Aula 15 Átomos de Muitos Elétrons e Moléculas [Modo de

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FÍSICA PARA ENGENHARIA ELÉTRICA
José Fernando Fragalli
Departamento de Física – Udesc/Joinville
ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS
E MOLÉCULAS
“É errado pensar que a tarefa da física é
descobrir como a natureza é. Física diz
respeito ao que dizemos sobre a Natureza” –
Niels Bohr
Física para Engenharia Elétrica – Átomos de Muitos Elétrons e Moléculas
ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. INTRODUÇÃO
A Atomística enquanto filosofia
Uma possível (???) cena na Grécia Antiga...
“Filósofos” gregos, imaginando uma forma
de dividir o átomo.
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. INTRODUÇÃO
Atomística... As ideias de Aristóteles
As primeiras ideias (filosóficas) sobre a composição da
matéria são devidas a Aristóteles (384-322 AC).
Aristóteles era partidário da divisibilidade infinita da
matéria.
Assim, para Aristóteles os corpos eram
constituídos por uma distribuição contínua
da matéria.
Busto de Aristóteles
Museu do Louvre (Paris).
no
Aristóteles
(384-322 AC)
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. INTRODUÇÃO
Atomística... As ideias de Leucipo e Demócrito
Demócrito de Abdera (460-370 AC) foi discípulo e depois
sucessor de Leucipo de Mileto (500-? AC).
Em contraposição às ideias de Aristóteles, Leucipo
propôs um modelo atomista para a matéria.
Demócrito
(460-370 AC)
Leucipo
(500-? AC)
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Partículas idênticas
Para todos os efeitos, os elétrons
considerados como partículas idênticas
indistinguíveis.
devem ser
e portanto
Isto significa que todo e qualquer elétron é idêntico aos
demais, sendo caracterizado apenas por uma função de onda
e respectiva energia.
Por sua vez, a função de
onda do elétron é definida a
partir
de
quatro
números
quânticos
Ψnlml ms
estado : 
 En
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Aplicação ao átomo de hidrogênio
Na configuração normal de um átomo de hidrogênio, o
elétron encontra-se em seu estado quântico mais baixo
(estado fundamental).
Este estado é caracterizado por ter a menor energia.
Desta forma, o seu número quântico principal deve ser tal
que n = 1.
Assim, necessariamente temos que l = 0 e ml = 0.
Por sua vez, o estado de spin do
elétron tanto pode admitir o valor ms = + ½
como ms = - ½.
Ψ100±1 2
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Situação para átomos com mais de um elétron
Qual então seria a configuração normal de átomos mais
complexos, com um número maior de elétrons?
Seja, por exemplo, a situação para o átomo de urânio,
com número atômico Z = 92.
Estariam os 92 elétrons do átomo de urânio no mesmo
estado quântico?
Alguns fatos tornam esta hipótese improvável.
Como exemplo, temos o comportamento químico de
elementos que apresentam pequena diferença em seus
números atômicos.
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Exemplos de átomos com números atômicos próximos
Flúor: Z = 9: o flúor é um gás corrosivo fortemente
oxidante; é o elemento mais eletronegativo e o mais reativo
dos ametais, e por isto forma compostos com praticamente
todos os demais elementos, incluindo alguns gases nobres.
Neônio: Z = 10: é um
gás incolor, praticamente
inerte.
Sódio: Z = 11: é um
metal alcalino fortemente
redutor.
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
O Princípio da Exclusão de Pauli
O Princípio da Exclusão de Pauli é consequência direta
da Mecânica Quântica aplicada aos átomos.
Ele foi formulado em 1925 pelo físico austríaco Wolfang
Ernst Pauli (1900-1958).
Ele afirma que dois elétrons não podem
estado
quântico
assumir
o
mesmo
simultaneamente.
Wolfang
Pauli
Prêmio Nobel de Física de 1945
– “pela contribuição decisiva na
descoberta em 1925 de uma
nova lei da Natureza”
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Consequências do Princípio da Exclusão de Pauli
Como consequência direta do Princípio da Exclusão,
temos que dois elétrons não podem admitir o mesmo número
quântico.
Lembremos que o estado quântico de um elétron é
caracterizado por função de onda e sua respectiva energia.
