Sons no Espaço

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Informativo do GOA #9, Verão 2011 - Departamento de Física - Centro de Ciências Exatas - UFES - www.cce.ufes.br/goa
Sons no Espaço
Além da atmosfera terrestre reina um silên- atravessar um meio de quase vácuo, chega muito fraco
cio profundo, mas não absoluto. Não tendo um meio tendo que ser amplificado por um “super microfone”
material denso suficiente para propagar-se, o som não para que seja audível.
consegue manter-se audível aos ouvidos humanos. Outra forma de “escutar” os astros é captan-
Para que seja possível ouvir uma explosão espacial do as ondas de rádio emitidas por estes. Por ser uma
como as dos filmes de ficção, audível para o homem, é radiação eletromagnética as ondas de rádio (assim
necessário que haja um meio material especialmente como a luz) conseguem transpor o “vazio” do espaço
denso a ponto de transmitir as frequências que nossos e, quando captadas, podem ser transformadas em
ouvidos escutam. De fato se a explosão provocar uma sons, como acontece nos rádios comuns.
ejeção de material, esse material poderia transmitir Estrelas como o Sol geram um som com pa-
o som até nossos ouvidos, ainda que a amplitudes drão parecido com o dos grilos, enquanto planetas gibaixíssimas, muito embora não possamos expô-los gantes como Júpiter geram um som mais mecânicos
diretamente às pressões baixas além da alta atmosfera. como esteiras industriais. Esses sons, muito embora
Alguns fenômenos emitem sons intensos o não sejam sons naturais, nos ajudam a compreender a
suficiente para conseguirem atravessar o espaço in- física desses objetos. O estudo das ondas de rádio tem
terestelar e chegar até a Terra. É o caso de buracos ne- sido de grande valia para a Astrofísica, pois permite o
gros que habitam em galáxias que possuem muito gás estudo de objetos muito pouco energéticos que são ine poeira. A matéria gasosa, ao ser tragada pelo buraco visíveis em outras frequências. Além de ser marcante
negro, perturba o espaço ao redor (muito denso) ag- para a nossa comunicação, sinais dessa espécie vindo
indo como um alto falante cósmico. Esse som, muito de outros astros podem indicar a existência de diferembora extremamente potente, ao chegar a Terra após entes formas de vida inteligente.
Leia também:
Novas descobertas acirram a busca pela vida fora da
Terra............................................................................. 2
Descoberta de supernova feita por menina de 10
anos................................................................................. 6
Solarigrafia .................................................................. 3
Sobre Conselhos e Ciência........................................... 6
Tempestade em Saturno............................................. 3
Inscrições para o curso de Evolução Estelar no ON..7
Céu da Estação............................................................. 4
Cruzadas Astronômicas .............................................. 7
Carta Celeste ............................................................... 5
Ilustração de Filipe Mecenas ....................................... 8
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Novas descobertas acirram a busca pela vida
fora da Terra.
Bactéria descoberta pela Nasa pode
substituir o Fósforo pelo Arsênio no
DNA.
No início de dezembro do último ano, a equipe do Instituto de Astrobiologia da Nasa, coordenada pela geomicrobióloga
Felisa Wolfe-Simon, publicou resultados sobre uma bactéria de
metabolismo curiosamente distinto.
A parente distante da conhecida E. Coli, apresenta no
lugar das ligações usuais de fósforo (P) entre as subunidades do
DNA, ligações de arsênio (As). Até então, acreditava-se que os
elementos essenciais à vida eram carbono, nitrogênio, oxigênio,
hidrogênio, enxofre e fósforo – pois destes elementos são formados os ácidos nucleicos, lipídios e proteínas. Indiretamente, a
bactéria oriunda do Lago Mono, leste da Califórnia, sugere que
não apenas locais semelhantes à Terra podem ser habitáveis, mas
uma infinidade de outros ambientes podem ser alvo da busca por
vida fora da Terra. Por volta de 1600, o filósofo Giordano Bruno
afirmou que as estrelas eram incontáveis sistemas solares.
