PCN de 1ª a 4ª série Parâmetros Curriculares Nacionais Fáceis de entender ■ Não se aprende Geografia com decoreba ■ Ensine seus alunos a ler os mapas ■ Mostre como o homem muda a natureza Geografia A Geografia não pára de mudar A partir dos anos 80, a forma tradicional de ensinar Geografia no primeiro grau começou a ser questionada. O que se argumenta é que, quando os professores se limitam a descrever as paisagens naturais e a pedir aos alunos que decorem os elementos que as formam, eles não fornecem dados suficientes para que os estudantes sejam capazes de entender as transformações do mundo em que vivem. Ao se relacionar com a natureza, o ser humano está sempre produzindo mudanças. E elas só podem ser compreendidas se integrarmos a Geografia Física e a Geografia Humana a outros campos do saber, como a Sociologia e a Biologia. Essa integração é o que se busca no ensino atual da Geografia. Uma disciplina para ver na prática A Geografia não é a única disciplina que utiliza a observação, a descrição, a comparação Leonardo Carneiro Você pode fazer seus alunos perceberem os diferentes espaços geográficos em que vivemos e a explicação, mas talvez seja a área que mais necessita desses procedimentos para ser bem compreendida. Muitas vezes, a descrição é vista como única forma de interpretação da paisagem e é definida como a “descrição da Terra”. Mas descrever é apenas um dos momentos do aprendizado e, como a observação, constitui um ponto de partida para a leitura e a explicação da paisagem. Para permitir que seus alunos construam esses procedimentos, o professor deve planejar a realização de excursões e a utilização de mapas, fotografias, imagens aéreas e de TV. As aulas descritivas são necessárias, mas não suficientes para que se compreenda a dinâmica de uma paisagem. É preciso, ainda, explicar e localizar no espaço geográfico seus componentes e compará-los com os de outras paisagens. Alunos associam figuras aos países na aula de Geografia: observação prática Revele o mundo pela força das imagens O uso de fotos, vídeos e desenhos é essencial no ensino da Fotos Gustavo Lourenção Geografia. Com esse material podem-se, por exemplo, comparar as características da vegetação da Amazônia e as da Floresta Negra européia. Ou as das estepes africanas e as da caatinga. “A exploração da fotografia facilita a percepção visual e permite a observação de paisagens distantes”, explica a professora Elizabeth Popp, da Universidade de São Paulo (USP). Fotos de revistas e jornais, cartões-postais ou desenhos são fáceis de achar e fornecem imagens que não existem nos livros didáticos. “É possível obter imagem de tudo”, diz Elizabeth. Com esses recursos, ela propõe aos alunos que encontrem imagens relacionadas aos conteúdos ensinados, à descrição de paisagens e à observação do modo de vida de pessoas que moram em outros lugares. Um mapa ilustrado do Brasil ajuda os alunos a fazer uma associação entre áreas específicas do país e suas características econômicas, sociais, culturais ou étnicas PCN 1ª a 4ª série - 19 Não há fórmulas prontas sobre o construtivismo. No entanto, um de seus princípios é o de que a aprendizagem acontece se os conteúdos se aproximam da realidade do aluno. O professor tem o papel de orientador, motivador. O caráter multidisciplinar da Geografia e um professor disposto a motivar sua turma a ligar os conteúdos à realidade farão dela uma disciplinachave para esse trabalho. A prática construtivista considera as percepções dos estudantes sobre o lugar onde vivem como o ponto inicial da aprendizagem. Um exemplo: as crianças da cidade identificam o trânsito como uma característica do lugar. O professor pode aproveitar essa percepção para pesquisar as mudanças no cenário urbano local. “Será que sempre houve esse trânsito? Como era na época de seu avô?” Tais questões podem gerar um projeto de estudo. ? 20 - PCN 1ª a 4ª série Convide as crianças para dar um mergulho na paisagem A visita a um lugar ou o contato com uma paisagem por meio de fotografias, leituras, vídeos ou relatos permitem abordar muitos conteúdos da Geografia. As crianças consideram essas atividades prazerosas. Com as duas iniciativas, a identificação de aspectos sociais, culturais e naturais dos espaços geográficos torna-se mais fácil. Os alunos podem começar sua pesquisa a partir de observações do próprio cotidiano, sobre como o bairro em que vivem é organizado, quais os trajetos que percorrem. Outras atividades, como a análise de músicas regionais e de obras literárias ou entrevistas com pessoas de outras regiões, são também preciosas. Como