pontifícia universidade católica do paraná escola

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - TELECOMUNICAÇÕES
CRISTIAN WILLIAM ZOTTO DAL’NEGRO
LUCAS TOLEDO DE ALMEIDA
MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA – SMART GRID
CURITIBA
2013
CRISTIAN WILLIAM ZOTTO DAL’NEGRO
LUCAS TOLEDO DE ALMEIDA
MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA – SMART GRID
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Engenharia Elétrica – Telecomunicações
da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, como requisito parcial à obtenção
do título de Engenheiro Eletricista.
Orientador: Prof. Vilson Rodrigo Mognon
CURITIBA
2013
Página reservada para ficha catalográfica que deve ser confeccionada após
apresentação e alterações sugeridas pela banca examinadora.
Deve ser impressa no verso da folha de rosto.
A Biblioteca da PUCPR oferece o serviço gratuitamente.
Para solicitar, necessário enviar o trabalho para o email
[email protected]
Em até 48h a ficha será encaminhada para o email do solicitante.
CRISTIAN WILLIAM ZOTTO DAL’NEGRO
LUCAS TOLEDO DE ALMEIDA
MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA – SMART GRID
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Engenharia Elétrica - Telecomunicações
da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, como requisito parcial à obtenção
do título de Engenheiro Eletricista.
COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________________
Prof. Dr. James Alexandre Baraniuk
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
_____________________________________
Prof. Dr. Marcelo Eduardo Pellenz
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
_____________________________________
Prof. Mr. Vilson Rodrigo Mognon
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Curitiba, 22 de Novembro de 2013.
Dedicamos primeiramente a Deus, aos
nossos familiares, amigos e
a todas as pessoas que nos ajudaram na
elaboração deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Queremos agradecer primeiramente a Deus que nos deu o dom da vida e por
sua fidelidade, nos dando saúde, sabedoria e ânimo ao longo desta jornada
chamada de vida, também pela oportunidade de desenvolvermos este trabalho de
conclusão de curso da melhor maneira possível.
Também, agradecemos ao nosso orientador, professor Vilson Rodrigo
Mognon que nos ajudou e nos mostrou o caminho nos momentos em que mais
precisávamos, transcendendo a linha de apenas um orientador, mais sim de um
professor comprometido com o projeto que tanto seus alunos desejam realizar.
Agradecemos ao professor James Alexandre Baraniuk pelos efetivos retornos
e conselhos ao longo deste ano que sem dúvida foram fundamentais no
desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso.
Em especial, agradecemos a todos os professores que ao longo desta
graduação, disponibilizaram o máximo de sabedoria e conhecimento, com o objetivo
de mostrar sua visão e compreensão da vida.
Aos nossos colegas de classe, que ajudaram diretamente ou indiretamente
neste projeto.
Lucas Almeida agradece:
A minha esposa Eliane B. G. Toledo de Almeida, que foi minha amiga,
companheira, incentivadora, paciente, carinhosa e que me apoiou nos momentos de
maior dificuldade ao longo desta graduação.
A minha família, por sempre estarem me incentivando durante toda a
graduação.
Cristian Willian agradece:
A minha família, pelo exemplo de vida que me deram. Por sempre estarem
presentes e me apoiando nos mementos difíceis, seus conselhos e sabedorias.
Porque sem vocês este momento não seria possível.
A minha noiva Viviane Woiciechowski por ter me dado à honra de desfrutar a
vida ao seu lado, pelo grande amor demonstrado a mim, pelas suas palavras de
ânimo e apoio incondicional para este momento em minha vida.
"Na vida, não temos a chance de fazer
muitas coisas, porém as poucas devem
ser feitas com excelência."
(Jobs, 2005)
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso vem a descrever o projeto de “Medição
de Energia Elétrica” para usuários de baixa tensão (residencial) utilizando alguns
conceitos de Smart Grid. Através de um circuito eletrônico, será coletado o consumo
equivalente de uma determinada residência, bem como será possível através deste
medidor realizar o corte ou religamento da rede elétrica. Além disso, será proposto
um firmware capaz de gerenciar as nossas tarifações a serem implementadas no
Brasil em 2014 com o intuito de estimular o consumo da energia elétrica em horários
de baixa demanda a fim de diminuir a sobrecarga que a rede elétrica apresenta nos
horários de pico (entre 18 e 21 horas). O Medidor de Energia (Smart Grid) proposto
conta com de sensores de corrente e tensão, circuito integrado de medição,
memória para armazenamento das informações, porta ótica para comunicação
externa, RTC, contator para o corte e religamento, saída serial USB e display para
disponibilização das informações ao consumidor.
Palavras-chave: Medição, Smart Grid, energia elétrica, consumo de energia.
ABSTRACT
This paper describes about project "electricity metering" for low voltage users
(residential) developed with some concepts of Smart Grid. Using this electronic
circuit, will be possible collect consumption, and also turn on and off the residence
supply. With this system, also will be able managing electric tax, control mains
overflow according rush time (between 18 and 21 hours) and stimulate the
consumption out these times
The Power Meter (Smart Grid) proposed consists of current and voltage
sensors,
integrated
circuit
measurement,
data
memory,
external
optical
communication, RTC, switch on/off, USB serial output and human interface.
Keywords: measurement, Smart Grid, electric power, energy consumption.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1
– Diagrama em blocos genérico de um medidor eletrônico ................... 25
Figura 2
– Diagramade blocos do medidor de energia elétrica proposto ............. 30
Figura 3
– Esquemático da Fonte de Alimentação .............................................. 32
Figura 4
– Sinal da fonte de alimentação com capacitor eletrolítico .................... 32
Figura 5
– Layout da Fonte de Alimentação desenvolvida no inicio do projeto ... 33
Figura 6
– Protótipo da Fonte de alimentação implementada.............................. 34
Figura 7
– Dimensionamento ADE7753............................................................... 35
Figura 8
– Diagrama eletrônico do ADE7753 ...................................................... 36
Figura 9
– Entrada Canal 1 do ADE7753............................................................. 38
Figura 10
– Entradacanal 2 do ADE7753 .............................................................. 39
Figura 11
– Foto-acoplador PC817........................................................................ 40
Figura 12
– Pontos de sincronismo ZX .................................................................. 41
Figura 13
– Ilustraçãocruzamento de zero............................................................. 41
Figura 14
– Transformador de Corrente ................................................................ 42
Figura 15
– Fórmulas para o cálculo da carga RL do TC ...................................... 43
Figura 16
– Cálculos para a determinação da carga RL do TC ............................. 43
Figura 17
– Definição da tensão do TC e ganho do sinal ...................................... 44
Figura 18
– Esquemático do sensor de corrente ................................................... 44
Figura 19
– Fórmulas para o cálculo do divisor resistivo ....................................... 45
Figura 20
– Esquemático do sensor de tensão...................................................... 45
Figura 21
– Dimensões do ATmega16 .................................................................. 47
Figura 22
– Contator bi-estável .............................................................................. 50
Figura 23
– Circuito para acionamento do contator via microcontrolador .............. 51
Figura 24
– Diagrama do posicionamento do medidor na rede elétrica................. 52
Figura 25
– Módulo contator/transformador desenvolvido ..................................... 53
Figura 26
– Detalhamento das partes do módulo contator e sensor de corrente .. 54
Figura 27
– Layout geral da PCB desenvolvida para o projeto .............................. 55
Figura 28
– Circuito Fonte de Alimentação na PCB .............................................. 56
Figura 29
– Circuito Aquisição de Amostragem de Tensão e Corrente na PCB .... 57
Figura 30
– Circuito de Medição na PCB ............................................................... 58
Figura 31
– Circuito de Comunicação Serial na PCB ............................................ 59
Figura 32
– Circuito do Display LCD na PCB ........................................................ 60
Figura 33
– Circuito dos Led’s de energia Ativa, Reativa e Power na PCB .......... 61
Figura 34
– Circuito do Microcontrolador na PCB .................................................. 62
Figura 35
– Circuito de Memória e RTC na PCB ................................................... 63
Figura 36
– Circuito Contator na PCB.................................................................... 64
Figura 37
– Circuito de Acionamento Externo na PCB .......................................... 65
Figura 38
– Circuito da Porta Ótica na PCB .......................................................... 66
Figura 39
– Interface Serial ADE7753 ................................................................... 68
Figura 40
– Registrador de tensão RMS................................................................ 69
Figura 41
– Exemplo de comunicação com ADE7753 ........................................... 70
Figura 42
– Programa Hercules ............................................................................. 71
Figura 43
– Exemplo de barramento I2C ............................................................... 73
Figura 44
– Modo de comunicação com RTC ........................................................ 74
Figura 45
– Exemplo de comunicação com RTC ................................................... 74
Figura 46
– Modo de comunicação com RTC ........................................................ 75
Figura 47
– Exemplo de comunicação com EPPROM........................................... 75
Figura 48
– Firmware do projeto ............................................................................ 76
Figura 49
– Fluxograma inicializações ................................................................... 77
Figura 50
– Fluxograma Anti-fraude ...................................................................... 78
Figura 51
– Fluxograma Verifica Hora ................................................................... 79
Figura 52
– Fluxograma Calculo energia acumulada............................................. 80
Figura 53
– Fluxograma Verifica troca de horário .................................................. 81
Figura 54
– Fluxograma de tensão e corrente ....................................................... 82
Figura 55
– Fluxogama consumo de bandeiras ..................................................... 83
Figura 56
– Calculo do periodo de interrupção ...................................................... 84
Figura 57
– Diagrama de ligação para realização do ajuste do medidor ............... 88
Figura 58
– Equação para a determnação do erro percentual do medidor ............ 90
Figura 59
– Cronograma primeiro semestre de 2013 ............................................ 94
Figura 60
– Cronograma segundo semestre de 2013............................................ 95
Figura 61
– Esquema elétrico do circuito da Fonte de Alimentação .................... 103
Figura 62
– Esquema elétrico do circuito de Medição ......................................... 105
Figura 63
– Esquema elétrico do circuito de Processamento .............................. 107
Figura 64
– Esquema elétrico do circuito de RTC e Memória.............................. 109
Figura 65
– Esquema elétrico do circuito de Comunicação Serial ....................... 111
Figura 66
– Esquema elétrico dos circuitos Diversos .......................................... 113
Figura 67
– Layout da PCB final desenvolvida com a vista superior (Top) .......... 116
Figura 68
– Layout da PCB final desenvolvida com a vista inferior (Bottom)....... 117
Figura 69
– Foto do medidor desenvolvido com a vista superior ......................... 118
Figura 70
– Foto do medidor desenvolvido com a vista lateral ............................ 119
Figura 71
– Foto do medidor desenvolvido com a vista dos bornes .................... 120
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Especificações técnicas do transformador de corrente ........................... 43
Tabela 2 – Informações básicas do módulo de medição e corte/religa ..................... 54
Tabela 3 – Descrição das partes que compõem o sistema de ajuste do medidor..... 89
Tabela 4 – Lista de componentes do circuito da Fonte de Alimentação ................. 104
Tabela 5 – Lista de componentes do circuito de Medição....................................... 106
Tabela 6 – Lista de componentes do circuito de Processamento ........................... 108
Tabela 7 – Lista de componentes do circuito de RTC e Memória ........................... 110
Tabela 8 – Lista de componentes do circuito de Comunicação Serial .................... 112
Tabela 9 – Lista de componentes do circuito de Corte e Religamento ................... 114
Tabela 10 – Lista de componentes do circuito de Porta Ótica ................................ 114
Tabela 11 – Lista de componentes do circuito Display LCD ................................... 114
Tabela 12 – Lista de componentes do circuito de Acionamento ............................. 115
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
USART
Transmissor/receptor serial e assíncrono
RF
Rádio frequência
SPI
Interface serial entre periféricos de comunicação síncrona Serial
Port Interface
MESTRE
Periférico que gerência as ações para a comunicação síncrona
ESCRAVO
Periférico que responde ao mestre na comunicação síncrona
MISO
Master In Slave Out
MOSI
Master Out Slave In
CS
Habilita a comunicação entre mestre e escravo (chip select)
ABNT
Associação brasileira de normas técnicas
ANEEL
Agência nacional de energia elétrica
SI
Sistema Internacional de Medidas
ISO
International Standards Organization
TC
Transformador de corrente
TP
Transformador de potencial
SHUNT
Resistor específico utilizado para medição proporcional de corrente
RTC
Relógio de tempo real (real time clock)
RX
Entrada de recepção de sinal
TX
Saída de transmissão do sinal
ADC
Conversor analógico digital
SNR
Relação sinal ruído
FP
Fator de Potência
LCD
Liquid Crystal Display
LED
Light Emission by Diode
ADE7753
Circuito integrado de medição de energia elétrica
IC
Integrated Circuit
VREF
Tensão de referência de 2,5V para o ADE7753
EEPROM
Memoria não volátil para armazenamento de dados
PCB
Placa de circuito Impresso (Printed Circuit Board)
BOM
Lista de Materiais (Bill of materials)
PGA
Amplificador de Ganho
ADC
Conversor analógico para digital
CLK
Relógio de pulso síncrono (Clock)
SCLK
Serial Clock
AVR STUDIO
Software de programação para o ATMEGA16
ATMEGA
Microcontrolador da Atmel
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 18
1.1
PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................. 18
1.2
OBJETIVOS.................................................................................................. 21
1.2.1
Objetivo Geral ............................................................................................. 21
1.2.2
Objetivos Específicos ................................................................................ 21
1.3
JUSTIFICATIVA............................................................................................ 22
2
REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................... 23
2.1
INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE MEDIÇÃO ............................................... 23
2.2
REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES: SMART GRID ................................. 26
2.3
DESENVOLVIMENTO DE SMART GRID NO BRASIL ................................ 27
3
CONCEITOS DE METODOLOGIA .............................................................. 29
3.1
TOPOLOGIA DO SISTEMA.......................................................................... 29
3.1.1
Medidor ........................................................................................................ 29
3.2
DIAGRAMA EM BLOCOS ............................................................................ 30
3.3
MEDIDOR DE ENERGIA MONOFÁSICO RESIDENCIAL............................ 31
3.3.1
FONTE DE ALIMENTAÇÃO ........................................................................ 31
3.3.1.1 Protótipo de fonte de alimentação desenvolvido .......................................... 33
3.3.2
MEDIDOR DE ENERGIA MULTIFUNCIONAL MONOFÁSICO ADE7753... 34
3.3.2.1 A escolha do Circuito de medição ................................................................ 34
3.3.2.2 O ADE7753................................................................................................... 35
3.3.2.3 Características construtivas do ADE7753..................................................... 35
3.3.2.4 Arquitetura para o ADE7753 ......................................................................... 36
3.3.3
CIRCUITO SENSOR DE CORRENTE ......................................................... 42
3.3.4
CIRCUITO SENSOR DE TENSÃO .............................................................. 45
3.3.5
PROCESSADOR ATMEGA16 ..................................................................... 46
3.3.5.1 Microcontrolador ATMEGA16 ....................................................................... 46
3.3.5.2 Características construtivas do ATmega16 .................................................. 47
3.3.6
REAL TIME CLOCK ..................................................................................... 47
3.3.6.1 O que é RTC................................................................................................. 48
3.3.6.2 Importância do RTC em um medidor ............................................................ 48
3.3.7
MEMÓRIA .................................................................................................... 49
3.3.8
COMUNICAÇÃO SERIAL USB ................................................................... 49
3.3.9
MÓDULO CONTATOR E TRANSFORMADOR DE CORRENTE ................ 50
3.3.9.1 Circuito Corte e Religa.................................................................................. 50
3.3.9.2 Ligação de um medidor - Fonte e Carga ...................................................... 52
3.3.9.3 Módulo: Contator, Transformador de Corrente, Fonte e Carga .................... 53
3.4
DESCRIÇÃO GERAL DO HARDWARE DESENVOLVIDO .......................... 55
3.4.1
Circuito Fonte de Alimentação .................................................................. 56
3.4.2
Circuito de Aquisição de Amostragem de Corrente e Tensão ............... 57
3.4.3
Circuito de Medição.................................................................................... 58
3.4.4
Circuito de Comunicação Serial USB ....................................................... 59
3.4.5
Circuito do Display LCD ............................................................................. 60
3.4.6
Circuito dos Led’s de energia Ativa, Reativa e Power............................. 61
3.4.7
Circuito Microcontrolador .......................................................................... 62
3.4.8
Circuito Memória e RTC ............................................................................. 63
3.4.9
Circuito Contator ........................................................................................ 64
3.4.10 Circuito Acionamento Externo .................................................................. 65
3.4.11 Circuito Porta Ótica .................................................................................... 66
3.5
DESENVOLVIMENTO DO FIRMWARE DO MEDIDOR ............................... 67
3.5.1
Comunicação SPI ....................................................................................... 67
3.5.2
Comunicação UART ................................................................................... 70
3.5.3
Comunicação I2C ........................................................................................ 72
3.5.4
Inicialização do Firmware .......................................................................... 76
3.5.5
Antifraude .................................................................................................... 78
3.5.6
Data e hora .................................................................................................. 79
3.5.7
Medição de Energia Acumulada ................................................................ 79
3.5.8
Medição de Tensão e Corrente .................................................................. 81
3.5.9
Bandeiras de Consumo .............................................................................. 82
3.5.10 Exatidão de consumo ................................................................................. 83
3.6
ENSAIOS PARA VALIDAÇÃO DO MEDIDOR ............................................. 84
3.6.1
Exatidão do Medidor .................................................................................. 84
3.6.2
Ensaio de Tarifações .................................................................................. 85
3.6.3
Comunicação Serial USB ........................................................................... 85
3.6.4
Ensaio de funcionamento do Contator ..................................................... 86
3.6.5
Ensaio do alarme Antifraude ..................................................................... 86
3.6.6
Ensaio do Mostrador .................................................................................. 86
3.6.7
Ensaio de Memória ..................................................................................... 87
3.7
AJUSTE DA MEDIÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA – EXATIDÃO ................. 87
3.7.1
Resumo básico do sistema de ajuste do medidor ................................... 90
3.8
RESULTADOS OBTIDOS NA VALIDAÇÃO DO MEDIDOR ......................... 91
3.8.1
Resultado da Exatidão do Medidor ........................................................... 91
3.8.2
Resultado do ensaio de Tarifações........................................................... 91
3.8.3
Resultado do ensaio Comunicação Serial USB ....................................... 92
3.8.4
Resultado do ensaio de funcionamento do Contator .............................. 92
3.8.5
Resultado do ensaio do alarme Antifraude .............................................. 92
3.8.6
Resultado do ensaio do Mostrador ........................................................... 93
3.8.7
Resultado do ensaio de Memória .............................................................. 93
3.9
CRONOGRAMA ........................................................................................... 94
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 96
4.1
SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS................................................. 98
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 99
APÊNDICE A – ESQUEMÁTICO DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO ....................... 103
APÊNDICE B – LISTA DE COMPONENTES DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO .... 104
APÊNDICE C – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO DE MEDIÇÃO ........................... 105
APÊNDICE D – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO DE MEDIÇÃO ......... 106
APÊNDICE E – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO DE PROCESSAMENTO ........... 107
APÊNDICE F – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO DE PROCESSAMENTO108
APÊNDICE G – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO RTC E MEMÓRIA ..................... 109
APÊNDICE H – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO RTC E MEMÓRIA .. 110
APÊNDICE I – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO DE COMUNICAÇÃO SERIAL .... 111
APÊNDICE J – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO DE COM. SERIAL ... 112
APÊNDICE L – ESQUEMÁTICO DOS CIRCUITOS DIVERSOS ........................... 113
APÊNDICE M – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO CORTE E RELIGA ....... 114
APÊNDICE N – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO PORTA ÓTICA ............. 114
APÊNDICE O – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO DISPLAY LCD .............. 114
APÊNDICE P – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO ACIONAMENTO..... 115
APÊNDICE Q – LAYOUT DA PCB COM VISTA SUPERIOR (TOP) ..................... 116
APÊNDICE R – LAYOUT DA PCB COM VISTA INFERIOR (BOTTOM) ............... 117
APÊNDICE S – FOTOS DO MEDIDOR DESENVOLVIDO ..................................... 118
18
1
INTRODUÇÃO
Durante a história da humanidade, o homem utilizando a inteligência a ele
atribuída, realizou diversas descobertas a fim de reduzir seus esforços e aumentar
seu conforto. Porém um fato marcante nesta evolução, fez com que as tecnologias
atuais fossem possíveis em um espaço de tempo relativamente curto: A invenção da
máquina a vapor, que é considerado um símbolo energético da Revolução industrial
(CPFL, 2011).
