Brasil

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Brasil
FRENTE 1
MÓDULO 19
Urbanização: Evolução e Conceitos
1. HÁBITATS
Genericamente são os locais de habitação, de
moradia dos seres vivos. No caso do homem, há dois
tipos de hábitats: o rural e o urbano.
❑
Hábitat rural
O local de habitação é o campo; a relação econômica se dá com o setor primário da economia (agricultura, pecuária, caça, pesca etc.). No Brasil, há dois
tipos:
• Disperso
As habitações se encontram distantes entre si,
podendo ser ordenadas (quando seguem um eixo de
orientação) ou desordenadas (quando não há eixo).
• Aglomerado
As habitações estão próximas entre si, denotando
vizinhança. Há basicamente quatro tipos:
a) Nucleados, quando as habitações se aglomeram dentro de grandes propriedades.
b) Povoados, quando as habitações se encontram
próximas entre si dentro de pequenas propriedades.
c) Colônias, quando as habitações estão dentro
de pequenas ou grandes propriedades, mas são constituídas por imigrantes.
d) Aldeias, quando formações características da
Europa Medieval persistem em algumas regiões.
❑
Hábitat urbano
As habitações se distribuem pelas cidades (no
Brasil, segundo o IBGE, a sede dos municípios). As residências são mais próximas, e as relações sociais são
mais intensas, bem como a mobilidade social. No Brasil,
a urbanização começou a se intensificar na década de
1930, com o governo de Getúlio Vargas, que incentivou
a industrialização, provocando contínuo êxodo rural em
direção às cidades. O crescimento desordenado das cidades causa diversos problemas, como ausência de
moradias, desemprego, marginalidade econômica,
insegurança, comprometimento da infraestrutura, entre
outros.
atividade que não era urbana) e as planejadas ou artificiais (que são criadas artificialmente com base em
um plano previamente estabelecido). Tipos de cidades
espontâneas:
• feitorias: São Vicente, Cabo Frio.
• defesa: Fortaleza, Manaus, Belém.
• missões religiosas: São Paulo, Guarapari.
• mineração: Ouro Preto, Cuiabá.
• entroncamento ferroviário: São Roque,
Bauru.
❑
Posição geográfica
As cidades são classificadas de acordo com o
fenômeno geográfico que condiciona a sua estrutura.
Exemplos:
• fluvial: Juazeiro, Porto Alegre, Manaus.
• marítima: Rio de Janeiro, Santos.
• litorânea: Cubatão, ltabuna.
• interiorana: Campinas, Bauru, Uberaba.
❑
Sítio urbano
Refere-se às características do espaço no qual a
cidade se estabeleceu. Assim, temos:
• acrópole ou colina: São Paulo e Salvador.
• planície: Manaus, Belém e Santarém.
• planalto: Brasília e Cuiabá.
• montanha: Ouro Preto e Campos do Jordão.
• insular: São Luís, Vitória, Florianópolis.
❑
Função urbana
As cidades são classificadas quanto à principal
função exercida, avaliada pelo PIB. Exemplos:
• comercial: São Paulo, Campina Grande.
• industrial: Volta Redonda, Sorocaba.
• religiosa: Aparecida, Juazeiro do Norte.
• administrativa: Brasília, Florianópolis.
• estação de saúde: Campos do Jordão,
Águas de Lindoia.
• turística: Guarujá, Parati.
• portuária: Santos, Rio Grande.
❑
2. CLASSIFICAÇÃO DE CIDADES
❑
Origens
São as formas pelas quais a cidade surge. Há dois
tipos: as espontâneas ou naturais (provêm de uma
Hierarquia urbana
Convencionou-se classificar as cidades pelo grau
de influência que exercem sobre uma determinada
região, ou mais precisamente por sua capacidade de
polarização do espaço. Essa área de influência recebe
a denominação, no Brasil, de região polarizada. Assim,
– 85
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as cidades passaram a ser classificadas, segundo sua
maior ou menor capacidade de polarização do espaço,
em metrópoles nacionais e regionais, capitais
regionais e centros regionais.
❑
Megacidades
As megacidades são aquelas que apresentam mais
de 10 milhões de habitantes, e as cidades globais são
os centros da economia mundial.
❑
Cidades globais
As cidades globais são definidas por sua forte
influência econômica regional e internacional. Sendo
modernos centros financeiros e sedes de grandes
corporações multinacionais, as cidades globais
coordenam a economia globalizada e irradiam o
progresso tecnológico pelo planeta. Há 55 centros
urbanos que podem ser considerados cidades globais,
e a maioria está concentrada nas nações mais ricas do
mundo, como Nova Iorque, Londres e Tóquio. São
Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles globais.
❑
Tecnópole (Tecnopolo)
3. REGIÕES METROPOLITANAS
Foram criadas por leis federais de 1972 e 1973, com
o objetivo de permitir o planejamento integrado dos municípios que compunham as regiões metropolitanas. São
elas:
Porto Alegre: compõe-se de 28 municípios, somando 3,6 milhões de habitantes. Sua influência estende-se a Santa Catarina e para além das fronteiras com
a Argentina e o Uruguai.
Curitiba: a área metropolitana é constituída por
25 municípios, com 2,7 milhões de habitantes. Sua
influência estende-se a Santa Catarina e à fronteira com
o Paraguai.
São Paulo: a maior metrópole do Brasil, com
cerca de 17,8 milhões de habitantes em 2000. Sua
enorme variedade de serviços torna-a uma das mais
influentes do Brasil, abrangendo uma área que compõe
o sul de Minas, o norte do Paraná, o Mato Grosso do
Sul, o Mato Grosso, Rondônia e sul de Goiás. Possui 39
municípios conurbados.
Rio de Janeiro: com 19 municípios, possui cerca
de 10 milhões de habitantes e estende sua influência
pelo sul de Minas Gerais e Espírito Santo. Exerce
grande influência cultural.
Vitória: passa a ser considerada metrópole em
1995; exerce influência nas fronteiras próximas de Minas e sul da Bahia. Possui 1,4 milhão de habitantes e é
constituída por seis municípios.
Belo Horizonte: com 33 municípios e 4,8 milhões
86 –
de habitantes, tem parte de sua influência subtraída por
São Paulo e Rio de Janeiro. Atinge o norte de Minas, sul
da Bahia e proximidades de Goiás.
Brasília: é reconhecida como metrópole em 1998,
constitui-se das cidades-satélites do Distrito Federal.
Sua influência estende-se a Goiás, Mato Grosso e
Tocantins.
Salvador: metrópole baiana, é formada por dez
municípios e possui 3,0 milhões de habitantes. Sua influência estende-se ao interior dos Estados nordestinos,
atingindo também Sergipe.
Recife: metrópole com 14 municípios e 3,3 milhões
de habitantes, estende sua influência a Alagoas, ao sul,
e a Paraíba e Rio Grande do Norte, ao norte.
Fortaleza: no Ceará, essa metrópole estende sua
influência ao Piauí e Maranhão. É formada por 13 municípios e possui cerca de 2,9 milhões de habitantes.
Belém: metrópole regional de maior área de influência que se estende por toda a região amazônica, atingindo todos os Estados da Região Norte. Possui a
menor população entre as metrópoles regionais (cerca
de 1,7 milhão de habitantes) e apenas cinco municípios
conurbados.
Apesar de definidas conceitualmente como o resultado da integração política, econômica e administrativa
entre duas ou mais cidades, as regiões metropolitanas, segundo a Constituição brasileira, podem ser
“constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, com o objetivo de integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum”.
4. NOVA CLASSIFICAÇÃO DA
HIERARQUIA URBANA BRASILEIRA
Nos últimos anos, o IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística realizou estudos sobre a rede
urbana brasileira, dos quais derivou uma nova forma de
classificação das cidades, segundo seu papel na economia do País ou, mais especificamente, na diversidade
de suas atividades econômicas, na concentração de
centros de decisão e, consequentemente, em sua
capacidade de polarização do espaço.
Três estruturas distintas foram identificadas geograficamente na rede urbana brasileira: o Centro-Sul,
o Nordeste e o Centro-Norte, que se diferenciam
pelo nível do adensamento de suas redes de cidades e
pelo grau de complementaridade entre os núcleos
urbanos que as compõem.
Insertos nessas três estruturas, há 12 sistemas
urbanos regionais que delimitam as áreas de
influência das cidades mais importantes, onde as
demais cidades, sob sua influência direta, vão buscar
bens e serviços, como educação e saúde.
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Nessa nova proposta de classificação, foram identificadas ainda 111 cidades, que constituem os centros
mais dinâmicos e influenciam a distribuição e a
evolução dos municípios pelo território nacional.
Essas 111 cidades, segundo o estudo do IBGE,
estão assim classificadas:
Metrópoles diferenciadas, quanto ao nível de
influência, em três categorias:
• metrópoles globais: São Paulo e Rio de
Janeiro;
• metrópoles nacionais: Porto Alegre, Curitiba,
Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília;
• metrópoles regionais: Campinas, Belém e
Goiânia.
Centros regionais: Campo Grande, Ribeirão
Preto, Cuiabá e São José dos Campos.
Atualmente, o IBGE reconheceu 26 regiões metropolitanas, conforme a tabela a seguir.
POPULAÇÃO DAS REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL EM 2009
Região
No. de habitantes
01. São Paulo (SP)
20.878.703
02. Rio de Janeiro (RJ)
11.894.156
03. Belo Horizonte (MG)
5.119.288
04. Porto Alegre (RS)
4.158.376
05. Recife (PE)
3.737.565
06. Salvador (BA)
3.471.572
07. Fortaleza (CE)
3.494.689
08. Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE)
3.352.276
09. Curitiba (PR)
3.326.566
10. Campinas (SP)
2.938.148
11. Belém (PA)
2.195.536
12. Goiânia (GO)
1.939.516
13. Baixada Santista (SP)
1.774.665
14. Vitória (ES)
1.625.587
15. São Luís (MA)
1.270.688
16. Natal (RN)
1.143.321
17. Maceió (AL)
1.089.182
18. Norte/Nordeste Catarinense (SC)
1.026.301
19. Florianópolis (SC)
916.315
20. Londrina (PR)
747.854
21. Vale do Aço (MG)
663.073
22. Vale do Itajaí (SC)
638.846
23. Maringá (PR)
574.202
24. Foz do Rio Itajaí (SC)
475.589
25. Carbonífera (SC)
424.747
26. Tubarão (SC)
424.591
Total
79.301.352
– 87
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MÓDULO 20
As Regiões Metropolitanas do Brasil
As regiões metropolitanas foram instituídas, na
década de 1970, por Leis Complementares Federais. A
Lei Complementar 14, de 8 de junho de 1973, criou: São
Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador,
Recife, Fortaleza e Belém; a Lei Complementar 20, de
1o. de julho de 1974, instituiu o Rio de Janeiro.
Atualmente, as 26 regiões metropolitanas concentram 413 municípios, habitados por aproximadamente
Estados
AL
BA
CE
DF
ES
GO
MA
MG
PA
PR
PE
RJ
RN
RS
SC
SP
Regiões
Metropolitanas
RM de Maceió
RM de Salvador 1
RM de Fortaleza 1
Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito
Federal e Entorno (Ride) 2
RM de Vitória
RM de Goiânia
Grande São Luís
RM de Belo Horizonte 1 e 3
RM do Vale do Aço 3 e 5
RM de Belém 1
RM de Curitiba 1
RM de Londrina
RM de Maringá
RM de Recife 1
RM do Rio de Janeiro 1
RM de Natal
RM de Porto Alegre 1
RM de Florianópolis 4
RM do Vale do Itajaí 4
RM do Norte/Nordeste
Catarinense 4
RM da Foz do Rio Itajaí 4
RM Carbonífera 4
RM de Tubarão 4
RM de São Paulo 1
RM da Baixada Santista
RM de Campinas
81 milhões de pessoas, ocupando menos de 2% do
território nacional e 40% da população do Brasil.
❑
Regiões Metropolitanas do Brasil
No quadro a seguir, são listadas as regiões
metropolitanas do Brasil e respectivos Estados,
legislação, data de criação, número de municípios
integrantes e município-sede:
LCE 18/98
LCF 14/73
LCF 14/73
LCE 94/98
Data de
Criação
19/11/1998
08/06/1973
08/06/1973
19/02/1998
No. Atual de
Municípios
11
10
13
21
LCE 58/95
LCE 27/99
LCE 38/98
LCF 14/73
LCE 51/98
LCF 14/73
LCF 14/73
LCE 81/98
LCE 83/98
LCF 14/73
LCE 20/74
LCE 152/97
LCF 14/73
LCE 162/98
LCE 162/98
LCE 162/98
21/02/1995
30/12/1999
12/01/1998
08/06/1973
30/12/1998
08/06/1973
08/06/1973
17/06/1998
17/07/1998
08/06/1973
1.o/07/74
16/01/1997
08/06/1973
06/01/1998
06/01/1998
06/01/1998
6
11
4
34
26
5
25
6
8
14
20
6
31
22
16
20
Vitória
Goiânia
São Luís
Belo Horizonte
Ipatinga
Belém
Curitiba
Londrina
Maringá
Recife
Rio de Janeiro
Natal
Porto Alegre
Florianópolis
Blumenau
Joinville
LCE 221/2002
LCE 221/2002
LCE 221/2002
LCF 14/73
LCE 815/96
LCE 870/2000
06/01/1998
09/01/2002
09/01/2002
08/06/1973
30/07/1996
19/06/2000
9
10
18
39
9
19
Itajaí
Criciúma
Tubarão
São Paulo
Santos
Campinas
Legislação
Município-Sede
Maceió
Salvador
Fortaleza
Brasília
IBGE, Censo Demográfico 2000. Elaboração: Emplasa, 2000.
