1 Unidade II Capítulo V Sociedade medieval_______________________________________________________________3 Questões do ENEM_______________________________________________________________11 Capítulo VI Sistema feudal____________________________________________________________________12 Questões do ENEM_______________________________________________________________18 Capítulo VII Império Bizantino__________________________________________________________________19 Questões do ENEM_______________________________________________________________22 Capítulo VIII Islamismo_______________________________________________________________________23 Questões do ENEM_______________________________________________________________27 Organização: Apoio: 2 Capítulo V Bárbaros - Povos que não faziam parte do império romano, e que eram O conceito de idade média delimita o período que corresponde à queda do império romano, resultado das crises e das invasões dos bárbaros. julgados inferiores aos romanos por essa Muitos, ainda, hoje compreendem de forma preconceituosa tal período rotulando-o de “idade das trevas”, essa afirmação se dá Jutos, Gauleses, Francos, vândalos, resultado da forma de governo que vigorava, visigodos, ostrogodos,suevos, hunos. onde o cristianismo impunha a sua moral e a sua ética; esse cristianismo era administrado pela igreja Católica Apostólica Romana, esse processo de localização da capital do mundo nessa época, se dá à medida que a pressão popular exercida sobre o império torna-se cada vez mais difícil de controlar, a economia sofria com a inflação que assolava o império resultado da corrupção dos imperadores e da acumulação de capitais ocasionando a desvalorização da moeda. Com essa desfragmentação econômica tornou-se um grande desafio financiar e patrocinar as empreitadas militares o que proporcionou uma maior vantagem bábara sobre as fileiras do império. O contato com outros povos, inclusive os bárbaros, possibilitou uma maior contestação do regime já que foi percebido que a cultura e o modelo romano não eram os únicos nem o modelo ideal. Os soldados já desmotivados pelas derrotas que o império começava a colecionar, passam a perceber que a sua participação dentro do império era de grande importância, portanto começaram a exigir mais benefícios e privilégios o que foi negado por Roma trazendo grande insatisfação a ferramenta militar do império. condição, por exemplo, os Anglos Saxões, 3 Capítulo V Cristianismo - Os romanos professavam o politeísmo pagão que significa a crença em um panteão de deuses, com o surgimento do cristianismo, essa filosofia começa a declinar já que Jesus vem pregando o amor e o perdão dentro de uma realidade caótica e critica, onde ele começa a ter apoio popular. Para agradar uma população que já vinha de uma secular tradição pagã o imperador Constantino convoca o concilio ecumênico de Nicéia onde o cristianismo começa a tomar sua forma atual sendo decidido às datas comemorativas e as características de Jesus; tudo isso usando como base os deuses e os festivais pagãos, sincretizando o personagem Jesus com toda uma realidade já existente de forma a agradar a sociedade e tornar quase imperceptível as mudanças que aconteciam no cenário social, político e econômico da época. O surgimento e desenvolvimento do Cristianismo, que quando ainda começava a engatinhar sendo um homem guiando 12 seguidores, não oferecia nenhum perigo ao estado romano, porém o crescimento de tal ideologia começa a incomodar os imperadores que passam a ver Jesus de Nazaré não como o líder de um culto religioso mais como um agitador político. Diferente do que é pregado, Jesus não foi o primeiro cristão da história; se confundiu agora? Sem problemas, vamos voltar alguns séculos atrás, mais exatamente na antiga Grécia, lá Platão, já pregava o amor e o perdão como forma de alcançar um grau maior de consciência (paraíso), os filósofos medievais como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho se apoderaram dos escritos platonistas, uma herança cultural da civilização greco-romana a quem o cristianismo substituiu, e adaptaram o seu conteúdo a realidade medieval como forma de propagar a religião e os ideais cristãos. Resultando dessa série de crises, o império, (ou o que sobrou dele) dividem-se em duas grandes Zonas geográficas (oriente \ ocidente) onde ele começa a ser povoado por tribos nômades, porém sem usar da arte da guerra; vão se acomodando, esse contato com essas novas culturas e realidades, acontece antes do 4 Capítulo V surgimento cristianismo quando o império já caia. Todos esses fatores fizeram com que a capital do império Romano (Roma) permanecesse como sendo a capital de uma nova era histórica: A idade média. Nesse período, prevaleceu à relação de vassalagem senhorial que funcionava da seguinte maneira: o senhor feudal dava ao seu vassalo um lote de terra e proteção, em contrapartida, o vassalo jurava fidelidade e trabalhava para o seu senhor. Império Carolíngio No decorrer do século V, a Europa começa a receber a instalação de tribos bárbaras (tribos que não pertenciam ao império romano). Uma dessas tribos merece atenção especial, no que diz respeito a organização e consolidação do poderio militar,político e econômico;são eles os francos (o reino franco corresponde ao o que hoje é a França). O rei Clóvis, fundou esse reino e iniciou a expansão de seu território convertendo-se ao cristianismo, Clóvis, passa a utilizar da organização administrativa cristã um modo de consolidar e fortalecer cada vez mais o seu poder. Após a morte de Clóvis, é a vez de pepino, o breve, escrever o seu nome na história; o governo de pepino foi marcado pela forte aliança que passou a existir entre a o reino franco e a igreja dando-se apoio mutuo. Surge no cenário medieval o mais famoso rei franco, Carlo Magno (dá vem o termo "império Carolíngio"). O império carolíngio dividia-se em 200 cordatos administrados por autoridades políticas e religiosas. Era função de Carlos Magno eleger seus assessores políticos quanto os representantes da igreja, ou seja, Carlos detinha em mãos os poderes de rei e de chefia da igreja. 5 Capítulo V Durante seu reinado, Carlos promoveu grandes avanços em relação a seu território e a dominação e conversão de outros povos, lutou contra a ameaça sarracena ao seu território e foi responsável pela manutenção da cultura greco - romana já que a valorização cultural e a intelectualização dos nobres tornou-se uma das grandes metas do império, esse período entrou para a história como o renascimento carolíngio. Em 814, Carlos Magno morre, e é sucedido por seu filho Luiz, que prossegue como governante do reino dos francos até 840 quando o seu falecimento ocasiona uma grande disputa entre seus filhos. Com a morte de Luiz, o piedoso, seus filhos começam a disputar as regiões que compreendiam o império: • Carlos o Calvo - Frância ocidental (atual França); • Luís o Germânico - Frância oriental (futura Germania, inicio do Sacro império romano germânico; • Lotário - Centro da Itália até a Frísia (futura Lotaríngia). Cruzadas Somada ao crescimento da produção agrícola e o salto populacional da época, as cruzadas tiveram papel fundamental no que diz respeito ao ápice e decadência do sistema feudalista. Em 1095, o papa urbano II organiza a retomada da terra santa (Jerusalém) que havia sido conquistada pelos turcos a alguma décadas atrás. A estratégia de urbana baseou-se na pacificação dos pequenos conflitos entre cristão na Europa de forma a uni-los na luta contra os islâmicos. 6 Capítulo V Oficialmente, existiram quatro principais cruzadas que tiveram o objetivo em comum; conquistar a terra santa e expandir a fé no cristianismo: 1. Primeira cruzada - Motivada pela proibição por parte dos turcos de que os cristãos peregrinassem até locais sagrados na palestina, fazendo com que os cruzados pudessem abrir caminho para a conquista de terras no orientes e formarem pequenos estados de língua latina, essas conquistas forma de grande interesse para os comerciantes europeus que viram nesse estabelecimento de novas rotas comercias a possibilidade de reestruturar o comercio de especiarias que havia caído a tempos atrás. Essa cruzada consolidou a tomada de Jerusalém pelos cristãos. 2. Segunda cruzada - A segunda cruzada teve um caráter defensivo já que os turcos, liderados pelo sultão saladino,ameaçava tomar a terra santa o que realmente ocorreu em 1149. Terceira cruzada - Empreitada militar financiada por grandes soberanos europeus como os reis como Frederico barba Rocha (Alemanha), Ricardo coração de leão (Inglaterra) e Felipe Augusto (França) ,entrou para história como a “cruzada dos reis”. 