Itautec e sustentabilidade guia para o gestor dE TI SUSTENTÁVEL FSC De frente para o futuro. 2 Índice Quem somos 3 Introdução 4 A sustentabilidade e a Tecnologia da Informação 6 A sustentabilidade na Itautec 10 O uso eficiente de energia 11 Resíduo eletrônico: um desafio para as empresas e a sociedade 15 O mercado cinza – riscos para o meio ambiente e a sociedade 19 TI Sustentável e partes interessadas 21 Glossário 23 Saiba mais 30 3 Quem somos Somos a empresa de tecnologia do Grupo Itaúsa, 100% brasileira. Há mais de 30 anos desenvolvemos produtos e soluções de computação, automações bancária e comercial e também prestamos serviços de tecnologia. Atendemos a mais de 3.700 cidades brasileiras a partir de nossas 34 unidades de serviços e 10 laboratórios de suporte. Atuamos junto aos principais fóruns da indústria, defendendo a evolução do setor de tecnologia e valorizando a pesquisa e o desenvolvimento genuinamente brasileiros. Nosso compromisso com a sustentabilidade agrega em nossos produtos benefícios sociais, ambientais e econômicos e, entre outras medidas, fazemos o uso racional dos recursos naturais e somos pioneiros na fabricação de equipamentos livres de substâncias tóxicas e na reciclagem de resíduos de equipamento de informática no Brasil. Por conta desta experiência e por acreditar na importância da sustentabilidade, decidimos compartilhar com você nossos conhecimentos em gestão sustentável. Acreditamos que a divulgação destas ideias e sugestões irá estimular profissionais envolvidos nos processos de estratégia, aquisição, implantação e manutenção dos equipamentos de TI, que podem incorporar essas e outras práticas em suas decisões de compra e gerência. Lembre-se, o mundo melhor se faz com boas práticas. 4 Introdução A Itautec acredita que TI e sustentabilidade podem e devem andar juntas. É por isso que há muitos anos este assunto passou a ser prática constante da empresa, através de políticas e processos que focam na responsabilidade socioambiental. 5 Foi para partilhar nossas experiências na utilização de recursos naturais e incorporar os elementos sustentáveis em decisões estratégicas que desenvolvemos este guia, com uma série de referências e informações, mostrando que é possível transformar a sustentabilidade em algo tangível, com retorno positivo para a empresa em termos financeiros, de negócios e de fortalecimento da reputação. Acreditamos que você pode contribuir de forma valiosa para uma postura mais sustentável em sua organização, promovendo a eficiência profissional e adotando medidas que otimizam o consumo de energia e o gerenciamento do ciclo de vida dos produtos, como a adoção de arquiteturas que facilitam o atendimento às demandas presentes e futuras de processamento, entre outras. Para produzir este material, além de utilizarmos nossa própria experiência, contamos com o apoio especializado da Gestão Origami, uma consultoria em gestão de negócios com foco na sustentabilidade, e a parceria com o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, organização reconhecida por seu trabalho de conscientização do consumidor. O resultado deste esforço você tem em suas mãos, um guia que responde com segurança às dúvidas mais frequentes de pesquisadores e profissionais ligados à área de tecnologia. Com isso, esperamos contribuir para o uso responsável da tecnologia da informação, com o respeito ao meio ambiente e à defesa dos interesses das futuras gerações. Caso você queira partilhar conosco qualquer sugestão ou comentário, será bem-vindo. Basta escrever para o e-mail [email protected]. 6 A sustentabilidade e a Tecnologia da Informação A sustentabilidade é a forma de utilizar recursos naturais conscientemente, prejudicando o menos possível o meio ambiente e todas as suas formas de vida. O desafio comum para todos nós – indivíduos, empresas, governos, organizações – é encontrar um meio termo entre a satisfação de nossos desejos e a garantia de que as RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE SOCIAL DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SUSTENTABILIDADE Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define: Pelo compromisso público de IMPLEMENTAÇÃO DE PROCESSOS PRODUTIVOS, COMERCIAIS E GERENCIAIS baseados em relações éticas, transparentes e solidárias da empresa com todos os públicos afetados pelas suas atividades. Pelo estabelecimento de METAS EMPRESARIAIS COMPATÍVEIS COM A SUSTENTABILIDADE DA SOCIEDADE, PRESERVANDO RECURSOS AMBIENTAIS E CULTURAIS PARA GERAÇÕES FUTURAS, RESPEITANDO A DIVERSIDADE E PROMOVENDO A IGUALDADE. Fonte: Instituto Ethos ATENDER AS NECESSIDADES DO PRESENTE SEM COMPROMETER A POSSIBILIDADE DE FUTURAS GERAÇÕES ATENDEREM ÀS SUAS PRÓPRIAS NECESSIDADES Fonte: ONU, baseado em “The Brundtland Report” - World Comission on Environment and Development, 1987 Social Econômico Ambiental SUSTENTABILIDADE É A CAPACIDADE DE CONTINUIDADE NO LONGO PRAZO Fonte: “The Brundtland Report” 7 futuras gerações possam continuar desfrutando de tudo que o meio ambiente tem a nos oferecer. O conceito de sustentabilidade começou a ganhar força em 1987, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o Relatório “Nosso Futuro Comum”1. O documento alertou sobre o risco de se manter o modelo de desenvolvimento adotado pelos países ricos e copiado pelas nações menos desenvolvidas, baseado na exploração excessiva da natureza. O aviso era que, se continuássemos