Deste modo, o fogo que antes era utilizado apenas como fonte para
iluminação, preparação de alimento e entre outros, passou a realizar movimento,
permitindo a construção de grandes fábricas e sua aplicação nos transportes.
Nesta mesma época, as técnicas de explorações dos combustíveis fósseis
também estavam em constante evolução, sendo que até hoje é considerado a
principal fonte de energia nos transportes, na indústria e nos diversos campos da
ciência moderna.
Mas um fato que realmente fez com que esta evolução exponencial fosse
possível foi à geração e o domínio da energia elétrica devido a sua eficiência para a
transformação de calor, iluminação e energia mecânica, desempenhando um papel
extremamente importante na sociedade, ao ponto de ser essencial para a maioria
das atividades humanas desempenhadas na indústria, agricultura, residências,
instituições e nas demais atividades fundamentais para a manutenção econômica
dos países.
Sendo assim, a geração, distribuição e medição da energia elétrica é
constantemente aperfeiçoada pelo mercado de energia, tendo como base a geração
limpa da energia com o mínimo de perdas.
Dos três pilares deste sistema, a medição da energia elétrica será o grande
tema abordado nesta pesquisa, a qual pretende promover a conservação e consumo
responsável da energia elétrica.
1.1
PROBLEMATIZAÇÃO
Através do domínio da energia elétrica, e sua disponibilização para a
sociedade, abriu-se um leque gigantesco de produtos e serviços, os quais vieram a
beneficiar, dando conforto, praticidade e diminuindo o tempo do que antes era longo.
19
Porém a capacidade de geração da energia elétrica infelizmente não acompanha tal
crescimento tecnológico.
Deste modo, falhas nas redes elétricas, como apagões começaram a surgir
com maior frequência em certos horários de pico, prejudicando diversos serviços
essenciais e privando das pessoas de utilizarem os produtos desenvolvidos. Além
disso, poderão ocorrer os chamados blackouts devido a tempestades ou
interferências na rede elétrica que podem demorar dias a serem resolvidos.
Para a resolução destes problemas e para atender a demanda da população,
foram desenvolvidos ao longo dos anos, alternativas tais como as construções de
usinas hidroelétricas, solares, nucleares, eólicas, termoelétricas e por fim a
tendência é partir para o conceito de Smart Grid.
Todas estas alternativas tem seu lado positivo e negativo, sendo que a
implementação destes geradores muitas vezes irá depender da geografia da região
a ser construído o projeto, como no caso das usinas hidroelétricas, eólicas, solares.
Deste modo as usinas termoelétricas se destacaram em um cenário mundial,
estimando-se que 28,2% da energia produzidas no Brasil provem desse tipo de
usina (FEDERAL, 2010).
Esse tipo de usina tem sérios impactos na natureza, uma vez que para
alimenta-las, são utilizados materiais derivados de petróleo, carvão ou gás, os quais
são altamente poluentes a natureza.
Usinas solares, eólicas e marítimas são ótimas fontes de geração de energia
limpa, ou seja, utilizam os próprios recursos da natureza para gerar a energia
elétrica, sem danifica-la ou agredi-la de forma constante. Infelizmente este tipo de
usina são menos usuais, uma vez que sua eficiência é muito inferior ao comparar
com as usinas termoelétricas e hidroelétricas. Além disso, é necessário à região
estar localizada geograficamente de forma a propiciar de forma continua esta
geração. No Brasil, por exemplo, as usinas eólicas representam apenas 0,97% da
produção de energia nacional (FEDERAL, 2010).
As usinas hidroelétricas são consideradas como intermediárias na questão da
geração da energia. No Brasil, devido à sua geografia, grande parte da geração
nacional é realizada através deste tipo de usina (FEDERAL, 2010). Sua eficiência é
excelente, porém no conceito da geração de forma limpa, há divergências uma vez
que tal solução causa um grande desequilíbrio ecológico, uma vez que há a
necessidade de se fechar determinados trechos do rio, o qual acabará causando
20
inundações na proximidade, destruindo os habitats de animais, além da destruição
da fauna e flora local.
Por fim, existem a usinas nucleares, as quais são utilizadas em larga escala
em países como França, Japão, Alemanha e Holanda. Esta solução quando bem
controlada, pode ser um grande gerador de energia elétrica, porém há um grande
risco para a população no caso de uma falha neste projeto ou na operação, como no
caso dos incidentes das usinas de Chernobyl na Ucrânia devido a um erro
operacional (Gray, 2002) e em Fukushima no Japão devido aos fortes terremotos de
magnitude 8.8 que vieram a danificar o sistema de refrigeração dos reatores.
Das diversas soluções citadas acimas, algumas já estão consolidadas no
mercado e outras necessitam de teste em campo, como é o caso das usinas
oceânicas (UFRJ, 2012). Além destas, uma solução que ainda está no processo de
pesquisa e aplicações iniciais são as chamadas redes inteligentes de distribuição de
energia elétrica, também conhecidas como Smart Grid.
O conceito de Smart Grid e bem amplo, conforme descrito no livro
Desvendando a Redes Inteligentes, sendo que “alguns especialistas focam o
conceito mais na área de automação da rede, outros na cadeia de fornecimento de
energia e outros ainda na melhoria dos canais de interação e serviços para o
consumidor” (Toledo, 2012).
Deste modo, ao utilizar o Smart Grid, a confiabilidade da rede de distribuição
é alavancado, uma vez que análises de anomalias que antes não eram possíveis
serem realizados fazem parte do dia a dia das operações das concessionárias.
Uma das vantagens do sistema Smart Grid é controle do consumo da energia
elétrica das residências remotamente, não necessitando o deslocamento de
funcionários nas residências, tanto para a verificação do consumo, quanto para o
corte ou religamento da rede elétrica. Além disso, em um futuro próximo, as
residências serão designadas como “consumidor” e/ou “distribuidor”, ou seja,
consumir e/ou fornecer energia elétrica para a rede será uma das características das
residências.
A problematização deste novo conceito chamado Smart Grid esta enquadrado
ao fato que o mercado de geração e distribuição de energia elétrica é extremamente
conservador no quesito de mudanças tecnológicas, uma vez que sua estrutura
operacional já está montada há décadas e funcionando relativamente de forma
21
adequada. Assim, realizar qualquer tipo de mudança neste quadro é de difícil
aceitabilidade pelos países.
No Brasil, foi aprovado a AP120 da ANEEL que abre a possibilidade para as
concessionárias de energia elétrica realizar a tarifação diferenciada conforme os
horários utilizados. Deste modo, foram criadas as bandeiras Branca, Verde, Amarela
e Vermelha, sendo que cada uma representa o valor a ser cobrado do consumidor
(ANEEL, 2012).
Segundo a agência, a tarifa Branca será vantajosa a fim de estimular o
consumo de energia em horários em que há pouca demanda. Deste modo, será
diminuída a fatura ao final do mês dos consumidores que se enquadrarem nestes
horários. Esta tarifa será opcional, ou seja, caso o cliente não queira, será cobrada a
tarifa convencional.
Para que entre e vigor estas novas tarifações e para atendimento das novas
redes elétricas inteligentes, será necessário o desenvolvimento e implantação de
diversos equipamentos, dentre eles, os medidores de consumo, os quais deverão
substituir os atuais eletromecânicos.
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Desenvolver um medidor eletrônico capaz de realizar a medição de consumo
residencial conforme as novas tarifações que deverão ser aplicadas no mercado
nacional em 2014.
1.2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do trabalho são:
a) Desenvolver um medidor eletrônico residencial capaz de realizar as
seguintes operações: medir a energia elétrica consumida, guardar as
informações obtidas em uma memória, aplicar as novas tarifações (branca,
vermelha, amarela e verde) com auxilio de um RTC, poder realizar leituras
de informações do medidor via serial USB, apresentar informações de
consumo e outra informações no display e alarme de fraude realizando o
corte e o religamento da residência da rede elétrica.
22
b) Desenvolver um firmware capaz de executar todas as funções descritas
acima de maneira simplificada, buscando-se uma precisão na medição da
energia elétrica abaixo do que é aplicado atualmente no mercado nacional
pelos medidores eletromecânicos (2%).
1.3
JUSTIFICATIVA
Existem vários fatores em que a cada dia que passa, estão levando os países
e as concessionárias de energia elétrica a adotarem medidas extremamente
importantes no cenário da geração e distribuição da energia elétrica. Assim, uma
das medidas importantes está concentrada na medição, controle de consumo e
disponibilização da informação deste consumo de energia elétrica realizada pelo
consumidor, os quais serão o foco desta pesquisa.
No campo das perdas de energia pelas concessionárias, há grandes
vantagens que podem ser percebidas ao utilizar os conceitos das novas redes
elétricas inteligentes, tais como, o corte e religamento da energia elétrica de um
ponto de medição, ao ser detectado uma possível intervenção não autorizada.
Outra vantagem será a implementação do sistema de tarifação, o qual
começará em 2014 a ser aplicado aos consumidores no Brasil, conforme
informações da ANEEL.
No campo da medição, a precisão no registro de consumo será alavancada,
passando da medição eletromecânica para a medição totalmente eletrônica. Ao
trabalhar no campo de sistemas digitais, estará sendo abertas diversas
oportunidades de aplicações e serviços que poderão ser disponibilizados ao
consumidor final, o qual terá um melhor parecer com relação à qualidade do
fornecimento de energia.
23
2
2.1
REFERÊNCIAL TEÓRICO
Introdução ao sistema de medição
Hoje, devido à ascensão econômica das classes sociais C e D, muitas
famílias estão podendo adquirir a tão sonhada casa própria ao até mesmo comprar
eletros-domésticos e eletroeletrônicos que antes não tinham condições. Por
consequência de fatores como estes há um grande crescimento no consumo de
energia elétrica, e por sua vez há um foco do governo nas melhorias da gestão dos
recursos energéticos, trazendo assim um novo e amplo nicho de mercado, desde a
geração até o consumo da energia elétrica.
Os medidores de energia elétrica são os sistemas utilizados para realizar a
aquisição da energia consumida em uma determinada casa, comercio ou indústria,
essa é a forma adotada para que possa ser mensurado o consumo e por tanto a
cobrança pela utilização da energia elétrica.
Para realizar a medição efetiva de consumo, este aparelho deverá ser capas
de realizar a medição da tensão empregada na rede (a qual estará disponível ao
consumidor) e a corrente utilizada na carga (no caso o consumidor). Desta forma em
termos simples é possível determinar a potência utilizada e por consequência a
energia consumida.
Segundo o autor Fábio Toledo, “medidores eletrônicos de energia elétrica
utilizam como base de transdução sensores de tensão e corrente, que geram sinais
de pequena amplitude, quando comparados com os sinais originais, que servem de
referência dessas grandezas para o subsequente processo de digitalização,
posterior cálculo metrológico e efetivo registro do consumo de energia” (TOLEDO,
2012).
Além disso, de acordo com o Fábio Toledo, para realizar a medição de tensão
normalmente são utilizados circuitos com associação de resistores (divisor resistivo)
geralmente utilizando resistores de precisão. Já para realizar a medição de corrente,
são usualmente utilizados transformadores resistores Shunts ou até mesmo
sensores de efeito Hall. Para este sistema, também é necessário empregar um
circuito de proteção contra surtos de tensão, pois o circuito responsável por realizar
a medição de tensão acaba propagando para os demais circuitos qualquer variação
de tensão que possa haver na rede, podendo assim ocasionar problemas nos
24
demais circuitos de condicionamento e aquisição de sinais. Esta proteção
normalmente é constituída de varistores posicionados na entrada dos circuitos de
aquisição de tensão. (TOLEDO, 2012).
Logo após a aquisição dos sinais de tensão e corrente (proporcionais ao
consumo residencial), estes sinais são tratados por intermédio de um circuito
específico para assim poder ser compatível com o sistema de digitalização. Desta
forma os sinais podem ser digitalizados e enviados para o componente responsável
pelo processamento e cálculos metrológicos do medidor. (TOLEDO, 2012).
Hoje existem varias arquiteturas de medidores de energia elétrica disponíveis,
os modelos de mais baixo custo são dotados apenas de uma unidade de
processamento, normalmente um microcontrolador ou um processador digital de
sinais (DSP) para assim realizar as funções de um medidor. Os modelos mais
complexos possuem circuitos específicos como integradores para cálculo de funções
metrológicas, microcontrolador para outros processamentos como gerenciamento de
comunicação, memórias e funções antifraude e interface humano-computador
(TOLEDO, 2012).