3. 4. Quarta cruzada - Foi uma cruzada que se diferenciou das outras em relação aos seus objetivos, o destino não mais era Jerusalém e sim a cidade de Constantinopla, os soldados só se interessavam pelos lucros que poderiam obter e saquearam toda a capital do império bizantino. Com o advento das cruzadas, dezenas de mudanças sejam elas no setor econômico político ou militar se acentuaram no interior do continente europeu; um tempo de paz reinou nos países europeus já que todos os guerreiros estavam lutando no oriente, com o restabelecimento das rotas comercias no oriente possibilitou uma grande expansão das relações comercias e a organização de varias feiras. Próximas as essas feiras, começou um processo de aglomeração urbana formando os chamados burgos (daí vem o termo burguesia). O Surgimento da Burguesia Nesses burgos, reuniam-se pessoas que se dedicavam exclusivamente às atividades comerciais, sem classe alguma (nobreza, clero...). O sistema feudal, era extremamente burocratizado, restringindo as liberdades comercias com suas pesadas taxas e seus excessivos impostos. Os burgueses reivindicavam maior autonomia, portanto começaram a apoiar os reis em busca da centralização do poder nas mãos dos mesmos. 7 Capítulo V Classes Sociais Medievais Clero - (ORATORES) Nobres - (BELLATORES) Servos - (LABORATORES) Certamente a classe maior influencia no mundo medieval, o clero era composto por todos os membros da Igreja Católica Apostólica Romana. Tinham como principal função a participação nas guerras e a administração dos feudos. Compreendiam maior parte da população, eram explorados pelos seus senhores e eram obrigados a pagar altas taxas e impostos a fim de bancar os luxos do clero e da nobreza. Dividia-se em clero regular (monges integrantes das ordens religiosas) e clero secular (toda a hierarquia envolvida na administração da fé cristã). Com o passar do tempo, a Europa medieval começa a crescer e desenvolver cada vez mais esse modelo econômico o que acaba impossibilitando a divisão dos mesmos, foi onde, esse contexto favoreceu o chamado “direito de primogenitura” que significava que apenas o filho mais velho seria o herdeiro de todas as posses e títulos do falecido pai. Interessante ressaltar que escravos e servos não são a mesma coisa; escravos ainda existiam mais em pequeno numero, trabalhavam sem receber nenhum salário, já os servos eram mão de obra assalariada. Corporações de Oficio Com a consolidação da economia medieval, os comerciantes se uniram buscando se fortalecer, o mesmo aconteceu com os artesãos; surgiam ai as corporações de ofícios. A união dos artesãos monopolizava o comercio estipulando o preço, qualidade e modelo das mercadorias produzidas impedindo a concorrência. A hierarquia de tais corporações era da seguinte maneira: No topo estava o mestre que detinha o conhecimento, o espaço e as ferramentas, logo em seguida vinham os oficiais que eram pagos pelos seus serviços e poderia um dia vir a ser mestres e por final vinham os aprendizes que residiam nas oficinas e recebiam alimentação, proteção e roupas em troca dos seus serviços. A Guerra dos Cem Anos Uma disputa entre ingleses e franceses que aconteceu durante os anos de 1337 e 1453, tinha como objetivo a posse de território francês, principalmente a região Flanders. Trata-se de uma guerra que deixou resultados negativos para a população européia. Com a morte do rei francês Carlos IV em 1328, surge uma disputa pelo trono entre Filipe de Valois sobrinho do rei Filipe e Eduardo III rei da Inglaterra e neto de Filipe por parte de mãe, que perde a disputa para valois. 8 Capítulo V Por decisão de uma assembléia de senhores feudais franceses, com base na lei Sálica, proibindo a ocupação do reinado por linhagem materna. É o inicio da dinastia Valois,o que não foi satisfatório para os ingleses que tinham estratégias para a região do Flanders. Toda essa disputa tinha como objetivo a concentração de um comércio manufaturado de tecidos e de matéria prima originada da Inglaterra. A intenção era ter uma importação de lã inglesa sem obstáculos, isso levou os burgueses da região a buscar apoio com Eduardo III, que havia tomado posse. Chegando em 1337, foi iniciada uma guerra declarada entre franceses e ingleses com duração de quase um século com alguns períodos