O encontro de Jesus com Zaqueu caracteriza o Trigésimo Primeiro

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O encontro de Jesus com Zaqueu caracteriza
o Trigésimo Primeiro domingo do Tempo
Comum, neste Ano C, no qual temos privilegiado
a leitura do Evangelho segundo Lucas, o
Evangelho da misericórdia.
É um episódio esplêndido do qual o
evangelista resume alguns temas muito
importantes para a sua teologia. Jericó, onde
acontece o encontro é a última etapa da viagem
de Jesus rumo a Jerusalém. E sabemos que o
evangelista Lucas dá grande peso ao tema da
viagem. No decorrer de dez capítulos continuou
a fazer referências a esta viagem que Jesus faz da
Galileia a Jerusalém, porque é uma viagem
espiritual. É o caminho do discípulo que junto ao
mestre vai em direção à cruz, em direção ao
cumprimento da paixão. E escutando o mestre, o
discípulo aprende a se tornar como ele.
Zaqueu é o pecador arrependido, acolhido
pelo Senhor e transformado. É um milagre aquilo
que aconteceu em Jericó, última etapa antes da
última rápida subida a Jerusalém. Zaqueu é chefe
dos publicanos de Jericó, aquilo que hoje
podemos chamar de formador de quadrilhas.
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Zaqueu é alguém que fez um contrato com os
romanos para recolher os impostos dos
habitantes do seu pais. O contrato com Roma
prevê dos diversos honorários estatais uma certa
soma, de modo que tudo aquilo que Zaqueu
conseguir extorquir a mais será naturalmente o
seu ganho. Apoiado pelo exército romano
Zaqueu tem sob suas ordens diversos
operadores fiscais que como verdadeiros
sanguessugas procuram obter dinheiro e tirar
aquilo que podem do povo. É compreensivo que
seja odiado pelos habitantes de Jericó e que
queira estar longe da massa. Porém está curioso
em saber quem é este Jesus de Nazaré. Ouviu
falar e quer vê-lo sem ser visto. Pensa em
permanecer fora da história, simplesmente
satisfazendo sua própria curiosidade. Assim,
sobe em um Sicômoro, uma grande árvore com
galhos que se ramificam desde o tronco, de
modo que é fácil para um homem de pequena
estatura, como era Zaqueu, subir a um metro ou
dois de altura, superando assim as cabeças de
outras pessoas que obstaculizavam sua visão. A
sua maravilha é grande quando Jesus se detém e
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lhe dirige a palavra e atrai sobre ele a atenção de
todos.
Chama-o pelo nome e usa o verbo "dever" e
acrescenta o advérbio de tempo "hoje". São
todos particulares tipicamente lucano. Jesus lhe
diz: "Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo
ficar em tua casa". É um "devo" teológico. É o
projeto de Deus que conduz Jesus exatamente
na casa daquele delinquente. Homem ávido de
ganhos, embrulhão, que fez de tudo para
embolsar dinheiro. Qualquer um teria dito que é
incorrigível, irrecuperável um homem assim, mas
não Jesus. E Jesus se convida a ir à casa daquele
delinquente justamente por que quer recuperálo e sabe que é possível fazê-lo mudar.
"Zaqueu desceu imediatamente e recebeu-o
cheio alegria". Temos aqui outro elemento típico
de Lucas, quer dizer, Lucas realça o tema da
alegria em seu evangelho. Jesus vai almoçar na
casa deste embrulhão e este homem diante da
pessoa de Jesus faz sua confissão; reconhece o
próprio erro e, como o publicano da parábola,
diz: "Tem piedade de mim, pecador" (Lc 18,13).
Diz a Jesus que quer mudar de vida. Restitui
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aquilo que roubou e se empenha em doar parte
do seu patrimônio aos pobres. As pessoas
ficaram perplexas e maravilhadas com a escolha
de Jesus. Jesus poderia ter escolhido outra
pessoa mais adequada da multidão para visitar.
