Normas Gramaticais da Língua Portuguesa – AULA 5 Temas: – Concordância – Regência Nominal e Verbal Concordância • Concordância consiste na correta combinação entre pronomes e/ou substantivos com adjetivos em relação a gênero, número e grau, a chamada concordância nominal, e na correta conjugação do verbo em relação ao sujeito, isto, a concordância verbal. Concordância Nominal REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo. - A pequena criança é uma gracinha. (substantivo e adjetivo estão no feminino singular) - Os garotos que encontrei eram muito gentis e simpáticos. (substantivo e adjetivos estão no masculino plural) Concordância Nominal CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fogem à regra geral, mostrada anteriormente. a) Um adjetivo após vários substantivos 1 – Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo. - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Concordância Nominal 2 – Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. - Ela tem pai e mãe louros. - Ela tem pai e mãe loura. 3 – Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural. - O homem e o menino estavam perdidos. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. Concordância Nominal b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 1 – Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo. Comi delicioso almoço e sobremesa. Provei deliciosa fruta e suco. 2 – Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estavam feridos o pai e os filhos. Estava ferido o pai e os filhos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. Concordância Nominal d) Pronomes de tratamento 1 – sempre concordam com a 3ª pessoa: Vossa santidade esteve no Brasil. e) Anexo, incluso, próprio, obrigado 1 – Concordam com o substantivo a que se referem: As cartas estão anexas. A bebida está inclusa. Precisamos de nomes próprios. Obrigado, disse o rapaz. / Obrigada, disse a moça. f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) 1 – Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural. Renato advogou um e outro caso fáceis. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. Concordância Nominal g) É bom, é necessário, é proibido 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante. Canja é bom. / A canja é boa. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida. h) Muito, pouco, caro 1- Como adjetivos: seguem a regra geral. Comi muitas frutas durante a viagem. Pouco arroz é suficiente para mim. Os sapatos estavam caros. 2- Como advérbios: são invariáveis. Comi muito durante a viagem. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. Comprei caro os sapatos. Concordância Nominal i) Mesmo, bastante 1- Como advérbios: invariáveis Preciso mesmo da sua ajuda. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. 2- Como pronomes: seguem a regra geral. Seus argumentos foram bastantes para me convencer. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. j) Menos, alerta 1- Em todas as ocasiões são invariáveis. Preciso de menos comida para perder peso. Estamos alerta para com suas chamadas. Concordância Nominal k) Tal Qual 1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o consequente. As garotas são vaidosas tais qual a tia. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. l) Possível 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. A mais possível das alternativas é a que você expôs. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade. Concordância Nominal m) Meio 1- Como advérbio: invariável. Estou meio insegura. 2- Como numeral: segue a regra geral. Comi meia laranja pela manhã. n) Só 1- apenas, somente (advérbio): invariável. Só consegui comprar uma passagem. 2- sozinho (adjetivo): variável. Estiveram sós durante horas. Concordância Verbal 1) Sujeito simples REGRA GERAL: O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Ex.: Nós vamos ao cinema. O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós). Concordância Verbal CASOS ESPECIAIS: a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular. Ex.: A multidão gritou pelo rádio. Atenção: Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural. Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram. b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural. Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão. Concordância Verbal c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural). Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio. d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café. e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café. Concordância Verbal f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós). Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis? Dicas: Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles em pessoa e número. Ex.: Qual de vós me punirá? g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo. Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial. Concordância Verbal h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral. Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula. i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa). Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram. j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo. Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa. Concordância Verbal 2) Sujeito composto REGRA GERAL O verbo vai para o plural. Ex.: João e Maria foram passear no bosque. CASOS ESPECIAIS: a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa. Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos. O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª. Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos. O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª. Concordância Verbal Atenção: No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa. Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural) Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Ex.: Irei eu e minhas amigas. b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo concordará com os dois núcleos. Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé. Atenção: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga. Concordância Verbal c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa). Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar. d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo. Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava. e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará com o aposto resumidor. Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu. Concordância Verbal f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o verbo poderá ficar no singular ou no plural. Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram. g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão. Exemplos: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão) A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão) h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular. Exemplos: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo. Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo. Concordância Verbal OUTROS CASOS: 1) Partícula “SE”: a - Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo. Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros. b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no singular. Exemplos: Precisa-se de secretárias. Confia-se em pessoas honestas. Concordância Verbal 2) Verbos impessoais São aqueles que não possuem sujeito. Portanto, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Havia sérios problemas na cidade. Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Deve haver sérios problemas na cidade. Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar. Dicas: Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais. O verbo existir não é impessoal, veja: Existem sérios problemas na cidade. Devem existir sérios problemas na cidade. Concordância Verbal 3) Verbos dar, bater e soar Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar. Exemplos: O relógio deu duas horas. Deram duas horas no relógio da estação. Deu uma hora no relógio da estação. O sino da igreja bateu cinco badaladas. Bateram cinco badaladas no sino da igreja. Soaram dez badaladas no relógio da escola. 4) Sujeito oracional Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura. Concordância Verbal 5) Concordância com o infinitivo a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração: - não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono. Ex.: Esperei-as chegar. - é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos). Exemplos: Mandei sair os alunos. Mandei saírem os alunos. - flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo. Ex.: Esperei saírem todos. Concordância Verbal b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto - não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio. Ex.: Passamos horas a comentar o filme. (comentando) - é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal. Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu) responderes, (tu) lerás o texto. - é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto. Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos. - é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto. Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato. Concordância Verbal c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal - não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando em virtude da ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo auxiliar for nítida. Ex.: Acabamos de fazer os exercícios. - é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto. Exemplos: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela. Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela. Concordância Verbal 6) Concordância com o verbo ser: a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão com o predicativo. Exemplos: Tudo são flores. Aquilo parecem ilusões. Dicas: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo. Ex.: Aquilo é sonhos vãos. b - O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos: que ou quem. Exemplos: Que são gametas? Quem foram os escolhidos? Concordância Verbal c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a concordância será feita com a expressão numérica Exemplos: São nove horas. É uma hora. Dicas: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia. Exemplos: Hoje são 24 de outubro. Hoje é (dia) 24 de outubro. d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome. Ex.: Aqui o presidente sou eu. Dicas: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração. Ex.: Eu não sou tu Regência Nominal A regência nominal consiste na relação de dependência que se estabelece entre certas palavras e alguns substantivos e adjetivos. Veja os exemplos: O diretor é afável com seus alunos. O orador estava apto a responder a todas as questões. Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) podem apresentar problemas de regência, principalmente aqueles que admitem mais de uma preposição. Apresentamos a seguir uma lista de palavras acompanhadas de suas preposições mais frequentes. Regência Nominal Acostumado - a, com: Estão acostumados a tanta miséria. Já se acostumou com seu novo horário. Já estamos acostumados a tantos obstáculos. Adaptado - a: Não nos consideramos adaptados à vida urbana. Não me sinto adaptado à vida da cidade grande. Aflito - com, por: Ficou aflito com a insegurança da filha. Ficou aflito por perceber a insegurança da filha. Fiquei tão aflito com a notícia que comecei a gritar. Alheio - a: Permanecia imóvel, alheio a tudo. Alheio ao barulho, ele continuava escrevendo. Regência Nominal Alienado - de: Muitos rapazes fazem questão de se manterem alienados dos problemas políticos. Alusão - a: O aluno fazia alusão à conferência do professor. O presidente fazia alusão às iniciativas do ministro. Análogo - a: Seu discurso era análogo a sermão eclesiástico. Sua proposta de trabalho era análoga à minha. Apto - a, para: Sentia-se apto a caminhar sozinho. Considera-se apto para as provas finais. Sentia-se apto a manejar o barco. Regência Nominal Atento - a, em: Fiquem atentos às instruções. Permaneciam atentos nos deputados. Fique atento àquela luta de cães. Aversão - a: Ele tem aversão a lugares fechados. Ávido - de, por: A população parecia ávida de mexericos. A população estava ávida por mexericos. Curioso - de, por: Sempre foi uma criança curiosa de [por] tudo. Era um adolescente curioso das [pelas] descobertas científicas. Regência Nominal Imune - a: Ninguém consegue ficar imune a esse vírus. A vacina tornou-se imune ao vírus. (In)Compatível - com: Seu comportamento é totalmente incompatível com o nosso. Sua atitude é compatível com os nossos princípios. Passível - de: Todos esses projetos são passíveis de críticas. Preferível - a: O desenho é preferível à física. A vida é preferível à morte. Regência Nominal Residente - em: Residente na cidade, nunca visitou o campo. Vinculado - a: O meu processo está vinculado a esse outro. Sua conta bancária era vinculada à da esposa. Vizinho - a, de: Vizinho a (à) minha casa, há um antro de mexericos. Regência Verbal Regência verbal é a relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Os verbos podem ligar-se a seus complementos com a ajuda de preposição (objeto indireto) ou sem a ajuda de preposição (objeto direto). Alguns verbos costumam apresentar problemas de regência, uma vez que o uso popular se apresenta em desacordo com a norma culta. Regência Verbal Aspirar a) O verbo aspirar é transitivo direto quando significa tragar, sorver, inspirar. Aspiramos um ar poluído. É bom aspirar o perfume das flores. Não aspira o pó. b) O verbo aspirar é transitivo indireto quando significa pretender, desejar, almejar. Aspirava ao posto de general. Aspiro ao cargo de diretor. A funcionária aspirava ao cargo da chefia. Regência Verbal Assistir a) O verbo assistir é transitivo direto quando significa ajudar, prestar assistência, socorrer. Os órgãos públicos assistem os menores carentes. É dever das autoridades assistir os favelados. O médico assistiu o doente daquela noite. b) O verbo assistir é transitivo indireto quando significa ver, presenciar, estar presente. Assistiram a tudo de olhos esbugalhados. Assisto ao espetáculo circense. Assisti ao jogo no Castelão. c) O verbo assistir é transitivo indireto quando significa caber, pertencer. Assisti-lhe todo o direito de falar. É um direito que assiste a ele. Tal direito assiste ao aluno. d) O verbo assistir é intransitivo quando significa morar, residir, habitar. O papa assiste no Vaticano. O presidente assiste em Brasília. Nossos parentes assistem em Coimbra. Regência Verbal Comunicar O verbo comunicar é transitivo direto e indireto, sendo que o objeto direto é sempre coisa, e o indireto é sempre pessoa: Os vizinhos comunicaram o roubo à polícia. O ministro comunicou a sua decisão ao presidente. Esquecer O verbo esquecer admite as seguintes construções: a) verbo transitivo direto + objeto direto. • Não esqueça o seu material, menino. • Carlos, não esqueça o leitinho das crianças. b) verbo pronominal + preposição de + objeto indireto. • Não se esqueça do que combinamos. • Haroldo esqueceu-se do recado. c) sujeito + verbo transitivo indireto + objeto indireto. • Nunca me esqueci do caso deste barbeiro. Regência Verbal Implicar O verbo implicar é transitivo direto quando significa acarretar, causar. • O desrespeito implica muitas vezes a violência. • A desunião