>>Atas CIAIQ2015 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 1 Influência do ambiente da sala de recuperação pós-anestésica sobre os pacientes em período pré-operatório Environmental influence of post-anesthetic recovery room on the patients in the preoperative period Leticia Silva de Araújo, Poliana Rodrigues Vilas Boas, Leila de Fátima Santos, Lilian Machado Torres Curso de Enfermagem da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil [email protected] Resumo — A Sala de Recuperação Pós-Anestésica destina-se à recuperação cirúrgica. No entanto, é comum que indivíduos em pré-operatório permaneçam nesse mesmo ambiente. Os objetivos do estudo foram conhecer a percepção do indivíduo que aguarda sua cirurgia no mesmo espaço destinado aqueles já operados e propor melhorias que garantam a qualidade da assistência perioperatória. Pesquisa de natureza exploratória, com abordagem qualitativa que entrevistou 53 pacientes que aguardaram cirurgia junto aos pacientes operados, entre abril e junho de 2014, num hospital de Belo Horizonte/MG. Optou-se pela entrevista semi-estruturada, com respostas gravadas. Bardin foi o referencial para a análise do discurso. Resultados evidenciaram sentimentos relacionados à indiferença; incômodo; tranquilidade; felicidade; e comoção pela dor do outro. Torna-se relevante conhecer esta percepção para qualificar e humanizar, bem como procurar alternativas para melhorias na estrutura física. I. INTRODUÇÃO O período denominado perioperatório compreende um momento crítico para o indivíduo que será submetido a um procedimento cirúrgico, quando então estará exposto a riscos e complicações diversos, sendo necessária assistência especializada por parte das equipes médica e de enfermagem [1]. Os profissionais envolvidos devem trabalhar em harmonia utilizando de forma eficiente e eficaz seus conhecimentos, habilidades e competências com foco assistencial na qualidade e livre de danos [2]. O bem-estar do paciente cirúrgico é o objetivo principal no pré-operatório, momento caracterizado por níveis variados de estresse e sentimentos que podem intereferir em seu estado emocional [3]. Também fazem parte desta etapa avaliações e checagens a partir das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a cirurgia segura. Já o período pósoperatório deve estabelecer um plano de recuperação que ressalte todas as preocupações sobre a recuperação [2]. Palavras Chave – Sala de Recuperação; Enfermagem de Centro Cirúrgico; Cuidados Pré-operatórios. Abstract — The Post-Anesthetic Care Unit is a place for the recovery of postoperative patients. However, it is common for patients in the preoperative period coexist simultaneously in the same environment. The objectives of the study were to know the individual’s perception of joint waiting and propose improvements for the assurance of patients’ care in the operating room. This is an exploratory research with a qualitative approach that interviewed 53 patients who stood next the surgery patients operated, between April and June/2014, in a hospital in Belo Horizonte/MG. We opted for the semi-structured interview and recorded answers. Bardin was the reference for the analysis of discourse. Results showed that were evident feelings related to indifference; tranquility; uncomfortable; happiness and excitement for the pain of others. It’s important to know them and seek alternatives about physical structure. Na estrutura atualmente conhecida dos espaços cirúrgicos encontra-se a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA), quase sempre adjacente às salas de cirurgia, que teve inicio em 1801 na Inglaterra. Desde então, sua principal característica é proporcionar um ambiente tranquilo, com equipamentos necessários apenas para o suporte do paciente pós-operado, visando à recuperação desses indivíduos e a prevenção e o diagnóstico precoce de possíveis complicações relacionadas com os atos cirúrgico e anestésico [4]. A Resolução de nº 50 da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, preconiza a obrigatoriedade da existência, além da SRPA, de uma sala para a recepção de pacientes no Centro Cirúrgico [5]. Apesar disso, algumas instituições hospitalares também utilizam o espaço destinado Keywords – Recovery Room; Operating Room Nursing; Preoperative Care. 189 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 1 >>Atas CIAIQ2015 ao período pós-operatório para acomodar pacientes que ainda se encontram na fase pré-operatória, o que pode aumentar seu nível de ansiedade e estresse, como pode ser constatado numa publicação sobre a relação entre a orientação pré-operatória e a sensação de insegurança dos pacientes [6]. Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte/MG, sob o nº 4.595/2014. III. O estudo utilizou a população de 53 pacientes que antes de sua cirurgia aguardaram no mesmo espaço físico do centro cirúrgico, destinado aos pacientes em pós-operatório imediato. Desses, 69,8% eram do sexo masculino e 30,2% do sexo feminino. Quanto à idade o número de representantes foi ligeiramente maior na faixa etária de 41 a 60 anos, correspondendo a 35,8% do total de participantes. Os objetivos do presente estudo foram conhecer a percepção do paciente que aguarda a sua cirurgia no mesmo espaço destinado aqueles já submetidos a procedimentos cirúrgicos e propor melhorias que visem à manutenção do bemestar e a garantia da qualidade da assistência prestada nesse ambiente cirúrgico. Os resultados poderão contribuir para a formação de profissionais mais atentos ao cuidado perioperatório, bem como discutir sob o ponto de vista gerencial os procedimentos adotados para melhor qualificar a assistência perioperatória. II. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em relação ao número de cirurgias realizadas por especialidade, houve uma maior ocorrência de cirurgias ortopédicas (43,4%), seguidas pelas cirurgias gerais (28,3%). Os procedimentos realizados em ambas as especialidades foram classificados como de média complexidade. METODOLOGIA A partir da leitura exaustiva das falas, utilizando-se a identificação dos sujeitos por meio da letra “P” (paciente), seguida de número natural exclusivo para cada um deles, foram realizados recortes de discursos semelhantes. Cada pesquisador realizou o processo de leitura e recortes individualmente e, em seguida, se reuniram para a análise conjunta. Tais recortes agrupados por semelhança no discurso, puderam ser convertidos em cinco categorias que refletem sentimentos relacionados à indiferença, percepção de algum incômodo, experiências de tranquilidade, felicidade e comoção, descritos e analisados a seguir. Trata-se de pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, por meio de análise do discurso, realizada em um hospital universitário na cidade de Belo Horizonte-MG. Trabalhou-se com a população dos 53 pacientes que aguardaram a sua cirurgia no mesmo espaço físico que acomodou os indivíduos em pós-operatório imediato, entre abril e agosto/2014. Foram incluídos sujeitos com idade igual ou superior a 18 anos que aguardaram pelo procedimento cirúrgico na SRPA juntamente com aqueles já operados, e que concordaram em participar da pesquisa. Foram excluídos aqueles que não possuíam capacidade física e/ou mental para responder às questões, indivíduos que tiveram alta hospitalar no mesmo dia do ato cirúrgico, e os que foram encaminhados para unidades de tratamento intensivo no pós-operatório imediato. Aqueles que receberam alta no mesmo dia e os encaminhados para unidades de terapia intensiva foram excluídos porque não estariam disponíveis no momento definido para a realização das entrevistas. A coleta de dados aconteceu no dia seguinte à cirurgia, à beira do leito, gravada em mídia-player, após o consentimento do sujeito. O instrumento utilizado para a entrevista semi-estruturada foi um roteiro contendo questões inerentes aos objetivos do estudo e outras perguntas complementares referentes às possíveis circunstâncias momentâneas da interlocução. O limite para a inclusão de novos participantes aconteceu após a saturação dos dados, ou seja, quando percebeu-se o alcance dos objetivos propostos. A análise dos dados ocorreu após a transcrição das entrevistas, utilizando-se o referencial para análise do discurso de Bardin [7], em relação à pecepção dos pacientes sobre a espera para sua cirurgia no mesmo espaço físico onde se encontravam pacientes já operados. O rigor do estudo se deu por meio da obediência aos critérios de inclusão e exclusão em relação aos pacientes que realmente permaneceram na SRPA aguardando sua cirurgia; da realização das entrevistas sempre no mesmo momento pós-operatório; do seguimento do roteiro de questões previamente estabelecidas para o estudo e, finalmente, pelo fato de que a realização das entrevistas, sua transcrição e análise terem sido de exclusiva responsabilidade