Para os modelos mais avançados também são agregados uma porta de
comunicação serial, utilizando protocolo de comunicação local. Essa posta
possibilita a leitura instantânea dos dados gerados pelo medidor, além da
configuração de parâmetros. Normalmente, apenas os medidores eletrônicos mais
avançados essa posta de comunicação, uma vez que ele agrega custos ao medidor
(TOLEDO, 2012).
25
Na Figura 1 é apresentado um diagrama da estrutura básica de um medidor
eletrônico:
Figura 1 – Diagrama em blocos genérico de um medidor eletrônico
Fonte: Livro Desvendando as redes elétricas inteligentes, 2012.
Nota: Medidor eletrônico padrão.
Além disso, algumas grandezas devem ser consideradas para entender o um
medidor de energia elétrica, tais como:
•
Energia Ativa:
Segundo Marque a energia ativa “É o uso da potência ativa durante qualquer
intervalo de tempo, sua unidade é o quilowatt-hora (kWh).” A energia ativa é “energia
elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia” (Marques, 2006, P.154).
A energia Ativa é a grandeza física que efetivamente produz trabalho, ou seja,
esta é a energia utilizada em residências, indústrias e comércio.
•
Energia Reativa:
A energia Reativa é a energia elétrica que está relacionada ao campo elétrico
e magnético, resultado da utilização de equipamentos como motores elétricos,
transformadores e outros, dessa forma não produz trabalho. Esta grandeza é
expressa em quilovolt-ampère reativo-hora (kVArh). “É a energia elétrica que circula
continuamente entre os diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de
corrente alternada, sem produzir trabalho” (Marques, 2006, P. 154).
26
•
Energia Aparente:
Já a energia aparente é a composição entre a energia ativa e a energia
reativa.
2.2
Redes Elétricas Inteligentes: Smart Grid
Em fevereiro de 2009, o presidente dos EUA, Barack Obama aprovou a
liberação de um pacote de estímulos de cerca de US$ 3,4 bilhões de dólares
destinados a acelerar as diversas áreas de pesquisa no que envolvem a geração,
distribuição e gerenciamento inteligente da energia elétrica (Service, 2009). Deste
modo, uma parte significativa destes recursos está sendo alocada para o
desenvolvimento de abordagens mais avançadas para a produção de energia,
transmissão e consumo de energia elétrica (Tamar Krishnamurti, 2011).
Desta forma, as redes elétricas inteligentes, conhecido com Smart Grid se
tornaram o grande tema no cenário interno dos EUA e consequentemente
internacional.
Anteriormente a este período, mais precisamente no ano de 2001, um fato
envolvendo questões energéticas ficou marcado no Brasil: a redução em 20% da
geração da energia elétrica em um período muito curto. Isto ocorreu em
consequência das secas prolongadas, sendo que as usinas hidroelétricas
responsáveis por 71% da geração da energia elétrica no país (FEDERAL, 2010)
apresentavam suas produções de energia inferiores à demanda nacional (Kenzo,
2013).
O combate à falta da energia elétrica é um dos ramos do conceito das redes
inteligentes, o qual visa oferecer uma rede de transmissão e distribuição da energia
com base na comunicação interativa entre as partes da cadeia de conversão de
energia (Kenzo, 2013).
Segundo Fábio Toledo, “o Smart Grid é uma visão a ser completada e que
deve ser construída de acordo com as necessidades do mercado onde será
implementado sempre tomando em conta as múltiplas perspectivas, entre elas,
tecnológicas, ambiental, socioeconômicas e política-regulatória” (Toledo, 2012).
Deste modo, um dos objetivos deste novo sistema será a implementação de
uma rede inteligente que irá utilizar a tecnologia de comunicação digital bidirecional
27
para prestar serviços públicos com informações rápidas e detalhadas sobre o uso de
eletricidade, blackouts e qualidade de energia.
Seguindo estes novos conceitos, os clientes poderiam verificar em suas
faturas os detalhamentos em termos de ciclos de lavagem da máquina, horas
utilizadas de TV, o nível de conforto proporcionado pelo ar condicionado e entre
outras diversas informações que estiverem disponíveis. Além disso, em um futuro
próximo, a ideia de se medir detalhadamente o consumo de energia elétrica até o
aparelho final, irá criar um ligação entre a unidade de energia elétrica consumida, no
caso a residência e o serviço prestado pela concessionária (Giordano, 2012).
Também será possível disponibilizar a eletricidade em termos de fonte de
geração (renováveis ou fósseis), o tempo de consumo (dia/noite), tarifações
diferenciadas, a prioridade de abastecimento (serviço de eletricidade crítico tais
como hospitais), a qualidade da energia (alta ou baixa distorção harmônica) e entre
outros serviços. Será possível oferecer aos consumidores uma oferta personalizada
de energia elétrica a fim de atender suas reais necessidades, preferencias e
restrições econômicas (Giordano, 2012).
Para os clientes residenciais, para a implantação de um sistema o Smart Grid
é necessário à instalação de um medidor inteligente, qual deverá ser capaz de
permitir a leitura do medidor remotamente em uma base diária ou mesmo contínuo
(Tamar Krishnamurti, 2011).
Segundo Ricardo Kenzo, professor do Centro Universitário FEI, “Este medidor
inteligente será um dos principais componentes das Smart Grids, uma vez que a
medição inteligente ajudará a coordenar a geração de energia e o consumo de
energia de modo mais eficiente, principalmente se as fontes de energias renováveis
continuarem com suas expansões para o futuro” (Kenzo, 2013).
2.3
DESENVOLVIMENTO DE SMART GRID NO BRASIL
No senário brasileiro, o sistema de Smart Grid está no inicio de sua
implantação, este ambiente tem evoluído significativamente desde 2010, vários
estudos tem sido apresentados pela ANNEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)
e pelo Inmetro (Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Neste grupo
também estão o ministério de Minas e Energia (MME) e a Associação Brasileira de
28
Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) os quais também estão elaborando
vários estudos. (TOLEDO, 2012).
Estes estudos são voltados a abordar politicas regulamentadoras, novos
padrões de consumo (como por exemplo, sistema de tarifa branca), adequação das
politicas públicas, visando à implantação de sistemas de redes elétricas inteligentes.
Também se destacam neste cenário de discussões e análises, os estudos
realizados pela concessionária Light, a qual é pioneira na aplicação da
medição inteligente no Brasil e desde o início do século XXI conduz projetos
nas mais variadas áreas do setor elétrico. O pioneirismo da Light e sua
experiência até o presente momento lhe permitiram determinar, até certo
ponto, os rumos da tecnologia (padronização e opções de implementação) e
exercer influência, direta ou indireta, sobre os fornecedores de materiais
relacionados à medição inteligente no Brasil (TOLEDO, 2012).
No livro Desvendando as Redes Elétricas Inteligentes é descrito o todo o
programa desenvolvido pela Light, o qual mostra a realidade nacional e como seria
como implementação do Smart Grid, ou seja, são apresentados os projetos
desenvolvidos e os seus resultados alcançados ao longo dos estudos desenvolvidos
pela concessionária.
De um modo geral, no Brasil já existem vários estudo, discussões e protótipos
sendo desenvolvidos baseando-se muitas vezes nos projetos já desenvolvidos no
exterior, porém muitos destes estão sendo tropicalizados para a realidade nacional.
29
3
CONCEITOS DE METODOLOGIA
3.1 TOPOLOGIA DO SISTEMA
A proposta para o medidor de energia elétrica residencial Smart Grid está
centrado na medição do consumo de energia elétrica utilzada na unidade
consumidora (residência), utilizando-se dos diversos recursos que os medidores
eletrônicos podem disponibilizar.
3.1.1 Medidor
O medidor será dividido basicamente em três grupos:
•
Alimentação do sistema eletrônico;
•
Medição do consumo;
•
Processamento e periféricos;
Para realizar a alimentação haverá uma fonte de tensão continua, o qual
distribuirá energia suficiente para o bom funcionamento de todos os sitemas
secundários.
A medição será realizado utilizando um circuito de medição, o qual colherá
dados provenientes de um sensor de corrente e de um sensor de TC.
A gerência do sistema será encabeçado por um microcontrolador, o qual
monitorará o CI de medição, recebendo os dados de consumo e processamento de
todas as informações disponibilizadas pelas interfaces e periféricos, como memória,
display, porta ótica, comunicação serial USB e entre outros.
30
3.2 DIAGRAMA EM BLOCOS
Para descrever melhor o sistema proposto, foi desenvolvido um diagrama em
blocos para melhor entendimento do sistema, conforme demonstrado na Figura 2.
Figura 2 – Diagramade blocos do medidor de energia elétrica proposto
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Diagrama em blocos 1 – Medidor.
31
3.3
MEDIDOR DE ENERGIA MONOFÁSICO RESIDENCIAL
Para realizar a medição de energia residencial, é necessário primeiramente
definir como será caracterizado o hardware do equipamento, ou seja, estudar qual
será a melhor arquitetura para satisfazer as necessidades do sistema e atender
todas as normas estabelecidas pela ABNT.
De acordo com a ABNT (Técnicas, 2006) “Fundada em 1940, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normatização
técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro”.
Como a ABNT é um órgão responsável por todas as normatizações do Brasil,
é necessário estabelecer qual será a norma base para medidores, neste caso a
ABNT NBR 14519:2011, que nos traz o seguinte escopo:
“Esta norma especifica os requisitos aplicáveis a medidores eletrônicos,
monofásicos e polifásico, de índice e Classe A, B, C e D, para a medição de energia
elétrica em corrente alternada encerrados em um mesmo invólucro.” (Comitê
Brasileiro de Eletricidade, 2011).
A proposta do medidor pode ser divididas em 3 partes:
•
Alimentação do hardware;
•
Aquisição de dados;
•
Processamento;
3.3.1 FONTE DE ALIMENTAÇÃO
Com a finalidade de fornecer níveis de tensão adequados para o correto
funcionamento medidor, foi desenvolvida uma fonte capaz de alimentar os circuitos
de acionamento do contator, interface de comunicação, medição, processamento e
demais periféricos que serão descritos neste projeto. Na figura abaixo é possível
observar a fonte e os detalhes podem ser vistos no Apêndice A deste documento.
32
Figura 3 – Esquemático da Fonte de Alimentação
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Alimentação de circuitos geral.
Inicialmente para proteção do circuito contra descargas elétricas de curta
duração é utilizado um varistor que consiste basicamente de um bloco de óxido de
zinco, com dois eletrodos. Este bloco tem um cero potencial de condutividade,
deixando passar certo limite de potencial, como 170 volts por exemplo. No caso de a
tensão exceder este limite, o excedente será transformado em calor e caso a sobre
tensão continue por muito tempo, o varistor irá queimar, inutilizando o funcionamento
da fonte, porém protegendo o circuito eletrônico (Araújo, 2005).
Em seguida, o sinal é retificado em meia/onda através de um diodo
retificador PTH, além de passar pelo resistor de potência de 330Ω. Na sequencia
são utilizados capacitores eletrolíticos de 22µF para realizar a filtragem do sinal,
para que possa fornecer corrente contínua para a o restante do circuito. Na Figura 4
é ilustrado o tratamento do sinal.
Figura 4 – Sinal da fonte de alimentação com capacitor eletrolítico
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Filtro feito por um capacitor eletrolítico de grande valor.
33
Por fim, é realizado o tratamento do sinal através do componente LNK304,
fornecendo um sinal tratado de 12V. Esta tensão então será utilizada no circuito de
contator, descrito neste projeto. Da saída deste componente, estes 12V são
enviados a dois circuitos integrados (U4 e U5), os quais realizam a regulação do
sinal para 5V e 3,3V, respectivamente.
Resumidamente, esta fonte de alimentação fornece ao ser alimentado com
127V senoidal, tensões contínuas de 5V e 12V, as quais são necessárias para
alimentação dos circuitos do projeto.
3.3.1.1 Protótipo de fonte de alimentação desenvolvido
Após desenvolver o esquemático no software Eagle, foi confeccionada a
placa de circuito impresso com o objetivo de verifica-se o correto funcionamento do
circuito desenvolvido para que ajuste, caso necessários fossem resolvidos antes da
montagem do circuito completo, o qual envolve todos os demais circuitos, conforme
demonstrado na Figura 5.
Figura 5 – Layout da Fonte de Alimentação desenvolvida no inicio do projeto
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Alimentação de circuitos – circuito impresso Primeiro protótipo. Serão necessárias
ainda algumas melhorias no desenho do layout até chegar à versão final da PCB.
34
Figura 6 – Protótipo da Fonte de alimentação implementada
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Protótipo para alimentação dos circuitos do projeto
3.3.2 MEDIDOR DE ENERGIA MULTIFUNCIONAL MONOFÁSICO ADE7753
Para programar este sistema fundamentalmente é necessário realizar a
aquisição dos dados de consumo de energia residencial como a variação de
Tensão, Corrente, Potencia Ativa e Reativa. Desta forma é possível definir um
componente eletrônico que realize a aquisição destes dados com precisão e sem a
necessidade de conceber um hardware complexo.
3.3.2.1 A escolha do Circuito de medição
A escolha de um sistema de medição simples, veio ao encontro das
características técnicas necessárias na medição de consumo residencial, sempre
levando em consideração todas as normativas dadas pela ABNT, também foi levado
em consideração o custo do medidor, tipo de aquisição que ele irá recolher da rede
elétrica, percentual de erro de medição e protocolo de comunicação utilizado (para
comunicar com o ATMEGA16).
Tendo em vista estas características necessárias, o circuito de medição
definido para o projeto foi o ADE7753.
35
3.3.2.2 O ADE7753
(Devices, 2010, p. 01) “O ADE7753 é um Circuito digital que possui circuitos
de referência, sensor de temperatura, e todo o processamento de sinal necessário
para realizar as medições de energia ativa, reativa e aparente e calculo de tensão e
corrente RMS.”
Este CI medidor é um dispositivo projetado pela empresa ANALOG DEVICE,
desenvolvido para realizar medições elétricas com um nível elevado de precisão,
este sistema opera em circuitos monofásicos. O ADE7753 possui dois canais, os
quais são utilizados para receber os sinais senoidais dos dispositivos de entradas,
para assim avaliar a tensão e a corrente de entrada (que será consumido pela casa).
Este componente utiliza uma interface de comunicação denominada SPI (o
qual será abordado mais a frente) para realizar a interface entre o microcontrolador e
o ADE7753, sendo desta forma todas as aquisições de dados da residência enviada
ao microcontrolador, o qual fará a tratativa adequada destas informações.
3.3.2.3 Características construtivas do ADE7753
O circuito de medição ADE7753 é um componente eletrônico do tipo SMD,
com o “encapsulamento de alta densidade com terminais “asa de gaivota” com
passo de 0.65mm, denominado tipo SSOP (Shrink Small Outline Package)”
(Agostini, 2008). Este circuito integrado possui um dimensional de 7,6mm de
comprimento, 7,4mm de largura e 2mm de altura como ilustrado na Figura 7.
Figura 7 – Dimensionamento ADE7753
Fonte: Analog Device, 2010.
Nota: Lead Shrink Small Outline Package [SSOP].
36
3.3.2.4 Arquitetura para o ADE7753
Para um bom funcionamento o ADE7753 necessitará de uma arquitetura de
hardware específica (já descrita pelo próprio fabricante) indicada na Figura 8, tanto
para realizar a aquisição dos dados da residência quanto para ser capaz de
transmitir ao microcontrolador essas informações.
O ADE7753 deve ser alimentado com 5V (de acordo com as especificações
da Analog Device) de corrente continua através de uma fonte de alimentação
independente ao sistema de medição.
Para a aquisição dos dados de consumo de energia elétrica da residência, o
ADE7753 necessita de dois circuitos independentes que gere a proporção em menor
escala de tensão da rede e da corrente da carga. No primeiro circuito é utilizado um
TC (transformador de corrente) já no segundo circuito um divisor resistivo.
Figura 8 – Diagrama eletrônico do ADE7753
Fonte: Analog Device, 2010.
Nota: Test Circuit for Performance Curves with Integrator On.
37
É possível dividir este diagrama em algumas partes para melhor
compreensão do funcionamento do circuito:
•
Canal V1P e V1N
Como ilustrado na Figura 9, o canal 1 (V1P e V1N) é utilizado para receber a
amostra de tensão do TC, proporcional a corrente consumida pela residência, ou
seja, conforme o consumo aumenta a corrente elétrica que irá circular pelo TC
aumentará, fazendo com que o ADE7753 perceba essa variação.
Esta variação deverá ser medida pelo Circuito de medição desde 5mV até
0,5V. Para realizar uma medição de tensão tão baixa, internamente ele possui
Amplificadores de Ganho Programável (PGA).
