CURSOS DE INVERNO CBM/FLADEM/Fladem Brasil 2021 Os cursos estão acontecendo aos sábados das 9h às 12h, com 3h de carga horária no certificado. As inscrições são realizadas através da plataforma Sympla e os cursos online estão no valor de R$55 para inscrições padrão ou R$45 para alunos do CBM e associados ao FLADEM (Lote 1/antecipado). O próximo curso será no sábado dia 10 de julho com a Professora Adriana Rodrigues (FLADEM/CBM) e a inscrição em nossa página na Sympla: https://www.sympla.com.br/poscbmfladem Sobre o FLADEM: http://fladem.info/ Sobre o Fladem Brasil: https://www.fladembrasil.com.br/ Descrição do curso JULHO 10 Adriana Rodrigues (FLADEM/CBM) Cecilia Conde e a educação musical A partir do premiado curta-metragem realizado por Cecilia Conde juntamente com Nelson Xavier, conversaremos sobre "A espontaneidade dos jogos, brincadeiras e folguedos, vividos pelas crianças de uma comunidade favelada do Rio de Janeiro e o ensino de música com canções e ritmos impostos pela escola. Essa experiência, realizada em 1979, Ano Internacional da Criança, coloca em discussão os métodos tradicionais e padronizadas do ensino de música adotadas nas escolas" (CONDE, 1979). Adriana Rodrigues Presidente do Foro Latinoamericano de Educación Musical FLADEM. Doutora e Mestre em Música e Educação (UNIRIO), graduada em Musicoterapia e licenciada em Música (Conservatório Brasileiro de Música Centro Universitário CBM CEU). Membro do Programa de Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais (PROEMUS) da UNIRIO. Coordenadora da Especialização em Educação Musical, parceria FLADEM/Fladem Brasil e CBM CEU. Professora do curso de Licenciatura em Música do CBM CEU. Cantora com experiência em canção popular, música coral e no uso da voz na prática educacional. Desenvolve pesquisa sobre formação de professores, autonomia e expressão criadora na música e educação. JULHO 17 David Tygel (PUC-Rio/FACHA). A Música no Espírito do Filme. 24 Patricia Costa (Brasil/Portugal). Nada será como antes – aprendendo a lidar com os desafios do momento 31 Ethel Batres (Guatemala) Os campos virtuais da educação musical na pandemia, fora dela (quando saímos do buraco ...), e na presencialidade hibridada. AGOSTO 7 Carlos Kater 14 Inês Barbosa de Oliveira (UNESA/UERJ) O lugar da música nas escolas: criações curriculares nos cotidianos escolares 21 Magda Pucci (Mawaca) Diversidade Sonora ao nosso alcance 28 Karen Acioly (FIL) SETEMBRO 4 Angela Rodrigues Medeiros 11 Enny Parejo 18 Marisa Fonterrada 25 Roda de Palhaço OUTUBRO 02 Daniel Gohn 09 Lucilene Silva 16 Grupo Negô 23 Erin Vargas 30 Denize Vieira NOVEMBRO 06 Monica de Oliveira 13 Eduardo Lopes 27 Julio Moretzsohn DEZEMBRO 04 PROEMUS 11 Samuel Lima 18 Avaliação Adriana e Alejandro Descrição dos cursos de inverno/primavera CBM/FLADEM/Fladem Brasil 2021 JULHO 17 David Tygel (PUC-Rio/FACHA). A Música no Espírito do Filme. Abordando assuntos como a tradução musical de uma narrativa audiovisual, o processo de criação e produção de uma trilha musical em ficção e documentário, a relação diretor/compositor, exibição de trechos de filmes e trilhas compostas pelo palestrante e processos de audição privilegiada para compreensão do papel da música no cinema. David Tygel é músico, cantor, compositor, professor. Fundador e integrante do grupo Boca Livre, Tygel é também especialista na criação e produção de trilhas musicais para o cinema, teatro e televisão, com mais de quarenta filmes de longa-metragem e prêmios nos principais Festivais de Cinema no Brasil e alguns no Exterior. É graduado pelo CBM e mestre em Música pela Escola Nacional de Música da UFRJ. Leciona na Puc-Rio e na Facha, percorrendo o País e fora dele para dar cursos e palestras na matéria de Música e Cinema. 