Olhar para o céu agora com esta afirmativa em mente
parece muito mais excitante! Há (relativamente) pouco tempo o
astrônomo Carl Sagan, sugeriu que poderíamos estar “olhando
de uma forma míope os céus”. A descoberta sobre esta bactéria corrige em alguns graus o nosso foco. Obviamente, a busca
inicial é sempre por organismos mais simples. De todo modo, é
sempre bom saber onde podemos achar o que procuramos.
Asteróides, assim como cometas, podem conter base da vida
Espera-se que, um corpo que orbita há pouco mais de
uma unidade astronômica (UA) de uma estrela como o Sol e não
possui atmosfera, também não possua água na superfície, pois ela
seria rapidamente vaporizada. Entretanto, o asteroide 24 Themis,
localizado a cerca de 2 UA da Terra, está coberto de gelo segundo
artigos da revista Nature publicados no primeiro semestre de
2010. Esta descoberta reforça a idéia de que os oceanos da Terra
vieram na verdade “dos céus” (do espaço). A descoberta foi feita
com base na espectroscopia da luz solar refletida por 24 Themis,
um dos maiores astros do Cinturão de Asteróides, região entre as
órbitas Marte e Júpiter. Os dados foram obtidos pelo telescópio
Keck em Mauna Kea, no Havaí, e apresentam características de
absorção indicativas de presença de água e compostos orgânicos
não identificados. Aparentemente, o gelo pode estar a alguns
metros da superfície, vindo à tona por conta de bombardeios de
pequenos objetos ou através de uma lenta sublimação. A presença do gelo é recorrente em cometas, que vêm de regiões muito
mais frias e distantes, mas é incomum em asteróides.
Em 2000 meteoritos encontrados no Lago Tagish, próximo ao Alasca, com massa total entre 5 e 10 quilos, apresentaram-se compostos majoritariamente por minerais como olivina,
magnetita e vários carbonatos, convencendo (depois de eliminadas as possibilidades de contaminação) que sua matéria orgânica
viera sim, de fora da Terra. Na década de 80 o meteorito Kaidun
surpreendeu pela grande quantidade de minerais em sua composição – cerca de 60 – e ainda mais por sua possível origem:
Phobos, um dos satélites do planeta Marte.
Objetos como 24 Themis são muito importantes, pois
podem conter informações chave sobre a história do Sistema
Solar, inclusive do nosso planeta. Um dos autores do principal
artigo a descrever a descoberta, Humberto Campins da Universidade da Flórida Central, prevê ainda que asteróides poderão se
tornar importantes para o estudo da origem da vida. “Asteróides
e cometas podem ter trazido para a Terra os blocos constituintes
para a vida se formar e evoluir em nosso planeta (...) Embora as
condições nos asteró ides não sejam favoráveis para a vida, o estudo de astros primitivos como fertilizadores pode se tornar uma
área de interesse para cientistas”.
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Cruzadas Astronômicas
1) Técnica utilizada para fotografar o movimento
aparente do Sol.
2) Chuva de Meteoros com duração até 20 de
fevereiro.
3) Sigla União Astronômica Internacional (inglês).
4) Fase da Lua no dia 4 de março de 2011.
5) Evolução ________, curso oferecido pelo ON.
6) Elemento químico capaz de substituir o Fósforo
no Código Genético.
7) Hemisfério do planeta Saturno onde recentemente
foi observada uma enorme tempestade elétrica.
8) Observatório Nacional.
9) Ejeção de partículas solares no meio
interplanetário.
10) Idade da astrônoma mais jovem a descobrir uma
supernova.
11) Unidade Astronômica.
12) Câmera fotográfica que não possui lente.
13) Constelação onde Júpiter estava no início de
2011.
14) Programa gratuito usado no Observativo 9 para
gerar a Carta Celeste.
15) 24 ______ . Um dos maiores corpos do Cinturão
Inscrições para o curso de Evolução Estelar no ON
O Observatório Nacional (ON) volta a oferecer o curso de Evolução Estelar. Voltado para leigos
com interesse em astronomia o curso disponibiliza o
material de estudo em pdf no sítio do ON, as provas
podem ser feitas a distância, pela internet.