Por sua vez, a função de onda do elétron é definida a
partir de quatro números quânticos
Ψnlml ms
n ⇒ número quântico principal
l ⇒ número quântico secundário ou azimutal
ml ⇒ número quântico magnético
ms ⇒ número quântico de spin
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Dois tipos de distintos de partículas
Partículas em geral podem ter spin inteiro, isto é temos
que ms = ...,±1,±2,±3... ou spin semi-inteiro, isto é, temos agora
ms = ...,±1/2,±3/2,±5/2... .
Quando partículas tem spin inteiro elas são chamadas de
bósons.
Exemplos de bósons são os fótons, as partículas alfa e
os átomos de hélio.
Quando partículas tem spin semi-inteiro elas são
chamadas de férmions.
Exemplos de férmions são os elétrons, os prótons e os
nêutrons.
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Bósons
Bósons possuem funções de onda simétricas para uma
troca de qualquer par delas.
Por isto, tais partículas podem admitir o mesmo número
quântico.
1
Ψ1 , Ψ2 =
⋅ ( Ψ1 ⋅ Ψ2 + Ψ2 ⋅ Ψ1
2
Ψ1 = Ψ2
Ψ1 , Ψ2 ≠ 0
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)
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Férmions
Férmions possuem funções de onda anti-simétricas para
uma troca de qualquer par delas.
Por isto, tais partículas não podem admitir o mesmo
número quântico.
1
Ψ1 , Ψ2 =
⋅ ( Ψ1 ⋅ Ψ2 + Ψ2 ⋅ Ψ1
2
Ψ1 = Ψ2
Ψ1 , Ψ2 = 0
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)
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Configuração de elétrons
No caso de um átomo com muitos elétrons, o Princípio da
Exclusão de Pauli impede que todos os elétrons ocupem o
estado quântico mais baixo.
Por estado quântico mais baixo entendemos aqueles que
tem números quânticos menores.
Assim, podemos imaginar
elétrons ocupando camadas
atômicas para cada número
quântico principal n.
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Elétrons em “camadas”
Camada K ⇒ n = 1.
Camada L ⇒ n = 2.
Camada M ⇒ n = 3.
Camada N ⇒ n = 4.
Camada O ⇒ n = 5.
Camada .... ⇒ n.
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2. O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI
Elétrons em “subcamadas”
Elétrons que tem em comum um certo valor de número
quântico secundário l em uma mesma camada ocupam uma
subcamada.
Em geral, elétrons de uma subcamada tem a mesma
energia, uma vez que a energia depende essencialmente do
número quântico principal n.
As subcamadas são denotadas com as letras s, p, d e f.
Subcamada s ⇒ l = 1.
Subcamada p ⇒ l = 2.
Subcamada d ⇒ l = 3.
Subcamada f ⇒ l = 4.
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
3. O ÁTOMO DE HÉLIO
Exemplos de férmions na natureza
Férmions são partículas quânticas que apresentam spin
semi-inteiro.
Exemplos: prótons e elétrons.
O Princípio da Exclusão de Pauli é a razão fundamental
para muitas propriedades características da matéria. desde sua
estabilidade até a existência das regularidades expressas pela tabela periódica
afirma que dois férmions idênticos não podem
ocupar o mesmo estado quântico simultaneamente.
dos elementos
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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4. OS ÁTOMOS ALCALINOS
Exemplos de férmions na natureza
Férmions são partículas quânticas que apresentam spin
semi-inteiro.
Exemplos: prótons e elétrons.
O Princípio da Exclusão de Pauli é a razão fundamental
para muitas propriedades características da matéria. desde sua
estabilidade até a existência das regularidades expressas pela tabela periódica
afirma que dois férmions idênticos não podem
ocupar o mesmo estado quântico simultaneamente.
dos elementos
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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5. A FORMAÇÃO DE MOLÉCULAS E SÓLIDOS
Exemplos de férmions na natureza
Férmions são partículas quânticas que apresentam spin
semi-inteiro.
Exemplos: prótons e elétrons.
