Alça microbiana

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Alça microbiana
Dr. José Juan Barrera Alba
Instituto OceanográficoOceanográfico-USP
[email protected]
¾ Introdução
ç
- classificações
ç
¾ Métodos de estudo de
microorganismos marinhos
¾ Rede trófica microbiana
Introdução
à ecologia microbiana
marinha
Tópicos:
p
Relembrando.....Quem
Q
são os micróbios?
Classificações
Cl
ifi
õ e características
t í ti
d
dos principais
i i i
grupos.
Quem são os micróbios?
¾ O termo micróbios envolve uma extensa reunião de
organismos com características morfológicas, ecológicas e
fisiológicas: procariontes autótrofos e heterótrofos (bactérias
e cianobactérias), e eucariontes autótrofos e heterótrofos
(
(algas
e protistas fagotróficos),
) assim como também os vírus e
fungos (Sherr and Sherr,
Sherr 2000).
2000)
Quem são os micróbios?
4 cm
15-20 m
Quem são os micróbios?
0,3 µm
150 µm
Quem são os micróbios?
¾ Os micróbios então presentes nas três divisões, ou
domínios, da vida no nosso planeta:
Bactéria, Archaea e Eukarya.
¾ Os
dois
enquanto
primeiros
que
o
são
terceiro,
divisões
ao
dos
qual
procariontes
procariontes,
pertencemos
os
humanos inclui as algas, flagelados e ciliados protistas,
fungus, plantas e animais.
Quem são os micróbios?
¾ Mas,
qual
é
a
diferença
entre
procariontes
e
eucariontes?
¾ Os procariontes são organismos unicelulares com parede
celular rígida e DNA disperso numa região da célula
denominada nucleóide
nucleóide.. Enquanto que os eucariontes são
organismos uni ou pluricelulares providos de membrana
nuclear..
nuclear
Classificações e características dos principais grupos.
¾ Procariontes Marinhos
¾ Protistas Marinhos
Classificações
e
características
í
dos
principais
p
p
g
grupos
p de
procariontes marinhos
Procariontes Marinhos
¾ De quem estamos falando?
Procariontes Marinhos
¾ Não
Nã apresentam
t
núcleo,
ú l
¾Mas têm DNA e RNA
¾ Não apresentam cloroplastos,
cloroplastos
¾Mas têm pigmentos, tilacóides e enzimas
¾ Não apresentam mitocondria,
¾ mas têm cadeia respiratória e membranas
¾ Ribosomas pequenos (70s) para a
síntese de proteínas
Procariontes Marinhos
¾ Morfologicamente
são
bastante
simples:
bastões,
esferas e filamentos microscópicos geralmente de menos
de 1 ou 2 µm.
Procariontes Marinhos
¾ Mas do ponto de vista taxonômico e metabólico são
extremamente diversos.
¾ Estima
Estima-se
se que há entre 10.000 e 10.000.000 de
espécies em todo o planeta
Procariontes Marinhos
¾ Constituem uma importante porção do carbono
orgânico do mundo
¾ Constituem também um importante pool de fósforo
e nitrogênio
g
Ecologia, diversidade e ecologia dos procariontes marinhos
¾ O bacterioplâncton é um exemplo da vitória
da evolução.
¾ O sucesso do bacterioplâncton pode ser
medido pelo amplo número de fontes de
carbono,
nitrogênio
apresentam.
e
fósforo
que
Ecologia, diversidade e ecologia dos procariontes marinhos
¾ Apesar
da
pouca
diversidade
de
formas,
os
procariontes
i t
apresentam
t
uma elevada
l
d diversidade
di
id d
g ,
biológica,
¾ De onde vem essa diversidade?????
Ecologia, diversidade e ecologia dos procariontes marinhos
¾ Ao apresentar reprodução assexuada e haplóide,
a
diversidade
genética
procede
de
mutações
genéticas,
genéticas
¾ Se
estima
aconteceriam
que
4
cada
0 4
0,4
mutações
h
em
simultâneas
heterótrofos
marinhos e cada 0,5 h em autótrofos (Whitman
1998)
Procariontes Marinhos
Principais grupos
¾ Archaea,
¾ metanogênicas,
metanogênicas
¾ Bacteria,
¾ cianobactérias,
cianobactérias
¾ termófilas extremas, ¾ bactérias Gram-negativa,
¾ halófilas extremas
¾ bactérias Gram-positiva
Procariontes Marinhos
Divisão quanto ao
Metabolismo
Procariontes Marinhos
¾ Todos
os
organismos
vivos
têm
os
mesmos
requerimentos fundamentais:
¾ uma fonte de energia para regenerar ATP a partir
de ADP + fosfato,
¾uma fonte de elementos para a biossíntese (C, N,
P,, S e elementos traça),
¾ uma fonte de equivalentes redutores (elétrons)
para
produzir
moléculas
orgânicas
e
orgânicos
â i
a partir
ti de
d compostos
t oxidados.
