para um estudo mais completo, ver referência [1] já citada. Inicialmente, fixamos um reticulado finito denominado de reticulado de valoresverdade, τ = < | τ | , ≤ > . Como se sabe, τ é um reticulado se : 1. ∀x , 2. Se x ≤ y x≤x (reflexividade). e y ≤ x ⇒ x = y ( anti-simetria). 24 e y ≤ z ⇒ x ≤ z ( transitividade ). 3. Se x ≤ y 4. ∀ x , y ∈ |τ | , existe o supremo de x e y que denotamos por x 5. ∀x , y ∈ |τ | , existe o ínfimo de x e y que denotamos por x ∧ y . y. Associamos a este reticulado os seguintes símbolos : , que indica o mínimo de τ ; , que indica o máximo de τ . A representação de um reticulado finito se faz usualmente através do diagrama de Hasse [ 2 ]; por exemplo : = inconsistente 0 = Falso 1= verdadeiro = desconhecido Figura 3.1 - Reticulado finito “quatro”. Fixamos, também, um operador : ~ : |τ | → |τ | que terá, intuitivamente o “significado” da negação da lógica Pτ . No exemplo anterior ele define-se como : 25 ~(1)= 0 ~(0)= 1 ~(T)=T ~ (⊥ ) = ⊥ A linguagem de Pτ é composta do seguinte vocabulário : 1) Variáveis proposicionais: p1 , p2 , p3 , ... , pn ,... 2) Conectivos lógicos: ( Negação) ∧ ( Conjunção ou “E” ) ∨ ( disjunção ou “OU” ) → ( Implicação ) 3) Constantes anotacionais: θ , λ , µ ,... (elementos do reticulado τ ). 4) Símbolos auxiliares : ( , ) . As fórmulas de Pτ são definidas pela seguinte definição indutiva generalizada: 1- Se p é uma variável proposicional e λ é uma constante anotacional, então p λ 26 é uma fórmula (atômica). 2- Se A é uma fórmula então A é uma fórmula . 3- Se A e B são fórmulas, então A ∧ B , A ∨ B e A → B são fórmulas. 4 - Uma expressão é uma fórmula se e somente se for obtida pela aplicação de uma das cláusulas 1 , 2 , ou 3 acima. A fómula A é lida como “A negação de A”. A fómula A ∧ B é lida como “A conjunção de A e B ”. A fómula A ∨ B é lida como “A disjunção de A e B ”. A fómula A →B é lida como “A implicação de B por A”. Intuitivamente uma fórmula atômica pµ é lida como: “creio na proposição p com grau de Crença de no máximo µ , ou até µ ( ≤ µ ). Se p é uma letra proposicional e µ ∈ |τ |, então uma fórmula atômica do tipo k p µ onde , k ≥ 0, denomina-se hiper-literal ( ou simplesmente literal ). As demais fórmulas denominam-se fórmulas complexas. O estudo da semântica das lógicas Pτ é apresentado de modo resumido da seguinte forma: Interpretação Uma interpretação relativa às lógicas Anotadas Pτ é uma função I: P → |τ | (onde P é o conjunto das variáveis proposicionais). 27 A cada interpretação I, associamos uma valoração, V I : F →{ 0 ,1 }, onde F é o conjunto de todas as fórmulas. A valoração V I é definida indutivamente por: 1) Se p é uma letra proposicional, então: ⇔ I (p) ≥ µ VI ( p µ ) = 1 VI ( p µ ) VI ( k ⇔ I (p ) ≥ µ =0 p µ ) = VI ( k -1 p~ µ ) onde , k ≥ 1 2) Se A e B são fórmulas quaisquer, então: VI (A →B) = 1 se e somente se VI (A) = 0 ou VI (B) = 1 VI (A ∧ B ) = 1 se e somente se VI (A) = 1 VI (A ∨ B ) = 1 se e somente se e VI (B) = 1 VI (A) = 1 ou VI (B) = 1 Definições Uma interpretação relativa a Pτ , p ∈ P e µ ∈|τ | I : P → | τ | se diz inconsistente se existir tal que: VI (p µ ) = 1 = VI ( Uma interpretação relativa a Pτ , I : P → | τ |: se diz p ∈ P e µ ∈ |τ | tal que: VI (p µ ) = 0 28 pµ) não-trivial se existir Uma interpretação relativa a Pτ , I : P → | τ |: se diz paraconsistente se for inconsistente e não-trivial. A lógica Pτ se diz Paraconsistente se ela admitir uma interpretação paraconsistente. A Lógica Paraconsistente apresenta nas suas valorações as características de uma Lógica de Multivalores. Portanto, de acordo com os estudos apresentados por Rosser &Turquette[38], fica demonstrado que uma lógica multivalorada é funcionalmente completa se existirem as funções unárias definidas como: R se x = k 0 se x = k Jk (x) = Onde: R é o valor distinguido. 29 CAPÍTULO 4 -ELABORAÇÃO DAS TABELAS-VERDADES A PARTIR DA LÓGICA PARACONSISTENTE ANOTADA 4.1- ELABORAÇÃO DAS TABELAS-VERDADES As Lógicas Anotadas são lógicas paraconsistentes, e em geral paracompletas e nãoaléticas. A partir da teoria das Lógicas Paraconsistentes Anotadas apresentada de modo sucinto no capítulo 3, é feita a extração das tabelas-verdades, possibilitando assim, a elaboração dos circuitos das principais funções lógicas paraconsistentes. Um reticulado de Hasse como o proposto por Anand, Subrahmanian e Flog [6] é apresentado conforme se segue: Seja um reticulado finito τ = <|τ |, ≤ >, onde : |τ |= { ⊥ ,t , f, lt, lf ,T}. reticulado representam : ⊥ ⇒ Indefinido t ⇒ Verdadeiro f ⇒ Falso 30 As constantes anotacionais do lt ⇒ Quase - verdadeiro lf ⇒ Quase - falso T ⇒ Sobre-definido Em uma lógica de 6 anotações, pode ser visto de forma intuitiva como inconsistente. A ordem ≤ subjacente é representada pelo diagrama de Hasse [6] conforme figura a seguir: Figura 4.1 - Diagrama de Hasse - reticulado “seis”. ~ : |τ | → |τ | ; Considera-se, também, um operador unitário segue pode ser imediatamente adaptada a um reticulado finito arbitrário. O operador ~ : |τ | → |τ | define-se como: ~( ~( t ) = f ; f ) = t ~ ( lf ) ; = lt ; ~ ( lt ) = 31 lf ; a exposição que se ~( ~ ⊥ ) =⊥ ; (T) = T ; onde o símbolo ~ tem o significado de negação, como já se observou. Em [ 43 ] as anotações são interpretadas como evidências. As evidências possuem um papel importante na tomada de decisão quando o circuito recebe informações contraditórias. Em um circuito de Inteligência Artificial, por exemplo, deve-se levar em conta todas as possibilidades ou evidências antes de se tomar uma decisão. No raciocínio evidêncial dois valores são associados a uma anotação do reticulado. O primeiro valor representa a evidência favorável à proposição p, e o outro a evidência contrária à proposição p. A definição para as anotações e para o operador Se p é uma fórmula básica e o operador ~ [( µ 1 , µ 2 )] = ( µ 2 , µ 1 ) ~ é apresentada a seguir. ~ : |τ | → |τ | é definido como: onde, µ 1 , µ 2 ∈ { x ∈ ℜ | 0 ≤ x ≤ 1}, considera-se [ µ 1 , µ 2 ] como uma anotação de p . As coordenadas µ 1 e µ 2 podem ser lidas como “o grau de crença atribuído a p ” e o “grau de descrença atribuído a p ”, respectivamente. Neste trabalho, para melhor facilidade de manipulação dos sinais lógicos, envolvidos nos circuitos eletrônicos, optou-se pela utilização de anotação de “uma” coordenada. Portanto, a anotação atribuída à proposição é composta por um único elemento µ . Este elemento representará o grau de crença que será atribuído à proposição. Com isto, o grau de descrença ficará subentendido como sendo o complemento do grau de crença. O circuito eletrônico reconhecerá o sinal da valoração da fórmula proposicional como “verdadeiro” ou “falso” pela análise do sinal lógico do grau de crença, da seguinte forma : p (0) ⇒ O sinal da valoração da fórmula proposicional é Falso. 32 p(1/4) ⇒ O sinal da valoração da fórmula proposicional é Quase-falso . p(1/2) ⇒ O sinal da valoração da fórmula proposicional é Indeterminado . p(3/4) ⇒ O sinal da valoração da fórmula proposicional é Quase-verdadeiro. p(1) ⇒ O sinal da valoração da fórmula proposicional é Verdadeiro. p ( ) ⇒ O sinal da valoração da fórmula proposicional é Inconsistente Nos limites, a valoração da fórmula proposicional é verdadeira, se o grau de crença atribuída à proposição p for de valor “1”. Por outro lado, a valoração da fórmula proposicional é falsa, se o grau de crença atribuída à proposição p for de valor “0”. Contudo, na prática, pode-se considerar o caso em que o circuito eletrônico analisa apenas a anotação, e como resultado atribui-se um valor lógico à fórmula proposicional, da seguinte forma : Anotação valoração da fórmula proposicional 0 sinal lógico 0 1/4 sinal lógico 1/4 1/2 sinal lógico indeterminado 3/4 sinal lógico 3/4 1 sinal lógico 1 sinal lógico inconsistente A anotação ou grau de crença apresenta valores entre 0 e 1, portanto, aos valores lógicos maiores que 1/2, se atribuirá uma conotação de “verdade” à valoração da fórmula proposicional, e aos valores lógicos menores que 1/2 se atribuirá uma conotação de “falsidade”. Para que seja efetuada uma negação no sinal da valoração da fórmula proposicional, basta fazer o complemento usual da anotação, ou seja, subtraído de 1. 33 Considerando-se o que foi exposto até agora, trataremos o valor lógico paraconsistente sendo modelado por ( p , v ), onde : p ⇒ proposição atômica v ⇒ anotação ou grau de crença Denominamos de valor lógico paraconsistente o sinal constituído do par ( p , v ), que será interpretado pelo circuito eletrônico conforme determinadas características elétricas. Para elaboração das tabelas-verdades vamos utilizar semânticas paraconsistentes denominadas de semânticas de maximização. Nestas semânticas de maximização, a proposição p será verdadeira se o valor máximo que o grau de crença v confere a p é 1. A negação de p será verdadeira se o valor mínimo de p em v for 0. Tratando a proposição e os graus de credibilidade que lhe são atribuídos como sinais lógicos teremos a seguinte equivalência: Proposição p ⇒ verdadeiro = 1 p ⇒ falso =0 anotação v 0 ≤ grau de crença ≤1 grau de descrença = 1 - grau de crença A utilização de uma única anotação facilita a manipulação dos sinais lógicos pelo circuito. Sendo assim, considera-se neste projeto a anotação atribuída à proposição composta de um único elemento µ 1 . O reticulado finito, proposto na figura 4.1, pode ser agora representado da seguinte forma : 34 Figura 4.2 - Diagrama de Hasse - reticulado “seis” com valores lógicos paraconsistentes. O reticulado com os valores lógicos paraconsistentes obedece a definição do diagrama de Hasse, porque: 10 - O valor paraconsistente sobredefinido ( ) representado como anotação máxima, é um valor inconsistente, e intuitivamente é equivalente a um valor maior que 1. 