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Estudo de O Livro dos Espíritos - Parte I

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Estudo de
O Livro dos Espíritos
CODIFICADO POR ALLAN KARDEC
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
Capítulo I
DEUS
•
•
•
•
Deus e o infinito
Provas da existência de Deus
Atributos da Divindade
Panteísmo
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Deus e o infinito
1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência
suprema, causa primeira de
todas as coisas.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Deus e o infinito
2. Que se deve entender por
infinito?
“O que não tem começo nem
fim; o desconhecido. Tudo o
que é desconhecido é
infinito.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Deus e o infinito
3. Poder-se-ia dizer que Deus é o
infinito?
“Definição incompleta. Pobreza
da linguagem dos homens,
insuficiente para definir o que
está acima de sua inteligência.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Deus e o infinito
 Deus
é infinito em suas perfeições, mas o
infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o
infinito é tomar o atributo de uma coisa pela
própria coisa; é definir uma coisa que não é
conhecida por outra que também não o é. E
é assim que, querendo penetrar o que não
lhe é dado conhecer, o homem se lança
num beco sem saída, dando margem a
discussões.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
4. Onde se pode encontrar a prova da existência de
Deus?
 “Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há
efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não
é obra do homem e vossa razão responderá.”
 Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras
da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa.
Duvidar da existência de Deus seria negar que todo
efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde
fazer alguma coisa.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
5. Que consequência se pode tirar do
sentimento intuitivo, que todos os homens
trazem em si, da existência de Deus?
 “Que Deus existe; pois, de onde lhes viria esse
sentimento, se não se apoiasse em alguma
coisa? É ainda uma consequência do
princípio de que não há efeito sem causa.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus
não seria fruto da educação e das ideias adquiridas?
 “Se
assim fosse, por que vossos selvagens teriam esse
sentimento?”
 Se
o sentimento da existência de um ser supremo fosse
apenas produto de um ensino, não seria universal e,
como sucede com as noções científicas, só existiria nos
que houvessem podido receber esse ensino.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
7. Poder-se-ia encontrar nas propriedades íntimas da
matéria a causa primeira da formação das coisas?
 “Mas, então, qual seria a causa dessas
propriedades? É preciso sempre uma causa
primeira.”
 Atribuir a formação primeira das coisas às
propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito
pela causa, pois essas propriedades são, em si
mesmas, um efeito que deve ter uma causa.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
8. Que pensar da opinião que atribui a formação primeira a
uma combinação fortuita da matéria, ou seja, ao acaso?
 “Outro absurdo. Que homem de bom senso pode
considerar o acaso como um ser inteligente? E, além disso,
que é o acaso? Nada!”
 A harmonia que regula as forças do Universo revela
combinações e propósitos determinados e, por isso mesmo,
denota um poder inteligente. Atribuir a formação primeira
ao acaso seria um contrassenso, pois o acaso é cego e não
pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um
acaso inteligente já não seria acaso.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
9. Onde se vê, na causa primeira, uma inteligência
suprema e superior a todas as inteligências?
 “Tendes um provérbio que diz: Pela obra se
conhece o autor. Pois bem! Vede a obra e
procurai o autor. É o orgulho que gera a
incredulidade. O homem orgulhoso nada admite
acima de si e, por isso, se julga um espírito forte.
Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Provas da existência de Deus
 Julga-se
o poder de uma inteligência por suas obras.
Não podendo nenhum ser humano criar o que a
Natureza produz, a causa primeira é, portanto, uma
inteligência superior à Humanidade.
 Quaisquer que sejam os prodígios realizados pela
inteligência humana, ela própria tem uma causa e,
quanto maior for o que realize, tanto maior há de ser a
causa primeira. Essa inteligência superior é que é a
causa primeira de todas as coisas, seja qual for o nome
pelo qual o homem a designe.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Atributos da divindade
10. Pode o homem
compreender a natureza
íntima de Deus?
“Não. Falta-lhe, para tanto,
um sentido.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Atributos da divindade
11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?