O conteúdo é dividido em quatro módulos.
A ementa abrange desde sistemas de coordenadas
celestes, magnitudes e cores à vida e morte de estrelas. Uma prova é aplicada ao final de cada curso, a
aprovação para o certificado é mediante a nota final
igual ou superior a sete.
As inscrições foram abertas no dia 01/12/2010
e serão encerradas um dia antes da primeira prova, dia
17/03/2011. O curso tem duração até julho de 2011.
Expediente
Equipe GOA: Nikolai Bassani, Mário De Prá, Polyanna Oliveira, Júlio Xavier
Coordenação: Marcio Malacarne
Revisão: Sérgio Vitorino Borba
Colaboradores: Syrios Gomes, Bernardo Braga
Diagramação e Projeto Gráfico: Equipe GOA
Contatos: (+55 27) 4009 7664
www.cce.ufes.br/goa | [email protected]
Av. F. Ferrari, 514, Cep 29075- 910, VitóriaES.
Realização
Apoio
Parceria
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Céu da Estação
Os planetas visiveis nessa
estação
Júpiter começa o ano em Peixes, no alto do
céu ao entardecer. Mantendo magnitude próxima de
-2, a cada dia ficará mais baixo no horizonte Oeste,
até desaparecer de nossa visão em abril. E maio,
quando estará em conjunção com Marte, Vênus e
Mercúrio, sua observação será possível no nascer do
Sol.
Mercúrio
também
começa janeiro em sua elongação máxima, acompanhando Vênus nas manhãs. O
tímido planeta dificilmente
será visto em fevereiro e março
ao dar sua volta por trás do Sol.
Vênus continua visível como a “Estrela Matutina”,
embelezando (com magnitude
-4!) o nascer do Sol. O planeta
passou o Reveillon em Libra,
durante sua elongação máxima, e a cada dia aproxima-se
mais de nossa estrela, o Sol, no
céu.
Marte
permanece
em conjunção escondido atrás
do Sol, seguindo a estrela
por Sagitário, Capricórnio,
Aquário e Peixes.
Saturno nasce inicialmente na madrugada, e a cada
dia mais cedo até que em março surge no horizonte Leste já
durante o por do Sol. O planeta passa todo o verão próximo
a estrela Spica, em Virgem, e
com magnitude perto de 1.
Tabela de Efemérides
Efemérides astronômicas são uma compilação de fenômenos que ocorrerão com os astros e que temos interesse em observar.
Fevereiro
01
03
06 e 07
08
11
18
20
24
Março
01
04
07
12
19
20
26
31
00h30min
09h30min
05h18min
06h35min
20h26min
17h45min
20h44min
15h10min
09h07min
Conjunção de Mercúrio com a Lua
Lua Nova
Conjunção de Júpiter com a Lua
Pico da chuva Alfa-Centaurídeas
Lua no Quarto Crescente
Lua Cheia
Conjunção de Saturno com a Lua
Lua no Quarto Minguante
Sagitário
Aquário
Peixes
Radiante em Centauro
Áries
Leão
Virgem
Escorpião
Conjunção de Vênus com a Lua
Lua Nova
Conjunção de Júpiter com a Lua
Lua no Quarto Crescente
Lua Cheia
Conjunção de Saturno com a Lua
Lua no Quarto Minguante
Conjunção de Vênus com a Lua
Sagitário/Capricórnio
Aquário
Peixes
Touro
Virgem
Virgem
Sagitário
Peixes
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Como Usar a Carta Celeste
Para boa parte do Brasil, esta carta representa a posição
aproximada dos astros no céu nas seguintes datas:
Meio de Janeiro às 0h30min;
De janeiro para fevereiro às 23h30min;
De fevereiro para março às 20h30min;
Final de março às 18h30min.
Para entender a carta, posicione-a sobre a cabeça e observe de
baixo para cima, lendo as instruções no contorno.
A linha azul (o Equador Celeste) representa o limite entre o
Hemisfério Celeste Sul e o Hemisfério Celeste Norte, é a projeção da
Linha do Equador terrestre no céu.