20 - O valor paraconsistente indefinido ( p, 1/2 ), representado como anotação mínima, pode ser considerado ( 0 , 0 ). Estas duas observações satisfazem plenamente a definição do diagrama de Hasse. Os valores paraconsistentes do reticulado, também, satisfazem a negação porque: ~ (t) = f A negação de verdadeiro é falso. Do reticulado com os valores lógicos paraconsistentes teremos: ~ (p,1) 35 = (p,0) Considerando-se uma “identificação” da valoração da fórmula proposicional com a proposição, pode-se afirmar que: uma proposição de valor p com uma anotação de valor 1, é a negação de uma proposição de valor p com uma anotação de valor 0. ~ (1,1) = (1,0) Podemos afirmar que: uma proposição de valor “1” com 100% de crença (Verdade), é a negação de uma proposição de valor “1” com 0% de crença (Falso). A negação de falso é verdadeiro. ~ (1,0) = (1,1) Podemos afirmar que: uma proposição de valor “1” com 0% de crença (falso), é a negação de uma proposição de valor “1” com 100% de crença (verdadeiro). ~ ( lf ) = lt A negação de quase-falso é quase-verdadeiro. Do reticulado, com os valores lógicos paraconsistentes teremos: ~ (p,1/4) uma proposição de valor “1” com valor “1” com = (p,3/4) 25% de crença, é a negação de uma proposição de 75% de crença, porque equivale a uma proposição “0”com 25% de crença. ~ ( lt ) = lf A negação de quase-verdadeiro é quase-falso . Do reticulado, com os valores lógicos paraconsistentes teremos: ~ (p,3/4) uma proposição de valor “1” com = (p,1/4) 75% de crença, é a negação de uma proposição de valor “1” com 25% de crença, porque esta equivale a uma proposição “0” com 75% de crença. ~ (⊥ ) = ⊥ A negação de indefinido é indefinido. Do reticulado, com os valores lógicos paraconsistentes teremos: 36 ~ (p,1/2) = (p,1/2) Utilizando-se o mesmo processo de inversão das anotações pode-se afirmar que: uma proposição de valor “0” com 50% de crença, é a negação de uma proposição de valor “0” com 50% de crença. ~ (0,1/2) = (0,1/2) Neste caso, não se verifica mudanças no sinal lógico paraconsistente, tanto o valor da proposição como o valores das anotações permanecem inalterados. Como a suas anotações valem 1/2, tratam-se de sinais indefinidos, portanto, pode-se concluir que: uma proposição de valor “0” com 50% de crença, equivale a uma proposição de valor “1” com 50% de crença, satisfazendo a definição. ~ ( T) =T A negação de sobre-definido é sobre-definido: Como tratam-se de valores inconsistentes, as duas afirmações são verdadeiras. Isto é: um valor “1” com grau de crença sobre-definido, é a negação de um valor “1” com grau de crença sobre-definido. Com isso é satisfeita a definição. Neste modelo de reticulado pode-se acrescentar infinitas anotações. O acréscimo destas anotações será limitado por condições físicas de projetos. Como exemplo, são acrescentadas mais duas constantes anotacionais ao diagrama de Hasse as quais denominamos: llf → quase-quase falso llt → quase-quase verdadeiro Com a inclusão destas duas novas constantes anotacionais ao reticulado, o conjunto passa a ser: |τ | = { ⊥ ,t , f, lt, lf, llt, llf , }. Cada constante anotacional tem agora as seguintes denominações : ⊥ ⇒ Indefinido t ⇒ Verdadeiro f ⇒ Falso 37 lt ⇒ Quase-verdadeiro lf ⇒ Quase-falso llt ⇒ Quase-quase verdadeiro llf ⇒ Quase-quase falso T ⇒ Sobre-definido ou inconsistente O diagrama de Hasse com as novas contantes anotacionais fica da seguinte forma: Figura 4.3 - Diagrama de Hasse - reticulado 8 . O diagrama de Hasse da figura 4.3, com os respectivos valores paraconsistentes que representam as constantes anotacionais, é apresentado na figura a seguir: 38 Figura 4.4 - Diagrama de Hasse - reticulado 8 -com valores lógicos paraconsistentes. No diagrama de Hasse da figura 4.4, pelo “lado direito” temos os valores paraconsistentes de proposição “falso”, portanto , representado pelo valor “0”. Pelo “lado esquerdo” temos os valores paraconsistentes de proposição “verdadeiro”, representado pelo valor “1”. Verifica-se que o valor da anotação ou grau de crença, varia de um valor máximo de 1 até um valor mínimo de 1/2, pelo “lado esquerdo” (verdade), e pelo “lado direito” (falso) os valores são o complemento. Podem-se incluir N (infinitos) valores anotacionais diminuindo-se os intervalos entre as valorações. O número N somente é limitado por características construtivas das portas lógicas paraconsistentes. No reticulado da figura 4.4 são definidos os valores paraconsistentes que expressam equivalências como : ( 0 , 0 ) ≅ ( 1, 0 ) ( 0 , 1/4 ) ≅ ( 1, 3/4 ) ( 0 , 1/2 ) ≅ ( 1, 1/2 ) 39 ( 0 , 3/4 ) ≅ ( 1, 1/4 ) (1,0) ≅ (0,0) ( 1 , 1/4 ) ≅ ( 0 , 3/4 ) ( 1 , 1/2 ) ≅ ( 0 , 1/2 ) ( 1 , 3/4 ) ≅ ( 0 , 1/4 ) Com base no que foi proposto até agora e relacionando os valores das constantes anotacionais com os valores paraconsistentes modelo ( p , v ), representados no reticulado do diagrama de Hasse, podem-se enunciar as seguintes afirmativas : 1 - A valoração da fórmula proposicional representa-se por um valor binário. 2 - A anotação ou grau de crença é um valor contido no intervalo real fechado [ 0 , 1 ]. 3 - A indeterminação na anotação (1/2) não define qual é o valor lógico da fórmula proposicional. 4 - Dois valores iguais de fórmula proposicional que tem anotações complementares são contraditórios (inconsistentes). 5 - Todas as vêzes que ocorrer inconsistência a anotação ou grau de crença, atribui um valor resultante sobredefinido à fórmula proposicional. 6 - Uma complementação no sinal da anotação acarretará uma inversão no sinal lógico da fórmula proposicional . Outro meio de representar os valores lógicos paraconsistentes é através de um diagrama, conforme a figura a seguir : 40 Figura 4.5 - Diagrama com valores lógicos paraconsistentes de anotação unitária. Comparando-se dois sinais paraconsistentes originados de fontes distintas, teremos 4 situações de inconsistência. Este conflito de informação aparece quando os sinais se apresentarem como : 1) Sinal 1 = (p, 0) Sinal 2 = (p, 1) 2) Sinal 1 = (p, 1/4) Sinal 2 = (p, 3/4) 3) Sinal 1 = (p, 1) Sinal 2 = (p, 0) 4) Sinal 1 = (p, 3/4) Sinal 2 = (p, 1/4) 41 A relação das constantes anotacionais da Lógica Paraconsistente Anotada com os valores lógicos paraconsistentes obtidos através do modelo ( p,v ), nos permite a elaboração das tabelas-verdades necessárias à implementação dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes. A partir das propostas apresentadas, foram construídas as tabelas-verdades dos Operadores n, Operador COMPLEMENTO e dos Conectivos AND ( ∧ ) e OR ( ∨ ). 4.2 -TABELAS-VERDADES DOS OPERADORES UNÁRIOS n Para os Operadores n as tabelas-verdades podem ser elaboradas a partir das equações de Rosser-Turquette, apresentadas no capítulo 3, onde fica demonstrado que uma lógica multivalorada subjacente é funcionalmente completa se satisfizer às funções unárias definidas como: R se x = k 0 se x = k Jk (x) = Onde: R é o valor distinguido. A saída será o valor destinguido “1” para um único valor paraconsistente aplicado na entrada do circuito. Para todos os outros valores paraconsistentes aplicados na entrada a saída do circuito será zero. Quando uma entrada de valor lógico “0” apresenta na saída o valor distinguido “1”, o circuito é denominado de Operador i. Quando uma entrada de valor lógico “1/4” apresenta na saída o valor distinguido “1”, o circuito é denominado de Operador j. Quando uma entrada de valor lógico “1/2” apresenta na saída o valor distinguido “1”, o circuito é denominado de Operador K. Quando uma entrada de valor lógico “3/4” apresenta na saída o valor distinguido “1”, o circuito é denominado de Operador L. Quando uma entrada de valor lógico “1” apresenta na saída o valor distinguido “1” o circuito é denominado de Operador m. 42 Quando uma entrada de valor lógico “T” apresenta na saída o valor distinguido “1”, o circuito é denominado de Operador T. Na figura 4.6 são apresentadas 6 tabelas-verdades relativas aos Operadores n relacionados com o reticulado da figura 4.3. Os circuitos dos Operadores n são implementados a partir destas tabelas. Entrada Operador k Operador j Operador i Saída Entrada Saída Entrada Saída 0 1 0 0 0 0 1/4 0 1/4 1 1/4 0 1/2 0 1/2 0 1/2 0 3/4 0 3/4 0 3/4 1 1 0 1 0 1 0 0 0 Operador m Operador T 0 Operador L Entrada Saída Entrada Saída Entrada Saída 0 0 0 0 0 0 1/4 0 1/4 0 1/4 0 1/2 1 1/2 0 1/2 0 3/4 0 3/4 0 3/4 0 1 0 1 1 1 0 0 0 1 Figura 4.6 - Tabelas-verdades dos Operadores unários n. 4.3 - TABELA-VERDADE DO OPERADOR COMPLEMENTO Na figura 4.7 é apresentada a tabela-verdade do Operador COMPLEMENTO. Como foi visto, quando se faz o complemento das anotações, se obtém uma inversão no valor lógico da proposição. 43 O circuito do Operador COMPLEMENTO é implementado a partir desta tabela. Saída Entrada 0 1 1/4 3/4 1/2 1/2 3/4 1/4 1 0 Figura 4.7 - Tabela-verdade do Operador COMPLEMENTO. 4.4 -TABELA-VERDADE DA CONJUNÇÃO - CONECTIVO AND No capítulo 3, onde é apresentado um resumo do estudo da Lógica Paraconsistente Anotada de primeira ordem, o Conectivo AND se apresenta conforme a condição : VI (A ∧ B) = 1 se e somente se VI (A) = 1 e VI (B) = 1 A partir desta condição (que é clássica), elaborada-se a tabela-verdade do Conectivo AND. Verifica-se que o sinal lógico de saída é sempre o menor sinal entre os que estão nas entradas. A tabela-verdade do Conectivo AND é apresentada na figura 4.8. 44 Figura 4.8 - Tabela-verdade do Conectivo AND . 4.5 -TABELA-VERDADE DA DISJUNÇÃO - CONECTIVO OR O Conectivo OR é caracterizado pela condição: VI (A ∨ B) = 1 se e somente se VI (A) = 1 ou VI (B) = 1 45 Estas equação possibilita a elaboração da tabela-verdade do Conectivo OR, onde verifica-se que o sinal lógico da saída é sempre o maior sinal entre os que estão aplicados nas entradas. A tabela-verdade do Conectivo OR é apresentada na figura 4.9. Figura 4.9 - Tabela-verdade do Conectivo OR. 46 CAPÍTULO 5 - IMPLEMENTAÇÃO DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 5.1 - IMPLEMENTAÇÃO DOS CIRCUITOS LÓGICOS 5.1.1- INTRODUÇÃO Com as tabelas-verdades elaboradas no capítulo 4 é feita a implementação dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes utilizando-se transistores CMOS. Os circuitos das portas lógicas paraconsistente primitivas aqui apresentados foram implementados a partir do circuito inversor de Kaniel [37 ] e [34] sugerido para aplicação em lógicas multivaloradas ternárias. Nos circuitos implementados é utilizada uma classe de Lógica Paraconsistente Anotada onde cada variável proposicional é acompanhada por um único componente 47 anotacional. A constante anotacional sobredefinida, correspondente ao valor lógico inconsistente pode aparecer como sinal de entrada ou ainda como sinal resultante. O nível de tensão definido como inconsistente é de valor sobre-definido, portanto maior que o nível lógico “1” (maior que +4V). Por esse motivo, o valor lógico para o sinal inconsistente escolhido para o projeto das portas lógicas paraconsistentes é de amplitude de tensão igual a +5V. Nas simulações dos circuitos das portas lógicas utilizando-se o software Aim-Spice 1.5a, este nível de tensão é considerado como valor inconsistente. Cada sinal lógico paraconsistente tem um nível de tensão definido. Estes valores foram escolhidos por serem de amplitudes próximas as utilizadas nos circuitos convencionais comumente usados. Todos os circuitos projetados neste trabalho utilizam a técnica de implementação dos transistores CMOS (Complementary Metal Oxide Silicon). Esta tecnologia torna possível uma grande variedade de técnicas de projeto envolvendo circuito digitais e se adequam perfeitamente a construção dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes desenvolvidos neste trabalho. Isto se deve ao fato que estes transistores podem ser utilizados como chaves, tanto em sinais digitais como em sinais analógicos, possibilitando projetos de circuitos para detetar níveis de tensão de qualquer polaridade e transformá-los em sinais digitais de níveis diferentes. No projeto dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes a alimentação é feita com uma fonte de tensão contínua simétrica de ± 6 Volts. A fonte de alimentação simétrica com estas amplitudes é compatível com a faixa de valores dos sinais lógicos envolvidos no funcionamento dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes. As amplitudes de ±6V permitem também que os transistores CMOS sejam convenientemente polarizados com uma boa margem de segurança. Isto assegura ao projeto um bom desempenho e funcionamento dos circuitos. Os níveis de tensão do circuito relacionados com os valores lógicos paraconsistentes estão apresentados nas tabelas da figura 5.1 : 48 Proposição valor lógico nível de tensão 0 - 4 Volts 1 + 4Volts Anotação ou grau de crença valor lógico nível de tensão 0 - 4 Volts 1/4 - 2Volts 1/2 0 Volts 3/4 +2 Volts 1 +4 Volts + 4Volts T Figura 5.1 - Relação entre níveis lógicos e níveis de tensão. 