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OPINIÃO
São Luís, 25 de abril de 2016. Segunda-feira O Estado do Maranhão
FUNDADOR JOSÉ SARNEY E BANDEIRA TRIBUZI, PRESIDENTE TERESA SARNEY, DIRETOR DE REDAÇÃO CLÓVIS CABALAU, DIRETORA COMERCIAL
MADELON ARAÚJO, SECRETÁRIO DE REDAÇÃO ADEMIR SANTOS [email protected], COORDENADORA DE REDAÇÃO SELMA FIGUEIREDO
selma.fi[email protected], COORDENADOR DE REPORTAGEM DANIEL MATOS [email protected], MÍDIAS [email protected]
“O Maranhão é uma saudade que dói e não
passa. Não o esqueço um só dia, um só
instante. É amor demais. Maranhão,
minha terra, minha paixão.”
JOSÉ SARNEY
O Estado do Maranhão não se responsabiliza por opiniões emitidas nesta seção. Os comentários, análises e pontos de vista expressos pelos colaboradores são de sua inteira responsabilidade. As cartas para esta seção devem ser enviadas com nome, número
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ou [email protected], ou pelo fax (98) 3215-5054.
EDITORIAL
Sem euforia para o Dia das Mães
C
om a crise batendo à porta do comércio
há meses, o Dia das Mães, esta que é
segunda melhor data de vendas para o
setor, não deve ser de comemoração.
Muito pelo contrário, tendo em vista que uma
pesquisa realizada pela Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Maranhão (Fecomércio) estima uma queda de
5,8%.
Essa retração nas vendas em São Luís,
traduzida pela pesquisa de intenção de
consumo, mostra o quanto o reflexo da crise
está presente. E não é para menos, quando
vários fatores atuam juntos: juros elevados,
crédito escasso, inflação, endividamento
que atinge 60% das famílias brasileiras e
taxa de desemprego que já alcançou 10,2%,
ou seja, mais de 10 milhões de
desempregados.
No recorte dos números da pesquisa é
possível entender melhor esse retrato da
dificuldade do consumidor em presentear no
Dia das Mães. A maioria dos entrevistados
MAURO EUGÊNIO SATURNO
dispostos a comprar (76,4%) informa que
comprar presentes na faixa de R$ 151 a R$
pretende adquirir apenas um produto para
200, e 13% na aquisição de produtos
presentear.
acima de R$ 400. Na média geral, os filhos
Em outros momentos de bonança da
devem gastar o valor de R$ 137 neste Dia das
economia, além da mãe, se
Mães para compra de
comprava presentes
presente. Esse é um gasto
Diante de tal
para a sogra, e para
21,3% menor que o
outras pessoas da família
observado em 2015.
realidade, resta ao
que tinham filhos.
Esse quadro
empresariado
Apenas 19,8% dos
demonstra muito bem a
entrevistados afirmaram
análise do presidente da
ludovicence inovar,
pretender comprar dois
Fecomércio, José Arteiro da
presentes e 3,8%
Silva, de que “o consumidor
criar, buscar
demonstraram interesse em
está mais preocupado
alternativas
três ou mais itens para
com relação à estabilidade
presentear.
no emprego atual,
Outro dado que revela o
o que está fazendo com
quanto o bolso do
que ele diminua o
consumidor foi afetado pela crise é com
valor das compras e evite o parcelamento,
relação aos gastos com o presente. Pelo
limitando o endividamento em longo prazo”.
menos 35% dos entrevistados
De acordo com a Federação do Comércio, o
disseram que vão comprar produtos até R$
nível de endividamento das famílias na capital
100. Somente 16,4% estão predispostos a
maranhense tem se mantido, em média, em
65%, sendo que destes, 29% são
inadimplentes, ou seja, aqueles que estão com
dívidas vencidas superiores a 90 dias.
Como se observa é uma situação
que cria um ambiente de total preocupação
para o comércio varejista, que
encerrou o ano de 2015 no país com uma
queda de 4,3% - a maior da série histórica do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), iniciada em 2001.
Portanto, sem a euforia de anos
anteriores vivenciados pelo setor, ante a
pujança da economia, conforme os números
apresentados pelo levantamento, está se
desenhando, o pior cenário econômico para o
Dia das Mães desde o início das pesquisas da
Fecomércio em 2011.
