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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
CRISTIANE ALVARES COSTA
Orientador: Profª Maria Esther de Araújo
Co-orientadora: Profª Giselle Böger Brand
São Luis- MA
2014
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
CRISTIANE ALVARES COSTA
Monografia apresentada ao Instituto A
Vez do Mestre – Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Educação Especial e Inclusiva.
Orientadora: Profª Maria Esther de Araújo
São Luis- MA
2014
2
Agradeço a Deus por tudo que sou e por ter me
permitido realizar esse sonho de galgar mais um degrau do
conhecimento.
A família por me compreender e apoiar a minha luta
e dedicação em prol da educação.
A
Professora
Maria
Esther
de
Araujo,
pelas
orientações e por colocar-se a disposição para quaisquer
esclarecimentos adicionais que foram necessários.
Aos demais professores \ tutores do Projeto á Vez
do Mestre, e a Professora Especialista Co-Orientadora Giselle
Boger Brand por me apoiar dando-me estimulo constante e
responderem os questionamentos.
A todos que contribuíram de uma forma ou de outra,
para concepção desse proveitoso trabalho.
3
Dedico a todos os Pedagogos que atuam
na Educação Especial, que fazem da
educação um ato de amor e dedicação,
colaborando com um Brasil melhor.
4
RESUMO
Este trabalho objetiva avaliar e analisar como melhorar as práticas e estratégias
aplicadas às crianças especiais de forma a possibilitar-lhes uma integração na
sociedade e no meio escolar, e ainda, ajudando-as no seu desenvolvimento
cognitivo. Nesse sentido, esse trabalho visa contribuir com a discussão acerca da
possibilidade de trabalhar de forma lúdica e dinâmica a música na educação
especial no ambiente escolar face ao trabalho pedagógico que se efetua no
cotidiano no interior das escolas, colaborando assim com a massa crítica de
pesquisadores sobre o tema em pauta. Trata sobre o histórico da Educação
Especial, desde a Antiguidade onde as pessoas portadoras de deficiência (mental)
intelectual eram tratadas como seres amaldiçoados. No período da Idade Media,
onde os deficientes passaram a ser levados para abrigos pertencentes à Igreja,
sendo vistos como serem merecedores de piedade e esmolas. Apresenta a Música
como meio de expressão e recurso pedagógico, apresentando os aspectos críticos
da musicalidade, bem como, a importância da música no desenvolvimento cognitivo
do portador de necessidade especial na sua aprendizagem. Ainda aborda como
melhorar as práticas e estratégias com crianças especiais de forma a possibilitar-lhe
uma integração na sociedade e meio escolar.Chegando-se a conclusão que a
Musicalização na Educação Especial é de suma importância ,trazendo benefícios
nos campos cognitivos, relação interpessoal e também ativação da memória das
crianças especiais, possibilitando-as integração na sociedade e meio escolar.
Palavras –chave: Musicalização. Educação Especial. Educação Inclusiva.
5
ABSTRACT
This work aims to evaluate and analyze how to improve practices and strategies
applied to special children in order to enable them to integrate into society and one in
middle school, and also helping them in their cognitive development. Thus, this work
aims to contribute to the discussion about the possibility of working in a fun and
dynamic way the music in special education in relation to the pedagogical work that
takes place in everyday life inside schools school environment, thus contributing to
the critical mass of researchers on the topic at hand. Deals with the history of Special
Education since antiquity where the intellectual disabled (mental) were treated as
cursed beings. During the Middle Ages, where the disabled are now taken to shelters
belonging to the Church, being seen as being worthy of pity and charity. Presents the
music as a means of expression and teaching resource, presenting the critical
aspects of musicianship, as well as the importance of music on cognitive
development of special needs patients in their learning. Also discusses how to
improve practices and strategies with special children in order to enable him to
integration in society and the escolar.Chegando the conclusion that Musicalization in
Special Education is of paramount importance, bringing benefits in cognitive fields,
interpersonal relationship and also activation of the memory of special children,
enabling them integrate into society and schools.
Key words: Musicalization. Special Education. Inclusive Education.
6
METODOOGIA
Esta pesquisa esta fundamentada no método descritivo que tem como
principal característica a descrição dos fatos e fenômenos de determinada realidade.
Na mesma utilizou-se o método bibliográfico, de caráter qualitativo, abrangendo
questões sobre o uso da música como estratégia de interação e inserção de alunos
com inclusão sócio-educativa através da educação especial. A escolha por esse
tema se deu pelo motivo da autora deste trabalho ser uma educadora, especialista
em supervisão escolar há mais de 5 anos e ter presenciado muitas reclamações por
parte de muitos professores da dificuldade para trabalhar a música na educação
especial. Nesse sentido, esse trabalho visa contribuir com a discussão acerca da
possibilidade de trabalhar de forma lúdica e dinâmica a música na educação
especial no ambiente escolar face ao trabalho pedagógico que se efetua no
cotidiano no interior das escolas, colaborando assim com a massa crítica de
pesquisadores sobre o tema em pauta.
Assim serão consideradas questões de como identificar nos alunos com
necessidade especiais a importância da música no seu desenvolvimento cognitivo,
assim como conhecer a relevância dessas na interação social e para o
desenvolvimento psicomotor das crianças portadoras de necessidades especiais.
A leitura foi norteada pela problematização, onde foi feita uma triagem em todo o
material recolhido para ser analisado. Os passos seguidos para a confecção desse
trabalho seguiram-se por idas e vindas com a confecção de um primeiro rascunho ,
onde após serem feitas algumas leituras nos trouxeram uma visão mais ampla sobre
a necessidade de aprofundarmos a pesquisa em curso. Para recorrermos a varias
outras fontes além das primeiras pesquisadas.
Vários autores nos serviram para orientação deste trabalho a exemplo de
Aranha (1995; 2001), Pessotti (1984) e Vigotski (1997) como condição estabelecida
a partir das relações sociais entre os sujeitos deficientes e a maioria da população.
Mazotta (1983) que aborda a defesa da cidadania e do direito á educação das
pessoas portadoras de deficiencia ; Snyders (1992) comenta que a função mais
evidente da escola é preparar os jovens para o futuro, para a vida adulta e suas
responsabilidades; estudos na área da Educação Musical que enfatizam a
importância da Musicoterapia, como os de Garcia (1998), Coelho (1999), Vitória
(2000), Mac Donald & Miell (2000), Daudt (2002), Augusto (2003), Álvares (2005),
7
Matias & Freire (2005), Wylie (2006), Costa (2007), Portowitz & Klein (2007), Vasta
(2007).
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9
CAPITULO I A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL ....................... 12
1.1 Educação Especial: histórico...................................................................... 12
1.2 Música: conceitos e parâmetros .................................................................... 19
1.2.1 O que é musicalização? .............................................................................. 24
1.2.2 O papel da Musica na Educação ................................................................ 26
CAPITULO II MÚSICA COMO MEIO DE EXPRESSÃO E
RECURSO PEDAGÓGICO .................................................................................. 30
2.1 A Musica na Educação como Processo ..................................................... 34
2.2 A importância da musica no desenvolvimento cognitivo do portador
de necessidade especial ................................................................................... 37
CAPITULO III A MUSICALIZAÇÃO COMO ESTRATEGIAS DE
INTEGRAÇÃO ESCOLAR NAS PRATICAS COM CRIANÇAS ESPECAIS ....... 41
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 48
9
INTRODUÇÃO
Este trabalho objetiva avaliar e analisar como melhorar as práticas e
estratégias aplicadas às crianças especiais de forma a possibilitar-lhes uma
integração na sociedade e no meio escolar, e ainda, ajudando-as no seu
desenvolvimento cognitivo.
A Educação Especial visa, principalmente, dar assistência àqueles que
têm necessidades educacionais especiais, que por alguns motivos não puderam ou
não podem ser inseridos dentro do ensino regular. Dentro de suas peculiaridades, a
Educação Especial toma caráter da tão almejada “Educação para Todos”,
salientando que, independente, das diferenças todos tem o direito de estudar e ter
as melhores condições para isso.
O ser humano interage com as pessoas e o ambiente valendo-se da fala,
da escrita e da linguagem musical. Os estímulos sonoros do ambiente que nos cerca
são intensos e a criança, desde seus primeiros anos de vida, já reage a eles
mediante balbucios, gritos e movimentos corporais: é o modo dela se manifestar
diante dos sons; ela os ouve, capta a sua direção e identifica as vozes das pessoas.
Ela penetra progressivamente no mundo dos sons e, quanto mais adequados forem
os estímulos sonoros, melhor ela captará o ambiente que a rodeia.
Através da música, a criança pode desenvolver seu pensamento musical,
podendo ouvir, discriminar as estruturas sonoras, conhecer a literatura musical,
interpretar, cantar, tocar e dançar em conjunto, compor, criar, improvisar e elaborar
estruturas musicais.
A educação musical também suscita na criança um grande prazer, já que
se reveste de um acentuado caráter lúdico e, portanto, desafiador. Tanto a criança
chamada “normal” como aquela com deficiência intelectual podem ser seduzidos
pela música, que se torna assim um valioso recurso para a aprendizagem em geral.
Sendo assim, a música é muito importante para o ensino e o
desenvolvimento das características musicais fundamentais na vida do individuo
através da motricidade; cognição e criatividade; afetividade, onde a musicalização
facultam um conhecimento mais profundo às crianças desenvolvendo a noção de
esquema corporal e também permitindo a comunicação com o outro, onde as
atividades de musicalização podem ajudar a maneira indelével como reforço no
desenvolvimento cognitivo\ linguístico, psicomotor e sócio afetivo do aluno.
10
O objetivo fundamental de toda pesquisa é descobrir respostas para o problema
levantado, quanto à utilização de recursos musicais/fontes sonoras em contexto de
sala de aula propiciando o desenvolvimento cognitivo e a interação dos alunos
portadores de necessidades especiais e quanto a perspectiva dos profissionais da
educação a música simplificada à comunicação.
As Diretrizes Curriculares para Educação Especial para a Construção de
Currículos Inclusivos (2006, p. 17) traz que a Educação Especial sempre esteve ao
alcance dos indivíduos segregados de uma sociedade com padrões préestabelecidos a respeito da normalidade humana, ou seja, para aqueles que
estavam abaixo do esperado para a considerada normalidade, restava apenas a
Educação Especial como busca da educação escolar.
Como pode ser visto diante das práticas diárias dos docentes, a educação
em qualquer modalidade de ensino, sempre está em busca de novos instrumentos
que facilitem o seu processo de utilização e, por consequência, atinjam de forma
mais satisfatória os seus objetivos principais, dentre eles: desenvolver cidadãos
críticos, conscientes de seus atos, bem como proporcionar o desenvolvimento
motor, cognitivo e afetivo desses.
