revisão Bases moleculares da história reprodutiva na prevenção do câncer de mama Molecular basis of reproductive history on breast cancer prevention Daniel Guimarães Tiezzi1 Fernando Antonio Mourão Valejo2 Franklin Fernandes Pimentel2 Palavras-chave Câncer de mama Prevenção primária Gravidez Keywords Breast cancer Primary preventive care Pregnancy Resumo A taxa atual de mortalidade por falha do tratamento do câncer de mama e o aumento de sua incidência suporta o investimento na prevenção primária. O risco de desenvolver câncer de mama é dependente de condições endócrinas moduladas pela função ovariana, tais como a menarca precoce, menopausa tardia e a paridade. Gestação precoce é um fator sabidamente preventivo. Mulheres que levam uma gestação a termo antes de 24 anos de idade apresentam redução no risco de desenvolver câncer de mama e gestações adicionais aumentam a proteção. As tendências atuais de controle de natalidade e gestação tardia associadas à utilização de métodos hormonais de anticoncepção podem ser fatores responsáveis pelo aumento substancial na incidência do câncer de mama nas últimas décadas. Dados experimentais em modelos animais sugerem que o efeito preventivo da gestação é secundário à exposição à gonadotrofina coriônica humana (hCG). O hCG é capaz de modular a expressão genética de células mamárias, resultando em sua completa diferenciação. Essa ação parece ser mediada por mecanismos epigenéticos. A demonstração de que o hCG é capaz de modular a expressão de genes responsáveis pela diferenciação celular promovendo efeito quimio-preventivo é a base do modelo futuro da prevenção primária da doença. Abstract The current mortality rate due to breast cancer treatment failure and the worldwide increase in its incidence support the effort in primary breast cancer prevention. The risk of developing breast cancer is dependent on endocrine conditions modulated by ovarian function, such as early menarche, late menopause and parity. Early pregnancy is a known protective factor. Women who gave birth before 24 years old exhibit a decrease in their lifetime risk of developing breast cancer, as additional pregnancies increase the protection. Current tendency regarding birth control and late pregnancy associated with the use of hormonal contraceptive methods could be responsible for the increasing incidence of breast cancer. Experimental data in animal models suggest that this preventive role is due to the exposure to human chorionic gonadotropin (hCG). Human chorionic gonadotropin is able to modulate the expression of genes in breast cells resulting in the complete differentiation. The data gathered suggest that its modulation activity is due to a mechanism called epigenetic changes. The demonstration that hCG can modulate the expression of genes through epigenetic changes leading to breast cell differentiation and promoting a chemo-preventive effect is the base that support the future model for primary preventive care of this neoplasm. 1 2 Professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Setor de Mastologia e Oncologia Ginecológica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) – Ribeirão Preto (SP), Brasil Pós-graduandos em Mastologia e Oncologia Ginecológica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil Tiezzi DG, Valejo FAM, Pimentel FF Introdução O cenário atual da quimioprofilaxia do câncer de mama por meio da utilização de moduladores seletivos do receptor de estrógeno (SERMs) é totalmente favorável à observação de que a eficácia na prevenção do desenvolvimento do câncer de mama é dependente do receptor de estrogênio (RE). O benefício do uso do tamoxifeno em pacientes com câncer de mama é restrito a pacientes com tumores com expressão positiva do RE (RE+). O tamoxifeno não é capaz de inibir a proliferação, in vitro ou em modelos animais, de células do câncer de mama receptoras de estrogênio negativas (RE-).1 Estudo do National Surgical Adjuvant Breast and Bowel Project (NSABP), protocolo