Diante de tal realidade, resta ao
empresariado ludovicense inovar, criar, buscar
alternativas, seja com promoções ou
premiações, algo que atraia o consumidor
para a loja, para que o impacto negativo nas
vendas seja o menor possível.
NATALINO SALGADO
CABALAU
Procurando
uma nova terra
Silenciosa e
invasiva
Q
“H
uando os primeiros planetas em outros sistemas
solares foram descobertos, muitos duvidaram.
Achar um planeta não é fácil, pois a luz do sol é
muitas vezes mais forte que a de um planeta. E
esses sistemas estão muito longe de nós, o que torna
impossível ver diretamente um planeta. Então passaram a
procurar por pequenas oscilações nas estrelas, ou seja, a
reação à força da gravidade do sol sobre um planeta.
Usando essa técnica, os primeiros exoplanetas foram
descobertos em 1995. Acontece que a oscilação da estrela
pode ser causada por outros fatores, como outra estrela.
Então, uma técnica diferente foi empregada,
explorando a variação da luminosidade durante o
trânsito, isto é, quando um planeta passa na frente de sua
estrela e faz com que a luz da estrela escureça um pouco.
Assim, combinando as duas técnicas, pode-se confirmar
a descoberta.
Passou-se a observar também a atmosfera dos
planetas, analisando o espectro da luz quando no
trânsito, ou seja, que cores compõem o arco-íris do
planeta, já que a luz da estrela passa pela atmosfera e é
alterada.
Em 1999, descobriu-se o elemento sódio no primeiro
planeta descoberto e chamado de Júpiter Quente, um
planeta tão grande como Júpiter e orbitando
perigosamente perto da sua estrela, tornando-os muito
quente.
A busca concentra-se em procurar outro tipo de gás,
vapor de água, e em planetas menores e rochosos, como
nosso planeta Terra. E mais ainda, que esteja a uma
distância ideal do sol para que exista na forma líquida.
Essa distância, ou faixa de distâncias é chamada de Zona
Habitável.
Dos 6.000 planetas
descobertos até agora, cerca
de 2.000 foram confirmados
Em 2014, a NASA descobriu o primeiro planeta do
tamanho da Terra orbitando uma estrela na zona
habitável. Foi chamado de Kepler-186F, pois foi
descoberto usando-se o telescópio espacial Kepler, usado
para identificá-lo. Está a 500 anos-luz de distância na
constelação do Cisne, bem próximo, se considerarmos
que nossa Via Láctea mede cerca de 100.000 anos-luz de
diâmetro. Este planeta é 10% maior que a Terra e orbita
uma estrela diferente da nossa, uma anã vermelha, que
tem cerca de metade do tamanho do nosso sol.
Mas, em 2015, foi descoberto o primeiro planeta
semelhante à Terra orbitando uma estrela como o nosso
Sol, chamada de Kepler-452b, este planeta foi apelidado
de primo maior e mais velho da Terra pois é 60% maior
que a Terra e tem uma órbita que dura 385 dias, ou seja,
seus anos são muitos parecidos com os nossos.
Planetas que podem ter água líquida e,
consequentemente, vida, não são raros. Dos 6.000
planetas descobertos até agora, cerca de 2.000 já foram
confirmados realmente e, desses, cerca de 30 já são
considerados potencialmente habitáveis.
A NASA vai lançar neste ano uma nave capaz de
observar os pequenos planetas rochosos na zona
habitável, chamado de TESS (Transiting Exoplanet Survey
Satellite), uma missão de dois anos que irá acumular
dados que depois serão usados para orientar o uso do
Telescópio Espacial James Webb, mais poderoso que o
Hubble, que será lançado em 2018, prometendo
descobertas incríveis.
UM DIA COMO HOJE
SOBE E DESCE
25 de abril
de
1507
É publicada a obra de
Gaultier Lud Cosmographiae
Introductio. É a primeira vez
que um escritor se propõe dar o
nome de "América" às terras que
foram descobertas por Cristóvão
Colombo
de
1945
Representantes de 47 países
criam, na Conferência de San
Francisco, nos Estados Unidos
(EUA), a Organização das Nações
Unidas (ONU). Ela foi resultado do
esforço de visionários que
buscavam forma capaz de resolver
seus conflitos por outros caminhos
que não o da guerra.
de
1996
Os trinta e quatro países que
integram a Organização dos
Estados Americanos (OEA)
declaram guerra total contra o
terrorismo no mundo e aprovam
um plano de ação para combater os
ataques terroristas no continente
americano.
Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) e congregado mariano.
O comandante-geral do
Exército, general Eduardo
Villas Bôas, refutou
terça-feira, 19, a
possibilidade de
intervenção das Forças
Armadas no país em
decorrência da atual crise.
A declaração foi feita no
Dia do Exército.
Você sabe que uma
confusão está longe de
acabar quando Alexandre
Frota resolve entrar nela. O
ator retomou a guerra com
o deputado Jean Wyllys.
Desta vez, ele está apoiando
o deputado Jair Bolsonaro,
alvo de uma cusparada.
á doenças piores que as doenças/Há dores
que não doem, nem na alma”. Assim começa
um poema de Fernando Pessoa. O que seria
uma doença pior que outras? As que não têm
cura? As que têm mais sintomas, cujas consequências
deixam sequelas? O poeta não tem uma solução para este
enigma. Estava ele, no poema, absorto em dores outras,
metafísicas, abstratas, mas não menos verdadeiras.
Trago este tema a propósito de uma doença silenciosa e
invasiva: a hipertensão. Dia 26 de abril é considerado o Dia
Nacional de Combate à Hipertensão. Popularmente
chamada pressão alta, a hipertensão é quando a pressão
arterial apresenta valor igual ou maior que 14 por 9,
rotineiramente. De acordo com a Sociedade Brasileira de
Hipertensão, a doença está presente em 25 % da população
brasileira adulta, chegando a mais de 50%, após os 60 anos,
e está presente em 5% das crianças e adolescentes, no Brasil.
É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e
35% dos casos de insuficiência renal terminal” .
Rubem Alves escreveu um texto que, com sua verve típica
de escritor que usava com maestria as metáforas, nos conta
como foi a experiência de se saber hipertenso. “Há jeitos de
estar doente, de acordo com os jeitos da doença. Algumas
doenças são visitas: chegam sem avisar, perturbam a paz da
casa e se vão. É o caso de uma perna quebrada, de uma
apendicite, de um resfriado, de um sarampo. Passado o
tempo certo, a doença arruma a mala e diz adeus. E tudo
volta a ser como sempre foi. Outras doenças vêm para ficar. E
é inútil reclamar. Se vêm para ficar, é preciso fazer com elas o
que a gente faria caso alguém se mudasse definitivamente
para nossa casa: arrumar as coisas da melhor maneira
possível, para que a convivência não seja dolorosa. Quem
sabe se pode até tirar algum proveito da situação.”
Na grande maioria das
pessoas não manifesta
sintomas, mas está lá
Mas como lidar com a hipertensão? Primeiro de tudo é
preciso saber que se tem a doença. Talvez Pessoa tenha
acertado com relação a dores que não doem. Na grande
maioria das pessoas ela não manifesta sintomas. Mas está
lá. Causando danos, mas nada há que avise de sua ação.
A primeira informação importante é que, apesar de
atingir sem distinção diversos públicos, alguns grupos estão
mais propensos a desenvolvê-la: pessoas a partir dos 60
anos, histórico da doença na família, obesos, tabagistas,
diabéticos, pessoas sedentárias, aqueles que se alimentam
de forma não saudável e abusam do sal, por exemplo.
Rins e coração estão intimamente envolvidos no
equilíbrio da pressão arterial ou não se estes órgãos estão
doentes. Na verdade, nem sempre é possível saber se a
hipertensão adoeceu coração e rins ou o contrário. O fato é
que entre as causas da falência do rim, a hipertensão está
presente em mais de 35% dos casos. Na população adulta a
hipertensão acomete uma pessoa em cada quatro. O grave
disso é que grande parte destas pessoas não sabem, daí
porque descobrem tardiamente que tinham hipertensão.
Se você tem mais de 50 anos ou está em qualquer dos
grupos de risco, faça uma medição do grau de sua pressão.
Em adultos abaixo de 60 anos, 14 por 9 é o indicador da
doença. Uma vez presente, existe tratamento. A
farmacologia disponível consegue domesticar a doença.
Há, porém, algo que seu médico não pode fazer por você:
mudar seus hábitos de vida. Tão importante quanto
tomar regularmente a medicação, é adotar hábitos
saudáveis de vida.
Doutor em Nefrologia, ex-reitor da UFMA, membro do IHGM, da
AMM, AMC e AML
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