Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE Estimativa e análise da distribuição espacial da energia solar incidente para a região do Distrito Federal George Fernandes Azevedo1 Newton Moreira de Souza1 1 Universidade de Brasília – UnB Campus Darcy Ribeiro - CEP 70910-900 - Brasília - DF, Brasil [email protected]; [email protected] Abstract: This research investigates the distribution of solar energy incurring in the whole area of the Federal District on August 9, 2011. The creation and analysis of surface temperature data was also carried out for the same date. The methodology applied is based on the calculation of energy received by a certain location when radiations do not fall upon the surface in a perpendicular angle, depending, therefore, on geometrical and geographic characteristics, period of the year and time of the day. Temperature estimation was carried out through the application of the Malaret model, which uses the image’s thermal band generated by the Thematic Mapper sensor of the Landsat 5 satellite for the date above mentioned. The incident solar energy was computed for the period ranging from 6.30a.m. to 10a.m. in gaps of thirty minutes that were added by the end of the procedure. It resulted in the generation of an incident energy map and an apparent surface temperature map for the Federal District, which allowed quantifying the relationship among information produced as well as determining their spatial distribution pattern within most relevant locations. Conclusions concern the definition of factors that most influence solar energy distribution, with the verification that the main ones have geometric nature. It was also noted that the behaviors displayed by temperature values are not an exclusive function of the quantity of incident energy, once there are factors which go beyond the sun’s action controlling the results observed. Palavras-chave: remote sensing, GIS, solar radiation, sensoriamento remoto, SIG, radiação solar. 1. Introdução Atualmente, época em que o consumo de energia está intimamente relacionado à qualidade de vida, pesquisas voltadas para a criação e o uso de tecnologias referentes a fontes alternativas de energia que utilizem recursos renováveis, visando reduzir os impactos ambientais, têm sido estimuladas tanto pela crescente demanda energética, como pela preocupação vinculada às consequências trazidas ao ambiente por intermédio do consumo de combustíveis fósseis (Martins et al., 2005). Neste contexto, a energia solar corresponde a uma das formas que tem apresentado interesse mundial, por ser renovável e abundante nas regiões onde existe desenvolvimento de atividades econômicas no planeta (Colle e Pereira, 1998). Conforme Estefanel et al. (1990), o Sol mostra-se como fonte primordial de energia que mantém a vida no planeta, de maneira que o seu destaque se amplia ao passo que as reservas energéticas convencionais têm se exaurindo. Pereira et al. (2002) destacam que todos os fenômenos atmosféricos e processos físicos, químicos e biológicos presentes em ecossistemas agrícolas têm como causa principal a radiação solar, de forma que a sua utilização pode ocorrer de variadas maneiras, como a captura pela biomassa, aquecimento de ar e água para fins domésticos e industriais e fotoeletricidade referente a pequenos potenciais. Colle e Pereira (1998) e Tiba (2000) ressaltam que o Brasil demonstra um amplo potencial associado à energia solar durante o ano todo, uma vez que a maior porção do seu território situa-se na região intertropical. Em longo prazo, Pereira e Colle (1997) citados por Martins et al. (2004) atentam que o uso da energia solar proporcionaria diversas vantagens para o país, permitindo a oferta de energia em períodos de estiagem, favorecendo a redução da dependência frente ao mercado de petróleo, diminuindo as emissões de gases poluentes na 1861 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE atmosfera e possibilitando o desenvolvimento de áreas longínquas, nas quais o custo da rede elétrica convencional torna-se impraticável do ponto de vista de retorno financeiro. Deste modo, a presente pesquisa teve como cerne a geração e a análise da carta concernente à distribuição de energia solar incidente sobre a área do Distrito Federal para um determinado horário do dia 9 de agosto de 2011. Valeu-se, também, da imagem do sensor TM proveniente do satélite Landsat-5 para a data citada, a partir da qual foi gerado um mapa de temperatura aparente de superfície para esta região em estudo, permitindo estabelecer uma confrontação entre os valores obtidos. Isto possibilitou averiguar os aspectos de maior destaque dentro do conjunto de resultados alcançados no presente trabalho, com a composição de algumas explicações e conclusões relacionadas às implicações produzidas. 