B-24, demonstrou que o benefício do uso de tamoxifeno adjuvante no tratamento do carcinoma ductal in situ (CDIS) é limitado a pacientes com neoplasias RE+ apenas.1 Do mesmo modo, resultados do NSABP P-01 Breast Cancer Prevention Trial (BCPT) comparando a utilização de tamoxifeno versus placebo demonstraram que o uso de tamoxifeno previne o desenvolvimento apenas do câncer RE+. A incidência anual de câncer de mama RE+ foi 69% menor no grupo tratado em comparação ao grupo placebo. No entanto, não se observou diferença na incidência de câncer de mama RE-.2 Estima-se que apenas 5 a 10% dos cânceres de mama são considerados hereditários e estão associados à suscetibilidade natural devido à mutação de genes autossômicos dominantes, tais como BRCA1, BRCA2, p53, pTEN e STK11/LKB1.3 A mutação desses genes está relacionada ao desenvolvimento de câncer de mama em mulheres mais jovens ou na pré-menopausa. Estudos em tumores de mulheres com a mutação do gene BRCA1 demonstram características histológicas que confirmam que essas neoplasias são derivadas de células basais do epitélio mamário. Tipicamente, esses tumores são RE- e expressam citoqueratina 5/6, citoqueratina 8/18, EGFR e vimentina.4 Por outro lado, o câncer de mama considerado esporádico, sem associação com o fator hereditário, representa mais de 90% de todos os casos de câncer de mama em todo o mundo. Dados clínicos, epidemiológicos e experimentais têm demonstrado que o risco de desenvolvimento de câncer de mama esporádico está fortemente relacionado à função ovariana. Condições endócrinas moduladas pela função ovariana, como a menarca precoce, menopausa tardia e gestação, bem como a utilização de estrógenos exógenos, são fatores relevantes para o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Pacientes que desenvolvem câncer de mama esporádico são tipicamente mulheres no período do climatério ou menopausa e sua incidência está diretamente associada à idade.5 A expressão do RE nesse grupo de mulheres é positiva em cerca de 75% dos casos, e tumores RE+ tendem a não expressar proteínas relacionadas às células basais 380 FEMINA | Julho 2009 | vol 37 | nº 7 do epitélio ductal. Tendo em vista essa apresentação bipolar do câncer de mama, enfoque especial deve ser dado aos mecanismos moduladores da expressão gênica e vias regulatórias relacionadas ao objetivo de esclarecer a evolução do epitélio mamário normal para seu fenótipo potencialmente maligno. A elucidação desse processo é a base para o desenvolvimento e implementação de drogas capazes de prevenir o desenvolvimento do câncer de mama. Desenvolvimento mamário e diferenciação do epitélio ductal No tecido mamário normal de uma mulher, no menacme, podemos identificar dois tipos de lóbulos: 1 e 2. A composição lobular do tecido mamário é influenciada por uma série de fatores relacionados ao ambiente hormonal. Fatores fisiológicos, como a idade e a gestação, bem como situações patológicas que alteram o ciclo menstrual ou até mesmo a exposição exógena a hormônios podem alterar a composição lobular do tecido mamário. No entanto, o completo desenvolvimento do epitélio mamário somente é alcançado durante o período gestacional. Essa diferenciação epitelial inicia-se com o alongamento e a ramificação ductal secundários à intensa proliferação celular na porção distal da árvore ductal e à progressão lobular para lóbulos do tipo 3.6 A completa diferenciação somente ocorre na fase funcional ou secretória, no período final da gestação e com o início da fase lactacional, desenvolvendo-se lóbulos tipo 4.6 Os lóbulos tipo 4 involuem para lóbulos tipo 3 após o período lactacional e permanecem com o principal componente do tecido mamário no menacme.6 Após a menopausa, observa-se uma intensa redução de lóbulos tipo 3 predominando lóbulos do tipo 1 e 2. Em mulheres nulíparas, essa diferenciação não ocorre, e o componente lobular permanece constante durante toda a sua vida.6 Após a menopausa, a composição lobular em mulheres que levaram gestação