Para melhor compreensão, o presente trabalho está estruturado em três
capítulos: o primeiro discorre sobre o histórico da Educação Especial, desde a
Antiguidade onde as pessoas portadoras de deficiência (mental) intelectual eram
tratadas como seres amaldiçoados. No período da Idade Media (onde) os deficientes
passaram a ser levados para abrigos pertencentes à Igreja, sendo vistos como
serem merecedores de piedade e esmolas. A partir do século XX os portadores de
deficiências passaram a ser vistos como cidadãos com direitos e deveres de
participação na sociedade.
O capítulo supracitado também explana sobre o papel da Música na
Educação quanto ao desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e sócioafetivo. A música como processo lúdico e socializador de aprendizagem e como
instrumento de apoio às crianças com distúrbios de comunicação e linguagem.
O segundo capítulo mostra a Música como meio de expressão e recurso
pedagógico, apresentando os aspectos críticos da musicalidade, bem como, a
importância da música no desenvolvimento cognitivo do portador de necessidade
especial na sua aprendizagem.
11
O terceiro capítulo aborda como melhorar as práticas e estratégias com
crianças especiais de forma a possibilitar-lhe uma integração na sociedade e meio
escolar.
12
CAPÍTULO I
A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A escolha por esse tema se deu pelo motivo da autora deste trabalho ser
uma educadora, especialista em supervisão escolar há mais de 5 anos e ter
presenciado muitas reclamações por parte de muitos professores da dificuldade
para trabalhar a música na educação especial. Nesse sentido, esse trabalho visa
contribuir com a discussão acerca da possibilidade de trabalhar de forma lúdica e
dinâmica a música na educação especial no ambiente escolar face ao trabalho
pedagógico que se efetua no cotidiano no interior das escolas, colaborando assim
com a massa crítica de pesquisadores sobre o tema em pauta.
Assim serão consideradas questões de como identificar nos alunos com
necessidade especiais a importância da música no seu desenvolvimento cognitivo,
assim como conhecer a importância da música ,sua relevância na interação social e
conhecer a importância da música para o desenvolvimento psicomotor das crianças
portadoras de necessidades especiais.
1.1 Educação Especial: histórico
Investigar a história da deficiência, sob a perspectiva do homem inserido
em seu contexto cultural e social e, portanto, influenciando e sendo influenciado
pelas mudanças políticas, culturais e históricas, é entender que as ações sociais
voltadas para a pessoa deficiente foram reeditadas ao longo de diferentes épocas, e
muito do que vemos hoje é uma herança daqueles períodos.
É sob a perspectiva do homem e suas interrelações com o mundo que
passamos a descrever a história da deficiência, para, então, acendermos o debate
de que esta (a deficiência) não deve ser entendida como incapacidade ou limitação,
mas sim, como defendem alguns autores, entre eles Aranha (1995; 2001), Pessotti
(1984) e Vigotski (1997) como condição estabelecida a partir das relações sociais
entre os sujeitos deficientes e a maioria da população.
Segundo Cunha (2011), temos por Educação Especial o atendimento
destinado àqueles educandos que apresentem uma necessidade quer seja
13
transitória ou permanente, isto é, às pessoas que tanto apresentem deficiência
sensorial, física ou psíquica como àquelas que sofrem desvantagens por motivo
sócio-econômico ou cultural, como por exemplo, pessoas em situação de alta
vulnerabilidade. Assim,
Pretende-se que os alunos que precisam de atendimentos educacionais
diferenciados, temporários ou permanentes, possam alcançar dentro do
mesmo sistema, um grau de desenvolvimento e maturidade tal que, lhes
proporcionem a melhor qualidade de vida possível nos âmbitos pessoal,
familiar, social e profissional (GONZÁLES, 2007, p.20).
Entendemos dessa forma, que o sistema educacional deve disponibilizar
recursos humanos e materiais para que as instituições de ensino possam auxiliar
nas dificuldades encontradas, proporcionando o alcance dos objetivos da educação,
afim de que preste auxílio às especificidades de todos os alunos, do contrário, o
ambiente escolar pode se transformar no gerador de necessidades educacionais
específicas, produzindo dificuldades ao aprendizado, se nele existem propostas
homogeneizadoras (básicas a qualquer aluno), estruturas físicas pouco flexíveis e
pouca atenção à diversidade entre o alunado.
Se por um lado o acesso dos portadores de necessidades educativas
especiais às escolas de ensino regular cresce a cada dia, por outro ainda são
precárias as instalações físicas, a oferta de material didático-pedagógico adequado
e a capacitação de professores, para efetivar uma educação inclusiva de qualidade.
Segundo Mazzotta (2005, p. 16) “até o século XVIII, as noções a respeito
da deficiência eram basicamente ligadas ao misticismo e ocultismo, não havendo
base científica para o desenvolvimento de noções realísticas.” Com o decorrer do
tempo, essa denominação ao deficiente começou a mudar e começou a escutar
sobre seres anormais ou excepcionais. Porém, cabe lembrar com Mazzotta (1982, p.
2), que, “excepcional é aquela pessoa que se situa fora da ‘normalidade’”.
Até hoje são enumeras as nomenclaturas remetidas ao excepcional. Os
termos ao aluno especial vêm sendo analisados e estudados a partir das
convivências e vivências onde as pessoas são encontradas, cada vez mais, com
situações diferenciadas, deixando um pouco de lado o tão conceituado ser normal.
Diante do sistema educacional não é diferente. Aceitar uma criança
diferente das outras em salas cujas turmas são compostas, em sua maioria, por
alunos “normais” é um pouco difícil. Mas, quando tratamos de Educação Especial,
devemos lembrar que o assunto ainda é recente, pois apesar de vários países,
14
começando pelos mais desenvolvidos, passarem a garantir a educação para todos,
sem diferenças entre indivíduos, vimos Mazzotta (1982, p.10) comenta que:
A educação especial está [...] baseada na necessidade de proporcionar a
igualdade de oportunidades, mediante a diversificação dos serviços
educacionais, de modo a atender às diferenças individuais dos alunos, por
mais acentuadas que elas sejam. Nesse sentido, ela representa um desafio
aos educadores para encontrar caminhos e meios, estabelecer uma política
de ação e criar facilidade para a provisão de recursos educacionais
apropriados a todos os educandos.
Nesse sentido, podemos compreender que a educação é um dos
caminhos, e por mais que existam leis, esse assunto ainda é uma barreira dentro do
sistema educacional. Para Mazzotta (2005, p.15) “a defesa da cidadania e do direito
à educação das pessoas portadoras de deficiência é atitude muito recente em nossa
sociedade”.
O tema tem feito parte de campos de estudo desde décadas passadas,
quando, mesmo não acreditando que esse tipo de pessoa pudesse participar da vida
social e do trabalho, eram organizados. Para Mazzotta(1983, p.3) “serviços de
assistência que refletem atitudes sociais marcadas por um sentido filantrópico,
paternalista e humanitário”. Para que isso acontecesse, era apenas necessário que
houvesse pessoas bondosas que quisessem aceitar o desafio, levando em
consideração apenas o fator de piedade.
Observarmos que a Educação Especial teve seus movimentos principais
na Europa onde segundo Mazzotta (2005, p. 17) a “primeira obra impressa sobre
deficientes teve autoria de Jean-Paul Bonet e foi editada na França”. Todavia como
instituição, a primeira teve como foco a deficiência dos surdos-mudos, Conforme
Matazzota (2005, p.18) “fundada pelo abade Eppée em Paris” (MAZZOTTA, 2005, p.
18), para auxiliar na mesma deficiência, a de surdos-mudos, que Bonet escreveu.
Até então as outras deficiências não haviam sido comentadas de modo oficial.
Assim, Mazzotta (1982, p.43) explica que os primeiros registros sobre a deficiência
física aconteceram no ano de “1832 em Munique, Alemanha, uma instituição
encarregada de educar os coxos, os manetas, os paralíticos.”
No Brasil as orientações educacionais aos alunos especiais só ocorreu
em meados do século XIX, que, por intermédio de alguns brasileiros, foi iniciado o
atendimento a algumas deficiências. Porém, a inclusão da educação de deficientes,
da educação dos excepcionais ou da educação especial na política educacional
15
brasileira vem a ocorrer somente no final dos anos cinquenta e início de sessenta do
século XX.
Examinamos que no Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência
teve seu início na época do Império com a criação de duas instituições: o Imperial
Instituto dos Meninos Cegos e o Instituto dos Surdos-Mudos.
O Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant
(IBC), criado pelo Imperador D. Pedro II através do decreto imperial nº 1.428, de 12
de setembro de 1854, como um polo para a educação especial mantido pelo poder
público, que por meio deste foi elevado os níveis de conscientização e discussão
desse modo de educação.
Neste contexto nasce o Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, hoje
denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES), que trouxe algumas
oficinas como recursos para além da alfabetização e outras deficiências que
começaram a fazer parte dessas instituições, assim, se fez necessário que se
construíssem
estabelecimentos
que
suprissem
tais
deficiências.
Esses
estabelecimentos se dividiam em públicos e particulares, oferecendo atendimentos
especializados ou não a cada tipo de necessidade.
No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição
especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental. Em 1954, no Rio
de Janeiro, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(APAE) sobre o apoio, orientação e estímulo do casal norte americano Beatrice e
George Bemis, membros da National Association for Retarded Children (NARC) ,
uma Organização fundada em 1950 nos Estados Unidos de amparo ao excepcional
e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas
com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.
Mas, foi a partir da APAE que foram inaugurados os centros de
diagnósticos e terapêuticos dos distúrbios do desenvolvimento mental no Rio de
Janeiro e posteriormente em São Paulo e inúmeros outros apoios a essa
determinada deficiência.
Percebemos com o passar do tempo que a discussão sobre o assunto
evoluiu e que necessitava de leis para que o portador de necessidades especiais
tivesse algumas prioridades referentes às suas necessidades individuais. Desta
forma, iniciou a redação de uma política nacional sobre a educação especial.
16
Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a
ser fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDBEN, Lei nº 4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à
educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.
A Lei nº 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento
especial” para os alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontram em
atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”, não
promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender às necessidades
educacionais especiais e acaba reforçando o encaminhamento dos alunos para as
classes e escolas especiais.
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial –
CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob a
égide integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com
deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda configuradas por campanhas
assistenciais e iniciativas isoladas do Estado.
Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à
educação, permanecendo a concepção de “políticas especiais” para tratar da
educação de alunos com deficiência. No que se refere aos alunos com
superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um
atendimento especializado que considere as suas singularidades de aprendizagem.
Surge então o documento construído pela Secretaria de Educação
Especial: a PNEE (Proposta Nacional da Educação Especial) – Livro 1, no ano de
1994, a partir de legislações e normas como a LDBEN n. 4.024/61, que reafirma o
direito dos excepcionais à educação e indica em seu artigo 88 que, para integrá-los
na comunidade, sua educação deverá, dentro do possível, enquadrar-se no sistema
geral de educação. Assim, o caminho para a Educação Especial foi abrindo portas e
ganhando estrada dentro da legislação educacional.
Nesse sentido, a educação especial, construiu ao longo do tempo, através
da Secretaria de Educação Especial alguns direitos onde o portador de
necessidades físicas ou intelectuais tivesse uma melhor condição para conviver em
sociedade e possuir direitos iguais aos ditos normais.
Vale lembrar que a educação de uma pessoa especial não pode ser
especial nas 24 horas do seu dia, pois, devemos lembrar que por mais que as
pessoas tenham necessidades especiais, elas têm o direito de se irritar com atitudes
17
apresentadas pelo dia-a-dia, sentir as emoções que o cotidiano nos proporciona,
como as outras pessoas, vivendo assim ao seu papel de ser humano, que acima de
qualquer diferença convive em sociedade, pensa, respira e se alimenta como
salienta Conceição (1984).
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96,
no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas
necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão
do programa escolar.
Também define, dentre as normas para a organização da educação
básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37, inciso I). Desse modo,
[...] a inclusão escolar, enquanto paradigma educacional tem como objetivo
a construção de uma escola acolhedora, onde não existam critérios ou
exigências de natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou
discriminação para o acesso e a permanência com sucesso de todos os
alunos. (BRASIL, 2006, p. 15)
Temos então, que o discurso sobre a educação inclusiva se estende ao
território nacional, e Mittler (2003), compreende que “o objetivo da inclusão é
precisamente mudar o que está em geral disponível através da reforma da
organização do currículo das escolas e do sistema educacional” e onde, “a
diversidade e a diferença são consideradas como normais (idem, p. 33)”.
Assim, em 1999, o Decreto nº 3.298, regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao
dispor sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, definindo a educação especial como uma modalidade transversal a
todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da
educação especial ao ensino regular.
E dentro desse contexto de estudos para uma melhor identificação de
integração, inclusão e educação especial, para melhor interpretação da legislação
sobre esta temática é que, em 1999, aconteceu a Convenção de Guatemala,
noticiada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001 assegurando.
18
[...] que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e
liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como
discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que
possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas
liberdades fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na
educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial,
compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a
eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. (BRASIL,
2007, p. 3)
A Convenção da Guatemala afirma que as pessoas com deficiência têm
os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas,
definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou
exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas
liberdades fundamentais.
Na perspectiva da educação inclusiva é que a Resolução CNE/CP nº
1/2002 estabelece nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior
devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a
atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos
alunos com necessidades educacionais especiais.
Logo, por meio da Lei nº 10.436/2002 reconhece a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão, determinando que
sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como
a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de
formação Licenciatura e de fonoaudiologia.
E o Decreto nº 5.626/05 regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando ao
acesso à escola dos alunos surdos e dispõe sobre a inclusão da Libras como
disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e
tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua
para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular.
O Ministério da Educação e Cultura, em 2003, implementou o Programa
Educação Inclusiva garantindo o direito à diversidade, com vistas a apoiar a
transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos,
promovendo um amplo processo de formação de gestores e educadores nos
municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização,
à oferta do atendimento educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
19
Vemos então, para que o portador de deficiência esteja integrado na
sociedade e faça parte do plano de inclusão, foi iniciada a investigação e repasse de
maneiras de comunicação entre deficientes e não deficientes. E, essa modificação
de princípios tinha como objetivo promover um amplo processo de formação de
gestores e educadores nos municípios brasileiros para garantia dos direitos de
acesso de todos à escolarização, à oferta de atendimento escolar especializado e à
acessibilidade.
Desta
maneira,
buscamos
defender
um
sistema
mais
íntegro,
evidenciando a importância, entre tantas outras disciplinas que contemplam o
currículo escolar, a área de Artes como um vasto campo para a aprendizagem do
aluno. O conhecimento sobre Arte, aqui em questão a Música, se faz necessário
para o crescimento intelectual do sujeito, buscando engajá-lo em um cotidiano no
qual o mesmo saiba conhecer, reconhecer e ressignificar símbolos e significados
que os rodeiam. Nesse meio, iniciamos o próximo tópico, falando sobre a
importância da Música, em especial da Musicalização, e a sua relevância na
educação especial.
1.2 Música: conceitos e parâmetros
Enumeras teorias falam sobre o princípio e a presença da música na
cultura humana. A linguagem musical tem sido interpretada, entendida e definida de
diversas maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar,
com os valores e as concepções estéticas vigentes.
De acordo com Berchem (apud KRZESINSKI; CAMPOS, 2006, p.115) “A
música é a linguagem que se traduz em forma sonora capaz de expressar e
comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e
relacionamento entre som e o silêncio”.
A música , segundo Romanelli (2009, p.24-25) “é uma linguagem comum
a todos os seres humanos e assume diversos papéis na sociedade, como função de
prazer estético, expressão musical, diversão, socialização e comunicação”. Na
escola, [...] “a música é linguagem da arte, [...] é uma possibilidade de estratégia de
ensino, ou seja, uma ferramenta para auxiliar a aprendizagem de outras disciplinas”.
Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI):
20
A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de
expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio
da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A
música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações:
festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas
etc. (BRASIL, 1998, p. 45).
Observamos
que
a
música
está
presente
em
acontecimentos
diversificados, tais como: músicas infantis, músicas religiosas, músicas para dançar,
música instrumental, vocal, erudita e popular, músicas cívicas. Ao compararmos dois
tipos de música distintos, constataremos que existe uma grande mudança no que diz
respeito à organização do material sonoro, na variação dos instrumentos musicais
presentes, na forma e no material como são construídos esses instrumentos.
Rosa, também, enfatiza que em espaço escolar:
A linguagem musical deve estar presente nas atividades [...] de expressão
física, através de exercícios ginásticos, rítmicos, jogos, brinquedos e roda
cantadas, em que se desenvolve na criança a linguagem corporal, numa
organização temporal, espacial e energética. A criança comunica-se
principalmente através do corpo e, cantando, ela é ela mesma, ela é seu
próprio instrumento. (ROSA, 1990, p. 22-23)
A música é parte intrínseca de todos nós: o pulso e o ritmo são
encontrados em nosso batimento cardíaco, em nossa respiração e em nosso
movimento. A melodia é criada em nosso choro, riso, grito ou canto. Toda a gama de
emoções que temos pode ser manifestada dentro de harmonias e ritmos de
diferentes estilos musicais e idiomas. Esse elo musical existe independente de
deficiência ou de doença, e não dependem de uma formação musical ou de
conhecimento prévio. (BUCKLEY, 2006).
Essa linguagem musical deve ser um dos meios para alcançar a
educação de pessoas criativa e crítica, e os bons resultados serão obtidos pela
adequação das atividades, pela postura reflexiva e crítica do professor, facilitando a
aprendizagem, propiciando situações enriquecedoras, organizando experiências que
garantam a expressividade infantil.
Despontam no cenário acadêmico estudos na área da Educação Musical
quanto da Musicoterapia, como os de Garcia (1998), Coelho (1999), Vitória (2000),
Mac Donald & Miell (2000), Daudt (2002), Augusto (2003), Álvares (2005), Matias &
Freire (2005), Wylie (2006), Costa (2007), Portowitz & Klein (2007), Vasta (2007).
Porém, ainda são poucos os profissionais que mergulham no estudo da Educação
Musical, especialmente no Brasil, a pesquisa a cerca do ensino da música nesse
21
contexto todavia, mais raro ainda, são aqueles que conseguem transformar, ação
em prática o conhecimento que detêm a esse respeito.
Sabemos que a música é uma forma de manifestação artística e estética,
e a beleza da criação musical é fundamental para o enriquecimento da vida humana
(NYE, 1985:5). É, portanto, uma arte que faz parte da vida tornando-se importante
que as crianças se apercebam dos sons que se podem ouvir e obter. Desse modo é
necessário desenvolver nelas a sensibilidade, o sentido artístico e estético.
A música é, em primeiro lugar, uma contribuição para o alargamento da
consciência e para a modificação do homem e da sociedadeǁ. É de uma
forma geral uma manifestação milenar que está presente na vida humana
em muitos momentos, desde a vida intrauterina com os sons produzidos
pelo ventre materno, os sons e falas produzidas no ambiente em que
vivemos. Essa forma de expressão tem fins diversificados, desperta
sentimentos e emoções; acalanta, embala, relaxa. Vista de outro ângulo, a
música promove uma quantidade significativa de movimentos tais como:
bater palmas, mexer os braços, as pernas, balançar a cabeça, virar para o
lado, virar para o outro, sentar, levantar, ficar parado, etc. (GUIMARÃES,
2012, p.19)
Da diversidade de interpretações e também das diferentes funções em
que a música pode ser utilizada se conclui que a música não pode ter uma só
definição precisa, que abarque todos os seus usos e gêneros. Todavia, é possível
apresentar algumas definições e conceitos que fundamentam uma "história da
música" em perpétua evolução, tanto no domínio do popular, do tradicional, do
folclórico ou do erudito.
A música é uma modalidade artística secular que está presente em vários
momentos da vida humana, pode também ser de grande relevância no contexto
educativo, principalmente no inicio da aquisição dos conhecimentos escolares, pois,
pode ser um importante estimulo para formar no educando inicial que necessita de
uma base mais forte.
O campo das definições possíveis é na verdade muito grande. Há
definições de vários músicos (como Mozart, Beethoveen, Schönberg, Stravinsky,
Varèse, Gould, Jean Guillou, Boulez, Berio e Harnoncourt), bem como de
musicólogos como Carl Dalhaus, Jean Molino, Jean-Jacques Nattiez, Célestin
Deliège, entre outros.
Entretanto, quer sejam formuladas por músicos, musicólogos ou outras
pessoas, elas se dividem em duas grandes classes: uma abordagem intrínseca,
imanente e naturalista contra outra que a considera antes de tudo uma arte dos sons
e se concentra na sua utilização e percepção.