5.2 - CIRCUITO DETETOR DE NÍVEL DE TENSÃO As portas lógicas paraconsistentes implementadas utilizam em sua maioria circuitos detetores de nível de tensão que têm a finalidade de efetuar a seleção das tensões que são aplicadas nas entradas dos circuitos. Por este motivo o primeiro circuito apresentado é o detetor de nível de tensão que foi projetado conforme circuitos sugeridos em [ 37 ]. 49 Os circuitos detetores de nível de tensão são representados pelo bloco de linha tracejada nos circuitos das portas lógicas paraconsistentes. O detetor de nível de tensão é composto básicamente por um espelho de corrente e um amplificador diferencial, ambos projetados com transistores CMOS, que fornecerá corrente suficiente para polarizar os transistores alimentados com tensão de amplitudes ± 4V nos circuitos das portas lógicas. Este circuito detetor de nível de tensão somente ativará os transistores polarizados com amplitudes de ± 4V, quando receber nas suas entradas sinais com níveis de tensão com estas amplitudes . Se os sinais recebidos nas suas entradas forem de tensões ±2V, através dos detetores de nível, os transistores alimentados com ± 4V ficam inativos. Com isso, os transistores alimentados com tensões de ± 2V funcionam normalmente e o circuito responderá somente a sinais de amplitudes ± 2V. O circuito detetor de nível de tensão se apresenta conforme o diagrama da figura 5.2: +6 Volts dc M2 M6 M3 ES In1 In2 M4 M1 M5 M7 M9 M8 -6 Volts dc Figura 5.2 - Diagrama do circuito detetor de nível de tensão . 50 Aplicando-se uma tensão de amplitude constante de +3V na entrada In2 , na saída Es se obtém uma tensão de amplitude +6V, enquanto a entrada In1 permanecer com níveis de amplitude de tensão menores que +3V. Quando na entrada In1 for aplicada uma tensão com amplitude maior que +3V, que de acordo com a tabela apresentada na figura 5.1 é de valor lógico “1” (amplitude de +4V ), a saída Es vai para a amplitude de -6V. Por outro lado, mantendo-se uma tensão fixa de -3V na entrada In2 , a saída Es terá uma tensão de amplitude -6V, enquanto a entrada In1 permanecer com níveis de amplitude de tensão de polaridade negativa maior que -3V. Quando na entrada In1 for aplicada tensão com amplitude de polaridade mais negativa que -3V, que nos circuitos é equivalente ao valor lógico “0” ( amplitude de -4V ), a saída Es vai para a uma tensão de amplitude +6V. Nos circuitos das portas lógicas paraconsistentes os transistores CMOS instalados estrategicamente nas saídas dos circuitos detetores de nível de tensão, acionam os circuitos alimentados com ±4V ao serem detetadas tensões destas amplitudes nas entradas dos detetores, e ficam inoperantes quando estão aplicadas tensões de amplitudes ± 2V. 5.3- CIRCUITOS DOS OPERADORES n Os circuitos dos operadores n implementados a partir das tabelas-verdades da figura 4.6 (capítulo 4), são apresentados nas próximas figuras. Nas tabelas-verdades dos Operadores n, o sinal resultante na saída de cada operador é “1” para um único valor de anotação, e “0” para os demais. O valor da anotação cuja resposta é “1” difere para cada Operador. No projeto de alguns dos Operadores utiliza-se circuito detetor de nível de tensão para selecionar os níveis lógicos das anotações aplicados na entrada. Estes circuitos de detecção estão simbolizados nos diagramas dos Operadores pelos blocos em linha tracejada. 51 Os diagramas dos circuitos dos Operadores unários estão expostos nas figuras 5.3, 5.4, 5.5, 5.6, 5.7 e 5.8. 5.3.1 - Operador i +4volts +6 Vdc Vss -6 Vdc T1 -3Vdc Entrada circuito detector de nível de tensão saída T2 -4Volts Figura 5.3 - Diagrama em blocos do Operador i. Neste circuito, quando uma tensão de amplitude -4V que é equivalente ao nível lógico “0”, for aplicada na entrada, o circuito detetor de tensão 1 apresentará em sua saída uma amplitude de +6V. Com isso, o transistor T2 estará cortado e o transistor T1 conduzindo levando a saída do circuito a uma tensão de +4V ( nível lógico “1”). Para qualquer outro sinal aplicado à entrada, o transistor T2 estará conduzindo e o transistor T1 cortado. Nestas condições, na saída a tensão será de amplitude -4V, equivalente ao nível lógico “0”. 52 5.3.2 - Operador j +4volts +6vdc -3vdc vss -6vdc circuito detetor de nível de tensão 1 T1 T2 +6vdc vss -1vdc Entrada -6vdc saída circuito detetor de nível de tensão 2 T3 T4 -4Volts Figura 5.4 - Diagrama em blocos do Operador j . Neste circuito, quando uma tensão de amplitude -4V que é equivalente ao nível lógico “0”, for aplicada na entrada, os circuitos detetores de tensão 1 e 2 apresentarão em suas saídas tensões de amplitude -6V. Com isso, o transistor T4 estará conduzindo e os transistores T1 e T2 estarão cortados levando a saída do circuito a tensão de -4V ( nível lógico “0”). 53 Quando um valor de amplitude -2V (nível lógico “1/4”) estiver sendo aplicado na entrada, os transistores T1 e T2 estarão conduzindo e os transistores T3 e T4 cortados, fazendo com que a saída mantenha o nível lógico “1”, isto é, tensão de +4V. Para qualquer outro sinal aplicado à entrada, o transistor T3 estará conduzindo e o transistor T2 cortado. Nestas condições, na saída a tensão será de amplitude -4V, equivalente ao nível lógico “0”. 5.3.3 - Operador k +4volts +6vdc -1vdc vss -6vdc circuito detetor de nível de tensão 1 T1 T2 +6vdc vss +1vdc Entrada -6vdc saída circuito detetor de nível de tensão 2 T3 T4 -4Volts Figura 5.5 - Diagrama em blocos do Operador k . 54 Este circuito apresenta o funcionamento idêntico ao anterior, a única diferença é que agora a amplitude de tensão que provocará o aparecimento na saída de tensão +4V, equivalente ao nível lógico “1”, será a de 0V (nível lógico “1/2”). 5.3.4 - Operador L +4volts +6vdc +1vdc vss -6vdc circuito detetor de nível de tensão 1 T1 T2 +6vdc vss +3vdc Entrada -6vdc saída circuito detetor de nível de tensão 2 T3 T4 -4Volts Figura 5.6 - Diagrama em blocos do Operador L . O funcionamento é idêntico ao anterior, a única diferença é que a amplitude de tensão que provocará o aparecimento na saída de tensão +4V que é equivalente ao nível lógico “1”, será de a de +2V (nível lógico “3/4”). 55 5.3.5 - Operador m +4volts +6vdc +3vdc vss -6vdc circuito detetor de nível de tensão 1 T1 T2 +6vdc vss +4.5v dc -6vdc saída circuito detetor de nível de tensão 2 Entrada T3 T4 -4Volts Figura 5.7 - Diagrama em blocos do Operador m. Este circuito apresenta o mesmo funcionamento do anterior, a única diferença é que a amplitude de tensão que provocará o aparecimento na saída da tensão de +4V (equivalente ao nível lógico “1”) será a de +4V (nível lógico “1”). 5.3.6 - Operador T +4volts +6 Vdc Vss -6 Vdc T1 Entrada +4,5Vdc circuito detector de nível de tensão saída T2 Figura 5.8 - Diagrama em blocos do Operador T . 56 -4Volts Quando na entrada deste circuito for aplicado um valor inconsistente, considerado como sendo o de uma tensão de amplitude +5V, a saída será de +4V ( sinal lógico “1”). Para qualquer outra tensão aplicada na entrada, a saída será de -4V (sinal lógico “0”). 5.4- CIRCUITO DO OPERADOR COMPLEMENTO O circuito do operador COMPLEMENTO foi projetado com transistores CMOS, a partir do circuito sugerido em [34], elaborado por Kaniel, indicado para lógicas multivaloradas ternárias. A seleção dos sinais que são aplicados na entrada Ve, é feita através dos circuitos detetores de niveis de tensão estudados anteriormente. O circuito que responde aos sinais de tensões de ± 2 Volts é mostrado na figura 5.9. +2volts R1 M4 M1 D1 R2 A ~A D2 M2 M3 R3 -2volts Figura 5.9- Diagrama do Operador COMPLEMENTO para os circuitos alimentados com ± 2 Volts. Os transistores M2 e M3 formam um detetor de limiar na entrada. Como os transistores MOS funcionam no modo enriquecimento, nem M2 e nem M3 conduzem 57 corrente elétrica quando a entrada for zero volts (sinal lógico “1/2”). Portanto, M1 e M2 estarão desligados (não conduzem corrente elétrica), e a saída é estabilizada em zero volts (sinal lógico “1/2”) em virtude do resistor R3. Quando a entrada é de polaridade negativa, isto é, de tensão -4V (sinal lógico “0”), o transistor M3 é desligado e o transistor M2 é ligado. Assim, uma corrente elétrica aparece através de R1, ligando o transistor M1 e elevando a saída para tensão de +4V (sinal lógico “1”), o que constitui um nível alto. Desde que M2 e M3 conduz corrente elétrica um de cada vez, podem ocorrer 3 situações: 1) M1 ligado e M4 desligado . 2) M1 desligado e M4 ligado . 3) M1 e M4 desligados . Adotando-se a relação dos valores lógicos com os níveis de tensão teremos: Para uma entrada de -2 volts = valor lógico “1/4” Teremos uma saída de +2 volts = valor lógico “3/4” Para uma entrada de zero volts = valor lógico “1/2” Teremos uma saída de zero volts = valor lógico “1/2” Para uma entrada de +2 volts = valor lógico “3/4” Teremos uma saída de -2 volts = valor lógico “1/4” Para sinais de entrada com valores de amplitudes de tensão ± 4V o circuito anterior (figura 5.9) fica inoperante . Para o acionamento dos circuitos alimentados com tensão de ±4V e tensão equivalente ao sinal inconsistente de +5V, foram instalados circuitos detetores de nível de tensão, que acionam os transistores apenas quando a entrada atingir a estes níveis. 58 O diagrama completo do circuito é o da figura 5.10 : T +4volts +2volts T7 circuito detector de nível de tensão (3) T5 R1 T4 D3 Valoração T1 D1 Valoração R2 Vs Ve D2 T2 T3 R3 circuito detector de nível de tensão (2) T6 -2Volts -4Volts Figura 5.10 - Diagrama em blocos do Operador COMPLEMENTO No circuito do Operador COMPLEMENTO (figura 5.10), os blocos Detetores de Nível de tensão (linha tracejada) acionam seus respectivos transistores (T5 e T6), polarizados com amplitudes de ± 4V, para funcionarem como um inversor logo que uma tensão elétrica desta amplitude seja detectada nas suas entradas. Se na entrada for aplicada uma tensão de +5V, que equivale a um valor lógico inconsistente, o transistor T7 é acionado e a saída será de +5V, conforme a tabela-verdade da figura 4.7 (capítulo 4). 