2. Metodologia de Trabalho Buscou-se, inicialmente, computar o valor da energia solar incidente em toda área de estudo valendo-se, para isso, das etapas estabelecidas por Costa (1982). A energia proveniente do Sol recebida em um determinado local é função, entre outros fatores, da época do ano e da hora do dia. Desta forma, tomou-se como base para os cálculos efetuados e para efeito de comparação dos resultados, uma imagem procedente do sensor TM do satélite Landsat 5, relativa ao dia 9 de agosto de 2011, cuja passagem se deu no horário de 10h00min. Para a organização e manipulação dos dados espaciais necessários para o desenvolvimento desta pesquisa, empregou-se o programa computacional SPRING 5.2 (Câmara et al., 1996), no qual foram criados um banco de dados e um projeto específicos para este fim. Citam-se algumas características pertinentes ao projeto criado para este trabalho: Projeção e datum utilizados: UTM/ SIRGAS2000, zona 23; Retângulo envolvente definido em coordenadas planas: X1 = 143.898 m; Y1 = 8.218.507 m; X2 = 255.750 m; Y2 = 8.291.429 m; Entre os insumos básicos de caráter espacial usados neste trabalho estão, além da imagem TM Landsat 5 citada anteriormente, os valores da latitude para a região em estudo e o Modelo Numérico de Terreno (MNT), concernente a todo território do Distrito Federal. Estes dados foram estruturados no programa SPRING em planos de informações, sob o formato matricial, contendo pixels com resolução espacial de 5m. Conforme estabelecido por Costa (1982), nas situações em que as radiações solares não incidem perpendicularmente à superfície, a energia que chega (E), em kcal.m-2.h-1, é dada pela Equação 1. Onde θ corresponde ao ângulo constituído pelos raios incidentes e a normal à superfície considerada, representando o ângulo de incidência das radiações e E0 refere-se à energia solar que recebida, sobre um plano perpendicular às radiações, em um determinado ponto da superfície terrestre. O cálculo do ângulo de incidência das radiações (θ) pode ser realizado a partir de ângulos relacionados à orientação do Sol e aqueles que caracterizam a superfície em relação ao plano horizontal do local. A Equação 2 traz a expressão empregada na obtenção do cosseno deste ângulo. 1862 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE Em que: δ compreende a declinação do Sol, que representa o ângulo entre o plano do Equador e a direção Terra-Sol, sendo positiva para o norte. Em certa época, o cômputo da declinação usa a fórmula empírica de Cooper assinalada pela Equação 3; ( ) Onde: n relaciona-se ao dia do ano considerado, contado consecutivamente a partir de 1 de janeiro; φ refere-se à latitude do local, já estabelecida como um dado inicial, sendo positiva para o norte; A variável S na Equação 2 representa a inclinação da superfície com base à horizontal. Dada uma superfície, o ângulo de desvio da sua linha normal quando comparada ao meridiano do local corresponde a γ, que seria o azimute da superfície. Os planos de informações compostos pelos dados da inclinação e do azimute da superfície foram derivados a partir do MNT da região em estudo, referindo-se às grades numéricas de exposição e declividade, respectivamente. W apresenta-se como ângulo horário, o qual começa a ser medido em relação à posição 12 horas, correspondente a 0º, de forma que a cada hora acrescenta-se 15º, convencionando-se que o período da manhã é positivo e o horário da tarde, negativo. A fórmula empregada para definir os valores de E0 está mostrada pela Equação 4. Nesta equação, a componente A representa a constante solar, cujo valor é igual a 1.162,2 