a termo e mulheres nulíparas é semelhante, com grande aumento no número de lóbulos do tipo 1 em ambos os grupos. Em vista da semelhante composição lobular entre nulíparas e multíparas durante a menopausa e pelo fato de mulheres nulíparas apresentarem maior risco de desenvolverem câncer de mama, esses dois grupos devem apresentar células mamárias biologicamente diferentes ou com diferentes suscetibilidades aos carcinógenos ambientais.7 A gestação e seu efeito na proteção ao câncer de mama O papel da proteção do desenvolvimento de câncer de mama pela gestação está bem estabelecido tanto em humanos como Bases moleculares da história reprodutiva na prevenção do câncer de mama em modelos animais.8 Gestação antes dos 24 anos de idade reduz o risco de câncer de mama, e gestações subsequentes aumentam a proteção.9 Em modelos animais (roedores), a incidência máxima de câncer de mama está relacionada à exposição precoce ao carcinógeno 7,12-dimetil-benzoantraceno (DMBA). O mesmo agente não é capaz de induzir tumor em animais após gestação a termo.8 A alta suscetibilidade em ratas jovens virgens é resultado da interação de carcinógenos com o epitélio que compõe os brotos terminais (“terminal end buds” – TEB), que são estruturas ductais indiferenciadas do tecido mamário em fase de rápida divisão celular.10 Tanto a ligação do DMBA ao DNA das células epiteliais em divisão como a baixa capacidade de reparo resultam na fixação da transformação, causando a iniciação do câncer. Esse modelo animal é bastante similar ao que ocorre em humanos.11 O carcinoma ductal, tipo histológico mais frequente, se origina de lóbulos tipo 1, denominados unidade ducto-lobular terminal, uma estrutura indiferenciada considerada equivalente ao TEB, o sítio de origem de carcinomas ductais em roedores.12 Estudos experimentais têm afirmado que o efeito preventivo da gestação precoce contra o câncer de mama é decorrente da completa diferenciação da glândula mamária e associado ao efeito da fração β da gonadotrofina coriônica humana (βhCG) nas células totipotenciais da mama (stem cells). O βhCG é capaz de causar alterações permanentes na expressão de determinados genes, o que confere uma assinatura genômica e transforma as stem cells 1 em stem cells 2. Essa diferenciação celular se mostrou um potente inibidor da iniciação do processo de carcinogênese mamária.13 Esse modelo é considerado um novo paradigma na prevenção primária do câncer de mama.14 Analogamente, podemos considerar que, se o tecido mamário em humanos fosse exposto ao estímulo carcinogênico durante fase precoce da vida, os lóbulos tipo 1 seriam as estruturas afetadas. Dessa forma, podemos dizer que o dano genético causado por radiação, carcinógenos ambientais, disfunção hormonal, entre outros, em associação ou não com a predisposição hereditária podem ser a causa do câncer esporádico na mulher. Essa combinação de fatores, para que culminem em desenvolvimento de câncer, devem ocorrer durante o período de alta suscetibilidade das células mamárias. Esse período compreende a menarca e a primeira gestação a termo. O evento mutagênico ocorre em estruturas ductais primitivas antes ou durante a puberdade e, consequentemente, o processo se multiplica durante a fase de alongamento e ramificação ductal. As células alteradas somente serão detectadas como neoplasia após vários anos de progressão ao longo do período de transformação.15 Diferenciação mamária e suscetibilidade ao câncer de mama Um importante conceito da carcinogênese mamária é que a unidade ducto-lobular terminal, a qual é o sítio de origem do carcinoma ductal da mama, corresponde a um específico estágio de desenvolvimento do parênquima mamário, o lóbulo tipo 1. Esta observação é sustentada pelos achados em autópsias em que o parênquima mamário não tumoral em mulheres com diagnóstico de câncer de mama contém um número significativamente maior de ductos terminais hiperplásicos, hiperplasia atípica e carcinoma ductal in situ originados em lóbulos do tipo 