implica a briga. Informar O verbo informar admite as seguintes construções: a) objeto direto (pessoa) + objeto indireto (fato mencionado). • O governo acaba de informar os jornalistas do novo aumento do combustível. b) objeto indireto (pessoa) + objeto direto (fato mencionado). • O governo acaba de informar aos jornalistas o novo aumento do combustível. Regência Verbal Morar e residir Os verbos morar e residir são intransitivos e exigem a preposição em. • Ele mora na avenida da Universidade. • Ele mora em Caucaia. • Aquele rapaz reside na avenida José Bonifácio. Namorar O verbo namorar é transitivo direto e exige complemento sem preposição. • Elias namora Cleide. Obedecer e desobedecer Os verbos obedecer e desobedecer são transitivos indiretos e exigem complemento com preposição. • O filho obedece ao pai. • Aqui ninguém desobedece ao regulamento. Regência Verbal Pagar e perdoar Os verbos pagar e perdoar obedecem às seguintes condições: I. Se o complemento desses verbos for representado por “coisa”, será um objeto direto. II. Se o complemento for “pessoa” ou “coisa personificada”, será um objeto indireto. Vejamos um exemplo de cada situação: I. O prefeito paga as contas da cidade. II. Perdoava a todos, até ao assassino do filho. Preferir O verbo preferir exige dois complementos: um sem, outro com preposição. • Prefiro estudar a trabalhar. Regência Verbal Proceder O verbo proceder é transitivo indireto, usado com a preposição a. • A Caixa Econômica procedeu ao sorteio dos números da loto. Responder O verbo responder é transitivo indireto no sentido de dar resposta, corresponder a uma pergunta. • Você já respondeu à carta que recebeu ontem? b) O verbo responder é transitivo direto no sentido de dizer em resposta. • Respondeu que não aceitava a proposta. Simpatizar O verbo simpatizar exige a preposição com e não é pronominal. • Ele simpatizou com aquela moça. Regência Verbal Chegar O verbo chegar exige a preposição a e não a preposição em. • Chegamos finalmente a Messejana. • Chegamos ao GEO. • Cheguei à casa da minha sogra. • Cheguei a casa. (minha casa) Voltar e ir Os verbos voltar e ir, assim como o verbo chegar, são regidos pela preposição a. • O motorista voltou à casa do empresário. • O homem ia à casa do patrão. Chegar e vir Os verbos chegar e vir, quando indicam movimento, são regidos pela preposição a, e nunca pela preposição em. • Vieram a Curitiba no domingo. • Quando cheguei a São Paulo, já passavam das oito. Regência Nominal e Verbal Vamos praticar nossa habilidade de reger corretamente os termos de uma sentença? Complete as frases a seguir com as preposições adequadas. Passe para o slide seguinte somente após completar as lacunas. 1. Você ainda está acostumado ______________ isso? 2. Alienado _____________ problemas sociais, só pensava em ganhar dinheiro. 3. Sentia-se apto ____________ conduzir o veículo. 4. Fiquei curioso ____________ saber o fim da novela. 5. Permanecia atento ____________ ladrões. 6. Contar a verdade é preferível ______________ mentir. 7. Sua atitude é incompatível _____________ o ambiente. 8. Tuas ideias são compatíveis _____________ as minhas. 9. Ninguém está imune _____________ explosões de temperamento. 10. Nem bem havia se adaptado ______________ o novo trabalho, foi despedido. Regência Nominal e Verbal Confira as respostas: 1. Você ainda está acostumado a isso? 2. Alienado de problemas sociais, só pensava em ganhar dinheiro. 3. Sentia-se apto a conduzir o veículo. 4. Fiquei curioso por saber o fim da novela. 5. Permanecia atento aos ladrões. 6. Contar a verdade é preferível a mentir. 7. Sua atitude é incompatível com o ambiente. 8. Tuas ideias são compatíveis com as minhas. 9. Ninguém está imune a explosões de temperamento. 10. Nem bem havia se adaptado ao novo trabalho, foi despedido. Regência Nominal e Verbal Vamos praticar mais um pouco nossa habilidade de reger corretamente os termos de uma sentença? Preencha as lacunas, conjugando os verbos entre parênteses, inserindo as preposições adequadas, quando necessário. Passe para o slide seguinte somente após completar as lacunas. a) Esse aparelho não consegue (_________) todo o pó. (aspirar) b) O governo (_________) os flagelados. (assistir) c) (_________) todos o direito de viver e lutar. (assistir) d) Ela agora (_________) Maranguape. (morar) e) Eles (_________) colégio cedo. (chegar) f) A carga (_________) avião. (chegar) g) Ela (_________) rua dos Expedicionários. (morar) h) Aníbal (_________) rua Epaminondas. (residir) Regência Nominal e Verbal Confira as respostas: a) Esse aparelho não consegue aspirar todo o pó. (sentido de absorver, não exige preposição) b) O governo assistiu os flagelados. (sentido de ajudar, não exige preposição) c) Assiste a todos o direito de viver e lutar. (sentido de competir, exige preposição “a”) d) Ela agora mora em Maranguape. (exige preposição “em”) e) Eles chegou ao colégio cedo. (exige preposição “em”) f) A carga chegou ao avião. (exige preposição “em”) g) Ela morar na rua dos Expedicionários. (exige preposição “em”) h) Aníbal reside na rua Epaminondas. (exige preposição “em”) NORMAS GRAMATICAIS DA LÍNGUAS PORTUGUESA – AULA 5