seguindo este exemplo, os recursos naturais começariam a faltar, comprometendo o futuro das gerações seguintes. Esta definição evoluiu muito rápido, amparada na constatação de que a atuação da humanidade no planeta está produzindo os efeitos que sentimos agora. Basta lembrar que hoje, em diversas partes do mundo, os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global já se fazem presentes. A busca pela sustentabilidade para as empresas significa encontrar uma maneira de fazer negócios que garantam lucro ao mesmo tempo em que geram efeitos positivos para a sociedade, com o menor impacto possível sobre o meio ambiente. Isso é resumido pelo conceito de “triple bottom line” (ou “tripé da sustentabilidade”), criado pelo economista inglês John Elkington, para fazer uma ligação entre o crescimento econômico, a proteção ao meio ambiente e o desenvolvimento da sociedade. n No âmbito da sustentabilidade, as empresas não existem apenas para gerar um lucro para os acionistas – o tradicional “single bottom line” – mas também devem produzir benefícios sociais para as demais partes interessadas e para a sociedade e contribuir com o uso responsável dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente. Mais informações sobre o Relatório “Nosso Futuro Comum” podem ser obtidas em http://pt.wikipedia.org/wiki/Relatório_Brundtland 1 8 A TI Sustentável SU ST AM ENTAB BIE ILIDA NT DE AL Pro me teç io a ão mb do ien te E Recycling – From E-Waste To Resources, UNEP, 2010. http://www.unep.org/PDF/PressReleases/E-Waste_publication_screen_FINALVERSION-sml.pdf 2 AD ID BIL ICA TA EN ÔM ST N SU O EC nto me a sci res Cre emp da A Tecnologia da Informação pode ajudar as empresas e a sociedade, desenvolvendo atitudes e práticas sustentáveis. TI SUSTENTÁVEL Devemos lembrar que os produtos eletrônicos são também Cultura da grandes consumidores de recursos sustentabilidade naturais: um único computador SUSTENTABILIDADE pessoal precisa da manipulação SOCIAL de 1,8 tonelada de recursos naturais para extrair os elementos necessários para a fabricação de seus componentes. A energia utilizada para fazer funcionar os equipamentos e mantê-los refrigerados chega, em alguns casos, a representar 60% do total consumido pelas corporações. Cálculos da PNUMA (agência da ONU responsável pelo meio ambiente) indicam também que, anualmente, cerca de 50 milhões de equipamentos eletrônicos diversos – de celulares e tocadores de MP3 a computadores e impressoras – são descartados e transformados em lixo eletrônico2. Grande parte vai direto para lixões ou aterros sanitários, trazendo enorme risco para o meio ambiente e para a saúde pública. É por isso que nos últimos anos o conceito de “TI Sustentável” vem se popularizando e ganhando força. Chega a ser um elemento chave na estratégia de aquisição de produtos e ativos e no gerenciamento dos recursos de TI de empresas e governos com o fim de reduzir suas “pegadas ecológicas”. 9 A TI sustentável está, então, diretamente relacionada ao desenvolvimento e implementação de estratégias e ações que sejam consequências dos seguintes pontos de vista3: nEconômico – garantindo um equilíbrio de custo-eficiência, colaborando com a perenidade dos negócios, gerando vantagem competitiva, consolidando a reputação institucional. nAmbiental – gerando padrões de aquisição e uso dos equipamentos considerando seus impactos na natureza em todo o ciclo de vida (fabricação, uso e descarte), uso eficiente dos recursos energéticos necessários para operar os equipamentos e manejo correto do seu pós-uso e descarte, com ênfase na reciclagem. nSocial – na geração e valorização de uma cultura de sustentabilidade junto aos stakeholders, especialmente funcionários, colaboradores e cadeia de valor, e na sociedade em geral. 3 Sustainable IT - The Case For Strategic Leadership (2008) 10 A sustentabilidade na Itautec Na Itautec a sustentabilidade há muito saiu do campo das boas ideias para ser incorporada às nossas práticas produtivas. Desde 2001, contamos com um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) que reúne nossas políticas, programas e práticas corporativas dedicadas à responsabilidade socioambiental. Isto significa o uso racional dos recursos materiais, energéticos e hídricos, além de realizarmos a separação dos resíduos, promovendo a reciclagem, entre outras ações. Mas fomos além em nossas iniciativas e nos tornamos a primeira empresa do Brasil no campo de Tecnologia da Informação a fabricar equipamentos livres de chumbo. Desde 2007 fabricamos microcomputadores e notebooks livres de substâncias nocivas ao ambiente e à saúde humana, como o cádmio, o cromo hexavalente (um anticorrosivo para partes metálicas) e a cadeia de bromobifenilas (usadas para evitar a propagação de chamas). Estes materiais foram substituídos por outros, de acordo com as recomendações da diretiva europeia RoHS, referência mundial na restrição ao uso de substâncias que agridem o ambiente. No final de 2008, outras linhas de produtos da Itautec também passaram a ser fabricadas em conformidade com a RoHS, com rígidos controles ambientais. Isto consumiu investimentos em torno de R$ 3 milhões, aplicados ao longo de dois anos na adequação de linhas de produção. A adoção de novos processos foi ampliada à cadeia de fornecedores da empresa, fazendo com que muitos deles adequassem seus insumos segundo a diretiva ambiental europeia. A empresa também é pioneira