1
2
3
4
5
Uma das nove primeiras regiões metropolitanas instituídas no País, em 1973 e 1974.
A Ride é composta de municípios dos Estados de Minas Gerais e Goiás e do Distrito Federal.
Não inclui o Colar Metropolitano da Região Metropolitana de Belo Horizonte, instituído pela LCE 56, de 12/1/2000, e o Colar
Metropolitano da Região Metropolitana do Vale do Aço, criado pela LCE 51, de 30/12/98.
Inclui o Núcleo Metropolitano e a Área de Expansão Metropolitana.
A lei que criou a Região Metropolitana do Vale do Aço não define qual é o município-sede, mas Ipatinga é o município-polo da
Região.
88 –
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❑
Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo
Regiões Metropolitanas
Área, População e PIB
São Paulo
Campinas
Baixada Santista
Complexo
Metropolitano
Expandido
Área
Km2
Estado (%)
Brasil (%)
8 051
3,24
0,09
3 673
1,48
0,04
2 373
0,95
0,03
42 737
17,18
0,50
População 2009
Habitantes
Estado (%)
Brasil (%)
20 878 703
46
10,50
2 638 148
6,30
1,40
1 676 820
4,00
0,90
26 294 408
71,13
15,51
Produto Interno
Bruto 2000
US$ Bi
Estado (%)
Brasil (%)
99,10
47,60
16,70
25,00
12,00
4,20
7,40
3,60
1,20
165,10
79,30
27,70
IBGE, IGC, Secretaria de Estado da Fazenda e Estimativa Emplasa – DIF/CIE.
Elaboração: Emplasa – CIE / CMC – 2002.
Grande São Paulo
Indústria diversificada, polo financeiro consolidado, centros de produção científica e produção tecnológica.
Região Metropolitana da Baixada Santista
Formação pré-metropolitana. Diversificação e especialização em fase inicial. Polo turístico.
Região de Campinas
Indústrias modernas e produção de tecnologia de ponta, tecnopolos. Grandes centros universitários.
MÓDULO 21
Agricultura
1. IMPORTÂNCIA
❑ Histórica
– até 1940 a agricultura era a principal fonte de renda
do Brasil. Durante praticamente três séculos, o Brasil
produziu cana de açúcar e, por um século, café; só a
partir dos anos 40, diversificou sua produção.
– atualmente, a agricultura é responsável por cerca de
14% do PIB nacional.
– emprega cerca de 20% da mão de obra ativa do país.
– mostra uma relação cada vez mais intensa com a
atividade industrial, passando a depender das atividades urbanas. Pode-se mencionar, atualmente, a agroindústria, na qual a indústria fornece insumos (máquinas,
adubos, irrigação) e o campo fornece matéria-prima.
2. FATORES NATURAIS
❑
Relevo
Nosso relevo planáltico e ondulado exige cuidados,
mas não chega a ser um empecilho à produção.
– 89
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❑
Clima
O clima tropical do Brasil faz que predominem
culturas como o café, a cana, o cacau, o milho ou o
algodão. Mas a porção sul de nosso território, com climas subtropicais, permite também culturas temperadas
como o trigo, a uva, a soja, entre outros. Além disso,
com a tropicalização, alguns produtos, como a soja ou
o trigo, passam a ser cultivados em áreas tropicais.
Maior problema climático: os altos índices de chuva.
d) Adubação: recolocação de nutrientes artificialmente para recuperar um solo lixiviado.
❑
Solo
É a camada superficial da rocha que se decompôs
devido à ação do clima e das bactérias. Os solos férteis
do Brasil cobrem cerca de 4% do território nacional.
Os principais solos férteis do Brasil são:
a) Massapé: surge no litoral oriental do Nordeste,
resultado da decomposição do calcário, de cor preta,
profundo, lixiviado, onde se cultiva cana desde o século
XVI;
b) Terra roxa: aparece no interior do Centro-Sul
do Brasil, resultado da decomposição do basalto. De
cor avermelhada, foi descoberto por plantadores de
café. Atualmente, planta-se cana neste solo;
c) Solo de várzea: surge em maior ou menor
escala junto aos rios, sendo formado por aluviões. De
cor cinza ou preta, é utilizado para culturas adaptadas
a ambientes úmidos, como o arroz.
Problemas:
a) Erosão: destruição mecânica dos solos pela
ação das enxurradas, desde que estejam desprotegidos. Anualmente, perdem-se toneladas de solos férteis. Pode provocar problemas como a voçoroca;
b) Lixiviação: empobrecimento do solo pela ação
da água que “lava” os nutrientes, carregando-os para
as camadas inferiores;
c) Laterização: formação de uma crosta no
horizonte superior do solo pelo acúmulo de óxidos de
ferro e alumínio, transportados para a superfície pela
evaporação.
Soluções:
a) Proteção: a prevenção é a melhor atitude. Protegendo-se o solo pela manutenção da cobertura vegetal original, evita-se o problema. Pode-se lançar mão do
reflorestamento.
b) Curvas de nível: técnica de cultivo que segue
as curvas das montanhas, permitindo um melhor escoamento da água sem provocar erosão.
c) Terraceamento: em terrenos muito inclinados,
corta-se a montanha em patamares para evitar a
erosão.
90 –
3. A DISTRIBUIÇÃO DAS TERRAS NO
BRASIL
No Brasil, há aproximadamente 6 milhões de
propriedades. Dessas, 51,3% ocupam um total de 3,8%
da área agrícola disponível, em estabelecimentos conhecidos como minifúndios (propriedades com área
inferior ao módulo rural, ou seja, incapazes de produzir
seu sustento e progresso socioeconômico, geralmente
com área inferior a 10 ha). Por outro lado, há os latifúndios (propriedades 600 vezes maiores do que o módulo
rural da região, ou seja, com mais de 1.000 ha), que representam apenas 1% das propriedades, mas que
abrangem aproximadamente 43% da área disponível.
Segundo o IBGE, estabelecimento agropecuário é
todo terreno de área contínua, independente do
tamanho ou situação (urbana ou rural), formado de uma
ou mais parcelas, subordinado a um único produtor,
onde se processa uma exploração agropecuária, ou
seja: o cultivo do solo com culturas permanentes e
temporárias, inclusive hortaliças e flores; a criação,
recriação ou engorda de animais de grande e médio
porte; a criação de pequenos animais; a silvicultura ou
o reflorestamento e a extração de produtos vegetais.
Essa má distribuição de terras é acompanhada por
um processo de concentração cada vez mais intenso,
devido à mecanização, à expulsão do pequeno agricultor e ao avanço das frentes agrícolas. Isto fez surgir
figuras como:
a) o Sem-Terra, também conhecido como
posseiro, que invade propriedades com o objetivo de
produzir, mesmo sem o título da terra. Há no Brasil, hoje,
movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores
Sem-Terra), que realizam invasões para forçar o governo a
promover a reforma agrária.
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b) o Grileiro, aquele que falsifica títulos de propriedade e vende-os como se fossem autênticos.
Propriedades Rurais
A modernização da agricultura, nas últimas
décadas, implicou na agregação de maior tecnologia e
menor necessidade de novos espaços, embora a
fronteira agricola continue a se expandir. Se essa
tendência persistir – a do aumento da produtividade – o
discurso reformista, que questiona a estrutura agrária,
sobretudo fundiária perderá o sentido.
É verdade que o aumento da produtividade ocorre
em ritmo acelerado, e também que a agricultura adquire
cada vez mais caráter moderno e competitivo, mas
ainda está longe de predominar em todo o pais
propriedades produtivas, independente da dimensão,
geradoras de empregos diretos e indiretos. A estrutura
agrária e fundiária do jeito que ainda se apresenta é
fonte de problemas, no campo e nas cidades.
Distribuição de Terras
A questão fundiária no Brasil agravou-se com a
evolução da economia do país. Nos últimos 50 anos,
apesar do país ter se tornado urbano de forte inspiração
industrial, o campo ainda guarda resquícios de seu
período colonial.
A modernização da agricultura, a subordinação do
campo à cidade, a implantação e implementação da
agroindústria não solucionaram os graves problemas
sociais no campo relativos à má distribuição das terras.
Não era esse o objetivo da capitalização do campo. O
resultado é um número crescente de trabalhadores
rurais e desempregados sem acesso a terra.
O surgimento de inúmeros movimentos de sem-terra,
com destaque para o MST – Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra, passaram a se constituir elemento de
pressão sobre o governo e proprietários.
A modernização da agricultura produtiva e competitiva no plano internacional, não pode depender de
políticas demagógicas de distribuição fundiária, nem do
redirecionamento da produção visando apenas à
improdutiva geração de itens de subsistência.
As invasões de terras têm-se sucedido nos últimos
anos, aumentando os conflitos e as mortes pelo Brasil
afora.
A solução seria a reforma agrária, processo mediante o qual o governo desapropriaria as terras que
não estivessem sendo utilizadas (ou fossem usadas para a especulação), distribuindo-as aos sem-terra, além
de fornecer ajuda para o sucesso da reforma.
A reforma agrária já vem sendo discutida desde o
fim da Segunda Guerra Mundial, de acordo com a
seguinte cronologia:
– anos 40 e 50: criação de comissões para o estudo do caso, sem resultados palpáveis;
– 91
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– anos 60: primeiras tentativas feitas no governo de
João Goulart, abortadas pelo golpe de 64; em outubro
de 64, foi criado o INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, órgão responsável pelo
cadastramento das terras e aplicação do Estatuto da
Terra. Assentou famílias na Amazônia, mas teve atuação
incipiente nos anos 70;
– anos 80: em 1985, foi criado o Ministério da
Reforma Agrária, com a obrigação de aplicar o PNRA,
Plano Nacional de Reforma Agrária;
– 1988: a reforma agrária foi inscrita na Constituição, cabendo ao governo federal promovê-la; tal responsabilidade ficou a cargo do Ministério da Agricultura.
INCRA – Metas de Assentamentos para 2010
Assentamento:
120 mil famílias
92 –
NÚMEROS DE FAMÍLIAS ASSENTADAS
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4. SISTEMAS AGRÁRIOS
No Brasil, utilizam-se, de uma maneira geral, três
sistemas de produção, a saber:
❑
Extensivo
Também conhecido como roçado, dispõe de
grandes extensões de terra, que são subutilizadas,
pequena inversão de capitais, mão de obra familiar, às
vezes em esquema de mutirão, tecnologia rudimentar e
baixos rendimentos, produzindo para a subsistência ou
especulação; geralmente consiste em uma monocultura
(milho ou mandioca).
Sistema extensivo
– desflorestamento – coivara;
– esgotamento de solos;
– rotação de solos;
– pequeno rendimento;
– produção por homem;
– terra abundante.
Dentro do sistema extensivo, surge o termo “roça” ou
sistema itinerante, em que as técnicas utilizadas são
bastante rudimentares, com pouco ou nenhum adubo,
levando a terra ao esgotamento e, posteriormente, ao
abandono.
No Brasil, o sistema de roça é ainda encontrado,
apresentando, como resultado, uma agricultura de baixos
rendimentos e produção irregular.
❑
Intensivo
Trata-se da propriedade comercial, próxima a grandes centros, onde há disponibilidade de capitais, mas
as propriedades são pequenas. Utilizam-se de mão de
obra especializada e insumos agrícolas; as culturas são
diversificadas (policultura) e o rendimento é elevado,
voltado para o mercado urbano (consumo direto ou industrial).
Sistema intensivo
– uso permanente do solo;
– rotação de cultivos;
– fertilizantes;
– seleção de sementes;
– seleção de espécies;
– mecanização;
– grande rendimento;
– produção por hectare;
– mão de obra abundante e qualificada;
– terra escassa.
❑
Plantation
Introduzido no Brasil durante o período colonial.
Atualmente, é um sistema que dispõe de grandes
propriedades, nas melhores terras do País. Possui grande inversão de capitais, o que permite a aplicação de
tecnologia (insumos e mecanização); pode dispor de
mão de obra numerosa (desde a mais humilde até a
qualificada); apresenta um elevado rendimento e
produz uma monocultura tropical (café, cacau, cana de
açúcar etc.), voltada para o mercado exterior ou
industrial.
Plantation
– domínio geográfico: áreas tropicais;
– monocultura;
– grandes estabelecimentos;
– capitais abundantes;
– mão de obra numerosa e barata;
– alto nível tecnológico;
– trabalho assalariado;
– aproveitamento agroindustrial da produção;
– cultivos destinados à exportação;
– grande rendimento.
5. UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
Segundo o IBGE, as áreas dos estabelecimentos,
tendo como critério a sua ocupação, foram divididas
nas seguintes categorias:
❑
Lavouras permanentes
Compreendem a área plantada ou em preparo para
o plantio de culturas de longa duração, que após a
colheita não necessitem de novo plantio, produzindo
por vários anos sucessivos.
❑
Lavouras temporárias
Abrangem as áreas plantadas ou em preparo para
o plantio de culturas de curta duração (via de regra,
menor que um ano) e que necessitem, geralmente, de
novo plantio após a colheita; incluíram-se também
nessa categoria as áreas das plantas forrageiras destinadas ao corte.
❑
Terras em descanso
Terras habitualmente utilizadas para o plantio de
lavouras temporárias, que se encontram em descanso,
por prazo não superior a 4 anos em relação ao último ano
de sua utilização.
❑
Pastagens naturais
Constituídas pela áreas destinadas ao pastoreio do
gado, sem terem sido formadas mediante o plantio,
ainda que tenham recebido algum trato.
❑
Pastagens plantadas
Abrangem as áreas destinadas ao pastoreio e
formadas mediante plantio.
❑
Matas naturais
Formadas pelas áreas de matas e florestas naturais
utilizadas para extração de produtos ou conservadas
como reservas florestais.
❑
Matas plantadas
Compreendem as áreas plantadas ou em preparo
para o plantio de essências florestais, incluindo as áreas
ocupadas com viveiros de mudas dessas essências.
– 93
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 94
❑
Terras produtivas não utilizadas
Constituídas pelas áreas que se prestam à formação
de culturas, pastos ou matas e não estejam sendo
usadas para tais finalidades. Foram incluídas as terras
não utilizadas por período superior a 4 anos.
❑
Terras inaproveitáveis
Formadas por áreas imprestáveis para formação de
culturas, pastos e matas, tais como: areais, pântanos,
encostas íngremes, pedreiras etc., e as formadas pelas
áreas ocupadas com estradas, caminhos, construções,
canais de irrigação, açudes etc.
IBGE – Censo Agropecuário 2006.
7. PESSOAL OCUPADO
Segundo o IBGE, distinguem-se cinco categorias:
❑
Responsável e membros não
remunerados da família
O produtor ou o administrador responsável pela
direção do estabelecimento, recebendo quantia fixa ou
cota-parte da produção.
❑
IBGE – Censo Agropecuário 2006
.
6. EXPLORAÇÃO DA TERRA
No Brasil, explora-se a terra de maneira direta e indireta. Na exploração direta da terra, temos o próprio
proprietário explorando a sua terra. Cerca de 60% das
propriedades do Brasil são exploradas dessa maneira.
Na exploração indireta da terra, o proprietário cede
a sua terra para outros explorarem. Surge, então, o
arrendatário, que paga uma renda ao proprietário pela
utilização da terra. Ou então, o parceiro, que paga pelo
uso da terra com parte de sua produção. Estabelecemse, portanto, o meio (meeiro), o terço, o quarto, ou a forma
que o parceiro combinar com o produtor.
Quanto à utilização de mão de obra, nota-se no Brasil
o aumento do número de trabalhadores temporários,
dentre os quais se destaca o “bóia-fria” ou volante, que,
vivendo na periferia de pequenas e médias cidades, vai
trabalhar no campo mediante empreitadas. É um
trabalhador que é atingido pela mecanização do campo
e dificilmente é protegido pela lei.
94 –
Empregados permanentes
Pessoas contratadas para execução de tarefas permanentes ou de longa duração, mediante remuneração
em dinheiro ou em quantia fixa de produtos, inclusive os
membros das famílias dos empregados permanentes
que efetivamente os auxiliam na execução de suas
respectivas tarefas.
❑
Empregados temporários
Pessoas contratadas para execução de tarefas
eventuais ou de curta duração, mediante remuneração
em dinheiro ou sua equivalência em produtos, inclusive
os membros das famílias desses empregados que os
auxiliam na execução de suas respectivas tarefas.
❑
Parceiros
Pessoas diretamente subordinadas ao responsável,
que executam tarefas mediante recebimento de uma
cota-parte da produção obtida com seu trabalho (meia,
terça, quarta etc.), e os seus familiares que os ajudam
na execução das suas tarefas.
❑
Outra condição
Consideram-se todas as pessoas cujo regime de
trabalho difere do regime dos grupos anteriores, tais
como: agregados, moradores etc.
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 95
da iniciativa de defender a todo o custo a terra, por parte
dos grandes proprietários, têm aumentado o número de
mortes na zona rural. Por um lado, é verdade, algumas
invasões depredam o patrimônio de proprietários de
terras, mas o entendimento do problema fundiário como
caso de polícia está também longe dos verdadeiros
esforços para o entendimento, e ampliam o número de
óbitos no campo na luta por terra.
9. AGRONEGÓCIO
IBGE – Censo Agropecuário 2006.
Área dos estabelecimentos rurais,
segundo o estrato de área – Brasil 1985/2006
Estrato de
área
Área dos estabelecimentos rurais
(ha)
1985
Total
Menos de
10 ha
De 10 ha a
menos de
100 ha
De 100 ha a
menos de
1000 ha
1 000 ha e
mais
1996
2006
É a agricultura comercial de grande escala, com
modernas propriedades, alta tecnologia e produção em
larga escala, geralmente voltada para a exportação.
O Brasil está entre os maiores competidores
mundiais em agronegócio. É o maior produtor mundial de
café, laranja e cana de açúcar. E é o maior exportador de
carne bovina do mundo.
Agronegócio
PIB
Empregos
Exportações
Plano Agrícola 2009/2010
23,5%
31%
38%
R$ 80 bilhões
374 924 421 353 611 246 329 941 393
9 986 637
7 882 194
7 798 607
69 565 161
62 693 585
62 893 091
131 432 667
123 541 517
112 696 478
163 940 667
159 493 949
146 553 218
IBGE – Censo Agropecuário 1985/2006.
8. CONFLITOS
FUNDIÁRIOS E INVASÕES DE TERRAS
A estrutura fundiária desigual exclui um grande
contingente populacional do acesso a terra, com isso
intensificaram nos últimos anos os conflitos pela posse
da terra. As invasões de terra são instrumentos,
questionável, de pressão popular sobre as autoridades
e sobre os grandes proprietários improdutivos.
A Constituição de 1988 estabelece que são
passíveis de desapropriação as terras improdutivas,
mas define o que é produtividade. Esse impasse traz
grande insatisfação entre os sem-terras e intranquilidade entre proprietários, inibindo investimentos, que
podem refletir positivamente na área social.
Os conflitos fundiários no campo, devido ao recrudescimento da violência, da organização dos sem-terra e
O cultivo de lavouras de grãos aumentou mais de
50% no cerrado nos últimos cinco anos, por conta do
avanço do plantio nas pastagens degradadas e áreas
novas de cerrado. Esse aumento reflete uma das
principais transformações no campo nesta década, que
é o aumento da integração entre a criação de gado de
corte e o plantio de grãos. Este sistema reduz o custo de
manejo das duas atividades, além de aumentar a produtividade. Ele utiliza a mesma área para a lavoura durante
três anos e depois a transfere por um ano para a
pastagem. Assim, um quarto da propriedade é destinado
à criação de gado e o restante ao plantio de lavouras. No
verão planta-se soja e algodão e no inverno, milho e
aveia. O sistema tem garantido boa produtividade.
Na agricultura de precisão utilizam-se informações de satélites e computação para aumentar a eficiência no controle de pragas e doenças e no uso de
máquinas. O resultado é uma elevada produtividade.
– 95
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10. AGRICULTURA FAMILIAR
Caracterizada pelas pequenas propriedades onde
trabalham famílias inteiras, com no máximo dois empregados.
A agricultura familiar é a que mais cria empregos no
campo, 7 de cada 10, e é responsável, também, pela
maioria dos alimentos que abastecem a mesa do brasileiro, produzindo 84% da mandioca, 67% do feijão,
54% do leite, 49% do milho, 40% de aves e ovos e 58%
dos suínos.
PRONAF – o Programa Nacional de Fortalecimento
à Agricultura Familiar possui diversos planos de crédito
para o pequeno agricultor. Esses créditos têm duas
finalidades: custeio e investimento.
Os créditos de custeio são aqueles que se destinam à
compra de insumos, como adubos, sementes ou serviços.
Servem também para o plantio das lavouras ou para a
compra de rações para animais.
Os créditos para investimento são aqueles dirigidos
à compra de bens duráveis (tratores, máquinas e implementos) ou à realização de benfeitorias, como matrizes,
cercas, silos e estábulos.
MÓDULO 22
Agricultura – Pecuária
1. PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS
O Brasil destaca-se pela grande produção agropecuária. Apesar de o País não depender apenas da
exportação oriunda deste setor, este ainda é responsável pelo emprego de significativo percentual de ativos
e corresponde a segmento importante de nossa
balança comercial.
Dentre os produtos agrícolas brasileiros e seus
maiores produtores, merecem destaque:
❑
Lavouras permanentes
Algodão arbóreo
Brasil: Apenas 86,7 mil toneladas (2006) dos quais,
77,2 mil toneladas (90%) na Bahia.
96 –
Nos demais Estados do Nordeste a produção é
insignificante.
Banana
Brasil: 3,88 milhões de toneladas em 2006.
SC: 15,7%; SP: 15,2%; BA: 12,5%; CE: 11,8%; PE:
11,5% e MG: 8,7%.
Cacau
Brasil: 199,1 mil toneladas em 2006.
BA: 78%; PA: 14,5%; ES: 3,5% e RO: 2,9%.
Erva-mate
PR, RS, SC, MS.
Hévea
SP, MT, BA, MG, ES, MA.
Pimenta-do-Reino
Brasil: 78,7 mil toneladas em 2006.
BA: 40,2%; PA: 18%; PB: 11%; ES: 5,8%; CE: 4,2%.
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Café
Brasil: 2,36 milhões de toneladas em
2006.
MG: 53,8%; ES: 12,4%; SP: 11,7%; PR:
6,9%; BA: 6,2%.
Uva: Vinícula/Suco
Brasil: 576,1 mil toneladas em 2006. RS:
92%
Uva de mesa: 252,6 mil toneladas.
PE: 29%; SP: 31%.
Laranja
Brasil: valor da produção em 2006:
R$ 1,5 bilhão.
SP: 72%; GO: 4,1%; BA: 3,2%; RS: 2,9% e
MG: 2,5%
Arroz
❑
Lavouras temporárias
Algodão arbustivo ou herbáceo
Brasil: 2,35 milhões de toneladas.
MT: 52%; GO: 6%; MA: 4%; BA: 28%; outros: 10%.
Brasil: 9,44 milhões de toneladas em 2006.
RS: 57,1%; MA: 11,52%; SC: 9,3%; MT: 3,4%; PI: 3,2%;
PA: 2,7% e TO: 2,4%.
Juta
AM, PA.
Cana-de-açúcar
Brasil: 384,1 milhões de toneladas em 2006.
SP: 60,3%; AL: 8,2%; PR: 5,8%; MG: 5,2%; GO:
4,7%; PE: 4,3% e MT: 3,5%.
– 97
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Soja
Brasil: 40,7 milhões de toneladas em 2006.
MT: 26,2%; PR: 20,6%; RS: 18,3%; GO: 10,8%; MS:
7,48%; BA: 4,2% e MG: 4,0%.
Milho
Brasil: 42,8 milhões de toneladas em 2006.
PR: 22%; RS: 12%; MG: 11,8%; MT: 9,7%; SC: 9,7%;
GO: 6,9%.
2. A AGRICULTURA MODERNA DO BRASIL
Tabaco
Brasil: 1,1 milhão de toneladas em 2006.
RS: 40,4%; SC: 27,6%, PR: 26,5% e AL: 1,6%.
Feijão
Brasil: 3108,4 milhões de toneladas em 2006.
PR: 15,7%; BA: 12,2%; CE: 9,7%; RS: 60%, SP:
5,0% e AL: 4,5%.
Trigo
Brasil: 2,25 milhões de toneladas.
RS: 1,04 milhão de toneladas (46%).
PR: 948 mil toneladas (42%).
Mandioca
Brasil: 16,93 milhões de toneladas em 2006.
PR: 17,7%; PE: 14,9%; AL: 9,12%; MA: 8,2%; PA:
8,1% e BA: 7,7%.
98 –
Os investimentos estatal e privados no setor
agropecuário mudaram nos últimos anos o perfil da
agricultura brasileira, que amargava índices baixos de
produtividade, sofria com a falta de recursos e com a
precariedade da infraestrutura. No entanto, este
panorama mudou recentemente, sobretudo no que se
refere à produção voltada para a exportação.
Os agronegócios movimentam bilhões de dólares
anualmente. O mercado das commodities impôs a
necessidade de uma produção dinâmica, sob o risco
de, com o processo de globalização, o País perder
espaço no mercado internacional.