59 Quando nas entradas estiverem aplicadas tensões de ± 2V, os blocos Detetores de Nível mantém os transistores T5 , T6 e T7 desligados, liberando o circuito polarizado com ± 2V para funcionar normalmente . No circuito polarizado com ± 2V, a saída será de 0V quando estiver sendo aplicada uma tensão de 0V na sua entrada. A tensão de saída será de polaridade invertida quando na sua entrada estiver sendo aplicadas simultaneamente tensões de amplitude de 2V. Os diodos, instalados na saída do circuito alimentado com tensões ± 2V, servem para isolar os circuitos alimentados com menor amplitude de tensão (± 2V), daqueles alimentados com maior amplitude de tensão (± 4V e + 5V), quando estes estiverem ativos. 5.5- CIRCUITO DO CONECTIVO AND PARACONSISTENTE O circuitos das porta AND paraconsistente é elaborado a partir da tabela-verdade do conectivo AND da figura 4.8 (capítulo 4). O circuito NAND que trata das valorações para níveis de tensão ± 2V, foi projetado com base no circuito de Kaniel [35] já utilizado no circuito do operador COMPLEMENTO. O circuito NAND que funciona para tensões de ± 2 V é apresentado na figura 5.11. 60 + 2 Volts R1 R2 m5 m6 m2 A m1 R5 D1 C B D2 m4 m3 m7 R4 m8 R3 - 2 Volts Figura 5.11 - Diagrama do conectivo NAND para os transistores alimentados com ± 2V. O circuito foi implementado desta forma porque as portas NAND convencionais não respondem convenientemente quando se aplica tensões de amplitudes 0V (sinal de valor lógico “1/2”) nas entradas A e B. Nos circuitos convencionais, a saída obtida nesta condição é uma tensão de amplitude +4V equivalente a uma valoração de “1”. Esta amplitude de tensão não é compatível com o valor esperado na tabela-verdade. O funcionamento do circuito é idêntico ao utilizado no Operador COMPLEMENTO . A diferença consiste na instalação de um detetor de limiar para cada entrada, composto pelos transistores m1, m2, m3 e m4. Os transistores de saída m6, m7 e m8 são os componentes da função NAND. O Operador COMPLEMENTO instalado na saída do circuito NAND, completa o circuito transformando-o no Conectivo AND, e é apresentado na figura 5.12. 61 O circuito da porta AND paraconsistente é elaborado a partir da tabela-verdade do conectivo AND. Veja a figura 4. 8 do capítulo 4. +2Volt s +4Volts + 5Volts Circuito detector de nível de tensão (4) Circuito do operador COMPLEMENTO V1 V2 vs Circuito detector de nível de tensão (2) -2Volts -4Volts Figura 5.12 - Diagrama em blocos da Porta AND paraconsistente. O circuito polarizado com tensão de amplitude +5V só funciona quando aparece sinais inconsistentes nas entradas. Os diodos, instalados nas saídas dos circuitos alimentado com tensões de ± 2V e ±4V servem para isolar os circuitos alimentados com menor amplitude de tensão, daqueles alimentados com maior amplitude de tensão (±4V e +5V ), quando estes últimos estiverem ativos. Como foi visto, o circuito detetor de nível de tensão utilizado nos projetos é composto por um espelho de corrente e amplificador diferencial implementado com transistores CMOS, que fornecerá corrente suficiente para polarizar os transistores alimentados com tensões de amplitudes ±4V e +5V. Este circuito somente ativará os transistores polarizados com tensões de ± 4V e de +5V quando receber nas suas entradas sinais com nível de tensão com estas amplitudes . 62 Se os sinais recebidos nas suas entradas forem de tensão ±2V, os transistores alimentados com ± 4V e +5V ficam inativos, e o circuito responderá somente a sinais de amplitudes de ±2V. Quando nas entradas estiverem presentes sinais Paraconsistentes o circuito se apresentará conforme a tabela-verdade apresentada no capítulo 4 . 5.6 - CIRCUITO DO CONECTIVO OR PARACONSISTENTE O circuitos das porta OR paraconsistente é elaborado a partir da tabela-verdade do conectivo OR (Figura 4.9 - capítulo 4 ). O circuito NOR que trata das valorações para níveis de tensão de ±2V, foi projetado com base no circuito de Kaniel [35] já utilizado nos circuitos do Operador COMPLEMENTO e Conectivo AND. O diagrama deste circuito é apresentado na figura 5.13 Figura 5.13 - Diagrama do Conectivo NOR para os transistores alimentados com tensão de ± 2V. No circuito da figura 5.13, temos um detetor de limiar para cada entrada composto pelos transistores de m1, m2, m3 e m4, e os transistores de saída m6, m7 e m8 compõem a função NOR. 63 Utilizando-se dos circuitos detetores de nível de tensão é implementada a parte que aciona os transistores alimentados com tensão de ± 4V. A porta NOR seguida do circuito do Operador COMPLEMENTO transforma o circuito NOR em uma porta OR. O circuito completo da porta OR paraconsistente é mostrado na figura 5.14. +5Volts +4Volts +2Volt Circuito detetor de nível de tensão (4) Circuito do operador COMPLEMENT O v1 V2 vs Circuito detetor de nível de tensão (2) -2Volts -4Volts Figura 5.14 - Diagrama em blocos da Porta OR paraconsistente. O funcionamento básico da porta lógica OR paraconsistente é idêntico ao da porta AND. O circuito detetor de nível de tensão é composto por um espelho de corrente e amplificador diferencial, projetado com transistores CMOS, que fornecerá corrente suficiente para polarizar os transistores alimentados com tensão de ± 4V. Somente os transistores polarizados com ± 4V é que estarão ativos quando nas entradas A e B aparecerem sinais com níveis de tensão com estas amplitudes. Se os sinais recebidos nas entradas forem de tensões de ±2V, os transistores alimentados com ± 4V ficam inativos, e o circuito responderá somente aos sinais de amplitudes de tensão ±2V. Na presença de um 64 sinal inconsistente na entrada do circuito, a saída será de tensão +5V. Quando nas entradas estiverem presentes sinais paraconsistentes, o circuito se apresentará conforme a tabelaverdade do conectivo OR (figura 4.9- capítulo 4). 5.7 - CONCLUSÃO Neste capítulo os circuitos das portas lógicas paraconsistentes foram representados por diagramas simplificados para facilitar as descrições de funcionamento. No capítulo 7 serão projetados os layouts dos circuitos que aqui foram apresentados. No projeto das máscaras, todos os circuitos, que neste capítulo foram apresentados simbólicamente, sofrerão algumas modificações. Os resistores serão projetados utilizandose apenas transistores CMOS e os diodos serão trocados por transistores MOS de chaveamento. Estas modificações são feitas para diminuir a área de silício utilizada e neutralizar alguns efeitos indesejáveis que certos materiais provocam na fabricação do circuito integrado. As modificações facilitam a implementação das máscaras das portas lógicas, no entanto, não modificam o funcionamento dos circuitos. No capítulo 8 todas as simulações com os softwares são elaboradas com o circuito modificado. 65 CAPÍTULO 6 - EXEMPLO DE APLICAÇÕES DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 6.1 - INTRODUÇÃO O objetivo deste capítulo é demonstrar a aplicabilidade de alguns blocos lógicos paraconsistentes, implementados no capítulo anterior. Um circuito que funcione dentro do que se propõem a filosofia da Lógica Paraconsistente, deve ser capaz de resolver conflitos de informações. Este circuito deve receber os dois sinais ( P1, V1 ) e ( P2, V2 ) oriundos dos sensores 1 e 2, analisá-los e verificar se há conflito. Caso ocorra a existência de conflito, o circuito deve ser capaz de consultar outros sensores. Estes sensores deverão conter novas informações que ajudarão o circuito a decidir o valor resultante entre os dois sinais contraditórios com alto grau confiabilidade. No caso de não haver conflito, o circuito não precisa consultar outros sensores, no entanto, ao sinal que resulta na saída deverá ser atribuído um maior grau de crença ou valoração. Em uma visão global do sistema digital que faz uso destes circuitos analisadores paraconsistentes, nos leva a constatação de que: a medida que estes sinais são analisados, suas respectivas valorações vão se aproximando de “1”. Quando o sinal lógico paraconsistente já passou por circuitos analisadores em número suficiente, de modo que seja atribuído “1” a sua valoração, significa que o valor do sinal de sua proposição é equivalente a um valor lógico binário com 100% de confiabilidade. A partir deste ponto do circuito os sinais podem ser tratados de forma convencional utilizando-se a lógica binária. 66 Neste trabalho, apresentamos um circuito projetado que faz uso de portas lógicas especiais que trabalham com multivalores lógicos. As portas lógicas paraconsistentes constituídas dos Operadores n, conectivos AND e OR, apresentadas no capítulo anterior possibilitaram a implementação deste circuito, cuja função é a análise de sinais lógicos paraconsistentes. O presente circuito denominado Módulo Analisador Paraconsistente (MAP), implementado com transistores CMOS, procura traduzir em níveis de sinais elétricos os valores lógicos envolvidos na Lógica Paraconsistente Anotada Pτ . O circuito MAP, foi elaborado a partir de resultados teóricos demonstrados nos estudos dos Sistemas Cn e Lógicas Anotadas apresentados resumidamente no capítulo 3 deste trabalho. Como já visto nos capítulos anteriores, a grande vantagem da utilização destas lógicas é que as mesmas aceitam a existência de contradições de um modo não-trivial em sua estrutura, e portanto, passível de se traduzir em valores lógicos. Na presença da contradição, a Lógica Paraconsistente “equaciona” o conflito e o “resolve”. O Módulo Analisador Paraconsistente detecta o aparecimento de inconsistências e toma uma ação alinhada com a teoria da Lógica Paraconsistente Anotada. Esta detecção, e ação é toda feita por Hardware. Um circuito sequencial composto de portas lógicas convencionais e portas lógicas paraconsistentes, trabalha com todos os possíveis sinais envolvidos nas entradas do circuito. No processo de análise o sinal resultante pode não ser satisfatório; nestes casos, o MAP permite que novas consultas (procura de novas evidências) sejam efetuadas. Vários circuitos MAPs podem ser interligados permitindo que se faça um tratamento adequado dos sinais. O sinal passando por estes Módulos, vai eliminando inconsistências, resultando num sinal lógico “verdadeiro” ( ou “falso”) com alto grau de confiabilidade ou crença. Inicialmente, sabemos que dois sinais paraconsistentes podem ser combinados de diversas formas. A tabela da figura 6.1 apresenta o sinal resultante na saída quando ocorrem as combinações destes sinais. 67 Entradas entr 1 0 Saída sinal entr 2 0 0 0 1/ 0 1/2 T 0 3/4 1/4 0 1 T 0 1/ T T 0 0 1/4 1/4 1/4 1/2 1/ 4T 0 1/4 3/4 1/4 1/4 1 3/ T T 1/2 0 0 T 1/2 1/4 T 1/2 1/2 1/2 1/2 3/4 T T 1 T 1/2 T T 3/4 0 1/4 3/4 1/4 T 3/4 1/2 T 3/ 3/ 3/4 3/4 3/ 1 1 T T 1 0 T 1 1/4 3/4 1 1/2 T 1 3/4 1 1 1 1 1 T T T 0 1/4 T T T 1/2 T T 3/4 T T 1 T T T T T Figura 6.1 - Tabela das combinações entre duas entradas paraconsistentes. Estes sinais lógicos paraconsistentes são convenientementes tratados através de um circuito especialmente projetado para funcionamento em Lógica Paraconsistente Anotada. 