kcal.m-2.h-1. Em se tratando da espessura da atmosfera referente à vertical ou zênite, a sua transparência (t), em dias totalmente límpidos, apresenta um intervalo de variação de 0,7244 a 0,7888. Para o presente estudo, foi considerado o valor médio de t = 0,75. O caminho percorrido pelas radiações, quando estas incidem de maneira obliqua, sofre um aumento na sua magnitude de ordem e, fornecida pela seguinte fórmula: √ θH configura-se como o ângulo de incidência da radiação com referência a superfície horizontal do local, alterando-se com a latitude, época do ano e hora do dia. O cosseno deste ângulo pode ser visto como um caso particular de cosθ, exatamente quando a inclinação da superfície (S) é nula. Substituindo esta condição na Equação 2, cos θH será dado pela seguinte expressão: Tomando-se como base a formulação acima apresentada, procedeu-se a elaboração de um aplicativo na linguagem LEGAL, presente no programa SPRING, no qual estivessem implementadas as etapas concernentes a geração da energia solar incidente na região analisada. De forma sintetizada, foi estabelecida a seguinte ordem para o cálculo: Definição de θH, o qual depende da época do ano, da hora do dia e da latitude do local; Cálculo da espessura relativa (e) da atmosfera; Cômputo de E0 referente à energia solar recebida no caso em que a superfície esteja permanentemente perpendicular às radiações; Cálculo do cosseno do ângulo de incidência das radiações sobre superfícies orientadas (cosθ); 1863 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE Execução do produto entre E0 e cosθ (Equação 1), fornecendo ao final, o valor da energia solar recebida por superfícies inclinadas. A este resultado deve ser ainda multiplicado o período de tempo considerado, em horas, fornecendo, por fim, a energia em kcal/m2. Ressalta-se que os passos descritos resultam na definição de um plano de informação referente aos valores de energia solar para toda área de estudo em relação a uma determinada data e horário, com a mesma resolução espacial dos dados básicos de entrada mencionados anteriormente. Conforme dados do Observatório Nacional, para a data 9 de agosto de 2011, o amanhecer se deu às 06h30min. Desta maneira, houve a necessidade de computação da energia incidente em relação ao período compreendido desde o alvorecer até o momento correspondente a passagem do satélite, às 10h03min. Optou-se por dividir este período em intervalos de 30 minutos, a partir de 06h30min, para os quais foi executado o procedimento de cálculo estabelecido acima. Assim, a energia solar total para o Distrito Federal correspondeu ao somatório dos resultados alcançados em cada uma das sete iterações realizadas, devidamente multiplicados pelo valor de 0,5 horas, conforme a Equação 7. ∑ Onde: ETotal refere-se ao plano de informação da energia solar incidente acumulada, em Wh/m2, a partir do nascer do Sol até o horário da passagem do satélite; A parcela correspondente a 0,5.Ei seria a grade numérica para a energia solar que chega a cada 30 minutos, em kcal.m-2, iniciando às 6h30min e terminando às 10h. O valor de 0,8598 refere-se ao fator usado para converter a unidade de kcal para Watt-hora. Na tentativa de dar continuidade às análises, estabeleceu-se os dados de temperatura para a data avaliada, baseando-se na metodologia proposta por Malaret et al. (1985). Conforme este método, o número digital de cada pixel da imagem da banda termal é convertido nos respectivos valores da temperatura aparente de superfície, empregando-se, para tanto, uma fórmula baseada em um modelo de regressão quadrática, o qual se encontra referenciado pela Equação 8. Onde: T representa o valor da temperatura aparente da superfície em Kelvin; DN é o número digital de cada pixel da banda termal. Uma vez computados e armazenados, em uma grade numérica específica, os dados da temperatura em Kelvin para toda região de interesse foram, então, convertidos para a unidade de graus Celsius (°C) a partir da subtração, para cada célula desta matriz, do valor correspondente a 273,15 K, o qual se refere ao ponto de congelamento da água ao nível do mar. Decorreu-se, então, a aplicação da técnica de fatiamento, com a adoção de classes representativas, possibilitando a criação das cartas de energia solar total e de temperatura referentes à região em estudo. 