11/10/2016 Crescimento microbiano Biologia IV Profa. Ilana Camargo Crescimento microbiano Células natatórias (expansivas) Pedúnculo 2 1 11/10/2016 Fissão Binária Cromossomo, cópias de ribossomos complexos macromoleculares, monômeros e íons inorgânicos Cromossomo, cópias de ribossomos complexos macromoleculares, monômeros e íons inorgânicos Tempo que demora para ocorrer = tempo de geração 3 Crescimento populacional O aumento do número de células também pode ser medido pelo aumento da massa microbiana Taxa de crescimento: variação de número de células ou da massa celular por unidade de tempo; Geração: intervalo em que uma célula origina duas novas; Tempo de geração: tempo necessário para que uma população dobre de número (Tempo de duplicação); 4 2 11/10/2016 Crescimento populacional O padrão de aumento populacional, em que o número de células é duplicado a cada período de tempo, é denominado crescimento exponencial. Escala aritmética: difícil de obter informações sobre a taxa de crescimento Construir Gráficos semilogarítmicos 5 Tempo de geração •Tempo de Geração: intervalo de tempo em que uma célula origina duas novas células ou tempo necessário para uma população dobrar de número. Muitas das bactérias estudadas apresentam tg de 1 a 3 h (pode variar de 10 min a >24h). • Tg de E. coli = 20 min • 20 gerações (~7 horas), 1 célula torna-se em > 1 milhão de células! •Tg pode ser influenciado pelas condições de cultivo (tipo de meio, temperatura, etc.). 6 3 11/10/2016 Fases do crescimento de uma população Curva de crescimento típica de uma população bacteriana, a partir de uma cultura em batelada* (Madigan et al., 2004). * Cultura que se desenvolve em um volume fixo de meio de cultura. 7 Fases do crescimento LAG • Pouca ou ausência de divisão celular. • Síntese enzimática e de moléculas variadas. • Pode ser curta ou longa, dependendo das condições fisiológicas do inóculo. • Aumento na quantidade de proteínas, no peso seco e no tamanho celular 8 4 11/10/2016 Fases do crescimento EXPONENCIAL OU Log • Crescimento exponencial das células – Tempo de Geração constante – linha reta no gráfico. • Fase que as células estão mais “saudáveis” – utilizadas para estudos enzimáticos e de outros componentes celulares. • Taxa de crescimento exponencial (número de gerações por unidade de tempo) de uma população pode ser influenciada pelas condições de cultivo, por exemplo. 9 Fases do crescimento ESTACIONÁRIA • Não há crescimento líquido da população, ou seja, o número de células que se divide é equivalente ao número de células que morrem (crescimento críptico). • Síntese de vários metabólitos secundários (antibióticos e algumas enzimas). Também pode ocorrer a esporulação das bactérias. • • Alterações de fenótipo por quorum sensing (processo de comunicação celular mediado pela densidade populacional). Causas: esgotamento de nutrientes essenciais, acúmulo de produtos de excreção em concentrações inibitórias, alterações no pH. 10 5 11/10/2016 Fases do crescimento MORTE OU DECLÍNIO • Número de células mortas excede o de células vivas. • Na maioria dos casos, a taxa de morte é inferior à taxa de crescimento exponencial. • A contagem total permanece relativamente constante, enquanto a de viáveis cai lentamente. Em alguns casos há a lise celular. 11 Fatores necessários para o crescimento Fatores físicos: temperatura, pH, pressão osmótica Crescimento microbiano* Fatores químicos: fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, oligoelementos, oxigênio, fatores orgânicos de crescimento (vitaminas, aminoácidos, purinas, pirimidinas). * Crescimento microbiano: em microbiologia, refere-se ao aumento no número de células. 