Os investimentos são múltiplos e múltiplas são as
áreas: biotecnologia, mecanização, desenvolvimento de
sistemas de escoamento mais eficazes, com destaque
para o transporte intermodal, aumento na capacidade de
armazenagem, qualificação da mão de obra, monitoramento por satélites da área plantada, correção do solo,
tecnologia na antecipação de manifestação climática,
usinagem, irrigação, calagem, enfim, a atividade agropecuária brasileira deixou de ser a agricultura da subsistência ou da plantation; a nova agricultura é moderna,
competitiva, otimizada por recursos e técnicas, mas não
resolveu suas contradições: ainda falta terra para quem
quer plantar, praticam-se ainda as queimadas; a erosão, a
lixiviação, a laterização, o voçorocamento ainda ameaçam
nossas safras.
IGBE, Censo Agropecuário 1995-1996.
IGBE, Censo Agropecuário 1995-1996.
IGBE, Censo Agropecuário 1995-1996.
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3. PECUÁRIA BRASILEIRA
Verificam-se no Brasil os seguintes tipos de criação:
Criação intensiva
Citam-se como características marcantes:
– áreas limitadas;
– rebanhos pouco numerosos;
– alto rendimento;
– aplicação de métodos científicos;
– destinada à produção de leite;
– proximidade dos grandes centros urbanos.
Ex.: Vale do Paraíba, sul de Minas Gerais etc.
Com produção geralmente destinada à produção
leiteira e laticínios, a criação intensiva ocorre a partir do
confinamento do gado em estábulos e currais,
utilizando-se de cuidados zootécnicos e veterinários,
ração balanceada, inseminação artificial e/ou induzida,
resultando em melhor rendimento do que a criação
extensiva. Destacam-se as raças de origem europeia,
como a holandesa, jersey e normanda; e as raças
associadas ao clima tropical de origem indiana: gir e a
mestiça gir-holanda.
❑
Principais áreas de criação leiteira
Sul de Minas: Guaxupé, Muzambinho, São Lourenço; Zona da Mata Mineira: Carangola,
Manhuaçu, no leste de MG; proximidades de Belo
Horizonte; Vale do Paranaíba, em GO, e
proximidades de Brasília e Goiânia; Vale do Paraíba
do Sul: entre São Paulo e Rio de Janeiro; em São
Paulo, a região de Limeira, Mococa e São João da Boa
Vista; Vale do Rio Itajaí-SC: Brusque e Blumenau e
proximidades de Porto Alegre.
No Nordeste, a principal região produtora é o
Agreste, onde a produção leiteira está associada tanto
a criação bovina quanto caprina.
Criação extensiva
Citam-se como características marcantes:
– grandes áreas;
– gado criado à solta;
– pastagens naturais;
– poucos cuidados zootécnicos e veterinários;
– baixo rendimento;
– destinada ao corte (carne);
– números de cabeças por hectare reduzidos.
Ex.: Triângulo Mineiro, Campanha Gaúcha etc.
O sistema extensivo, geralmente voltado para o
corte ou abate, é tradicionalmente associado às grandes
propriedades, onde a criação ocorre à solta (sem cerca),
em pastos naturais, com poucos cuidados zootécnicos e
veterinários, apresentando baixo rendimento.
Criação Semi-Intensiva
Após a 2.a metade da década de 1990, expandiu-se
o sistema semi-intensivo, vinculado à pecuária
melhorada, que utiliza a técnica do rastreamento do boi,
a inseminação artificial para o melhoramento genético
do plantel. Ex.: as raças zebuínas (indianas) – nelore e
guzerat, em regiões tropicais; raças europeias – santa
gertrudis, hereford, devon, em áreas de clima subtropical.
Principais áreas de criação extensiva e
semi-intensiva
Triângulo Mineiro (Uberlândia e Uberaba) e
centro-norte de MG (região de Montes Claros); Cerrado
de GO, MT e MS.
Oeste de SP (Araçatuba, Barretos, São José do
Rio Preto e Presidente Prudente).
Campanha Gaúcha–RS (Pelotas, Bagé e
Uruguaiana).
Pantanal Mato-Grossense, no MT (Cáceres) e MS
(Aquidauana, Nhecolândia, Corumbá).
Sertão do Nordeste (BA, PE, PI, CE) e Fronteira
Agrícola da Amazônia Meridional (Rondônia e sul
do Pará) e Oriental (Paragominas – PA, Ilha de Marajó)
e leste de Roraima.
❑
Principais rebanhos
A grande extensão territorial do Brasil, sua
variedade climática, grandes áreas revestidas de
pastagens naturais e o plantio de forragens e produtos
agrícolas que possam ser destinados à alimentação de
rebanhos favoreceram a atividade criatória no País.
Observe a quantidade de rebanhos existentes em 2005.
100 –
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Efetivo dos rebanhos
por região em 2005 (em milhares)
Região
Bovinos
Suínos
Ovinos
Caprinos
Brasil
207 156,7
34 063,9
15 588,0
10 306,7
Norte
41 489,0
2 100,0
481,5
154,7
Nordeste
26 969,3
7 090,0
9 109,6
9 542,9
Sudeste
38 943,9
5 956,3
606,9
252,1
Sul
27 770,0
15 090,7
4 452,5
242,7
C. Oeste
71 984,5
3 826,7
937,4
114,3
(Anuário estatístico IBGE, 2006.)
Brasil mantém liderança
no mercado mundial de carne
O desempenho da pecuária brasileira no mercado
externo, em 2004, deveu-se ao crescimento extraordinário das vendas para Rússia, Chile e alguns mercados
mais tradicionais, como União Européia e Oriente
Médio, o que foi possível graças ao excedente de
produção e aos preços competitivos da carne
brasileira. No caso da Rússia, o Brasil tornou-se o
principal fornecedor de carnes para aquele mercado.
MÓDULO 23
Fontes de Energia:
Modelo Energético Brasileiro; Petróleo
1. PETRÓLEO
Principais eventos históricos:
1896 – Primeira perfuração no interior de São Paulo.
1907 – Criação do Serviço Geológico e Mineralógico.
1937 – Descoberta de petróleo na Bahia, na região
do Recôncavo.
1938 – Criação do Conselho Nacional do Petróleo;
nacionalização das jazidas.
1953 – Criação do monopólio estatal e da Petrobras para gerir esses monopólios.
1975 – Criação dos contratos de risco, flexibilizando a prospecção.
1997 – instituida a lei que “quebra” o monopólio da
Petrobras que continua sob controle estatal. É criada a
ANP (Agência Nacional de Petróleo).
O Brasil ingressa no Grupo de 16 países que
produzem mais de 1 milhão de barris por dia.
2003 – Foi descoberto o campo de gás natural
Mexilhão, na Bacia de Santos.
2006 – É anunciada a autossuficiência do Brasil na
área petrolífera.
É descoberta uma grande bacia de petróleo, na camada chamada Pré-sal, que se estende desde o Espírito Santo até Santa Catarina e cujas futuras prospecções
poderão tornar o Brasil exportador de Petróleo.
2007 – O Governo confirma a gigante descoberta do
Campo de Tupi, na camada Pré-sal da Bacia de
Santos, e que dobrará as reservas petrolíferas do Brasil.
2008 – É divulgado o grande campo de Júpiter
encontrado na Bacia de Santos, na camada Pré-sal.
2. O “FIM” DO MONOPÓLIO
Nos anos 40 e 50, o Brasil assistiu a uma campanha
intitulada “O Petróleo é Nosso”, que pregava a estatização e o controle total sobre a produção de petróleo.
Vivia-se um período de nacionalismo exacerbado, e a
campanha desembocou na criação da Petrobras, em
3/10/53. Essa medida desgostou grupos defensores da
livre iniciativa, que queriam a atuação das multinacionais do petróleo no Brasil. Esses grupos ganharam
grande força a partir de 1973, quando a crise mundial
do petróleo mostrou a incapacidade da Petrobras em
– 101
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 102
suprir as necessidades nacionais. Os próprios contratos
de risco de 1976 demonstraram a insatisfação do governo com a atuação de sua estatal. Os defensores da
livre iniciativa recrudesceram suas críticas à Petrobras,
mas os governos militares impediram qualquer medida
que pusesse fim ao monopólio estatal.
Essa situação vai mudar com o fim do militarismo.
Nos governos pós-86, surgem no Congresso tímidas
tentativas de pôr fim ao monopólio. O incentivo vai partir do próprio governo constituído em 1994, que passa a
apoiar o fim da ingerência do Estado na economia, propondo o fim do monopólio.
Em 1997, o Congresso aprovou a lei que determina
o fim da exclusividade da Petrobras. Mas, atenção: o
monopólio do Estado sobre o petróleo não terminou. O
Estado continua sendo responsável pela prospecção e
lavra, refino, importação e transporte de óleo bruto, mas
poderá ceder esses direitos para outras empresas que
se habilitarem, além da Petrobras. Caberão, entretanto,
à Petrobras alguns direitos como, por exemplo, determinar a prioridade sobre certos campos de exploração,
destinando outros que não queira explorar para outras
empresas. Para regular essas atividades, o governo
criou a ANP (Agência Nacional de Petróleo). Além
disso, a Petrobras continua a ser uma estatal, apesar de
o governo acenar com a possível venda de parte de
suas ações.
Não obstante a movimentação legislativa, a Petrobras vem aumentando sua produção de óleo bruto, chegando a 1,835 milhão de barris por dia em 2005.
3. O PETRÓLEO (É) NOSSO (?)
Foi possível constatar que já no final do ano 2000, a
Petrobras, classificada entre as 15 maiores companhias
de petróleo do mundo, sextuplicou o lucro líquido
registrado no ano anterior, que chegou próximo dos
US$ 22,612 bilhões.
102 –
Esse é o resultado da parceria da estatal com o
capital multinacional, que possibilitará a criação de
mais de 10 mil empregos em cinco anos, sendo, destes,
3 mil apenas na indústria naval. A grande responsável
por esse desempenho é a Bacia de Campos, em especial os campos de Marlim e Roncador, que passaram a
produzir 1.000.000 barris diários de petróleo bruto. Para
cinco anos, a meta da estatal é de 5 milhões de
barris/dia; se for atingida, esta cota livrará o Brasil das
importações de petróleo.
A Petrobras fechou acordos com: Exxon, Shell,
Amoco e a British Petroleum, no valor de US$ 5 bilhões,
além de ter ampliado seu crédito com empresas como
a Mitsubish, Itochu e a JBIC (Japan Bank International
Cooperation). A garantia do capital externo para esses
investimentos está na reserva brasileira de petróleo, na
ordem de 17 bilhões de barris, e na capacidade de
descoberta de novos jazimentos, em média na razão de
1/2,5 para cada barril explorado.
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 103
o Rio Grande do Norte (atualmente a maior produção em
terra); e no mar, na plataforma continental, a Bacia de
Campos (Rio de Janeiro), onde há vários poços, com
destaque para Marlim, Barracuda, Caratinga e Albacora.
85% da produção nacional vem do mar.
(Petrobras)
4. O “ORIENTE MÉDIO” BRASILEIRO
Nos últimos dois anos, o crescimento da exploração
do petróleo fez subir a arrecadação de ICMS (Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) de oito
municípios na região da bacia de Campos, no Rio de
Janeiro, responsável por 83% da produção nacional.
ENTRADA DE ROYALTIES
(em milhões de reais)
CAMPOS
MACAÉ
QUISSAMÃ
1997
3,9
8,2
2,3
1999
45,0
32,0
13,4
2002
46,7
33,1
14,5
Além de Campos, os municípios que mais ganharam com o aumento na arrecadação dos royalties foram: São João da Barra, Quissamã, Macaé, Carapebus,
Cabo Frio, Búzios e Rio das Ostras. Resultado: aumentaram os investimentos nos setores ligados à infraestrutura, sobretudo em Educação e Saúde, o que refletiu na
melhoria dos indicadores sociais da região.
PETROBRAS
Eram exclusividades da Petrobras:
• Prospecção e lavra de jazidas. A Petrobras
explorava três regiões: em terra, a Bahia (Recôncavo) e
• Transporte de óleo bruto. No Brasil, esse material
é transportado internamente por oleodutos (30.318 km)
ou externamente por navios da Fronape, que conta 120
petroleiros, dos quais 46 de propriedade da Petrobrás
(Transpetro). O petróleo é levado a terminais e daí
transportado até refinarias ou depósitos.
PRODUÇÃO NACIONAL DE PETRÓLEO (em Mbpd)
1998
Total Brasil
2005 (maio)
975.120
Total Brasil
Terra
212.835
Terra
Mar
762.285
Mar
Bacia de Campos
Outras
720.000
42.285
Bacia de Campos
Outras
1.729.200
100%
247.600
14,31%
1.481.700
85,64%
1.446.800
34.900
– 103
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 104
104 –
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 105
REFINO
O refino vem acompanhando de perto as
transformações que a Petrobras vivencia nos últimos
anos, adequando-se ao novo modelo de mercado do
setor no Brasil. O desafio de processar a crescente
produção de óleo pesado brasileiro, permitindo
investimentos e grandes avanços tecnológicos. A
Petrobras tem batido sucessivos recordes em
suas refinarias, desenvolvendo tecnologia própria e
possibilitando que o petróleo nacional, de característica
mais pesada, possa render uma percentagem maior
de produtos nobres e aumentar a rentabilidade do
negócio. Em refino serão investidos US$ 4,2 bilhões no
período 2002-2005, com recursos próprios, com mais
de US$ 700 milhões em parcerias. A atuação do
downstream (abastecimento) é fundamental para
consolidar os objetivos estratégicos da Petrobrás, que
caminha para se transformar numa corporação de alto
desempenho na área de energia. A intenção é firmar
sua liderança no mercado brasileiro, além de expandir
suas atividades no exterior, sobretudo na América
Latina, onde atua em refinarias na Bolívia e na
Argentina.