O Princípio da Exclusão de Pauli é a razão fundamental
para muitas propriedades características da matéria. desde sua
estabilidade até a existência das regularidades expressas pela tabela periódica
afirma que dois férmions idênticos não podem
ocupar o mesmo estado quântico simultaneamente.
dos elementos
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
6. LIGAÇÕES IÔNICAS
Formação de sólidos iônicos
Normalmente, uma reação química entre metais alcalinos
(Li, Na, K) e halogênios (F, Cl, Br) leva á formação de sais
que, se dissolvidos em solução aquosa, conduzem
eletricidade.
H 2O
+
Na + Cl → Na + Cl
−
Esta
é
uma
evidência que estes
sais são formados
por íons.
A partir desta constatação, desejamos saber que tipo de
interação mantém os átomos de um sal ligados entre si.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A distribuição de elétrons no átomo de sódio
Para responder a esta questão, vamos partir do exemplo
da formação do NaCl.
Partimos da distribuição eletrônica dos átomos de Na e
Cl.
O Na tem número atômico Z = 11 com os elétrons
distribuídos em seus orbitais como mostrado abaixo.
2
2
6
Na : 1s 2 s 2 p 3s
1
Observamos que no Na temos 1 elétron
na camada mais externa (n = 3, 3s1).
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A distribuição de elétrons no átomo de cloro
Por sua vez o Cl tem número atômico Z = 17, com os
elétrons distribuídos em seus orbitais como mostrado
abaixo.
2
2
6
2
Cl : 1s 2 s 2 p 3s 3 p
5
Observamos agora que no Cl temos 7 elétrons na camada
mais externa (n = 3, 3s23p5).
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A Regra do Octeto
Nestes dois átomos esta configuração não é a mais
estável.
Lembremos que a estabilidade atômica é governada pela
Regra do Octeto.
A Regra do Octeto diz que a estabilidade atômica é obtida
quando temos 8 elétrons na camada mais externa.
Assim, no caso do Na, a
estabilidade é obtida quando este
átomo perde 1 elétron, tornandose o íon Na+, agora com Z = 10
elétrons.
+
2
2
Na : 1s 2 s 2 p
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6
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A formação do íon sódio e do íon cloro
Já no caso do Cl, a estabilidade é obtida quando este
átomo ganha 1 elétron, tornando-se o íon Cl-, e neste caso
temos Z = 18 elétrons.
Desta forma, o íon Cl- passa a ter a configuração
eletrônica mostrada abaixo.
−
2
2
6
2
Cl : 1s 2 s 2 p 3s 3 p
6
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A Regra do Octeto satisfeita
É fácil verificar que tanto o íon Na+ quanto o íon Clobedecem a Regra do Octeto.
O íon Na+ passa agora a ter 8 elétrons na camada mais
externa (n = 2), enquanto que o íon Cl passa a ter 8 elétrons
em sua camada mais externa (n = 3).
Esses íons Na+ e Cl- são obtidos
quando um átomo de Cl aproxima-se de
um átomo de Na, o elétron de valência
do sódio é transferido para o Cl,
ionizando ambas as espécies atômicas.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A diminuição da energia total do sistema
Após esta dupla ionização, estas duas espécies iônicas
passam a sofrer atração eletrostática.
A atração eletrostática tende a manter os dois íons
juntos, formando uma nova espécie, isto é, a molécula de
NaCl.
Pensando agora em termos da energia deste sistema, os
átomos de Na e Cl juntos formam um sistema que tem menor
energia do que quando estão infinitamente separados.
Er →∞ = E Na + ECl
E NaCl = E Na + + ECl − + U Na +Cl −
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A estabilidade do sistema ligado
A energia potencial UNaCl é calculada considerando que
ambos os íons sejam mono-ionizados, isto é, tenham carga
+e (íon Na+) e carga –e (íon Cl-), respectivamente.
Além disso, admitimos
que entre eles exista uma
distância de separação igual
a r.
U Na +Cl −
e2
1
=−
⋅ 2
4 ⋅π ⋅ε 0 r
E NaCl < Er →∞
Como UNaCl < 0, temos necessariamente que a energia da
molécula de NaCl é menor do que a energia dos átomos
infinitamente separados, e portanto a molécula é mais
estável do que os átomos individuais.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
O aumento da energia na aproximação dos átomos
A distância r não pode ser diminuída arbitrariamente.
Quando fazemos r → 0, as nuvens eletrônicas dos
elétrons mais externos de cada átomo começam a interagir
entre si, provocando uma repulsão entre eles.