de paz. Os ingleses demonstram superioridade garantindo vitórias de 1337 a 1422, logo em 1360, um terço do território francês já estava ocupado por ingleses entre 1315 e 1317, antes da guerra. A Europa sofre a grande fome resultado da baixa colheita em uma produção fraca deixando à população debilitada e totalmente vulnerável as doenças. Uma delas foi à peste negra, uma doença que teve origem na china e teve como destino a Índia e a Europa, atingindo principalmente a população pobre e matando quase um terço da Europa. Enquanto a peste matava a população, o comércio francês enfraquecia devido aos gastos com a guerra. Logo apareceram rebeliões, pois os burgueses se sentiam no direito de ter mais participação no governo enquanto camponeses e servos se revoltavam contra seus senhores, rebeliões essas que receberam o nome de Jacqueries (João ninguém). Essas rebeliões foram controladas devido ao apoio real a contra ofensiva da nobreza. Logo após a morte de Carlos V,a nobreza francesa foi dividida em duas: Armagnacs e Bourguignons . A França ficou dividida por dois reinos em 1420, os ingleses fortalecidos pelos aliados Bourguignons derrotados por Armagnacs,venceram e Henrique V ganha o poder. 9 Capítulo V A população estava confusa diante de toda condição, era necessário um representante com sentimentos de nação, foi daí que surgiu uma camponesa conhecida como Joana D´arc, liderou; batalhas obtendo vitórias e ganhando territórios, sendo responsável pela coroação de Carlos VII nas terras ao norte. Em 1430, Joana é capturada por Bourguignons e queimada em praça publica pela santa inquisição por dizer que recebia mensagens diretas de Deus. Carlos V continuou a luta até a retirada dos ingleses em 1453. Crise: Fome e Peste Durante os séculos XIV e XV, a produção agrícola, maior fonte de renda dos senhores feudais começa a declinar, esse declínio é resultado das péssimas condições temporais, a população começa a se alimentar cada vez pior causando um empobrecimento dos nutrientes para o corpo humano tornando-o fraco e deixando o sistema imunológico muito baixo. Por volta do ano 1347, chega a Europa uma nova A doença provocada pela bactéria pasteurela pestis oriunda das pulgas dos ratos, a população já enfraquecida passa por uma época negra onde cidades inteiras são dizimadas o que fez com que a população se uni-se se rebelando contra os senhores feudais o que alimentou o enfraquecimento do sistema. 10 Capítulo V A partir de 1348, irrompeu na Europa, proveniente do continente asiático, a chamada Peste Negra. Seu efeito foi devastador, chegando a provocar a morte de mais de 25% da população européia durante o século XIV. Sobre a Peste Negra, podemos afirmar que: I. comunidades judaicas foram responsabilizadas pela epidemia e perseguidas pelos cristãos, que acionavam o sentimento antijudaico existente na Idade Média. II. a epidemia foi responsável pela recuperação econômica da Europa medieval após séculos de retração e crises de abastecimento. III. a epidemia provocou a busca de novas terras protegidas do contágio com a peste, resultando na conquista do norte da África e da Palestina pelos europeus. IV. a epidemia freou o processo de dissolução do feudalismo e provocou a implementação de práticas escravistas em toda a Europa Ocidental. Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): A) I e III, apenas. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) I, apenas. E) Todas A prosperidade das cidades medievais (séculos XII a XIV), com seus mercadores e artesãos, suas universidades e catedrais, foi possível graças: A) à diminuição do poder político dos senhores feudais sobre as comunidades camponesas que passaram a ser protegidas pela Igreja. B) à união que se estabeleceu entre o feudalismo, que dominava a vida rural, e o capitalismo, que dominava a vida urbana. C) à subordinação econômica com relação a camponeses, e à política com relação aos senhores feudais. D) ao aumento da produção agrícola feudal, decorrente tanto da incorporação de novas terras quanto de novas técnicas. 