12 6 11/10/2016 Efeito da temperatura na taxa de crescimento (Fonte: Madigan et al., 2004). Taxa de crescimento = variação do número de células ou da massa celular por unidade de tempo Temperaturas cardeais: mínima, ótima e máxima (variáveis nos diferentes microrganismos) 13 Temperatura • Temperatura de crescimento pode ser mínima, ótima e máxima. Maioria cresce em um intervalo de 30oC entre mínima e máxima. • Psicrófilos: profundezas de oceanos e regiões polares (algas clorofíceas e diatomáceas). • Mesófilos: Temperatura ótima entre 25 e 40oC. Maioria das bactérias. • Termófilos Temperatura entre 45 e 80oC. Fontes termais, camadas superiores de solos que sofrem intensa radiação solar, esterco e silo em fermentação. • Hipertermófilos: Temperatura ótima superior à 80oC. Fontes termais, como as do Parque Yellowstone. Principalmente membros de Archaea. Relação da temperatura com as taxas de crescimento. As temperaturas ótimas de cada organismo estão indicadas. (Fonte: Madigan et al., 2004). 14 7 11/10/2016 Adaptações moleculares à psicrofilia: • Enzimas ativas em baixas temperaturas apresentam maior quantidade de estruturas secundárias em alfa-hélice (estrutura mais flexível). • Conteúdo elevado de ácidos graxos insaturados, que auxilia na manutenção do estado semi-fluido. Obs.: Adição de crioprotetores (glicerol 10%) ao meio ajuda na preservação de culturas em baixas temperaturas (-70 a 196oC). Adaptações moleculares à termofilia: • Lipídeos da membrana ricos em ácidos graxos saturados – geram ambientes altamente hidrofóbicos colaborando para estabilidade da membrana citoplasmática. • Proteínas termoestáveis tendem a formar núcleos altamente hidrofóbicos, diminuindo a tendência ao desdobramento. • DNA girase reversa em Archaea: promove um superenovelamento positivo do DNA, mais termoestável. • Outras proteínas termoestáveis ajudam a manter a dupla fita do DNA unida. • Membrana citoplasmática em monocamada lipídica nas Archaea (estruturalmente mais resistente que a bicamada). 15 pH pH ótimo de crescimento refere-se ao pH do meio externo; o pH intracelular deve permanecer próximo à neutralidade. •Maior parte das bactérias cresce entre pH 6,5 e 7,5. •Acidófilos: muitos fungos (pH ótimo em torno de 5 ou inferior), vários gêneros de Archaea. •Alcalifílicos: muitas espécies de Bacillus e algumas arquéias (que também são halofílicas). • Adição de sais de fosfato (KH2PO4) em meios de cultura funcionam como tampão para neutralizar, por exemplo, ácidos produzidos por bactérias em crescimento. A escala de pH. (Fonte: Madigan et al., 2004). 16 8 11/10/2016 Pressão osmótica Os microrganismos que tem necessidades específicas de NaCl para seu crescimento ótimo podem ser : • halófilos discretos: [ ] baixas – 1 a 6% • halófilos moderados: [ ] moderadas – 6 a 15% • halófilos extremos: [ ] altas – 15 a 30% Efeito da concentração do íon sódio no crescimento de microrganismos com diferentes tolerâncias ou necessidades de sal. (Madigan et al., 2004). 17 Pressão osmótica plasmólise Inibição do crescimento no momento em que a membrana plasmática se separa da parede celular. Preservação de alimentos!!! 18 9 11/10/2016 Relações dos microrganismos com o oxigênio Aeróbios estritos ou obrigatórios Aeróbios Microaerófilos Aeróbios facultativos Obrigatórios Anaeróbios Aerotolerantes 19 Relações dos microrganismos com o oxigênio Microrganismos variam quanto suas necessidades ou tolerância ao oxigênio - Aeróbios – microrganismos capazes de utilizar o Oxigênio molecular, O2. (Ar contém 21% de O2) -Produzem mais energia a partir do uso de nutrientes. - Aeróbios estritos ou obrigatórios: São os microrganismos que necessitam de O2 para sua sobrevivência. 20 10 11/10/2016 Relações dos microrganismos com o oxigênio - Microaerófilos Aeróbias necessitando de O2, mas em concentrações menores do que a encontrada no ar. São sensíveis aos radicais superóxidos ou peróxidos, produzidos em concentrações letais quando em condições de altas concentrações de oxigênio. 