A Petrobras possui 16 refinarias e uma fábrica de
lubrificantes, assim localizadas:
• Refinaria Landulpfo Alves (Rlam) – Mataripe,
Bahia.
• Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) –
Cubatão, São Paulo.
• Refinaria Duque de Caxias (Reduc) – Campos
Elíseos, Rio de Janeiro.
• Refinaria Gabriel Passos (Regap) – Betim, Minas
Gerais.
• Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) – Canoas,Rio
Grande do Sul.
• Refinaria de Paulínia (Replan) – Paulínia, São
Paulo.
• Refinaria de Manaus (Reman) – Manaus, Amazonas.
• Refinaria de Capuava (Recap) – Mauá, São
Paulo.
• Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) –
Araucária, Paraná.
• Refinaria Henrique Lage (Revap) – São José dos
Campos, São Paulo.
• Lubrificantes e Derivados de Petróleo do
Nordeste (Lubnor) – Fortaleza, Ceará.
❑
Unidades de Processamento de Petróleo
da Petrobras
Além das refinarias localizadas no Brasil, a Petrobras
também opera duas refinarias na Bolívia, desde 1999
(Refinarias Guilhermo Elder Bell e Gualberto Villarroel) e
na Argentina. As unidades industriais da Petrobras
completam-se com duas fábricas de fertilizantes
nitrogenados (Fafen), localizadas em Laranjeiras,
Sergipe, e em Camaçari, Bahia.
Operam ainda no Brasil as refinarias Ipiranga, no
Rio Grande do Sul e Manguinhos, no Rio de Janeiro,
(Petrobras)
ambas pertencentes a grupos privados.
• Importação de óleo bruto. Era e ainda é feita de
forma diversificada, para que não haja dependência de
um único fornecedor. Nossos principais fornecedores
estão na América Latina, sobretudo na Argentina,
México e Venezuela e no Oriente Médio.
Importação – 2004
(mil barris por dia – bpd)
Petróleo
450
Derivados
109
Exportação – 2004
(mil barris por dia)
Petróleo
181
Derivados
228
Origem do gás natural – 2004
(milhões m3 por dia)
Gás nacional
45,8
Gás boliviano
19,5
Destino do Gás Natural – 2004
Distribuidoras
Termelétricas
Consumo interno
30,4
7,2
27,7
– 105
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 106
❑
(Folha de S. Paulo, 15/4/2008.)
Descobertas
Ao longo de 2004, foram descobertos cinco novos
campos de petróleo em terra: dois na Bacia de
Potiguar e três nas bacias do Recôncavo Baiano,
Sergipe – Alagoas e Espírito Santo. No mesmo período,
foram incorporados volumes substanciais de óleo aos
campos de Roncador, Marlim Leste, Albacora, Albacora
Leste, Espadarte, Jubarte e Golfinho, assim como à
área do Plano de Avaliação do 1-ESS-121, no antigo
bloco BC-60, ao norte da Bacia de Campos.
Foram perfurados e concluídos 355 poços: 279
para desenvolvimento da produção e 76 exploratórios.
Dos poços para desenvolvimento da produção, 211
foram em terra e 68 no mar. Dos explorativos, 27 foram
em terra e 49 no mar. O índice de sucesso chegou a
50%, já que 38 dos 76 poços foram considerados
descobridores ou produtores de óleo e gás.
O grande sucesso de 2003 foi determinante para
que os investimentos e demais esforços exploratórios
fossem direcionados, ao longo de 2004, predominantemente aos Planos de Avaliação das descobertas
feitas, otimizando os recursos aplicados.
❑
❑
A evolução da produção de petróleo
A partir de 2002, na procura por opções de produção,
a Petrobras saiu do núcleo central produtor da Bacia de
Campos, para norte e para sul, buscando novas frentes
exploratórias nas vizinhas bacias de Santos e Espírito
Santo, e bacias ainda pouco exploradas em suas águas
profundas, como as da costa sul da Bahia, Sergipe,
Alagoas e da margem equatorial brasileira.
O ano de 2003 foi considerado um marco na
história da Petrobras. Além do expressivo volume de
petróleo descoberto, foram identificadas novas
províncias de óleo de excelente qualidade, gás natural e
condensado, permitindo que o atual perfil das reservas
e produção da Companhia, predominantemente de óleo
pesado de menor valor econômico, começasse a
mudar para um perfil de maior valor de mercado
mundial de petróleo.
Petrobras ultrapassa a marca de
1 milhão e 830 mil barris por dia no Brasil
Em mais um passo rumo à autossuficiência em
petróleo, a Petrobras registrou, em 23 de junho de
2005, a produção de 1.834.505 barris.
PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL (Mm3/d)
2005 (maio)
2000
Total Brasil
Mar
Campos
Outros
Terra
106 –
35.095,9
21.351,0
15.276,9
6.074,1
13.744,9
Total Brasil
Mar
Campos
Outros
Terra
45.605,9
25.948,1
21.441,9
4.506,2
19.657,8
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 107
Este recorde foi de 22,9% acima da produção
nacional média de 2004 (1 milhão 493 mil barris por
dia).
Trata-se do décimo recorde diário de produção
obtido neste ano, e à semelhança dos anteriores, foi
fruto do excepcional desempenho operacional
das plataformas da Bacia de Campos e da
crescente recuperação dos campos localizados nas áreas maduras das regiões Norte e
Nordeste e do Espírito Santo.
As duas plataformas recém-instaladas na Bacia de
Campos, P-43 no Campo de Barracuda e P-48 no
Campo de Caratinga, operaram em plena capacidade de processamento e contribuíram, em conjunto,
com 308 mil barris para atingir este recorde de
produção diária.
MÓDULO 24
Fontes de Energia: Carvão Mineral,
Gás Natural, Álcool e Eletricidade
1. CARVÃO MINERAL
Sabemos que o Hemisfério Sul é pobre em
carvão mineral, se comparado com o Hemisfério
Norte. Esta pobreza do Hemisfério Sul está ligada a
fenômenos geológicos.
Assim, o Brasil não faz exceção neste particular.
É também pobre em jazidas carboníferas (pelo menos
no que se refere às jazidas conhecidas até hoje).
As nossas principais jazidas estão localizadas no
sul do país, numa formação que data do permocarbonífero, entre o cristalino da Serra do Mar e a Bacia
Sedimentar Paranaica.
– 107
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 108
Consumo total de energias primárias (em
1000 toneladas equivalentes de petróleo),
segundo as fontes de energia (2007 – 2009)
Não renováveis
Petróleo
Gás natural
Carvão vapor
Carvão metalúrgico
Urânio
Renováveis
Hidroeletricidade
Lenha
Derivados da cana-de-açúcar
Outros
Total do Brasil
90.810
73.125
5.161
2.314
9.698
512
126.010
74.516
23.560
2.372
4.213
216.820
q Principais depósitos
• Santa Catarina – 5.606.112 toneladas, localizadas no Vale do Rio Tubarão e proximidades.
• Rio Grande do Sul – 3.364.953 toneladas, localizadas no Vale do Jacuí e proximidades.
Foi localizada uma jazida de linhito no alto Amazonas, mas não foi ainda avaliada.
A exploração do carvão mineral, no Brasil, efetivou-se
a partir de 1942, em Santa Catarina, quando foi iniciada
a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional
(primeiro alto-forno a coque no Brasil), em Volta Redonda (RJ).
A partir desta data, a nossa produção tem crescido
de forma bastante lenta, em razão de uma série de problemas já citados. Em 1969, atingiu 5.127.351 toneladas, produção irrisória, se compararmos com a
produção dos EUA. A produção atual (1993) gira em
torno de 9.241.099 toneladas de carvão bruto.
Tipo
Turfa
Linhito
Hulha
Antracito
Potencial
Calorífico
Baixo
Baixo
Alto
Alto
%
Carbono
20 a 30
70
75 a 90
96
%
Umidade
30
10 a 25
1
0,9
q Principais áreas produtoras
• Santa Catarina
A produção catarinense provém das minas de Lauro Muller, Urussanga, Criciúma (Bacia do Tubarão) e Araranguá. Parte dela é consumida no próprio
Estado e parte é escoada até os portos de Laguna e
Imbituba (Henrique Lages), pela Estrada de Ferro
Tereza Cristina.
108 –
Dos depósitos brasileiros, o único que possui carvão coqueificável é o de Santa Catarina, cuja
composição é a seguinte:
– carvão metalúrgico – 45%;
– carvão vapor – 30%;
– rejeitos – 25%.
A principal compradora deste carvão é a Companhia Siderúrgica Nacional.
• Rio Grande do Sul
Os depósitos desse Estado aparecem com 30 a
120 metros de profundidade. A exploração ocorre no
Vale do Jacuí (São Jerônimo e Butiá), Bagé e
Leão. O carvão é de baixa qualidade, não sendo
coqueificável, em nível econômico, nas técnicas atuais.
A produção é consumida no próprio Estado, para
geração de termoeletricidade (CEEE) e transportes
(Viação Férrea do Rio Grande do Sul).
• Paraná
É explorado no Vale do Rio do Peixe e no Vale do
Rio das Cinzas, sendo consumido para transportes.
q Problemas de exploração
Vários são os problemas que dificultam o aumento da exploração:
1) depósitos relativamente pequenos;
2) pequena espessura dos horizontes carboníferos,
dificultando a exploração;
3) baixa qualidade do carvão, produzindo até 18%
de cinzas;
4) baixo nível técnico das minas e equipamentos
deficientes, encarecendo o produto;
5) distância dos depósitos em relação aos centros
consumidores;
6) alto custo dos transportes.
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Em relação ao carvão metalúrgico, o importado sai
mais barato do que o nacional. Daí a tendência das
empresas de consumir carvão importado, mais barato e de
melhor qualidade (produz 4% a 5% de cinzas, contra 16%
a 18% do carvão nacional). Para defender a produção
brasileira, principalmente de Santa Catarina, o governo
obrigava até 1991 o uso do carvão nacional na
proporção de 40% do consumo nas siderúrgicas.
q Consumo do carvão mineral no Brasil
O consumo, quanto aos setores, sofreu importantes
modificações.
O consumo nas ferrovias sofreu redução,
indicando não só a pequena evolução deste meio de
transporte, como também a substituição das locomotivas a vapor para diesel ou elétrica.
Já no setor de termoeletricidade, o aumento relativo
foi considerável, refletindo o rápido desenvolvimento da
produção de energia elétrica. Quanto ao aumento no
setor siderúrgico, era de se esperar, uma vez que o
esforço para desenvolver a nossa siderurgia é bastante grande, como dissemos anteriormente. Em 1991,
o então presidente Collor acabou com os subsídios do
carvão mineral, o que inviabilizou a produção nacional,
visto que o carvão importado é de melhor qualidade e
de menor custo.
que o consumo de energia elétrica por pessoa será bastante alto em relação aos países menos desenvolvidos.
A energia elétrica pode provir de três fontes: usinas
hidroelétricas, termoelétricas e nucleares.
As usinas hidroelétricas aproveitam energia
potencial da água (queda de água). As usinas
termoelétricas aproveitam a energia resultante da
queima de óleos, carvão mineral, carvão vegetal, lenha
etc., e as usinas nucleares utilizam o urânio.
O Brasil, tendo a constituição hidrográfica importante, e em sua maioria, de rios de planaltos, possui um
alto potencial hidroelétrico também, que é de
150.000.000 kW, colocando-se em 3o. lugar neste particular, após a Rússia e o Canadá.
(Eletrobrás/Folha de S. Paulo, 23/07/95.)
A distribuição do potencial hidroelétrico por bacias
hidrográficas apresenta-se na seguinte ordem:
• Bacia Amazônica.
q Entrepostos de carvão do Brasil
Temos instalados 12 entrepostos com capacidade
de armazenar 8 milhões de toneladas de carvão
mineral, sendo que o de Tubarão – SC é para 6 milhões
de toneladas e ocupa uma área de 120 hectares, o que
nos dá ideia das dificuldades para armazenamento e
manuseio do carvão.
2. ELETRICIDADE
A energia elétrica é um dos fatores básicos para o
desenvolvimento de um país. Isto tanto é verdade que,
se observarmos os países desenvolvidos, notaremos
• Bacia do Paraná.
• Bacia do Leste.
• Bacia do São Francisco.
Esta predominância de usinas hidroelétricas é fácil
de compreender, se atentarmos para os grandes recursos hidrográficos do Brasil, de um lado, e pequenos
recursos em petróleo e carvão mineral, por outro lado —
se bem que a opção para instalar-se uma usina leve em
consideração outros fatores, tais como: tipo de consumo de eletricidade durante o ano, quantidade de consumo, custos de instalações etc.