Sabendo que o sinal a ser medido é uma onda senoidal, por tanto analógica,
o ADE7753 também possui internamente um conversor analógico Digital (ADC) e um
processador de sinal digital (DSP), para realizar a tratativa dos dados recebidos do
TC pelo ADC.
Como o projeto de um medidor necessita de precisão na aquisição da energia
elétrica, os conversores ADC possuem 24 bits, retirando o máximo de informação do
sinal e ainda são do tipo de segunda-ordem. Este ADC é denominado ADC Σ-Δ.
Já o DSP é utilizado para calcular os dados que serão necessários (potência
reativa, ativa e aparente).
Além disso, o canal 1 ainda possui um sensor de temperatura e também um
integrador digital selecionável os quais são utilizados em conjunto para realizar uma
interface com o TC do tipo di/dt. Desta forma é possível obter um sistema confiável,
tendo assim a garantia de estabilidade do sinal.
38
Figura 9 – Entrada Canal 1 do ADE7753
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Medidor ADE7753 e Contator.
•
Canal V2P e V2N
No canal 2 é inserido um divisor resistivo, como demonstrado na Figura 10,
dessa forma é possível receber a amostra de tensão da rede proporcionalmente,
podendo observar alguma variação. Normalmente este divisor resistivo deverá
apontar a proporção de 127V (definido pelo projeto do medidor monofásico). Da
mesma forma que o canal1 o canal 2 possui PGAs para amplificar o sinal, conversor
ADC e processador digital.
Para o canal 2 o DSP também é utilizado para adquirir o período do sinal da
rede elétrica.
39
Figura 10– Entradacanal 2 do ADE7753
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Medidor ADE7753 e Contator.
•
Foto-acoplador
Para realizar toda a calibração do sistema o ADE7753 possui uma interface
serial de dados (CF), esta interface é utilizada para realizar a correção de
deslocamento do canal, a calibração de fase e a calibração de energia, para dessa
forma garantir uma alta precisão no sistema.
Para realizar essa calibração no circuito do ADE7753, foi inserido um
componente denominado foto-acoplador (PC817) como demonstrado na Figura 11.
Este componente nada mais é do que um led emissor de infravermelho, acoplado a
um transistor receptor de infravermelho, assim mantendo a isolação elétrica entre o
medidor e um sistema de calibração externo.
40
Figura 11– Foto-acoplador PC817
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Medidor ADE7753 e Contator.
•
Cruzamento de Zero
O pino 12 é denominado saída de cruzamento de zero externo (ZX), sendo
utilizado para realizar o sincronismo com o sinal de tensão. Este sincronismo é
realizado da seguinte forma:
Conforme o circuito recebe pelo canal 2 a onda senoidal equivalente à tensão
de entrada da residência, o ZX realiza o sincronismo de sinal cada vez em este sinal
senoidal passa pelo nível zero de tensão, como destacado na Figura 12.
41
Figura 12– Pontos de sincronismo ZX
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Senoidal 60 Hz para o ZX.
No momento em que o circuito verifica que o sinal passou pela referencia de
0V, o ZX libera um pulso digital de sincronismo para o inicio da leitura dos
registradores. (Devices, 2010) “Este sinal é usado internamente no ciclo de linha de
energia ativa e aparente, o que permite a calibragem“.
Como ilustrado na Figura 13 é possível observar que o cruzamento de zero é
gerado a partir da saída LPF1.
Figura 13– Ilustraçãocruzamento de zero
Fonte: Analog Device, 2010.
Nota: Zero-Crossing Detection on Channel 2.
42
•
Alimentação
Para a alimentação, o ADE7753 necessita de uma tensão de 5V de corrente
continua, e ele apresentará um baixo consumo, segundo o fabricante, na casa dos
25mW de potência. O canal Digital VDD (DVDD) é a alimentação de todo o circuito
digital.
Além da alimentação geral do CI, também é necessário utilizar essa tensão
de 5V como a referência para os sinais que são adquiridos nos canais de entrada.
Desta forma é realizada a alimentação do sistema analógico pelo VDD (AVDD).
•
Registradores
O recebimento das informações dos canais um e dois, que equivalem ao
consumo residencial, são armazenadas nos registradores do ADE7753. Essas
informações servem de base para a medição, e são elas que serão acessadas pelo
microprocessador, e disponibilizadas ao fornecedor de energia.
3.3.3 CIRCUITO SENSOR DE CORRENTE
Conforme o datasheet do componente ADE7753 é necessário um sensor de
corrente capaz de fornecer um sinal de tensão o qual irá representar o fluxo de
corrente que estará passando pelo medidor, ou seja, o consumo efetivo de carga.
Este sensor de corrente deve ser conectado no ADE7753 nos pinos V1P e V1N, o
qual não deve fornecer tensão entre os pinos superior a 500mV.
Visando um baixo custo, alta precisão (0,1% de erro) e a facilidade para
implementação, o transformador de corrente DCT104 do fabricante Oswell foi o
escolhido para o projeto, conforme Figura 14 (Meter, 2009).
Figura 14– Transformador de Corrente
Fonte: Oswel, 2011.
Nota: Transformador utilizado normalmente para medidores de energia elétrica.
43
Na Tabela 1 é possível verificar as principais especificações deste
componente:
Tabela 1 – Especificações técnicas do transformador de corrente
Fonte: Oswel, 2011.
Nota: Tabela retirada do site do fabricante.
Conforme verificado na Tabela 10, além de sua precisão extremamente alta,
sua relação de transformação é 1:2500. Deste modo, este transformador é utilizado
em larga escala na indústria de manufatura de medidores de energia elétrica, devido
a sua alta precisão, com qualidade para medidores classe 0,5% ou 1%.
Assim, ficou definido que este componente é ideal para o desenvolvimento
deste projeto, uma vez que não requer nenhum circuito de alimentação ou
configuração adicional que necessite grandes custos para funcionar.
Para a implementação deste transformador de corrente como sensor de
corrente, é necessário descobrir o valor da resistência RL que determina a tensão
nos pinos V1P-V1N do ADE7753, uma vez que será utilizada como corrente nominal
15A e máxima em 120A com tensão nominal de 127V/60Hz no medidor.
Figura 15 – Fórmulas para o cálculo da carga RL do TC
á
á
á
á
çã
=
=
=
á
√2
á
×
Fonte: Sadiku, 2005.
Figura 16 – Cálculos para a determinação da carga RL do TC
á
=
0,5
48
=
120
= 48
2500
= 10,42Ω
Fonte: Sadiku, 2005.
44
Ao definir RL igual a 10,42Ω a tensão máxima que este resistor irá gerar será
de 0,5V. Como por padrão do componente não é recomendado aplicar o limite
máximo de tensão na entrada do CI (±0,5V), será definido então o valor de RL como
sendo 10Ω.
Figura 17 – Definição da tensão do TC e ganho do sinal
=
×
= 10Ω × 48
= $480
Fonte: Sadiku, 2005.
Deste modo, é apresentando acima os cálculos para a determinação da carga
RL que o transformador de corrente deve ter em sua entrada para atender as
condições de projeto a fim de não danificar o ADE7753. Além disso, conforme o
datasheet do ADE7753, ao utilizar como sensor de corrente um transformador de
corrente, é recomendável a utilização de dois filtros passa-baixa para evitar aliasing,
conforme Figura 18.
Figura 18 – Esquemático do sensor de corrente
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido conforme especificação do fabricante Analog Device.
45
3.3.4 CIRCUITO SENSOR DE TENSÃO
Conforme o datasheet do componente ADE7753 é necessário um sensor de
tensão capaz de fornecer um sinal o qual irá representar a referência do sinal de
entrada proveniente da concessionária (padrão 127V). Este sensor de tensão deve
ser conectado no ADE7753 nos pinos V2P e V2N, o qual não deve fornecer tensão
entre os pinos superior a 500mV.
Deste modo será implementado no projeto um divisor resistivo, o qual tem por
finalidade reduzir o sinal de tensão da rede elétrica proporcionalmente de 127V para
0,5mV.
Para a implementação deste circuito como sensor de tensão, é necessário
definir os valores de cada um dos resistores (R e R) que determinará a tensão nos
pinos V2P-V2N do ADE7753, uma vez que será utilizada como tensão de referência
127V e sobretensão máxima de 20%.
Figura 19– Fórmulas para o cálculo do divisor resistivo
Rx
3R
Rx
0,5V = 150V
3R
V&'( = Vin
R = 100 × Rx
Rx = 1kΩ
R = 100kΩ
Fonte: Sadiku, 2005.
Figura 20 – Esquemático do sensor de tensão
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido conforme especificação do fabricante Analog Device.
46
3.3.5 PROCESSADOR ATMEGA16
Após a definição do sistema de medição, se torna necessário definir o
processador que irá realizar todas as interfaces entre a residência (energia medida
pelo ADE7753) e a concessionaria distribuidora de energia. Esse processador
necessita possuir algumas características bem específicas como:
a) Alimentação compatível com o ADE7753;
b) Interface de comunicação SPI;
c) Linguagem de programação C/C++;
d) Baixo custo e de fácil aquisição;
e) Fácil manipulação de hardware e software;
Com estas especificações, é possível definir qual será o melhor processador
para o medidor, neste caso a escolha foi o ATMEGA16.
3.3.5.1 Microcontrolador ATMEGA16
”O ATMEGA16 microcontrolador de baixa potência do tipo CMOS de 8 bits
baseado nos microcontroladores AVR com a melhor arquitetura RISC.
Executando varias instruções em um único ciclo de clock, o ATmega16
alcança uma capacidade aproximada de 1 MIPS por MHz, permitindo ao
projetista otimizar o sistema com um baixo consumo de energia em função
da velocidade de processo” (Atmel, 2006).
O microcontrolador ATmega16 é um microcontrolador desenvolvido pela
empresa ATMEL, desenvolvido na Noruega. Este microcontrolador apresenta uma
ótima eficiência de processamento e uma arquitetura voltada à programação em
linguagem C, opera com alimentação de 5V contínuos. Possui memória flash
programável, e custo acessível.
Como o ADE7753 opera com tensão de 5V, este microcontrolador se encaixa
bem na arquitetura do projeto, sendo assim dispensável a utilização de um
conversor de nível para diminuir ou aplicar o nível lógico do sinal.
Este microcontrolador também tem agregado algumas funcionalidades chaves
para o desenvolvimento do medidor de energia elétrica como: gerador de clock
independente, memória FLASH E EEPROM, interface de comunicação UART, I2C,
SPI, sistema de relógio de tempo real (RTC), interface para display LCD.
47
3.3.5.2 Características construtivas do ATmega16
O microcontrolador ATmega16 definido para o projeto é um componente do
tipo SMD. Este circuito integrado possui um dimensional de 10mm de comprimento,
10mm de largura e 1,2mm de altura como ilustrado na Figura 21.
Figura 21 – Dimensões do ATmega16
Fonte: Atmel Corp, 206.
Nota: 44-lead, 10 x 10 mm Body Size, 1.0 mm Body Thickness,0.8 mm Lead Pitch, Thin
Profile Plastic Quad Flat Package (TQFP).
3.3.6 REAL TIME CLOCK
Considerando a arquitetura do microcontrolador e das funcionalidades do
medidor de energia, é caracterizada a necessidade de utilizar um Real Time Clock
(RTC).
48
3.3.6.1 O que é RTC
Segundo Alan Shaw “sistemas de tempo real são sistemas de computação
que monitoram, respondem ou controlam um ambiente externo. Esse
ambiente está conectado ao sistema de computação através de sensores,
atuadores e outras interfaces de entrada e saída.” “O sistema de
computação deve satisfazer a varias restrições, temporais e outras,
impostas a ele pelo comportamento de tempo real do mundo externo com o
qual faz interface. Daí vem o nome tempo real. Outro nome para muitos
desses sistemas é sistemas reativos, porque seu propósito primordial é
responder ou reagir a sinais provenientes de seu ambiente” (Shaw, 2001).
Um sistema é dito de tempo real quando ele responde a sinais provenientes
de um relógio de uma forma previsível e rápida, dessa forma podendo obter
precisamente a amostragem de tempo.
3.3.6.2 Importância do RTC em um medidor
Entrando hoje na era dos medidores de consumo de energia elétrica
inteligentes,
os
sistemas
smart
grid,
varias
funcionalidades
devem
ser
implementadas para atingir a necessidade do mercado e atuar em conjunto a
concessionaria para reduzir o consumo de energia. Uma destas funções é o sistema
que está às portas de ser implementado no Brasil, o sistema de tarifação de energia
elétrica chamada Tarifa Branca.
“As tarifas horárias possuem duas grandes funções: induzir a modulação de
carga para a otimização do carregamento do sistema e atribuir aos usuários distintas
responsabilidades pelo uso da rede.” (XX Seminário Nacional de Distribuição de
Energia Elétrica, 2012).
A tarifação Branca funcionará da seguinte forma:
Haverá três diferentes patamares para a tarifação de energia, conforme o
horário de consumo. Nos dias uteis (de segunda a sexta) será empregada uma tarifa
mais baixa durante boa parte do dia, mas no horário denominado horário de pico, no
inicio da noite, a tarifa se tornará mais cara. Ainda haverá uma terceira variação, a
qual será entre estes dois periodos (de pico e de menor consumo). Já nos sábados,
domigos e feriados a tarifa mais barata será empregada em todo o dia (Agência
Nacional de Energia Elétrica, 2012).
Dessa forma o medidor necessariamente terá que possuir um relogio interno,
o qual será utilizado para definir em qual horário o cliente está consumindo energia e
dessa forma gerar o calculo de consumo proporcional a tarifa branca.
49
3.3.7 MEMÓRIA
As memórias são circuitos integrados extremamente importantes nos projetos
eletrônicos digitais em geral devido ao armazenamento temporário ou permanente
de programas e dados, onde que os dados entende-se por 0 ou 1 (Sedra, 2007).
Basicamente existem dois tipos de memórias: voláteis e não-voláteis. As
memórias voláteis perdem as informações nelas armazenadas quando ocorre a
interrupção da energia elétrica. Já as memórias não-voláteis mentêm as informações
nelas armazenadas mesmo com a queda da energia elétrica. Além disso, as
memórias não-voláteis podem ser dos seguintes tipos:
•
ROM: gravado na fábrica apenas uma única vez;
•
PROM: gravado pelo usuário apenas uma única vez;
•
EPROM: gravado pelo usuário diversas vezes, utilizando raios
ultravioletas para apagar os dados nela contido;
•
EEPROM: gravado pelo usuário diversas vezes, necessitando de
apenas uma correta alimentação do componente.
Desta maneira, neste projeto será utilizado uma memória não-volátil
EEPROM para o armazenamento dos dados de consumo da unidade consumidora.
3.3.8 COMUNICAÇÃO SERIAL USB
Para
comunicação
externa,
o
medidor
utilizará
como
interface
de
comunicação UART USB SERIAL. Através deste dispositivo será possível obter do
medidor todos os parâmetros de medição, além de horário, faixa de tarifação e entre
aos demais recursos que o medidor pode fornecer.
Este opcional é muito importante, uma vez que ao ocorrer, por exemplo, a
falha do display, é possível verificar o consumo realizado em um determinado mês
pela unidade consumidora, neste caso, uma residência, não sendo perdido o registro
de consumo.
No Apêndice I é possível verificar o esquemático do circuito de comunicação
serial, o qual utiliza o componente FT232R - USB UART, que é uma interface USB
para UART de série com a saída do gerador de relógio opcional IC, disponível no
modo de interface para bits síncronos e assíncronos.
50
3.3.9 MÓDULO CONTATOR E TRANSFORMADOR DE CORRENTE
3.3.9.1 Circuito Corte e Religa
Seguindo as novas tendências das redes inteligentes, as quais definem as
características que os medidores deverão ter, será mostrado o conceito de corte e
religamento remoto. Esta ação é necessária quando é detectada a falta de
pagamento de uma fatura ou uma possível alerta de intervenção não autorizada
(fraude) e até mesmo qualquer outra atividade que necessite conectar/desconectar o
usuário da rede elétrica.
Assim, não é mais necessário o deslocamento de um colaborador até a
residência, trazendo enormes vantagens para a concessionária de energia elétrica.
Deste modo, o Contator tem um papel extremamente importante no medidor.
Este dispositivo eletromecânico é destinado a estabelecer ou interromper
frequentemente um circuito qualquer, neste caso, a rede elétrica de uma
determinada residência de corrente máxima de 100A.
Internamente neste componente existe uma bobina, onde que ao passar uma
determinada corrente elétrica, é criado um campo magnético no seu núcleo que atrai
um contato elétrico. Deste modo é possível ligar ou desligar um circuito externo.