22
Música é, assim, uma arte afetiva baseada nos sentimentos que não
podem ser, por isso, postos de lado. É uma arte abstrata e os seus estímulos
provocam respostas que variam conforme as percepções que temos primeiro em
relação a pequenos e simples sons para chegar aos mais difíceis e complexos.
Ao mesmo tempo, também é uma atividade social, uma atividade
comunitária em que a execução musical é trocada com os outros, já que enriquece
mais a experiência do que outras áreas, pois, desenvolve os sentimentos e permite
apercebermo-nos de forma mais “intensa” das outras culturas.
A experiência estética permite estimular a imaginação, e sentimentos nas
crianças enquanto que a experiência artística permite a criação de bases para que a
cognição, conceitos, juízos e ações se desenvolvam, e ao desenvolver a imaginação
desenvolvem-se também as ideias, os valores, os objetivos e as teorias.
A experiência musical permite, por seu lado, tocar, manipular, ver,
examinar, ouvir, usar o corpo e músculos em interpretação de ritmos, por exemplo,
desenvolvendo assim os sentidos e fornecendo ao mesmo tempo conhecimentos e
prazer pelo trabalho musical. A criança tem a capacidade de perceber sons desde o
quinto mês da sua vida intrauterina, adquirindo assim, esta capacidade antes de
falar ou andar.
Maudale (2007) defende que a audição influência em muito o movimento,
a linguagem e a aprendizagem da criança. Para o autor, escutar é ouvir e é ter a
motivação de ouvir. Define ouvir como sendo a faculdade que a criança tem de
receber sons e escutar como a capacidade que requer a habilidade de selecionar os
sons que lhe interessam entre toda a diversidade que lhe chega aos ouvidos.
Deste modo, ouvir é um ato passivo enquanto que escutar é um ato ativo
e voluntário.
Ao saber escutar a criança consegue perceber com precisão a
informação que deseja. Segundo o autor referenciado, o objetivo principal da escuta
é que esta permite estabelecer a comunicação entre a criança e o seu meio
ambiente. E esta capacidade só se desenvolve se a criança se sentir motivada a
comunicar com o mundo que a rodeia.
Desse modo, percebemos que o desenvolvimento infantil não acontece
por milagre, que cada um tem seu ritmo próprio e que muitos fatores contribuem
para isso, entre estes fatores notamos que o ambiente é de fundamental
importância.
23
O ambiente externo interage diretamente no aprendizado e no
desenvolvimento das crianças, dessa maneira acreditamos que o contato das
crianças com a cultura existente a seu redor seja um elemento considerável para o
seu crescimento saudável e caberá a cada adulto pertencente desse processo tomar
consciência de seu papel nesse processo involuntário. (VYGOTSKY 2003).
Observamos que muitas crianças, desde o berço ao ouvir um som,
reagem de forma que demonstram que esse som exerce algum estimulo, mais tarde
ao começar e mandar a percepção do som impulsiona-as a fazer gestos, e
movimentos de acordo com o ritmo; é que a música desperta algo, e esse algo pode
e deve ser aproveitado pela escola como motivador ou como conteúdo de apoio à
aprendizagem.
As crianças iniciam suas atividades escolares muito cedo, devendo a
escola
possibilitar
uma
educação
infantil
que
respeite
o
momento
de
desenvolvimento e de maturação em que estas se encontram, nesse sentido, a
música será uma aliada, pois ela esta presente em muitos momentos da vida dessas
crianças.
Nesse sentido, a escola é corresponsável pela Educação dos indivíduos
desde o primeiro momento em que eles adentrem suas portas, independentemente
da idade cronológica que estes possuam, ou dos conceitos já introduzidos nestes
pelo seu meio social, e por esse motivo é extremamente necessário que ao
penetrarem nesse novo ambiente as crianças possam se deparar com um
acolhimento adequado a suas habilidades, mas que ao mesmo tempo já lhes seja
familiar.
Sendo assim, a educação infantil precisa ser oferecida de maneira que os
infantes possam adquirir conceitos favoráveis ao seu desenvolvimento enquanto
estudante e para que os mitos já enraizados sejam desconstruídos e dê a essa
criança a chance do avanço na conquista de uma educação que lhes possibilite
segurança em suas construções. E acreditamos que, a introdução de canções na
educação escolar, principalmente na educação infantil, será um excelente
contributivo para a aprendizagem de conceitos e também para a formação humana,
pois, as canções têm múltiplos aspectos e estes poderão agir no sentido de
modificar comportamentos e ações dos indivíduos.
Algumas situações reforçam essas ideias, por exemplo, quando o
educador canta com as crianças alguma música que desenvolve alguns movimentos
24
estará solicitando do educando não só que cante, mas que tenha atenção para os
movimentos que foram sugeridos pela letra da música ou pelo exercício promovido
pela
professora,
isso
reforça
sua
concentração,
consequentemente
seu
aprendizado.
Além disso, a música desenvolve nos ouvintes uma sensação que é difícil
permanecer parado, que é preciso balançar o corpo dançar se mexer. As canções
permitem inúmeros movimentos a criança por meio desse estimulo não permanece
na inércia o que facilita a aprendizagem, promove ainda um bem-estar que a
desperta do sono e estabiliza o seu raciocínio fazendo com que se sinta mais apta a
apreender os ensinamentos que o educador pretende oferecer.
Assim, entendemos que a música é muito importante para o ensino e
desenvolvimento das características musicais de cada um, pois desenvolve três
aspetos fundamentais na vida do homem. São eles: a motricidade, cognição e
criatividade e a afetividade.
Através da música a criança poderá desenvolver o seu pensamento
musical, podendo ouvir, discriminar as estruturas sonoras, conhecer a literatura
musical, interpretar cantar, tocar e dançar em conjunto, compor, criar, improvisar e
elaborar estruturas musicais.
1.2.1 O que é Musicalização?
Segundo Gainza (1988, p 22) “musicalizar é tornar o indivíduo sensível e
receptivo ao fenômeno sonoro, desenvolvendo simultaneamente, neste indivíduo,
respostas de natureza musical”.
Para Joly (2003, p. 113), “durante o processo de musicalização é
importante considerar como ponto de partida, o contato intuitivo e espontâneo que
as crianças têm com a música desde os primeiros anos de vida”. Durante este
processo a criança pode realizar movimentos corporais enquanto ouve ou canta uma
música, desenvolvendo-se e expressando-se de modo integrado. Assim,
[...] a musicalização trata-se de um processo de construção do saber, tendo
como objetivo estimular e incrementar o gosto pela musica, favorecendo o
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de
ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção,
autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade,
também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de
movimentação. (BRÉSCIA, 2003. p.25)
25
O termo musicalização na Educação Infantil é definido pela autora como
um processo de Educação Musical em que as noções de som, ritmo, melodia,
compasso, tonalidade, métrica, leitura e escrita são mostradas para as crianças por
meio de atividades lúdicas como jogos, exercícios de movimentos, danças, canções,
prática em pequenos conjuntos instrumentais e relaxamento. O trabalho de
musicalização tende a romper barreiras de todo tipo, a abrir canais de expressão e
comunicação em nível psicofísico, e, através de suas próprias estruturas internas,
promover modificações significativas na mente humana (GAINZA, 1988).
O trabalho de musicalização é importante, também promover o
desenvolvimento de outras capacidades nas crianças, além daquelas musicais,
como as capacidades de integração no grupo, de autoafirmação, de expressar-se
por meio do próprio corpo, de produzir ideias e ações próprias, de cooperação,
solidariedade e respeito. Ou seja, a musicalização é também, uma forma de
promover experiências musicais significativas para a criança. (BRITO, 2010)
Os possíveis benefícios decorrentes da experiência musical são
destacados por Ilari,( 2006, p. 293-294) :
Benefícios psicológicos: o ser humano se comunica afetivamente através da
música; Benefícios emocionais: por meio do canto materno, a música pode
fornecer ao indivíduo um senso de tranquilidade e proteção; Benefícios
culturais: as experiências musicais contam a nossa história, quem fomos,
somos e seremos, além de traduzirem e perpetuarem os elementos de cada
cultura; Benefícios auditivo-educacionais: a música é uma forma de
conhecimento:enriquecer a percepção sonora e educar o ouvido propicia
uma base musical sólida para os futuros ouvintes.
Observamos que a autora destaca alguns resultantes das experiências
vividas desde a mais tenra idade e, essas vivências servirão para fundamentar o
pensamento musical deste ser humano ao longo da sua vida.
A musicalização trata-se de um processo de construção do saber, tendo
como objetivo estimular e incrementar o gosto pela musica, favorecendo o
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir
música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito
ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva
consciência corporal e de movimentação. As atividades de musicalização facultam
um conhecimento mais profundo às crianças, desenvolvendo a noção de esquema
corporal, e também permitem a comunicação com o outro. (BRÉSCIA, 2003)
26
Weigel (1988) e Barreto, (2000, p.45) “afirmam que as atividades podem
ajudar de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo/ linguístico,
psicomotor e sócio afetivo da criança”.
Analisamos que, quanto maior a riqueza de estímulos recebidos por ela
melhor será o seu desenvolvimento intelectual. Neste sentido, as experiências
rítmicas
musicais,
que
permitem
uma
participação
ativa,
favorecem
o
desenvolvimento dos sentidos das crianças.
Ao trabalhar com os sons a criança desenvolve sua acuidade auditiva; ao
acompanhar gestos ou dançar ela está a trabalhar também a coordenação motora e
a atenção; ao cantar ou imitar sons desenvolve as suas capacidades,
proporcionando-lhe o estabelecimento de relações com o mundo envolvente.
Desenvolvimento psicomotor oferecem inúmeras oportunidades para que
a criança aprimore as suas habilidades motoras, aprendendo a controlar os
músculos e mover-se com agilidade. O ritmo tem um papel importante na formação e
equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa atua sobre a
mente, beneficiando a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões.
Qualquer movimento adaptado a um ritmo é resultado de um conjunto
completo (e complexo) de atividades coordenadas. Por isso atividades como cantar
com acompanhamento de gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências
valorizadas para a criança, pois estas possibilitam o desenvolvimento rítmico,
coordenação motora, além destas vantagens, vai favorecer também o processo de
aquisição da leitura e da escrita.
1.2.2 O papel da Música na Educação
Snyders, (1992, p. 14) “comenta que a função mais evidente da escola é
preparar os jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades”. Mas
ela pode parecer aos alunos como um remédio amargo que eles precisam engolir
para assegurar, num futuro bastante indeterminado, uma felicidade bastante incerta.
A música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e
favorável à aprendizagem, afinal de acordo Snyders (1992, p.14) “propiciar uma
alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial da pedagogia, e é
preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e
recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente”.