“Quando seu espírito não mais estiver obscurecido pela matéria e, por sua
perfeição, se houver aproximado de Deus, então o verá e o compreenderá.”

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a
natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde
muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que
nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago
das coisas; então faz da Divindade uma ideia mais justa e mais conforme à sã
razão, embora sempre incompleta.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Atributos da divindade
12. Se não podemos compreender a natureza
íntima de Deus, podemos ter ideia de algumas
de suas perfeições?
 “Sim, de algumas. O homem às compreende
melhor à medida que se eleva acima da
matéria; ele as entrevê pelo pensamento.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Atributos da divindade
13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único,
onipotente, soberanamente justo e bom, não temos uma ideia completa de
seus atributos?
 “De vosso ponto de vista, sim, porque acreditais abranger tudo. Mas ficai
sabendo que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente e
para as quais a vossa linguagem, limitada às vossas ideias e sensações, não
tem como se expressar.
 A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir essas perfeições em
grau supremo, porque, se tivesse uma só de menos, ou não a tivesse em
grau infinito, não seria superior a tudo e, por conseguinte, não seria Deus.
Para estar acima de todas as coisas, Deus não pode achar-se sujeito a
qualquer vicissitude, nem sofrer nenhuma das imperfeições que a
imaginação possa conceber.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Atributos da divindade
 Deus
é eterno. Se tivesse tido um começo, teria saído
do nada, ou, então, teria sido criado por um ser
anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao
infinito e à eternidade.
 É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que
regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
 É imaterial. Isto é, sua natureza difere de tudo o que
chamamos matéria; de outro modo, não seria
imutável, porque estaria sujeito às transformações da
matéria.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Atributos da divindade
É único. Se houvesse muitos deuses, não haveria unidade
de vistas, nem unidade de poder na ordenação do
Universo.
 É onipotente. Porque é único. Se não tivesse o soberano
poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso
quanto Ele; não teria, assim, feito todas as coisas e as que
não tivesse feito seriam obra de outro Deus.
 É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial
das Leis divinas revela-se nas menores como nas maiores
coisas, e essa sabedoria não permite se duvide nem de
sua justiça, nem de sua bondade.

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O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Panteísmo
14. Deus é um ser distinto, ou seria, segundo a opinião de alguns, a resultante
de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?

“Se fosse assim, Deus não existiria, porque seria efeito e não causa. Ele não
pode ser, ao mesmo tempo, uma coisa e outra.

Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades
além. Não vos percais num labirinto de onde não poderíeis sair. Isso não vos
tornaria melhores, mas talvez um pouco mais orgulhosos, porque acreditaríeis
saber, quando na realidade nada sabeis. Deixai, pois, de lado todos esses
sistemas; tendes muitas coisas que vos tocam mais diretamente, a começar
por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos
desembaraçardes delas, o que vos será mais útil do que quererdes penetrar
o que é impenetrável.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Panteísmo
15. Que pensar da opinião segundo a qual
todos os corpos da Natureza, todos os seres,
todos os globos do Universo seriam partes da
Divindade e constituiriam, pelo seu conjunto, a
própria Divindade, ou seja, que pensar da
doutrina panteísta?
 “Não podendo fazer-se Deus, o homem quer
ao menos ser uma parte de Deus.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Panteísmo
16. Os que professam esta doutrina pretendem encontrar
nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus.
Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito;
não existindo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus
está por toda parte; estando Deus em toda parte, já que
tudo é parte integrante de Deus, Ele dá a todos os
fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que
se pode opor a este raciocínio?