– 109
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 110
O elevado potencial hidroelétrico dos rios brasileiros (aproximadamente 200.000.000 kW) explica que
a geração de eletricidade no país seja proveniente,
principalmente, de usinas hidroelétricas (86,5%) e
apenas 13,5% de origem termoelétrica.
Em 1998 ocorreu a privatização das subsidiárias da Eletrobrás
4. NUCLEAR
q Vantagens e desvantagens do uso da
energia nuclear
Vantagens:
• permite grande concentração energética;
• independe dos fatores meteorológicos;
• há flexibilidade na localização das usinas;
• produz reduzida poluição atmosférica.
Em 1996 é criada a ANEEL (Agência Nacional
de Energia Elétrica), para regularizar e fiscalizar os
aspectos técnicos, econômicos e administrativos do
setor.
3. XISTO PIROBETUMINOSO
q Áreas de ocorrência
• SP – Vale do Paraíba, Tremembé;
• PR – Vale do Irati, São Mateus do Sul.
(Nuclebrás)
Desvantagens:
• o custo inicial de implantação é alto;
• segurança: há perigo de defeitos técnicos, sabotagens etc.;
• produz resíduos radioativos (o lixo nuclear);
• o preço da energia é elevado.
q Usinas nucleares
A Nuclebrás previa a construção de diversas usinas
nucleares no Brasil.
q Produção
Em junho de 1972, teve lugar, pela primeira vez em
nosso país, a extração de óleo de xisto pirobetuminoso,
com o funcionamento da Usina Protótipo de Irati,
que obtém do xisto gás e enxofre.
110 –
– Usina de Angra dos Reis – Unidade I (Almirante Álvaro Alberto) – é a primeira usina do Complexo
Angra dos Reis, situada na Praia de Itaorna. Foi
inaugurada no início de abril de 1982, já fornecendo
energia elétrica ao sistema de transmissão das Centrais
Elétricas de Furnas.
– Usinas de Angra dos Reis II e III – estas
usinas resultam do acordo de cooperação firmado com
a República Federal da Alemanha, enquanto Angra I é
usina de fabricação norte-americana (Westinghouse).
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5. GÁS NATURAL
6. O RACIONAMENTO DE ENERGIA
A iminência de um colapso no sistema de produção
e de distribuição de energia hidroelétrica deixou o país
alerta em 2001. Apesar de o Brasil ter o 3°. potencial
hidroelétrico do mundo, corre-se o risco de um blecaute
ou apagão. As chuvas foram poucas, mesmo sob o
efeito La Niña, os reservatórios estão abaixo de seu
limite operacional, há muito desperdício. O governo
avisou: quem não poupar ficará sem o fornecimento.
Aumentaram as tarifas, sugeriram mudanças nos
hábitos de consumo. Tudo isso para evitar uma crise
ainda maior. Crise semelhante na Califórnia em 2000,
estado norte-americano cujo PIB está entre os dez
maiores do mundo. Lá, não foi o governo que negligenciou o setor, deixando de investir na expansão do sistema e de cumprir o cronograma de instalação de novas
usinas. Na Califórnia, onde o setor é privatizado, o
governo meteu os pés pelas mãos quando tentou esta-
– 111
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 112
belecer uma teto para o preço que subia demasiadamente. Resultado: as empresas não investiram no setor,
e hoje a produção corre o risco de parar, como no Brasil.
Criada em maio de 1988, a Companhia – cujo
controle acionário é de praticamente 100% da
Petrobras – realiza estudos de viabilidade técnica e
econômica de empreendimentos, a exemplo dos
Gasodutos Bolívia-Brasil e Uruguaiana-Porto
Alegre.
A Gaspetro é responsável por toda a estrutura de
transporte, comercialização e armazenamento, estando
também habilitada a atuar no mercado internacional e
na operação de empresas de gás em processos de
liquefação, recebimento e revaporização. Além disso,
participa de diversos projetos para geração de energia
termoelétrica, fornecendo gás natural para usinas em
todo o território brasileiro.
O Gasoduto Bolívia-Brasil é o maior e mais
complexo projeto da Gaspetro, sendo a estrutura que
exigiu, até hoje, o maior volume de recursos. Com
3.150 km de extensão e custo total em torno de
US$ 2 bilhões, a rede de tubos atravessa os Estados
de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, consolidando o processo
de integração energética da América Latina.
7. GASPETRO
112 –
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O traçado do gasoduto foi amplamente estudado,
inclusive por meio de satélites, e segundo as orientações do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima), do
Ibama, zelando rigorosamente pela preservação do meio ambiente. Sua construção exigiu
avançadas técnicas de engenharia, possibilitando a
passagem sob rios, fazendas e estradas, totalizando a
travessia de 135 municípios brasileiros.
Futuro: A previsão é de que, sejam transportados
e consumidos diariamente 30 milhões de metros
cúbicos de gás natural, demanda que possibilitará a
instalação de novas usinas termoelétricas em diversas
localidades. Somente o Estado de São Paulo absorve
metade da capacidade total do gasoduto.
Estrutura: A Gaspetro participa deste empreendimento por meio de três novas empresas:
• Transportadora Brasileira Gasoduto
Bolívia-Brasil S/A – TBG (da qual detém 51% das
ações), que opera o gasoduto em território brasileiro;
• Petrobras Gás Bolívia S/A – Petrogasbol,
subsidiária plena da Gaspetro, responsável pelas
atividades relacionadas aos negócios de transporte e
aproveitamento do gás natural produzido em território
boliviano;
• Gás Transboliviano S/A – GTB, que opera o
gasoduto na Bolívia. Nesta a Gaspetro tem 11% de
participação.
PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL,
segundo os Estados da Federação.
ONDE FICA A RESERVA DE GÁS DESCOBERTA
A Petrobras avalia que o prazo para que
o novo gás de Santos chegue aos consumidores é de oito anos. O maior problema para
a expansão do consumo de gás é o elevado
custo da infraestrutura de distribuição.
(Folha de S. Paulo, 5/8/2003.)
Gás
Natural
GLP
Gás de Rua (gás
manufaturado)
Reservatórios de petróleo e
de gás não associado
Destilação de petróleo e
processamento de gás
natural
Reforma Termocatalítica de
gás natural ou de nafta
petroquímica
17 a 21
Rico: 10.900
processsado: 9.300 kcal/m3
44 a 56
16
Gás de
Refinaria
Processos de refino de
petróleo (craq. catalítico;
dest., reforma e
coqueamento retardado)
24
24.000 a 32.000 kcal/m3
4.300 kcal/m3
10.000 kcal/m3
Densidade Relativa
0,58 a 0,72
1,50 a 2,0
0,82
Principais
Componentes
Metano e Etano
Propano e Butano
0,55
Hidrogênio, Metano,
Nitrogênio, Monóx. de
Carbono, Dióx. de Carbono
Hidrogênio, Nitrogênio,
Metano e Etano
Residencial e comercial
(combustível)
Industrial (combustível e
petroquímica)
––––
––––
Origem
Peso Molecular
Poder Calorífico
Superior
Residencial, comercial e
automotivo: (combustível)
Principais Utilizações
industrial (combustível,
petroquímica e siderúrgica)
Pressão de
Armazenamento
200 kgf/cm2
Residencial e comercial
(combustível)
15 kgf/cm2
– 113
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 114
114 –
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(Consultores/Eletrobrás)
– 115
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Geral
FRENTE 2
MÓDULO 19
Continente Americano:
Aspectos Gerais e Analogias Geográficas
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Área: 42 mihões de km2
População aproximada: 700 milhões de habitantes.
O continente americano pode ser dividido de acordo
com dois diferentes critérios: físico e cultural-econômico.
A divisão física (clássica) divide a América em:
– América do Norte: com 52% da área continental, é constituída por México, EUA e Canadá, além
da Groenlândia.
– América Central: com apenas 2% da área, é
constituída pelo istmo e pela porção insular (Grandes
Antilhas, Pequenas Antilhas, Bahamas), apresentando
grande subdivisão.
– América do Sul: com os restantes 46% de área,
possui o Brasil e a Argentina em destaque, em termos
territoriais.
A divisão cultural e econômica leva em consideração as origens da colonização e o grau de desenvolvimento econômico. Assim, temos:
– América Anglo-Saxônica: formada pelos
povos de origem inglesa, EUA e Canadá, apresenta um
elevado grau de desenvolvimento econômico.
– América Latina: colonizada por povos latinos,
como portugueses, espanhóis e franceses, é a parte
subdesenvolvida da América. Nela também se incluem
países de línguas saxônicas, mas que são subdesenvolvidos, como Suriname, Guiana, Bahamas, Curaçao,
Jamaica, Granada e outros.
2. QUADRO FÍSICO
Relevo: a América apresenta três compartimentos
de relevo: a leste, planaltos antigos, desgastados, como
o Planalto Brasileiro e os Montes Apalaches, por exemplo; planícies centrais, como a do Mississippi e a do
Amazonas, e montanhas de formação recente a oeste,
como os Andes ou as Montanhas Rochosas.
Clima e vegetação: a América, por possuir um
território que se estende de 80° de latitude norte até 56°
de latitude sul, possui todos os tipos de clima da terra
e, consequentemente, todos os tipos de vegetação. A
América do Norte possui climas principalmente temperados, enquanto na América Central e do Sul, predominam climas tropicais.
Hidrografia: na América do Norte, na porção norte, devido ao relevo plano e aos climas frios, predominam lagos (Cinco Grandes Lagos). Na porção sul,
116 –
surge com destaque a bacia do Rio Mississippi. Na
América do Sul, há três grandes bacias: ao norte, a
Bacia do Rio Orenoco; ao centro, a Bacia Amazônica e,
ao sul, a Bacia Platina.
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MÓDULO 20
Canadá – Geografia e Regionalização
1. ASPECTOS GERAIS
Segundo maior país do mundo, e o maior do continente americano, com uma área de 9.970.610 km2.
Federação dividida em 10 províncias e dois territórios autônomos.
Banhado por três oceanos: Glacial Ártico ao norte,
Atlântico a leste e Pacífico a oeste.
Limita-se ao sul com os Estados Unidos, e a noroeste com o Alasca, Estado americano. Na porção sudeste
entre os dois países estão os Grandes Lagos: Huron,
Superior, Eriê, Ontário, metade canadense e metade
americana, e o Lago Michigan, totalmente americano.
Esses lagos são ligados ao Oceano Atlântico pelo rio
São Lourenço.
3. ASPECTOS HUMANOS
Relevo
Oeste: Montanhas Rochosas – geologicamente
instável.
Centro: Planícies (Prairie) – área de sedimentação.
Leste: Escudo Canadense – geologicamente
estável.
Sua população absoluta gira em torno de
30.570.000 de habitantes, a densidade demográfica em
torno de 3,01 hab/Km2, sendo considerado portanto um
país pouco populoso e pouco povoado. A distribuição
da população é irregular pelo território: 90% de seus
habitantes estão concentrados na fronteira com os
Estados Unidos.
O padrão de vida no Canadá é elevado, seu IDH
corresponde a 0,946, um dos maiores do mundo, 1°. do
continente americano. A expectativa de vida dos
homens é de 79 anos e das mulheres 85. A taxa de
mortalidade infantil é de 3,8‰. Não existem analfabetos
no país. A renda anual per capita é de US$ 27.300.
A população canadense é majoritariamente urbana
(79%); suas maiores cidades são: Toronto (3,8),
Montreal (3,1), Vancouver (2,1) e Ottawa (1,7).
40% da população do Canadá é descendente de
ingleses e está concentrada principalmente na província de Ontário e 27% de ascendência francesa na
província de Quebec. Os inuit ou esquimós perfazem
menos de 3% da população canadense e concentram-se
ao norte ao longo da Baía de Hudson. A eles o governo
canadense cedeu um território autônomo denominado
NUNAVUT.
❑
4. ASPECTOS ECONÔMICOS
2. ASPECTOS NATURAIS
❑
Hidrografia
Vertente do Ártico, rios Mackenzie Nelson, Churchill,
Nelson e Severn.
Vertente do Pacífico, rios Frazer, Skeena e Stikine.
Vertentes do Atlântico, rio São Lourenço.
❑
Clima e vegetação
Norte: Polar e Subpolar – Tundra
Centro: Temperado Frio – Floresta de Coníferas
(Taiga).
Centro-sul: Temperado Seco – Pradarias.
País economicamente desenvolvido, primeiro do
mundo, América Anglo-Saxônica.
Membro do Commonwealth (Comunidade Britânica
das Nações) e do NAFTA (North American Free Trading
Agreement – Acordo de Livre Mercado da América do
Norte).
❑
Agropecuária
Sudeste e sudoeste: policultura alimentícia e
pecuária intensiva leiteira.
– 117
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 118
Centro-Sul: triticultura mecanizada e criação extensiva de bovinos.
❑
Recursos naturais
Ferro: Escudo Canadense
Petróleo, Carvão e Gás Natural: Prairie
Urânio: lago Huron
Ouro, Prata e Cobre: Montanhas Rochosas
Pesca: costa do Pacífico e Províncias Atlânticas
Madeira: centro/Floresta de Coníferas
❑
Indústrias
Sudeste: Siderurgia, Petroquímica, Papel e a Metalurgia (alumínio)
Centro-Sul: Petroquímica.