24 Patricia Costa (Brasil/Portugal). Nada será como antes – aprendendo a lidar com os desafios do momento O ano de 2020 ficará marcado por importantes mudanças, inclusive na área do canto coral. A necessidade, junto com a criatividade e o senso de adaptação dos regentes de corais em todo o mundo (e, sobretudo, no Brasil) vêm trazendo alternativas para a continuidade da prática coral, agora na virtualidade. Novas propostas, saberes, procedimentos e reflexões surgem; e precisamos nos atualizar para prosseguir pois, ao que tudo indica, virtual e presencial vão conviver a partir daqui. Quer saber como percorri o enorme e angustiante trajeto entre desistir e recomeçar diferente? Teremos três horas para conversar. Neste workshop abordarei minha inusitada experiência com o São Vicente a Cappella (hoje SVAC Virtual 2021) e o coletivo feminino Gemas Cariocas, ambos detentores de prêmios internacionais recentes, em edições digitais. Patricia Costa Licenciada, Mestre e Doutora em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), obteve bolsa CAPES/FULBRIGHT para doutorado-sanduíche na Butler University (EUA) em 2015/2016. Sua tese “Características do repertório para coro juvenil: verificação de especificidades” foi indicada ao prêmio CAPES de teses de doutorado de 2017. Criou e coordenou o bem-sucedido projeto coral do Colégio São Vicente de Paulo (Cosme Velho), desde 1993 em atividade contínua, contando hoje com sete corais de diversas faixas etárias e repertórios. Seu coro jovem São Vicente a Cappella é referência em âmbito internacional e conquistou o primeiro lugar na categoria juvenil misto no concurso do Summa Cum Laude International Youth Music Festival, em Viena, em julho de 2019. O grupo acaba de conquistar duas medalhas (ouro e prata) no concurso do 11th World Peace Choral Music, na versão digital. Patricia Costa é também supervisora do coletivo feminino Gemas Cariocas, primeiro lugar no II INTERKULTUR Vídeo Award, em colaboração com o coro alemão Capriccioso, em dezembro de 2020. Tem sido constantemente convidada como palestrante/instrutora/professora em diversos festivais e workshops no Brasil e no exterior, sobretudo na área do coro infantil, juvenil e direção cênica para corais. Atualmente morando em Aveiro, vem expandindo sua atuação tanto em Portugal quanto na Alemanha, apresentando e desenvolvendo a abordagem EYES (Expressive Youthful Ensemble Singing) que, através da interseção das linguagens teatral e musical, busca aprimorar o canto expressivo em grupo. Por conta da atual crise sanitária mundial, Patricia Costa vem adaptando sua atuação para a virtualidade. O SVAC virtual 2021 conta hoje com 50 cantores de todas as regiões do Brasil, diminuindo fronteiras e aproveitando as novas perspectivas do coro online. Contato E-mail: [email protected] Homepage: www.pccantocoral.com Ciência Vitae: 4214-9CEE-2318 YouTube: https://www.youtube.com/pccantocoral https://www.youtube.com/user/saovicenteacappella1 Facebook: https://www.facebook.com/pccantocoral/ Instagram: @pccantocoral @svacappella 31 Ethel Batres (Guatemala). Os campos virtuais da educação musical na pandemia, fora dela (quando saímos do buraco ...), e na presencialidade hibridada. Sair do buraco negro da pandemia não foi tão fácil quanto gostaríamos. Mas significou mudanças radicais na forma de entender a educação, especialmente para educadores musicais. O princípio nº 1 da FLADEM indica que “a educação musical é um direito” ... e nesta crise também notamos que “a educação digital é um direito” e agora uma liga a outra. Na América Latina, às vezes nenhum dos dois é realizado, e às vezes ambos são alcançados com sucesso. Entre a vida real e a morte, a educação musical é como presunto no sanduíche. Achávamos que o sistema educacional era tão rígido que nada o jogaria fora. Porém, o vírus o obrigou a uma série de flexibilidades: no currículo, na avaliação, na abordagem. Os educadores em geral passaram a gozar de autonomia, mas também de uma pressão impressionante ... Nesse cenário, os campos educacionais virtuais assumem uma dimensão inusitada, e a maneira como são projetados invade lares, famílias e projeta um caminho antes não pensado relações humanas. As situações estão se tornando imprevisíveis e isso rompe com a lógica tradicional de abordagem da educação. Paralelamente, a linearidade também se atrapalha e agora existe uma globalidade