das pesquisadoras envolvidas. A pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade A. Sentimentos de Normalidade/Indiferença em relação à estrutura No periodo pré-operatório o paciente cirúrgico pode apresentar um alto nível de estresse que, por sua vez, pode torná-lo vulnerável e dependente. Esse estado de estresse, muitas vezes, tem relação com a desinformação quanto aos procedimentos da cirurgia, da anestesia e sobre os cuidados a serem realizados, podendo estar relacionado, também, com o grau de complexidade da cirurgia [3,6]. Nenhum dos pacientes relatou a desinformação, no entanto, ficou evidente, a partir de alguns relatos, que o ambiente foi indiferente frente ao momento vivenciado pelo paciente: “Não tive problema, o local não atrapalhou.” (P1) “Normal, não muda muita coisa.” (P2) “Não, pra mim foi tranquilo, não teve isso de falar que se eu estivesse estivesse em outro lugar seria melhor não. Ambiente bem tranquilo, não teve transtorno nenhum não.” (P14) “Não, eu acho que era o lugar ideal.” (P15). A percepção dos cuidados é influenciada pela expectativa dos usuários. Dessa forma, essa indiferença pode ser associada à expectativa com relação ao serviço. Como se, previamente, o vivenciado significasse o que se esperava encontrar na SRPA[8]. Essa hipótese é reforçada através do seguinte relato: “Achei normal, dentro do tratamento do SUS eu achei normal.” (P19). Observa-se uma tendência em afirmar que não se percebeu a influência da espera conjunta, talvez na tentativa de se acreditar nisso, em função de um resultado já positivo, 190 >>Atas CIAIQ2015 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 1 considerando que as entrevistas aconteceram cerca de 24 horas após o momento vivido. Em pesquisa que procurou analisar a cultura de segurança em centro cirúrgico de um hospital universitário do sul do Brasil, sob ponto de vista dos seus profissionais [1], os resultados apontaram que os enfermeiros em especial tem papel importante na acolhida dos indivíduos em pré-operatório no ambiente cirúrgico. Outro estudo afirma que o bem-estar do indivíduo deve constituir o principal objetivo dos profissionais que assistem o paciente cirúrgico, pois, no período préoperatório, é comum que desenvolvam sentimentos que afetam negativamente em seu estado emocional [3]. B. Percepção de que algo causou incômodo O bem-estar e a segurança do paciente no período que antecede o ato cirúrgico deve ser o foco dos profissionais ao se voltarem para as ações e cuidados específicos de cada cirurgia [3]. Apesar do ambiente ser indiferente para muitos no momento pré-cirúrgico, alguns indivíduos sentiram-se incomodados em compartilhar o mesmo espaço com os pacientes pós-operados, relatando sentimentos de tensão, de medo e constrangimento em relação à exposição: Observou-se uma tendência, que independe do local da experiência, em acreditar no profissional assistente e esperar dele todas as informações que assegurem tranquilidade, bemestar e redução da sensação de medo. “Fiquei mais tensa. Mudei a posição que estava sentada, virei para o outro lado e fiquei de costas para o rapaz. Eu estava de frente, virei às costas para ficar virada para a porta.” (P5) “Fiquei um pouco nervosa e com frio na barriga.” (P6). D. Felicidade por certificar-se do sucesso Alguns pacientes conseguiram encarar a espera conjunta com aqueles já operados como algo benéfico, relatando felicidade ao ver o resultado positivo desses pacientes, o que proporcionou alívio e serviu como uma espécie de estímulo para eles. Evidenciou-se tal fato através de relatos, como: Também percebeu-se, que a invasão do espaço pessoal fere a dignidade do indivíduo, que demostra constrangimento, vergonha e embaraço. O pudor do sujeito é um cuidado básico para garantir o conforto social que deverá ser mantido em todas as situações, pois o paciente sempre se preocupa com a preservação da sua privacidade [9]. Evidenciou-se pelo discurso a seguir preocupação com a vestimenta que levava à exposição do corpo, com os pertences, ou seja, com aquilo que representa a individualidade: o corpo e objetos pessoais: “Aliviou pelo fato de já estar com medo, fiquei tranquilo quando a moça que já operou conversou comigo.” (P16). O medo é certamente um dos sentimentos vivenciados em função do desconhecimento da situação futura a ser enfrentada. Pode causar insegurança e ansiedade [10]. Aqueles que aguardam pelo procedimento