11 Capítulo VI Com o declínio da mão de obra escrava no Império Romano, a consolidação da economia passa a ser feita a partir do estabelecimento de acordos entre ricos e pobres, onde o rico se propõe a oferecer proteção, títulos e terras aos servos, e em contrapartida o servo se responsabiliza pelo cuidado com o feudo. Influência Romana Com a decadência dos centros urbanos como localidade comerciais, houve a transferência desses centros para as vilas que eram unidades autônomas no que diz respeito a agropecuária. Nesse momento de transição entre o declínio da escravidão e a consolidação da mão de obra servil, existia um sistema organizado onde o pagamento era feito em dinheiro vivo e onde o trabalhador exercia a sua função tendo que pagar pelo uso da terra que usava. 12 Capítulo VI Influência Germânica Estabelecimento do Regime de Comitatus, onde existam elos de fidelidade entre os chefes das tribos guerreiras aos seus soldados,e os chefes dividiam as terras conquistadas com todos os guerreiros que participavam dos combates. No sistema feudal a economia se mantinha na sua essência dependente do mundo agrário, porém os instrumentos eram rudimentares,o que resultava numa baixa produtividade dos feudos. Sobre tribos bárbaras No geral, os feudos dividiam-se em três partes distintas: Terras senhoriais - Era localizado na melhor parte do terreno, onde residia o rei e sua corte, os armazéns, estábulos e todo um conjunto de locais de suma importância para o pleno funcionamento do feudo. • • Manso servil - Localidade onde habitavam e trabalhavam os servos do feudo. 13 Capítulo VI • Terras comuns - Áreas distantes do centro, geralmente regiões pantanosas destinadas à caça e ao recolhimento de frutos e raízes. VASSALAGEM “Laço contratual que unia dois homens livres, o senhor (dominus, recebedor de fidelidade e serviços nobres, isto é, não produtivos, não servis) e o vassalo (vassalus, termo derivado do céltico gwas, homem, aquele que recebia sustento de outro). Nos séculos VIII-IX prevalecia o vínculo pessoal: alguém recebia uma terra porque era vassalo. A partir do século XI prevaleceu o elemento real: alguém faziase vassalo para receber um feudo.” Fonte: FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. 4ªed. São Paulo: Brasiliense,1992. “A Cidade de Deus, que se crê única, está dividida em três ordens: uns rezam, outros guerreiam e outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não suportariam ser separadas. Os trabalhos de cada uma delas permitem o serviço das outras duas. Cada uma, alternadamente, presta seu apoio aos outros”. 14 Capítulo VI Bispo Adalberto de Laon Transição econômica (Feudalismo x Capitalismo) O modelo europeu medieval não era o único modelo de sociedade existente, esse conceito caiu em desuso quando nos deparamos com civilização distintas que se organizavam e eram administradas de forma totalmente diferente do modo europeu. Com a invasão dos bárbaros ao Império Romano dando fim a séculos de supremacia e poder a Roma, começam a se consolidar outros modelos civilizatórios que desbancam a visão tradicional da Europa Medieval. 15 Capítulo VI Europa Medieval • Modelo de civilização ocidental. • Resultado das reformas do império carolíngio. • Modelo teocêntrico • Cavaleiros cruzados. de cristo; Civilização Islâmica • Revelação ao profeta Maomé. • Estimulo produção; feiras comércios regulares. da e • Invasão da península ibérica. Império Bizantino • Continuação império romano oriente do no • Extensão territorial: Grécia, palestina e Egito. • Declínio; peste. Com a crise no sistema de escravidão romano, decorrente de fatores próprios da queda romana, como o fim das conquistas imperiais fazendo secar as fontes de obtenção de novos escravos e a carência de matérias primas nas cidades onde residiam os artesão e comerciantes, a mão de obra é substituída; passa de escrava para servil. Com o advento do medievalismo, surge uma nova concepção de como se fazer comércio o chamado sistema feudal ou vassalagem,resultado de uma necessidade dos ricos (obter mão de obra e enriquecer) e uma necessidade dos pobres (se proteger dos ataques bárbaros) baseia-se no estabelecimento de uma “ajuda” mutua;o senhor feudal,dava terra e proteção ao seu vassalo e esse se comprometia a cuidar desse pedaço de terra,da agricultura e da pecuária de forma a ganhar dinheiro para si e para seu senhor,era de caráter auto-suficiente dentro de uma sociedade estatizada e pouco dinâmica onde o mundo do trabalho se dividia apenas entre senhores e servos,essa falta de dinamismo somada a um complexo contexto histórico substitui