inovadora cheia de aplicações, na qual a música tem inúmeras possibilidades. A formação de professores envolve novas habilidades e a forma de adaptação tão rápida e envolvente é incrível. Como uma obra dramática contemporânea, a unidade de tempo, a unidade de lugar e a unidade de ação são quebradas. E nessa atuação que parece surpreendente, talvez nada seja tão falacioso quanto pensar na “democratização” do conhecimento. Os debates sobre o retorno à presença extrapolam o espaço físico, pois agora as bases da construção do conhecimento foram tocadas pelo modo como ele está se desenvolvendo e pelo jeito que um aluno que faz Tikoks o tempo todo, e quem não faz. até tem um telefone celular. Os professores começaram a se considerar produtores de realizações virtuais, e apenas consumi-las não funciona mais na educação. Será necessário experimentar se para ensinar será necessário viralizar ... e se os novos "bons professores" preferirem ser chamados de “influencers”. Importante: Para o desenvolvimento do curso será importante sugerir que os participantes tragam o seu celular, e que tenham baixado pelo menos 2 destes aplicativos: Anchor / Kinemaster / Inshot / CapCut / Tik-Tok. Nota: Se alguém não trouxer, não haverá problema. Pois vamos utilizá-los, mas não é um workshop para aprender a utilizá-los ... servirão apenas como elementos motivacionais, para que trabalhemos o tema central Ethel Marina Batres Moreno, guatemalteca, educadora musical, pesquisadora, autora de 23 livros e 32 CDs. Concluiu o Doutorado em Pesquisa Social; Mestre e Bacharel em Artes. Dirigiu o Bacharelado em Educação Musical na Universidade Da Vinci, onde é professora. Dirige o programa ¡Viva la Música!. É membro consultivo da CLEA e dos Comitês de Consultoria e Publicações do FLADEM, entidade da qual foi presidente latino-americana. Pertence ao Movimento LatinoAmericano de Canção Infantil. Professora e palestrante em Universidades latino-americanas; consultora de organizações internacionais. Recebeu vários reconhecimentos pelo seu trabalho artístico-pedagógico. AGOSTO 7 Carlos Kater 14 Inês Barbosa de Oliveira (UNESA/UERJ) O lugar da música nas escolas: criações curriculares nos cotidianos escolares Partimos da ideia de que as redes de conhecimentos tecidas pelos praticantes das escolas – professores e alunos – dão origem a práticas curriculares emancipatórias e são, também, fruto dos diversos modos de inserção social deles no mundo, inclusive no campo do embate político e ideológico que habita a sociedade e, portanto, as escolas e as políticas curriculares (OLIVEIRA, 2016). A emancipação social é entendida como processo contínuo e sem fim de tessitura de relações mais ecológicas entre diferentes conhecimentos, temporalidades, culturas, escalas e sistemas de produção, considerando-se indissociáveis o campo do epistemológico e o do político. Essa discussão é o primeiro ponto a ser trabalhado no curso. A partir das convicções epistemológicas e políticas que embasam as pesquisas nos/dos/com os cotidianos, consideramos que os currículos podem ser percebidos como criação cotidiana dos praticantes (CERTEAU, 1994) das escolas, e, mais do que isso, como contribuições da escola à tessitura da emancipação social democratizante. Inscrever o ensino da música nessa compreensão é o segundo objetivo deste curso, que trará exemplos de trabalhos reconhecidos no campo de ensino da música. Compreendendo os currículos como criações cotidianas dos praticantes das escolas, produzidas por meio dos usos singulares que fazem das normas e regras que lhes são dadas para consumo, buscamos perceber como atuam e procuram atuar os professores de música diante daquilo que lhes é solicitado fazer e a relação disso com suas crenças, ideias, possibilidades e desejos. Este será o terceiro foco de abordagem, com base nas experiências de docentes de música. Compreendidos como criação invisibilizada pelo pensamento educacional hegemônico, os currículos praticados (OLIVEIRA, 2003) –, aqueles criados nos cotidianos das escolas – que, seguindo a argumentação a ser