Os nomes dos Astros estão com inicial maiúscula e os das
CONSTELAÇÕES em caixa alta. As principais estrelas das constelações
ocidentais visíveis nesta carta estão unidas por linhas. A “grande mancha azul” na carta é a Via Láctea, a nossa galáxia, que infelizmente não
conseguimos visualizar das cidades devido à Poluição Luminosa.”
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Opinião
Sobre Conselhos e Ciência
Por Bernardo Braga
Neste natal minha avó nos leu uma passagem da Bíblia
sobre a sabedoria dos mais velhos e como deve-se respeitar o que
dizem. A experiência que se acumulou desde a juventude dá forma a um entendimento “da vida” de como as coisas funcionam e,
frequentemente, isso é o suficiente pra saber o que fazer. É como
um experiente jogador de xadrez que pode literalmente sentir
o jogo, sentir o arranjo do tabuleiro, ter intuição sobre áreas
que se deve dar mais atenção, saber o “rumo” que a partida está
tomando ou o quão bom ou ruim é um movimento. Falo aqui
do “saber o que fazer”, diferente do “pensar em o que fazer”. Ao
ouvir conselhos de uma pessoa experiente, deve-se lembrar do
abismo entre o vivido e o descrito; o que acredito ser a distinção
que Bertrand Russel faz entre “conhecimento direto” e “conhecimento por descrição”. Por isso, o mais valioso no conselho do
experiente não é exatamente as palavras usadas, é a sabedoria
por trás, é a vivência que é delineada com elas. É uma arte saber
contornar bem a sabedoria, “desenhá-la” com palavras, criar uma
mensagem eficiente. Sou cientista e apaixonado por linguagem e
comunicação e, sendo desse jeito, não posso deixar de notar algumas tendências na forma da Ciência “desenhar com palavras”
e o resultado dessa forma na mensagem. Por mais que seja ateu, e
não esteja sequer falando de religião, acho a Bíblia uma boa fonte
de ilustrações de ideias, apesar dela conter muitas ideias que eu
não concorde. Ela trás um pouco de sabedoria em uma forma abstrata e poética e, para falar de linguagem, gosto de usar a Torre
de Babel.
Conforme Gênesis 11 conta, em toda terra havia somente uma língua e empregavam-se as mesmas palavras. O povo
pôs-se a construir uma cidade e erguer uma torre que seria alta
a ponto de tocar o céu. Todavia, Deus não queria que o povo
se aglomerasse em torno de uma cidade só, desejava que os homens se espalhassem e populassem a terra. Ele desceu e confundiu a língua de seu povo, fazendo com que os homens não mais
se entendessem e que a construção fosse abandonada. Esse mito
etiológico demonstra como o entendimento e a união podem erguer projetos grandiosos e como a confusão os pode destruir.
Comunicar-se bem é muito difícil, especialmente quando lidamos com muitas pessoas.
Mas o que dizer da ciência e de sua forma de falar? A
ciência (enquanto conhecimento humano) se subdividiu, ao longo do tempo, em setores cada vez mais numerosos e restritos de
modo que o sentido das palavras se transforma completamente
de uma área para a outra. O entendimento do texto científico
está, normalmente, atrelado à compreensão de toda uma gama
de outros textos que dão o sabor certo aos termos usados. Normalmente, só depois de explorar dezenas de artigos próximos
pode-se absorver o sentido das palavras, começar a entender
mais amplamente o seu papel em uma frase. Minha alternativa
para entender um termo que se mostra denso (e pelo menos essa
densidade consigo sentir) é consultar meus professores orientadores de pesquisa, que têm enorme capacidade de fornecer vida
a eles; fazê-los ter sentido, passar a sensação que emergiu do seu
uso. Esse processo, frequentemente, envolve contar-me mais a
respeito do autor, quais são suas direções de pesquisa, com quem
cooperou, seus esforços passados, os frutos de seu trabalho, as
direções que segue e as possíveis intenções por trás do texto;
envolve personificar o narrador e o contexto da narrativa. Não
estou falando que deveríamos abandonar a forma como produzimos ciência, mas complementá-la; usar formas adicionais de
colaborar e passar mensagens. Deveríamos usar o lado mais humano da comunicação: falho, abstrato e sentimental; menos engenharia, mais arte, usar mais adjetivos. Os conselhos dos meus
orientadores de pesquisa (assim como os de minha família) não
são métodos ou teorias científicas; são experiência bruta de que
posso me servir para extrair sensação e direcionar minha atenção. No caso do xadrez, por mais que eu só tenha começado a
entendê-lo jogando, houve um exercício simples que facilitou
muito meu aprendizado: imaginar o centro do tabuleiro como o
cume de uma colina e a vantagem estratégica que se tem em uma
batalha ao dominar o topo. A ciência deveria munir-se de mais
ferramentas para expressar-se, para passar ideias, pois não é só
de razão que se constitui o pensamento.