21 Relações dos microrganismos com o oxigênio - Aeróbios facultativos Podem utilizar o O2 quando disponível, mas na sua ausência, são capazes de continuar seu crescimento através da respiração anaeróbia ou da fermentação. A eficiência na produção de energia diminui quando o O2 não está disponível. Exemplo: Escherichia coli Outras bactérias substituem o oxigênio, durante a respiração anaeróbia, por aceptores de elétrons como os íons nitrato. 22 11 11/10/2016 Relações dos microrganismos com o oxigênio Alguns microrganismos não são capazes de respirar oxigênio: Anaeróbios Obrigatórios Aerotolerantes - Anaeróbios obrigatórios ou estritos São microrganismos que não utilizam o O2 para reações de produção de energia. O2 pode ser um produto danoso para muitos destes. Exemplo: Gênero Clostridium = tétano e botulismo 23 Relações dos microrganismos com o oxigênio - Anaeróbios aerotolerantes Toleram a presença do oxigênio, mas não podem utilizá-lo para seu crescimento. Fermentam carboidratos produzindo ácido lático. O acúmulo deste ácido inibe o crescimento da microbiota competitiva aeróbia estabelecendo um nicho ecológico. Exemplo: Lactobacillus Podem tolerar o oxigênio devido a produção de SOD. 24 12 11/10/2016 Oxigênio Relações dos microrganismos com o oxigênio Grupo Relação com o O2 Tipo de metabolismo Exemplo Habitat típico Aeróbios Obrigatórios Exigido Resp.aeróbia Micrococcus luteus Pele, poeira Facultativos Não exigido, mas com melhor crescimento em O2 Resp. aeróbia, anaeróbia, fermentação Escherichia coli Intestino grosso de humanos Microaerofilos Exigido, mas em níveis inferiores ao atmosférico Resp. aeróbia Spirillum volutans Água de lagos Aerotolerantes Não exigido, sem melhor crescimento na presença de O2 Fermentação Streptococcus pyogenes Trato respiratório superior Obrigatórios Nocivo ou letal Fermentação ou resp. anaeróbia Methanobacterium formicicum Lodo de digestores de esgoto, sedimentos de lagos anóxicos Anaeróbios 25 Adaptado de Madigan et al., 2004. Oxigênio Representação dos tipos de crescimento bacteriano quanto à presença de oxigênio em meio caldo tioglicolato + ágar (+ denso). (a) aeróbios obrigatórios. (b) anaeróbios obrigatórios. (c) aeróbios facultativos. (d) microaerófilos. (e) anaeróbios aerotolerantes. Fonte: Madigan et al., 2004. 26 13 11/10/2016 Controle do crescimento microbiano Controle do crescimento microbiano Termos importantes Controle antimicrobiano por agentes físicos Controle antimicrobiano por agentes químicos Agentes antimicrobianos utilizados in vivo Resistência a antimicrobianos 14 11/10/2016 Termos importantes • Esterilização: destruição de todas as formas de vida microbiana (incluindo os endósporos e vírus). • Desinfecção*: processo de eliminação das formas vegetativas de praticamente todos os microrganismo patogênicos de objetos ou superfícies inertes (não garante a eliminação de todos os microrganismos, nem endósporos). quando em tecido vivo = Anti-sepsia • Descontaminação: tratamento que torna seguro o manuseio de um objeto ou superfície inanimada (= remoção dos microrganismos). • Desinfetante: Agente antimicrobiano utilizado em inanimados, mas pode ser prejudicial aos tecidos humanos. objetos • Agente anti-séptico: agente antimicrobiano, voltado para a destruição dos microrganismos patogênicos, suficientemente atóxico para ser aplicados em tecidos vivos. *atenção para este termo no livro do Tortora, 8ª. edição português , que em alguns trechos está definido erroneamente como “destruição dos patógenos de vegetais”. Termos importantes • Sanitização: tratamento que reduz as contagens microbianas nos utensílios alimentares até níveis seguros de saúde pública. • Sepse: do termo grego contaminação bacteriana. para estragado, podre, indica • Assepsia: ausência de contaminação significativa. ambiente asséptico = livre de patógenos • Esterilização comercial: tratamento de calor suficiente