mais uma vez as relações comerciais. Porém, nem todas as regiões medievais sofreram a influência das decisões feudais, essas regiões denominam-se “burgos” onde se mantinha um comércio mais aberto entre as corporações de ofício e as relações comercias exteriores. Revoluções burguesas - São as revoluções que possibilitaram juntamente com a revolução industrial a ascensão do regime capitalista: • Revolução inglesa, • Revolução francesa e • Independência dos estados unidos. Os comerciantes dos burgos (burgueses),possuíam a liberdade de comerciar com quisessem pois não estavam presos a relação servil. A substituição desse modelo se dá a partir da participação ativa dos burgueses que organizam uma nova forma de comerciar mais ampla baseada na total liberdade de comércio substituindo servos por trabalhadores assalariados; capitalismo. 16 Capítulo VI O capitalismo toma a sua forma resultando das Revoluções burguesas que mudam todo o contexto social da época e futuramente, influenciando toda uma geração. Fases do Capitalismo Capitalismo Comercial - O lucro se concentrava nas mãos de quem comprava e vendia não quem produzia. Capitalismo Industrial - Separação entre quem possui os meios de produção e os trabalhadores. Capitalismo Financeiro - O controle das atividades passa a ser feito pelas grandes corporações e pelo sistema bancário. Capitalismo Informacional - Nessa fase, o capitalismo continua com as características financeiras e industriais mais se dá uma maior importância ao conhecimento. 17 Capítulo VI Sobre o feudalismo, faça a relação entre os itens enumerados e a coluna abaixo. (1) Comitatus – (2) Corvéia – (3) Vassalagem – (4) Jacquerie – (5) Simona ( ) Venda dos bens eclesiásticos, provocando descontentamento no baixo clero. ( ) Instituição bárbara que organizava as tribos ao juramento de fidelidade em casos de guerra. ( ) Revolta de cunho social, que pela primeira vez contestou a nobreza feudal. ( ) Obrigação do trabalho servil nas terras do senhor feudal. ( ) Relação feudal de imposição social, estabelecendo a ligação entre senhor e servo ou de senhores para senhores. A seqüência correta é: A) 3 – 2 – 4 – 5 – 1 B) 5 – 1 – 4 – 3 – 2 C) 5 – 1 – 3 – 4 – 2 D) 5 – 4 – 3 – 2 – 1 E) 5 – 1 – 4 – 2 – 3 18 Capítulo VII Em poucas palavras; o império bizantino é o que sobrou após a decadência do Império Romano correspondendo a parte oriental do mundo conquistado. Com as sucessivas crises que abatiam o grandioso Império Romano, o imperador Constantino, percebe que a melhor maneira de amenizar as tensões que caiam sobre as costas imperiais era mudar a capital do império de Roma para a região oriental, com isso, Constantino funda a cidade de Constantinopla na região que hoje corresponde a Turquia. A população era composta por uma grande mistura de povos, pois a extensão territorial estendia-se desde o Mar Adriático até o Mar Vermelho, passando pela Ásia, Europa e África, esse posicionamento geográfico contribuía para as atividades comerciais, especialmente naqueles que utilizavam vias marítimas. Em relação ao modelo político governamental, a sociedade era regida por um estado absolutista teocrático já que pelo Edito de Milão, o Cristianismo tornava-se a religião oficial do império. A sociedade bizantina era caracterizada pelo uso da língua Grega em substituição a língua latina falada no ocidente. Durante a consolidação do modelo religioso vigente nessa época e nessa região, começam a surgir contestações onde aparece pela primeira vez o termo Heresia, as mais comuns eram: 19 Capítulo VII • Monofisismo - Idéia que baseava-se na premissa de que Cristo só possuía um caráter divino sem aquela velha dualidade entre humano e divino presente na mitologia cristã. Arianismo - Conceito que só valorizava a existência do “pai” na trindade e negava o “filho” e o “espírito santo”. • • Nestorianismo - Tinha como base a maternidade de Maria exclusivamente para com o “Cristo homem” e não para com o “Deus”. A Iconoclastia Com a mudança da capital para o oriente, o choque cultural foi inevitável, foi nesse contexto que um grupo religioso radical que tinha como principal atitude a destruição de imagens por considerá-las objetos de idolatria, prática esta condenada pelos dogmas cristãos, mas aceita pela igreja como forma de angariar fundos, começa a se manifestar o