Deste modo, o contator escolhido para o projeto que atenda estas
características foi o 722 DR biestável do fabricante Gruner, conforme Figura 22.
Figura 22 – Contator bi-estável
Fonte: Gruner, 2011.
Nota: Catálogo do fabricante Gruner.
51
Seu funcionamento é descrito da seguinte forma: Ao injetar um pulso de 12V
no terminal ON, o mesmo fecha contato e libera a passagem do fluxo de corrente.
Ao injetar um pulso de 12V no terminal OFF, é aberto o contato, não sendo possível
a passagem da corrente elétrica para a residência. O terminal do meio (COM) é o
comum, utilizado para ambos os pinos.
Deste modo, a vantagem de se utilizar este tipo de contator está na economia
de energia, uma vez que é necessário apenas um pulso de curta duração para a
abertura ou fechamento do contator, ao contrário de um contator convencional, o
qual é necessário a constante alimentação no terminal do componente para que se
permaneça no estado de “fechado”, implicando no aumento do consumo de energia
elétrica.
O microcontrolador será o responsável pelo comando de abertura ou
fechamento do contator, porém, este componente fornece uma tensão máxima de
5V.
Deste
modo,
não
é
possível
acionar
o
contator
diretamente
pelo
microcontrolador.
Deste modo, foi desenvolvido o circuito da Figura 23 para que fosse possível
o acionamento do contator com um pulso de 5V do microcontrolador:
Figura 23 – Circuito para acionamento do contator via microcontrolador
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito necessário para corte e religamento da residência.
52
Com o circuito acima, é possível acionar o contator através de um sinal de 5V
do microcontrolador, sendo que ao injetar este sinal no pino LIGA, é fechado um
curto entre os pinos ON e o plano terra AGND através transistor Mosfet Q1. Assim, é
fechado um circuito e descarregada a carga do capacitor de C15 (1000µF) sobre o
pino Comum, acionado o contator. Da mesma forma, é feito para o pino desliga.
3.3.9.2 Ligação de um medidor - Fonte e Carga
Em um medidor de energia elétrica existem os dois conceitos: a Fonte e a
Carga. Basicamente a fonte é a rede elétrica padrão do país, no caso do Brasil,
127V/60Hz. Deste modo, é conectado na entrada do medidor a fase e o neutro
(monofásico no caso do projeto desenvolvido) e na saída é conecta a fiação que vai
normalmente para o quadro de distribuição geral da residência, conforme
exemplificado na Figura 24 abaixo:
Figura 24 – Diagrama do posicionamento do medidor na rede elétrica
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Diagrama representativo da ligação elétrica do medidor.
Conforme a norma NBR 14519:2011, o tipo de ligação do medidor projetado é
DIRETO, ou seja, em um mesmo barramento estão são derivadas a tensão e a
corrente para o circuito de medição eletrônico. “Medidor para ligação direta: medidor
de energia elétrica destinado a ser ligado diretamente ao circuito a ser medido.
53
Medidor para ligação indireta: medidor de energia elétrica destinado a ser ligado ao
circuito a ser medido através de transformadores para instrumentos” (ABNT, 2006).
Deste modo, o medidor deverá estar ligado em série na rede elétrica, sendo
que ao passar o fluxo de corrente pelo barramento, ele deve ser capaz de captar
esta corrente, processar, salvar e mostrar para o cliente o consumo realizado.
3.3.9.3 Módulo: Contator, Transformador de Corrente, Fonte e Carga
Compreendido os blocos do contator, do sensor de corrente, da fonte e da
carga, é apresentado o protótipo do módulo completo, acoplado em uma base
mecânica, conforme Figura 25 abaixo:
Figura 25 – Módulo contator/transformador desenvolvido
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Protótipo desenvolvido para acoplar o contator, o TC e conexão da Fonte e Carga.
Na Figura 26 é possível ver os detalhamentos do módulo contator, sensor de
corrente e entrada/saída de fase e neutro.
54
Figura 26 – Detalhamento das partes do módulo contator e sensor de corrente
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Este módulo representa protótipo.
Tabela 2 – Informações básicas do módulo de medição e corte/religa
Descrição
Item
Entrada da fase da rede elétrica (fonte)
1
Entrada e saída do neutro da rede elétrica
2
Saída da fase para a residência (carga)
3
Conector para alimentação da placa e amostragem de corrente
4
Transformador de corrente
5
Contator biestável
6
Conexão entre o barramento de saída do contator e loop da fase da residência
7
Conexão entre o barramento de entrada do contator e loop da residência
8
Cablagem para o acionamento do contator (on, off e comum)
9
Conector para a fonte de alimentação contínua de tensão (DC)
10
Loop de neutro do medidor para a residência
11
Loop de fase do medidor para a residência
12
Fonte: O Autor, 2013.
55
3.4
DESCRIÇÃO GERAL DO HARDWARE DESENVOLVIDO
Este tópico tem por objetivo descrever o hardware desenvolvido, sendo
demostrado a descrição básica dos circuitos, bem como a sua localização na PCB.
Figura 27 – Layout geral da PCB desenvolvida para o projeto
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
56
3.4.1 Circuito Fonte de Alimentação
Figura 28 – Circuito Fonte de Alimentação na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Este circuito é alimentado por uma tensão alternada proveniente da rede
elétrica (127VAC) através dos bornes “FASE” e “NEUTRO”, os quais estão
devidamente separados para que em caso de uma sobrecarga de curta duração não
seja gerado arcos elétricos que podem vir danificar o circuito eletrônico. Em sua
saída, é fornecida uma tensão contínua de 12V para o circuito do Contator
(alimentação capacitor C15) e 5V para alimentação dos demais circuitos do projeto.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice A deste documento.
57
3.4.2 Circuito de Aquisição de Amostragem de Corrente e Tensão
Figura 29 – Circuito Aquisição de Amostragem de Tensão e Corrente na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Estes dois circuitos são responsáveis pela obtenção da amostragem referente
à tensão da rede elétrica e da corrente que circula pelo medidor, sendo utilizados
estes dois sinais de amplitude máxima de ±0,5VAC no circuito de medição, descrito
no próximo tópico.
No primeiro circuito (Amostragem de Corrente) é gerado pelo transformador
de corrente (TC) uma corrente extremamente baixa (relação do TC 1:2500)
proporcional a corrente que está percorrendo o loop principal do medidor (máxima
de 120A). Deste modo, é utilizado um resistor shunt de 10Ω para que a queda de
tensão máxima no componente seja de ±0,5VAC ao ser aplicada uma corrente
máxima de 120A.
Já no segundo circuito (Amostragem de Tensão), é apresentando um divisor
resistivo formado por quatro resistores em série devidamente enfileirados para que
em caso de uma sobrecarga de curta duração não sejam gerados pequenos arcos
elétricos que podem vir danificar o circuito eletrônico.
58
Foram utilizados três resistores de 100KΩ em vez de apenas um resistor de
300KΩ devido a potência ser baixa deste componentes SMD (na ordem de 1/4W).
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice C deste documento.
3.4.3 Circuito de Medição
Figura 30 – Circuito de Medição na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Este circuito é composto por um circuito integrado, conhecido como
ADE7753, o qual é dedicado exclusivamente para a medição do consumo de
energia elétrica, possuindo internamente um conversor analógico Digital (ADC) e um
processador de sinal digital (DSP), para realizar a tratativa dos dados recebidos do
TC e Divisor Resistivo através do ADC. Também possui Amplificadores de Ganho
Programável (PGA) para quando a amplitude máxima do sinal amostrado for inferior
±0,5VAC. Este sinal que o componente deve receber é gerado através dos sensores
de corrente e tensão descrito no tópico acima.
59
Este circuito também é composto por capacitores na ordem de 33nF
responsáveis por gerar filtros passa-baixa para evitar aliasing do sinal amostrado da
rede elétrica.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice C deste documento.
3.4.4 Circuito de Comunicação Serial USB
Figura 31 – Circuito de Comunicação Serial na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Este circuito é responsável pela comunicação serial entre o medidor e um
computador, com o objetivo de obter todas as informações geradas durante a
medição da energia, tarifação, datas e horários (RTC), alarmes, tensão e corrente e
todos os demais recursos que o medidor pode oferecer. Sua conexão é USB e é
utilizados o componente FT232RL e sua interface de comunicação UART. Conta
também com indicadores de comunicação (TX e RX) através de Led’s vermelho e
verde.
60
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice I deste documento.
3.4.5 Circuito do Display LCD
Figura 32 – Circuito do Display LCD na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Este circuito é responsável pela indicação das informações presentes do
medidor, como a quantidade de energia consumida, data e horário (RTC), faixa de
tarifação, indicação da tensão e corrente instantânea do medidor e entre outras
diversas funcionalidades que o medidor pode apresentar.
Está incluído neste circuito um potenciômetro analógico responsável pelo
ajuste do contraste do display LCD.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice L deste documento.
61
3.4.6 Circuito dos Led’s de energia Ativa, Reativa e Power
Figura 33 – Circuito dos Led’s de energia Ativa, Reativa e Power na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Estes componentes são responsáveis por indicar se o medidor está ligado,
através do Led “POWER”, indicar a quantidade de watt-hora consumido pelo
medidor. Conforme adotado, estes led’s devem pulsar toda vez que o medidor
registrar 1 (um) Watt-hora de consumo, permanecendo ligado pelo período de
150ms.
Assim, no processo produtivo, no momento do ajuste do medidor, será
utilizada esta indicação para se conhecer o erro percentual do medidor e ajustar este
erro para o máximo possível de 0% e após este ajuste, o medidor não deve
ultrapassar os limites inferiores e superiores da classe do medidor (1%).
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice L deste documento.
62
3.4.7 Circuito Microcontrolador
Figura 34 – Circuito do Microcontrolador na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Neste circuito está concentrado um dos principais componentes do projeto:
Microcontrolador Atmega16. É através deste componente que é feito todo o
gerenciamento das informações geradas pelos circuitos periféricos, como o circuito
de medição, RTC, memória, comunicação serial, display e todos os demais circuitos
que compõem o projeto.
Este circuito é composto de capacitores que realizam a linearização do sinal
de alimentação, um cristal de 16 MHz para a geração de pulsos síncronos (clock) e
um conector (JP2) para a gravação do firmware.
Já em seus pad’s são conectados as entradas e saídas de dados gerados
pelos circuitos do projeto.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice E deste documento.
63
3.4.8 Circuito Memória e RTC
Figura 35 – Circuito de Memória e RTC na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Neste circuito estão concentrados também dois importantes componentes do
projeto: Memória (U6) e RTC (U3).
No primeiro circuito é apresentando a memória EEPROM 128K, a qual tem
por finalidade armazenar todas as informações de consumo do medidor, devendo
gravar em diferentes registros as diferentes faixas de tarifação (Branca, Amarela e
Vermelha).
Já no segundo circuito é apresentando o relógio de tempo real (RTC), o qual
fornece ao microcontrolador a data e horário real. Este circuito também é composto
por um cristal de 32,768 KHz para a geração de pulsos síncronos (clock) e uma
bateria de 3V para que em uma eventual falha de energia, a data e hora não seja
desconfigurada.
Todos os detalhes de conexão destes circuitos podem ser observados no
Apêndice G deste documento.
64
3.4.9 Circuito Contator
Figura 36 – Circuito Contator na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Este circuito é responsável pelo acionamento dos contatos de abertura e
fechamento do relé biestável (contator) através de um pulso enviado pelo
microcontrolador.
Para o acionamento do contator, é utilizada uma carga gerada por um
capacitor de 1000µF, o qual deve ser alimentado por uma tensão contínua de 12V
gerada pela fonte de alimentação.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice L deste documento.
65
3.4.10 Circuito Acionamento Externo
Figura 37– Circuito de Acionamento Externo na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Neste circuito estão concentradas três chaves micro-switch que podem ser
acionadas externamente: ANTI-FRAUDE, RESET e RESET-MEMÓRIA.
A primeira chave (ANTI-FRAUDE) é responsável pela indicação que o
medidor foi aberto (fraudado), onde que ao inserir a tampa principal do medidor, esta
chave é pressionada e qualquer tentativa de abertura do medidor, a mesma é deixa
de ficar acionada (nível lógico 0), alertando o microcontrolador através de uma
função de interrupção. O microcontrolador por sua vez, ao receber o sinal de fraude,
envia um pulso ao contator, abrindo-se o contato e desligando a residência da rede
elétrica.
A segunda chave (RESET) tem por objetivo reiniciar o programa que está
sendo executado, além de ser utilizada para acessar outras funções, como
desbloqueio da fraude.
Já a terceira chave (RESET-MEMÓRIA) foi incluída para facilitação do ajuste
do firmware do protótipo desenvolvido, com o objetivo de zerar o consumo de
66
energia armazenado na memória do medidor, facilitando a execução dos diversos
ensaios realizados durante o desenvolvimento do projeto. Esta chave não
necessariamente necessita ser incluída no produto final.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice L deste documento.
3.4.11 Circuito Porta Ótica
Figura 38– Circuito da Porta Ótica na PCB
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
Este circuito é responsável pela comunicação ótica entre o medidor e o
computador, com o objetivo de se obter todas as informações geradas durante a
medição da energia, tarifação, datas e horários (RTC), alarmes, tensão e corrente e
todos os demais recursos que o medidor pode oferecer. Sua conexão é realizada
através de um foto-emissor (TX) posicionado no cabo de comunicação serial do
computador, o qual realiza o envio de solicitações ou/e informações diretamente ao
foto-receptor (RX) da placa eletrônica do medidor.
67
Desta forma, o medidor recebendo estas solicitações ou/e informações,
realiza o processamento e aquisição dos dados e envia novamente ao computador
as respostas através de um foto-emissor (TX) conectado a placa eletrônica, sendo
recebidas pelo computador através de um foto-receptor (RX), estabelecendo-se
assim, a comunicação entre os dispositivos envolvidos.
Todos os detalhes de conexão deste circuito podem ser observados no
Apêndice L deste documento.
3.5
DESENVOLVIMENTO DO FIRMWARE DO MEDIDOR
Visando o bom funcionamento de todos os hardwares envolvidos no medidor
de energia elétrica, se torna necessário desenvolver um sistema para o ATMEGA16
de forma que seja possível realizar a aquisição de todos os dados provenientes da
rede elétrica, processamento de forma precisa e operações necessárias nos
instantes corretos.
O firmware foi dividido nos seguintes itens:
1) Interfaces entre periféricos:
•
Comunicação SPI;
•
Comunicação Serial UART;
•
Comunicação I2C.
2) Processamento de dados:
•
Antifraude;
•
Data e hora;
•
Medição de Energia Acumulada;
•
Medição de Tensão e Corrente;
•
Bandeiras de Consumo;
•
Exatidão de consumo;
3.5.1 Comunicação SPI
A comunicação denominada Serial Peripheral Interface (SPI) é responsável
pela interface entre periféricos de comunicação síncrona e serial utilizando o método
Mestre e Escravo (Master/Slave) isso significa que toda a comunicação será gerida
68
por um único periférico (Master), normalmente utilizado um microcontrolador, e os
demais periféricos envolvidos (Slaves) responderão ao mestre, ou seja, toda a
interface deverá seguir uma ordem onde o mestre solicita a ação e o escravo
executa. Para esta comunicação, é necessária a utilização de quatro sinais distintos,
sendo eles:
•
SCLK - Clock Serial gerado pelo microcontrolador;
•
MISO - Master-in Slave-out Data;
•
MOSI - Master-out Slave-in Data;
•
CS - Chip Select.
SCLK é utilizado para garantir o sinal síncrono de clock para a comunicação e
é gerado pelo mestre. O MISO envia dados do periférico escravo para o mestre já o
MOSI envia os dados do mestre ao escravo. O sinal CS permite que o mestre inicie
e finalize a comunicação com os escravos envolvidos.
A utilização desta interface é necessária, pois é a forma de comunicação com
o chip medidor de energia ADE7753. São necessárias duas operações distintas para
o bom funcionamento do ADE7743, operação de leitura e operação de escrita.
Figura 39 – Interface Serial ADE7753
Fonte: Analog Device, 2010.
Nota: Test Circuit for Performance Curves with Integrator On.
69
Inicialmente o mestre deverá habilitar a comunicação pelo pino CS, após
informar se a operação será de leitura (00) ou escrita (01), em seguida o endereço
do registrador que será acessado. Caso seja uma operação de leitura, após isso o
escravo retornará o valor do registrador selecionado, mas se for uma operação de
escrita, o mestre deverá enviar a palavra de escrita para o escravo.
Utilizando um exemplo do ADE7753, deseja-se realizar a leitura de tensão
RMS da rede elétrica.