Esta repulsão implica em uma energia
fortemente positiva do sistema quando r → 0.
Como vemos no gráfico ao lado, a
combinação entre repulsão e atração
eletrostática leva a existência de uma
distância rm na qual a energia total do
sistema é mínima e igual a Um.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
A formação do arranjo cristalino de NaCl
Até agora limitamos nossa discussão para a situação de
uma molécula de NaCl, com apenas um átomo de Na e outro
de Cl.
Quando aproximamos muitos átomos de Na e de Cl
infinitamente separados formamos o sólido NaCl.
Nesta situação, é formado um
arranjo tridimensional em equilíbrio, o
qual denominamos sólido cristalino.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
Um modelo para formação de sólidos iônicos
A energia potencial deste arranjo tridimensional de N
átomos de Na e Cl é dada por
r
2
Nesta equação γ, α e
−


⋅
e
α
 ρ são parâmetros que
U (r ) = N ⋅  γ ⋅ e ρ −

 dependem do tipo de
⋅
⋅
⋅
4
π
ε
r
0


αNaCl = 1,747465
arranjo tridimensional
formado e dos átomos
envolvidos na ligação
iônica.
Especificamente, a constante α é uma grandeza
adimensional conhecida como constante de Madelung.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
Características gerais da ligação iônica
Passamos agora a discussão sobre as características da
ligação iônica.
Estas características determinam as propriedades gerais
dos sólidos iônicos.
Por ser de natureza puramente eletrostática, a ligação
iônica é forte e de longo alcance.
Esta ligação forte implica que os sólidos iônicos tenham
ponto de fusão elevados, tipicamente acima de 2.000 °C.
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6. LIGAÇÕES IÔNICAS
Propriedades e exemplos de sólidos iônicos
Além disso, nos sólidos iônicos os elétrons estão
fortemente ligados aos seus respectivos átomos.
Este fato implica que os sólidos iônicos apresentem
baixa condutividade elétrica e térmica.
Consequentemente,
comportamento isolante.
sólidos
iônicos
apresentam
Além disso, como existem poucos elétrons livres em
sólidos iônicos, estes são opticamente transparentes.
Exemplos de sólidos iônicos são, além do NaCl já
estudado, o KBr, KCl, LiF, ZnO, ZnS, entre outros.
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ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Sólidos covalentes, a Mecânica Quântica aplicada
Como vimos, a ligação iônica tem sua origem na
interação eletrostática entre dois íons.
No entanto, certamente não é a interação eletrostática
que mantém os átomos das moléculas de H2, O2, N2 e F2, por
exemplo, unidas.
Nestes casos, cada um dos átomos presentes na
molécula competem igualmente pelos elétrons.
A Mecânica Quântica mostra que a distribuição da função
de onda destes elétrons implica na probabilidade igual de se
encontrar o elétron tanto em um átomo quanto no outro.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
O compartilhamento de elétrons em uma molécula
Deste modo, os elétrons são compartilhados pelos dois
átomos.
Por outro lado, observamos que apenas os elétrons de
valência de cada átomo estarão disponíveis para serem
compartilhados numa ligação covalente.
Elétrons de valência são aqueles que estão na camada
mais externa do átomo, e consequentemente com maior
energia.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
A molécula de hidrogênio
A figura abaixo mostra como se dá o compartilhamento
de elétrons na formação da molécula de H2.
Nesta figura, temos ainda uma concepção semi-clássica
dos átomos, pois vemos elétrons puramente como
partículas, movendo-se ao redor de cada núcleo.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
O H2 e o comportamento ondulatório do elétron
Mas, a formação da molécula de H2 só pode ser explicada
pelo comportamento ondulatório do elétron.
Tratando o elétron como
onda, ele deve ser entendido
como uma distribuição.
Neste caso, o elétron é
descrito por uma função de
onda.
Neste caso, cada elétron de cada átomo de hidrogênio
isolado é descrito pela função de onda Ψ100.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Formação da molécula de hidrogênio
Como sabemos, a função de onda Ψ100, ou mais
precisamente psi é o que denominamos orbital atômico.
O compartilhamento de
elétrons faz com que seja
criado um orbital molecular a
partir dos orbitais atômicos de
cada elétron de cada átomo
isolado.