desenvolvida sobre a indissociabilidade práticateoriaprática, reflexãoação, seriam melhor nomeados como pensadospraticados – podem e merecem ser estudados, de modo a que os compreendamos para além daquilo que neles obedece ao status quo, e que se impõe como norma. Esse é o último aspecto do curso, que também sugerirá aos alunos desafios para as suas próprias construções práticas. Inês Barbosa de Oliveira Graduada em Pedagogia, mestre em Administração de Sistemas Educacionais. Doutora em Sciences Et Théories de Léducation. Pós-doutora e titulada HDR (Habilitação para dirigir pesquisas). Professora titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professora adjunta do Programa de pós-graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá. Ex-presidente da Associação Brasileira de Currículo (ABdC), membro titular do Conselho Fiscal da ANPEd e do GT Currículo da entidade. Pesquisadora associada ao GT Políticas Educacionais do CLACSO. Bolsista PQ 1C do CNPq e Cientista do Nosso Estado FAPERJ. Professora dos anos iniciais do ensino fundamental por 15 anos, tem experiência em ensino e pesquisa no campo do Currículo, do Cotidiano Escolar e das Políticas curriculares contemporâneas. Atua e possui publicações voltadas aos debates em torno da emancipação social democratizante, com foco nos seguintes temas: novas epistemologias em educação, pesquisa nos/dos/com os cotidianos, currículos praticadospensados e cotidiano escolar; direito à educação e políticas educacionais. 21 Magda Pucci (Mawaca) Diversidade Sonora ao nosso alcance Tendo como principal enfoque a grande diversidade musical do mundo, essa oficina apresenta uma proposta de desenvolver olhares e escutas de algumas expressões musicais de diferentes regiões do mundo. As atividades proporcionam uma vivência musical e uma reflexão sobre as formas de se fazer música no mundo, passando por canções indianas, canções balcânicas, temas árabes, polirritmias africanas, sonoridades indígenas, melodias ibéricas entre outras. As músicas que cantamos e tocamos ganham mais sentido se contextualizadas em um processo de musicalização que passa por uma pedagogia horizontalizada, com espaço aberto para desenvolver um olhar multifacetado, por meio de uma ação intercultural, garantindo espaço de escuta a diferentes maneiras de estar no mundo, interagindo com suas formas de fazer música. Conceber a música como uma porta para o conhecimento e não apenas como entretenimento, é estimular a compreensão da música como cultura. Magda Pucci é musicista (arranjadora, compositora e cantora) e pesquisadora das músicas do mundo e das culturas indígenas brasileiras. Formada em Música pela USP, é mestre em Antropologia pela PUC-SP e doutora em Pesquisa Artística pela Universidade de Leiden, Holanda. É diretora musical e fundadora do Mawaca, um grupo especializado em recriar músicas de várias partes do mundo. É autora de livros relacionados a temas indígenas e educação musical. Trabalhou em projetos musicais em colaboração com grupos indígenas brasileiros como Kayapó, Guarani Kaiowá, HuniKuin, Paiter Suruí, entre outros, além de projetos sociais com crianças e refugiados. Seus interesses incluem musicologia cultural, música indígena brasileira, pedagogia das músicas do mundo, etnomusicologia aplicada e/ou participativa. Desenvolve também cursos em parceria com diversos indígenas como Cantos sem Fim pelo Centro de Pesquisa e Formação do SESC além de oficinas com a participação de músicos indígenas como Djuena Tikuna, Ibã Salles, Fulni-ô, entre outros. Desde 2005, vem desenvolvendo projetos de divulgação e promoção da cultura indígena desde a publicação de livros assim como espetáculos e intercâmbios entre indígenas e não indígenas. Ministra oficinas e cursos em diversos espaços culturais e universidades. É curadora do Estúdio Mawaca, coordenadora de São Paulo do Fórum Latino-Americano de Educação Musical e membro do comitê de Estudos de Músicas Latino-Americanas e do Caribe do ICTM – International Council of Traditional Music. Coloquem na agenda os cursos de 2022: JANEIRO 08 