1 do que o tecido mamário em mulheres livres de neoplasia maligna. Esses achados indicam que os lóbulos tipo 1 são afetados tanto por lesões pré-neoplásicas como por neoplasias malignas.16 Estruturas lobulares mais diferenciadas também são afetadas por outros processos neoplásicos e podemos considerar que diferentes compartimentos estruturais dão origem a específicas lesões. Os lóbulos do tipo 2 são estruturas originárias do carcinoma lobular in situ, enquanto lóbulos tipo 3 são sítios de processos proliferativos benignos, como a adenose esclerosante e a hiperplasia lobular e neoplasias benignas, como o fibroadenoma. Os adenomas lactacionais são originários dos lóbulos tipo 4. Essa observação sustenta o conceito de que a diferenciação mamária determina a suscetibilidade da transformação neoplásica.17 Para a confirmação dos achados de que os lóbulos dos tipos 1 e 2 são mais suscetíveis à transformação maligna, Russo et al. desenvolveram um modelo experimental que reproduz as condições in vivo. Tecido mamário normal, obtido em peça de mamoplastia reducional, foi utilizado. O tecido epitelial foi isolado através de micromanipulação após a digestão com hialuronidase e colagenase. As estruturas epiteliais foram classificadas conforme critérios morfológicos em lóbulos tipos 1, 2 e 3 e isoladas. As células foram semeadas em placas separadamente e, no momento em que atingiam a fase logarítimica de crescimento, foram tratadas com carcinógenos químicos. Alterações compatíveis com a transformação maligna somente foram observadas em células originadas de lóbulos tipo 1 e 2.18 Papel da gonadotrofina coriônica humana na diferenciação do epitélio mamário O epitélio mamário original apresenta uma orientação polarizada das células. A superfície secretora está voltada para um lúmen central e a superfície basal é circundada por uma camada de células mio-epiteliais. Quando essas células são separadas, porém cultivadas juntas em Matrigel, elas formam estruturas FEMINA | Julho 2009 | vol 37 | nº 7 381 Tiezzi DG, Valejo FAM, Pimentel FF alveolares.19 Quando cultivadas em separado, células epiteliais formam estruturas semelhantes a massas sólidas19 e células mioepiteliais formam estruturas com padrão de ramificação. Células espontaneamente imortalizadas de tecido mamário humano MCF-10F, quando cultivadas em meio com baixa concentração de cálcio, apresentam características de células luminais e, quando cultivadas em Matrigel ou gel de colágeno, apresentam um padrão ductal de crescimento.20 Células MCF-10F, quando tratadas com 17β-estradiol (E2), apresentam um diferente padrão de crescimento e passam a formar massas sólidas em culturas em Matrigel e gel de colágeno. A perda do padrão ductal de crescimento é o primeiro passo no processo de indução da carcinogênese mediada por E2 em células MCF-10F. Essa alteração morfológica é acompanhada de mutações gênicas específicas associadas à perda da expressão de genes relacionados com a morfogênese do ducto mamário (CEACAM1 e JAG1), superexpressão de genes relacionados com o aumento da capacidade de invasão e mobilidade celular (transição epitélio-mesenquimal).21 Essa observação suporta a hipótese de que mutações genéticas específicas são responsáveis pela perda da diferenciação celular que culminam na falta de orientação para determinar o padrão de crescimento ductal, sendo esse processo parte fundamental da indução da carcinogênese mamária. Em modelos experimentais, demonstrou-se que o hCG exerce efeito antiproliferativo e anti-invasivo em células do câncer de mama MCF-7.22 Os autores sugerem que o hCG pode ser útil no desenvolvimento de estratégias terapêuticas e preventivas no câncer de mama. Guo et al. observaram que genes responsáveis pelo controle da proliferação, apoptose e motilidade celulares bem como pelo reparo do DNA são significativamente afetados pelo efeito do hCG recombinante em células MCF-7 in vitro.23 O mecanismo de ação pelo qual o hCG é capaz de modular a expressão genética é mediado