uma mesma imagem pode ser descrita de várias maneiras por diferentes observadores, a comparação das interpretações das músicas, textos e depoimentos permitirá o confronto de idéias, interesses e valores – o que é muito útil para perceber os problemas enfrentados no bairro ou na cidade, no passado e no presente. Os alunos dos dois primeiros ciclos devem desenvolver as seguintes habilidades: No primeiro ciclo ■ Saber observar como a sua comunidade lida com as diversas manifestações da natureza e compreender que elas, muitas vezes, determinam a maneira pela qual o espaço em que a criança vive é ocupado. Por exemplo, a orientação de um rio pode ser a principal causa da forma como a população se distribuiu na cidade. ■ Conhecer e comparar a natureza da paisagem local com a de outros lugares. ■ Reconhecer semelhanças e diferenças nas formas pelas quais os diferentes grupos sociais lidam com as manifestações da natureza, relacionando atitudes desses grupos com o trabalho, hábitos cotidianos e lazer. Um exemplo: o verão para os moradores da cidade pode significar que é chegado o período de férias, na praia. Na área rural, é a época das chuvas essenciais para a lavoura. ■ Utilizando imagens e textos, observar e descrever a paisagem e conhecer pontos de referência para se deslocar com autonomia e representar os lugares onde vivem. ■ Espera-se que eles adquiram uma atitude responsável em relação à preservação da natureza. ■ Ser capazes de utilizar a linguagem oral e ilustrações para observar e descrever a paisagem. Lições tiradas da lama essa riqueza natural com desdém: o manguezal servia como depósito de lixo, suas árvores eram cortadas e a profissão de pescador do mangue, tratada como uma atividade sem importância. A situação mudou quando o professor Carlos Antônio de Oliveira mobilizou os alunos e professores da cidade. Os professores estudaram o manguezal e Alunos pesquisam o manguezal: ambiente respeitado E m Maragogipe, a 200 quilômetros de Salvador, boa parte da população vive dos caranguejos, peixes e Marcio Lima Pluralidade Língua Cultural Portuguesa Geografia Meio Ambiente Ciências Naturais Educação Física Saúde Orientação Sexual História Matemática Arte Ética Como relacionar o construtivismo com a Geografia? mariscos que tira do manguezal que circunda a cidade. Mesmo assim, até há pouco, os moradores tratavam passaram a freqüentá-lo com seus alunos. Juntos, todos limparam a área, semearam árvores e passaram a controlar seu crescimento e o dos animais que voltaram a viver na lama. As aulas começaram a ser dadas diretamente no local. “Hoje eu sei que o manguezal não é lixo, mas um lugar de onde tiramos nosso alimento”, aprendeu a aluna Thaís de Araújo Souza. A certeza das crianças contagiou a cidade. Hoje todos se empenham em preservar sua paisagem natural. Dica Consiga imagens antigas e novas de um lugar conhecido de seus alunos. Peça a eles que comparem as mudanças na paisagem. Essa atividade será uma chance de discutir como e por que elas ocorreram e que alterações trouxeram para a comunidade. ■ Saber empregar a observação, a descrição, o registro, a comparação, a análise e a síntese no uso das informações de fontes escritas e de imagens. Utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações, sabendo indicar direção, distância e proporção. Os mapas são as ferramentas básicas da Geografia. Copiar e colorir mapas, escrever nomes de rios e cidades ajuda a memorizar e ensina a representar o espaço geográfico. ■ Dica No segundo ciclo ■ Os alunos devem reconhecer e comparar o papel da sociedade e da natureza nas diferentes paisagens urbanas e rurais brasileiras. ■ Identificar semelhanças e diferenças entre os modos de vida no campo e na cidade; perceber como são as relações de trabalho, as construções e moradias, os hábitos, o lazer e a cultura. ■ Conhecer as relações entre o mundo urbano e o rural e os contatos que sua coletividade estabeleceu com as de outros lugares no passado e e permanecem no presente. ■ Saber o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes nas paisagens urbanas e rurais e na vida em sociedade. ■ Entender algumas conseqüências das transformações da natureza causadas pelo homem, no local e em paisagens urbanas e rurais. Simule uma situação de “caça ao tesouro”. Divida a turma em grupos e entregue a cada um deles um pedaço de cartolina numerada que representará o tesouro. Cada equipe esconde seu tesouro numa área delimitada e entrega as indicações, em forma de texto, à equipe adversária. Depois de encontrar o tesouro, os grupos deverão representar o