no desenvolvimento do que hoje é um dos projetos mais avançados em destinação de resíduos eletroeletrônicos em operação no Brasil. Trata-se do Centro de Reciclagem, localizado em Jundiaí, no interior de São Paulo, onde equipamentos são reciclados ao fim de sua vida útil. Neste espaço, os equipamentos são recebidos, desmontados, descaracterizados, pesados e depois têm suas partes separadas por tipo de material, que são encaminhadas a recicladores homologados pela Itautec. Todos os nossos esforços em favor da sustentabilidade têm recebido diversos tipos de reconhecimento, como os prêmios 5º e 6º Benchmarking Ambiental Brasileiro e a 13a edição do Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental. n Para saber mais sobre as ações da Itautec no campo da sustentabilidade, visite a página http://www.itautec.com.br/sustentabilidade ou entre em contato pelo e-mail [email protected] 11 O uso eficiente de energia O uso eficiente de energia é, sem dúvida, o ponto fundamental para qualquer política de TI Sustentável. Para se ter uma ideia, em 2007 o governo americano publicou um relatório mostrando que, no período de seis anos – entre 2000 e 2006 –, o consumo de energia pelos datacenters nos Estados Unidos mais do que dobrou, chegando 61 bilhões de kWh. Isso era o equivalente a 1,5% de todo o consumo de energia do país ou o mesmo que a energia consumida anualmente por 5,8 milhões de casas. O relatório apontava que este consumo iria dobrar novamente em cinco anos e que, em 2011, os datacenters demandariam cerca 2,9% de todo o consumo de eletricidade no país.4 Com certeza esta é uma situação que se repete proporcionalmente no Brasil, devido à rápida expansão da economia vivida pelo país nos últimos 15 anos. Números da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicam que datacenters e centros de tecnologia podem chegar a consumir cerca de 45% do total de energia usada pelas grandes corporações. O consumo alto é amplificado pelo processo de refrigeração dos datacenters, que sozinho consumiria cerca de 60% da eletricidade.5 Esses dados apontam para um aspecto econômico evidente, que por si só já justificaria a implantação de processos de uso eficiente de O document “Report to Congress on Server and Data Center Energy Efficiency” pode ser baixado do seguinte endereço: http://www.energystar.gov/ia/partners/prod_ development/downloads/EPA_Datacenter_Report_ Congress_Final1.pdf 4 Fonte: http://www.revistasustentabilidade.com.br/ noticias/bancos-vao-intensificar-esforcos-para-odesenvolvimento-sustentavel 5 12 energia. Mas existe um aspecto ambiental também importantíssimo: a geração da eletricidade necessária para fazer funcionar a extensa malha de computadores e equipamentos de TI contribui para o lançamento na atmosfera de gases de efeito estufa, dando o seu quinhão para o processo de aquecimento global. n Cerca de 2% a 2,5% do total mundial de emissões globais de CO2 (um dos principais gases de efeito estufa) são atribuídas aos produtos e processos associados à TI (desde computadores pessoais aos grandes datacenters). Isto é o mesmo que toda a indústria da aviação e o mesmo que 5% a 6% dos países desenvolvidos. E a previsão é que estes números tripliquem até 2020. Fonte: http://www.gartner.com/it/page. jsp?id=503867 Algumas práticas sustentáveis de consumo de energia dos equipamentos de TI 1 O primeiro ponto é montar uma estratégia de TI que privilegie a aquisição e manutenção de equipamentos que sejam eficientes do ponto de vista energético. Tais equipamentos podem chegar a economizar até 65% de energia. A própria estrutura necessária para refrigerar os equipamentos, especialmente nos datacenters, pode ser dimensionada para fazer um uso mais eficiente de energia. 13 2 Outro elemento cada vez mais usado é o processo de “consolidação e virtualização dos datacenters”, que consiste em pegar uma quantidade de servidores que estejam sendo subutilizados e consolidar em uma quantidade menor de servidores. Com isso é possível reduzir a quantidade de máquinas exigidas no centro de dados, impactando favoravelmente na redução dos custos de suporte e manutenção. Ocorre também uma diminuição da quantidade de energia consumida diretamente pelos servidores e pelos aparelhos utilizados para o resfriamento do ambiente. A utilização e a eficiência dos demais servidores também são aumentadas. Tudo isso tem um impacto na pegada ecológica da empresa ao reduzir indiretamente a emissão de gases de efeito estufa.6 3 A auditoria de energia é outro instrumento importante ao considerar o desempenho de n A otimização da operação de datacenters pode incluir a monitoração permanente e a reparação correta de unidades de ar condicionado e dos pisos, criação de corredores frios e quentes, o aumento do nível de temperatura em um ou dois graus e a limpeza periódica do centro de dados para reduzir a poeira e detritos que possam impedir o fluxo de ar, os quais reduzem a eficiência da refrigeração. Todas as melhorias no funcionamento das instalações do centro de dados ajudam a aumentar a eficiência energética. consumo de energia como um dos critérios dos testes de produtos, normalmente realizados pelos laboratórios de desempenho e avaliação mantidos pelas empresas. Os resultados devem ser levados em consideração no momento de decisão de compra dos equipamentos. Mais informação em http://blog.corujadeti.com.br/?p=1619 6 14 4 A monitoração do consumo de energia por parte dos equipamentos de TI deve ser feita regularmente para evitar desperdícios e garantir seu uso eficiente. Isso implica a elaboração e aplicação de protocolos internos de controle e avaliação, e ajustes constantes. 