para matar os endósporos de Clostridium botulinum nos alimentos enlatados. (Tortora, Funke e Case) 15 11/10/2016 Termos importantes • Agentes bactericida, fungicida, viricida: que matam bactérias, fungos e vírus, respectivamente. Log do número de células • Agentes bacteriostático, fungistático, viriostático: que inibem o crescimento de bactérias, fungos e vírus, respectivamente. Contagem de células totais Efeito bacteriostático Contagem de células viáveis Efeito bactericida Efeito bacteriolítico Tempo (Tortora, Funke e Case) Fatores que influenciam a efetividade dos tratamentos antimicrobianos • O número de microrganismos: quanto maior o número, mais tempo se leva para eliminar toda a população. • Influências ambientais: presença de matéria orgânica pode inibir a ação de antimicrobianos químicos. Sangue, vômitos e fezes determinam a escolha do antimicrobiano, por exemplo. • Tempo de exposição: antimicrobiano químico requer mais tempo para eliminar endósporos, por exemplo. • Características microbianas: se a bactéria é Gram-positivo ou negativo, micobactérias, vírus, cistos de protozoários. Resistência microbiana a biocidas químicos. 16 11/10/2016 Ações dos agentes de controle microbiano • alteração da permeabilidade da membrana plasmática • danos às proteínas e aos ácidos nucléicos Agentes Físicos Químicos (Tortora, Funke e Case) Ações dos agentes de controle microbiano • alteração da permeabilidade da membrana plasmática Regula ativamente a passagem de nutrientes para a célula e a eliminação de dejetos da mesma. Lesão aos lipídeos ou proteínas da membrana plasmática por agentes antimicrobianos, como os compostos de amônio quarternário, causa tipicamente o vazamento do conteúdo celular no meio circundante e interfere com o crescimento da célula (Tortora, Funke e Case) 17 11/10/2016 Ações dos agentes de controle microbiano • Danos às proteínas e aos ácidos nucléicos Bactérias = “sacos de enzimas” Proteínas vitais para atividades celulares dependem da sua forma tridimensional Calor ou produtos químicos rompimento das pontes de hidrogênio Pontes dissulfeto Dano aos ácidos nucléicos calor, radiação ou substâncias químicas impedem a realização de funções metabólicas, replicação (Tortora, Funke e Case) Agentes físicos de controle 18 11/10/2016 Agentes físicos de controle Úmido Calor Desnaturação de enzimas Seco Resistência ao calor difere entre os microrganismos (Tortora, Funke e Case) Métodos físicos de controle microbiano (Tortora, Funke e Case) 19 11/10/2016 (Tortora, Funke e Case) Métodos físicos de controle microbiano • Fervura (100°C ao nível do mar) mata formas vegetativas dos patógenos bacterianos, quase todos os vírus, e os fungos e seus esporos dentro de “ 10 minutos • Vapor de fluxo livre (não pressurizado) equivalente à água fervente, no entanto, endósporos e alguns vírus não são destruídos tão rapidamente • Vírus da hepatite pode sobreviver até 30 minutos de fervura • Alguns endósporos bacterianos podem resistir à fervura por mais de 20 horas Fervura nem sempre é um bom procedimento confiável de esterilização, mas a fervura breve matará a maioria dos microrganismos patógenos alimentos e água seguros para ingestão (Tortora, Funke e Case) 20 11/10/2016 Autoclave Maior volume mais tempo Método preferencial para esterilização a menos que o material seja danificado pelo calor ou umidade Vapor de fluxo livre 100°C pressão atmosférica ao nível do mar 1 ATM acima (15 psi) 121°C 15 minutos Mata todos os microrganismos e seus endósporos (Tortora, Funke e Case) Autoclave Autoclave (Tortora, Funke e Case) 21 11/10/2016 Autoclave Controle de qualidade do processo Indicadores de temperatura Controle de esterilização: Temperatura - OK Tempo - ??? Indicadores biológicos Controle de esterilização: Temperatura - OK Tempo - OK (Tortora, Funke e Case) Filtração Poros de 0,22 µm (Tortora, Funke e Case) 22 11/10/2016 (Tortora, Funke e Case) Tipos de membranas / filtros: (a) filtro de profundidade. (b) membrana filtrante convencional. (c) filtro Nuclepore. 