caminho percorrido em um mapa. ■ Valorizar o uso da tecnologia para preservar o ambiente e melhorar a qualidade de vida. ■ Ter uma atitude responsável em relação ao meio ambiente, reivindicando o direito de todos à vida em um espaço preservado e saudável. ■ Respeitar os modos de vida de diferentes grupos sociais; saber como se relacionam com o espaço e a paisagem onde vivem. ■ Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas conseqüências em diferentes espaços e épocas. Fotos Biô Barreira Voando sobre os mapas Vôo panorâmico: aula com aviãozinho de papel O professor Fernando Carraro, do Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, faz a imaginação de seus alunos voar durante as aulas. Carraro simula um vôo em um avião sobre mapas de várias regiões brasileiras para apresentar-lhes as convenções cartográficas. O professor grava uma fita simulando a linguagem dos aeronautas e fala de cidades, hidrografia, vegetação, relevo, recursos minerais, transportes, população, agricultura, turismo, economia e conflitos em garimpos e terras indígenas. Os alunos participam ativamente da viagem com um aviãozinho de papel e um mapa que reproduz o desenho dos instrumentos dos aviões. O professor vai ditando as coordenadas geográficas e pontos cardeais das direções O professor Fernando Carraro e sua turma: uma viagem inesquecível que devem ser seguidas, enquanto descreve as paisagens e os acidentes que está “sobrevoando”. Na Região Norte, por exemplo, os alunos acompanham o encontro das águas do Rio Negro e do Solimões, o Pico da Neblina, os garimpos no Araguaia uma viagem inesquecível. Como posso evitar que minhas aulas sejam soníferas, mesmo contando apenas com o quadro-negro e o giz? Não é difícil tornar as aulas de Geografia mais interessantes para os alunos. Você pode ter, na sala, só quadro-negro e giz. Mas certamente sua escola está em uma comunidade que tem muito que contar. Os funcionários mais antigos da escola, os moradores do bairro, a família de seus alunos têm lembranças e informações que indicarão para as crianças como era aquele lugar e as transformações que o deixaram como é hoje. Velhas fotos, jornais antigos e até mesmo mapas e plantas do bairro que os moradores podem ter guardado em alguma gaveta servem como preciosas fontes de informação. São documentos que permitem a interação entre Geografia e História no estudo do lugar. ? PCN 1ª a 4ª série - 21 Pluralidade Língua Cultural Portuguesa Geografia Saúde Educação Física Ciências Naturais Meio Ambiente ? Orientação Sexual História Matemática Arte Ensinar que os grupos sociais estabelecem diferentes formas de viver em um determinado lugar é um dos objetivos da Geografia. Isso pode ser feito por meio de um estudo no qual as crianças pesquisem modos de vida distintos do seu. Se os alunos vivem em uma grande cidade, podem estudar como é a vida das crianças que moram na beira de um rio na Floresta Amazônica. E um indiozinho? Para ele, qual é a diferença entre viver na aldeia ou na cidade? As respostas para essas questões estão em livros, revistas, jornais, na Internet... É fundamental que os alunos relacionem seu modo de vida com o do grupo social estudado e compreendam a importãncia de respeitar e valorizar as diferenças que 22 - PCN 1ª a 4ª série Mapas ajudam a compreender processos históricos mapas. O professor deve criar situações em que, gradualmente, os alunos aprendam mais sobre a linguagem da representação cartográfica. Pode-se, por exemplo, aproveitar idéias que eles já têm sobre como distribuir os móveis em um cômodo ou pedir que desenhem um “mapa do tesouro”. O professor poderá fazer novas exigências, como a criação de legendas ou a manutenção da proporcionalidade nos desenhos. Deve-se lembrar também que a leitura de mapas incentiva a dedução a partir de um conhecimento que as crianças já possuem sobre o espaço representado. Não se pode esquecer que a função da linguagem cartográfica é exatamente a de comunicar. E é em situações comunicativas que a aprendizagem acontece. A representação do espaço geográfico é muito importante para que os alunos compreendam fenômenos e processos históricos e sociais. Para ensiná-la, o professor deve trabalhar, simultaneamente, a leitura e a produção de mapas. Não é necessário saber ler mapas para produzi-los. Além disso, os alunos dos primeiros ciclos ainda não conhecem todos os aspectos da linguagem cartográfica. No entanto, mesmo sem que dominem proporcionalidade ou símbolos sistematizados, eles podem desenhar Pesquise as diferenças e as semelhanças entre a vida urbana e a rural Os alunos