10 Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2014. ISSN 2317-9759 OS TIPOS DE NUVENS REGISTRADOS NA CIDADE DE PONTA GROSSA NOS ANOS 2013 E 2014 BATISTA, Cassiane Gabriele CRUZ, Gilson Campos Ferreira da Introdução A ação do Sol sobre a superfície terrestre, produz uma série de consequências, sendo uma dela a evaporação, que resulta em uma grande quantidade de vapor d’água na atmosfera. Quando se observa o céu com nuvens, se percebe que a cada momento elas mudam de forma, de altura, densidade, tamanho etc, e se fizermos isto em dias e estações diferentes, se constata, que a cada dia as imagens das nuvens está diferente, graças às formas diversas com que as nuvens se apresentam. Segundo o INMET (2014) uma nuvem é formada por conjunto de partículas de água ou gelo suspenso na atmosfera e seu aspecto depende do número, tamanho, do espaço em que se distribui as partículas e de sua textura, assim como luminância e cor. Associado às nuvens temos vários fenômenos meteorológicos, como neve, chuva, raios, trovões, arco-íris etc. Algumas são altas, quase imperceptíveis, outras médias e outras ainda “tocam” o solo, de tão baixas que são. Objetivos Compreender as formações das nuvens e suas morfologias quanto à diferentes alturas na atmosfera nos anos de 2013 e 2014. Metodologia Acompanhamento de formação de nuvens nos dias aleatoriamente registrados através de registros fotográficos na cidade de Ponta Grossa nos anos 2013 e 2014 e distinguir as formas e aparência de cada tipo na classificação. Referencial Teórico As nuvens nada mais são do que a condensação da umidade na atmosfera, a qual é composta por diferentes camadas e altura e, dependendo desses aspectos, a nuvem se forma de acordo com a temperatura relevante. A classificação é em latim, como em nomes científicos conhecidos e se baseia na altura e aparência. A maioria das nuvens se enquadra num dos dez grupos básicos, conhecidos como “genera” e podem apresentar espécies e variedades. Segundo Ayoade (1986) quanto ao aspecto, estrutura e forma ou aparência, as nuvens podem ser classificadas em: Cirriformes -desenvolvimento horizontal, sendo fibrosas Estratiformes – desenvolvimento horizontal, cobrindo uma grande área, pouco espessa, precipitação leve. XXI Semana de Geografia, III Semana e Jornada Científica de Geografia do Ensino a Distância da UEPG, XV Jornada Científica da Geografia e VIII Encontro do Saber Escolar e o Conhecimento Geográfico "Os desafios, as novas perspectivas e abordagens da Geografia" 11 Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2014. ISSN 2317-9759 Cumuliformes – desenvolvimento vertical, grande extensão, precipitação forte e isolada De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (2014) e INMET (2014) existem três estágios de nuvens: Nuvens Altas: acima de 6km de altura Nuvens Médias: entre 2 a 4 km sua base nos pólos, entre 2 a 7 km nos trópicos, entre 2 a 8 km na Linha do Equador. Nuvens Baixas: base até 2 km de altura Após a formação, as nuvens podem ser transportadas pelo vento, sendo obrigadas a se elevarem de acordo com a temperatura do ar. Com o resfriamento, formam-se as gotas, deixando a base da nuvem pesada. Uma extensa faixa de condensação desenvolve a chamada frente avançando sobre o continente. A frente mais comum de em chegar a Ponta Grossa é a frente fria, caracterizada pelo aumento da pressão atmosférica, da umidade relativa do ar, queda de temperatura, e ocasionalmente, precipitação. Os principais tipos de nuvens, segundo a Geofisica (2014), são: Cirrus: delicadas, fibrosas ou sedosas e compridas, cor branca Cirrocumulus: delgadas, parecidas com flocos, aparência rugosa Cirrostratus: finas e esbranquiçadas, sem ocultar o sol, formam os chamados fotometeoros (halos solar ou lunar, parélios) Altostratus: camada cinzenta, espessa, cobre parcialmente o sol Altocumulus: camada branca ou acizentada, tendo geralmente sombra própria, parecendo pequenos tufos de algodão Nimbostratus: nuvens baixas e contínuas, cor acizentada, ocorrência de precipitação fraca e contínua Stratocumulus: nuvens brancas a cinzas, base escura, dificilmente tem precipitação Stratus: nuvens baixas, semelhantes a nevoeiros Cumulus: contornos definidos, semelhantes a couve-flor, cor branca, associadas a bom tempo Cumulonimbus: nuvem de tempestade, onde os fenômenos meteorológicos são mais interessantes, espalha-se pela tropopausa, gerando a chamada “bigorna” XXI Semana de Geografia, III Semana e Jornada Científica de Geografia do Ensino a Distância da UEPG, XV Jornada Científica da Geografia e VIII Encontro do Saber Escolar e o Conhecimento Geográfico "Os desafios, as novas perspectivas e abordagens da Geografia" 12 Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2014. ISSN 2317-9759 Figura 1- Principais tipos de nuvens que se formam na atmosfera Fonte: Ayoade (1986) Não se deve deixar de lado outras formações provenientes dessas principais nuvens. Muitas não são consideradas