Primeiramente, é necessário definir o endereço do registrador, utilizando o
datasheet do ADE7753. De acordo com o datasheet em hexadecimal o endereço do
registrador é 0x17.
Figura 40– Registrador de tensão RMS
Fonte: Analog Device, 2010.
Nota: Test Circuit for Performance Curves with Integrator On.
Desta forma é possível definir a forma de onde que deverá ser enviada pelo
mestre para o ADE7753, lembrando que o sinal inteiro é composto de palavras de
8bits. O sinal deverá ser escrito da seguinte forma:
Leitura + endereço + clock para retorno do escravo (lembrando que o retorno
do escravo será 24bits).
70
Figura 41 – Exemplo de comunicação com ADE7753
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Simulação de solicitação de leitura registrador VRMS.
Desta forma o ADE7753 retornará um valor hexadecimal o qual o
microcontrolador deverá interpretar, fornecendo o valor referente em decimal,
proporcional a medição.
3.5.2 Comunicação UART
A
comunicação
serial
denominada
UART
(universal
Asynchronous
Receiver/Transmitter) é a forma de interface mais comum em circuitos de
comunicação serial (Baldassin, 2013).
É chamado de universal devido ao formato do dado e velocidade poder ser
ajustado conforme a necessidade da aplicação ou do sistema em que irá receber as
informações. Para a interface UART, existem dois métodos padrões os quais
baseiam em UART, RS-232 e RS-422.
Essa comunicação é assíncrona, ou seja, comandos devem ser passados
para sincronizar a comunicação, geralmente é utilizado um bit de Start antes dos bits
que compõem a palavra e após o termino do envio um bit de stop, normalmente
também é utilizado um bit denominado de paridade para checar possíveis erros na
transmissão.
71
É possível entender a forma de comunicação UART, imaginando o seguinte
cenário, supondo uma necessidade de transmissão de dados de um computador
para outro, os dados são recebidos pela UART do computador 1, o sistema
transforma a palavra paralela em uma sequencia de bits e envia um em cada vez, a
UART do segundo computador recebe os bits e os agrupa novamente em forma de
palavras.
A comunicação UART se aplicará no projeto de uma forma de gerar uma
interface entre o medidor e um computador qualquer, para assim facilitar na forma
de visualização dos dados provenientes do ADE7753 e ajudar na calibração do
medidor.
Sendo assim é necessária a utilização de um software que possa gerir a
comunicação UART e interpretar os dados emitidos pelo ATMEGA16 os
apresentando na tela do computador. Para isso foi definido como base o programa
denominado Hercules por se tratar de um software gratuito capaz de realizar as
operações necessárias para o projeto.
Figura 42 – Programa Hercules
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Tela de utilização do Hercules.
72
O firmware do medidor de energia envia as informações de energia, data e
hora, bandeira de tarifação, tensão e corrente e consumo em um período de um
segundo, estas informações poderão ser observadas utilizando um notebook, por
exemplo, conectado no medidor por um cabo USB.
3.5.3 Comunicação I2C
"O protocolo I2C é um protocolo para comunicação serial com diversos
periféricos, destinado a aplicações de baixo custo e transferência de dados de
volume mediano. Ele possui a característica de permitir o envio de mensagens
broadcast (para todos os periféricos). Além disso, diversos microcontroladores
possuem o protocolo I2C implementados" (Bezerra, 2004).
Este método de comunicação foi desenvolvido em 1996 e atualmente ele é
amplamente utilizado em dispositivos eletrônicos, como por exemplo, em
microcontroladores e microprocessadores ligados em barramentos, drivers LCD,
portas de Input e Output, memórias voláteis (RAM) e memórias não voláteis
(EPPROM) e conversores de dados.
Isto foi possível, pois o conceito do I2C é a criação de um barramento de "2
fios" para a redução da complexidade de circuitos e otimização da produção,
denominado Inter-Integrated Circuito (I2C) ou seja "barramento de interconexão de
circuitos integrados, que constituem uma interface simples, prática e padronizada"
(Aplicações do protocolo I²C em sistemas microcontrolados, 2012).
As principais vantagens de uma comunicação I2C são:
Poder utilizar vários hardwares ligados em um mesmo barramento de
comunicação, pois é possível a definição de endereçamento de acesso via software,
possibilidade de inclusa e exclusão de componentes no barramento sem afetar
outros dispositivos conectados, desenvolvimento de firmware simplificado, facilidade
no desenvolvimento de circuitos impressos, baixo consumo de corrente e uma baixa
propensão á ruídos.
O Barramento I2C consiste fisicamente em dois trechos de circuitos, ou seja,
duas vias, sendo a primeira via onde será emitido um sinal de CLOCK chamado
neste caso de SCL (serial Clock Line), já a segunda linha é a responsável pela
comunicação bidirecional de dados denominada SDA (Serial Data Line). Neste
73
método de interface, o sistema que inicia a comunicação é denominado mestre, e os
demais componentes seus escravos. Sendo assim, o Clock sempre deverá ser
gerado pelo mestre e a troca de informação torna-se serial. Estas informações são
compostas de dados, endereços e comandos.
Sendo assim o mestre poderá realizar comandos de leitura ou de escrita nos
demais periféricos acoplados no barramento.
Figura 43 – Exemplo de barramento I2C
Fonte: Silva, Ítallo Santos Lima e, 2012.
Nota: Diagrama ilustrando um barramento I2C
Para o medidor de energia elétrica, esta interface se torna necessária devido à
utilização de um relógio de tempo real (RTC) e memória EPPROM, os quais são
compatíveis com esta forma de comunicação.
É necessária a criação de um barramento, no hardware, conectando o RTC e a
memória junto com o ATMEGA16.
A forma de como é tratada as solicitações de dados é similar ao adotado na
interface SPI. Utilizando um exemplo para melhor entender o sistema, supondo que
o ATMEGA16 necessite ler um dado do RTC (registrador de minutos, por exemplo) e
em seguida escreve o dado na memória EPPROM.
Primeiramente é necessário conhecer o endereço de cada um dos
componentes. De acordo com o datasheet do RCT seu endereço é 1101000, já para
a memória é 1010A2A1A01 como é apenas um chip de memória A2 = A1 = A0 = 1.
74
Para a comunicação com o RTC deverá então seguir a sequencia:
/0
0 + Endereço + leitura ou escrita + registrador + leitura do dado RTC
Figura 44 – Modo de comunicação com RTC
Fonte: Maxim Integrated, 2008.
Figura 45 – Exemplo de comunicação com RTC
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Simulação de solicitação de leitura registrador minutos.
Para a comunicação com a memória deverá então seguir a sequencia:
Start + Endereço + leitura ou escrita + endereço da memória (16bits) + Start
+ endereço + dados a serem escritos
75
Figura 46 – Modo de comunicação com RTC
Fonte: Microchip, 2004.
Nota: Data Write—Slave Receiver Mode
Figura 47 – Exemplo de comunicação com EPPROM
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Simulação de solicitação de escrita na memória.
Desta forma todos os dados do RTC e memória podem ser acessados, e
quando necessário, realizar a escrita em cada registrador.
76
3.5.4 Inicialização do Firmware
Visando realizar a medição de energia o sistema de medição possui um
software dividido em três arquivos bases, sendo eles:
1. Datatypes.h - Arquivo onde estão contidas todas as constantes do
medidor,
bem como
endereços
de
memórias,
referências
de
registradores entre outros. Este arquivo é utilizado para comunicar com
todas as variáveis de acordo com o microcontrolador utilizado,
facilitando a migração do sistema para diversas plataformas.
2. Hal.c - Arquivo composto de todas as funções, operações matemáticas
e interfaces de comunicação;
3. Main.c - Firmware propriamente dito, gerencia de todo o sistema;
Figura 48 – Firmware do projeto
Fonte: O Autor, 2013.
Esta metodologia de projeto foi adotada visando utilizar os conhecimentos
adquiridos em sistemas embarcados com a intensão de facilitar, se necessário, a
migração de um microcontrolador para outro. Esta forma foi adotada no inicio de
projeto, pois não havia muita visibilidade de como componentes, por exemplo, o
77
ADE7753 se comportaria perante as solicitações do microcontrolador ATMEGA16,
desta forma se tornando mais fácil a alteração do hardware.
Tendo uma sequência cronológica é possível entender facilmente o
funcionamento do firmware do medidor, para a criação do sistema, foram utilizadas
ferramenta de confecção de fluxogramas (Microsoft Visio), os quais serão
apresentados no decorrer deste assunto.
Inicialmente ao entrar em estado de trabalho o programa entrará em operação
executando as funções de inicialização, as quais têm por objetivo estabelecer os
parâmetros necessários para o bom funcionamento do medidor, definindo as
interfaces de comunicações (SPI, I2C, UART), logo após a inicialização, o sistema
criará dois pontos de interrupção, para monitoramento do botão antifraude, e para o0
pulso de calibração (indicado por um diodo emissor de luz). Na sequência são
enviados parâmetros para o ADE7753, eles são utilizados para calibrar os
registradores necessários para realizar a medição de energia, por exemplo, e
também desabilitar registradores que não serão implementados. Por ultimo é
inicializado o relógio de tempo real. Isso pode ser observado na Figura 49.
Figura 49 – Fluxograma inicializações
Fonte: O Autor, 2013.
78
3.5.5 Antifraude
Um ponto importante no sistema é a atuação do sistema denominado
Antifraude, o qual tem por objetivo tentar inibir intervenções não autorizadas no
equipamento de medição, desta forma há uma interrupção que é executada se o
medidor for aberto.
Esta operação consiste em uma interrupção, que ao ser ativado pela chave
antifraude, grava em um ponto da memória EPPROM, uma constante que será
interpretada como medidor fraudado, após isso é descrito na tela "Medidor
Fraudado" e o contator de corte-religa é acionado, fazendo com que a casa seja
desacoplada da rede elétrica. Por ultimo o medidor entrará um estado de bloqueio,
impossibilitando que o usuário continue utilizando os serviços da concessionária, de
acordo com a Figura 50.
Para que este mecanismo funcione de acordo, logo após a inicialização do
sistema, ele fará uma leitura da memória, caso seja observada que o medidor
encontra-se em estado de "Medidor Fraudado" novamente será emitido à mensagem
de fraude no display e o contator não será rearmado. Caso contrário, o sistema
desconsiderará esta operação ligando o contator e inserindo a casa junto à rede
elétrica.
Figura 50 – Fluxograma Anti-fraude
Fonte: O Autor, 2013.
79
3.5.6
Data e hora
Já a operação inicial de data e hora é utilizada para verificar o horário em que
o medidor se encontra. Para isso o ATMEGA16 fará uma solicitação através da
interface I2C ao RTC com a intenção de saber qual é o horário atual do medidor,
desta forma podendo indicar qual é a bandeira de consumo do medidor.
De acordo com a bandeira em que o medidor se encontrar, um endereço de
memória será acessado, nesta memória estará o consumo até o momento na
bandeira determinada. Esta lógica está apresentada na Figura 51.
Figura 51 – Fluxograma Verifica Hora
Fonte: O Autor, 2013.
3.5.7 Medição de Energia Acumulada
A primeira condição que será demonstrada no display será a energia
consumida nas três bandeiras, desta forma, o ATMEGA16 fará a leitura dos três
endereços da memória onde se encontram os valores de energia, estes valores
serão somados.
80
Na sequência o medidor entrará em uma função em que ficará durante um
período de tempo mostrando os valores de energia consumidas naquele instante,
para isso o ATMEGA16 realizara a leitura do registrador AENERGY do ADE7753
utilizando a interface SPI, descrita anteriormente, o chip de medição retornará um
valor inteiro de 24bits. O microcontrolador realizará uma operação matemática para
interpretar o valor proveniente do ADE7753 e gerar no display o valor compatível ao
consumo de energia (Figura 52).
Figura 52 – Fluxograma Calculo energia acumulada
Fonte: O Autor, 2013.
Após a execução desta função, novamente o ATMEGA16 fara a verificação
da hora, com a intenção de verificar se a o horário mudou para a próxima bandeira,
caso tenha ocorrido à troca de bandeira, o ultimo valor lido referente à bandeira
anterior, será gravado no seu respectivo endereço de memória como demonstrado
na Figura 53. Esta função se repetirá ao longo de todo o firmware.
81
Figura 53 – Fluxograma Verifica troca de horário
Fonte: O Autor, 2013.
3.5.8 Medição de Tensão e Corrente
A próxima função a apresentar valores ao usuário será a medição de tensão e
corrente, para isso o ATMEGA16 efetuará a leitura sequencial de dois registradores
do ADE7753, sendo eles VRMS e IRMS. As informações provenientes do
transformador de corrente e do divisor resistivo são armazenada instante após
instante nestes registradores, ou seja, realizar a leitura destas variáveis trará os
valores de tensão da rede elétrica e da corrente de demanda da residência.
Mesma forma que a energia, há uma função que mantem o ATMEGA16
monitorando estes valores de tensão e corrente, logo após a aquisição destes
dados, através de operações matemáticas, são transformados estes valores
(provenientes do ADE7753) em valores correspondentes a tensão e corrente da
rede elétrica como demonstrado na Figura 54.
82
Figura 54 – Fluxograma de tensão e corrente
Fonte: O Autor, 2013.
3.5.9 Bandeiras de Consumo
Tendo sido demonstrado os valores de energia acumulada, tensão e corrente,
é necessário neste momento apresentar ao usuário o consumo de energia em cada
bandeira, desta forma o firmware verificará qual é o horário neste instante e logo
após realizará a aquisição de energia do ADE7753, sendo lida a sequência na
memória referente a faixa de horário atual. Através de equações matemáticas é
calculado o consumo para aquela bandeira e demonstrado no display. Logo após é
novamente verificado se houve a troca de bandeira, se sim, o ultimo valor de energia
é gravado na memória.
83
Figura 55 – Fluxogama consumo de bandeiras
Fonte: O Autor, 2013.
3.5.10 Exatidão de consumo
Para aferir a Exatidão do medidor de energia elétrica é utilizada uma função
de interrupção, esta função tem por objetivo executar a leitura do consumo de
energia registrado pelo ADE7753 a cada período de tempo, o objetivo é determinar o
momento, com a maior precisão possível, em que há o incremento de 1kWh. Desta
forma cada vez que houver este incremento, um diodo emissor de luz (LED) irá
piscar, gerando um pulso para a aferição.
84
Inicialmente é necessário definir a frequência em que o sistema entrará na
interrupção, pelas características estipuladas no inicio do projeto, sabe-se que os
limites do medidor são de cerca de 127V e 120A, desta forma é possível determinar
a energia consumida em uma hora.
Figura 56 – Calculo do periodo de interrupção
G
=H 0
×0
= I × × ∆0 = 127 × 120 × 1ℎ = 15.240NOℎ
15,240 × 103 Oℎ
1Oℎ
0
=
60
× 60
çã = 0,236 ≅ 200
Fonte: O Autor, 2013.
Assim é possível gerar a interrupção, a qual será executada a cada 200ms.
Ao ser acionada a interrupção, a função comparará a ultima informação adquirida de
energia do ADE7753 com o valor atual, verificando se o valor medido é maior ou
igual a 1kWh, caso seja, o LED é acionado, caso contrario não irá acontecer nada.
Este valor de 1kWh, na verdade, é um numero inteiro de 24bit, o qual se
tornou uma constante de calibração do medidor, sendo que ao variar este valor, é
possível alterar o erro do medidor, facilitando sua calibração.
3.6
ENSAIOS PARA VALIDAÇÃO DO MEDIDOR
3.6.1 Exatidão do Medidor
O medidor será colocado em uma bancada de ajuste e algumas faixas de
corrente. Na sequencia será lida à quantidade de pulsos que o medidor estará
enviando para o led de indicação de energia ativa com uma corrente especifica
sendo aplicada no medidor. Após o termino da contagem dos pulsos lidos pelo
sensor de captação, será calculado o erro do medidor, comparando-se a quantidade
de pulsos ele deveria ter detectado e a quantidade de pulsos recebida,
determinando-se assim o erro percentual do medidor.
85
Resultado Esperado: O medidor será aprovado se o erro percentual
permanecer dentro da faixa especificada de 2%, conforme é aplicado atualmente no
mercado nacional de medição.
3.6.2 Ensaio de Tarifações
Com o intuito de verificar o correto funcionamento das novas tarifações, serão
simulados diversos horários no medidor e verificados ao aplicar uma corrente se o
mesmo irá registrar o consumo conforme aquele horário. Por exemplo, caso seja
simulado o horário do medidor entre as 18 e 21 horas, o medidor deverá mostrar no
display e salvar na memória a quantidade de energia registrada naquele horário,
para que a concessionário possa estar cobrando a partir de 2014 do consumidor
uma taxa por ter consumido a energia naquele determinado horário.