 “A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil
reconhecer-lhe o absurdo.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Panteísmo

Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema
inteligência, seria em escala maior o que somos em menor escala. Ora,
transformando-se incessantemente a matéria, Deus, nesse caso, não teria
nenhuma estabilidade e estaria sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas
as necessidades da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da
Divindade: a imutabilidade. Não se podem conciliar as propriedades da
matéria com a ideia de Deus sem que Ele fique rebaixado em nosso
pensamento, e nenhuma sutileza de sofisma conseguirá resolver o problema
de sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que Ele é, mas sabemos o que
Ele não pode deixar de ser e o sistema acima está em contradição com as
suas propriedades mais essenciais; confunde o Criador com a criatura,
exatamente como se quiséssemos que uma máquina engenhosa fosse parte
integrante do mecânico que a concebeu.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo I – Deus
Panteísmo
A
inteligência de Deus se revela
em suas obras como a de um
pintor no seu quadro, mas as obras
de Deus não são o próprio Deus,
como o quadro não é o pintor que
o concebeu e executou.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
Capítulo II
ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO
•
•
•
•
Conhecimento do princípio das coisas
Espírito e matéria
Propriedades da matéria
Espaço universal
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Conhecimento do princípio das coisas
17. É dado ao homem
conhecer o princípio das
coisas?
“Não, Deus não permite que
tudo seja revelado ao
homem neste mundo.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Conhecimento do princípio das coisas
18. O homem penetrará um dia o
mistério das coisas que lhe são ocultas?
“O véu se levanta para ele à medida
que se depura, mas, para
compreender certas coisas, precisa de
faculdades que ainda não possui.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Conhecimento do princípio das coisas
19. Não pode o homem, pelas
investigações científicas, penetrar alguns
dos segredos da Natureza?
“A Ciência lhe foi dada para seu
adiantamento em todas as coisas, mas
ele não pode ultrapassar os limites
fixados por Deus.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Conhecimento do princípio das coisas
 Quanto
mais é concedido ao homem penetrar
nesses mistérios, tanto maior deve ser a sua
admiração pelo poder e sabedoria do Criador. Mas,
seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria
inteligência o faz, muitas vezes, joguete da ilusão. Ele
amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que
passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades
e quantas verdades repeliu como erros. São outras
tantas decepções para o seu orgulho.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Conhecimento do princípio das coisas
20. Fora das investigações científicas, pode o homem
receber comunicações de ordem mais elevada
acerca do que lhe escapa aos testemunhos dos
sentidos?
 “Sim, se o julgar útil, Deus pode revelar-lhe aquilo que
a Ciência não consegue explicar.”
 É por meio delas que o homem adquire, dentro de
certos limites, o conhecimento de seu passado e de
seu destino futuro.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
21. A matéria existe de toda a eternidade, como
Deus, ou foi criada por Ele em certo momento?
 “Só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que
a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo
de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por
mais distante que consigais imaginar o início
de sua ação, podereis concebê-lo um
segundo que seja na ociosidade?”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
22. Define-se geralmente a matéria como aquilo que
tem extensão, que pode impressionar os nossos
sentidos, que é impenetrável. Essas definições são
exatas?
“Do vosso ponto de vista são exatas, porque não
falais senão do que conheceis. Mas a matéria existe
em estados que vos são desconhecidos. Pode ser,
por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma
impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é
sempre matéria, embora para vós não o seja.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
 22-a.
Que definição podeis dar da matéria?
“A matéria é o laço que prende o espírito; é o
instrumento de que este se serve e sobre o qual,
ao mesmo tempo, exerce sua ação.”
 Deste ponto de vista, pode-se dizer que a
matéria é o agente, o intermediário com o
auxílio do qual e sobre o qual atua o espírito.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
23. Que é o espírito?
 “O princípio inteligente do Universo.”
 23-a. Qual a natureza íntima do espírito?
 “Não é fácil analisar o espírito com a vossa
linguagem. Para vós, ele nada é, visto não ser
uma coisa palpável, mas, para nós, é alguma
coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada
e o nada não existe.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
24. O espírito é sinônimo de
inteligência?
“A inteligência é um atributo essencial
do espírito, mas ambos se confundem
num princípio comum, de sorte que,
para vós, são a mesma coisa.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
25. O espírito é independente da
matéria ou é apenas uma propriedade
desta, como as cores são propriedades
da luz e o som uma propriedade do ar?
“Ambos são distintos, mas a união do
espírito e da matéria é necessária
para dar inteligência à matéria.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
 25-a.