5 Outro passo simples é configurar os equipamentos para fazer o uso mais eficiente possível da energia, como ajustá-los para se desligarem automaticamente após determinado tempo sem uso. Além disso, é importante considerar a aquisição de equipamentos com fontes de energia com maior eficiência e desempenho. 6 n O Relatório “The Power to Save Energy”, lançado em 2009, mostra que as corporações americanas desperdiçam 2,8 bilhões de dólares anualmente com a energia usada para manter ligados 106 milhões de PCs que não são usados efetivamente. Estes PCs ligados, mas não usados, contribuíram com 20 milhões de toneladas de CO2 para o aquecimento global, mais ou menos o equivalente a 4 milhões de carros. Fonte: PC Energy Report 2009 http://www.climatesaverscomputing.org/ docs/1E_PC_Energy_Report_2009_US.pdf n Um estudo de 2007 estimou que a Unicamp gastaria por ano cerca de 3 milhões de kWh em energia desperdiçada para manter parte de seus 17 mil computadores ligados, mas sem uso. Isso seria o suficiente para abastecer 1.500 casas com consumo médio de 170 kWh por um ano inteiro. Ou seja, o desperdício de energia produzido por um ato tão simples como o de apagar a máquina tem um forte impacto econômico, alem do ambiental. Os usuários finais também devem ser permanentemente conscientizados e mobilizados a fazer uso eficiente de seus Fonte: Avaliação do desperdício de equipamentos. É fundamental que energia pelos computadores ociosos da tenham a consciência da necessidade Feec/Unicamp. Fev/2007 de desligar o equipamento quando não for usá-lo por mais de uma hora ou ao saírem do escritório depois do dia de trabalho, principalmente antes do fim de semana. Estudos mostram que em um escritório médio até 50% dos equipamentos permanecem ligados, sem ser usados. 15 Resíduo eletrônico: um desafio para as empresas e a sociedade Como já foi dito, os produtos de TI em geral são vorazes consumidores de recursos naturais em sua fabricação. Também usam uma grande variedade de componentes potencialmente tóxicos, que, apesar de existirem em pequena quantidade em cada equipamento individual, multiplicam-se quando levamos em consideração os milhões de equipamentos descartados a cada ano em todo o mundo. O manejo e o processo de descarte dos aparelhos eletrônicos e o que fazer com eles quando já não têm uso são dois grandes desafios atuais da indústria. A recente aprovação da Lei de Resíduos Sólidos aumenta ainda mais a pressão sobre as empresas ao estabelecer a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Isso abrange fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, além dos consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Segundo pesquisa da ONU, o Brasil detém a liderança dos países em desenvolvimento na produção per capita de lixo eletrônico7. Seriam 96,8 mil toneladas métricas de PCs abandonados no país a cada ano – isso é o equivalente a meio quilo de lixo eletrônico produzido em média por cada brasileiro. Recycling – From E-Waste To Resources, UNEP, 2010. http://www.unep.org/PDF/PressReleases/E-Waste_publication_screen_FINALVERSION-sml.pdf 7 16 O manejo correto do pós-uso dos equipamentos eletrônicos tem um impacto direto nos três aspectos da sustentabilidade: ambiental, econômico e social. Do ponto de vista do meio ambiente, é fundamental para impedir que os muitos compostos químicos que fazem parte destes equipamentos contaminem a natureza. Para se ter uma ideia, um simples celular pode contar com até 40 elementos químicos da tabela periódica, desde metais preciosos, como ouro, até alguns extremamente tóxicos, como o cádmio8. Computadores pessoais e laptops usam quantidade semelhante de elementos químicos, com um destaque para metais mais comuns, como o ferro. Você pode conhecer mais informações sobre a composição de desktops, notebooks e netbooks no endereço http://www.itautec.com.br/pt-br/ sustentabilidade/ti-verde/ocomputador-por-dentro. Vários dos elementos químicos e metais pesados existentes nos equipamentos eletrônicos podem ter um efeito extremamente nocivo para o meio ambiente e, em consequência, para as diferentes formas de vida, inclusive a humana. O cádmio, por exemplo, se acumula no fígado, pulmões, pâncreas, testículos, coração e nos rins, onde pode permanecer ativo por 30 anos. A intoxicação crônica pode gerar descalcificação óssea, lesão renal, enfisema pulmonar, além de n “O valor monetário da utilização anual de importantes metais nos equipamentos elétricos e eletrônicos corresponde a US$ 45,4 bilhões (em níveis de preço de 2007). A reciclagem desse material representa um recurso potencial de materiais da ordem de 40 milhões de toneladas por ano. A reciclagem eficaz dos metais/materiais é fundamental para mantêlos disponíveis para a fabricação de novos produtos, inclusive eletrônicos, aplicações de energia renováveis ou aplicações não inventadas ainda. Dessa forma, os recursos de metais primários (não retirados do solo ainda) e de energia podem ser conservados para as futuras gerações.” Recycling – From E-Waste to Resources, UNEP, 2010 Recycling – From E-Waste To Resources, UNEP, 2010. http://www.unep.org/PDF/PressReleases/E-Waste_publication_screen_FINALVERSION-sml.pdf 