Ps: Este texto foi inspirado pelos livros “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu” e “O olhar da mente” de Oliver
Sacks.
Descoberta de Supernova feita por menina de 10 anos!
A pequena Kathryn Aurora Gray, uma canadense de apenas 10 anos, é responsável pela descoberta da supernova 2010lt.
A Sociedade Real de Astronomia do Canadá anunciou esta como
a pessoa mais jovem a fazer um achado desse tipo.
Acompanhada pelo pai, Paul Gray, e pelo astrônomo
David Lane, a jovem astrônoma foi capaz de detectar uma alteração no brilho da galáxia UGC 3378, que dista 240 milhões de
anos-luz da Terra.
Essa variação de brilho é causada pela morte de uma
estrela massiva que ao consumir todo o seu combustível nuclear
entra em colapso gravitacional, gerando uma supernova, que
pode brilhar mais do que a própria galáxia que habita.
A descoberta foi comunicada pela União Astronômica
Internacional (IAU, do inglês) após o fenômeno ter sido confirmado, conforme a regra da IAU, por dois astrônomos amadores,
Brian Tieman e Jack Newton.
Kathryn Gray em frente ao computador onde analisou a
supernova
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Solarigrafia
Foto da estação
A imagem acima usou um tempo de exposição próximo a dois meses | crédito: http://www.flickr.com/photos/waxtastic
Solarigrafia é como foi chamada a técnica utilizada acima, de acordo com os inventores Slawomir
Decyk, Pawel Kula e Diego Lopez Calvin, quando
publicaram na internet imagens desse tipo pelo projeto Solaris, em 2000.
A foto foi tirada sem qualquer dispositivo
eletrônico (como CCDs ou CMOS) ou processos
químicos de revelação posterior. A câmera utilizada
é uma pin-hole, de fabricação caseira, com um papel
fotográfico sem o uso de sequer uma lente.
A imagem é gradualmente gravada conforme
é exposta a luz, processo que pode demorar de um
dia até seis meses, quando é possível observar todo o
movimento do Sol, do ponto de menor altura até o
ponto de maior.
Tempestade em Saturno
Vista pela primeira vez em 8 de Dezembro e
se prolongando até além do natal uma incrível tempestade elétrica pôde ser observada próxima ao polo
norte de Saturno.
A tempestade já foi observada em 2004 e 2005
no hemisfério Sul do planeta. Por sua aparência, ficou
conhecida entre os astrônomos como ‘Tempestade
do Dragão’. A mesma ficou oculta sob camadas atmosféricas superiores, “escondendo-se” até seu reaparecimento em Dezembro de 2010, fato similar ao
desaparecimento de uma das tradicionais faixas marrom avermelhadas de Júpiter também em 2010 (Leia
“Procura-se Listra Gigante Marrom”, Observativo#7).
Presume-se que essa tempestade seja um fenô- Saturno é provavelmente o planeta com maior
meno de longa duração que atravessa de um hemisfé- número de tempestades elétricas do Sistema Solar e
rio ao outro ocultando e revelando-se sazonalmente. também com ventos mais rápidos.
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Ilustração: Filipe Mecenas
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