Essa união é igualmente necessária
para a manifestação do espírito?
(Entendemos aqui por espírito o princípio da
inteligência, abstração feita das
individualidades designadas por esse nome.)
 “É necessária para vós, porque não estais
organizados para perceber o espírito sem a
matéria; vossos sentidos não foram feitos para
isso.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
26. Poder-se-á conceber o
espírito sem a matéria e a
matéria sem o espírito?
“Pode-se, sem dúvida, pelo
pensamento.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
27. Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a
matéria e o espírito?
 “Sim, e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as
coisas. Esses três elementos constituem o princípio de tudo o
que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material é
preciso juntar o fluido universal, que desempenha o papel
de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente
dita, muito grosseira para que o espírito possa exercer
alguma ação sobre ela. Embora, sob certo ponto de vista,
se possa classificar o fluido universal como elemento
material, ele se distingue deste por propriedades especiais.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
 Se
fosse realmente matéria, não haveria razão para que
o espírito também não o fosse. Está colocado entre o
espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria,
e suscetível, pelas suas inúmeras combinações com esta
e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade
das coisas de que não conheceis senão uma ínfima
parte. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar,
sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio
sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de
divisão e jamais adquiriria as propriedades que a
gravidade lhe dá.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
 27-a.
Seria esse o fluido que designamos pelo
nome de eletricidade?
 “Dissemos que ele é suscetível de inúmeras
combinações. O que chamais fluido elétrico,
fluido magnético, são modificações do fluido
universal, que não é, propriamente falando,
senão matéria mais perfeita, mais sutil e que
se pode considerar independente.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria
28. Já que o próprio espírito é alguma coisa, não seria
mais exato e menos sujeito a confusões designar esses
dois elementos gerais pelas expressões: matéria inerte e
matéria inteligente?
 “As palavras pouco nos importam. Cabe a vós formular
a vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. As
vossas controvérsias provêm, quase sempre, de não vos
entenderdes sobre as palavras, visto que a vossa
linguagem é incompleta para exprimir as coisas que não
ferem os vossos sentidos.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espírito e matéria

Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria
que não é inteligente e vemos um princípio inteligente
independente da matéria. A origem e a conexão destas duas
coisas nos são desconhecidas. Quer elas tenham ou não uma
fonte comum e os necessários pontos de contato; quer a
inteligência tenha existência própria, ou seja, uma
propriedade, um efeito; quer seja mesmo, segundo a opinião
de alguns, uma emanação da Divindade, ignoramos. Elas se
nos revelam distintas, razão por que as admitimos formando os
dois princípios constitutivos do Universo. Vemos acima de tudo
isso uma inteligência que domina todas as outras, que as
governa, que se distingue delas por atributos especiais. É a
essa inteligência suprema que chamamos Deus.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
29. A ponderabilidade é um atributo essencial
da matéria?
 “Da matéria como a entendeis, sim, mas não
da matéria considerada fluido universal. A
matéria etérea e sutil que forma esse fluido é
imponderável para vós, mas nem por isso
deixa de ser o princípio da vossa matéria
pesada.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
A
gravidade é uma
propriedade relativa. Fora da
esfera de atração dos mundos,
não há peso, do mesmo modo
que não há alto nem baixo.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
30. A matéria é formada de um só
ou de vários elementos?
“De um só elemento primitivo. Os
corpos que considerais simples
não são verdadeiros elementos,
mas transformações da matéria
primitiva.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
31. De onde vêm as diferentes
propriedades da matéria?
“Das modificações que as
moléculas elementares sofrem
por efeito da sua união, e em
certas circunstâncias.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
32. De acordo com isso, os sabores, os
odores, as cores, o som, as qualidades
venenosas ou salutares dos corpos não
passariam de modificações de uma
única e mesma substância primitiva?