27
A Música proporciona um ambiente de alegria na escola, tornando uma
atmosfera mais receptiva a quando a chegada dos alunos, oferecendo um efeito
calmante após períodos de atividade física e reduzindo a tensão em momentos de
avaliação. Além de tudo isto, a Música também pode ser usada como um recurso na
aprendizagem de diversas disciplinas.
O professor/educador pode selecionar músicas que falem do conteúdo a
ser trabalhado na respectiva área tornando as aulas mais dinâmicas, atrativas, e vai
ajudar a recordar as informações. Mas, a Música também deve ser estudada como
matéria em si, como linguagem artística, forma de expressão e um bem cultural.
É importante salientar que, as atividades musicais realizadas na escola
não têm o papel de formar músicos, mas sim, através da vivência e compreensão da
linguagem musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão
de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do
ser.
A esse respeito Katsch; Merle-Fishman (apud Bréscia, 2003, p.60)
afirmam que “[...] a música pode melhorar o desempenho e a concentração, além de
ter um impacto positivo na aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades
linguísticas nas crianças”.
Como já foi citado anteriormente, o trabalho com musicalização infantil na
escola é um poderoso instrumento que desenvolve, além da sensibilidade à música,
fatores como: concentração, memória, coordenação motora, socialização, acuidade
auditiva e disciplina.
Conforme Barreto (2000, p.45 apud Gainza, 1988) afirma que as
atividades musicais na escola podem ter objetivos profiláticos, nos seguintes
aspetos:
Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões
devidas à instabilidade emocional e fadiga; Psíquico: promovendo
processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do
estímulo musical e sonoro; Mental: proporcionando situações que possam
contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia,
organização e compreensão. (BARRETO, 200, p.45 apud Gainza, 1998).
A música desenvolveu na educação um importante papel, sendo afirmado
por Weigel (1988) e Barreto (2000) que essa atividade pode contribuir como reforço
no desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança
(CHIARELLI, 2005).
28
Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor
será seu desenvolvimento intelectual. Ao trabalhar com os sons é desenvolvida a
acuidade auditiva; ao acompanhar gestos ou dançar trabalha-se a coordenação
motora e a atenção; ao cantar ou imitar sons descobri-se as capacidades e
estabelece relações com o ambiente em que vive.
As atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a
criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e movase com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do
sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente,
favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões.
Qualquer movimento adaptado a um ritmo é resultado de um conjunto
completo (e complexo) de atividades coordenadas. Por isso atividades como cantar
fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências importantes para a
criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação
motora, fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da
escrita.
A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se
diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. Nesse
processo a autoestima e a autorrealização desempenham um papel muito
importante. Através do desenvolvimento da autoestima ela aprende a se aceitar
como é, com suas capacidades e limitações.
As atividades musicais coletivas favorecem o desenvolvimento da
socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Dessa
forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se
musicalmente em atividades que lhe deem prazer, ela demonstra seus sentimentos,
libera
suas
emoções,
desenvolvendo
um
sentimento
de
segurança
e
autorrealização.
Observamos que, desde longos tempos que a Música está presente na
vida dos seres humanos e há muito tempo faz parte da educação de crianças e
adultos.
As atividades musicais contribuem para o desenvolvimento motor, do
raciocínio, da memorização, da inteligência, da linguagem e da expressão corporal.
A autora Rosa (1990) afirma que a simples atividade de cantar uma
Música proporciona à criança adquirir e desenvolver de uma série de aptidões
importantes.
29
É certo que a musicalização, quando trabalhada desperta o lado lúdico
aperfeiçoando o conhecimento, a socialização, a alfabetização, inteligência,
capacidade de expressão, a coordenação motora, percepção sonora e espacial e
matemática.
Segundo estudos realizados por (Gardner,1996) sobre crianças autistas,
foi constatado que estas, são extremamente perturbadas e que frequentemente
evitam o contacto interpessoal e talvez nem falem, possuem capacidades musicais
incomuns. Isto talvez, porque houvessem escolhido a música como principal canal
de expressão e comunicação, ou também porque a música é tão primariamente
hereditária e que precisa de tão pouca estimulação externa, quanto falar ou andar de
uma criança normal.
É importante referir que a Música oferece à criança descoberta das
linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de
criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda. E criatividade é essencial em
todas as situações. Uma criança criativa raciocina melhor, inventa meios de resolver
as suas próprias dificuldades, deste modo, poder-se-á dizer que a Música é uma
linguagem abrangente.
A Música deve ser “incutida” desde tenra idade, para que a criança seja
capaz de se expressar musicalmente, usufruindo do estímulo, equilíbrio e felicidade
que a Música lhes propicia. Snyders (1990) descreve a música como uma obra de
arte. Dela pode-se extrair riquíssimos temas, abordando as mais diversas
disciplinas. Mas na realidade algumas escolas não valorizam a Música, embora haja
por parte de alguns professores a utilizam da Música como instrumento, no seu
trabalho, obtendo resultados positivos.
30
CAPÍTULO II
MÚSICA COMO MEIO DE EXPRESSÃO E RECURSO PEDAGÓGICO
A música é uma linguagem, que ao mesmo tempo participa como um
elemento essencial de organização, socialização e integração com outras
linguagens artísticas. Atua também como um meio facilitador quando há um contexto
pedagógico que facilite a descoberta, a percepção, a experimentação, a criação e as
diversas e sempre ricas possibilidade de expressão, em particular a expressão
corporal como base da educação psicomotora.
A educação através das artes proporciona à criança descoberta das
linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de
criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda. E criatividade é essencial em
todas as situações. Uma criança criativa raciocina melhor e inventa meios de
resolver suas próprias dificuldades.
Através da musicalização as crianças exaltam seus sentimentos e também
desabafam suas angústias. A musicalização na educação infantil trabalha
através de atividades diversas de movimento (danças, gestos, jogos,
relaxamento, brincadeiras, interpretações...), fazendo com que as crianças
tenham um contato mais íntimo com a música, oportuniza momentos de
criatividade que podem ser a chave para que a música não seja vista
apenas como uma combinação de sons, mas como uma das mais belas
artes e como um meio privilegiado de favorecer a alfabetização, que é antes
de tudo uma alfabetização corporal (BARRETO, 2000, p.119).
A música possui vários significados e representações no cotidiano das
pessoas e se utilizada de forma adequada pode ser um agente facilitador em
diversos contextos que envolvam o raciocínio e a aprendizagem. Sabe-se que a
música tem um papel relevante na educação infantil. Pois o envolvimento da criança
com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento.
Para Silva (apud Ramin, 2012, p.160 ), “A música desperta a atenção e
estimula a confiança do indivíduo em si mesmo; ela pode dar vigor, levantar ânimo,
ou mesmo deprimir, dependendo do estilo musical”. O Autor discorre em sua obra
que é difícil encontrar uma parte do corpo que não esteja sujeita aos efeitos
musicais, ao movimento corporal, à aquisição do conhecimento e que a mesma
ajuda a desenvolver habilidades culturais, motoras, relacionamento pessoal,
estimula a atenção e a autoconfiança.
31
Entendemos que além desses processos, a música é importante para a
contextualização, isto porque através da música se interage com as mais variadas
formas de expressões, ideias e valores de uma determinada cultura.
Na escola, a música pode acontecer por meio de atividades, mas é
mediante a musicalização que esta tem acontecido. Segundo Loureiro (2003, p. 27),
"musicalização é o processo de desenvolvimento da musicalidade".
Na Educação Infantil, o contato com pessoas diferente do meio familiar
possibilita que a criança estabeleça novas relações e adquira novos conhecimentos.
Ponso (2008) descreve a utilização da música no universo literário, através de
poemas, parlendas, lendas, fábulas, quadrinha, trava-língua, provérbios, advinha e
historias infantis. No momento do desenho, da alfabetização, da escrita, da leitura,
da fala, do desenvolvimento motor, dos conhecimentos de novos saberes, a música
será um recurso sonoro que irá contribuir na construção do conhecimento da criança
através das vibrações e da aplicabilidade que linguagem musical permite produzir.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998) cita que a
música no contexto da educação infantil vem ao longo de sua história, atendendo a
vários propósitos, como formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as
mãos antes do lanche, escovar os dentes, a memorização de conteúdos, números,
letras etc., traduzidos em canções.
É o que reforçam os Parâmetros Curriculares Nacionais:
[...] que os alunos sejam capazes de: utilizar as diferentes linguagens
verbais, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal como meio para
produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das
produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a
diferentes intenções e situações de comunicação (BRASIL, 1998, p.7).
A musicalização é um “processo bidirecional e integrado entre homem e
música”. Esse processo ocorre dentro e fora da escola. Por isto, é muito importante
levar em consideração as experiências que ocorrem no dia a dia nas situações
informais em que o ser humano está inserido.
A vivência musical promovida pela musicalização permite na criança o
desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, executando
movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma música. O canto é usado como
forma de expressão e não como mero exercício musical.
O termo 'musicalização infantil' adquire então uma conotação específica,
caracterizando o processo de educação musical por meio de um conjunto
de
atividades lúdicas, em que as noções básicas de ritmo, melodia,
32
compasso, métrica, som, tonalidade, leitura e escrita musicais são
apresentadas à criança por meio de
canções, jogos, pequenas danças,
exercícios de movimento, relaxamento e prática de pequenos conjuntos
instrumentais. (BRITO, 1998 apud JOLY, 2003, p. 116).
Dentro desta perspectiva o professor poderá utilizar a música em todos os
momentos de sua aula, e não só para quebrar a rotina ou para acalmar a petizada.
Através da musicalização o educador cria um ambiente favorável para que seus
alunos aprendam com entusiasmo.
Muitas instituições de ensino encontram dificuldades para integrar a
linguagem musical ao contexto educacional, mostrando a defasagem existente entre
o trabalho realizado na área da música e nas demais áreas do conhecimento, devido
ao sistema de ensino adotado pelas mesmas que de certa forma limitam o trabalho
do professor enquanto parte do sistema na qual está inserido dificultando o mesmo.
Percebemos ainda que falta integrar os conteúdos para que a linguagem
musical não fique fragmentada. E assim temos que ajudar as crianças a expressar
seus sentimentos e a música começa a fazer o seu papel na construção do
conhecimento. Pode se desenvolver todos os conteúdos usando a linguagem
musical e assim desenvolvendo todas as áreas do conhecimento.
A música está presente em todas as culturas e pode ser utilizada como
fator determinante nos desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os
indivíduos. Os diferentes aspectos que a envolvem, além de promoverem
comunicação social e integração, tornam a linguagem musical uma importante forma
de expressão humana e, por isso, deve ser parte do contexto educacional,
principalmente na educação infantil.
