cultura do repolho - Almanaque do Campo

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CULTURA DO
REPOLHO
Brassica oleraceae
Prof. Eng. Agr. Wilson Itamar Godoy
ORIGEM E TAXONOMIA
Originário da costa Norte Mediterrânea, Ásia
Menor e costa Ocidental Européia;
As regiões de clima temperado e úmido são
mais adequadas ao seu cultivo.
ORIGEM E TAXONOMIA
Taxonomia
– Ordem: Papaverales
– Família: Brassicaceae
– Gênero: Brassica
– Espécie: Brassica olerácea
Variedades:
– B. oleracea L. var. capitata L. (Repolho Liso)
– B. oleracea L. var. sabauda Martens. (Repolho crespo)
B. oleracea L. var. sabauda
Martens. (Repolho crespo)
B. oleracea L. var. capitata L.
(Repolho Liso)
ORIGEM E TAXONOMIA
Subvariedades:
– conica Lam. (cabeça pontuada)
– compressa Duch (cabeça achatada)
– sphaerica D. C (cabeça redonda)
– obovata D.C. (cabeça oval)
Formas:
– alba (repolho branco)
– rubra (repolho roxo)
compressa Duch
(cabeça achatada)
conica Lam. (cabeça pontuada)
sphaerica D. C (cabeça redonda)
rubra (repolho roxo)
alba (repolho branco)
BOTÂNICA
Planta
herbácea
bianual,
às
vezes
perene,
cultivada como anual;
Superposição e embricamento das folhas centrais,
formando uma cabeça compacta que envolve a
gema apical;
Atinge 60 a 90 cm de altura quando completa o
ciclo.
Formação da cabeça
BOTÂNICA
Plântula
Geralmente apresenta hipocótilo ereto,
longo e avermelhado;
Dois cotilédones;
Raiz axial com poucas raízes laterais.
BOTÂNICA
Plântula
BOTÂNICA
Cabeça e Caule
Cabeça uma roseta de folhas;
Caule ereto, sem ramificações laterais,
grosso e curto, com cerca de 10 a 15 cm
de comprimento.
BOTÂNICA
Raiz
Axial na fase juvenil;
Na maturidade, alta ramificação, com formação
de raízes adventícias junto ao colo;
maior expansão horizontal que vertical;
70 a 80% das raízes entre 20 a 30 cm;
enraizamento
(até
10
cm)
favorecido
pela
retenção de umidade na camada, cobertura
morta, alta densidade de plantio e irrigação.
BOTÂNICA
Raíz
Intensamente revestidas de pêlos radiculares,
necessidade de solos bem estruturados;
Sistema radicular bem evoluído, com alta
capacidade de regeneração.
BOTÂNICA
Flores
Hermafroditas,
quatro pétalas
dispostas em
cruz, quatro
sépalas, seis
estames;
BOTÂNICA
Flores
Inflorescência racimosa
com 0,6 a 1,0 m de altura
e centenas de flores
amarelas;
abrem-se ao
amanhecer,
completamente abertas
pelas 9 horas.
As anteras abrem-se
horas depois.
BOTÂNICA
Flores
BOTÂNICA
Inflorescência
BOTÂNICA
Fruto
Síliqua (vagem delgada)
3 a 5 mm de diâmetro e 10 cm de comprimento;
BOTÂNICA
Fruto
Seco e deiscente, quando maduro, abre-se pela
base, expondo as sementes que são em números
de 10 a 30 por síliqua;
As
síliquas
ramificações
cachos.
dispõem-se
racimosas,
em
numerosas
assemelhando-se
a
BOTÂNICA
Semente
Esférica, marrom, 1 a 2 mm de diâmetro;
Um grama contém cerca de 300 sementes;
Interior das sementes, quase totalmente ocupado
pelo embrião, e reserva dos cotilédones (óleos).
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
Bom desenvolvimento
fatores ambientais e
genéticos (clima, solo, tratos culturais, potencial
genético das cultivares e sazonalidade de plantio);
Germinação da semente inicia após 4-6 dias da
semeadura, formação de dois cotilédones;
logo após as primeiras folhas definitivas.
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
O crescimento da planta jovem é pequeno, com
poucas folhas iniciais;
após as primeiras folhas pecioladas, o ponto de
crescimento intumesce;
o coração torna-se mais espesso devido ao acúmulo
de nutrientes e o número de folhas aumenta
rapidamente.