68 6.2- IMPLEMENTAÇÃO DO CIRCUITO ANALISADOR PARACONSISTENTE ) MAP ( MÓDULO O Módulo Analisador Paraconsistente (MAP), conforme apresentado, é composto em sua quase totalidade pelas portas lógicas paraconsistentes apresentadas no capítulo 5. São utilizados os Operadores n juntamente com as portas AND e OR paraconsistentes. A figura 6.2 mostra o diagrama em blocos deste circuito. MAP - Módulo Analisador Paraconsistente Módulo Analisador Paraconsistente Entrada 1 DETECTOR A B C D E DE Entrada 2 I INCONSISTÊNCIA T Bloco de Seleção 1 Entrada 3 Bloco de Seleção 2 Saída Figura 6.2 - Diagrama em blocos do Módulo Analisador Paraconsistente (MAP). Além da saída paraconsistente, o circuito apresenta os sinais de saída A, B, C, D, E e T. Todos estes sinais fazem parte do chamado grupo de sinais de controle. Os sinais de controle servem como sinalização para circuitos externos indicando como estão relacionados os dois sinais paraconsistentes aplicados nas entradas, e assim permitindo que novas configurações possam ser implementadas. De um modo geral, a principal finalidade é dar maior flexibilidade nos projetos de aplicação do MAP. 69 Estes sinais têm os seus valores lógicos relacionados com as entradas conforme a tabela da figura 6.3. Grupo de Sinais de Controle Entrada 1 0 Entrada 2 A B C D C T 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1/4 1/4 0 1 0 0 1/2 1/2 0 0 1 0 0 0 3/4 3/4 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Diferentes não Diferentes e complementares 0 0 0 0 Figura 6.3 - Tabela dos sinais de controle do Módulo Analisador Paraconsistente (MAP). Conforme a figura 6.2 o circuito MAP é composto de 3 blocos principais: o circuito detetor de inconsistência, bloco seleção 1 e bloco seleção 2. O circuito detetor de inconsistência é construído com blocos Operadores n e algumas portas lógicas convencionais, que fazem o sensoramento entre as duas primeiras entradas multivaloradas. A figura 6.4 mostra o circuito do bloco detetor de inconsistência composto principalmente por Operadores unários. 70 entrada 1 operador i 1 operador j operador k 1 1 operador l 1 operador m 1 S1 operador l 2 operador l 2 operador k 2 operador j 2 operador i 2 entrada 2 S2 Figura 6.4 - Bloco detetor de inconsistência. O detetor de inconsistência (figura 6.4) tem 5 Operadores unários ligados em cada uma de suas entradas. Os Operadores que estão ligados à entrada 1 estão sinalizados com o número 1, e os que estão ligados à entrada 2 estão sinalizados com o número 2. Portanto, a numeração dos Operadores unários corresponde as entradas que estão ligados. Isto facilita a identificação dos Operadores nos desenhos dos outros circuitos que compõem o MAP e que serão apresentados neste capítulo. As portas lógicas convencionais AND recebem em suas entradas sinais provenientes da saída de Operadores unários complementares. Isto significa que, quando a saída de dois Operadores complementares é de nível lógico “1”, significa que existe uma inconsistência entre os sinais paraconsistentes aplicados nas entradas. No aparecimento de uma inconsistência entre qualquer sinal valorado nas entradas 1 e 2, uma das portas AND terá saída igual a “1”. Basta que uma das saídas das portas AND seja igual a “1” para que apareça em S1 (saída da porta OR) um sinal lógico “1”. Os Operadores k estão ligados diretamente à porta OR, garantindo que no aparecimento de um sinal lógico “1/2” em uma das entradas, o que configura uma indefinição, a saída S1 terá nível lógico “1”. Em resumo, todas as vezes que aparecer inconsistência entre as duas entradas, ou indefinição em uma das entradas, a saída S1 será igual a “1”. inconsistência, a saída S1 é igual a “0”. A saída S1 será igual a “1” quando ocorrerem as combinações: 71 Na ausência de entrada 1 0 1/4 1/2 3/4 1 entrada 2 1 3/4 1/2 1/4 0 A ocorrência destas combinações de sinais, nas entradas 1 e 2, resulta no acionamento do bloco seleção 1 através da saída S1, permitindo que o sinal proveniente de uma terceira entrada apareça na saída do Módulo Analisador Paraconsistente. Sendo as entradas 1 e 2 de valores lógicos iguais, significa que não existe contradição, portanto na saída S1 tem-se o valor lógico “0”. Este valor lógico “0” na saída S1, aplicado no bloco seleção 1, permite que o sinal lógico S2 seja selecionado como saída do Módulo Analisador Paraconsistente. O bloco seleção 2 vai funcionar nas situações intermediárias, isto é, quando não há inconsistência e quando os sinais de entrada não são iguais. Estas situações foram divididas em 2 grupos de combinações conforme exposto a seguir: grupo 1 - É aquele grupo de combinações de valores lógicos nas entradas, cujo sinal resultante na saída do MAP será “0” (falso) ou “1” (verdadeiro). Nestes casos, de acordo com a lógica paraconsistente, não há dúvidas quanto a conclusão tomada, portanto, o circuito não precisará buscar outras evidências, fazendo novas consultas. As combinações consideradas como grupo 1 são: entrada 1 0 1/4 1 3/4 entrada 2 Sinal resultante 1/4 0 3/4 1 falso falso verdadeiro verdadeiro nível lógico 0 0 1 1 grupo 2 - É aquele grupo de combinações de valores lógicos nas entradas, cujo sinal resultante na saída do MAP será “1/4” (quase-falso) ou “3/4” (quase-verdadeiro). Nestes 72 casos, de acordo com a lógica paraconsistente, há dúvidas quanto a conclusão a ser tomada. Portanto, o circuito precisa buscar outras evidências, para aumentar o grau de crença, fazendo novas consultas. As combinações consideradas como grupo 2 são : entrada 1 entrada 2 3/4 0 1 1/4 Sinal resultante 0 3/4 1/4 1 quase-falso quase-falso quase-verdadeiro quase-verdadeiro nível lógico 1/4 1/4 3/4 3/4 O circuito que vai detectar os sinais do grupo de combinações 1, está apresentado no diagrama da figura 6.5. DETETOR DE INCONSISTÊNCIA operador l 1 operador i 2 operador m 1 operador m 2 S3 S4 operador i 2 operador l operador j 1 2 operador j 1 DETETOR DE INCONSISTÊNCIA Figura 6.5 - Bloco detector das combinações do grupo1. A saída S3 terá valor lógico “1” quando uma das combinações do grupo 1 ocorrer resultando em um sinal “0”(falso). Da mesma forma, a saída S4 terá valor lógico “1” quando uma das combinações do grupo 1 ocorrer, resultando em um sinal “1” (verdadeiro). Nestas situações, um circuito instalado no bloco seleção 2 vai funcionar conjuntamente com o bloco seleção 1, fazendo com que o sinal de saída do MAP seja “1” (Verdadeiro) ou “0”(falso), conforme as combinações. 73 O bloco que seleciona as combinações do grupo 2 é apresentado na figura 6.6. O funcionamento deste circuito é idêntico ao da figura 6.5; a única diferença são as entradas, que agora resultam de Operadores diferentes. As entradas dos Operadores são apresentadas conforme as combinações especificadas no grupo 2. DETETOR DE INCONSISTÊNCIA operador i 1 operador j 2 operador m 1 operador l 2 S5 S6 operador j 2 operador i operador l 1 2 operador m 1 DETETOR DE INCONSISTÊNCIA Figura 6.6- Bloco detector das combinações do grupo 2. No projeto do MAP é necessário um circuito que faça a detecção de sinais de valores lógicos iguais entre as duas entradas. O resultado desta detecção é um sinal que serve para selecionar a saída quando não há ocorrência de inconsistências. O circuito denominado “detector de igualdades” está exposto na figura 6.7. 74 DETETOR DE INCONSISTÊNCIA operador i 1 operador j 1 operador l 1 operador m 1 A B S7 operador i 2 operador j operador l 2 2 operador m 2 D E DETECTOR DE INCONSISTÊNCIA Figura 6.7 - Bloco detector de igualdades. O funcionamento deste circuito é idêntico ao dos detectores do grupo de combinações, modificando-se apenas os sinais lógicos provenientes dos Operadores n. As saídas indicadas por letras são para sinais de controle externo. No circuito do MAP (figura 6.2) os blocos denominados seleção1 e seleção 2, são compostos pelas portas primitivas OR e AND paraconsistentes. O circuito da figura 6.8 mostra o bloco seleção 2, e a figura 6.9 o bloco seleção 1, onde os sinais provenientes dos blocos estudados anteriormente fazem a seleção do sinal resultante na saída do MAP sempre de acordo com as combinações de sinais de entrada. Para melhor clareza na exposição, primeiramente é apresentado o circuito do bloco seleção 2, conforme mostra a figura 6.8. 75 Figura 6.8 - Diagrama do bloco seleção 2. O circuito da figura 6.8 seleciona como sinal de saída do MAP (S10) a entrada 3, quando um sinal lógico “1” aparece em S1. Nestas condições se configura a existência de inconsistência entre as entradas 1 e 2. Um sinal lógico “0” em S1 permite que o sinal lógico S9 seja o selecionado na saída do MAP (S10). A tabela-verdade da porta AND paraconsistente no capítulo 4 mostra que mantendo um sinal lógico “0” em uma das suas entradas, torna a sua saída “0” para qualquer valor lógico aplicado na outra entrada. Por outro lado, um sinal “1”em uma das suas entradas, faz com que qualquer sinal lógico aplicado na outra entrada apareça na saída. Em uma porta OR paraconsistente o funcionamento é o inverso, isto é, um sinal lógico “0” em uma das suas entradas, faz com que qualquer sinal lógico aplicado na outra entrada apareça na saída. Um sinal “1” em uma das suas entradas torna a sua saída “0” para qualquer valor lógico aplicado na outra entrada. Na figura 6.8 verifica-se que, na presença de inconsistência, S1 é igual a “1”, portanto, a porta AND paraconsistente 1, tem a sua saída com o nível lógico “0”, e na porta AND paraconsistente 2, o sinal da saída é o valor da entrada 3. Com isto, a porta OR paraconsistente terá uma entrada com nível lógico “0”, e portanto, permitirá que o sinal lógico da entrada 3 apareça na saída S10. Na não ocorrência de inconsistência, o sinal em S1 é igual a “0”. Sendo assim, as três portas lógicas selecionarão o sinal S9 na saída S10. 76 O bloco seleção 2 do circuito do MAP (figura 6.2) é apresentado na figura 6.9. Figura 6.9 - Diagrama do bloco seleção 1. Na figura 6.9 o bloco seleção 1 recebe três tipos de entrada de sinal. O primeiro tipo é o sinal lógico paraconsistente quando as entradas 1 e 2 do MAP apresentarem sinais iguais. 