Eva Lautersztein (Israel); 15 Kofi (Gana); 22 María Inés Velázquez (Argentina); 29 Daniel Puig (Bahia); FEVEREIRO 05 Ritamaria (São Paulo); 12 Berenice de Almeida; 19 Magda Pucci (Mawaca); 26 Maria Eugênia Tita (Instituto Brincante, SP) MARÇO 5 Marilda Castanha (MG); 12 Roberta Forte (SP); 19 Keith Terry (EUA); 26 Doug Friesen (Canadá) ABRIL 02 Arthur Dutra (Rio); 09 Ana Cristina Rossetto e Iara Jamra. Contação e sonorização de histórias: expressão e integração entre linguagens; 23 Mônica Thiele Waghabi (São Paulo); 30 Elisio Freitas (CBM) MAIO 07 Glauber Resende (UFRJ); 14 Claudia Freixedas (Projeto Guri, SP); 21 Silmara Drezza (SP); 28 Teca Alencar de Brito FEVEREIRO 12 Berenice de Almeida (EMIA, SP). Brincadeiras Sonoro-Musicais. Muitas transformações vêm acontecendo no espaço do brincar da infância brasileira. Brincar de pega-pega e esconde-esconde na rua, jogar bola no campinho, subir em árvores ou brincar de roda cantando Ciranda Cirandinha fez parte da infância dos avós de grande parte das crianças brasileiras da atualidade, mas não corresponde à realidade da maioria delas, mesmo das que vivem em pequenas cidades ou até áreas rurais. É fato que nesse Brasil de muitos Brasis, ainda encontramos comunidades nas quais o espaço do brincar infantil ainda tem seu lugar preservado. É certo, também, que os tempos mudaram e precisamos estar conectados com o nosso próprio tempo, com as novas tecnologias, mídias e mudanças sociais que fazem parte do dia a dia das crianças. No entanto, entre ganhos e perdas, o espaço do brincar espontâneo, do relacionamento entre crianças sem a presença de adultos, dos jogos de mãos, das brincadeiras cantadas vem desaparecendo do cotidiano infantil. Sem um olhar nostálgico, mas sim comprometido com a saúde integral das crianças, reflexões fazem-se necessárias sobre este novo ‘estado’ da infância brasileira. O que, nós adultos, devemos garantir para que as crianças vivam sua infância plenamente? Que tempo e espaço oferecer para que as suas possibilidades de desenvolvimento contemplem suas dimensões corporais, emocionais, cognitivas, inter-relacionais e expressivas? O brincar é a forma da criança de estar no mundo; é como ela apreende, aprende e conhece o mundo e a si mesma. É a ferramenta que usa para realizar suas descobertas, para integrar-se, relacionar-se, expressar-se e comunicar-se. Desta forma, valorizar e garantir o espaço do brincar na vida das crianças é garantir seu pleno desenvolvimento e um caminho para equilibrar os ganhos e perdas desse novo momento mundial. Ao lado de reflexões sobre o brincar espontâneo e, em especial, as brincadeiras cantadas, o curso pretende propor duas vertentes de práticas reflexivas: 1. O potencial das brincadeiras cantadas do repertório tradicional como disparador de propostas educativas musicais e integradas às outras linguagens artísticas e não artísticas. 2. A reflexão sobre o fazer musical espontâneo da criança e práticas reflexivas que valorizam e estimulam a expressão musical infantil. Berenice de Almeida É educadora musical e pianista, Graduada e Mestre em Processos de Criação Musical. Publicou diversos livros na área da educação musical como ‘Música para crianças: possibilidades para Educação Infantil e Ensino Fundamental’ da Coleção “Como eu ensino” (Melhoramentos, 2014). Em parceria com Gabriel Levy, escreveu cinco livros do professor da Coleção ‘O Livro de Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada’ (Melhoramentos, 2010) e dois livros da ‘Coleção Brincadeirinhas da Palavra Cantada’ (Melhoramentos, 2012). Com Magda Pucci, escreveu os livros ‘Outras Terras, Outros Sons’ (Callis, 2003-2015), ‘A Floresta canta: uma expedição sonora por terras indígenas do Brasil’ (Peirópolis, 2015), ‘A Grande Pedra’ (Saraiva, 2015) e ‘Cantos da Floresta: iniciação ao universo musical indígena’ (Peirópolis, 2017), além dos capítulos ‘Músicas do Mundo” no livro ‘A Música na Escola’ (Allucci & Associados Comunicações, 2012) e ‘Abrindo portas para as músicas indígenas’ no livro ‘Um Jogo chamado Música’ de Teca Alencar de