podem compreender melhor as relações do homem com a natureza estudando as paisagens urbanas e rurais e os diferentes modos de ser, viver e trabalhar dos grupos sociais dos dois ambientes. Eles podem pesquisar como a vida se organiza em diferentes regiões brasileiras, a interdependência entre as áreas urbanas e rurais e os limites dos recursos naturais. Uma sugestão interessante é observar a utilização de diferentes meios de transporte. Há lugares onde se anda a cavalo, de barco ou a pé e outros onde o trânsito gera graves problemas, provocando congestionamentos, acidentes e poluição. Outros aspectos ainda podem ser discutidos, como os problemas ambientais e de saúde, na cidade e no campo. “Alfabetização” cartográfica – O mapa da mina Fotos Luis Gomes Ética Como trabalhar a Pluralidade Cultural em Geografia? Representação da sala: primeiro em maquete,... . E ntender mapas não é nada fácil para as crianças. Sem a ajuda do professor, elas acabam tendo problemas para relacionar esses “desenhos” a um espaço, conforme explica a especialista paulista em cartografia infantil Rosângela Doin de Almeida. O professor, ensina Rosângela, deve fazer um trabalho com o uso de termos do cotidiano, como “na frente”, “atrás”, “à direita” e “à esquerda”, para indicar a direção, a orientação e a distância dos objetos no espaço. O pulo-do-gato é fazer as crianças entenderem que mapas são representações bidimensionais e reduzidas de grandezas tridimensionais. Uma boa maneira de conseguir isso é construir uma maquete da classe e representá-la em uma planta baixa. O conceito de proporção também é visualizado com ...depois em uma planta baixa esse exercício. Qual a melhor forma de usar fitas de vídeo nas aulas de Geografia? Alguns critérios de avaliação devem ser definidos para que o professor possa planejar a continuidade dos estudos em função dos conhecimentos que os alunos já adquiriram: Vídeos são um recurso motivador. Mas é preciso seguir alguns mandamentos antes de exibi-los: 1. Não mostre a fita a seus alunos sem examiná-la antes; 2. Habitue-se a parar a fita, retroceder imagens e usar seu conteúdo como complemento de outras explicações apresentadas antes e durante a aula; 3. Proponha uma série de questões para ser respondidas após a apresentação. Assim, o aluno assistirá à fita como um pesquisador que sabe o que quer descobrir; 4. Promova um debate em que se estabeleçam relações entre os conteúdos conhecidos antes e depois da exibição; 5. Não improvise. A apresentação deve ser parte de seu planejamento, e não uma atividade feita ao acaso. Evite passar uma fita apenas porque ela chegou No primeiro ciclo ■ Os alunos devem ser capazes de identificar, em seu cotidiano, manifestações da relação entre sociedade e natureza. Com esse critério é possível avaliar se o estudante entendeu a idéia de interdependência entre a sociedade e a natureza e também se ele sabe identificar os aspectos dessa relação na paisagem e no lugar onde vive. ■ As crianças devem saber comparar as características da paisagem local com as de outros lugares. Aqui, devem ser verificadas a capacidade de observar, descrever e comparar os componentes sociais e naturais da paisagem e a aptidão de perceber como os vários espaços que a compõem surgiram ao longo do tempo. ■ Ler, interpretar e representar o espaço usando mapas simples. Os alunos precisam mostrar que são capazes de representar as características de um espaço e Jardim Como avaliar o aproveitamento escolar de sua turma de delimitar suas vizinhanças com o emprego de elementos da linguagem cartográfica. No segundo ciclo ■ Os estudantes devem saber explicar como acontece a interação entre as regiões urbanas e rurais no Brasil, utilizando a comparação de elementos sociais e naturais que as compõem. A vida no campo é diferente da vida na cidade. A avaliação segundo esse critério deve levar em conta a capacidade da criança de observar, descrever e compreender as relações de sua coletividade com o campo e com outras cidades. ■ Os alunos devem conseguir distinguir as semelhanças e as diferenças entre os modos de vida nas cidades e no campo. Para saber se eles sabem reconhecer essas Alexandre Belem Aprende-se de tudo nas ruas Jeanne e sua turma: Geografia nas ruas do Recife A cidade do Recife é pontuada por ilhas, canais, bacias, pontes, praias e rios. “Ela constitui um prato cheio para o ensino da Geografia”, explica a professora Jeanne Amália de Andrade Tavares, que percorreu com seus alunos de 2ª série vários bairros da cidade. A intenção era mostrar a diversidade urbana. “Em cada bairro o