77 Neste caso, S7 é igual a “1” e as portas AND paraconsistente 3 e 4, juntamente com a porta OR, libera o sinal S2 da entrada 2 para a saída S9. O segundo tipo é quando as entradas do MAP são do grupo de combinações 1. Neste caso, ou a entrada S5 ou a S6, é igual a “1”. Este sinal lógico “1” vai polarizar os transistores T1 ou T2 e aplicar ±2 Volts na entrada da porta AND paraconsistente 1. Como a outra entrada desta porta é “1”, este sinal ±2V, que é equivalente aos valores lógicos “1/4” ou “3/4”, é aplicado em uma das entradas da porta AND paraconsistente 2. A saídas S5 e S6 do grupo de combinações 2 tem valor lógico “0”. Isto garante que na saída da porta AND convencional o valor lógico é “0”. Este valor aplicado na entrada da porta AND paraconsistente 2, libera o sinal lógico proveniente do grupo de combinações 1 para a saída S9. O último tipo é a seleção do sinal de amplitude ± 4V equivalente aos sinais lógicos “0” ou “1”. Agora, as entradas S7 e S8 com valor lógico “1”, acionam os transistores T4 ou T5. Um destes sinais sendo “1”, uma das entradas da porta AND convencional será igual a “1”, permitindo que o sinal aplicado na sua outra entrada apareça na saída. O sinal lógico da saída da porta AND é aplicado em uma das entradas da porta AND paraconsistente 2 . O sinal lógico “0” proveniente do grupo de combinações 1, aplicado na outra entrada desta porta, garante que o sinal lógico do grupo 2 seja selecionado para a saída S9. Os Módulos Analisadores Paraconsistentes convenientemente interligados, resultam em uma análise de sinais lógicos muito aproximada da Lógica Paraconsistente Proposicional Anotada Pτ . Uma sugestão de interligação de dois Módulos Analisadores Paraconsistentes é apresentada na figura 6.10. 78 Figura 6.10 - Interligação de 2 Módulos Analisadores Paraconsistentes. No circuito apresentado na figura 6.10, verifica-se que o sinal resultante na análise das duas primeiras entradas será comparado com o sinal da terceira entrada. Caso ocorra inconsistência entre estes dois sinais, o circuito convocará uma quarta entrada. Se a terceira e a quarta entrada só tiverem sinais de amplitudes máximas, o sinal resultante na saída do segundo MAP terá as características de um sinal binário. Como foi visto, este circuito foi implementado a partir de um reticulado de Hasse de 6 constantes anotacionais. Para circuitos que venham utilizar maior número de anotações deve-se interligar mais circuitos MAPs, possibilitando o aumento da procura de novas evidências através da instalação de várias entradas. O fluxograma da figura 6.11 dá uma visão mais ampla da análise paraconsistente quando se utiliza Módulos Analisadores Paraconsistentes interligados. 79 Figura 6.11 - Fluxograma do funcionamento da Interligação de 2 Módulos Analisadores Paraconsistentes. 80 6.3- IMPLEMENTAÇÃO DO CIRCUITO FINALIZADOR PARACONSISTENTE) MFP ( MÓDULO Um sistema lógico digital que venha a utilizar vários MAPs interligados necessita de um circuito finalizador das análises paraconsistentes. Para esta função foi implementado um circuito denominado Módulo Finalizador Paraconsistente (MFP). Este circuito apresenta na sua saída o valor lógico paraconsistente resultante transformado em binário, depois de feitas várias análises através dos MAPs em número considerado suficiente pelo sistema. A figura 6.12 apresenta o diagrama de um Módulo Finalizador Paraconsistente. Seu funcionamento e implementação é muito parecido ao do MAP, a principal diferença é que o sinal resultante na sua saída sempre será nível lógico “1” ou “0”. Os sinais de controle dos MAPs determinam em que valor lógico paraconsistente o sinal deverá ser finalizado. A figura 6.13 apresenta a interligação de dois circuitos MAPs com um Módulo Finalizador Paraconsistente instalado na saída. Controle I D Controle I B Porta Sinal de Entrada Paraconsistente 1 Porta +4Volts “1” Porta AND Porta AND OR Paraconsistente 3 Paraconsistente 1 AND Porta Paraconsistente 2 AND -4Volts “0” 6.12- Módulo Finalizador Paraconsistente. 81 Paraconsistente 4 Porta OR Paraconsistente 2 Sinal de Saída Módulo Analisador Paraconsistente Entrada 1 detetor de inconsistência Entrada 2 A B C D E T I Bloco Seleção 1 Entrada 3 Módulo Analisador Paraconsistente Bloco Seleção 2 detetor de inconsistência B D T Entrada 4 Bloco Seleção 1 Entrada 5 Módulo Analisador Bloco Seleção 2 Saída Paraconsistente Finalizador 6.13- Interligação de dois blocos MAPs com um Módulo Finalizador paraconsistente. 6.4 - CONCLUSÕES O Módulo Analisador Paraconsistente (MAP) apresentado neste trabalho, procura expressar as fórmulas da Lógica Paraconsistente Anotada numa interpretação de sua semântica. Com isso as possibilidades de se projetar sistemas eletrônicos de diversas áreas, que permitam a convivência de sinais inconsistentes é muito grande. Este circuito pode ser indicado no tratamento de inconsistências, onde a lógica binária é ineficaz. Em sistemas especialistas da área de Inteligência Artificial é comum o aparecimento de inconsistências, daí a importância da pesquisa e implementação de circuitos que tratem estas inconsistências, resolvam os conflitos e apresentem como resultado um sinal confiável e conveniente. 82 Com circuito do Módulo Analisador Paraconsistente (MAP) apresentado neste trabalho, procurou-se apresentar um exemplo da utilização das portas lógicas primitivas paraconsistentes em sistemas digitais, resolvendo problemas de conflito de informações incapazes de serem resolvidos pela lógica binária. A interligação de vários Módulos Analisadores Paraconsistentes, permite que em certo trecho do sistema os sinais sejam tratados de modo paraconsistente, e depois de feita certo número de análises sejam considerados binários, porque receberam um grau de crença suficiente para serem considerados totalmente “verdadeiros” ou totalmente “falsos”. Tudo indica que uma maior pesquisa nesta área, tornando os circuitos lógicos paraconsistentes mais eficientes na sua parte construtiva, muitos sistemas eletrônicos passarão a utilizar a lógica paraconsistente, de modo natural, para aumentar as precisões em suas respostas. A implementação do Módulo Analisador Paraconsistente, mostra que é possível utilizar o suporte teórico das lógicas paraconsistentes para materializá-las físicamente, e que o conceito da contradição pode ser manipulado através de circuitos eletrônicos convenientemente projetados. 83 CAPÍTULO 7 - PROJETO E CONSTRUÇÃO DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 7.1 -INTRODUÇÃO Este capítulo apresenta os principais aspectos do projeto das portas lógicas mostrando as características construtivas e os layouts obtidos do detalhamento dos circuitos. Os layouts dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes dos Operadores n, Operador COMPLEMENTO, Conectivo AND e Conectivo OR paraconsistentes, foram elaborados utilizando-se o software Microeletrônics versão 5.1 da INSA (National Institute of Applied Sciences) Toulouse-França. Todos os layouts foram construídos em técnica full custom onde cada transistor é dimensionado manualmente, conseguindo-se com isso o melhor desempenho e menor área possível para o circuito. Com a aplicação deste técnica foi possível a elaboração das máscaras para a fabricação do circuito integrado em tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 84 7.2 - CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS. Todos os circuitos foram projetados com um único padrão construtivo, utilizando-se de uma fonte de alimentação simétrica e diferindo apenas no número de entradas. Todas as portas lógicas apresentam apenas 2 conexões de saída: uma saída para os sinais paraconsistentes e uma saída para o sinal T (inconsistente). O sinal da saída T será de amplitude +4V ( nível lógico “1” ) quando o resultado da saída dos sinais paraconsistentes for inconsistente. Para uma saída resultante não inconsistente o pino de saída T será de nível lógico “1/2” ( 0V ). O sinal de saída T foi projetado para ampliar a possibilidade destas portas lógicas interagir com circuitos externos. Deste modo, o sinal de saída T servirá como controle, ou ainda para sinalizar aos circuitos externos que existe um sinal de inconsistência resultante, na saída de uma porta lógica paraconsistente. +6V ENTRADAS Saída CIRCUITO T SAÍDA inconsistente -6V VSS Figura 7.1 - Padrão de construção das portas lógicas paraconsistentes. As portas lógicas dos Operadores unários e do Operador COMPLEMENTO são construídas conforme a figura 7.2. 85 +6V Saída CIRCUITO ENTRADAS T SAÍDA inconsistente VSS -6V Figura 7.2 - detalhe construtivo dos Operadores n e COMPLEMENTO. Para as portas lógicas paraconsistentes AND e OR a construção dos pinos das entrada e saídas fica do seguinte modo: +6 V ENTRADAS A Saída CIRCUITO B T Saída inconsistente VSS -6Vdc Figura 7.3 - Detalhe construtivo dos conectivos AND e OR paraconsistentes. Como foi visto no capítulo 5 todos os circuitos foram implementados com transistores CMOS. Em [39] são apresentadas as características e relações de voltagens para as três regiões de operação destes transitores. Estas considerações nos permitem a utilização das equações na região de saturação do transistor MOS. A equação da corrente é: IDF = β n (VPF - VTN)2 2 86 Onde: IDF = Corrente dreno-fonte β n = Fator de ganho VPF = tensão entre fonte e porta VTN = tensão de limiar Sendo que, o fator de ganho é obtido pela fórmula : β n = µ n ε 0x X 0x W L onde os valores dependentes do processo são : µ n = mobilidade dos elétrons ε 0x = Permissividade do óxido X 0x = Espessura do óxido e da porta E os valores dependentes da geometria do transistor são : W = Largura do canal L = comprimento do canal As dimensões dos transitores utilizados nos circuitos das portas lógicas paraconsistentes foram calculados conforme os métodos apresentados em [23] e [32]. No espelho de corrente, por exemplo considera-se que as tensões fonte/porta de dois transistores MOS são iguais, sendo assim, as correntes serão proporcionais à relação entre as medidas da distâncias das largura e comprimento do canal dos transistores ( relação W/L ) [41]. Considerando-se uma corrente drenada de 500 µ A suficiente para drenar os circuitos ligados à saída dos detetores de tensão, todos os transistores foram calculados numa 87 primeira aproximação. Com estes valores foram feitas adaptações e modificações na relação W/L dos transistores, sempre obedecendo as regras do processo ES2 - 1.2 µ m. Através dos resultados obtidos pelas simulações conseguiu-se alcançar o máximo desempenho das portas lógicas na freqüência considerada de 50 Mhz. Nas simulações, o correto funcionamento dos circuitos, foram obtidos a partir das variações da largura (W) e comprimento ( L ) do canal dos transistores, sempre obedecendo os limites impostos pelas regras do processo 1.2 µ m. Os resistores que são apresentados nos diagramas foram substituídos por transistores MOS convenientemente polarizados, para facilitar a construção dos circuitos integrados. Um exemplo é mostrado na figura 7.4 . A A MOS tipo N MOS tipo p R B B Figura 7.4 - Resistor substituído por 2 transistores MOS. 7.3 - DIAGRAMAS DOS CIRCUITOS DEFINITIVOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES. As próximas figuras apresentam os circuitos dos Operadores n com todos os detalhes construtivos e adaptações feitas para a feitura das máscaras. Ao lado de cada transistor MOS estão indicados os valores da relação W/L com λ =0,6 µ m. 88 O circuito do Operador unário i, sensível ao nível de tensão -4 V (sinal lógico “0”), é mostrado na figura 7.5. +6V +6V M110 2/46 M10A 2/25 MRV3 5/20 MRV25 27/10 DETETOR DE TENSÃO SAÍDA MRV4 26/7 ENTRADA MRV 3 10/20 M11 2/25 MRV4 2/7 -6V -6V Figura 7.5 - Diagrama definitivo do Operador i. O circuito do Operador unário j, sensível ao nível de tensão -2V (sinal lógico “1/4”), é mostrado na figura 7.6. +6V M10A 2/25 MRV4 7/5 M21 2/5 MRV3 40/5 DETETOR DE TENSÃO 1 MRV4 26/7 M110 2/20 MRV25 27/10 M10 2/5 ENTRADA M10A 5/20 +6V SAÍDA M17 2/5 DETETOR DE TENSÃO 2 M18 2/5 -6V MRV 3 10/20 MRV4 2/7 -6V Figura 7.6 - Diagrama definitivo do Operador j. O circuito do Operador unário k, sensível ao nível de tensão 0 V (sinal lógico “1/2”), é mostrado na figura 7.7. 