23 11/10/2016 Filtração: Filtros HEPA Filtros de partículas de ar de alta eficiência (high efficiency particulate air) Removem quase todos os microrganismos maiores que cerca de 0,3 m de diâmetro (Tortora, Funke e Case) 24 11/10/2016 Filtração: Filtros HEPA Filtros de partículas de ar de alta eficiência (high efficiency particulate air) (Tortora, Funke e Case) Radiação esterilizante não-ionizante e ionizante Ionização da água produzindo íons hidroxila altamente reativos que agem no DNA e componentes orgânicos celulares ionizante Ex. Cobalto radioativo > 1nm = não ionizante (Tortora, Funke e Case) 25 11/10/2016 Radiação não-ionizante: UV Luz Ultra-violeta danifica o DNA das células expostas produzindo ligações entre timinas adjacentes na cadeia de DNA Inibem a replicação correta do DNA durante a reprodução da célula comprimento de onda mais efetivo: 260 nm Desvantagem Luz não muito penetrante microrganismos devem estar expostos, se estiverem protegidos por uma superfície não serão atingidos Pode lesar os olhos humanos e a exposição prolongada pode causar queimaduras e câncer de pele em seres humanos (Tortora, Funke e Case) Câmara de Biossegurança -Ligue o fluxo laminar (filtração do ar) -Limpe a superfície interna com álcool 70% -Ligue a luz UV por 15 minutos antes de usar Filtros HEPA + Luz Ultra-violeta (Tortora, Funke e Case) 26 11/10/2016 Congelamento a baixas temperaturas - 80°C • Diminui o metabolismo das bactérias; • Devido a temperatura ótima da atividade enzimática e devido ao fato de não ter água no estado líquido disponível para reação; • Efeito bacteriostático. (Tortora, Funke e Case) Congelamento a baixas temperaturas Ideal para bactérias: congelamento rápido!! Usar criopreservantes como glicerol ou DMSO Com o crescimento lento há a formação de cristais de gelo que rompem a estrutura celular e molecular das bactérias Uma parte da população morre, mas sempre há sobreviventes! (Tortora, Funke e Case) 27 11/10/2016 Métodos químicos de controle microbiano Tecidos vivos Objetos inanimados Poucos atingem a esterilidade, a maioria reduz a população para níveis seguros ou removem as formas vegetativas http://www.answersingenesis.org/assets/images/articles/aid/v4/antiseptic-surgery.jpg 28 11/10/2016 Clorexidina CB-30 T.A. tem como principal composto o cloreto de alquil dimetil benzil amônio, que é um agente catiônico de atividade em superfície, com poderosa ação germicida. Usado corretamente nas diluições recomendadas é altamente eficaz contra bactérias, fungos e esporos. Herbalvet T.A. é um produto para desinfecção e desodorização de ambientes à base de amônia quaternária associada a um produto tensoativo (detergente); o que dispensa o uso de qualquer outro produto para limpeza. As amônias quaternárias (cloreto de benzalcônio) são conhecidas por seu excelente poder desinfetante, atuando em bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, fungos, algas e alguns tipos de vírus; e por sua alta segurança em termos de toxicidade. 29 11/10/2016 O óxido de etileno é irritante da pele e mucosas, provoca distúrbios genéticos e neurológicos. É um método, portanto, que apresenta riscos ocupacionais. Métodos químicos de controle microbiano • Avaliando um desinfetante – Método de disco-difusão 30 11/10/2016 Métodos químicos de controle microbiano Métodos químicos de controle microbiano Mata as bactérias e fungos, mas não tem ação em endósporo e vírus não-envelopados - Não deixa resíduos!! 