Entendemos o processo do desenvolvimento infantil do ponto de vista
sócio afetivo, enfatizando a importância de que a criança tenha uma autoimagem
positiva e que devemos valorizá-la como pessoa, a interação e a socialização
contribuem para este processo.
Moreira e Masini (1982, p.3) entendem que a psicologia preocupa-se com
o processo de aprendizagem.
33
A psicologia cognitivista preocupa-se com o processo da compreensão,
transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na cognição,
e tem como objetivo identificar os padrões estruturados dessa
transformação. A asserção central é a de ouvir, ver, cheirar etc., assim
como lembrar, são atos de construção que podem fazer maior uso dos
estímulos externos, dependendo da circunstância, isto é, das condições
pessoais de quem realiza o processo.
A música está presente nas tradições e nas culturas dos povos em
diferentes épocas. Sua presença está dia a dia das pessoas e, pela sua
complexidade de conhecimento, torna-se necessário sua sistematização através da
educação formal, como proposta curricular pedagógica. Portanto, é preciso fazer
uma reflexão crítica sobre as várias funções que a música assume ao longo da
história, a fim de construirmos uma estrutura sólida na prática pedagógica da
educação musical.
Música é linguagem, portanto, devemos seguir o mesmo processo de
desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, devemos expor
a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre a mesma.
Segundo os autores citados, do ponto de vista cognitivo, destacamos a
necessidade de levar sempre em consideração o fato de que a criança conhece e
constrói as noções e os conceitos à medida que interagem com outras pessoas e
diferentes objetos, sons, lugares.
Do
ponto
de
vista
linguístico,
coloca-se
essencialmente
o
desenvolvimento das diferentes formas de representação verbal. É neste sentido
que a música exerce um papel fundamental porque através dela a criança canta,
dança, representa, imagina, cria e fantasia sua própria expressão de comportamento
e sentimentos. E já no ponto de vista da psicomotricidade, entendemos que a
criança precisa expandir seus movimentos, explorando seu corpo e o espaço físico.
Dessa forma, todos os aspectos estão associados diretamente ao
desenvolvimento infantil, portanto cabe a escola proporcionar atividades que estejam
relacionadas com a realidade das crianças, com uma proposta pedagógica coerente
às necessidades das mesmas.
A partir desses parâmetros entendemos que os princípios norteadores
do Ensino Especial têm como foco de atuação os alunos que apresentam
dificuldades no processo de escolarização. Para tanto, busca-se agir no sentido de
promover o seu desenvolvimento em direção á autonomia nos exercícios de suas
atividades, alterando-se os meios e condições disponíveis para sua aprendizagem.
34
O trabalho dos professores na Educação Especial deve ser todo orientado
para a criação de instrumentos especiais que focalizem as funções e forças
que gerem uma nova visão para a educação de alunos portadores de
necessidades especiais, em oposição a uma visão minimalista da educação
de pessoas especiais ou com dificuldades de aprendizagem (DALBEN,
1991, p. 13).
O foco não é limite ou o defeito que o aluno manifesta, mas as
possibilidades reais que apresenta quando pode operar com instrumentos
especiais, já que se adota a premissa de que a educação formal da pessoa
com problemas no processo de escolarização precisa orientar-se para a
participação ativa desta na vida coletiva (DALBEN, 1991, p. 13).
Assim, o que buscamos são as condições que oportunizem o sucesso e
minimizem o fracasso do aluno especial. Portanto, os objetivos do Ensino
Especial é proporcionar à criança e/ou jovem especial, a oportunidade de
acesso ao pensamento formal, abrindo-lhe possibilidades de operar numa
esfera não concreta e visando o desenvolvimento de uma atitude que o
ajude interagir com seu meio, logo, preparando-o em relação a toda sua
vida futura (DALBEN, 1991, p. 14).
Dalben baseou-se nas palavras de Vygotsky quanto à criança especial
para nortear seu trabalho em Educação Especial, referindo-se às pessoas que
necessitam de uma educação especial, coloca que se deve deixar que:
Estudem por mais tempo, que aprendam menos que as crianças normais;
que finalmente, sejam ensinadas de um modo diferente com a ajuda de
métodos e técnicas especiais adaptadas às habilidades singulares de sua
condição, mas que aprendam as mesmas coisas que todas as crianças; que
recebam o mesmo preparo para a vida futura a fim de que possam,
posteriormente, participar dela com o mesmo grau e em pé de igualdade
com todos (DALBEN, 1991, p. 14).
Logo, o desafio para o Ensino Especial, é conjugar com harmonia, o
aprender a aprender e o aprender a viver, como duas realidades que se encontram e
se fundem constantemente ao longo de todo o processo educativo. Isso porque o
conhecimento tem muitas dimensões e não se aprende tendo como referência uma
única perspectiva. Daí ser fundamental considerar-se em todo o processo, a prática
social dos sujeitos nele envolvidos, pois não é possível conceber o processo de
ensino/aprendizagem apenas como uma atividade intelectual.
2.1 A Música na Educação como Processo
A música tem uma linguagem demasiadamente abrangente e o ensino
dela favorece o gosto estético (que é particular) e de expressão artística. Formando
o ser humano com uma cultura musical desde criança, estaremos educando adultos
capazes de usufruir a música, de analisá-la e de compreendê-la. O educador pode
trabalhar a música em todas as áreas da educação.
35
A música tem um poder criador e libertador, ela torna-se um poderoso
recurso educativo a ser utilizado em todas as fases educacionais. É preciso que a
criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de
vida, para que a música venha a se constituir numa faculdade permanente do seu
ser.
Observamos que música representa uma importante fonte de estímulos,
equilíbrio e felicidade para a criança. Assim, na Educação Infantil os fatos musicais
devem induzir ações, comportamentos motor e gestual até o primeiro ano de vida,
pois a partir daí elas estão abertas para receber.
Dessa maneira, a contribuição da música no processo de aprendizagem tem
embasamento tanto no referencial para educação infantil, como também para
teóricos, que abordam a música como um dos temas principais para a construção do
conhecimento.
Embora saibamos que nos meios científicos e acadêmicos a música seja
reconhecida, na realidade isso não ocorre. Em algumas poucas escolas, há
professor e carga horária específica para a música, em outras, só há o ensino da
música na educação infantil, como função recreativa. Em outras, a aula de música
se resume a formar e a ensaiar uma banda ou coral, porém, tais práticas envolvem
apenas alguns alunos, deixando a maioria excluída.
Se visarmos uma educação musical que atenda a todos os alunos, a
constituição de pequenos grupos, como coral ou banda, não atenderia ao propósito
de uma educação ampla e democrática. Uma concepção de educação que pretenda
a transformação e o crescimento do indivíduo implica, portanto, uma maior
aproximação e abrangência do conhecimento musical propiciando, dessa maneira,
uma maior aproximação entre os diversos segmentos da cultura e da sociedade.
O conhecimento da música, a expressão e a criação acompanham os
seres humanos no decorrer da sua história. Quando a criança chega à escola, ela já
tem uma bagagem musical. O professor neste momento precisa de sensibilidade
para compreender a essência da linguagem musical, e assim facilitar o contato da
criança com as diversas linguagens (plástica, corporal, etc.).
E o professor deve propiciar situações para que a criança envolva com o
mundo e aprenda a perceber significados em todas as coisas, sendo assim, a
criança vai construindo seu pensamento e a compreendendo os sons, as canções,
as diferentes manifestações em linguagem musical. A criança cresce em
36
desenvolvimento da sua espécie e no conhecimento da música, descobrindo ritmos,
desenhando, garatujando, experimentando instrumentos musicais, confeccionandoos, descobrindo novos sons.
É cada vez mais frequente, instituições educacionais, estarem utilizando
a música como eixo norteador do processo de alfabetização. A música atrai e
envolve as crianças, serve como motivação, eleva a autoestima, estimula diferentes
áreas do cérebro, aumenta a sensibilidade, a criatividade, à capacidade de
concentração e fixação de dados (GOES, 2009).
A presença da música na educação auxilia a percepção, estimula a
memória e a inteligência, relacionando-se ainda com habilidades linguísticas e
lógico-matemáticas ao desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se
reconhecer e a se orientar melhor no mundo. Além disso, a música também vem
sendo utilizada como fator de bem estar no trabalho e em diversas atividades
terapêuticas, como elemento auxiliar na manutenção e recuperação da saúde.
(CHIARELLI; BARRETO, 2005).
Não se pode esquecer que a arte, por seu compromisso exclusivo com a
liberdade, é o recurso mais rico para o estímulo dos mecanismos de criação do
educando.
Nas novas metodologias para o ensino de música nas escolas, como
parte integrante do currículo de artes, nos coloca a música associada às tradições e
às culturas de cada época, e para que possamos propor um ensino de música que
considere essa diversidade e abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de
aula, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecer acesso a obras que possam ser
significativas para o seu desenvolvimento pessoal, em atividades de apreciação e
produção.
De acordo com Trope (1991, p.25):
Mediante a isso, a diversidade permite ao aluno a construção de hipóteses
sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade,
aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções,
bem como aprimorar também a sua aprendizagem através da mesma.
Dentro do desenvolvimento integral do aluno vários aspectos a serem
observados, em função do auxílio que a música traz para a criança.
No aspecto físico, a música envolve uma série de ações que proporcionam
o desenvolvimento: da acuidade auditiva, uma vez que do bem ouvir
dependerá em grande parte a reprodução exata dos sons; do aparelho
respiratório, pela necessidade de respiratória pela necessidade de
respiração adequada para o canto; do aparelho fonador, pela emissão
37
correta dos sons, ou seja, pelo canto propriamente dito; quanto ao aspecto
da integração social, o professor, observando a variedade de grupos a que
uma criança pertence e a necessidade que tem de estabelecer um bom
relacionamento com os membros destes grupos, nada mais razoável do que
auxiliá-la nessa tarefa, de forma a faze-Ia perceber suas possibilidades e
responsabilidades em relação a esses agrupamentos.Nesse ponto, as
atividades musicais compartilhadas, como o canto coletivo e a banda
rítmica), são elementos que a um só tempo farão sentir esses dois
aspectos: o da necessidade de cooperação e o respeito ao próximo, tão
úteis na socialização da criança especial.Também neste aspecto, através
do repertório musical, como as canções regionais e as músicas folclóricas
trarão a consciência do grupo maior a que cada criança pertence,
facilitando assim, sua integração social nas comunidades mais amplas,
estado, região, país etc.No aspecto psicológico, a música pode auxiliar o
desenvolvimento psicológico do
indivíduo em relação ao ambiente
(CORREA, 1971, p. 22-23, grifos nosso).