89 +6V +6V M10A 2/25 MRV4 2/5 M21 2/5 MRV3 35/5 DETETOR DE TENSÃO 1 M110 2/20 MRV25 27/10 M10 2/5 ENTRADA M10A 35/5 M17 2/5 DETETOR DE TENSÃO 2 MRV4 2/30 SAÍDA MRV 3 10/20 M18 2/5 MRV4 2/7 -6V -6V Figura 7.7 - Diagrama definitivo do Operador k. O circuito do Operador unário L sensível ao nível de tensão +2V (sinal lógico “3/4” ), é mostrado na figura 7.8. +6V M10A 30/5 MRV4 2/25 +6V M10A 2/25 MRV4 2/5 M21 2/7 DETETOR DE TENSÃO 1 M110 2/20 MRV25 27/10 M10 2/7 ENTRADA M10A 4/20 MRV4 27/10 SAÍDA M17 2/7 DETETOR DE TENSÃO 2 M18 2/7 -6V MRV 3 10/20 MRV4 2/7 -6V Figura 7.8 - Diagrama definitivo do Operador L. O circuito do Operador unário m sensível ao nível de tensão +4V ( sinal lógico “1” ), é mostrado na figura 7.9. 90 +6V M10A 2/25 MRV4 2/5 M10A 10/7 M21 2/7 DETETOR DE TENSÃO 1 MRV4 35/20 +6V M110 2/20 MRV25 27/10 M10 2/7 ENTRADA M10A 41/5 M17 2/7 DETETOR DE TENSÃO 2 MRV4 2/35 SAÍDA MRV 3 10/20 M18 2/7 MRV4 2/7 -6V -6V Figura 7.9 - Diagrama definitivo do Operador m. O circuito do Operador unário T, sensível ao nível de tensão +5V (sinal lógico “T”), é mostrado na figura 7.10. +6V +6V M110 2/46 MRV3 5/15 M10A 2/25 MRV25 27/10 DETETOR DE TENSÃO 3 SAÍDA MRV4 26/10 ENTRADA M11 2/25 MRV 3 10/20 MRV4 2/7 -6V -6V Figura 7.10 - Diagrama definitivo do Operador T. A figura 7.11 apresenta o circuito do Operador COMPLEMENTO com todos os detalhes construtivos e adaptações feitas para a feitura das máscaras. Ao lado de cada transistor MOS estão indicados os valores da relação W/L com λ =0,6 µ m. 91 +6V +6V ES5 MRV1 35/9 12 DETETOR DE TENSÃO 1 MRV 2 35/7 MR8 5/6 M78 2/20 M76 2/25 M17 9 3/13 MR10 9/14 80 ENTRAD MRV 3 5/20 MR9 5/6 DETETOR DE TENSÃO 2 MRV4 35/9 M178 2/42 MR11 9/14 M77 2/25 M79 2/46 M200 2/40 ES9 ES6 M81 2/5 -6V -6V +6V MRVV1 2/46 M110 2/46 MRVV3 2/46 MRVv2 46/13 M100 2/46 DETETOR DE TENSÃO 3 12 SAÍDA 80 T ES9 MR211 9/14 MR210 9/14 -6V Figura 7.11 - Diagrama definitivo do Operador COMPLEMENTO. 92 Saída inconsistente O diagrama definitivo do circuito detetor de tensão é mostrado na figura 7.12. A relação W/L está indicada ao lado de cada transistores com valores de λ =0,6 µ m. +6V +6V MP5 2/13 MP2 2/13 MP1 2/13 ES MN4 13/7 MP2 2/13 E1 M58 2/13 E2 NM1 2/7 NM3 7/13 NM2 2/7 -6V -6V Figura 7.12 - Diagrama definitivo do circuito detector de tensão. As próximas figuras apresentam os diagramas dos circuitos definitivos das portas lógicas AND e OR paraconsistente adaptados para um processo ES2 de 1,2 µ m. Assim como foi feito para os diagramas anteriores, ao lado de cada transistor MOS está indicada a relação W/L para valores de λ =0,6 µ m. Estes valores que estão indicados nos diagramas são aqueles utilizados para a implementação dos layouts das portas lógicas. 93 +6V +6V MRV 1 35/9 DETETOR ES1 DE TENSÃO 1 DETETOR DE TENSÃO 2 MRV 2 35/7 Entrada A MR22 2/6 MR21 2/6 MR1 1 2/6 M9 2/20 ES1 ES M10 2/20 ES2 101 M1 2/1 MR5a 14/5 M3 2/35 13 12 Entrada B 1 MR5B 14/5 M4 2/35 M2 2/35 1 2 2 MR4 2/6 MRV 3 5/20 DETETOR DE TENSÃO 3 MRV4 35/9 DETETOR DE TENSÃO 4 -6V M7 2/6 ES4 MR3 3/6 ES3 -6V Mrvv5 2/46 Mrv5 2/46 M80 2/35 DETETOR DE TENSÃO 5 ES5 M12 2/6 ES3 ES4 +6V 101 M11 2/6 91 M8 2/17 DETETOR DE TENSÃO 7 E1 DETETOR DE TENSÃO 8 Mrv6 46/13 M180 2/46 M180 2/46 M581 7/6 13 Operador COMPLEMENTO Para ±2 V 12 1 M582 3/20 80 M583 2/46 2 DETETOR DE TENSÃO 6 91 SAíDA ES6 M584 2/46 M81 4/10 Saída inconsistente M586 9/14 M585 9/14 -6V Figura 7.13 - Diagrama definitivo da porta lógica AND paraconsistente. 94 T A figura 7.14 apresenta o circuito do Operador COMPLEMENTO que é sensível aos sinais lógicos de “1/4” (-2V ), “1/2” ( 0V ) e “3/4” (+2V). Este diagrama é parte do circuito da porta lógica AND paraconsistente (figura 7.13 ). +6V +6V MR8 8/6 M78 2/12 MR8 A 8/6 ES5 M76 2/30 ENTRAD MR10b 10/13 M78a 2/12 80 12 MR10 a 10/13 M77 2/35 ES6 M79a 2/30 MR9a 8/6 M79 2/35 MR9 8/6 -6V -6V Figura 7.14 - Diagrama definitivo Operador COMPLEMENTO para ± 2V. Parte do diagrama da porta AND paraconsistente. 95 +6V +6V MRV 1 35/9 DETECOR ES1 DE TENSÃO 1 DETETOR DE TENSÃO 1 MRV 2 35/7 Entrada A MR21 2/6 MR1 1 2/6 MR22 2/6 M9 2/20 ES1 ES M10 2/20 ES2 101 M1 2/1 MR5a 14/5 M3 2/35 13 12 Entrada B 1 M4 2/35 M2 2/35 1 MR5B 14/5 2 MR4 2/6 MRV 3 5/20 DETETOR DE TENSÃO 3 MRV4 35/9 DETETOR DE TENSÃO 4 -6V ES3 M8 2/17 MR3 3/6 ES3 ES4 M7 2/6 -6V Mrvv5 2/46 M80 2/35 DETETOR DE TENSÃO 5 ES5 13 Operador COMPLEMENTO Para ±2 V 1 91 M11 2/6 Mrv5 2/46 12 M12 2/6 ES4 +6V 101 2 Mrv6 46/13 DETETOR DE TENSÃO 7 E1 DETETOR DE TENSÃO 8 M180 2/46 M180 2/46 M581 7/6 M582 3/20 SAíDA 80 M584 2/46 2 DETETOR DE TENSÃO 6 91 M81 4/10 ES6 T M583 2/46 Saída inconsistente M586 9/14 M585 9/14 -6V Figura 7.15 - Diagrama definitivo da porta lógica OR paraconsistente. 96 A figura 7.16 mostra o circuito do Operador COMPLEMENTO projetado para funcionar com sinais lógicos de “1/4” (-2V), “1/2” ( 0V) e “3/4” (+2V). Este circuito é parte integrante do diagrama da porta lógica OR paraconsistente mostrado na figura anterior (figura 7.15 ). +6V +6V MRB1 7/20 M78 2/35 MRB2 7/20 M76 2/35 ENTRAD MR10A 5/19 80 12 M77 2/35 MR10 B 5/19 MR92 7/20 M79 2/35 MR91 7/20 -6V -6V Figura 7.16 - Diagrama definitivo do Operador COMPLEMENTO para ± 2V. Parte do diagrama da porta OR paraconsistente. 97 7.4 - LAYOUTS DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTE Os layouts obtidos a partir dos diagramas dos circuitos mostrados na seção anterior são apresentados agora com detalhes. 7.4.1- CIRCUITO DETETOR DE NÍVEL DE TENSÃO A figura 7.17 apresenta o layout do circuito detetor de nível de tensão. Figura 7.17 - Layout do circuito Detetor de Nível de tensão tecnologia ES2 - 1.2 µ m. O primeiro layout apresentado é o do circuito Detetor de nível de tensão, porque este circuito é utilizado na maioria das portas lógicas. Verifica-se que alguns dos transistores MOS tipo P foram instalados lado a lado, aproveitando-se o mesmo poço N, obtendo-se assim uma menor área de silício utilizada na implementação. A área total deste circuito é de (64,2 X 55,2) µ m2. 98 Verifica-se nas máscaras da figura 7.17 uma pequena utilização de polisilício nas interligações entre transistores, objetivando uma diminuição nos efeitos resistivos e capacitivos que este material produz. 7.4.2- CIRCUITOS DOS OPERADORES UNÁRIOS ( Operador n ) Os layouts dos circuitos dos Operadores Unários são apresentados nas próximas figuras. Ao lado de cada figura está indicada a área de silício utilizada na feitura das máscaras. O layout de cada Operador é apresentado por três figuras, o que permite uma melhor visualização do detalhamento do circuito. Todos os operadores foram agrupados em um único circuito integrado (chip), cada um com entrada e saídas individuais. A implementação foi feita deste modo para um melhor aproveitamento de área de silício. A última figura (fig. 7.31), apresenta todos os Operadores Unários instalados em um único circuito integrado (chip), juntamente com os pads de interligação. Figura 7.18 - Layout do circuito do Operador i - tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 99 Figura 7.19 -Detalhamento do Layout - circuito do Operador i - tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.20- Layout do circuito do Operador j -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 100 Figura 7.21- Detalhamento doLayout - circuito do Operador j -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.22- Layout do circuito do Operador k -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 101 Figura 7.23- Detalhamento do Layout - circuito do Operador k - tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.24 - Layout do circuito do Operador L -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 102 Figura 7.25 -Detalhamento do Layout - circuito do Operador L -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.26 - Layout do circuito do Operador m -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 103 Figura 7.27 -Detalhamento do Layout -circuito do Operador m -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.28 - Layout do circuito do Operador T -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 104 Figura 7.29 -Detalhamento do Layout - circuito do Operador T -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. As próximas figuras apresentam todos os Operadores Unários implementados em um único circuito integrado. Todos os circuitos são alimentados com uma única fonte de tensão contínua simétrica de amplitude ± 6Volts. Os pads utilizados nas máscaras são da bibliotéca do software, e suas dimensões são padronizadas de (100X100) µ m2. As dimensões da área de silício utilizada do circuito integrado completo com todos os circuitos dos Operadores incluídos é de (1250,4 X 1351,8) µ m2. O layout do circuito completo é mostrado na figura 7.31. 105 Figura 7.30 - Layout do circuito dos Operadores Unários -tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.31 - Layout completo do circuito dos Operadores Unários com os pads de ligação. 