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
Influência do tipo de bandeja no desenvolvimento da muda
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
Muda recém transplantada
Formação da cabeça
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
Altura da planta aumenta até os 60 dias;
a formação da cabeça inicia-se 60 a 70 dias, através
de um rápido desenvolvimento das folhas internas,
cujo numero chega a 30, por ocasião da colheita;
peso das folhas internas aumenta lentamente até os
90 dias;
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
dividido em quatro estádios de crescimento;
–
crescimento inicial – 0 a 30 dias
–
expansão das folhas da saia – 30 a 60 dias
–
desenvolvimento das folhas da saia – 60 a 90 dias
–
desenvolvimento da cabeça – 90 a 120 dias
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
Formação da cabeça
encurtamento dos internódios em direção ao
ponto de crescimento;
inibição no desdobramento das folhas;
Parte inferior do caule
internódios são mais espaçados, as folhas conseguem
estender-se, formando uma coroa em volta da cabeça;
FENOLOGIA
Desenvolvimento vegetativo
Remoção da cabeça >>> formação de pequenas
cabeças nas axilas das folhas mais externas;
5 a 7,5 cm de diâmetro sem valor comercial;
interesse em trabalhos de melhoramento;
processo de estaquia, são enraizadas para obtenção
de plantas, visando o florescimento.
FENOLOGIA
Biologia da reprodução
Polinização entomófila >>> abelhas 85 a 100 %
Atraídas pelo néctar e pólen;
Estigma >>> receptivo cinco dias antes da antese, até
quatro dias depois;
A fertilização ocorre 24 horas após a polinização.
CLIMA
Clima tem grande influência sobre o repolho,
A temperatura >>> fator de maior relevância
para o sucesso da cultura.
CLIMA
Germinação
tº ideal para germinação >>> de 13 a 15ºC;
inicia com tº do ar entre 0 a 5ºC;
Germinação acelera até 30ºC;
A 10ºC as plântulas emergem em 14 dias;
A 20ºC em uma semana;
Acima de 30ºC as plântulas nascem raquíticas.
CLIMA
Germinação
Tabela 02: Número de dias para a germinação de sementes e porcentagem de
plântulas normais de repolho, sob diferentes temperaturas.
Temperaturas
Geminação
Plântulas Normais
(ºC)
(nº dias)
(%)
0
0
5
27
10
14,6
78
15
8,7
93
20
5,8
25
4,5
99
30
3,5
35
40
Fonte: Harrington & Minges, 1961 apud Silva Junior, 1987
CLIMA
Temperatura
Planta de clima temperado e úmido, principalmente para
o período de formação de cabeças, as quais são
beneficiadas em qualidade e produção;
Baixas temperaturas (5ºC) induzem a formação de
maiores quantidades de acúcares nas folhas e maiores
quantidade de proteínas, sobretudo albumina;
CLIMA
Temperatura
Muito resistente ao frio, quando em pleno vigor e bem
formada;
suporta temperaturas de – 6,5ºC ou -15ºC por curtos
períodos de tempo;
estádio inicial de crescimento (1 a 2 folhas definidas), é
susceptível à geadas, causam danos à gema apical e às
folhas mais velhas;
CLIMA
Temperatura
tº mínima necessária ao desenvolvimento vegetativo
próximo de 0ºC;
tº ótima para crescimento entre 15 a 21ºC, para cultivares
de outono-inverno;
abaixo e acima desta faixa de temperatura, o crescimento
é demorado.
CLIMA
Temperatura
altas temperaturas >>> planta prolonga seu ciclo,
continuando a formação de novas folhas;
estádio mais avançado do desenvolvimento da cabeça,
podem acelerar o crescimento;
CLIMA
Temperatura
Altas temperaturas >>> repolhos de inverno não formam
cabeças, e quando formam, são leves, frouxas e de péssimo
formato;
acima de 25ºC retardam o crescimento, a formação de
cabeças e afetam a qualidade, além de favorecerem a
incidência de pragas e doenças;
CLIMA
Precipitação
considerando-se uma eficiência de chuva de
100%, são necessários 49 mm/ha ao longo de
um ciclo médio de 120 dias;
a demanda hídrica é crescente à medida que o
repolho desenvolve-se;
CLIMA
Precipitação
Tabela 03: Consumo de água pelo repolho em diferentes períodos de
crescimento.