Lembramos que as sensações desagradáveis levam o indivíduo a evitálas, enquanto que as sensações agradáveis levam o indivíduo a repeti-las. Portanto,
quando o processo de aprendizagem for acompanhado com técnicas de
musicoterapia, aprendizagem será certamente agradável, e a música estará
funcionando como reforço dessa aprendizagem.
Consequentemente, as atividades de musicalização também favorecem a
inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico
e de livre expressão, não apresentam pressões nem cobranças de resultados, são
uma forma de aliviar e relaxar a criança, auxiliando na desinibição, contribuindo para
o envolvimento social, despertando noções de respeito e consideração pelo outro, e
abrindo espaço para outras aprendizagens.
2.2 A importância da música no desenvolvimento cognitivo do portador de
necessidade especial
A criança constrói conhecimento a partir da interação com o meio em que
ela vive, com as pessoas que a cercam. Assim, a educação musical exige um
trabalho quando se trata de formar um grupo. O trabalho em grupo é complexo, pois
deve preservar a expressividade de cada elemento envolvido, pois muitas vezes fica
difícil duas ou mais pessoas se entenderem com maneiras de pensar
completamente diferentes. Portanto o educador deve estar atento as formas de
expressão das crianças e quando necessário estar interferindo, promovendo a
conciliação incentivando o respeito mutuo.
38
Para Piaget, “A aprendizagem é ‘aumento do conhecimento’ uma
reestruturação da estrutura cognitiva do indivíduo (esquemas de assimilação
mental)”. Sabemos que a música possibilita essa diversidade de estímulos, por seu
caráter relaxante, pode estimular a absorção de informações, isto é, ajudar na
aprendizagem.
Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou
grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi oferecida música
clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. O resultado foi uma
grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música.
A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a
pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos);
baixando a ciclagem cerebral, aumentam as atividades dos neurônios e as sinapses
tornam-se
mais
rápidas,
facilitando
a
concentração
e
a
aprendizagem
(OSTRANDER; SCHOEDER, 1978).
As crianças com necessidades educacionais especiais são aquelas que,
por alguma espécie de limitação, requerem certas modificações ou adaptações no
programa educacional para que possam atingir todo seu potencial. Essas limitações
podem advir de problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bem como de
condições ambientais desfavoráveis.
Entendemos que a pessoa com deficiência, como qualquer outro
estudante, tem necessidade de expressar sentimentos de um modo próprio, pessoal.
A ausência da atividade artística pode alterar seu equilíbrio interno, mas, quando
bem
encaminhada,
as
atividades
artísticas
melhoram
a
autoestima
o
desenvolvimento afetivo e facilitam a capacidade de se relacionar, de se expressar e
de se adequar à sociedade.
Nessa perspectiva, a proposta da arte (nesse caso a musical), desde que
o professor experimente o que vai propor a seus alunos, que saiba modelar seus
bloqueios, desenhar e pintar, seus medos, frustrações ou dificuldades, pode ser
transformadora. É importante que o educador perceba que, antes de ser um aluno
com dificuldades cognitivas, é acima de tudo um ser humano, com desejos, alegrias,
angústias, fantasias e sonhos como qualquer um de nós.
O reconhecimento do aluno além de sua deficiência leva à aceitação;
aceitar não só por que são, mas como seres humanos que são. Os conteúdos da
arte oferecem uma dimensão sensível e lúdica ao aluno, podendo provocar
39
conhecimentos sobre si próprios, os outros e o mundo no que se inserem. Aprendem
que tem limitações, sim; mas o mais bonito é quando descobrem as suas inúmeras
capacidades.
Em geral, qualquer tipo de linguagem artística mostra um mundo em
constante transformação, fazendo com que os alunos percebam que podem ser
agentes capazes de transformar a si e principalmente a sociedade, onde todos
somos pertencentes dela. São construtores de sua linguagem, de seu discurso e de
seu contexto.
Hoje há grande carência de profissionais docentes capacitados ao
trabalho com alunos portadores de necessidades especiais, ignorando a forma mais
importante, que é onde deveriam deter-se e abordá-la de uma forma mais voltada à
história e à cultura, e não somente à terapia. Quando não há experiência na área
artística, a realização da atividade é bem difícil, pois arte não é adestrar para o
artesanato — não mais do que o ensino seria uma adestração. A arte é acima de
tudo expressividade, criatividade, pensamento, conhecimento, cultura, percepção,
sentimento, elementos essenciais na formação de um aluno não apenas como
educando, mas principalmente como ser humano.
O professor poderá explorar a capacidade criativa e expressiva dos seus
alunos com necessidades especiais, procurando formas onde haja um mínimo de
interferência. Quando é apenas o mediador que recebe as propostas dos alunos,
compreendendo-as e auxiliando em sua investigação e realização, promove o
conhecimento por meio da sua construção.
O educador poderá/deve intervir no processo do aluno quando perceber
que não irá acontecer avanço espontâneo do aluno. É importante e necessária a
qualidade da intervenção que o educador realizará junto ao aluno. É de fundamental
importância que seus planejamentos contemplem uma vasta gama de informações e
possibilidades de produção em arte.
No caso do ensino de alunos com necessidades especiais, deve-se
trabalhar com a proposta da heterogeneidade, numa perspectiva igualitária,
garantindo o direito e os deveres de todos os alunos, sendo portadores de
necessidades especiais ou não. O ideal não é negar as deficiências de seus alunos,
e sim buscar adaptação e contribuir para a superação das dificuldades e limitações
impostas pelas diferentes deficiências que o aluno seja portador.
40
Lidando com as diferenças, o universo criador se amplia e o planejamento
do professor torna-se mais flexível, recriando a cada aula em função da
heterogeneidade das necessidades e características dos seus alunos. Com a
interação estabelecida com os objetos, materiais e o meio ambiente, o aluno faz
relação entre vivências anteriores e as atuais, procurando formas de expressar o
desejo de transformar a realidade, partindo da imaginação e da fantasia.
Se o professor é quem opera transformações que se processam nas
mentes dos seus alunos, então é muito mais um mediador do conhecimento diante
do aluno, que é sujeito da sua própria formação. O aluno precisa construir e
reconstruir conhecimento a partir do que faz.
Para isso, o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o
que faz e apontar novos sentidos para o “fazer” de seus alunos. Ele deixará de ser
um “selecionador” para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.
Nesse sentido, podemos dizer que o professor se tornou um aprendiz permanente,
um construtor de sentidos, um cooperador e, sobretudo, um organizador da
aprendizagem.
Assim, salientamos que a música contribui para a formação integral do
indivíduo, reverencia os valores culturais, difunde o senso estético, promove a
sociabilidade e a expressividade, introduz o sentido de parceria e cooperação,
auxilia o desenvolvimento motor, pois trabalha com a sincronia de movimentos.
Logo, a música não pode estar desconectada do processo de ensino aprendizagem
da escola.
41
CAPÍTULO III
A MUSICALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇAO ESCOLAR NAS
PRATICAS COM CRIANÇAS ESECIAIS
Desde a antiguidade, a música esteve presente na vida das pessoas.
Segundo Beber (2009, p 16) “A música esta presente em todas as culturas, nas mais
diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas,
políticas etc.”
A música é uma forma de se comunicar e expressar sensações,
sentimentos e pensamentos, através da organização e relacionamento expressivo
dado entre o som e o silêncio (BEBER, 2009).
Segundo Fonterrada (2003) na Grécia antiga, acreditava-se que a música
era capaz de interferir no humor dos cidadãos, por isso não deveria ser deixada
apenas nas mãos dos artistas. Em Esparta, acreditava-se que a música ajudava na
formação do caráter e de cidadania, dando aos jovens o senso de ordem, dignidade
e obediência as leis.
Sendo assim, a musica aproxima as pessoas, o som,o ritmo, a melodia, a
harmonia favorecem o desenvolvimento ,aspectos cognitivos, motores, linguísticos
e psicomotores da criança, onde quanto mais cedo este tiver contato , irá se
desenvolver.
Podemos destacar na educação infantil, este procedimento, o qual é de
fundamental importância para a criança desenvolver o processo de integração na
sala de aula e sua socialização com demais membros da sala de aula.
O uso da musica possibilita maior aprendizagem, pois através deste
haverá a percepção, as vibrações e ritmos, onde este será desenvolvido de acordo
com a limitação do portador de necessidade especial, onde portadores de down,
surdos, alguns autistas e portadores de surdo-cegueira.
A musica entre outros benefícios ativa a memória, traz lembranças de
situações longiguas na vida e acalma segundo alguns estudos . Nos anos 1950, um
médico de ouvido, garganta e nariz chamado Albert Tomatis começou a tendência,
alegando que o uso da música de Mozart foi um sucesso para ajudar pessoas com
distúrbios de fala e de audição. (TOMATIS, 1991)
42
Ao pesquisar sobre a utilização de recursos musicais, fontes sonoras em
contexto de sala de aula, propiciando o desenvolvimento cognitivo da criança ,
percebemos a importancia da musica neste contexto, pois contribui como reforço no
desenvolvimento cognitivo\linguistico,psicmotor e sócio-afetivo da criança pois as
situações aprendizagens vivenciadas são particulares e distintas proporcionando a
interação e auto-estima de si aceitar e aceitar o outro , valorizando suas
capacidades e limitaçoes , valorizando sua interação como grupo , alem de
fortalecer o neurodesenvolvimento da criança e suas funções cognitivas, onde este
contato pode iniciar-se ainda no ventre com o mundo exterior , sendo fortalecido na
sala de aula durante todo período infantil de 0 a 6 anos e apresentar-se
posteriormente em ações pré-elaboradas e planejadas sendo executadas através da
psicomotricidade onde temos o desenvolvimento motor, desenvolvimento auditivo,
perceptivo, onde podem também liberar suas emoções , desenvolvendo assim ,
sentimento de segurança e auto-realização.(WEIGEL, 1988).
Quando tratamos da interação dos alunos portadores de necessidades
especiais, percebemos como é importante a musicalização neste contexto, pois
estes alunos podem tornar-se mais expressivos, comunicativos e perceptivos, o qual
também resulta no comportamento de forma positiva destes, facilitando assim, sua
inclusão ao meio social, que por tantas vezes são incluídos e têm que ultrapassar as
barreiras do preconceito, seja no âmbito escolar ou no âmbito familiar e social. Sem
duvidas nenhuma, a musica traz muitos benefícios a estes alunos que precisam
socializar-se e sentir-se integrante da sociedade aos quais fazem parte.