106 7.4.3- CIRCUITO DO OPERADOR COMPLEMENTO. O Layout do Operador COMPLEMENTO é apresentado nas figuras 7.32, 7.33 e 7.34. O circuito completo com os pads para ligações externas ocupa uma área de silício de (837,6 X863,4) µ m2. Figura 7.32 - Layout do circuito Operador COMPLEMENTO - tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 107 Figura 7.33 -Detalhe do Layout - circuito Operador COMPLEMENTO tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.34 - Layout completo com os pads de entrada/saída do circuito Operador COMPLEMENTO tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 108 7.4.4- CIRCUITO DA PORTA LÓGICA AND PARACONSISTENTE . O layout da porta AND paraconsistente é apresentado nas figuras 7.35, 7.36 e 7.37. A figura 7.36 apresenta um detalhe dos transitores de saída do circuito da porta. Todos os resistores implementados no circuito foram substituídos por transistores CMOS. Este é um dos motivos da grande quantidade de transistores utilizados para a construção da porta, no entanto com este procedimento se obtém, entre outras vantagens, uma menor área de silício utilizada. A figura 7.37 mostra todo o circuito ligados aos pads das entradas e saídas do circuito integrado. Como foi feito nos circuitos anteriores, foram utilizados pads da biblióteca do software com as dimensões padronizadas de (100 X 100) µ m2. A área total de silício utilizada no circuito integrado completo da figura 7.37 é de (1255,6 X 1117,4 ) µ m2. Figura 7.35 - Layout do circuito da porta AND paraconsistente- tecnologia ES2 1.2 µ m. 109 Figura 7.36 -Detalhe do Layout do circuito da porta AND paraconsistente- Transistores de saída tecnologia- ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.37 - Layout completo com os pads de entrada/saída do circuito da porta AND paraconsistente- tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 110 7.4.5- CIRCUITO DA PORTA LÓGICA OR PARACONSISTENTE . O layout do circuito da porta OR paraconsistente é apresentado nas figuras 7.38, 7.39 e 7.40. A figura 7.40 apresenta um detalhe dos transitores de saída do circuito da porta. Assim como foi feito para os circuitos anteriores, todos os resistores do circuito foram substituídos por transistores CMOS para facilitar a construção da porta. A figura 7.40 mostra o circuito completo ligado aos pads das entradas e saídas do circuito integrado. Aqui também foram utilizados pads da biblióteca do software com as dimensões padronizadas (100 X100) µ m2. A área total de silício utilizada no circuito integrado completo da figura 7.40 é de (1055,4 X 1052,4 ) µ m2. Figura 7.38 - Layout do circuito da porta OR paraconsistente- tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 111 Figura 7.39 -Detalhe do Layout - circuito da porta OR paraconsistente- transistores de saída - tecnologia ES2 - 1.2 µ m. Figura 7.40 - Layout completo com os pads de entrada/saída do circuito da porta OR paraconsistente tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 112 CAPÍTULO 8 - RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES DOS CIRCUITOS DAS PORTAS LÓGICAS PARACONSISTENTES 8.1 -INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos através das simulações dos circuitos das portas lógicas paraconsistentes projetadas no capítulo 7. Na parte final deste capítulo são descritas algumas conclusões relacionadas ao trabalho que aqui foi desenvolvido, bem como, sugestões para continuidade de pesquisas neste campo. Os circuitos das portas lógicas paraconsistentes, foram simulados utilizando-se o software AIM-SPICE versão 1.5a, para um funcionamento em uma freqüência típica de 50Mhz e tecnologia ES2 - 1.2 µ m. 113 8.2 - RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES. 8.2.1 - OPERADORES UNÁRIOS N. 8.2.1.1- OPERADOR i Os resultados das simulações e os gráficos obtidos são apresentados nas próximas figuras: Figura 8.1 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador i. Entradas de -4V e de +5V. 114 Figura 8.2 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador i. Entradas de -2V e de +4V. Figura 8.3 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador i. Entradas de 0V e de +2V. 115 8.2.1.2- OPERADOR j Figura 8.4 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador j. Entradas de -4V e de +5V. Figura 8.5 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador j. Entradas de -2V e de +4V. 116 Figura 8.6 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador j. Entradas de 0V e de +2V. 8.2.1.3- OPERADOR k Figura 8.7 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador k. Entradas de -4V e de +5V. 117 Figura 8.8 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador k. Entradas de -2V e de +4V. Figura 8.9 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador k. Entradas de 0V e de +2V. 118 8.2.1.4- OPERADOR L Figura 8.10 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador L. Entradas de -4V e de +5V. Figura 8.11 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador L. Entradas de -2V e de +4V. 119 Figura 8.12 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador L. Entradas de 0V e de +2V. 8.2.1.4- OPERADOR m Figura 8.13 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador m. Entradas de -4V e de +5V. 120 Figura 8.14 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador m. Entradas de -2V e de +4V. Figura 8.15 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador m. Entradas de 0V e de +2V. 121 8.2.1.5- OPERADOR T Figura 8.16 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador T. Entradas de -4V e de +5V. Figura 8.17 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador T. Entradas de -2V e de +4V. 122 Figura 8.18 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador T. Entradas de 0V e de +2V. Verifica-se pelos gráficos dos resultados das simulações nas figuras anteriores, que cada Operador apresenta o sinal lógico “1” de valor de tensão +4v para uma única entrada. Qualquer outra entrada, sem ser aquela particular ao tipo de Operador unário correspondente, a saída é de valor lógico “0” que equivale a uma amplitude de tensão de -4v. Pelas análises dos resultados das simulações aqui apresentados, conclui-se que os valores obtidos confirmam a teoria exposta no capítulo 5 123 8.2.2 - OPERADOR COMPLEMENTO. Figura 8.19 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador COMPLEMENTO. Figura 8.20 - Formas de ondas dos sinais de entrada/saída do Operador COMPLEMENTO. 124 8.2.3 - PORTA LÓGICA AND PARACONSISTENTE. Figura 8.23- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta AND Paraconsistente. Entradas: A= +4V e -2V, B= 0V e +2V. 125 Figura 8.24- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta AND Paraconsistente. Entradas: A= 0V e +4V, B= +2V e -4 V. 126 Figura 8.25- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta AND Paraconsistente. Entradas: A= 0V e +5V, B= +5V. 127 Figura 8.26- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta AND Paraconsistente. Entradas: A= +2V e +4V, B= -4V e +4V. Figura 8.27- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta AND Paraconsistente. Entradas: A= -2V e +4V, B= -4V e +2V. 128 8.2.4 - PORTA LÓGICA OR PARACONSISTENTE . Figura 8.28- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta OR Paraconsistente. Entradas: A= -2V e +4V, B= +2 V, +4 V e 0V. 129 Figura 8.29- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta OR Paraconsistente. Entradas: A= -4V e +4V, B= +2V e -2V. 130 Figura 8.30- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta OR Paraconsistente. Entradas: A= -4V e +5V, B= -2V. 131 Figura 8.31- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta OR Paraconsistente. Entradas: A= -4V e +2V, B= -2V e +4 V. Figura 8.32- Formas de ondas dos sinais das entradas/saídas da porta OR Paraconsistente. Entradas: A= 0V e +2V, B= +4V e -4 V. 132 Os gráficos das figuras anteriores que apresentam os resultados das simulações do Operador COMPLEMENTO e das Portas lógicas paraconsistentes AND e OR, mostram resultados considerados satisfatórios. Uma análise entre os sinais de entrada e saída nos tempos correspondentes confirmam os valores esperados teoricamente, conforme o exposto no capítulo 5. Os gráficos das figuras 8.26 e 8.27 da Porta lógica AND paraconsistente, mostram com muita clareza que o sinal de saída é sempre o menor entre os que estão aplicados nas entradas. Estes resultados confirmam os valores da tabela-verdade apresentada no capítulo 4. Fazendo-se uma análise nos gráficos das figuras 8.31 e 8.32 que são os resultados das simulações feitas na Porta lógica OR paraconsistente, verifica-se que, neste caso, o sinal de saída é sempre o maior entre os que estão aplicados nas entradas. Os resultados apresentados confirmam os valores da tabela-verdade apresentada no capítulo 4. 133 8.3 - CONCLUSÕES. Com o estudo das Lógicas Paraconsistentes objetivando a implementação de circuitos que expressem suas fórmulas, numa interpretação de sua semântica, abrem-se grandes possibilidades no futuro da utilização de sistemas eletrônicos de diversas áreas que permitam a convivência de sinais inconsistentes . O importante é que, no aparecimento destes sinais inconsistentes, os circuitos não acionem dispositivos de proteção ou simplesmente abortem o processo, mas tratem estas inconsistências, resolvam os conflitos e apresentem como resultado um sinal confiável e conveniente. Neste trabalho são implementadas as portas lógicas primitivas; portanto, a partir delas espera-se que novas pesquisas direcionadas a aplicações destas portas sejam iniciadas. Estes novos trabalhos possibilitarão o surgimento de circuitos mais precisos e de maior complexidade. Com a elaboração do Módulo Analisador Paraconsistente ( MAP ), apresentado no capítulo 7 como exemplo de aplicação, se comprova de uma maneira simples e eficiente uma utilização prática das portas primitivas que foram implementadas. Demonstra também que é possível utilizar o suporte teórico das lógicas paraconsistentes para materializá-las fisicamente, e que o conceito de contradição pode ser manipulado através de circuitos eletrônicos convenientemente projetados. Um fato conclusivo relevante apresentado neste trabalho é a demonstração da total compatibilidade da Lógica Paraconsistente com a lógica convencional binária, o que é um fator altamente positivo para adequação destes circuitos aos sistemas eletrônicos digitais que estão atualmente em uso . Verifica-se que, utilizando-se as portas lógicas baseadas na Lógica Paraconsistente Anotada, pode-se em certo trecho do sistema tratar os sinais de modo paraconsistente, e o resultado da manipulação de suas valorações ser armazenado em circuitos de memórias. A partir deste trecho do circuito os sinais das proposições podem ser tratados de forma 134 convencional, e quando for conveniente recupera-se as valorações armazenadas para análises posteriores. É certo que com o incremento nas pesquisas objetivando tornar as portas lógicas mais eficientes em relação à ruídos, respostas à freqüência, potência dissipada , área útil, etc.., muitos sistemas eletrônicos passarão a utilizar a lógica paraconsistente, de modo natural. Espera-se que com a aplicação destes circuitos ocorra um grande aumento no grau de confiabilidade e precisão em respostas de sistemas lógicos digitais na área de Inteligência Artificial e Robótica . Este trabalho, sendo uns dos primeiros na aplicação das Lógicas Paraconsistentes em Hardware, abre novas vias de pesquisas em Engenharia de circuitos eletrônicos digitais e suas aplicações, porque a investigação de situações contraditórias é de indiscutível importância em Inteligência Artificial, Ciência de Computação e Robótica em geral. 135 8.4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [ 1 ] Abe, J. M. “Fundamentos da Lógica Anotada” Tese de Doutoramento, FFLCH/USP - São Paulo, 1992. [ 2 ] Abe, J. 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