cirúrgico tendem a sofrer transformações físicas bem como psíquicas como forma de reação imediata a pensamentos e/ou experiências cirúrgicas, o que pode acarretar sentimentos de fragilidade e incertezas. Em contrapartida, vivenciar o sucesso alheio frente ao ato cirurgico pode minimizar possíveis angústias e proporcionar o surgimento de sentimentos positivos como confiança e esperança, o que contribui para a sua melhora [11]. “Pra mim foi péssimo por causa da veste que a gente estava, estava bem dizer nua, tanto os homens como as mulheres. Nós ficamos com as costas de for a e misturados no pós, com gente para entrar, sacola na mão, porque eles não deixam os parentes buscarem aquela roupa que a gente tirou, então eu estranhei muito, porque sempre quando eu venho, a gente interna aqui embaixo, depois eles buscam a gente. E desta vez foi super constrangedor, eu não gostei não, mas fui bem tratada, sabe? Não maltrataram, não falaram nada, mas eu fiquei constrangida.” (P8). E. Sentimentos de Comoção Existem ainda aqueles que ficam condoídos pela dor e sofrimento dos pacientes pós-operados. Um estudo [12] demonstrou que, embora singular para quem a sente, a dor, por ser uma experiência humana e uma realidade coletiva, pode ser de certa forma, compartilhada. Dessa forma, frente à dor do outro, pode haver comoção com maior ou menor intensidade, constatado pelos seguintes relatos: Estudo que caracterizou os cuidados de enfermagem realizados ao paciente cirúrgico no período pré-operatório de cirurgias eletivas aponta o desafio da adequação de maior qualidade aos cuidados, levando-se em consideração suas reais necessidades, avaliadas individualmente, com a participação do paciente, e fundamentadas em bases teórica [3]. Torna-se importante avaliar as expectativas do indivíduo em relação ao momento vivido, aos objetos pessoais e presença de familiares, assim como o número de pessoas durante o tempo de espera. “Fiquei com dó porque chegou à menina chorando.” (P18) “Tinha que ter um lugar para quem está esperando para fazer a cirurgia e quem já fez a cirurgia.” (P9) “Seria bom outra sala, ali tem muita gente, tudo saindo da operação, não é muito combinado.” (P10). C. Experiência de de tranquilidade O sentimento de tranquilidade também pôde ser observado pela calma, pelo menos aparente, relatada pelos sujeitos frente à situação, principalmente quando relacionada à certeza da tranquilidade e segurança dos profissionais assistentes, o que para eles é um fator que pode ter influência sobre os sentimentos vivenciados. Percebe-se comoção, mas, ao mesmo tempo o indivíduo sugere ambientes diferenciados, em função do que viu e ouviu enquanto esperava. A OMS nas orientações destinadas aos procedimentos cirúrgicos seguros enfatiza que independente da complexidade existem etapas e cuidados críticos, cada um deles com oportunidades para falhas que poderiam causar injúrias nos pacientes cirúrgicos [2]. Torna-se relevante resgatar a base “Tranquilo. Vai muito do profissional que passa a tranquilidade para o paciente, até para a evolução no decorrer do procedimento.” (P4). 191 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 1 >>Atas CIAIQ2015 científica dos cuidados pré-operatórios adequados a cada paciente, de acordo com suas necessidades [3]. privacidade e conforto para o indivíduo que aguarda por sua cirurgia. Na instituição onde se deu o presente estudo não ocorrem visitas pré-operatórias da enfermeira do centro cirúrgico para orientações sobre as condutas, espaços e procedimentos, além do esclarecimento de dúvidas que amedrontam os pacientes. Torna-se importante salientar que novos estudos dessa natureza são necessários e viriam a contribuir para a discussão das condições perioperatórias e das ações que envolvem um cuidado cirúrgico mais qualificado. O uso de camisolas pouco privativas, o tempo de permanência em salas de pré-operatório, a possibilidade de percepção de queixas de dor de outros pacientes, incluindo crianças, e as informações necessárias ao momento vivido deveriam fazer parte de tais pesquisas. Consideram-se pontos fortes da pesquisa o fato de levantar questões pertinentes ao cotidiano dos profissionais de saúde, especialmente aqueles envolvidos com o período perioperatório, tão aclamado nas publicações referentes à segurança do paciente. Além disso, os resultados podem embasar os processos de tomada de decisões que qualificam o cuidado cirúrgico. Para