id d
polímeros
Procariontes Marinhos
¾ Portanto,
P t t
¾ Divisão básica do metabolismo:
¾ autótrofos
¾ heterótrofos.
Procariontes Marinhos
Autótrofos
¾ Já entre os diferentes modelos metabólicos, a
divisão pode ser realizada em termos da fonte de
energia para a produção de ATP:
¾ organismos fotoautótrofos
fotoautótrofos, aqueles que obtém a
energia da luz;
¾ quimioautótrofos;
elementos
m n
rreduzidos.
uz
.
a
partir
da
oxidação
de
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
Fotoautótrofos
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
¾F
Fotoautótrofos
u
f
anoxigênicos
g
e aneróbicos,,
são
pouco
p
importantes
p
nos
sistemas
pelágicos e estão restritas a ambientes
anóxicos.
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
¾ No
N Mar
M Negro
N
as massas de
d água
á
anóxicas
ó i
atingem
ti
a
base da zona eufótica,, levando a florações
ç
de
Chlorobium spp. (Repeta et al., 1989).
Chlorobium spp
Floração no Mar Negro
(Fonte: http://jtintle.wordpress.com/2006/06/01/phytoplankton-blooms-in-the-blacksea/)
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
¾ Fotoautótrofos oxigênicos
ê
e aeróbicos.
¾ 2
grupos
de
identificados
como
fitoplâncton
total
bactérias
uma
fração
enquanto
produtividade
¾ Cianobactérias cocoides
¾ Proclorofitas
oxigênicas
à
foram
p
importante
do
biomassa
e
Procariontes Marinhos – Cianobactérias
¾ O gênero mais representativo das cianobactérias
cocoides é Synechococcus
Synechococcus:
¾ 1,0
1 0 µm diâmetro,
diâmetro
¾ Clorofila-a e ficobiliproteínas,
¾ fluorescência
fl
ê i alaranjada
l
j d quando
d excitadas
it d com luz
l
azul,
¾ abundâncias entre 107 e 109 cels mL-1 na zona
eufótica, tanto em
oceano aberto.
águas
costeiras
quanto
em
Procariontes Marinhos – Cianobactérias
((Fonte:
o e www.marbot.gu.se)
a bo gu se)
¾ nos giros oligotróficos de oceano aberto podem
representar entre 60 e 80% da produção
pr duçã primária
da coluna de água
Procariontes Marinhos – Cianobactérias
¾ As
A cianobactérias
i
b té i
fil
filamentosas
t
podem
d
ser também
t bé
importantes em determinados ambientes pelágicos
marinhos. Os gêneros Trichodesmium e Richelia são
formas filamentosas capazes de fixar nitrogênio
nitrogênio:
Bloom de Trichodesmium spp.
Trichodesmium spp.
(Fonte: http://www.hml.noaa.gov/stressors/habs/trichodesmium.html)
(Fonte: http://serc5.si.edu/algae/phyla3.htm)
Procariontes Marinhos – Cianobactérias
¾ Richelia
h l
intracellularis
ll l
é
um
simbionte
intracelular de diatomáceas oceânicas grandes
como Rhizosolenia sp e Hemiaulus sp (Villareal,
1991).
Procariontes Marinhos – Cianobactérias
¾ Richelia
chel a obtém a energ
energia
a para a f
fixação
xação do N dos
compostos orgânicos da diatomácea hospedeira, à qual
supre com uma fonte extra de N em ambientes nos quais
este nutriente pode ser limitante.
(Fonte: http://www.biology.mcgill.ca/undergrad/c441b/lect06/sl6-3.gif)
Procariontes Marinhos – Proclorofitas
¾ Em 1988, Chisholm et al. descreveram a presença de um
‘novo
novo tipo de autótrofo muito pequeno que está
presente em abundâncias elevadas, especialmente em
regiões oligotróficas’.