70% é a concentração mais usada 60-95% parecem matar coma mesma rapidez Desnaturação das proteínas requer água!! 31 11/10/2016 Ação oligodinâmica dos metais pesados Capacidade de quantidades muito pequenas de metais pesados, especialmente a prata e cobre, exercerem atividade antimicrobiana Ação de íons do metal pesado se combinam com grupos sulfidrila nas proteínas celulares desnaturação Agentes antimicrobianos utilizados in vivo http://www.sjtresidencia.com.br/invivo/?p=5913 32 11/10/2016 Paul Ehrlich – Bala mágica “Que mate um microrganismo, sem matar seu hospedeiro” Idéia de Toxicidade Seletiva! Agentes antimicrobianos utilizados in vivo • Agentes quimioterápicos: sintéticos ou naturais (antibióticos). • Antibiótico: substância produzida por microrganismos que, em pequenas quantidades, inibe o crescimento de outros microrganismos. • 1940: primeiro teste clínico da penicilina por um grupo de cientistas da Universidade de Oxford, liderados por Howard Florey e Ernst Chain. • Mais da metade dos antibióticos produzidos são obtidos de espécies de Streptomyces – bactéria filamentosa do solo. Alguns de Bacillus e outros dos fungos Penicillium e Cephalosporium. • Droga antimicrobiana ideal é a que tem toxicidade seletiva: capacidade do composto de inibir bactérias ou outros agentes patogênicos sem provocar efeitos adversos no hospedeiro. 33 11/10/2016 Ação das drogas antimicrobianas Onde agir??? Ação das drogas antimicrobianas 34 11/10/2016 Ação das drogas antimicrobianas • Inibição da síntese da parede celular: antibióticos beta-lactâmicos inibem síntese completa do peptideoglicano – impedem a ligação peptídica cruzada, ligando-se às transpeptidases. • Inibição da síntese protéica: inibem a formação de ligações polipeptídicas durante o alongamento da cadeia, por meio da união com a subunidade 50S; reagem com a subunidade 30S, interferindo na fixação do tRNA, portanto impedindo a adição de aminoácidos no alongamento da cadeia polipetídica; alteração da conformação da subunidade 30S, impedindo a leitura correta do mRNA; Ação das drogas antimicrobianas • Danos à membrana plasmática polimixina B liga-se ao fosfolipídeo da membrana, rompendo-a (uso tópico). drogas antifúngicas agem sobre o ergosterol (esterol da MP); não tem efeito sobre bactérias. • Inibição da síntese de ácidos nucléicos interferência nos processos de replicação e transcrição do DNA dos MO (baixo grau de toxicidade seletiva). • Inibição da síntese de metabólitos essenciais Um tipo de sulfa, p.e., compete com o PABA (ácido paraminobenzóico), um substrato para a síntese do ácido fólico (vitamina que atua como co-enzima para a síntese de aminoácidos e bases dos ácidos nucléicos). 35 11/10/2016 Ação de peptídio antimicrobianos catiônicos em S. aureus membrane cracks, leakage of cytoplasmic contents, membrane potential disruption, and eventually the disintegration of the membrane (Pouny et al., 1992) Midorikawa et al., 2003 Ação da polimixina na membrana citoplasmática 36 11/10/2016 Inibição da síntese protéica por antibióticos. Ácido para-aminobenzóico Mecanismo de ação da maioria dos agentes quimioterápicos antimicrobianos. THF = tetraidrofolato, DHF = diidrofolato, PABA = ácido paraminobenzóico. 37 11/10/2016 Espectro de ação do antibiótico amplo espectro: que atua tanto em Gram + como em Gram pequeno espectro (ou espectro estreito): atua em um único grupo. Espectro de ação antimicrobiano de uma seleção de agentes quimioterápicos. Agentes antimicrobianos utilizados in vivo Drogas sintéticas • Análogos de fatores de crescimento: sulfas, isoniazida. Sulfonamidas ou Sulfas: sulfanilamida, análogo ao ácido p-aminobenzóico, um componente do ácido fólico. Isoniazida: análogo da nicotinamida, tem espectro de ação estreito, eficaz apenas contra Mycobacterium tuberculosis, interferindo na síntese do ácido micólico (componente específico da parede das micobactérias). • Quinolonas: classe de drogas sintéticas que interage com a DNA girase bacteriana, impedindo o superenovelamento do DNA bacteriano. Amplo espectro. Quinolona protótipo é o ácido nalidíxico. Fluoroquinonas são utilizadas em avícolas, na prevenção de doenças respiratórias. 