Período
Necessidade Mensal Pluviométrica
(dias)
(%)
(mm)
30
12
59
60
20
98
90
30
147
120
38
186
Total
100
490
Fonte: Muller & Pinto, 1979 apud Silva Junior, 1987.
CLIMA
Fotoperíodo
não afeta a fase reprodutiva nem a vegetativa;
não existe efeito sobre o florescimento do repolho;
é regulado por fatores termo-fisiólogicos.
CLIMA
luminosidade
adequada propicia maiores produções ;
sombreamento leva a um maior acúmulo de nitrogênio
solúvel nas plantas, ocorrendo um maior alongamento
do caule;
má formação da cabeça e menor produção.
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Indução floral”
baixas tº >>> passa fase vegetativa à reprodutiva;
exigências de frio variam conforme as cultivares;
indução
floral
>>>
a
planta
atinge
pleno
desenvolvimento vegetativo;
estádio em que os nutrientes acumulados nas folhas são
translocados para o ponto de crescimento apical.
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Indução floral”
baixas tº
>>> as folhas em formação da região
meristemática tornem-se menores, até que ocorra a
diferenciação
da
gema
vegetativa
para
forma
generativa;
após o período de frio indutor, se as plantas sofrerem
temperaturas mais altas, o botão floral desenvolve e
floresce.
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Indução floral”
Não ocorrendo o período de frio indutor, a planta torna-se
perene vegetativamente;
Fatores fundamentais à indução floral >>>
temperatura, período de indução e desenvolvimento das
plantas;
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Vernalização”
No Brasil, não existem temperaturas suficiente/
baixas para o florescimento das cultivares de inverno;
vernalização
florescimento
de cultivares de inverno para
>>> feita em ambientes controlados
durante 60 dias tº 4 a 5ºC;
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Indução floral”
Efeito do período de vernalização no florescimento de repolho
armazenado à temperatura de 4 a 5°° C.
Armazenamento
(dias)
Plantas
vegetativas
(numero)
Plantas
florescidas
(numero)
Dias para
florescimento
(numero)
0
15
30
60
15
13
12
0
0
2
3
15
141
125
62
Fonte MILLER(1929) citado por SILVA JUNIOR(1989)
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Vernalização”
retirada
do
ambiente
não
pode
temperaturas
elevadas,
acima
de
coincidir
25ºC
com
ocorre
desvernalização das gemas;
temperaturas baixas (10 a 18ºC) causam florescimento;
temperatura ótima para o florescimento é de 20ºC;
a
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Florescimento prematuro”
fatores que podem induzir o “bolting”:
–
Semeadura no início do outono, principalmente
aquelas plantadas mais precoces;
–
Mudas muito desenvolvidas transplantada no inverno;
–
Mudanças bruscas de temperatura, geadas;
–
Calor no início do inverno.
CLIMA
Desenvolvimento Reprodutivo
“Florescimento prematuro”
–
Excesso de N na sementeira e no campo;
–
Sementes de baixa vitalidade ou velhas.
–
Herdabilidade;
–
Solos pobres na sementeira ou no campo;
–
Estresse provocado por baixa temperatura, deficiência
hídrica, danos às raízes etc.
CULTIVARES E HIBRIDOS
Os materiais híbridos são superiores às cultivares,
devido a alta uniformidade, e durabilidade da cabeça no
comércio, sem ocorrer rachadura.
Os híbridos apresentam homeostasia, são precoces e
altamente produtivos.
EXIGENCIAS DE SOLO
textura média, solto, profundo e rico em matéria orgânica;
Solos argilosos;
Áreas arenosas menos favoráveis (baixa retenção de
umidade).
área bem ensolarada, boa disponibilidade de água, local
que não tenha sido cultivado antes com outras brássicas,
como couve, couve-flor e próprio repolho;
análise química do solo, para definir a adubação e a
calagem.
PREPARO DO SOLO
aração profunda (20 a 30 cm);
incorporação do calcário;
duas gradagens cruzadas para eliminar os torrões e
nivelar o terreno;
após a gradagem preparar as covas, com 20 cm de
profundidade, ou sulcos, com 10 cm de profundidade;
as linhas de covas e os sulcos devem cortar o sentido da
declividade do terreno;
CALAGEM
cultura se adapta à faixa de pH entre 5,5 a 6,8, devendo
a calagem elevar a saturação por bases a 70% e o pH a
6,5;
ADUBAÇÃO MINERAL
necessita de altas dosagens de nitrogênio (N), fósforo
(P) e potássio (K);
forma de adubo nitrogenado mais indicado para o
repolho é o sulfato de amônio;
Tabela 05: Quantidade de Nitrogênio recomendados
para o cultivo repolho.