Prochlorococcus
P hl
Procariontes Marinhos – Proclorofitas
¾ 0,7 µm diâmetro,
¾ divinil
di i il clorofila
clorofilal
fil -a e divinil
di i il clorofila
clorofilal
fil -b,
b
¾ fluorescência débil,, detectadas p
principalmente
p
com
citometria de fluxo,
¾ abundâncias entre 104 e >105 cels mL-1,
¾ em oceano aberto demonstraram contribuir mais do
que cianobactérias para a produção primária
¾ Principais estudos no Mar do Sargasso e no Pacífico
equatorial
Procariontes Marinhos – Proclorofitas
(Fonte: www.genomenewsnetwork.org/)
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
Bactérias Anoxigênicas Aeróbicas
Fotoheterotróficas
Fotoheterotróf
cas ((AAP).
).
¾
Ocorrem em ambientes aeróbicos, porém não
produzem oxigênio através do processo de fotossíntese,
que é complementar ao metabolismo heterótrofo
heterótrofo..
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
Conservam a energia
luminosa em um ciclo de
reações de transferência de
elétrons dependente da
bacterioclorofila (BClh) e de
complexos protéicos na
membrana, que translocam
prótons
ó
através
é desta
d
(Figura 1).
Procariontes Marinhos - Fotoautótrofos
¾ Devido
d
a
natureza
cíclica
í l
d
desta
reações
d
de
transferência de elétrons,
elétrons este tipo de fotossíntese
em p
princípio
p não requer
q
um doador externo de elétrons,,
como no caso das cianobactérias e algas eucarióticas
cuja hidrólise tem este papel, produzindo oxigênio
oxigênio..
Procariontes Marinhos - AAPs
¾ Estas bactérias foram inicialmente isoladas de uma
variedade de ambientes marinhos por Shiba et al.
al
(1979).
¾ Entretanto, sua abundância e importância no
b t i lâ t
bacterioplâncton
permanecia
i d
desconhecida
s
h id até
té
recentemente.
Procariontes Marinhos - AAPs
¾ Com duas formas potenciais de aquisição de carbono,
foi sugerido
f
g
que estas bactérias seriam abundantes em
q
ambientes oligotróficos (Kolber et al.
al., 2000),
2000),
¾ podem superar o desenvolvimento de outras bactérias
por utilizarem luz,
¾ e ao mesmo tempo o desenvolvimento do fitoplâncton
por incorporação de nutrientes inorgânicos, devido ao
seu tamanho reduzido
reduzido..
Procariontes Marinhos - AAPs
¾ Entretanto,
Entretanto Sieracki et al
al.. (2006
2006)),
2006),
) em um estudo
realizado no Mar do Sargasso (oligotrófico) e no Golfo
do
Maine
(eutrófico),
demonstraram
que
estas
b té i são
bactérias
ã abundates
b d t (7 x 103 até
té 9,8 x 104 cel/mL)
l/ L)
tanto em ambientes oligotróficos
g
quanto em ambientes
q
eutróficos..
eutróficos
Procariontes Marinhos - AAPs
Synechococcus
AAP – marcadas com
setas
t brancas
b
Prochlorococcus
(Adaptado de Sieracki et al., 2006)
Procariontes Marinhos - AAPs
(Fonte: Sieracki et al., 2006)
Procariontes Marinhos - Quimioautótrofos
¾ Metanogên
Metanogênicas,
cas, são um dos 3 principais
pr nc pa s grupos de
Archaea.. São anaeróbicos estritos, obtêm a energia
Archaea
química da oxidação do hidrogênio e utilizam o CO2 como
fonte de C para a biosíntese.
biosíntese.
¾ reação da metanogênese para a produção de energia,
4 H2 + H+ + (HCO3)-
CH4 + 3H2O
M th
Methanococcus
jannischii
j
i hii
Procariontes Marinhos - Quimioautótrofos
¾ Bactérias oxidantes do enxofre, filogeneticamente são
muito
mu to diversas,
rsas, desde
s
membros
m
m ros ttermofílicos
rmof cos de Archaea
rcha a
até bactérias termófilas e mesófilas (bactérias púrpuras
d enxofre.
do
enxofre
nx f .
