Despejos domésticos e autodepuração

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Aula: 27
Temática: Despejos domésticos e autodepuração
Você estudará nesta aula sobre o despejo doméstico e a
autodepuração das águas naturais. Bom estudo!
Despejos domésticos
O principal componente do esgoto doméstico é a matéria orgânica, de
origem biológica.
Conforme Silva, em média os esgotos domésticos apresentam as seguintes características:
Demanda Bioquímica de Oxigênio (5 dias, 20ºC)
300mg/L
Alcalinidade (em CaCO3)
120mg/L
Cloretos
75mg/L
Sólidos totais
500mg/L
Número de coliformes
105 a 106 por mililitro
Nitrogênio total
em torno de 10mg/L
Sulfatos
em torno de 20mg/L
Sabões e gorduras
em torno de 20mg/L
Fonte: (Silva, p. 88, 2002).
Em cidades litorâneas é comum o despejo de esgoto doméstico nos mares sem tratamento prévio. Os esgotos domésticos e fertilizantes agrícolas
(inseticidas, herbicidas), despejados nos oceanos, causam um aumento na
concentração de nitrogênio, fósforo e matéria orgânica, ocasionando a superpopulação de algas costeiras e diminuição do oxigênio ocasionando a
eutrofização e a morte dos peixes. Também causam problemas de saúde
pública, pois podem transmitir hepatite, cólera, gastrenterites e dermatites.
Autodepuração das águas
Os corpos d’água possuem mecanismos naturais de se recuperar quando são lançados efluentes com matéria orgânica. Esta característica das
águas naturais é denominada autodepuração. Entretanto os corpos d’água
possuem uma capacidade de autodepuração e quando são lançadas quantidades superiores à sua capacidade, este corpo não consegue oxidar a
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matéria orgânica. Para evitar sua poluição é necessário considerar a capacidade dos corpos d’água de depurarem a matéria orgânica sem causar
problemas ambientais e à saúde pública.
Os corpos d’água possuem oxigênio dissolvido em equilíbrio com o ar atmosférico que está relacionado com a temperatura da água e a pressão. A
autodepuração da água está diretamente relacionada à quantidade do oxigênio dissolvido, uma vez que os microorganismos que fazem a decomposição
da matéria orgânica utilizam o oxigênio presente nas águas para sua respiração. A reposição do oxigênio ocorre pela reoxigenação através do oxigênio
atmosférico e pela fotossíntese. Se houver um equilíbrio entre o oxigênio
consumido e o produzido, o processo de autodepuração está completo.
Os fatores que interferem no processo de autodepuração são:
• O equilíbrio atmosférico que depende da velocidade do deslocamento
do corpo d’água, profundidade, vento, topografia, correntes de diferentes densidades e temperaturas;
• A fotossíntese é influenciada pela profundidade do corpo d’água, turbidez, luminosidade, e pela presença de microorganismos fotossintetizadores;
• A presença de bactérias aeróbicas e temperatura da água.
As características da autodepuração são visíveis, no ponto do lançamento
do despejo orgânico as águas ficam turvas e com depósito de partículas
no fundo. Neste momento a autodepuração ainda não teve início e os índices de oxigênio dissolvido permanecem constantes. Próximo a área do
lançamento começa a decomposição da matéria orgânica, com a proliferação das bactérias aeróbicas, o que acaba reduzindo a concentração de
oxigênio dissolvido. Nas proximidades a concentração de oxigênio começa a ser invertida, aumentando. As águas começam a ficar mais claras, os
sedimentos mudam de textura, e a quantidade de bactérias começa a ser
reduzida. Surgem as algas e o corpo d’água adquire as características de
antes do despejo.
Na próxima aula, estudaremos os despejos industriais e o
tratamento destes.
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