Também será ajustado o horário do medidor e aplicado uma determinada
corrente, devendo o mesmo ficar ligado durante um período de tempo (48 horas, por
exemplo) e ao final deste período, será avaliado se os registros das tarifações foram
salvos corretamente na memória e se a somatória dos registros for igual ao registo
do consumo total (sem tarifações), como é feito atualmente pelas concessionárias.
Resultado Esperado: O medidor será aprovado se os registros das diversas
tarifações forem iguais ao registro total (sem tarifações). Para validação efetiva, o
professor orientador ou qualquer outro membro devidamente designado pela banca
poderá acompanhar o ensaio.
3.6.3 Comunicação Serial USB
Como intuito de verificar o correto funcionamento da comunicação serial USB,
serão realizadas diversas leituras dos parâmetros detectados pelo medidor, como
tensão, corrente, energia durante um determinado período (24 horas, por exemplo) e
verificado se os valores de resposta são condizentes com os valores apresentados
no display do medidor.
Resultado Esperado: O medidor será APROVADO se os registros lidos via
Comunicação Serial USB forem condizentes com os valores apresentados no
display do medidor. Para validação efetiva, o professor orientador ou qualquer outro
membro devidamente designado pela banca poderá acompanhar o ensaio.
86
3.6.4 Ensaio de funcionamento do Contator
Será simulado no microcontrolador o envio de um comando de corte ou
religamento da unidade consumidora da rede elétrica por um determinado período
(24 horas, por exemplo) e verificado se o contator irá responder conforme
programado.
Resultado Esperado: O medidor será APROVADO se o contator for alterado
do estado fechado para o estado de aberto ao ser enviado um comando pelo
microcontrolador. Para validação efetiva, o professor orientador ou qualquer outro
membro devidamente designado pela banca poderá acompanhar o ensaio.
3.6.5 Ensaio do alarme Antifraude
Será testado à chave micro-switch antifraude, a qual tem por objetivo enviar
ao microcontrolador um sinal indicando que uma possível tentativa de fraude foi
realizada ao abrir o medidor, mostrando com clareza ao operador de campo que o
medidor possivelmente foi fraudado ou que apresenta falha do fabricante (microswitch com defeito, falha na injeção da mecânica, montagem incorreta em linha de
produção e entre outros).
Resultado Esperado: O medidor será APROVADO se ao abrir o medidor, o
contator for acionado (abertura dos contatos elétricos), devendo ser travado o
funcionamento do medidor e inserido imediatamente no display a mensagem de
fraude. Para validação efetiva, o professor orientador ou qualquer outro membro
devidamente designado pela banca poderá acompanhar o ensaio.
3.6.6 Ensaio do Mostrador
Será observada no display do medidor a quantidade de energia consumida
em um determinado instante de tempo, aplicando-se corrente elétrica controlada e
potencial da rede elétrica.
Resultado Esperado: O medidor será APROVADO se ao aplicar uma
corrente elétrica controlada por um intervalo de tempo ou pulsos, o medidor registar
em seu display o valor aproximado apresentando no medidor padrão que será
colocado em série no circuito.
87
3.6.7 Ensaio de Memória
Será observado no display do medidor o funcionamento da memória, ao ser
detectado uma falha no fornecimento de energia elétrica na rede de distribuição.
Resultado Esperado: O medidor será APROVADO se ao ocorrer uma falha
de fornecimento de energia elétrica pela concessionária responsável, o registro do
último intervalo de consumo de energia deverá ser indicado no display.
3.7
AJUSTE DA MEDIÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA – EXATIDÃO
Após o desenvolvimento do firmware do medidor, houve-se a necessidade de
ajustar a energia consumida pelo ADE7753 e gerenciada pelo Atmega16, para que o
erro percentual da medição realizada não se ultrapassa os 2% aplicados em campo
atualmente pelas concessionárias.
Deste modo, para que o ajuste do medidor seja realizado com sucesso,
alguns parâmetros para o medidor foram adotados, tomando como referência os
medidores desenvolvidos pelos grandes fabricantes de medição de energia,
conforme abaixo:
•
Constante Eletrônica do medidor (Ke): 1Wh/pulso
•
Constante de Calibração do medidor (Kh): 1Wh/pulso
Assim, ficou definido que o microcontrolador deverá enviar ao led responsável
pela indicação da energia Ativa (LED6 - Apêndice E - Esquemático do Circuito de
Processamento) 1 pulso a cada 1 Watt-hora consumido, sendo utilizado para isso,
um sensor de captação.
Com o pulso captado pelo sensor, será utilizado um Contador de Pulsos
Digital, o qual deverá receber este pulso e decrementar a contagem de pulsos
selecionada no equipamento. Em série com o medidor do projeto a ser ajustado será
inserido um medidor, com erro de 0,05%, o qual será o Padrão de Referência da
energia consumida pela carga.
Deste modo, ao término da decrementação dos pulsos enviados pelo medidor
do projeto, o Contador de Pulsos Digital deverá congelar no display do medidor
88
padrão o consumo realizado naquele momento e desta forma, é possível obter o
erro percentual entre o consumo de energia medida pelo medidor padrão e o
medidor a ser ajustado (projeto desenvolvido).
Abaixo é exposto o diagrama de ligação dos equipamentos utilizados para
realizar o ajuste do medidor desenvolvido:
Figura 57 – Diagrama de ligação para realização do ajuste do medidor
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Diagrama contendo todas as ligações para a realização do ajuste do medidor.
89
Na tabela abaixo é possível observação a descrição das partes do diagrama
de ligação necessário para o ajuste do medidor.
Tabela 3 – Descrição das partes que compõem o sistema de ajuste do medidor
Descrição
Item
Variac: Tem a função de realizar a variação da tensão alternada proveniente da
1
rede elétrica
Transformador de Corrente (TC): Tem a função de gerar corrente alternada ao
2
ser aplicado à tensão alternada proveniente da rede elétrica e gerada pelo
Variac;
A corrente elétrica gerada pelo TC entra no borne de “fase linha” do medidor,
3
percorre o loop de corrente, passa pelo sensor de amostragem de corrente do
medidor e sai pelo borne de “fase carga”. Na sequencia, a corrente entra na
entrada (IN) do “Medidor padrão” e sai na saída OUT, fechando-se assim o
circuito serie.
O Led é utilizado para a verificação da Exatidão do medidor. Deste modo, a
4
cada 1 Watt-hora consumido pelo medidor, este Led deve pulsar, uma vez
definido a constante do medidor em 1 Wh/pulso.
O sensor é responsável pela captação do pulso emitido pelo Led de energia
5
ativa do medidor, devendo enviar este sinal captado na entrada “Input” do
equipamento “Contador de Pulsos Digital”.
O Contador de Pulsos Digital desempenha um papel fundamental para a
6
realização da verificação da Exatidão do medidor. Nele é possível selecionar a
quantidade de watt-hora que se deseja verificar no “Medido padrão”, zerar e
iniciar o consumo de energia ativa do medidor padrão.
O Medidor Padrão tem o objetivo de mostrar a quantidade de energia ativa que
está sendo consumida pelo “Projeto medidor” através do Led de indicação.
Assim, por exemplo, se o medidor estive-se com seu erro ideal, ou seja, 0%
seria mostrado no display, por exemplo, exatos 10 watt-hora (10,0000).
Fonte: O Autor, 2013.
7
90
3.7.1 Resumo básico do sistema de ajuste do medidor
Inicialmente deve-se selecionar a quantidade de Watt-hora que se deseja
verificar no painel frontal, neste caso, será selecionado, por exemplo, 10 Watt-hora.
Também se deve zerar o display do Medidor padrão, selecionando a opção “Reset”
do equipamento. Como a constante do “Projeto medidor” é 1Wh/pulso, o
equipamento irá realizar uma contagem de 10 pulsos recebidos do sensor na
entrada “Input” ao iniciar o processo apertando o botão “Start”. Ao término desta
contagem, o mesmo envia um único sinal para o “Medidor padrão” através da saída
“Output” para que o registro de consumo de energia ativa no medidor padrão fique
em stand-by (congelada) no display.
É possível verificar o erro do medidor aplicando-se a equação da figura
abaixo:
Figura 58 – Equação para a determnação do erro percentual do medidor
G
(%) = 100% R S
100%
0
U0
H
/
T
V
Fonte: O Autor, 2013.
Para efeito de ilustração, é exemplificada uma situação de ajuste do medidor:
•
Quantidade de Pulsos Selecionado (Contador de Pulsos Digital): 10
•
Leitura Realizada (medidor padrão): 10,01987 Watt-hora
G
(%) = 100% R S
G
100% × 10,01987
V
10
(%) = R0,1987%
Deste modo, foi possível determinar que o erro percentual que o medidor
desenvolvido apresentou com relação ao medidor padrão foi de -0,1987%, ou seja,
bem abaixo dos 2% que são aplicados atualmente no mercado nacional de medição
de energia elétrica.
91
3.8
RESULTADOS OBTIDOS NA VALIDAÇÃO DO MEDIDOR
3.8.1 Resultado da Exatidão do Medidor
O medidor foi submetido ao ajuste e o ensaio de Exatidão, o qual teve por
objetivo verificar se o medidor esta medindo corretamente o consumo de energia
elétrica através de um medidor padrão.
O medidor foi colocado em uma bancada, realizado o ajuste e aplicado
diversas faixas de corrente. Na sequencia foi lida à quantidade de pulsos que o
medidor enviou para o led de indicação de energia ativa conforme a corrente
especifica que estava sendo aplicada no medidor. Após o termino da contagem dos
pulsos lidos pelo sensor de captação, foi calculado manualmente o erro do medidor,
através da comparação entre quantidade de pulsos ele deveria ter detectado e a
quantidade de pulsos fisicamente recebido pelo sensor de captação, determinandose assim o erro percentual do medidor.
Conforme os resultados obtidos na tabela abaixo, os erros percentuais não
ultrapassaram o limite máximo estabelecido de 2% de erro ao comparar com o
consumo adquirido pelo medidor padrão.
3.8.2 Resultado do ensaio de Tarifações
Ensaio 1: Conforme ensaios realizados no laboratório da PUCPR, foi
verificado o correto funcionamento das novas tarifações após a simulação de
diversos horários no medidor e verificado que ao aplicar uma corrente que o mesmo
registrou consumo conforme aquele horário.
Ensaio 2: Foi configurado o RTC do medidor para todas as faixas de
tarifações e aplicado um corrente com o objetivo de verificar o registro do consumo
nestas faixas. Desta forma, o medidor mostrou no display e salvou na memória a
quantidade de energia registrada naquele horário. Assim, é possível realizar a
cobrança de uma taxa adicional na fatura mensal do usuário devido ao fato que ter
consumido a energia no horário de pico, por exemplo. Também é possível
disponibilizar descontos na fatura do usuário por ter consumido energia elétrica em
horários de baixa demanda de energia, por exemplo.
Ensaio 3: Foi ajustado o horário de 12:00 p.m. no medidor e aplicada uma
determinada corrente, onde que o mesmo ficou ligado durante um período de 24
92
horas e ao final deste período, foi avaliado o medidor e constatado que os registros
das tarifações foram salvos corretamente na memória. Também ficou constatado
que a somatória dos registros nas diferentes faixas de tarifações ficou igual ao
registo do consumo total (sem tarifações), comprovando-se o funcionamento correto
do sistema de tarifação.
3.8.3 Resultado do ensaio Comunicação Serial USB
Foram realizadas diversas leituras dos parâmetros detectados pelo medidor,
como tensão, corrente, energia durante o período de 12 horas, sendo verificado que
os valores recebidos são condizentes com os valores apresentados no display do
medidor.
3.8.4 Resultado do ensaio de funcionamento do Contator
Durante a etapa de desenvolvimento do projeto, foram testadas diversas
vezes o circuito de CORTE e RELIGA com o objetivo de garantir-se o correto
funcionamento do circuito. Deste modo, inicialmente foi desenvolvido o circuito do
Contator separado do projeto completo, e aplicado curtos sinais de amplitude 5V
gerado por uma fonte contínua convencional, simulando assim o pulso que seria
enviado pelo microcontrolador.
Deste modo, puderam-se realizar alguns ajustes no circuito e na montagem
dos componentes, uma vez que foi possível assim detectar uma pequena falha na
montagem do componente Q1 - Transistor MOSFET NDS355N (invertido).
Assim, resolvidos os detalhes do desenvolvimento e montagem do circuito, foi
substituída a fonte pelo microcontrolador e realizadas diversas simulações de
abertura e fechamento do contator pelo período de aproximadamente 4 horas.
Deste modo, não foram detectadas falhas no Contator ao ser alterado o
estado físico fechado para o estado físico aberto e vice-versa ao ser enviado os
comandos pelo microcontrolador.
3.8.5 Resultado do ensaio do alarme Antifraude
Foram testados por diversas vezes o acionamento da chave micro-switch
antifraude, sendo observado que ao abrir a tampa principal do medidor,
93
imediatamente foi mostrado no display à mensagem de “Medidor Fraudado” e
imediatamente a isso, acionado o corte da passagem da corrente elétrica através do
contator, mostrando com clareza que o medidor sobre uma fraude ou falha do
próprio fabricante do medidor, como micro-switch com defeito, falha na injeção da
mecânica, montagem incorreta em linha de produção e entre outros.
Deste modo, o medidor foi aprovado se abrir o medidor, sendo acionado o
contator (abertura dos contatos elétricos), travado o funcionamento do medidor e
inserido no display a mensagem de fraude.
3.8.6 Resultado do ensaio do Mostrador
Foram observados no display do medidor correta quantidade de energia
consumida em um determinado instante de tempo, aplicando-se corrente elétrica
controlada e potencial da rede elétrica. Para isso, foi utilizado como parâmetro um
medidor padrão para comparação dos resultados obtidos.
Assim, o medidor foi considerado aprovado ao aplicar-se uma corrente
elétrica controlada por um intervalo de pulsos (selecionado 50 pulsos), sendo
registrado em seu display o valor aproximado ao valor apresentando no medidor
padrão colocado em série no circuito.
3.8.7 Resultado do ensaio de Memória
Foi observado no display do medidor o funcionamento correto da memória, ao
ser simulado uma falha no fornecimento de energia elétrica na rede de distribuição.
Deste modo, o medidor foi considerado aprovado ao simular uma falha de
fornecimento de energia elétrica pela concessionária responsável, desligando-se o
medidor da rede elétrica e ligando-o após 5 minutos, não sendo observadas perdas
dos registros de consumo salvos na memória que são disponibilizados nos display
do medidor conforme a tarifações vigentes.
94
3.9
CRONOGRAMA
Visando um bom andamento do projeto, a equipe desenvolveu um
cronograma com as datas chaves do projeto bem como as ações necessárias para a
realização e conclusão com êxito, desta forma é possível notar um bom
planejamento de todas as tarefas.
Figura 59 – Cronograma primeiro semestre de 2013
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Cronograma de controle semanal.
95
Figura 60 – Cronograma segundo semestre de 2013
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Cronograma de controle semanal.
96
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do projeto abordado neste documento permitiu aos alunos
envolvidos um grande aprimoramento e utilização dos diversos conhecimentos
adquiridos ao longo da graduação e da própria vida. Temas como sustentabilidade
energética, sistema eficiente de medição de energia, transparência ao consumidor,
estímulo de consumo de energia elétrica em horários de pouca demanda, segurança
do sistema, confiabilidade do produto e entre outros diversos temas foram
constantemente abordados e discutidos.
Deste modo, foi criado um grande caminho e visão para o desenvolvimento
de um produto voltado para a realizada atual do mercado nacional e internacional
energético.
Com isso, foram realizadas diversas pesquisas voltadas para as redes
elétricas inteligentes, conhecidas como Smart Grid e que já são realidade em
diversos países e que será realidade no Brasil nos próximos anos.
Após a absorção dos conceitos que envolvem esta área da Engenharia, foram
sendo desenvolvidos pequenos protótipos, como fontes de alimentação, circuitos de
corte e religamento de relé biestável, medição de energia através de componentes
específicos e até mesmo a utilização de kits educacionais do laboratório da
Universidade com o objetivo de escolher os componentes e circuitos que melhor se
adequavam a realizado do projeto desenvolvido.
Com isso, foram aperfeiçoadas diversas técnicas de elaboração de projeto,
obtendo-se um melhor desempenho do produto. Para isso, foram introduzidos
diversos componentes e circuitos de segurança, como varistores e posicionamento
de componentes que poderiam ser susceptíveis a sobrecargas da rede e que
poderiam causar danificações do circuito eletrônico ou até mesmo apresentar riscos
de acidentes aos envolvidos.