Teo r d e M O
%
< = 2 ,5
2 ,6 - 5 ,0
> 5 ,0
N it r o g
kg de
1
1
< =
ê n io
N h a -1
80
40
100
Tabela 06: Quantidade de P e K para Cultura Repolho.
Interpretação dos
teores de P e K
M uito Baixo
Baixo
M édio
Alto
M uito Alto
Fósforo
Potássio
-1
kg P 2 O 5 ha
kg K 2 O ha -1
340
360
280
300
220
240
160
180
< = 120
< = 120
Fonte: Manual de Adubação e de calagem – RS/SC, 2004
cultivos subseqüentes, aplicar 160 Kg de P2O5/ha e
180 de K2O/ha;
parcelamento
das
adubações
nitrogenada
e
potássicas, considerando 1/3 no plantio e 2/3 aos 30 e
50 dias após o transplantio;
ADUBAÇÃO ORGÂNICA
fornece nutrientes para as plantas e melhora as condições
química, física e biológica do solo;
pesquisa da EMPASC (1989), indicam a aplicação de 20 a
50 t/ha de esterco de curral e 10 a 20 t/ha de cama de
aviário para a cultura;
estercos de bovino, carneiro, galinha poedeira, cama de
aviário, compostos orgânicos, são feitos diretamente na
cova de plantio;
Raij et al. (1985) citados por Kimoto (1993) recomendam
para as brássicas 1,5 a 2,5 kg de esterco de curral/planta,
e quantidades maiores para solos arenosos;
utilização da cinza da casca de arroz também é
recomendada para suprir fósforo e potássio a cultura.
Avaliação foliar
coletar folhas recém-desenvolvidas de 15 plantas, na formação
da cabeça;
Tabela 07: Níveis nutricionais adequados para cultura repolho.
N u tr ie n te
N
P
K
Ca
Mg
S
F a ix a
.....% .....
3 ,5 - 5 ,0
0 ,4 - 0 ,7
3 ,0 - 5 ,0
1 ,5 - 3 ,0
0 ,4 - 0 ,7
0 ,3 - 0 ,7
N u tr ie n te
B
Cu
Fe
Mn
Mo
Zn
Fonte: Manual de Adubação e de calagem – RS/SC, 2004
F a ix a
...m g k g -1 ...
25 - 75
8 - 20
40 - 200
35 - 200
0 ,5 - 0 ,8
30 - 100
ADUBAÇÃO FOLIAR
Pulverizar as folhas por 3 vezes, durante o ciclo, utilizando
10 g de ácido bórico em 10 litros de água (acrescentar
espalhante adesivo);
pulverizar quinze dias após o transplante das mudas, 5 g
de molibdato de sódio (ou de amônio) por 10 litros de
água (acrescentar espalhante adesivo).
ADUBAÇÃO DE COBERTURA
A adubação de cobertura é feita com 2 aplicações aos 30
e 50 dias após o transplantio, utilizando-se 70 kg/ha de N
e 100 kg/ha de K2O;
regiões de clima quente: aplicações semanais de bórax
na dosagem de 3 g/litro de água a partir dos 20 dias após
o transplantio.
Sementes e produção de mudas
mudas vigorosas e sadias, com sistema radicular bem
desenvolvido é um fator importante no sucesso da
cultura;
produzidas em canteiros ou em recipientes;
plantio de 1 ha são necessárias 100 g de sementes;
Semeadura em Recipientes
plantio mais recomendável e prático, pois assegura maior
uniformidade e melhor seleção das mudas;
podem ser usados copos de jornal (10 cm) ou copos
plásticos descartáveis de 200 a 300 mililitros, com
pequeno orifício no fundo, para drenar o excesso d’água;
Semeadura em Recipientes
centro de cada copinho são colocadas 1-3 sementes e
logo em seguida irrigados;
o desbaste é feito uma semana após a germinação,
deixando-se uma muda por copinho;
mantidas em local sombreado, que aos poucos vai sendo
descoberto até chegarem ao ponto do transplantio, que
ocorre até os 30 dias da semeadura;
Semeadura em Recipientes
Bandejas de isopor com substratos comerciais à base de
vermiculita fertilizada ou formulações semelhantes
recomendado para produtores que possuem estrutura
coberta com plástico (estufa) e irrigação;
sistema permite um melhor aproveitamento de espaço e
facilita o transporte das mudas até o local do transplantio.