3. Resultados e Discussão Os mapas elaborados a partir das etapas propostas pela metodologia possibilitaram analisar a distribuição da energia solar por toda área de estudo, juntamente com a 1864 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE configuração das temperaturas de superfície processadas na data analisada. Na Figura 1 encontra-se a carta de energia incidente sobre o Distrito Federal para o período considerado. Figura 1. Carta de distribuição da energia solar incidente no Distrito Federal. Visualmente, verifica-se que a quantidade de energia que se destaca, em termos de presença na composição do mapa, está relacionada à classe que compreende os valores entre 1250 Wh/m2 a 1375 Wh/m2, seguida pela categoria que varia de 1125 Wh/m² a 1250 Wh/m². Este fato é ratificado pela distribuição das medidas de cada classe pela região em estudo, conforme explicitado na Tabela 1, onde se verifica que a soma dessas duas classes corresponde a 74% da área. Tabela 1. Distribuição da área analisada pelas categorias de energia solar incidente. Intervalos de energia Percentual da área solar incidente de estudo (Wh/m²) 0 a 250 0,33 250 a 500 0,71 500 a 750 1,47 750 a 1000 3,64 1000 a 1125 4,95 1125 a 1250 24,98 1250 a 1375 48,76 1375 a 1500 9,18 1500 a 1625 2,8 1625 a 1750 1,41 1750 a 2000 1,31 2000 a 2250 0,42 2250 a 2500 0,04 Observa-se, ainda, que as categorias extremas mostraram-se com baixa frequência, evidenciando que há poucos locais que recebem tanto pequenas quanto grandes quantidades de energia solar, de forma que a representatividade destas classes, quando comparadas com as demais na determinação da área total, torna-se quase que irrisória. A seguir, passou-se a investigar a configuração das temperaturas aparentes de superfície de todo Distrito Federal, averiguando se existiria relação entre estas informações e os dados encontrados de energia solar incidente na superfície. A carta correspondente às temperaturas 1865 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE alcançadas para a data de 9 de agosto de 2011, no horário da passagem do satélite, está apresentada na Figura 2. Figura 2. Carta de temperaturas aparentes de superfície para o Distrito Federal para a data de 09/08/2011. É possível constatar como as temperaturas de superfície se comportaram por todo Distrito Federal, dentro de uma faixa predominante de 26ºC a 36ºC, com destaque para os pontos que apresentaram os maiores resultados, referentes a valores acima de 36ºC, indicando a presença de focos de queimadas, bem como aquelas áreas de temperaturas mais amenas, associadas aos corpos d’água, às regiões de vegetação mais densa, como matas ciliares, e aos locais onde há a prática da agricultura irrigada por intermédio do sistema de pivô central. Ao efetuar-se a operação de tabulação cruzada entre os planos de informação concernentes à energia solar incidente e a temperatura de superfície, pôde-se verificar quantitativamente a disposição destas medidas em se tratando das várias classes utilizadas. Os intervalos mais expressivos estão explicitados pela Tabela 2. Tabela 2. Intervalos de temperatura e energia solar com as maiores porcentagens de áreas classificadas dentro da região em estudo. Intervalos de energia solar Wh/m² Intervalos de temperatura 1000 a 1125 a 1250 a 1375 a 1125 1250 1375 1500 < 20ºC 0% 0,01% 0,54% 0% 20ºC a 24ºC 0,03% 0,34% 1,26% 0,07% 24ºC a 26ºC 0,3% 0,93% 1,68% 0,36% 26ºC a 28ºC 0,8% 2,71% 3,7% 1% 28°C a 30°C 1,41% 4,82% 8% 1,93% 30ºC a 32ºC 1,43% 5,9% 10,56% 2,62% 32ºC a 36ºC 0,9% 8,2% 17,4% 2,7% 36ºC a 40ºC 0,06% 1,9% 5,3% 0,45% > 40ºC 0% 0,09% 0,27% 0,04% Observa-se que, apesar das classes de 1125 a 1250 Wh/m² e de 1250 a 1375 Wh/m² corresponderem juntas a quase 74% de área total do Distrito Federal, apenas três categorias de temperaturas (28ºC a 36ºC) mostram-se efetivamente representativas dos intervalos de energia solar citados. Outra questão de destaque refere-se à distribuição de temperatura para as classes 1866 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE inicial e final de energia incidente. Mesmo com uma menor quantidade de energia