8 17 má-formação nos fetos9. A contaminação provocada pelo descarte inadequado de equipamentos eletrônicos não se resume aos lixões ou terrenos baldios, onde muitas vezes são lançados. A ação da natureza, como a chuva, por exemplo, pode apressar a decomposição dos equipamentos, levando os componentes químicos a alcançar o solo, águas superficiais e os lençóis freáticos e daí levar a contaminação muito mais distante. As populações que vivem próximo aos lixões e aterros contaminados são as primeiras a serem afetadas. Outras vidas, como peixes, também são comprometidas. Os componentes químicos se acumulam nos organismos vivos, vários deles seguem pela cadeia alimentícia e acabam chegando aos seres humanos, mesmo àqueles que vivem distantes dos locais contaminados10. Resíduos Eletroeletrônicos no Brasil (2007) Esvaziando a Lixeira: Qual o Destino do Seu Computador? (2007) http://www.slideshare.net/dmartins/ impacto-ambiental-lixo-eletronico2-v-i-t-a-l 9 10 n A produção de 1 kg de alumínio a partir da reciclagem utiliza apenas 10% ou menos da energia que é necessária na produção primária (via mineração) e evita a criação de 1,3 kg de resíduo de bauxita, 2 kg de emissões de CO2 e 0,011 kg de emissões de SO2. Fonte: PNUMA, 2009 Parte significativa dos metais usados na confecção dos elementos que compõem os produtos eletrônicos ainda vem das chamadas “fontes primárias”, ou seja, diretamente da exploração mineira, com um enorme impacto sobre a natureza. No caso dos metais preciosos e especiais, o custo financeiro e ambiental é ainda maior, já que é necessário o uso extensivo de terras para a mineração, existe uma grande geração de águas 18 residuais, de dióxido de enxofre (SO2), consumo de energia e emissões de CO2. Por exemplo, para produzir uma tonelada de ouro, paládio e platina, são geradas 10 mil toneladas de CO211. O processo de reciclagem, por seu lado, pode assegurar que uma significativa parte dos metais usados na fabricação de produtos eletrônicos provenham das chamadas “fontes secundárias”, ou seja, da reutilização. A recuperação de metais usando processos de reciclagem altamente eficientes gera uma fração da emissão de CO2 se comparada à mineração, além de utilizar muito menos recursos de água e solo11. Em resumo, o tema da reciclagem e reuso dos componentes eletrônicos é cada vez mais crítico para qualquer estratégia de TI Sustentável. Primeiro porque é fundamental dar um destino correto e seguro para o lixo eletrônico. Depois, porque cada vez mais países estão impondo legislações que obrigam as empresas fabricantes e revendedores a se responsabilizarem pelo recolhimento e destinação correta dos equipamentos vendidos, incluindo o Brasil. Finalmente, porque a reciclagem dos componentes, além de beneficiar o meio ambiente, pode trazer grandes retornos financeiros. A CADEIA DA RECICLAGEM Coleta Desmontagem e pré-processamento Processamento final Materiais reciclados Reuso Componentes e frações separadas Fonte: Recycling - From E-Waste to Resource, Final Report, July 2009 11 Recycling – From E-Waste To Resources, Final Report, July 2009 Manejo do descarte final 19 O mercado cinza – riscos para o meio ambiente e a sociedade O termo “xing ling” é usado para denominar os equipamentos eletrônicos “genéricos” que imitam aparelhos produzidos por marcas conhecidas, mas que usam componentes e um processo de montagem de origem nada confiável. É uma das facetas do chamado “mercado cinza”, no qual equipamentos eletrônicos são produzidos e comercializados à margem dos requisitos legais, muitas vezes usando elementos contrabandeados. Em 2009, 30% dos computadores vendidos no Brasil vieram deste mercado, o que corresponde a aproximadamente 3,5 milhões de unidades12. O efeito imediato desse mercado 12 é a evasão fiscal, resultado do contrabando dos componentes ou de equipamentos completos, sua montagem ou remontagem em fabriquetas de fundo de quintal, sem registro formal que resulte em pagamentos de impostos ou na garantia de proteções trabalhistas, e a sua venda e revenda sem nota fiscal. Os consumidores também ficam desprotegidos por não contar com qualquer tipo de garantia formal, imperando a famosa frase: “la garantía soy yo”. Quando esses equipamentos perdem sua utilidade e são descartados, representam um risco adicional para o meio ambiente, pela sua potencial toxidade e pelo fato Fonte: Abinee - http://www.abinee.org.br/noticias/com04.htm 20 de que nenhuma empresa formal se responsabiliza pela sua coleta e correta reciclagem. Ou seja, o mercado cinza vai na contramão de qualquer política de TI Sustentável, que utiliza parâmetros de avaliação das empresas fornecedoras. Essas empresas precisam: nestar legalmente registradas, cumprir com todas as suas obrigações fiscais e trabalhistas e atuar no mercado por um tempo suficiente para gerar referências de outros compradores; ncomprovar a origem de todos os equipamentos e/ou componentes vendidos, garantindo pelo menos a sua adequação aos padrões legais e ambientais vigentes; nter assistência técnica adequada, com uma rede de profissionais certificados e treinados capazes de atender às necessidades dos seus clientes; ncontar com regras definidas e transparentes de “compliance”, ou seja, cumprir corretamente as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para suas atividades no âmbito público e ter instrumentos para evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer; nter compromissos e práticas de sustentabilidade expressos de maneira clara e transparente e compartilhar essas políticas e os resultados alcançados com os stakeholders, produzindo como mínimo um balanço social e preferencialmente um relatório de sustentabilidade compatível com as regras do GRI (Global Reporting Initiative – http://www.globalreporting.org). 