que lhes valeu o rotulo de “iconoclastas” (destruidores de imagens). Justiano O imperador Justiano destaca-se como um dos maiores imperadores da história da civilização bizantina, foi durante seu governo que o império atingiu máximas proporções, nesse período são instituídas reformas que modificam o modelo tradicional político, social e econômico da época. Sobre a Arte Bizantina Eventos que marcaram o governo de Justiano As brigas entre a igreja tradicional romana e o clero local bizantino resultaram na divisão do cristianismo entre a tradicional religião romana e a nova religião ortodoxa, esse evento entrou para história como a Cisma do Oriente, apoiada em um novo conceito instituído que ficou conhecido como Cesaropapismo que significava que o chefe de estado (César) teria 20 Capítulo VII as mesmas funções que o chefe da igreja (papa). Com um caráter expansionista e imperialista, Justiano deseja restaurar o outrora grandioso Império Romano reconquistando o norte da África e a Península Ibérica, essas empreitadas militares ficaram conhecidas como as guerras de reconquista. Com a guerra em andamento, O governo estabelece novos impostos de forma a auxiliar nos esforços de guerra o que causa uma insatisfação geral no povo, nesse evento entra para história como a Revolta de Nika. Os povos bizantinos têm um grande destaque no que diz respeito às artes e arquitetura, uma de suas mais importantes obras foi à igreja de Santa Sofia abaixo, podese notar a marca registrada das construções bizantinas: a arquitetura em forma de cúpula e o hábito de representar seus governantes e suas manifestações religiosas em mosaicos coloridos. Declínio da Civilização Bizantina Resultado das dezenas de crises religiosas internas e a permanente ameça dos povos persas o que contribuiu para a invasão árabe dando fim ao império. A data de 1453, marca o fim do Império Bizantino, resultado da invasão dos turcos-otomanos pondo fim a Idade Média, iniciando a Idade Moderna. 21 Capítulo VII A Civilização Bizantina floresceu na Idade Média, deixando em muitas regiões da Ásia e da Europa testemunhos de sua irradiação cultural. Assinale importante e preponderante contribuição artística bizantina que se difundiu expressando forte destinação religiosa. A) Adornos de bronze e cobre; B) Aquedutos e esgotos; C) Telhados de beirais recurvos; D) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas; E) Vias calçadas com artefatos de couro. 22 Capítulo VIII O livro sagrado da religião islâmica é chamado Alcorão que é composto por 114 capítulos que traduzem a mensagem de Deus enviada a Maomé, porém, nem sempre foi assim, antes da revelação maometana, os povos árabes professavam a fé no politeísmo onde tinham um centro de peregrinação e veneração aos 360 deuses chamada Caaba. Sobre a cultura árabe. 23 Capítulo VIII Esse politeísmo era também uma forma de se obter lucro já que a população árabe aproveitava à ida a peregrinação para fazer compras e assim desenvolver a economia da região. Atualmente, o Islamismo é a religião que mais cresce no mundo, os maometanos têm uma grande concentração no norte da áfrica e em países de língua árabe. Com os atentados de 11 de setembro, surgiu no mundo um sentimento anti-islâmico e um preconceito em relação a sua cultura e sua religião. Na religião muçulmana, existem três locais sagrados: • Meca - Local onde fica a pedra negra adorada pelo povo. • Medina - Localidade onde Maomé ergueu a primeira mesquita. • Jerusalém - Cidade onde o profeta morreu e subiu aos céus encontrar-se com Jesus e outros profetas. Cinco princípios básicos do Islamismo 1. Aceitar Deus (Alá) como único e Muhammad (Maomé) como seu único profeta; 2. Dar esmola de no mínimo 2,5% (Zakat) de seus rendimentos para os necessitados; 3. Tendo recursos, peregrinar a Meca ao menos uma vez na vida; 4. Realização diária das orações; 5. Desenvolver a paciência e reflexão efetuando jejuns durantes os meses do Ramadã. AL – Corão Baseado na bíblia cristã e no Torá hebraico, o Corão ou AL – Corão, possui 114 capítulos que orienta como deve ser o trato e a relação com outras pessoas, a vestimenta, a culinária e como expandir a “verdadeira fé”. Os islâmicos defendem a fé na ressurreição de todos aqueles que creem em Alá, sendo os incrédulos (membros de outras religiões) punidos futuramente com uma