Sudoeste: Alimentícia e papel.
MÓDULO 21
A) Grande Norte
Clima polar, tundra, vazio demográfico, caça,
pesca, exploração da madeira, esquimós, NUNAVUT.
B) Colúmbia Britânica
Clima temperado, floresta de coníferas, Montanhas Rochosas, Vancouver, policultura alimentícia,
pecuária leiteira, pesca, madeira, indústria do papel.
C) Prairie
Planície, clima temperado seco, pradarias, vazio
demográfico, triticultura, pecuária extensiva de bovinos,
petróleo, gás natural e carvão mineral.
D) Sudeste
Escudo Canadense, clima temperado, floresta de
coníferas, Grandes Lagos, Rio São Lourenço, 50% da
população absoluta, províncias de Ontário e de
Quebec, policultura alimentícia, e pecuária intensiva leiteira, ferro, urânio e potencial hidrelétrico, indústria siderúrgica, petroquímica, papel e metalurgia do alumínio.
E) Províncias Atlânticas
Vazio demográfico, clima temperado, floresta de
coníferas, pesca, turismo e a exploração madeireira.
Os Estados Unidos são formados por 50 Estados,
tendo uma superfície descontínua de 9.372.614 km2.
É o quarto país em extensão, do globo.
Estados Unidos: Evolução, Configuração Histórica,
Territorial e Aspectos Naturais e Humanos
1. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO DOS EUA
O processo de formação territorial dos EUA sofreu
um grande avanço a partir de 1776 (independência),
expandindo-se para o oeste. Assim, temos:
• 1776 – independência das Treze Colônias que eram:
New Hampshire; Massachusetts; Nova York; Rhode Island;
Connecticut; Pensilvânia; Carolina do Norte; Carolina do
Sul; Georgia; Delaware; Maryland; Nova Jersey e Virgínia.
• 1783 – reconhecimento da independência pela Inglaterra, que cede o território ao redor dos Grandes Lagos
e do meio-oeste (Estados de Wisconsin; Michigan; Illinois;
118 –
5. REGIÕES GEOECONÔMICAS
Indiana; Ohio; Kentucky; Tennessee; Mississípi e Alabama).
• 1803 – os EUA compram da França o território da
Louisiana que se estendia do Rio Mississípi até as Rochosas (estados de Montana; Dakota do Norte; Dakota
do Sul; Wyoming; Minnesota; Iowa; Nebraska; Colorado;
Kansas; Missouri; Oklahoma; Arkansas e Louisiana).
• 1819 – os EUA compram a Flórida da Espanha.
• 1845 – os EUA incorporam o Texas, território mexicano que havia sido invadido por norte-americanos.
• 1846 – a Inglaterra cede seu território noroeste
(atuais Estados de Washington, Idaho e Oregon).
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 119
• 1853 – após uma guerra com o México, os EUA
invadem e anexam o território onde se encontram os Estados da Califórnia, Nevada, Utah, Arizona e Novo México.
3. HIDROGRAFIA
Destacam-se:
• A região dos Grandes Lagos, no nordeste do
país, e o Rio São Lourenço, que, a despeito de situar-se
no Canadá, é amplamente utilizado pelos Estados
Unidos.
• Rios Mississípi-Missouri drenam a porção central
do país – as planícies centrais –, sendo amplamente navegáveis. Destacam-se ainda nessa bacia os rios: Ohio,
Tennessee, Arkansas e Vermelho.
• Na costa do Pacífico destacam-se dois grandes
rios: o Colúmbia, de elevado potencial hidrelétrico, e o
Colorado, amplamente utilizado para a irrigação.
4. CLIMA E VEGETAÇÃO
• 1867 – os EUA adquirem da Rússia o território do
Alasca e as Ilhas Aleutas.
• 1898 – anexação do Havaí, Guam, Filipinas e
Porto Rico, após guerra com a Espanha.
• 1903 – término da construção do Canal do Panamá, sobre o qual os EUA exercerão domínio até 1999.
• 1916 – compra das Ilhas Virgens junto à Dinamarca.
Devido à sua posição, os EUA possuem predomínio
de clima temperado, com algumas variações:
• no oeste, litoral da Califórnia: temperado mediterrâneo, com o maquis e o garrigue;
• no sudoeste: desértico com xerófitas (fronteira
com o México);
• nas Rochosas: temperado frio e seco;
• no centro: temperado seco com estepes e pradarias;
• no sudeste: subtropical, com vegetação subtropical;
• no leste: temperado oceânico com florestas de
coníferas.
2. RELEVO
É composto por três sistemas:
• No oeste: as Montanhas Rochosas (dobramentos
do Terciário de origem recente, sujeitas a instabilidade
e vulcanismo);
• No centro: planícies (como a do Rio Mississípi);
• No leste: planaltos antigos geologicamente estáveis
(como os Apalaches, ricos em carvão mineral).
– 119
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 120
❑
População
O país possui 315 milhões de habitantes em 2010,
dos quais metade concentra-se na região nordeste
(Grandes Lagos, Vale do Ohio e Costa Atlântica). Há
também importantes concentrações no sul do país
(desembocadura do Rio Mississípi, Texas, Nova Orleans)
e na costa do Pacífico (cidades industriais como Los
Angeles – a segunda do país – e São Francisco).
Os vazios demográficos se verificam no oeste, nas
Montanhas Rochosas, nas Planícies Centrais e no Alasca.
A população dos EUA é predominantemente adulta
(o crescimento vegetativo é baixo, 0,83% ao ano) e
urbana (82%). Há predomínio de brancos (80%), com
os negros somando 12,8% da população. Estes últimos
estão concentrados principalmente no sul e nas
grandes cidades. Há também parcela significativa de
hispânicos, uma pequena porção de asiáticos e um
número ainda menor de ameríndios. Os EUA possuem
12% da população abaixo da linha de pobreza,
representados principalmente pelos imigrantes ilegais,
em geral, hispânicos.
• 1850-1880: maciça imigração de ingleses,
escandinavos e alemães.
• 1880-1920: imigração de mediterrâneos (italianos), eslavos e judeus.
• 1920: as autoridades votam leis restritivas à entrada de povos amarelos (chineses, japoneses) e de povos
latinos.
• 1920 em diante: sensível diminuição da imigração.
A esses imigrantes se juntaram aproximadamente
25 milhões de negros e 900 mil indígenas, tendo como
resultado uma população heterogênea, embora com
80% de brancos.
Atualmente, os EUA recebem, principalmente, imigrantes europeus, canadenses e mexicanos.
Contribuição do imigrante
No período que vai de 1800 a 1920, chegaram mais
de 44 milhões de imigrantes, dos quais 80% eram
europeus. Houve um período áureo entre 1820 e 1870,
destacando-se a entrada de alemães, italianos, irlandeses e ingleses.
• 1800-1850: imigração moderada de europeus
(ingleses e irlandeses).
MÓDULO 22
Estados Unidos: Aspectos Econômicos e Regionalização
2. AGRICULTURA
1. ATIVIDADE ECONÔMICA
Os EUA ocupam o 1°. lugar entre as potências econômicas do mundo, sendo um dos maiores produtores
mundiais de petróleo, gás natural, eletricidade e carvão.
2009
População Ativa (PEA)
Setores
%
Participação no PIB
%
Primário
3
1
Secundário
18
22
Terciário
79
77
Factbook-Cia.
Os EUA tem a maior economia do mundo e
tecnologicamente mais poderoso do mundo, com o
maior PIB mundial (14,266 trilhões de dólares em 2009).
120 –
A agricultura tem pequena participação na renda
nacional (1% do PIB), destacando-se no mundo, porém,
pelo volume e variedade da produção, intensa mecanização e elevada produtividade do trabalho.
Destacam-se nos Estados Unidos as áreas de
cultivo especializadas, como o wheat belt (cinturão
do trigo), situado no norte e noroeste, na vizinhança dos
Grandes Lagos; o cotton belt (cinturão do algodão),
no sul e sudeste (Alabama, Mississippi); e o corn belt
(cinturão do milho), no centro-leste. No sudeste, na
Flórida encontra-se o fruit belt, com destaque para a
produção de frutas cítricas.
Os EUA possuem um dos maiores rebanhos mundiais de bovinos, suínos e ovinos. Destacam-se a criação extensiva de corte, associada ao cultivo do milho
(centro), e a criação intensiva de gado leiteiro, o dairy
belt, na região dos Grandes Lagos.
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 121
3. PECUÁRIA
Os EUA destacam-se como possuidores de um dos
maiores rebanhos do mundo, com predominância de
bovinos, suínos e ovinos.
As áreas de criação que se destacam são: a Região
Centro-Ocidental, com criação extensiva de corte
associada ao cultivo do milho; a Região dos Grandes
Lagos e o Nordeste, com criação intensiva de gado
leiteiro, o dairy belt.
Os EUA apresentam grande destaque na produção
mundial de carne e de leite.
4. RECURSOS MINERAIS
O rico potencial energético e sua utilização constituem
um dos fatores mais importantes do desenvolvimento
industrial dos EUA. O território norte-americano dispõe
de mais de 30% das reservas mundiais de carvão, 9%
das petrolíferas e 30% das reservas de gás natural. Os
recursos minerais de indústria moderna são também
abundantes, como minério de ferro (15% das reservas
mundiais), cobre, chumbo, zinco etc.
Seus principais minérios são:
• Ferro: é o grande produtor mundial e suas
reservas encontram-se na região dos Grandes Lagos,
junto ao Lago Superior, nos estados de Minesota e
Wisconsin e ao sul dos Apalaches.
• Carvão: é também o grande produtor mundial,
com reservas na Região dos Montes Apalaches, no
Médio Mississippi e junto às Rochosas.
• Petróleo: é grande produtor mundial; a principal
área de extração é o Golfo do México, nos estados do Texas
e Oklahoma, além da crescente produção da Califórnia.
• Possuem ainda outros minérios, como bauxita,
cobre, chumbo, zinco, ouro, prata e urânio.
• Apesar da grande produção, os EUA importam
minério de ferro (do Canadá, Venezuela e Brasil),
minério de cobre (do Chile), bauxita (da Jamaica),
manganês (do Brasil e Índia), níquel (do Canadá) e
estanho (da Bolívia e Malásia).
– 121
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 122
Assim, embora dispondo de recursos variados e
abundantes, a dependência dos EUA em relação a
matérias-primas industriais estrangeiras acentua-se
progressivamente. Contudo, o país pode considerar-se
auto-suficiente quanto a alguns produtos minerais,
como carvão, enxofre, potássio e fosfatos.
A riqueza mineral, o potencial energético e sua utilização constituem importantes fatores do desenvolvimento industrial dos EUA. Destacam-se o minério de
ferro na região dos Grandes Lagos, o carvão nos
Montes Apalaches e o petróleo na Califórnia e,
principalmente, na região do Golfo do México (Texas,
Oklahoma).
5. INDÚSTRIA
A indústria fornece 22% do PIB dos EUA e ocupa
18% da população economicamente ativa. A indústria
metalúrgica é destacável setor, empregando grande
percentual da mão de obra industrial. As regiões
Nordeste e Sul dos Grandes Lagos vivem um declínio
do emprego no setor industrial, cuja grande expansão
ocorre no Sun Belt (Califórnia, Texas, Oklahoma,
Arizona, Louisiana e Flórida).
Um dos fatores que mais contribui para o desenvolvimento industrial dos EUA é a riqueza de seu potencial energético e sua utilização.
A indústria norte-americana acha-se concentrada
em um número restrito de regiões, responsáveis por
mais de 80% da produção industrial, como Região
Nordeste e Grandes Lagos, Costa do Pacífico e Costa
do Golfo do México.
As principais indústrias são:
• Metalúrgicas: constituem uma das bases da
indústria norte-americana, empregam 50% da mão de
obra industrial e concentram-se nas regiões Nordeste e
Meio-Oeste (Pittsburgh, Chicago, Duluth, Los Angeles).
• Têxteis: os EUA são o primeiro produtor mundial
de tecidos de algodão (Geórgia e Alabama) e lã (Boston).
• Químicas: são um dos ramos industriais mais
ativos. A mais poderosa empresa é a Dupont de
122 –
Nemours, situada principalmente na Filadélfia. As
refinarias de petróleo localizam-se nas áreas produtoras
(Texas, Luisiana, Califórnia) e na Região Nordeste
(Grandes Lagos).
As indústrias norte-americanas acham-se concentradas em número restrito de regiões:
• Nordeste e Sul dos Grandes Lagos: é a
mais importante região e a de maior continuidade
espacial. É a região do manufacturing belt. Essa área
contém quase a metade dos estabelecimentos
industriais e da produção do país, 45% do produto
nacional, a maior parte dos grandes centros urbanos e
60% dos operários e dos investimentos industriais.
• Costa do Pacífico (Los Angeles, São
Francisco, Portland e Seattle): as mais importantes indústrias dessa área são: de construções
mecânicas, eletrônicas (Vale do Silício), navais,
automobilísticas, cinematográficas etc.
• Costa do Golfo do México (Texas,
Luisiana): a indústria está ligada ao petróleo e ao gás
natural, destacando-se a refinação do petróleo, a
indústria petroquímica e a eletrometalúrgica.