21 TI Sustentável e partes interessadas Um tema pouco explorado no que se refere à aplicação de uma estratégia de TI Sustentável é o seu impacto imediato, tanto junto ao público interno das empresas – funcionários e colaboradores – como na cadeia de valor e na sociedade como um todo. É uma contribuição concreta para a consolidação de uma “cultura da sustentabilidade”. É importante que exista um trabalho coordenado entre as áreas de TI e de sustentabilidade das empresas, para que sua estratégia seja desenvolvida como parte de um processo orgânico. Parece óbvio, mas uma pesquisa realizada em 2009 junto a 30 empresas canadenses mostrou que existia ainda pouco diálogo entre os CIOs (Chief Information Officers) e os CSOs (Chief Sustainability Officers)13. n Uma pesquisa sobre a percepção dos jovens brasileiros em relação à sustentabilidade, de 2009, indicou que 20% dos entrevistados trabalhavam em empresas com mais de 100 funcionários. Nessas empresas, a porcentagem de funcionários que já haviam escutado falar em sustentabilidade, responsabilidade social empresarial e mudanças climáticas era maior do que em empresas com menos de 100 funcionários. Isso apontaria para um importante papel pedagógico das grandes empresas em relação a esses temas. Os funcionários, nesse contexto, poderiam ser indutores desses temas nas suas famílias e comunidades. Fonte: Instituto Akatu – Pesquisa Estilos Sustentáveis de Vida (2009) 13 The Sustainability / IT Dialogue (2009) 22 Essa falta de entendimento comum resultaria na perda de oportunidades para aumentar os níveis gerais de desempenho da empresa no que se refere à sustentabilidade. Um ponto que poderia se beneficiar de um trabalho mais coordenado entre as duas áreas é a geração de métricas que determinem de forma mais concreta o impacto ambiental das atividades e produtos de TI. Isto é importante para demonstrar de forma palpável os benefícios do investimento em TI Sustentável. Finalmente, a influência das empresas em suas cadeias de valor pode ser também um forte canal indutor da sustentabilidade no mercado como um todo. Empresas com estratégias de TI Sustentável naturalmente buscam fornecedores que sejam capazes de demonstrar a eles mesmos suas práticas no campo da sustentabilidade. Ou então, os estimulam a adotar tais práticas. Seja como for, os benefícios econômicos, sociais e ambientais se multiplicam ao longo da cadeia de valor. Quem ganha no final é a sociedade como um todo. 23 GLOSSÁRIO ATM CX3 Fabricado pela Itautec em 2007, inicialmente para o mercado europeu, foi o primeiro equipamento de automação bancária projetado e produzido considerando todos os atributos definidos pela diretriz europeia RoHS. Ou seja, livre de substâncias tóxicas, como cádmio, mercúrio, cromo hexavalente e bromobifenilas. Esse projeto foi utilizado como piloto para a mudança dos processos de fabricação da Itautec e teve dois reconhecimentos públicos pelo pioneirismo na área de tecnologia e meio ambiente. Fonte: Itautec Bromobifenilas Utilizadas como retardantes de chamas nas partes plásticas de alguns equipamentos eletroeletrônicos, as bromobifenilas – também conhecidas como Éter de Difenila Polibromado (PBDE, pela sua sigla em inglês) – têm a finalidade de evitar a propagação de chamas em objetos expostos a situações de risco de incêndios. São proibidas pela diretriz europeia RoHS. Os equipamentos fabricados com PBDE e que são descartados no meio ambiente sem tratamento adequado podem fazer mal à nossa saúde, já que, com o tempo, a substância vai criando uma poeira que se acumula no ar. Ao respirarmos essa poeira podemos ser afetados no fígado, nos rins e até no cérebro, onde ela pode ser responsável por mudanças de comportamento da pessoa. Uma vez dentro do corpo, o pó inalado passa pela via respiratória e se acumula no tecido adiposo. Bebês durante a amamentação correm risco de inalar o pó se estiverem por perto. Mais informações: http://hypescience.com/conheca-as-substancias-nocivas-mais-proximas-devoce/ e www.rohs.gov.uk 24 Cádmio O cádmio apresenta várias aplicações industriais, porém é frequentemente usado para a produção de pigmentos, pilhas elétricas e plásticos. É um elemento encontrado de forma natural na crosta terrestre e grande parte do que é utilizado para fins industriais é obtido como produto da fundição de rochas que contêm zinco, cobre ou chumbo. Assim como o mercúrio, o cádmio é um metal pesado que produz efeitos tóxicos nos organismos vivos, mesmo em concentrações muito pequenas. Alguns efeitos tóxicos sobre os seres humanos, observados pela contaminação por cádmio são: enfisema pulmonar, hipertensão arterial, doenças renais, fibrose e edema pulmonar, anemia, diminuição do hormônio sexual masculino (testosterona) e diminuição da produção de anticorpos, deixando a pessoa mais sujeita a outras doenças. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cadmio Mais informações: www.rohs.gov.uk Chumbo O mais amplo uso do chumbo é na fabricação de acumuladores. Outras aplicações importantes são na fabricação de forros para cabos, elemento de construção civil, pigmentos, soldas suaves e munições. A fabricação de chumbo vem caindo muito em função de regulamentações ambientais cada vez mais restritivas no mundo. A intoxicação causada pela exposição ao chumbo pode afetar o ser humano de diversas maneiras: n No sistema nervoso pode causar cefaleia, tremor muscular, alucinações, perda da memória e da capacidade de concentração. Esses sintomas podem progredir até o delírio, convulsões, paralisias e coma. n No sistema renal provoca uma lenta e progressiva deficiência renal, podendo chegar a uma nefrite crônica. n No sistema gastrointestinal provoca intoxicações severas, podendo ocasionar constipação, diarreia e gastrite. 25 n Nos ossos o chumbo pode contribuir para o desenvolvimento da osteoporose nas mulheres. As crianças são mais vulneráveis que os adultos aos efeitos da ação tóxica do chumbo. Alguns estudos demonstraram que o chumbo está associado a deficiências neurocomportamentais em crianças. Mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chumbo Cromo hexavalente Utilizado em diversas aplicações industriais, como a produção de aço inoxidável, corantes têxteis, preservação da madeira, curtimento de couro, e como anticorrosivo. Em revestimentos, é usado como inibidor de corrosão. Devido ao seu alto nível de toxicidade, tem sido substituído por alternativas, como o cromo trivalente, permitido pela diretriz europeia RoHS. Os compostos de cromo produzem efeitos cutâneos, nasais, broncopulmonares, renais, gastrointestinais e carcinogênicos. Os cutâneos são caracterizados por irritação no dorso das mãos e dos dedos, podendo transformar-se em úlceras. As lesões nasais iniciam-se com um quadro irritativo inflamatório, supuração e formação crostosa. Em níveis broncopulmonares e gastrointestinais produzem irritação bronquial, alteração da função respiratória e úlceras gastroduodenais. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cromo_hexavalente e http://www.mundodoquimico.hpg. ig.com.br/metais_pesados_e_seus_efeitos.htm Datacenter Trata-se de um espaço físico especialmente dotado de mecanismos para segurança de acesso, detecção preventiva e combate a situação de riscos, com objetivo de manter um ambiente propício à hospedagem de equipamentos que compõem a infraestrutura de tecnologia da informação. Fonte: http://blog.corujadeti.com.br/?p=1575 26 Energy Star O Energy Star é um programa conjunto do órgão americano de defesa do meio ambiente (EPA, pela sua sigla em inglês) e do Departamento de Energia. Foi criado em 1992 como um programa de certificação voluntária para identificar e promover produtos que usassem a energia de maneira eficiente com o fim de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Consumidores e compradores corporativos podem se guiar pela existência do selo Energy Star para se decidir pela compra de equipamentos eficientes do ponto de vista de uso de energia. Mais informações: http://www.energystar.gov/ EPEAT É a sigla em inglês para Electronic Product Environmental Assessment Tool (Ferramenta de Avaliação Ambiental para Produtos Eletrônicos), um sistema que serve de referência para os compradores avaliarem, compararem e selecionarem produtos eletrônicos (desktops, monitores de vídeo e notebooks) segundo 51 atributos ambientais (23 obrigatórios e 28 opcionais). O EPEAT foi criado pela Agência de Proteção Ambiental Americana e pela organização não governamental Greener Electronics Council e estabelece três categorias de atendimento aos critérios (Bronze, Silver e Gold). Para obter a classificação Bronze, é necessário o atendimento de 23 requisitos obrigatórios, e, para a classificação Gold, é necessário atender aos 23 itens obrigatórios e pelo menos 75% dos 28 atributos opcionais. Os atributos são divididos em oito categorias que abordam a redução/eliminação de materiais tóxicos, seleção de materiais, projeto e gerenciamento do fim da vida útil, longevidade de produto e ciclo de vida, eficiência energética, desempenho ambiental corporativo e embalagem. Essa é a referência específica para o mercado n Itautec e o EPEAT Em 2009, a Itautec registrou seus produtos de informática junto à Electronic Product Environmental Assessment Tool (EPEAT) no maior nível, o Gold, por atenderem com excelência a mais de 75% dos 51 requisitos da organização. 27 americano, que rapidamente está se tornando um parâmetro para as indústrias de produtos eletrônicos no Brasil, já que grande parte delas exporta para o mercado americano ou importa artigos para serem vendidos aqui. Tanto consumidores pessoas físicas como jurídicas deveriam levar em conta a existência da classificação EPEAT para ajudar nas suas decisões de compra. Fonte: IEEE std 1680 / http://www.epeat.net/ Gases de efeito estufa Os gases de efeito estufa (GEE), ou simplesmente gases estufa, são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam seu escape para o espaço. Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor, mantendo a terra aquecida. O aumento desproporcional na quantidade destes gases na atmosfera, entretanto, pode ter um efeito negativo sobre o meio ambiente, ao provocar um aumento médio na temperatura do planeta e, com isso, causar desequilíbrios no clima. Os principais gases estufa são o Dióxido de Carbono (CO2), o Metano (CH4) e o Óxido Nitroso (N2O). Fonte: Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Gases_do_efeito_estufa GHG Protocol Trata-se do conjunto de ferramentas de medição mais utilizado mundialmente por empresas e governos na identificação e gerenciamento de suas emissões dos gases de efeito estufa. Mais informações: http://www.ghgprotocolbrasil.com.br/ 28 ISO 14001 – Gestão Ambiental ISO 14000 é uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO) que estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas. A mais conhecida dentre a série de normas é a ISO 14001, que estabelece as diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema de gerenciamento da questão ambiental dentro da n Desde 2001, a Itautec conta com um Sistema de Gestão Ambiental (SGA ) que reúne suas políticas, programas e práticas corporativas dedicadas à responsabilidade socioambiental. Em 2003 a empresa foi certificada com base na NBR ISO 14001. empresa, ou seja, para a implantação de um sistema de gestão ambiental. Mais informações: www.iso.org/iso/iso_14000_essentials e http://pt.wikipedia.org/wiki/ ISO_14000 ISO 26000 – Norma Internacional de Responsabilidade Social A ISO constituiu, em 2005, o Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social, um fórum internacional que conta com a participação de mais de 400 pessoas, 78 países e cerca de 40 organizações internacionais e regionais. Esse grupo é responsável pela elaboração da norma internacional de responsabilidade social – a ISO 26000, prevista para publicação em setembro de 2010. A ISO 26000 deverá ser um grande guia sobre responsabilidade social. A norma deverá ser capaz de orientar organizações em diferentes culturas, sociedades e contextos. Abordará temas que englobam desde direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente e governança, a até questões de implementação. Fonte: Instituto Ethos - http://www.ethos.org.br/iso26000/ 29 RoHS – Restriction of certain Hazardous Substances (Restrição de certas Substâncias Contaminantes) RoHS é uma diretiva europeia que restringe o uso de certas substâncias perigosas em processos de fabricação de produtos. Entre essas substâncias estão o cádmio (Cd), mercúrio (Hg), cromo hexavalente [Cr(VI)], bifenilos polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs) e chumbo (Pb). Essa diretiva entrou em vigor no dia 1º de julho de 2006 e a partir desta data nenhum produto com essas substâncias pode mais ser vendido na Europa. Junto n A Itautec investiu mais de R$ 3 milhões para a implantação de um processo de produção livre de chumbo e outras substâncias perigosas, segundo a diretriz RoHS. Não apenas os produtos exportados para a Europa são produzidos dessa maneira, mas também todos os vendidos no mercado nacional e nos outros países onde a empresa opera. com a RoHS, entrou em vigor uma outra diretiva que trata da reciclagem de produtos eletroeletrônicos, conhecida pela sigla WEEE (Waste from Electrical and Electronic Equipment, Lixo advindo de Produtos Eletroeletrônicos). Por causa da RoHS, fabricantes de equipamentos eletrônicos devem adequar seus produtos à nova diretiva, para poder vender seus produtos na Europa. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rohs Mais informações: www.rohs.eu Tecnologia da Informação A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções que permitem registrar, comunicar e obter resultados a partir de informações providas por recursos de computação. Mais informações: http://www.infowester.com/col150804.php 30 SAIBA MAIS nResíduo Eletrônico www.lixoeletronico.org nGreen IT – Towards Sustainability and a Reduced Carbon Footprint http://www.tcodevelopment.com/tcodevelopmentnew/Artiklar/TCO_ Development_Position_on_Green_IT.pdf nGartner Estimates ICT Industry Accounts for 2 Percent of Global CO2 Emissions http://www.gartner.com/it/page.jsp?id=503867 nO Brasil e a Futura Norma Internacional ISO 26000 http://www.ethos.org.br/iso26000/ nSustainable IT – Improving IT and Increasing Awareness to Ensure a Sustainable Future http://sustainableinformationtechnology.blogspot.com/ nSustentabilidade – Releitura e Desafios no Campo da Cadeia de Tecnologia de Informação - Apel Consultores - Março de 2008 nWhy Green IT? http://www.greenit.net/whygreenit.html nWWF - Pegada Ecológica http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/pegada_ecologica/ 31 A Itautec acredita na importância da divulgação das informações e sugestões deste guia. Visite a página www.itautec.com/sustentabilidade para obter uma cópia digital deste documento. A versão digital possui uma licença de distribuição Creative Commons. Isso significa que você pode – e deve – compartilhar este texto com quem desejar, desde que não seja usado para fins comerciais, e cite a fonte de origem ou inclua um link para http://www.itautec.com/sustentabilidade. Esta obra não poderá ser modificada no todo ou em parte e é vedada sua reprodução. FICHA TÉCNICA REALIZAÇÃO n Itautec COORDENAÇÃO EDITORIAL n Gestão Origami COLABORAÇÃO n Instituto Akatu pelo Consumo Consciente EDIÇÃO n Renato Guimarães / Aerton Paiva REDAÇÃO n Renato Guimarães PROJETO GRÁFICO n Arco W Comunicação & Design IMPRESSÃO n Gel Set Gráfica Copyright n Itautec 2011 Esta publicação foi desenvolvida com o fundamental apoio da Gestão Origami (www.gestaoorigami.com.br), uma consultoria em gestão de negócios cujos profissionais reúnem uma vasta experiência no campo da sustentabilidade. 1a EDIÇÃO / MAR 2011 De frente para o futuro.