pela ligação e ativação de um receptor de membrana específico denominado LH/hCG.24 A ativação desse receptor induz acetilação de histonas e esse mecanismo epigenético é um suposto modelo da modulação da expressão genética mediada pelo hCG. O bloqueio do receptor LH/hCG resulta em uma redução do desenvolvimento da glândula mamária em roedores. O desenvolvimento, nesses animais, pode ser reestabelecido pelo uso exógeno de E2 e progesterona, no entanto, o padrão de ramificação ductal não é recuperado.22 Essa observação sugere que o hCG pode ser responsável pelo controle da ramificação ductal na morfogênese da glândula mamária. Um estudo recente, comparando o padrão de expressão de múltiplos genes no epitélio mamário de pacientes nulíparas e multíparas, identificou modificações em uma série de genes ligados 382 FEMINA | Julho 2009 | vol 37 | nº 7 a alterações celulares relacionadas ao processo da carcinogênese mamária. Os autores afirmaram que a mulher multípara apresenta uma “assinatura genética” que difere daquela expressada pela nulípara. Sendo assim, a gestação a termo induz, no epitélio mamário, um padrão genômico específico e diferente daquele encontrado nas células epiteliais mamárias da mulher nulípara. Essa “assinatura genética” confere ao nível molecular a completa diferenciação do epitélio mamário da multípara, que pode estar associado à redução do risco de câncer de mama. Cria-se, assim, uma excelente ferramenta na identificação do efeito protetor da gestação e fornecem-se dados para a futura evolução de agentes preventivos do câncer de mama.25 Conclusão O avanço continuado nos mecanismos de transformação da célula neoplásica é a base para o planejamento de estratégias de prevenção do câncer. O fato de que a mama é a sede da neoplasia maligna mais frequentemente diagnosticada na mulher justifica os investimentos científicos no assunto. Atualmente, métodos de prevenção radicais, tais como a mastectomia profilática, têm sido aceitos. A quimioprevenção com a utilização de moduladores seletivos do receptor de estrógeno vem se mostrando eficaz em mulheres consideradas de alto risco. No entanto, no início do tratamento, as mulheres selecionadas provavelmente já são portadoras de alterações genéticas capazes de transformar as células do tecido normal em neoplasias malignas. Do mesmo modo, não sabemos ao certo por quanto tempo essas drogas são eficazes e se são capazes de reverter os mecanismos carcinogênicos já instalados. Dúvidas existem a respeito de qual a idade mais indicada para dar início ao uso dessas medicações e qual seria o período de tempo ideal para seu uso. Futuras diretrizes cursam para o desenvolvimento de drogas capazes de induzir alterações genéticas em células primordiais que conferem características específicas de proteção contra o desenvolvimento do câncer. A utilização de gonadotrofina exógena seria uma opção futura para ensaios clínicos controlados, entretanto, a falta de estudos controlados em humanos é motivo de limitação de seu uso. Enquanto não dispusemos de drogas que atinjam os benefícios causados pela gestação, a socioprevenção, baseada na promoção de um estilo de vida de menor risco, bem como a orientação a respeito do planejamento familiar e suas implicações com a doença maligna da mama devem ser fatores constituintes do tema a ser instituído em programas de prevenção em saúde para nossas gerações futuras, visto que essas atitudes devem ser tomadas em fase precoce do desenvolvimento do ser humano. Bases moleculares da história reprodutiva na prevenção do câncer de mama Leituras suplementares 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Vogel VG, Costantino JP, Wickerham DL, Cronin WM. National surgical adjuvant breast and bowel project update: prevention trials and endocrine therapy of ductal carcinoma in situ. Clin Cancer Res. 2003;9(1 pt 2):495S-501S. Fisher B, Costantino JP, Wickerham DL, Redmond CK, Kavanah M, Cronin WM, et al. 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