• Sun Belt: a área industrial do sul dos EUA
recebe a denominação de Sun Belt devido ao desenvolvimento, a partir dos anos 50, de novas tecnologias,
de grandes centro de tecnologia de ponta, como o setor
aeroespacial, o petroquímico, a microeletrônica, a
biotecnologia e outros.
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 123
6. COMÉRCIO
Comércio Externo (2008)
Exportações
Importações
Canadá
20,1%
China
16,4%
México
11,7%
Canadá
15,7%
China
5,5%
México
10,1%
Japão
5,1%
Japão
6,6%
Alemanha
4,2%
Alemanha
4,6%
Reino Unido
4,1%
–
–
Factbook-Cia.
MÓDULO 23
A porcentagem dos produtos destinados às exportações representa 30% do comércio internacional dos
EUA, revelando a importância da produção norte-americana. Suas principais exportações são de máquinas
industriais e elétricas, aviões, automóveis, cereais (trigo), metais, algodão bruto, tabaco, frutas etc. As importações são de matérias-primas diversas (petróleo,
manganês, ferro e lã) e produtos alimentares (café,
cacau, chá e açúcar).
A rede ferroviária é responsável por quase metade
do transporte de produtos que circulam no país.
Destacam-se também o transporte rodoviário (9% das
cargas) e os oleodutos (15%). A rede de oleodutos é
superior à ferroviária.
México: Aspectos
Naturais, Humanos e Econômicos
Área 1.972.547 km2
América do Norte e América Latina.
1. ASPECTOS NATURAIS
População absoluta – 110 milhões de habitantes
População relativa – 57,3 milhões de habitantes
Crescimento vegetativo – 1,18%
Pontos da fronteira
com os EUA mais movimentados
3. CRISES
Relevo Geologicamente instável
Rede Hidrográfica pobre
Clima Árido Xerófitas
Tropical Floresta Tropical
2. ASPECTOS HUMANOS
País populoso
População adultos – 56,5% e urbana – 80%
Mestiços – 60%
Ameríndios (astecas e maias) – 30%
Forte emigração para os EUA
1994 – O Exército de Libertação Nacional inicia
rebelião no Estado de Chiapas no sul do México. Os
componeses indígenas exigem a ampliação dos
direitos sociais dos ameríndios.
2006 – Agrava-se a tensão social e política no
México com a eclosão de uma revolta popular nos
Estado de Oaxaca, no sul do país.
2008-2010 – ações do narcotráfico e do crime
organizado atingem, principalmente, o norte do México,
fronteira dos EUA.
– 123
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:09 Página 124
4. ASPECTOS ECONÔMICOS
❑
Agricultura
O México concentra sua agricultura na porção centro-sul do país por causa do clima menos rigoroso. Ao norte
cultiva-se o algodão; ao centro, o milho e o trigo; o café, nas encostas da Sierra Madre; e a cana, no litoral atlântico.
O México foi o primeiro país da América a promover uma reforma agrária com a criação dos éjidos, cooperativas
agrícolas indígenas.
❑
Extrativismo mineral
As sierras mexicanas são ricas em minerais metálicos, como o chumbo e o cobre. Junto ao litoral do golfo do México
há petróleo. A PEMEX monopolizava a produção desde 1938, mas esse monopólio foi flexibilizado nos anos 90.
❑
Indústria
Concentra-se no triângulo formado por Guadalajara, Cidade do México e Monterrey. A mão de obra barata tem
atraído investimentos estrangeiros (EUA, União Europeia) e se destacam a indústria petroquímica, têxtil,
automobilística, siderúrgica e metalúrgica.
124 –
C3_SOROCABA_TEORIA_GEOGRAFIA_ALICE_2014 12/02/14 12:10 Página 125
América Central:
Aspectos Naturais, Humanos e Econômicos
MÓDULO 24
APRESENTAÇÃO
Território pequeno com elevado grau de fragmentação política. Divide-se em:
• porção ístmica.
• porção insular: Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas e Bahamas.
País
Porção
Ístmica
ou
CONTINENTAL
Porção
Insular
ou
ANTILHAS
冦
冦
Guatemala
Belize
El Salvador
Honduras
Nicarágua
Costa Rica
Panamá
Cuba
Jamaica
República Dominicana
Haiti
São Cristóvão e Névis
Antígua
Dominica
Santa Lúcia
Barbados
S.Vicente e Granadinas
Granada
População Absoluta
(Habitantes)
12.728.814
320.000
7.066.403
7.810.848
5.603.000
4.327.000
3.309.679
11.382.820
2.691.000
9.507.133
8.121.622
42.616
66.853
72.514
159.585
279.000
120.000
90.543
Área (km2)
108.889
22.966
21.041
112.492
129.494
51.100
755.17
114.524
10.991
48.442
27.750
261,6
442
751
539
431
389
344
Densidade Demográfica
(Hab./km2)
134,6
13
318
64
42
82
38
102
252
183
292
164
157,24
91,0
269
647
304
260
– 125
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Existem inúmeras possessões estrangeiras, principalmente europeias e norte-americanas, na América Central
Território
População
Absoluta
(habitantes)
Área (km )
2
Densidade
Demográfica
(Hab./km2)
Bermudas (dependência do Reino Unido)
66.163
53,3
1.239
lhas Cayman (dependência do Reino Unido)
41.934
260
260
Porto Rico (Estado livre associado aos EUA)
3.994.259
9.104
438
Ilhas Virgens Americanas (dependência dos EUA)
43.916
354,8
123,8
Ilhas Virgens Britânicas (colônia do Reino Unido)
94.224
153,4
614
Anguila (dependência do Reino Unido)
13.477
102
132
Guadalupe (dependência de ultramar da França)
400.736
1.628
246
Martinica (dependência de ultramar da França)
401.000
1.100
364
Antilhas Holandesas (parte autônoma da Holanda)
221.226
800
221
Aruba (parte autônoma da Holanda)
102.695
193
571
St.Pierre e Miquelon (dependência ultramar da França)
6.500
242
26,8
Montserrat (colônia do Reino Unido)
9.000
102
102
19.500
430
45,3
Ilhas Turks e Caicos (colônia do Reino Unido)
1. ASPECTOS NATURAIS
q Relevo
Origem recente, geologicamente instável, onde
estão presentes inúmeros vulcões e onde são frequentes
os movimentos sísmicos. Destaca-se o alinhamento
central na porção ístmica, com planícies litorâneas.
q Clima
Grande influência da maritimidade, sendo o clima
126 –
predominantemente tropical úmido com chuvas oriundas das massas atlânticas. Destacam-se nesta porção
os tornados e os ciclones.
q Vegetação
O clima úmido faz surgir uma formação florestal
úmida e relativamente exuberante, a floresta tropical
úmida, hoje grandemente devastada pela ação antrópica.
q Hidrografia
Os rios desta porção são de pequena extensão e
de curso acidentado, sem, no entanto, apresentar
destaques.
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2. ASPECTOS HUMANOS
A América Central é povoada, apesar
de sua população absoluta ser reduzida.
Predominam jovens devido às elevadas taxas de natalidade e mortalidade. É
elevado o grau de mestiçagem entre brancos e negros na porção insular e entre
brancos e ameríndios na porção ístmica.
É baixo o padrão de vida, elevadas
as taxas de analfabetismo, subnutrição e
de doenças endêmicas.
3. ASPECTOS ECONÔMICOS
Exceto Cuba, país socialista desde a
década de 60, os países centroamericanos integram a periferia do sistema
capitalista e são portanto países subdesenvolvidos. Além de apresentarem um
baixo padrão social, suas economias são
dependentes do capital externo e apresentam grandes desigualdades sociais.
q Agricultura
Na agricultura de subsistência destaca-se a cultura do
milho. Predominam os plantations de produtos como: café,
cana-de-açúcar, tabaco e cacau, cuja produção destina-se
fundamentalmente à exportação.
q Pecuária
Devido à escassez de terras, a atividade é pouco desenvolvida na região, exceto a criação de gado leiteiro, próximo
as grandes cidades.
q Mineração
Atividade de importância restrita, com destaque para a
bauxita na Jamaica e o níquel em Cuba.
q Indústria
É baixo o nível de industrialização destacando-se apenas
as petroquímicas nas Antilhas de origem multinacional,
principalmente dos EUA, em vias de desativação.
q Turismo
É atividade importante para a maioria dos países
centroamericanos.
q Política
A intervenção dos EUA na região tem provocado crises institucionais em países como Nicarágua, Cuba, Haiti,
Granada e Panamá. Este último recobre-se de enorme importância pela presença do Canal do Panamá, que
permaneceu sob controle americano até 1999.
CUBA
Cuba vive sob embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde a década de 60. Esse embargo,
associado ao fim da União Soviética e do socialismo no leste europeu – seus maiores parceiros comerciais –, agravou
a crise em Cuba, que enfrentou sérios problemas no setor da alimentação e da energia na década de 90.
O que sufocou a economia de Cuba foi, basicamente, o excesso de centralização e a falta de incentivos para a
iniciativa industrial.
Nos primeiros anos da Revolução, Fidel conseguiu garantir um bom padrão de vida para a população cubana
graças à ajuda soviética.
Na década de 90, o colapso da URSS e o corte de subsídios soviéticos, deram início a uma grave crise.
As importações caíram 80% e a falta de combustíveis e de alimentos transformou o dia a dia na ilha numa luta
para conseguir produtos básicos.
– 127
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Muitos analistas acreditam que as novas lideranças
conduzirão Cuba em direção a uma economia de
mercado, seguindo o caminho da China.
O que ajudou Cuba nos últimos anos foi a aliança
estratégica com a Venezuela, hoje seu principal
parceiro comercial. A Venezuela vende para os cubanos o barril de petróleo muito abaixo dos preços internacionais. A Venezuela contrata médicos e educadores
cubanos para atuar na Venezuela e na Bolívia, num
convênio que se tornou uma das principais fontes de
recursos do governo cubano.
“O dinheiro venezuelano pode até ter conseguido
evitar ou retardar o colapso da economia cubana. Mas
as condições de vida da população continuam bastante
deterioradas” (José Azel).
Com a renúncia de Fidel Castro à presidência de
Cuba, assumiu o governo o seu irmão Raúl que pretende fazer reformas estruturais e conceituais.
– acabar com o excesso de restrições à população
cubana.
– a liberalização da telefonia celular foi a primeira
decisão divulgada publicamente por Raúl desde fevereiro de 2008.
– permitir a compra de aparelhos eletrônicos
(computadores, DVDs).
– anunciou que normalizará as moradias estatais.
– a remuneração por produtividade foi apresentada por Raúl.
O movimento atual – que está sendo chamado de
êxodo silencioso – tem características próprias. As
fugas do passado ocorreram em embarcações
precárias. O percurso atual é feito em lanchas
motorizadas. A fuga também deixou de ser uma viagem
direta aos EUA. Muitos preferem a travessia até a
Península de Yucatã, no México e seguem por terra até
a fronteira dos EUA. Ao contrário de outros imigrantes
ilegais latinos, elas não precisam atravessar o deserto
nem burlar a vigilância policial. Graças a uma lei do
governo Clinton que prevê asilo a todo habitante da ilha
que pise em território americano – Lei do Pé Seco – ele
128 –
– outra barreira removida é a que impedia os cidadãos comuns de se hospedar nos hotéis para turistas.
O socialismo de Cuba ergueu a sua própria mitologia, baseada na propaganda incessante das “conquistas sociais revolucionárias”. Os seguidores de Fidel
cantam odes à saúde e à educação socialistas, selecionando estatísticas que parecem revelar verdadeiros
milagres. Mas sempre ocultam os indicadores sociais
de Cuba prérevolucionária. Nos tempos do ditador
Fulgêncio Batista, Cuba exibia a menor taxa de
mortalidade infantil da América Latina – uma taxa similar
à do Canadá e mais baixa que as do Japão e de países
da Europa Ocidental.
(Demétrio Magnoli)
Em 1953, a taxa de alfabetização cubana figurava
entre as mais altas da América Latina, superada apenas
pelas da Argentina, Chile e Costa Rica.
Os indicadores sociais positivos de Cuba pré-revolucionária foram um produto das singularidades da
história colonial da ilha caribenha. Cuba havia sido um
dos mais dinâmicos centros políticos e comerciais da
colonização espanhola na América. A “joia da coroa
espanhola” no Caribe atraiu fluxos incessantes de
prósperos colonos espanhóis, que constituíram uma
elite numerosa e cosmopolita. A Universidade de
Havana figura entre as mais antigas da América (1728).
(Demétrio Magnoli, em Mundo)
só precisa se apresentar às autoridades na fronteira e
receber o visto de residência nos EUA.
(Veja, 25 de junho de 2008)
PARAÍSOS FISCAIS
Países ou possessões estrangeiras que possuem
legislações bastante flexíveis sobre o trânsito de capitais
em seus sistemas financeiros, e baixos impostos que
atraem investimentos especulativos e, principalmente,
possibilitam o trânsito de capitais entre setores legais e
ilegais da economia, sendo portanto interessantes as
atividades relacionadas ao narcotráfico.
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