Tratos Culturais na
Sementeira
irrigação das mudas na sementeira, duas vezes ao dia,
durante os primeiros 15 dias após a semeadura;
uma vez ao dia após este período e até o transplantio;
aos 10 dias, após a germinação, aplicar 5 g/10 litros de
água de molibdato de sódio;
aos 10 e 20 dias, aplicar 20 g/10 litros de água de bórax;
Fazer o controle de pulgões, traça ou broca da couve;
sementeira deve ser mantida no limpo, eliminando-se
manualmente as plantas daninhas;
TRANSPLANTE E ESPAÇAMENTO
Local definitivo: as mudas apresentam 4 a 6 folhas
definitivas ou 10 a 15 cm de altura, entre 25 e 30 dias após a
semeadura;
EMBRAPA: transplante feito em covas com 30 x 30 x 30
cm, espaçadas 60 cm na fileira e 80 cm entre fileiras;
feita em dias nublados ou à tardinha, evitar o estresse das
mudas;
Aumento do índice de pega, irriga-se antes e depois do
transplantio;
ROTAÇÃO DE CULTURA
rotação com solanáceas (tomate, pimentão, berinjela, etc.);
leguminosas (mucuna-preta e guandú) e ainda com
liliáceas (cebola, cebolinha e alho) e cenoura;
Para reduzir custos de implantação e aproveitar adubos
residuais é recomendável o cultivo do repolho logo após o
cultivo do tomate.
IRRIGAÇÃO
A
função essencial: propiciar à cultura um suprimento
regular de água, de maneira que as demais operações
agrícolas, possam atingir seus máximos benefícios;
Fator
de garantia da produção agrícola;
Altamente exigente em água chegando a perder 4mm
por dia através da evapotranspiração.
A freqüência de irrigação deve manter o conteúdo de
água do solo de 60 a 100% de sua capacidade de
campo;
Crescimento do repolho fica estagnado com 50% da
capacidade de campo;
Estado de murcha permanente ocorre com 30% da
capacidade de campo;
Melhor desenvolvimento ocorre entre 70 a 80% da
capacidade de campo.
Disponibilidade de água uniforme durante seu ciclo;
Desuniformidade
no
final
do
ciclo
pode
causar
rompimento na cabeça;
Solos levemente ácidos com teores de umidade elevados
aumenta a ocorrência de hérnia e a infecção por
nematóides, diminuindo a capacidade de absorção de
água pelas raízes.
Quando Falta de água
► Redução do tamanho da cabeça
► Atraso na colheita
A irrigação deve ser feita em todos os estágios da
cultura;
Cuidado com as irrigações próximas a colheita, pois
estas predispõem a planta a um florescimento precoce;
O melhor período de irrigação é a noite por possuir pouco
ou nenhum vento e umidade relativa alta;
Subsídio na energia elétrica.
PLANTAS DANINHAS
O repolho apresenta baixa capacidade de competição;
Algumas plantas são hospedeiras de insetos nocivos ao
repolho;
Também podem atuar no controle de vetores de doenças
em brássicas, feito através de insetos benéficos;
A competição é prejudicial em estágios mais avançados de
desenvolvimento;
Controle em até quatro semanas após o transplante.
Decréscimo de 100% onde passou todo seu ciclo na presença
de plantas daninhas variando de acordo com sua espécie e
população;
Áreas livres de plantas daninhas ouve um aumento no
rendimento;
Áreas com baixos níveis de infestantes ouve um aumento no
numero de cabeças comerciais;
Capina não deve ser feita em períodos mais avançados de
desenvolvimento da cultura;
A eliminação de invasoras:
o
o
o
o
capinas manuais
Mecânicas
utilização de herbicidas
cobertura plástica
Sulcamento para plantio com tração animal
PRAGAS
Pulgões
Brevicoryne brassicae
coloração verde recoberto por uma camada branca, cerosa;
vive na face superior da folha.
