O RENASCIMENTO NA ITÁLIA Os italianos do século XIV acreditavam que a arte, ciência e erudição tinham florescido no período clássico, que todas essas coisas tinham sido destruídas pelos bárbaros do Norte e que lhes cumpriria a missão de ajudar a reviver o glorioso passado e, portanto, a inaugurar uma nova era. Em nenhuma cidade esse sentimento de confiança e esperança era mais intenso do que em Florença, berço de Dante e Giotto. Foi nessa próspera cidade de mercadores, nas primeiras décadas do século XV, que um grupo de artistas se dispôs deliberadamente a criar uma nova arte e romper com as idéias do passado. Fatores que geraram o Renascimento Renascimento comercial, urbanização, ascensão da burguesia, renovação dos estudos clássicos. No início do século XIV, inúmeros fatores conjugados e articulados criaram as condições para o início do renascimento cultural. Em termos gerais, trata-se do amadurecimento dos mesmos fatores que estimularam uma renovação intelectual e artística nos séculos XII e XIII. No plano econômico – o renascimento comercial reativou o intercâmbio cultural entre Ocidente e Oriente, configurando-se como o principal fator do renascimento cultural. No plano social - a urbanização gerava as condições de uma nova cultura, sendo as cidades o pólo de irradiação do Renascimento. A ascensão social e econômica da burguesia propiciava apoio e financiamento ao desenvolvimento da nova cultura. No plano intelectual – a retomada dos estudos das obras clássicas greco-romanas foi de grande importância. Isto foi possível graças aso mosteiros que, preservaram em suas bibliotecas muitas dessas obras, protegendo-as da destruição pelos bárbaros no período dos invasores. Finalmente, o aperfeiçoamento da imprensa, atribuído a Gutenberg, teve importância no século final do Renascimento (século XVI). · Século XIV – fim do monopólio clerical quanto a cultura; · Os filhos dos burgueses começam a freqüentar as universidades e a tomar contato com uma cultura desligadas dos conceitos medievais; · A decadência do Feudalismo e o fortalecimento da burguesia exigia uma nova cultura, mais liberal, antropocêntrica, mercantilista; · O Renascimento : “aceitação definitiva das formas da arte, a história, a literatura e a filosofia greco-latinas e a assimilação do espírito pagão”; · A noção de heliocentrismo - o Sol ocupa o centro do Universo (Nicolau Copérnico – 1473 – 1543); · Principais pintores: Sandro Botticelli; Michelângelo, Leonardo da Vinci, Fillipo Lippi, Giotto, Gozzoli e Signorelli entre outros. O RENASCIMENTO EM PORTUGAL – CLASSICISMO · Inicia-se em Portugal no ano de 1527 com a volta de Sá de Miranda a Portugal vindo da Itália trazendo novos conceitos de arte e um novo ideal de poesia, conhecido como dolce stil nuovo (doce estilo novo). · Sá de Miranda traz: a medida nova da poesia (versos decassílabos), o soneto (composição de 14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos); · O “doce estilo novo” também valorizava as idéias de Platão, “neoplatonismo” em que o amor era valorizado não pelo apelo sensual, mas o apelo moral, religioso, filosófico. · O século XVI é considerado um período áureo da arte e da literatura portuguesa, em que encontra sua máxima expressão com Luís Vaz de Camões. · É também nesse século que a língua portuguesa assume contornos definitivos. Características: - Retomada da mitologia pagã; - Racionalismo – razão predomina sobre a emoção; - Universalismo – verdades e idéias universais; - Humanismo – exaltação do homem (antropocentrismo); - Perfeição estética e pureza de formas; - A poesia adota formas poéticas fixas; - Os temas poéticos abrangem a reflexão moral, a filosofia, a política além do lirismo amoroso; - Além do soneto, o Classicismo cultiva a epopéia (narrativa em versos); a elegia (sentimentos tristes); ode (poesia de exaltação); écloga (amorosa e pastoril) e a epístola (composição à maneira de uma carta).