solar associada, a classe relativa ao intervalo de 0 a 250 Wh/m² forneceu, no geral, uma maior região classificada em temperaturas mais altas quando comparadas à categoria que varia de 2250 Wh/m² a 2500 Wh/m². Isto leva a crer na existência de fatores concernentes a natureza da constituição dos materiais, refletindo nas suas características superficiais, externos, portanto, a atuação do Sol, que controlam a variação e definição das temperaturas pelas diversas partes da área analisada. A informação mencionada anteriormente, referente, agora, a uma abordagem qualitativa dos pontos de temperatura em função da energia recebida, pode ser mais bem representada pelo gráfico da Figura 3. Figura 3. Gráfico com os pontos que relacionam temperatura de superfície e energia solar incidente. Percebe-se que a maior amplitude de temperatura está situada exatamente na faixa de energia entre 1000 Wh/m² e 1500 Wh/m², com registros que variam de 15ºC e ultrapassam 45ºC. É possível verificar que, para valores de energia inferiores a 250 Wh/m², há o registro de temperaturas elevadas, superiores a 40°C. Observa-se, ainda, que para o intervalo de energia determinado neste trabalho, a maior parte das temperaturas estabelecidas apresenta-se entre 22ºC e 36ºC. O comportamento teórico aguardado, no qual se esperava o aumento gradual de temperatura à medida que crescesse a incidência de energia solar, não se processou. A explicação para isto está novamente relacionada ao que foi mencionado acima. As características ambientais e antrópicas de determinados locais seriam determinantes para a definição da temperatura alcançada. 4. Conclusões Com base nas análises efetuadas neste trabalho foi possível constituir algumas conclusões acerca do arranjo referente aos valores de energia solar incidente no Distrito Federal, assim como a integração existente entre essa medida e as temperaturas de superfície. A distribuição espacial da energia solar se processou de forma heterogênea por toda região em estudo, sendo fortemente influenciada pela declividade e exposição das vertentes. Para o período avaliado, uma grande parcela do Distrito Federal, relativa a mais de 73% do seu território, manteve-se em uma faixa de energia variando de 1125 a 1375 Wh/m². As demais classes corresponderam a porcentagens bem menores, principalmente as categorias extremas, apresentando, desta forma, baixa representatividade. Analisando os planos de informação que contém os dados de energia solar e de temperatura, pôde-se observar que, apesar da existência de uma grande variação destas medidas, a maior parte das informações geradas se manteve em um número restrito de 1867 Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE categorias. Além disso, verificou-se variados comportamentos, com locais que tiveram pouca incidência de energia solar e altas temperaturas, assim como o oposto. Para uma mesma faixa de energia solar incidente, foi averiguada uma ampla variação quanto ao valor de temperatura superficial. A elucidação de tais ocorrências recai na existência de fatores exteriores a ação exercida pelo Sol, como características ambientais e da constituição dos materiais, que governam o comportamento de distribuição das temperaturas. A metodologia aplicada mostrou-se eficiente do ponto de vista prático de implementação e processamento, considerando a vasta extensão da área analisada e a dimensão do pixel utilizado. Para cada iteração, referente ao período de 30 minutos, houve a necessidade do processamento durante aproximadamente uma hora para a obtenção do plano de informação correspondente. Assim, mostra-se de grande valia o uso de modelos voltados para a estimativa do potencial de exploração da energia solar para áreas extensas, os quais podem se configurar, ainda, como instrumento de entendimento para os variados processos vinculados a meteorologia e climatologia, dos quais dependem inúmeras atividades humanas. Referências Bibliográficas Câmara, G.; Souza, R.C.M.; Freitas, U.M.; Garrido, J. SPRING: Integrating Remote Sensing And Gis by Objectoriented Data Modelling. Computers & Graphics, v. 20, n. 3, p. 395-403, 1996. Colle, S.; Pereira, E.B. 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