Como vemos pela figura, a região mais densa é aquele
onde a probabilidade de encontrar o elétron é maior.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Orbitais atômicos gerando orbitais moleculas
Neste caso, forma-se então a molécula de H2 a partir dos
orbitais atômicos.
A nuvem eletrônica da ligação covalente distribui-se ao
redor dos dois núcleos.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Orbitais ligantes e antiligantes
Levando em conta a existência do spin, existem duas
possibilidades de formação da molécula de H2.
Quando os dois elétrons
formam o orbital molecular com
os
dois
spins
alinhados,
obtemos uma estrutura de maior
energia.
O
orbital
molecular
resultante é conhecido como
orbital antiligante.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Superposição de orbitais atômicos
Vemos agora as duas situações juntas.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
O efeito da superposição de orbitais nas energias
Este comportamento se reflete na energias.
Assim como no caso da ligação iônica, a molécula de H2
se forma a uma distância de 74,1 pm, que é aquele que
minimiza a energia da molécula.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Características gerais da ligação covalente
Passamos agora a discussão sobre as características da
ligação covalente.
Estas características determinam as propriedades gerais
dos sólidos covalentes.
As ligações covalentes ocorrem principalmente com
elétrons dos orbitais s e p.
Estes orbitais (principalmente os orbitais p) se
caracterizam por serem fortemente direcionais.
Isto indica que sólidos covalentes também são duros e
com ponto de fusão alto.
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7. LIGAÇÕES COVALENTES
Propriedades e exemplos de sólidos covalentes
Por outro lado, a ligação covalente é formada por dois
elétrons, um de cada átomo, participando das ligações.
Os elétrons que forma a ligação química tendem a estar
parcialmente localizados na região entre os dois átomos.
Isto indica que sólidos covalentes, assim como os
iônicos apresentam comportamento isolante.
Exemplos de sólidos covalentes são o diamante Cn, a
grafite Cn, o silício Si, o germânio Ge, o arseneto de gálio
GaAs, o fosfeto de índio InP, entre outros.
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1. Introdução
2. O Princípio da Exclusão de Pauli
3. O Átomo de Hélio
4. Átomos Alcalinos
5. A Formação de Moléculas e Sólidos
6. Ligações Iônicas
7. Ligações Covalentes
8. Ligações Metálicas
Física para Engenharia Elétrica – Átomos de Muitos Elétrons e Moléculas
ÁTOMOS DE MUITOS ELÉTRONS E MOLÉCULAS
8. LIGAÇÕES METÁLICAS
Propriedades e exemplos de sólidos iônicos
A interação dos núcleos dos íons com os elétrons de
condução sempre dão uma grande contribuição para a
energia de ligação.
Esta interação faz com que ocorra o abaixamento da
energia dos elétrons de valência no metal, se comparada à
energia do átomo livre.
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8. LIGAÇÕES METÁLICAS
Configuração de elétrons
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8. LIGAÇÕES METÁLICAS
A existência da nuvem eletrônica
Sob o ponto de vista da Mecânica Quântica, o que temos
é a predominância da nuvem eletrônica dos elétrons de
valência.
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8. LIGAÇÕES METÁLICAS
Características gerais da ligação metálica
Passamos agora a discussão sobre as características da
ligação metálica.
Estas características determinam as propriedades gerais
dos sólidos metálicos.
As ligações metálicas ocorrem principalmente com
elétrons dos orbitais s (alcalinos e alcalinos terrosos) e
orbitais d (metais de transição).
Isto indica que sólidos metálicos tem baixa dureza e
apresentam ponto de fusão baixo.
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8. LIGAÇÕES METÁLICAS
Propriedades e exemplos de sólidos metálicos
Por outro lado, a ligação covalente é formada por dois
elétrons, um de cada átomo, participando das ligações.
Os elétrons que forma a ligação química tendem a estar
parcialmente localizados na região entre os dois átomos.
Isto indica que sólidos covalentes, assim como os
iônicos apresentam comportamento isolante.
Exemplos de sólidos covalentes são o diamante, a
grafite, o silício (Si), o germânio (Ge), o arseneto de gálio
(GaAs), o fosfeto de índio (InP), etc.
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