Brito (Peirópolis, 2019). Em parceria com Júlia Pittier, Cláudio Lucci, Daniel Ayres, Estevão Marques e Gabriel Levy, elaborou o Projeto de Capacitação de Professores ‘Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada’, desenvolvido a partir dos livros da Coleção citada anteriormente. Desenvolveu, por 28 anos, um trabalho de iniciação musical e iniciação ao piano com crianças na Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo (SMCSP). Foi parecerista na elaboração do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil na área de Música (MEC-2000) e administrou o grupo ‘La Voz de los Niños’, atividade acadêmica do FLADEM Fórum Latino-Americano de Educação Musical (2012). Atualmente, é coordenadora pedagógica do Projeto “Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada”, ministrando também os cursos do Programa Formativo do mesmo Projeto; professora de música do curso de especialização ‘Música da Infância’ no Centro Universitário Ítalo Brasileiro’ e ministra cursos e workshops de formação musical para professores de Educação Infantil e Fundamental em escolas e instituições ligadas à educação. 26 Maria Eugênia Tita (Instituto Brincante, SP) A construção de práticas pedagógicas a partir do universo artístico do Brincante. As manifestações tradicionais brasileiras apresentam um vasto referencial de gestuais e ritmos e com eles diversas possibilidades criativas. Nessa oficina vamos trabalhar com a percepção de alguns fundamentos de ritmos como Coco, Cavalo Marinho e Batuque de Umbigada - a simultaneidade de linguagens, o estado de presença e a corporalidade - explorando caminhos para criações individuais e para a elaborações de práticas pedagógicas. A aula incluí prática corporal e rítmica, transmissão de vídeos de referência das manifestações, aula expositiva e reflexão conjunta. Maria Eugênia Tita Dançarina e pesquisadora desenvolve trabalho de criação cênica e pesquisa histórica a partir dos ritmos tradicionais brasileiros. Unindo a vivência em campo com as danças brasileiras à técnicas contemporâneas adquiridas entre Europa e Índia participou de espetáculos com os quais compartilhou prêmios, dentre eles APCA de Dança. Formada em história, compõe a equipe pedagógica do Instituto Brincante (SP), ministrou cursos na pós-graduação do Instituo Singularidades (SP) e do Paço do Frevo (PE) e ministrou o curso de História da Música Popular Brasileira integrado ao programa de Formação Técnica da Funarte. MAIO 14 Claudia Freixedas (Projeto Guri, SP). Propostas criativas e colaborativas para o ensino da flauta doce. Através de experiências significativas e momentos de reflexão, pretende-se demonstrar uma abordagem didática que desenvolva tanto a técnica tradicional quanto a contemporânea, desde o início do aprendizado da flauta de fazer e escutar música através das possibilidades expressivas da flauta doce. Os participantes serão convidados a explorar novas sonoridades na flauta, também chamadas de técnicas estendidas, de modo lúdico e a experimentar alguns procedimentos da música contemporânea, como jogos de improvisação, além da apreciação de algumas obras específicas, por meio de atividades colaborativas, promovendo uma aproximação com o repertório dos séculos XX e XXI, as técnicas estendidas e as notações gráficas para flauta doce que podem ser utilizadas com alunos de qualquer nível. Claudia M. Freixedas. Educadora musical e flautista doce. Graduada e Mestre em Música pela ECA-USP. Especialista em Capacitação docente em Música Brasileira pela Anhembi Morumbi e estudou no Conservatório Real de Haia-Holanda (1992-1994). Superintendente Educacional da Sustenidos, gestora do Projeto Guri e do Conservatório de Tatuí. Foi professora na EMIA-SP de 2000 a 2012, na faculdade FIAM- FAAM de 2009 a 2015 e na Faculdade Cantareira de 2011 a 2020. Atua na formação de professores de música, além de ministrar oficinas de flauta doce e sua didática em diversos festivais e encontros musicais no Brasil e América Latina. Atua como camerista nos grupos Doces diálogos, Trio Sospirare, entre outros.