Myzus persicae
coloração geral verde clara vive na face inferior da folha.
Ambos causam danos consideráveis às crucíferas;
Causam o encarquilhamento das folhas e definhamento da planta;
Transmissores de partículas virais que atacam as brássicas.
Lagarta-rosca (Agrotis ypsilon)
Estas lagartas têm o hábito noturno e subterrâneo,
enrolando-se quando tocada;
Atacam as plantas novas, tenras, à altura do colo;
Durante o dia vivem no solo próximo às plantas cortadas;
Lagarta-rosca (Agrotis ypsilon)
Curuquerê da couve (Ascia monuste orseis)
A fêmea deposita os ovos na face inferior das folhas;
O prejuízo é devido ao ataque das lagartas nas folhagens.
Lagarta mede palmo (Trichoplusia nii)
As lagartas transformam-se em crisálidas na própria folha
envoltas por um casulo fino de teia branca
Atacam as folhas, fazendo buracos que tiram a qualidade o
produto.
Broca-da-couve: (Hellula phidileali)
As lagartas alimentam-se da parte tenra das folhas, abrem
galerias no caule e posteriormente perfuram o meristema
apical recobrindo-o com uma teia fina.
Traça das brássicas (Plutella xylostella)
A fêmea deposita os ovos na parte inferior das folhas;
As lagartas, nos primeiros 2 ou 3 dias, penetram no interior
da folha a se alimentar do parênquima;
Em seguida abandonam a galeria e passam a alimentar-se da
epiderme da parte inferior da folha;
Para transformarem-se em crisálidas, tecem um pequeno
casulo facilmente reconhecido, por ser constituído de
pequenas malhas.
Traça das brássicas (Plutella xylostella)
Outras pragas
Capixaba (lagria villosa)
Paquinha (Grillotalpa hexadactila)
Grilo (Grillus assimilis)
Vaquinha (Diabrotica speciosa)
Caracóis e lesmas.
CONTROLE DE PRAGAS
Proteger os insetos benéficos, predadores, parasitos de pragas;
A aplicação de defensivos deve ser feita em reboleiras, só
aplicar em toda área com altas infestações;
Utilizar
inseticidas
thuringensis).
seletivos
ou
biológicos
(bacillus
DOENÇAS
Podridão mole (Ervinia carotovora)
Bacteria, ataca a fase final da cultura, época quente e úmida;
Infecção por ferimentos ou desequilíbrio nutricional;
Encharcamento
dos
tecidos
afetados,
seguindo-se
de
podridão mole com exudação de um líquido gelatinoso com
odor desagradável;
Medidas preventivas: evitar ferimentos nas plantas, durante
as operações de cultivos, combate às pragas, adubação
equilibrada, maior espaçamento, arejamento e rotação de
cultura.
Podridão de Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum)
Alto Viçosa-MG >>> perdas de 40 a 50% na produção de repolho
em área cultivada continuamente por cinco anos;
Manchas encharcadas, de formato irregular, posteriormente,
ficam cobertas pelos escleródios;
No campo, observam-se os sintomas nas folhas e nos pecíolos
mais próximos ao solo e na cabeça;
Cabeças de repolho colonizadas pelo fungo normalmente
apodrecem;
Favorecido por alta umidade e temperaturas amenas.
Podridão negra (Xanthomonas campestris)
Ataca em todas as fases do ciclo;
Na sementeira provoca a queda dos cotilédones prematuramente;
Amarelecimento em forma em “V” com o vértice voltado para o lado
de baixo, acompanhando as nervuras que se mostram coloridas de
pardo a negro;
Ferimentos de qualquer natureza favorecem a infecção;
Medidas preventivas:
Uso de cultivares resistentes, evitar períodos quente e úmidos,
fazer rotação de cultura, por 2 a 3 anos.
Repolho União-Embrapa - resistente
Hérnia das brássicas
(Plasmodiophora brassicae)
Ocorre nas regiões Sul e Sudeste onde predominam temperaturas
amenas e alta umidade relativa;
As plantas podem estar afetadas mas não mostrar sintomas na
parte aérea. Com o desenvolvimento da doença, ocorrem
subdesenvolvimento e murcha em horas mais quentes do dia;
Formação de galhas nas raízes, em função da hipertrofia das
células e dos tecidos colonizados pelo fungo. As galhas têm
tamanho variado, desde poucos milímetros até dez ou mais
centímetros de diâmetro;
A doença é favorecida por solos ácidos e úmidos, com
temperatura entre 20 e 25°C.