espaço é ocupado de maneira diferente, o relevo e a história de cada região têm variações, nem as pessoas são as mesmas.” Nas visitas, os alunos descobriram a geografia política da cidade. “Os bairros da região norte são mais pobres do que os da região sul.” As crianças marcavam em um papel os detalhes mais significativos da paisagem. Uma ponte, um braço de rio, uma avenida mais larga... Depois as marcações eram comparadas com um mapa da cidade e o deslocamento realizado se traçava. Em outra ocasião, Jeanne Amália invertia o processo e os alunos, mapa na mão, checavam os locais por onde passavam. Nessa atividade a turma teve contato com as convenções cartográficas, como as cores e os símbolos usados nos mapas. ? PCN 1ª a 4ª série - 23 ? 24 - PCN 1ª a 4ª série características, o professor deve observar se levam em conta os tipos e o ritmo de trabalho, as moradias, a organização e a distribuição da população, seus hábitos, expressões culturais e lazer. ■ Reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes para as sociedades urbanas e rurais. As necessidades dos grupos sociais que vivem no campo e nas cidades são diferentes. O professor deve verificar se seus alunos compreendem os motivos que levam esses grupos a desenvolver novas técnicas e tecnologias e os benefícios e prejuízos que elas podem trazer. ■ Fazer relações entre as ações da sociedade e suas decorrências para o meio ambiente. Todas as ações do homem têm conseqüências para a natureza. Os alunos devem ser capazes de compreender como essas transformações acontecem, no campo e na cidade. ■ Conhecer alguns símbolos da linguagem cartográfica para representar paisagens. Algumas das convenções dessa linguagem são importantes para a leitura de mapas simples, maquetes e roteiros. Os alunos devem saber utilizá-las na representação de direção, distâncias, proporções, legendas ou pontos cardeais. Eles também devem ser capazes de fazer comparações e sobreposições entre as informações de mapas com diferentes temas: relevo, clima, distribuição de população e outros. ■ Observar, descrever, explicar e comparar paisagens urbanas e rurais. No segundo ciclo, os alunos devem estar aptos a observar, descrever, explicar, comparar e representar paisagens urbanas e rurais. Esses são os requisitos para a interpretação de imagens e de paisagens. No entanto, eles devem saber que essa primeira leitura pode ser questionada, comparada e enriquecida com pesquisas feitas posteriormente. Os truques didáticos do professor Wilson C omo explicar o crescimento vertical das metrópoles para jovens de uma cidade do interior como Cruzeiro (no Vale do Paraíba, em São Paulo), onde quase não há prédios? “Com um elástico”, responde o professor Wilson Mendes dos Santos Filho. Ele forma um círculo com seus alunos, prende-os com um elástico e pede que se afastem uns dos outros. O elástico estica, arrebenta e é remendado. Colocam-se cada vez mais crianças Alice Hattori Imagine a torcida brasileira em um estádio. Nem todos os torcedores se conhecem, mas estão ligados pelo amor aos mesmos esportistas e ao Brasil que representam. Eles estão unidos, também, por costumes parecidos e se identificam pela maneira como torcem e têm as mesmas lembranças, interesses e aspirações. Afinal, gritam pela vitória de “sua” seleção. A imagem de uma torcida facilita a compreensão do que é uma nação, um agrupamento de pessoas ligadas por sua origem, tradições e histórias, unidas por seu modo de vida, lembranças e, muitas vezes, por uma mesma língua. O conceito de país é diferente. O país é a região, a terra, o espaço físico habitado por uma coletividade. Tomando-se o exemplo acima, a nação seria a “torcida” e o país, o “estádio”. Ilustrações Jardim Pluralidade Língua Cultural Portuguesa Geografia Meio Ambiente Ciências Naturais Educação Física Saúde Orientação Sexual História Matemática Arte Ética Como explicar a diferença entre país e nação? transformam o espaço de acordo com seus interesses em momentos históricos, Wilson organiza uma visita ao museu da cidade, que surgiu no ciclo do café. Para checar a atual situação da região, a turma entrevista Wilson em ação: urbanização explicada com um elástico pescadores e faz redações que registram do professor Wilson. “Eu no círculo. “Logo elas a degradação do Rio procuro mostrar como a percebem que para Paraíba e a precária Geografia se relaciona todos caberem é preciso saúde da população com outras disciplinas.” levantar os braços”, pobre que vive no Vale Para explicar como as explica. Um truque do Paraíba. sociedades ocupam e simples, mas eficiente