(MANTOAN,1997).
Falar do papel da musicalizaçao na educação especial é de suma
importância, onde também não poderíamos deixar de falar sobre a perspectiva dos
profissionais da educação a musica simplificada a comunicação.Sendo assim,
quanto á equipe de profissionais da educação que atuam na educação especial,
trata-se de uma equipe multidisciplinar que deve estar em constante fomaçao, seja
esta atuação no ambiente escolas ou fora dela que pode ser desenvolvida pelos
especialistas pedagogos,especialistas na educação infantil, pedagogo hospitalar,
psicopedagogos,psicomotricistas,
neurocientistas,
com
apoio
também
dos
profissionais da saúde em equipe multifuncional como psicólogos, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas , neuropsicologia entre outros.(DALBEN,1991).
43
Na equipe educacional, o pedagogo e ou especialista em educação
infantil, tem papel fundamental em sua área de atuação com vistas ao uso da
musica na educação especial pois, após o contato familiar com a musica, as
crianças possuem novo contato na escola, sejam portadoras de necessiddes
especiais ou não. Esta sequencia de contato com a musicalidade pode ocorrer na
creche e ou pré escola , ou seja de 0 a 6 anos . Como estamos tratando de
educação especial, o especialista pedagogo e pedagogo hospitalar podem
desempenhar um papel primordial, pois se esta criança não puder permanecer na
escola por complicações de saúde sejam relacionadas pela necessidade existente
na criança ou sem necessidade especial, que esteja internado em acompanhamento
, onde a musica passa a fazer parte do planejamento e sendo inserida durante o
tratamento, com vistas á reabilitação , onde já foram mencionados anteriormente
seus inúmeros benefícios como a sociabilidade e expressividade, sincronia de
movimentos e a socialização que neste momento, pode estar muito comprometido.
(LIBANEO, 2001).
Os psicopedagogos por atuarem na instituição escolar ou clinica para
atendimento individualizado e familiar também tem grande participação no
desenvolvimento
destes
alunos
em
acompanhamento,
assim
como
os
psicomotricistas que utilizam a musica, os ritmos, os movimentos para juntos
favorecerem o bom equilíbrio e o bem estar da criança , seu desenvolvimento sócioafetivo , psíquico e motor destas crianças.(MAZZOTA, 2001).
Outro profissional que vem se destacando também é o especialista em
neurociência que trata entre outras abordagens, a aprendizagem e suas
dificuldades, onde também utiliza a musica na educação. (RATO, 2010).
Com os estudos quanto a aprendizagem e suas dificuldades é amplo, a
cada dia podem surgir novas áreas e especialistas que venham contribuir na
educação onde venha favorecer á inclusão de portadores de necessidade especial
na sociedade. Com base nesta abordagem, não poderiamos deixar de citar uma
pequena passagem no filme BLACK, que retrata uma personagem surdo-cega de
uma rica família anglo-indiana que se expressava muito bem através da musica,
haja vista que a mesma era surdo e cega desde os seis meses de vida, o que não a
impossibilitava de cantar e dançar. Como sabemos isto não é atuação apenas de
filmes , pois longe da ficção a realidade é presente na vida de pessoas portadoras
44
de deficiência visual, auditiva , onde estas percebem as ondas sonoras e dançam
todos os ritmos muito bem.
Outro aspecto importante neste estudo é como melhorar as praticas e
estratégias com crianças especiais de forma possibilitar-lhe uma integração na
sociedade e meio escolar e ainda ajudando-o no seu desenvolvimento cognitivo . A
base de toda esta pesquisa de cunho bibliográfico foi propor respostas para esta
temática onde através deste estudo ficou evidente que a musica é vista como
mediadora no desenvolvimento cognitivo de crianças , atuando na socialização, na
comunicação entre ela e outro e na psicomotricidade.
Sem duvida nenhuma, melhorar as praticas e estratégias com crianças
especiais é atribuir tempo e estudo para esta temática através de formações,
especializações buscando a cada dia , mais conhecimento para todos os envolvidos,
onde os profissionais,na escola ou fora dela, a família precisam estar cada vez mais
cientes das necessidades desta clientela, como reagem e do que necessitam para
terem qualidade de vida e principalmente lutar contra o preconceito muitas vezes
existentes em nossa sociedade que ainda precisam saber conviver com inúmeras
deficiências existentes, mais que hoje podemos dizer que tem melhorado muito e as
pessoas tem buscado mais informações sobre esta abordagem.Discutir sobre o
tema, esclarecer as duvidas existentes, evitar reduzir a criança á sua deficiência,
trabalhar a diversidade e posicionar-se frente ao problema , ira melhorar as praticas
e estratégias com crianças especiais.(SANCHES,2005).
A integração na sociedade e no meio escolar é um grande desafio que
deve ser compartilhado com a família e todos os envolvidos. Hoje a legislação já
fortalece esta questão, pois um novo olhar é inserido na questão da inclusão como
já abordamos anteriormente, onde a musica vem favorecer esta socialização,
melhora as condições de comunicação dependendo da necessidade especial de
cada individuo, a psicomotricidade pois integra várias técnicas, trabalhando todas as
partes do corpo, relacionado com afetividade, o pensamento e o nível de
inteligência, enfocando a unidade da educação dos movimentos, pondo em jogo as
funções intelectuais, onde há equilibração.
45
Segundo Piaget (1975, p.14):
A teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de
equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada
como um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à criança
uma interação eficiente dela com o meio-ambiente, onde a musica é este
veiculo para atingirmos todos estes objetivos e integra-los na sociedade e
no meio escolar.
Tratando-se do desenvolvimento cognitivo, a música pode favorecer o
raciocínio, a atenção, a criatividade, a capacidade de resolução de problemas.
Quando tratamos de crianças com necessidades especiais , segundo alguns
estudiosos, as atividades musicais são ponto de partida para o desenvolvimento da
criatividade, compreensão, memorização e comunicação, ajudando assim a
minimizar os efeitos diversos das doenças , possibilitando um desenvolvimento
cognitivo global .
46
CONCLUSÃO
No decorrer deste trabalho, ficou evidente a importância deste tema pois
veio enriquecer esta pesquisa e fortalecer a necessidade de expansão desta
abordagem, onde espero que venha impulsionar vários profissionais á inserir a
musicalização na educação com um olhar mais ampliado e principalmente na
educação especial que traz tantos benefícios conforme foi apresentado neste
trabalho.Esperamos que este estudo venha possibilitar estudantes e profissionais á
conhecer e utilizar a musica em seus locais de trabalho , visto que seus benefícios
são benéficos , alem da sensação de bem estar.
Como foi visto anteriormente, a educação inclusiva vem sendo bastante
discutida nos últimos tempos, sendo percebido pela sua extrema importância, sendo
tema de discussão, aprendizagem e atuação em nosso País que infelizmente é
recorde de desigualdades, entretanto este tema vem permear uma realidade boas
mudanças em seu aspecto social, pois tratar de inclusão, abordamos direitos
humanos, sendo este, consignada em inúmeras declarações e convenções
internacionais.
Graças a este novo olhar, e aos estudos acentuados com a preocupação
á inclusão, as escolas precisam se adequar á esta nova perspectiva inclusiva , onde
passa a haver preocupação também com o currículo a contemplar a coexistência de
direitos e responsabilidades tornando-o inclusiva para todos, onde programas,
materiais didáticos e métodos de ensino precisam ser adaptados á vida dos alunos.
Sendo assim, uma escola inclusiva deve estar preparada, juntamente com sua
equipe para atender ás necessidades dos alunos com adaptações necessárias ao
espaço físico da escola, onde a acessibilidade é de suma importância neste
contexto, onde deve ser reestruturada com rampas de acesso, salas de recursos ,
banheiros adaptados, professores especializados, de acordo com as necessidades
existentes.
Tratando-se da educação especial a qual é garantida pela Lei 9.394\96
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, Capitulo V, é necessário
uma equipe multidisciplinar para atuar nesta modalidade de ensino a qual deve estar
em constante formação para atuar nos mais diferentes tipos de necessidades
existentes.
47
Percebemos a necessidade de cada vez mais haver interação entre a
família e a comunidade escolar para juntos minimizar os problemas e dificuldades
existentes , pois a problemática educacional vividas hoje podem ser compartilhada
com todos envolvidos , pois como sabemos anteriormente, era bem mais difícil essa
abordagem , onde hoje ainda existem pessoas pouco ou quase nada preparadas
para atuarem nesta área , onde ainda é questionado a inclusão destes hora nas
salas Inserção desses alunos na escola comum hora em classes especiais, hora em
escola especial para tratar alunos portadores de necessidade especial.
Como foi visto ao longo desta pesquisa a musica é inserida como um
mediador, facilitador no trabalho com a educação especial , pois atua na vida
cotidiana , onde esta presente no senso comum, ouvirmos uma abordagem clara
onde podem usar como forma de terapia no tratamento do estresse, depressão,
insônia, ansiedade e ate mesmo melhorar o humor. Entretanto, sabemos que vai
alem disso, pois vários trabalhos são desenvolvidos para comprovar este grande
beneficio, pois houve a necessidade de estudar o cérebro, o qual é movido pela
estimulação musical produzindo substancias químicas que causam sentimentos de
experiência de calma , alegria, energia e melhora a sintese mental sem necessidade
de medicação.Neste contexto, vários estudos foram evidenciados , o que hoje nos
ajuda e vem ser tema de pesquisa deste trabalho, pois as emoções são causadas
por hormônios endógenos produzidos pelo córtex naturalmente , mas que segundo
estudiosos podem ser reforçados pelo tratamento da terapia da musica, favorecendo
assim a saúde. Podem ser encontradas as Sinfonias Terapeuticas nas Obras de
Mozart, Rossini, Berlios, Viivalde, Beethoven, Bach, entre outros que usam a
musicoterapia para melhorar a saúde onde podem favorecer a calma, diminuir a
ansiedade, controlar a depressão, alivio de dores, estimula a energia, entre outros.
Em uma visão mais ampla, pode-se apontar inúmeros benefícios da
musica, seja ela na educação especial ou não. A musica não pode ser vista sem
credito, sem importância, mas sim, através de uma ação reflexiva, junto aos
profissionais da educação especial que visa colaborar, mediar e buscar benefícios
para estes alunos independentemente de suas limitações.Diante desta perspectiva ,
o aperfeiçoamento dos profissionais da educação especial deve ser intenso, ter em
conta os valores culturais e expectativas das famílias , utilizar terminologia clara e
acessível á todos os envolvidos , em especial pais e alunos e todos pertencentes ao
ambiente escolar e fora dela.
48
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