38 11/10/2016 Agentes antimicrobianos utilizados in vivo Drogas naturais – antibióticos • Antibióticos produzidos por procariotos: aminoglicosídeos, macrolídeos e tetraciclinas. • inibidores da síntese protéica. • Aminoglicosídeos: contêm aminoaçúcares unidos entre si por ligações glicosídicas. • ex.: estreptomicina, kanamicina, gentamicina, neomicina. •empregados contra as Gram-negativas, hoje são considerados antibióticos-reserva. • correspondem a apenas 3% do total de antibióticos produzidos no mundo. • Macrolídeos: o mais conhecido é a eritromicina, útil no tratamento de legionelose (Legionella pneumophila). • Tetraciclinas: um dos primeiros antibióticos de amplo espectro, produzidos por Streptomyces spp. • em alguns países é empregada como suplemento nutricional para aves domésticas e suínos. Agentes antimicrobianos utilizados in vivo Drogas naturais – antibióticos • beta-lactâmicos: penicilinas , cefalosporinas e cefamicinas. • Modo de ação: inibem síntese completa do peptideoglicano – impedem a ligação peptídica cruzada, ligando-se às transpeptidases, tornando a parede “fragilizada”, além de estimular a liberação de autolisinas, que digerem a parede. • Penicilina (Penicillium chrysogenium) e cefalosporina (Cephalosporium sp) correspondem a mais da metade de todos os antibióticos produzidos no mundo. • Penicilina G (composto protótipo) é ativa contra bactérias Gram-positivas. Algumas penicilinas semi-sintéticas (com modificações na cadeia lateral) atuam contra algumas Gram-negativas (passam pela membrana externa). • Penicilina G é sensível à beta-lactamase – enzima produzida por algumas bactérias resistentes à penicilina. • Algumas penicilinas semi-sintéticas são resistentes à beta-lactamase. Estrutura comum das penicilinas. Os mais de 50 tipos de penicilina distinguem-se pela cadeia lateral. 39 11/10/2016 Tipos de resistência aos antimicrobianos Tipos de resistência Resistência natural ou constitutiva ou intrínseca: - Gene de resistência no cromossomo, característica da espécie bacteriana. - Não apresenta o sítio-alvo ou é impermeável ao antibiótico. Resistência adquirida: a bactéria pode se tornar resistente por um dos três mecanismos: Alteração do sítio-alvo, Alteração da absorção Inativação enzimática do antimicrobiano. Decorrente a uma alteração genética que se expressa bioquimicamente - Mutações cromossômicas - Transferência de genes através da aquisição de plasmídeos com genes de resistência (transposons, cassetes). 40 11/10/2016 Tipos de resistência • Adquirida – Plasmídeos – Transposons – Genes cassetes Trazem genes que expressam proteínas que irão alterar a estrutura do sítio alvo, ou com menos afinidade pela droga •Alteração genética - Mutação em genes que irão resultar em proteína alterada com baixa afinidade pela droga Mecanismos de resistência • Alguns plasmídeos, chamados de Fatores R, contêm genes para a resistência a muitos antibióticos. • Os plasmídeos, incluindo os Fatores R, podem ser transferidos a outros organismos, sempre relacionados. Conjugação Transformação Transdução 41 11/10/2016 Mecanismos de resistência em bactérias Como uma bactéria resistente se dissemina? 42 11/10/2016 Como uma bactéria resistente se dissemina? Bactérias resistentes são selecionadas no organismo ou ambiente!!! 43 11/10/2016 Como saber se a bactéria é resistente? Determinação da concentração inibitória mínima de um antimicrobiano – método quantitativo Como saber se a bactéria é resistente? Teste de Disco Difusão – Kirby Bauer Método qualitativo Escala de Mc Farland 44 11/10/2016 Bibliografia - Madigan et al., Microbiologia de Brock. São Paulo:Prentice-Hall, 10ª ed., 2004. Capítulos 17 e 21. - Tortora et al., Microbiologia. Porto Alegre; ArtMed, 8ª ed., 2005. Capítulos 7, 15 e 20. 45