Jesus, porém, não busca audiência, não quer
seguir o índice de maior audiência. E, mesmo se
o desprezam por isso, vai pela estrada de Deus
que é a misericórdia para com o pecador. A
salvação entrou na casa de Zaqueu, "hoje",
porque a salvação vem agora, se realiza no nosso
presente. E a misericórdia que o Senhor faz não
é uma cobertura benévola para que todos
continuem a pecar, mas é a mudança do coração.
Que um homem como Zaqueu tenha mudado é
um autêntico milagre. É a misericórdia de Deus
que faz o milagre.
A primeira leitura é tirada do livro da
Sabedoria. Um texto de teologia filosófica
influenciado pela mentalidade grega, escrito em
Alexandria, Egito, no primeiro século depois de
Cristo. É um dos últimos escritos do Antigo
Testamento. Nos capítulos 11e 12 o livro da
Sabedoria faz uma espécie de digressão
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enquanto trata o tema das pragas do Egito, da
libertação dos israelitas e da punição dos
egípcios. O autor em sua digressão abre um
grande parêntese em seu discurso e começa a
discorrer sobre o tema da "moderação de Deus".
Diz que Deus faz justiça, mas com calma, de
modo equilibrado. Não intervém tiranicamente
de maneira enérgica, violento. Não fulmina o
pecador quando peca. Age com paciência,
intervém com calma, espera o momento bom
para o arrependimento. É indulgente com os
israelitas, é amante da vida, corrige pouco a
pouco, admoesta, recordando aos israelitas em
que coisa pecaram. O fato de Deus ir com calma
na punição não significa que não está fazendo
justiça. Deus é moderado e equilibrado, intervêm
no momento justo, mas o objetivo é sermos
santos. Paciente com Zaqueu, o esperou, e no
momento certo interveio, não o fulminando, mas
convertendo-o, mudando-lhe o coração. É esta a
moderação que o Senhor Jesus praticou. Ama
todas as coisas, quer bem aos homens, é amante
da vida, quer a santidade de todos e intervém
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com doçura por que não quer nos destruir, mas
salvar.
"Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei
de louvar o vosso nome para sempre". Digamos
assim, comentando algumas estrofes do Salmo
144 que elogia o Reino de Deus, quer dizer, o
modo próprio de reinar de Deus. O coração deste
Salmo retoma uma apresentação de Deus típica
do Livro do Êxodo: "Misericórdia e piedade é o
Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão”".
Este é o comportamento que caracteriza Deus.
Sua misericórdia é finalizada à mudança de vida.
Zaqueu é prova disso.
Como segunda leitura iniciamos neste
domingo a escutar o segundo escrito que o
Apóstolo Paulo endereçou à comunidade cristã
de Tessalônica. Após ter escrito a primeira carta,
insinuou-se na comunidade falsos pregadores
que nome do Apóstolo começaram a dizer que o
fim era eminente, ou seja, que a vinda do Senhor
já estava prestes, enfim que o dia do Senhor já
estava presente, agitando a comunidade cristã
daquela cidade. O Apóstolo escreveu uma
segunda carta prevenindo a comunidade a
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respeito destes falsos pregadores e disse algo
que pode ser útil também a nós: "Não percais a
serenidade de espírito, e não vos perturbeis nem
por palavra profética, nem por carta que se diga
vir de nós, como se o Dia do Senhor já estivesse
próximo".
O Apóstolo acalma a comunidade e a exorta
a se ater somente àquilo que foi revelado aos
Apóstolos, por meio de Jesus Cristo. Reza ao
Senhor para que leve a bom termo todo
propósito bom da comunidade e que a preserve
na fé.
Á comunidade o Apóstolo exorta: E vós com
paciência aderi ao seu evangelho. Frutificai com
a misericórdia que Deus vos dispensou. Isto sim
é importante! Não é importante saber como
acabará o mundo.
À nós comunidade cristã hodierna, Paulo
exorta: Não andeis atrás de pretensas visões ou
revelações, acolhei a misericórdia de Deus e
mudai de vida, como fez Zaqueu. Isto é o que
agrada ao Senhor. ASSIM SEJA.
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