em si, mas apenas como “características suplementares” às outras (PINNER, 2008) e (VAREJÃO-SILVA, 2006). São elas: ANEXAS: 1. Pileus: lembra um “penteado” na nuvem, exclusivamente da família cumulus, se formam na corrente vertical por convecção; 2. Pannus: são farrapos de condensação, geralmente aparecendo na base de uma cumulonimbus após a chuva; 3. Velum: semelhante à pileus, mas não é formada necessariamente por uma corrente de ar, se estende por uma área maior. CARACTERÍSTICAS SUPLEMENTARES 1. Tuba: é uma nuvem que se estica até encostar na superfície, associadas a cumulus e cumulonimbus por meio de um vórtice; 2. Incus: formada por partículas de gelo que se espalham lateralmente do topo de uma cumulonimbus, conhecida também como bigorna; 3. Mammatus: se forma na base das nuvens, principalmente da cumulonimbus, afundando no ar que está abaixo, são mais rechonchudas e cheias quando uma grande tempestade está se aproximando; XXI Semana de Geografia, III Semana e Jornada Científica de Geografia do Ensino a Distância da UEPG, XV Jornada Científica da Geografia e VIII Encontro do Saber Escolar e o Conhecimento Geográfico "Os desafios, as novas perspectivas e abordagens da Geografia" 13 Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2014. ISSN 2317-9759 4. Arcus: baixa e horizontal, segue na base de uma cumulonimbus de uma tempestade a caminho, costuma se associar a formação de super-célula; 5. Virga: cristais de gelo que caem por certa distância antes de evaporarem, parecem pequenos farrapos sob o corpo da nuvem, característica da cirrus NUVENS ESTRATOSFÉRICAS E MESOSFÉRICAS 1. Nuvens Nacaradas: conhecidas como madrepérola, ocorrem em latitudes maiores que 50º em reflexão de cristais de gelo, no pólo sul costuma ter coloração mais forte 2. Nuvens Noctilucentes: nuvens que se formam no alto da mesosfera, acima da estratosfera, com temperaturas frias, é refletida pelo sol durante a noite, encontradas em latitudes altas Resultados e Discussões Os resultados são concretos, pois a classificação existe desde o começo do século XIX, no ano de 1803 pelo inglês Luke Howard, um farmacêutico que propôs a classificação usando termos em latim para descrever as formas de nuvens, utilizada até nos dias atuais, assim, foram analisados pelos registros fotográficos em Ponta Grossa em diferentes lugares da cidade. Em diferentes estações do ano, há formações diferentes, como no verão em que o aquecimento do ar forma uma convecção gerando as nuvens cumulus, chegando à gigante cumulonimbus, causando chuvas rápidas e de grande intensidade, mas não se pode deixar de lado que nos dois anos teve-se o La Niña e El Niño, respectivamente, alterando assim os aspectos naturais de cada estação. Em Ponta Grossa, há a predominância das nuvens stratus pela umidade que provém do Oceano Atlântico. Considerações Finais A partir das análises, considera-se que as formações de nuvens se estabelecem em diferentes alturas na atmosfera tendo características diferentes em cada estação do ano. Relacionadas às condições meteorológicas, ocorrem precipitações causando, as vezes, danos materiais ao ser humano. Nuvens cumulonimbus se formam especificamente no verão, porém no mês de junho de 2014 houve várias formações da mesma nuvem, devido à alteração da temperatura (mais quente) do Oceano Pacífico, com a vinda do fenômeno El Niño. Referências Bibliográficas AYOADE, J.O. Introdução à climatologia para os Trópicos. (Tradução de Maria Juraci Zani dos Santo; revisão de Suely Bastos). São Paulo: DIFEL, 1986. INMET. Atlas de Nuvens. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/atlas_nuvens/atlas_nuvens.ht ml. Acesso em: 10/07/2014. XXI Semana de Geografia, III Semana e Jornada Científica de Geografia do Ensino a Distância da UEPG, XV Jornada Científica da Geografia e VIII Encontro do Saber Escolar e o Conhecimento Geográfico "Os desafios, as novas perspectivas e abordagens da Geografia" 14 Anais Semana de Geografia. Volume 1, Número 1. Ponta Grossa: UEPG, 2014. ISSN 2317-9759 GEOFÍSICA. Faculdade de Ciências de da Universidade de Lisboa. Nuvens. Disponível em: http://geofisica.fc.ul.pt/informacoes/curiosidades/nuvens.htm. Acesso em 10/07/2014 MARINHA DO BRASIL. Serviço Meteorológico Marinho. Atlas de Nuvens. Disponível em: https://www.mar.mil.br/dhn/chm/meteo/refer/nuvens/nuvens.htm. Acesso em: 11/07/2014 MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. 1° Edição, São Paulo, Oficina de Textos, 2007. PINNER, G. P. O Guia do Observador de Nuvens. (tradução Cláudio Figueiredo). 1 ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008. 320 p. VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e Climatologia. Versão Digital. 2006: 449 pp. XXI Semana de Geografia, III Semana e Jornada Científica de Geografia do Ensino a Distância da UEPG, XV Jornada Científica da Geografia e VIII Encontro do Saber Escolar e o Conhecimento Geográfico "Os desafios, as novas perspectivas e abordagens da Geografia"