eternidade em um lago de fogo. 24 Capítulo VIII Xiitas e Sunitas Sunitas Xiitas (Suna - Palavras proferidas pelo profeta Maomé) (Partidários de Ali) • Grupo islâmico que segue os ideais do tio de Maomé, Ali; • Os fieis dessa dissidência são independentes em relação aos Sunitas; mais • Radicalismo; • Valorização a peregrinação a meca e a outros centros religiosos. • Os califas são escolhidos pelo povo. • Dependem das decisões do califado; • Radicalismo varia de acordo com o califa; • Grande importância à peregrinação a Meca • Afirmam ser a continuação da obra de Maomé. O Islamismo no Brasil O islamismo ocupa a segunda posição no Ranking religioso brasileiro perdendo apenas para o cristianismo tendo 1,5 milhões de seguidores, divididos entre Rio de janeiro, São Paulo, Curitiba e Belo horizonte possuindo uma majoritária concentração na região de Foz do Iguaçu. 25 Capítulo VIII Comparações Com As Outras Religiões Judaísmo Cristianismo Islamismo DEUS Jeová Deus Alá MEDIADOR Moisés Jesus Maomé IDADE 5.750 anos 1.979 anos 1397 anos FUNDADOR Moisés Jesus Maomé LIVRO SAGRADO Torá Bíblia Corão DIA SAGRADO Sábado Domingo Sexta - Feira PRINCIPAIS FESTAS Yon Kipour Natal / Páscoa Ramadã DIVISÕES Tradicionais e Ortodoxos Católicos e Protestantes Xiitas e Sunitas SACERDOTES Rabinos Padres / Pastores Califas CIDADES SAGRADAS Jerusalém Jerusalém e Vaticano Meca e Jerusalém SÍMBOLO PRINCIPAL Estrela de Davi Cruz Estrela de ali SEGUIDORES HOJE 18 milhões 2,1 bilhões 935 milhões TEMPLOS Sinagogas Capelas, Catedrais Mesquitas 26 Capítulo VIII O Império Árabe está associado a um legado cultural islâmico secular. Assinale o significado histórico correto da expressão islâmica que se manifesta na crise atual do Golfo Pérsico. A) "Jihad" é a luta pela fé, pela restauração da palavra de Alá e ação contra a opressão. B) "Muçulmano" é ser árabe necessariamente. C) "Mesquita" é livro sagrado. D) "Kiffer" é aquele que pratica rezas diárias e segue o Islã. E) "Hégira" é vocábulo árabe que no léxico português significa tufão. Para compreender a unificação religiosa e política da Arábia por Maomé, é necessário conhecer: A) a atuação das seitas religiosas sunita e xiita, que contribuíram para a consolidação do Estado teocrático islâmico. B) os princípios legitimistas obedecidos pela tribo coraixita, da qual fazia parte. C) os fundamentos do sincretismo religioso que marcou a doutrina islâmica. D) as particularidades da vida dos árabes nos séculos anteriores ao surgimento do islamismo. E) a atuação da dinastia dos Omíadas que, se misturando com os habitantes da região do Maghreb, converteram-se à religião muçulmana e passaram a ser chamados de mouros. Acerca dos intensos conflitos entre palestinos e israelenses no Oriente Médio, é incorreto afirmar: A) Os Estados Unidos falharam em suas tentativas de negociar uma paz duradoura para a região. B) Os conflitos têm sido cotidianos e envolvem a população civil. C) A intensificação do conflito deveu-se, também, ao envolvimento de grupos paramilitares que desejavam a guerra. D) O governo israelense de Ariel Sharon não conseguiu resolver os conflitos entre os grupos rivais. E) As rivalidades são recentes, decorrentes da disputa por reservas de petróleo. Sobre o Islamismo e a expansão da Civilização Árabe durante a Alta Idade Média, é incorreto afirmar que: A) O Islão - submissão a Alá - foi fundado pelo profeta Maomé por volta de 610 d.C.. Sua fuga para Medina em 622 d.C. - Hégira - marca o início da era muçulmana. B) A expansão do Islamismo contribuiu para a ruralização da Europa, uma vez que os Árabes dominaram e fecharam a principal via de comércio até então, o Mar Mediterrâneo. C) Baseado no ideal de Guerra Santa - jihad - que prega o combate ao infiel, os Árabes expandiram durante a Alta Idade Média, ultrapassando o limite dos Pirineus, e com isso conquistando o Império 27 Capítulo VIII Merovíngeo, atual França. D) O estímulo à Guerra Santa, o aumento da população Árabe, e a guerra entre Império Bizantino e Império Persa, que vai enfraquecer a ambos, são razões significativas para a contínua expansão da religião islâmica. E) A expansão do Islamismo tem fim com a derrota dos Árabes na Batalha de Poitiers em 732 d.C., impedindo que os muçulmanos adentrem na Europa além da Península Ibérica, que já está sob o seu domínio. 28