Kruse et al. [6] avaliar práticas desenvolvidas são determinantes para que não se tornem banalizadas pela repetição e ritualização próprias do dia-a-dia. AGRADECIMENTOS Agradecemos aos indivíduos que expuseram seus sentimentos e percepções e também à colega Valéria Boffa e Silva que contribuiu na coleta de dados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A percepção e experiência dos indivíduos tem sido cada vez mais utilizadas como indicadores na avaliação da qualidade da assistência prestada [8]. [1] T. C. Corregio, L. N. Amante, and S. F. F. Barbosa, “Avaliação da cultura de segurança do paciente em centro cirúrgico,” Rev. SOBECC, vol. 19, n. 2, pp. 59-60, 2014. [2] Organização Mundial da Saúde – OMS, “Segundo desafio global para a segurança do paciente: cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS),” Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009, disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_cirurgia_ salva_manual.pdf . [3] B. E. B. Christóforo, and D. S. Carvalho, “Cuidados de enfermagem realizados ao paciente cirúrgico no período pré-operatório,” Rev esc enferm USP, vol. 43, n. 1, pp. 14-22, 2009. [4] A. P. P. Passos, “O cuidado de enfermagem ao paciente cirúrgico frente ao ato anestésico,” Persp online: biol & saúde, vol. 6, n. 2, pp. 14-19, 2012. [5] Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC nº 50: Dispõe sobre Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 2002. [6] M. H. L. Kruse, et al., “Orientação pré-operatória da enfermeira: lembranças de pacientes,” Rev, Eletr. Enf. [Internet], vol. 11, n. 3, pp. 494-500, 2009, disponível em http://hdl.handle.net/10183/85274. [7] L. Bardin, Análise de Conteúdo, 4ª ed, Lisboa: Edições 70, 2002. [8] G. C. Gouveia, W. V. Souza, C. F. Luna, C. L. Szwarcwald, and P. R. B. Souza Junior, “Satisfação dos usuários com a assistência de saúde no estado de Pernambuco, Brasil,” Cienc Saude Coletiva, vol. 16, n. 3, pp. 1849-1861, 2011. [9] R. M Santos, et al., “A enfermeira e a nudez do paciente,” Rev bras enferm, vol. 63, n. 6, 2010. [10] J. P. Silva, and M. L. Garanhani, “Osignificado do cuidado perioperatório para a criança cirúrgica,” Rev Eletr Enf [Internet], vol. 13, n. 2, 2011, disponível em http://www.fen.ufg.br/revistav13/n2/v13n2a12.htm [11] C. E. P. Sampaio, D. A. Ribeiro, C. B. Marta, H. C. Seabra Junior, E. R. C. Martins, and M. T. R. Francisco, Fatores determinantes da ansiedade e mecanismos de coping em procedimentos cirúrgicos gerais,” J. res: fundam. care.on line, vol. 5, n. 4, pp. 547-555, 2013. [12] C. A. Sarti, “A dor, o indivíduo e a cultura,” Saúde e sociedade, vol. 10, n. 1, pp. 3-13, 2001. As limitações remetem ao fato do estudo ter sido realizado em uma única instituição de saúde, o que pode não refletir outras realidades. Também a realização das entrevistas no dia seguinte à experiência vivida, em função da exiguidade de espaço na sala de recuperação, quando então os sujeitos já se encontravam na condição de pós-operados, pode ter modificado a percepção do período pré-operatório na SRPA. IV. CONCLUSÕES Os resultados demonstraram diversidade e riqueza de sentimentos, percepções e experiências relacionados à espera da cirurgia no mesmo espaço físico destinado à recuperação pós operatória. Envolvem desde indiferença, sensação de estar incomodado com a experiência, até tranquilidade na certeza de uma boa assistência, a alegria por ter acontecido tudo como esperado, além dos sentimentos de comoção com a situação dos outros. São resultados que devem ser considerados não somente em relação às questões legais, mas, principalmente para a qualificação e humanização do cuidado. O local onde se deu o estudo possui espaço limitado que, no entanto, não impede adoção de medidas que modifiquem ou amenizem o convívio acima descrito. O estudo de novo lay out de ocupação de espaços no ambiente cirúrgico poderia proporcionar a criação de um espaço exclusivo para o préoperatório imediato. Uma segunda possibilidade seria conduzir os pacientes para o Bloco Cirúrgico apenas no momento da cirurgia, diretamente do quarto para a sala cirúrgica, evitandose assim, o encontro com pacientes operados e consequente espera conjunta na SRPA. E, por fim, na impossibilidade desse transporte para a sala de cirurgia no exato momento da cirurgia, a utilização de biombos fixos/móveis ou cortinas poderia minimizar o desconforto da espera simultânea e garantir maior 192