Assim, após testar e aprovar os diversos componentes e estrutura física do
medidor (mecânica) partiu-se então para o desenvolvimento do protótipo na versão
final, utilizando todos os recursos e suportes disponíveis no laboratório de
Engenharia Elétrica da Universidade.
Paralelamente
ao
desenvolvimento
do hardware, iniciou-se então o
desenvolvimento do firmware com a consciência de que o desafio era grande, tendo
em vista programar um sistema de monitoramento de consumo de energia com o
97
monitoramento de tempo real, com uma precisão abaixo dos 2%, desenvolvido
especificamente para o uso residencial. De acordo com os objetivos, o ADE7753
deveria ser capaz de realizar a aquisição dos dados de tensão e corrente
proveniente do hardware desenvolvido, apresentando o menor erro possível, em
relação aos equipamentos utilizados para a aferição do mesmo (multímetro,
amperímetro e medidor de consumo de energia de precisão).
A principio surgiram inúmeras dificuldades para realizar a comunicação entre
o chip de medição e o controlador, como por exemplo, identificar um ADE7753
queimado, ou erros na concepção dos primeiros protótipos, ou ainda criar a interface
de comunicação SPI sem muita base de funcionamento, ou descobrir quais
registradores deveriam ser acionados e desabilitados para que o chip entrasse em
operação.
Após a colocação em funcionamento do chip de medição, a configuração dos
componentes como memória, RTC, Display e porta serial se tornaram mais simples,
pois pontos que geraram dificuldades na comunicação com o ADE7753 foram
evitados e corrigidos, trazendo mais robustez ao firmware.
Desta forma foi possível assegurar o bom funcionamento do firmware e do
hardware, necessitando assim apenas a calibração do equipamento para atingir o
objetivo de um erro inferior a 2%.
Por fim, com todo o hardware e firmware apresentando funcionamento
normal, partiu-se para uma grande sequencia de testes e ensaio para finalmente
comprovar o funcionamento e a robustez do projeto, sendo aprovado em todos os
ensaios realizados.
Como foi referido, o proposito deste projeto foi desenvolver um medidor de
energia elétrica partindo-se das definições de componentes e circuitos (hardware) e
desenvolvimento de firmware capaz de englobar a gestão das tarifas a serem
implantadas no país a partir de 2014, um sistema de detecção de intervenções não
autorizadas e a medição da energia elétrica com precisão, conforme aplicado em
campo pelas grandes montadoras de medidores de energia elétrica.
98
4.1
SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
Chegando nesta etapa de conclusão do projeto, tendo em vista a
possibilidade de aplicação comercial como produto existe ainda algumas melhorias
que poderão ser implantadas.
Focando um pouco no medidor, se tornaria necessário, neste momento a
implementação do firmware referente à porta óptica do medidor, visando atender o
padrão estipulado pela ABNT, para que assim possam ser executados os comandos
estabelecidos pela norma em campo através de um notebook ou similar. Neste
nosso caso, para comunicação externa entre o medidor e o computador, foi utilizado
a Serial USB UART, a qual forneceu as mesmas informações que seriam
disponibilizadas através desta porta ótica.
Também é interessante realizar um monitoramento da Qualidade Energética
proveniente da concessionária, desta forma trazendo mais ferramentas ao
consumidor no momento de falhas de equipamentos durante a utilização da energia
elétrica.
No que diz respeito ao conceito Smart Grid, este equipamento deverá ser
capaz de comunicar-se com os demais medidores ao seu redor, criando assim
pequenas redes de gestão de energia. Para isso poderiam ser utilizadas ferramentas
de interface como fibras ópticas ou até mesmo comunicação via rede wireless.
Também é interessante a abordagem do objetivo do Smart Grid, o qual traz a
necessidade de que o usuário se torne também um gerador de energia,
possibilitando que assim seja feito um sistema de compensação da energia
produzida e possibilidade de envia-la a rede elétrica da concessionaria.
Por ultimo, a ideia de criar uma central, instalada na rede elétrica da
concessionária com o objetivo de monitorar os medidores a sua volta, podendo
realizar acesso as suas informações, realizando intervenções remotamente (sem a
necessidade de um funcionário em campo) e gerenciar o consumo desta região e
estimar, por exemplo, possíveis fraudes de energia elétrica na rede.
99
REFERÊNCIAS
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103
APÊNDICE A – ESQUEMÁTICO DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO
Figura 61– Esquema elétrico do circuito da Fonte de Alimentação
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
104
APÊNDICE B – LISTA DE COMPONENTES DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO
Tabela 4 – Lista de componentes do circuito da Fonte de Alimentação
FONTE DE ALIMENTAÇÃO
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Capacitor
22µF
20%
C21/C22
2
PTH
SAMXON
EKM226M2GI25RR
Capacitor
100µF
20%
C29
1
PTH
SAMXON
EKM107M1EE11RR
Capacitor
0,1µF
10%
C24
1
0805
YAGEO
CC0805KRX7R9BB104
Capacitor
220µF
20%
C27
1
PTH
SAMXON
EKM227M1EF12RR
Capacitor
0,1µF
20%
C28/C30
2
0603
YAGEO
CC0603MRX7R7BB104
Capacitor
10µF
20%
C25
1
PTH
SAMXON
EKM106M1HD11RR
Capacitor
1nF
10%
C23
1
0603
YAGEO
CC0603KRX7R9BB102
Capacitor
0,1µF
20%
C19
1
PTH
SUYANG
MPX104MBPCBY
CI
LNK304
-
U4
1
DIP-8
POWER INTEGRATIONS
LNK304PN
CI
L78L33ABD
-
U5
1
SOIC-8
ST MICROELECTRONICS
L78L33ABD-TR
Diodo
RET US1M
-
D2
1
DO-214
FAIRCHILD
RGF1M
Diodo
RET RGF1M
-
D2
1
DO-214
VISHAY
US1M
Diodo
RETIFI
-
D3
1
DO-41
INVAC
RGP02-40
Indutor
1mH
10%
L3/L5
2
PTH
BOURNS
RLB0912-102KL
Led
Vermelho
-
D1
1
PTH
LIGITEK
LHR13233/A21
Resistor
330Ω
5%
R23
1
PTH
YAGEO
RC0805JR-07300RL
Resistor
560KΩ
1%
R24/R25/R26
3
1206
YAGEO
RC1206FR-07560K
Resistor
10KΩ
1%
R27
1
0603
YAGEO
RC0603FR-0710K
Resistor
13KΩ
1%
R29
1
0603
YAGEO
RC0603FR-0713K
Resistor
2,2KΩ
1%
R28
1
0603
YAGEO
RC0603FR-072K2
Resistor
470
1%
R32
1
0603
YAGEO
RC0603FR_07470RL
Resistor
1,2Ω
5%
R22
1
0805
YAGEO
RC0805JR-071R2
Varistor
510VAC
10%
VDR1
1
PTH
PANASONIC
ERZV20D821
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
105
APÊNDICE C – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO DE MEDIÇÃO
Figura 62 – Esquema elétrico do circuito de Medição
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
106
APÊNDICE D – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO DE MEDIÇÃO
Tabela 5 – Lista de componentes do circuito de Medição
CIRCUITO DE MEDIÇÃO
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Capacitor
10µF
20%
C1/C4/C9
3
PTH
SAMXON
EKM106M1HD11RR
Capacitor
0,1µF
10%
C2/C3/C10
3
0805
YAGEO
CC0805K*X7R7BB104
Capacitor
33nF
20%
C5/C6/C7/C8
4
PTH
EPCOS
B32529-33NF/250V
Capacitor
22pF
5%
C11/C12
2
0603
PHYCOMP
CC0603JRNP09BB220
Cristal
3,579MHZ
30 PPM
Y1
1
PTH
CALTRON
X-3.579545
CI
ADE7753
-
U10
1
SSOP20
ANALOGIC DEVICE
ADE7753ARSZ-ND
CI
OPTO
-
U2
1
DIL04
FAIRCHILD
FOD817ASD
Conector
2 VIAS 180°
-
JP3
1
PTH
MOLEX BR
5045 22-04-1021
Resistor
1KΩ
5%
R2/R3/R5/R9
4
1206
YAGEO
RC1206FR_071KL
Resistor
100KΩ
1%
R6/R7/R8
3
1206
CALCHIP
RM12F1003CT
Resistor
470Ω
5%
R13
1
0805
CALCHIP
RM10J471CT
Resistor
10Ω
1%
R1
1
1206
PHYCOMP
RC1206JR-0710R
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
107
APÊNDICE E – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO DE PROCESSAMENTO
Figura 63 – Esquema elétrico do circuito de Processamento
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito baseado no esquemático eletrônico do Kit educacional Atmega16
desenvolvido pelo prof. Vilson Mognon.
108
APÊNDICE F – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO DE PROCESSAMENTO
Tabela 6 – Lista de componentes do circuito de Processamento
CIRCUITO DE PROCESSAMENTO
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
CI
16K Bytes
-
U2
1
TQFP44
ATMEGA
ATMEGA16
Capacitor
100nF
10%
C38/C39/C40/C41/C42
5
0805
CALCHIP
GMC21X7R104K50NT
Capacitor
15pF
5%
C43/C44
2
0805
CALCHIP
GMC21CG220J50NT
Cristal
16MHz
3ppm
Y3
1
XTAL-CIL
ABRACON CORP
AB26T
Conector
2X3
-
JP2
1
90°
KONO
KAXXGRT
Indutor
10µH
5%
L1
1
0805
MURATA
BLM21AG151SN1
Led
Vermelho
-
LED1/LED6
2
PTH
LIGITEK
LHR13233/A21
Resistor
470Ω
5%
R20/R31
2
0805
CALCHIP
RM10J471CT
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
109
APÊNDICE G – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO RTC E MEMÓRIA
Figura 64 – Esquema elétrico do circuito de RTC e Memória
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito baseado no esquemático eletrônico do Kit educacional Atmega16
desenvolvido pelo prof. Vilson Mognon.
110
APÊNDICE H – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO RTC E MEMÓRIA
Tabela 7 – Lista de componentes do circuito de RTC e Memória
IRCUITO DE RTC E MEMÓRIA
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Bateria
3V
-
BAT1
1
10,5mm
RENATA BAT
CR2032 MFR
Capacitor
100nF
10%
C31/C32
2
0805
CALCHIP
GMC21X7R104K50NT
CI
RTC
-
U3
1
SOIC8
DALLAS SEMIC
DS1307Z
CI
EEPROM
-
U6
1
SOIC8
MICROCHIP
24LC128-E/SN
Cristal
32,768 KHz
3ppm
Y2
1
XTAL-CIL
ABRACON CORP
AB26T
Resistor
3KΩ
5%
R37/R38/R39/R40/R41
5
0805
CALCHIP
RM10J302CT
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
111
APÊNDICE I – ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO DE COMUNICAÇÃO SERIAL
Figura 65 – Esquema elétrico do circuito de Comunicação Serial
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito baseado no esquemático eletrônico do Kit educacional Atmega16
desenvolvido pelo prof. Vilson Mognon.
112
APÊNDICE J – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO DE COM. SERIAL
Tabela 8 – Lista de componentes do circuito de Comunicação Serial
CIRCUITO COMUNICAÇÃO SERIAL
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
CI
USB-UART
-
U7
1
TSSOP-28
FTDI CHIP
FT232RL
Conector
-
-
MINI-USB
1
SMD
MULTICOMP
USB-MC32598
Capacitor
100nF
10%
C33/C34/C35/C36
4
0805
CALCHIP
GMC21X7R104K50NT
Capacitor
10µF
10%
C37
1
SMD-B
KEMET
T491B106K016AS
Indutor
10µH
5%
L1
1
0805
MURATA
BLM21AG151SN1
Led
GREEN
-
LED3
1
0805
ROHM
SML-210MTT86
Led
RED
-
LED4
1
0805
DIALIGHT
597-3121-207
Resistor
27Ω
1%
R42/R43
2
0805
ROHM
MCR10EZHF27R0
Resistor
470Ω
5%
R30/R45
2
0805
CALCHIP
RM10J471CT
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
113
APÊNDICE L – ESQUEMÁTICO DOS CIRCUITOS DIVERSOS
Figura 66 – Esquema elétrico dos circuitos Diversos
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito da porta ótica e display baseado no esquemático eletrônico do Kit
educacional Atmega16 desenvolvido pelo prof. Vilson Mognon.
114
APÊNDICE M – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO CORTE E RELIGA
Tabela 9 – Lista de componentes do circuito de Corte e Religamento
CIRCUITO DE CONTE E RELIGAMENTO
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Capacitor
100nF
10%
C16/C17
2
0805
YAGEO
CC0805K*X7R7BB104
Capacitor
1000µF
20%
C15
1
PTH
EPCOS AG
B41851A5108M***
Contator
722-DR
1%
SH1
1
PTH
GRUNER
722-DR-R-1A-B-105
Conector
3 VIAS 180°
-
JP3
1
PTH
MOLEX BR
5045 22-04-1021
Diodo
SINAL
-
D1
1
SOT-23
FAIRCHILD
BAV74
Resistor
68R
5%
R14
1
0805
YAGEO
RC0805JR-**68RL
Resistor
2,2MΩ
5%
R15/R16
2
0805
YAGEO
RC0805JR-**2M2L
Resistor
47KΩ
5%
R17/R18
2
0805
YAGEO
RC0805JR-**47KL
Transistor
MOSFET
-
Q1/Q2
2
SOQ-23
FAIRCHILD
NDS355N
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
APÊNDICE N – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO PORTA ÓTICA
Tabela 10 – Lista de componentes do circuito de Porta Ótica
CIRCUITO PORTA ÓTICA
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Led
Foto Emissor
-
LED7
1
TIL32
VISHAY
TSMF4710
Resistor
470Ω
5%
R49
1
0805
CALCHIP
RM10J471CT
Resistor
10KΩ
5%
R51
1
0805
YAGEO
232273061103
Resistor
3KΩ
5%
R50
1
0805
CALCHIP
RM10J302CT
Transistor
BC817
-
Q9
1
SOT23
NXP
BC817-25
Transistor
Foto Receptor
-
Q8
1
TIL78
OSRAM
SFH320FA-3
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
APÊNDICE O – LISTA DE COMPONENTES CIRCUITO DISPLAY LCD
Tabela 11 – Lista de componentes do circuito Display LCD
CIRCUITO DISPLAY LCD
Componentes
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Display
Valor
LCD
BACKLIGHT
-
DS1
1
16 pinos
BOLYMIN
BC1602ABNHEH
Resistor
56Ω
5%
R21
1
0805
CALCHIP
RM12J560CT
Resistor
1,5KΩ
5%
R46
1
0805
CALCHIP
RM10J152CT
Potenciômetro
10KΩ
-
PT1
1
PTH
MILCOMPO
3386F HORIZONTAL
Transistor
BC817
-
Q4
1
SOT23
NXP
BC817-25
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
115
APÊNDICE P – LISTA DE COMPONENTES DO CIRCUITO ACIONAMENTO
Tabela 12 – Lista de componentes do circuito de Acionamento
CIRCUITO ACIONAMENTO
Componentes
Valor
Toler
Posição
Qtde
Encapsu.
Fabricante
PartNumber
Resistor
10KΩ
1%
R10/R12/R19
1
0603
YAGEO
RC0603FR-0710K
Chave
Táctil 7mm
-
SW1/SW2/SW3
3
PTH
KOSAN
KT-1105-TFAM
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Componentes adquiridos no mercado de componentes eletrônicos (China).
116
APÊNDICE Q – LAYOUT DA PCB COM VISTA SUPERIOR (TOP)
Figura 67 – Layout da PCB final desenvolvida com a vista superior (Top)
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
117
APÊNDICE R – LAYOUT DA PCB COM VISTA INFERIOR (BOTTOM)
Figura 68 – Layout da PCB final desenvolvida com a vista inferior (Bottom)
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Circuito desenvolvido na ferramenta Eagle.
118
APÊNDICE S – FOTOS DO MEDIDOR DESENVOLVIDO
Figura 69 – Foto do medidor desenvolvido com a vista superior
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Vista superior do medidor desenvolvido.
119
Figura 70 – Foto do medidor desenvolvido com a vista lateral
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Vista lateral do medidor desenvolvido.
120
Figura 71
– Foto do medidor desenvolvido com a vista dos bornes
Fonte: O Autor, 2013.
Nota: Vista dos bornes de alimentação do medidor desenvolvido.
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