“Sim, certamente, e que só existem pela
disposição dos órgãos destinados a
percebê-los.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
Esse
princípio é demonstrado pelo fato
de nem todos perceberem as
qualidades dos corpos da mesma
maneira; um acha uma coisa agradável
ao gosto, enquanto outro a acha ruim;
uns veem azul o que outros veem
vermelho; o que para uns é veneno,
para outros é inofensivo ou salutar.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
33. A mesma matéria elementar é
suscetível de passar por todas as
modificações e de adquirir todas
as propriedades?
“Sim, e é isso que se deve
entender quando dizemos que
tudo está em tudo.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
 O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e
todos os corpos que consideramos simples não
passam de modificações de uma substância
primitiva. Na impossibilidade em que ainda nos
achamos de remontar, a não ser pelo pensamento,
a esta matéria primitiva, esses corpos são para nós
verdadeiros elementos, e podemos, sem maiores
consequências, considerá-los como tais até nova
ordem.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
 33-a. Esta teoria não parece dar razão aos que só
admitem na matéria duas propriedades essenciais:
a força e o movimento, e que pensam que todas as
outras propriedades não passam de efeitos
secundários, variando segundo a intensidade da
força e a direção do movimento?
 “Essa opinião é exata. Falta somente acrescentar:
e segundo a disposição das moléculas, como vês,
por exemplo, num corpo opaco que pode tornarse transparente e vice-versa.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
34. As moléculas têm forma
determinada?
“Certamente as moléculas
têm uma forma, mas que não
podeis apreciar.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Propriedades da matéria
34-a.
Essa forma é constante ou variável?
“Constante para as moléculas
elementares primitivas, mas variável para
as moléculas secundárias, que não são
mais que aglomerações das primeiras.
Porque o que chamais molécula ainda
está longe da molécula elementar.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espaço universal
35. O espaço universal é infinito ou limitado?
 “Infinito. Supõe limites para ele: que haveria além? Isto te
confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que
não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito
em todas as coisas. Não é na vossa pequena esfera que
podereis compreendê-lo.”
 Supondo-se um limite ao espaço, por mais distante que o
pensamento possa concebê-lo, diz a razão que além desse
limite há alguma coisa e assim, gradativamente, até o
infinito, porque, mesmo que essa coisa fosse o vácuo
absoluto, ainda seria Espaço.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo II – Elementos gerais do universo
Espaço universal
36. O vácuo absoluto existe em alguma
parte no Espaço universal?
“Não, nada é vácuo. O que te parece
vazio está ocupado por uma matéria
que escapa aos teus sentidos e aos teus
instrumentos.”
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Capítulo III
CRIAÇÃO
•
•
•
•
•
•
•
Formação dos mundos
Formação dos seres vivos
Povoamento da Terra
Adão
Diversidade das raças humanas
Pluralidade dos mundos
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
O
Universo compreende a infinidade
dos mundos que vemos e dos que não
vemos, todos os seres animados e
inanimados, todos os astros que se
movem no Espaço, assim como os
fluidos que o preenchem.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
37. O Universo foi criado, ou existe de toda
eternidade, como Deus?
“Sem dúvida o Universo não pôde fazer-se
a si mesmo; e se existisse, como Deus, de
toda a eternidade, não poderia ser obra
de Deus.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
A
razão nos diz não ser
possível que o Universo se
tenha feito a si mesmo e que,
não podendo ser obra do
acaso, deve ser obra de Deus.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
38. Como Deus criou o Universo?
“Para me servir de uma expressão
comum: por sua vontade. Nada
representa melhor essa vontade todopoderosa do que estas belas palavras em
Gênesis (1:3): Deus disse: Faça-se a luz e a
luz foi feita.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
39. Poderemos conhecer o modo
de formação dos mundos?
“Tudo o que se pode dizer e podeis
compreender é que os mundos se
formam pela condensação da
matéria disseminada no Espaço.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
40. Os cometas seriam, como agora se pensa,
um começo de condensação da matéria,
mundos em processo de formação?
 “Isso é exato; absurdo, porém, é acreditar-se
na influência deles. Refiro-me à influência
que vulgarmente lhes atribuem, pois todos os
corpos celestes influem de algum modo em
certos fenômenos físicos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
41. Pode um mundo completamente
formado desaparecer e a matéria que
o compõe disseminar-se de novo no
Espaço?