PLANTIO NO CAMPO
Rotação de culturas com gramíneas e outras
brássicas evitam a incidência de doenças;
Eliminação dos restos culturais diminuem as fontes de
inocuo;
As doenças de origem bacterianas e fúngicas podem
ser prevenidas através da utilização de fungicidas.
PONTO DE COLHEITA
Maturação comercial >>> as cabeças apresentam-se bem
compactadas, fechadas, com bom tamanho e as folhas
superiores começam a enrolar para trás expondo as folhas mais
claras de baixo;
Ocorre dos 85 aos 130 dias após o transplante, variando de
acordo com a variedade, estação de crescimento e tratos
culturais;
Apresentam a vantagem de protelação da colheita >>>
A colheita pode ser adiantada ou retardada, mas pode trazer
alguns problemas como a deterioração, abertura, enrijecimento e
rachadura da cabeça e florescimento da planta.
RENDIMENTO
Media mundial 20 e 25 t/ha
Brasil está entre 30 a 35 t/há
Ocorrem picos de produção de até 55
t/ha, geralmente no outono, quando as
cabeças são maiores;
O repolho roxo e crespo possuem
menor capacidade de produção.
TIPOS E PROCEDIMENTOS DE COLHEITAS
Colheita Manual
A cabeça é forçada para o lado e cortada na região do caule rente
a ultima folha;
Desbaste das folhas doentes, descoloridas ou com lesões, que
causam depreciação do produto, deixando na cabeça de 4 a 7
folhas pra a proteção comercial;
Deve-se evitar machucaduras que causam escurecimento e
ressecamento do tecido, conferindo péssimo aspecto ao produto.
COLHEITA MECÂNICA
Exige alto grau de uniformidade na cultura, diâmetro,
alinhamento das cabeças nas fileiras, uniformidade de
maturação e comprimento do caule sem folhas;
Dois tipos de colhedeiras mecânicas:
Que cortam as cabeças rente ao solo;
Arrancam as plantas do solo;
Separam a cabeça do resto da planta, num processo
de trilhagem feito na máquina.
ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE
Estocagem é comum em paises de clima temperado;
Cultivares adaptadas a estocagem, galpões isentos de
goteiras, ventilado, sem focos de condensação de umidade;
Colocar em prateleiras superpostas e espaçadas entre si;
Colheita volumosa
>>> as cabeças são estocadas em
montes dentro galpão e cobertas com palha;
Controle da temperatura e umidade, através de ventilação
natural ou forçada.
Estocagem Climatizada
A refrigeração do repolho reduz sensivelmente as
perdas por transpiração, respiração e incidência de
doenças;
A temperatura ideal para estocagem é de 0ºC, com
umidade relativa de 90 a 95%.
Nestas condições, o repolho pode ser armazenado
de 3 a 6 meses.
DOENÇAS NO ARMAZENAMENTO
Condições desfavoráveis podem desenvolver várias doenças;
Botrytis, Rhizopus, Colletotrichum, Erwinea, Alternaria e
Pseudomonas;
Botrytis é a principal doença causando aumento de gastos com
mão de obra para realizar a retirada das folhas estragadas
antes de efetuar a comercialização;
Evitar doenças: efetuar a colheita em períodos secos, cuidando
para evitar ferimentos;
Colocar gelo moído nas caixas de armazenamento.
TRANSPORTE
No Brasil se perde de 10 a 20%;
EUA estas perdas não chegam a 10%;
Basicamente caminhões: em caixas de papelão, sacos de
aniagem ou polietileno de 25 a 32kg;
A granel, exige que o veiculo tenha a carga protegida com lona,
para que não haja ação do sol, chuva e outros fenômenos
meteorológicos sobre a carga;
Transporte aéreo: utilizado quando o produto assume cotações
elevadas, períodos de entre safra européia.
PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
Chucrute
É pouco difundida no Brasil;
Preparações caseiras em regiões de nítida influencia
européia;
É resultado da fermentação aneróbica das folhas de
repolho onde o açúcar é convertido em ácidos lático;
Fermentação mantida em condições de ausência de
oxigênio sendo preservada da deterioração.
Processamento mínimo
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