¾ O enxofre (So) e sulfido de hidrogênio (H2S) são
oxidados para liberar energia para a fosforalização
fosforalização.. O
produto final é o sulfato.
sulfato.
Procariontes Marinhos - Quimioautótrofos
¾ Nos sistemas marinhos são a base da rede trófica nas
fontes hidrotermais.
hidrotermais
http://www.cas.muohio.edu/~mbi-ws/ExtremeMicro/deepseavents.htm
Procariontes Marinhos - Quimioautótrofos
¾ Bactérias nitrificantes, formado por um consórcio de 2
grupos de bactérias geneticamente distintos
distintos::
(1) Bactérias oxidantes de amônia
amônia;;
(2) bactérias oxidantes do nitrito
nitrito..
¾ Têm
m um p
papel
p
importante
mp
no ciclo do N no m
mar
removendo amônia, tóxico em altas concentrações
para os eucariontes, e formando nitrato
nitrato..
P
Procariontes
i t M
Marinhos
i h
Heterótrofos
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ O bacterioplâncton é dominado numericamente por
bactérias gram-negativas heterotróficas.
¾ Em águas oxigenadas,catalisam
oxigenadas catalisam as moléculas orgânicas
via respiração
p ç
aeróbica,, na q
qual o oxigênio
g
é o aceitor
final de elétrons.
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Sob condições de baixa disponibilidade de oxigênio,
NO3 e SO4 podem
d
ser usados
d
como aceitores
it
fi i
finais
de e- alternat
alternativos
os na resp
respiração
ração anaerób
anaeróbica.
ca.
¾ Em condições anóxicas, a fermentação pode ser
importante.
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Respiração Aeróbica
¾ Processos Anaeróbicos
¾ Fermentação
Pouco importantes
nos ambientes
bi t
pelágicos
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Respiração
R
i
ã Aeróbica
A óbi
¾ Do ponto de vista trófico,
trófico a respiração aeróbica
representa um processo otimizado:
¾não é necessário nenhum requerimento extra de
energia para a redução do CO2 para precursores
orgânicos,
¾a energia liberada por cada mol de substrato
orgânico oxidado é elevada,
elevada
¾independência tanto da luz quanto dos elementos
químicos reduzidos.
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Processos
P
A
Anaeróbicos
óbi
¾ Os processos anaeróbicos não são normalmente
considerados
importantes
nas
redes
tróficas
microbianas pelágicas.
¾ Não
obstante
obstante,
no
interior
de
partículas
orgânicas,como as pelotas fecais, podem ocorrer
condições anóxicas (Alldredge & Cohen, 1987).
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Grandes
áreas
nos
oceanos
apresentam,
com
freqüência condições sub
freqüência,
sub-óxicas
óxicas abaixo da zona
eufótica. Ex: florações de fitoplâncton em regiões
de ressurgências.
¾ A eutrofização crescente nas regiões costeiras
t bé
também
l
levam
f
freqüentemente
ü t
t
à
f
formação
ã
d
de
massas de água sub-óxicas/anóxicas nas quais o
metabolismo
anaeróbico
toma
o
lugar
do
metabolismo aeróbico nas comunidades microbianas.
microbianas
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Em ausência de oxigênio,
g
, algumas
g
bactérias usam
outros substratos oxidados como aceitores finais
de elétrons. Os dois compostos
p
mais usados são:
¾ Nitrato – muitas bactérias aeróbicas são
“nitrate respirers” facultativas: podem substituir
o oxigênio por nitrato como aceitor final de
elétrons
lé
em condições
di õ
anóxicas.
ó i
U sub-grupo
Um
b
d
de
bactérias nitrato-redutoras são capazes de
reduzir
d i nitrato
it t e nitrito
it it para
p
nitrogênio
it
ê i gaseoso.
¾ Sulfato – são anaeróbicas obligatórias que
podem usar sulfato, tiosulfato e, eventualmente
enxofre como aceitores terminais de elétrons em
enxofre,
respiração.
Procariontes Marinhos - Heterótrofos
¾ Fermentação
F
t ã
¾ É o processo de menor eficiência trófica,
trófica
¾ Estritamente anaeróbico,
anaeróbico
¾ Na
ç
fermentação,
os
elétrons
são
transferidos
diretamente desde compostos mais reduzidos para
os mais oxidados no citoplasma celular.
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