“Sim, Deus renova os mundos, como
renova os seres vivos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos mundos
42. Poderemos conhecer a duração da
formação dos mundos: da Terra, por
exemplo?
“Nada te posso dizer a respeito, porque só o
Criador o sabe; e bem louco quem
pretendesse sabê-lo, ou conhecer o número
de séculos dessa formação.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
43. Quando a Terra começou a ser
povoada?
“No começo tudo era caos; os
elementos estavam confundidos. Pouco
a pouco cada coisa tomou o seu lugar.
Apareceram então os seres vivos
apropriados ao estado do globo.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
44. De onde vieram os seres vivos para a Terra?
 “A Terra lhes continha os germens, que aguardavam o
momento favorável para se desenvolverem. Os
princípios orgânicos se congregaram assim que cessou
a força que os mantinha afastados, e formaram os
germens de todos os seres vivos. Estes germens
permaneceram em estado latente e de inércia, como a
crisálida e as sementes das plantas, até o momento
propício à eclosão de cada espécie; então os seres de
cada espécie se reuniram e se multiplicaram.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
45. Onde estavam os elementos orgânicos,
antes da formação da Terra?
“Achavam-se, por assim dizer, em estado
de fluido no Espaço, no meio dos Espíritos,
ou em outros planetas, esperando a
formação da Terra para começarem
nova existência em um novo globo.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
A
Química nos mostra as moléculas dos corpos
inorgânicos unindo-se para formarem cristais de uma
regularidade constante, conforme cada espécie, desde
que se encontrem nas condições desejadas. A menor
perturbação nestas condições é suficiente para impedir
a reunião dos elementos, ou, pelo menos, para se opor
à disposição regular que constitui o cristal. Por que não
se daria o mesmo com os elementos orgânicos?
Conservamos durante anos germes de plantas e de
animais, que só se desenvolvem a uma certa
temperatura e em meio apropriado.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
46. Ainda há seres que nasçam espontaneamente?
 “Sim, mas o gérmen primitivo já existia em estado
latente. Sois todos os dias testemunhas desse
fenômeno. Os tecidos do homem e dos animais
não contêm os germes de uma multidão de
vermes que só esperam, para desabrochar, a
fermentação pútrida necessária à sua existência?
É um pequeno mundo que dormita e que se cria.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
47. A espécie humana se encontrava
entre os elementos orgânicos contidos
no globo terrestre?
“Sim, e veio a seu tempo. Foi isso que
levou a se dizer que o homem se
formara do limo da terra.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
48. Podemos conhecer a
época do aparecimento do
homem e dos outros seres
vivos na Terra?
“Não; todos vossos cálculos
são quiméricos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Formação dos seres vivos
49. Se o gérmen da espécie humana se encontrava
entre os elementos orgânicos do globo, por que os
homens não mais se formam espontaneamente,
como em sua origem?
 “O princípio das coisas está nos segredos de Deus.
Entretanto, pode dizer-se que os homens, uma vez
espalhados pela Terra, absorveram em si mesmos
os elementos necessários à sua formação, para os
transmitir segundo as leis da reprodução. Deu-se o
mesmo com as diferentes espécies de seres vivos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Povoamento da Terra. Adão
50. A espécie humana começou
por um único homem?
“Não; aquele a quem chamais
Adão não foi o primeiro, nem o
único a povoar a Terra.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Povoamento da Terra. Adão
51. Poderemos saber em que época viveu Adão?
 “Mais ou menos na que lhe assinalais: cerca de
4.000 anos antes do Cristo.”
 A espécie humana se encontrava entre os
elementos orgânicos contidos no globo terrestre,
e veio a seu tempo. Foi isso que levou a se dizer
que o homem se formara do limo da terra.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Povoamento da Terra. Adão

O homem, cuja tradição se conservou sob o nome de Adão,
foi um dos que sobreviveram, em certa região, a alguns dos
grandes cataclismos que em diversas épocas abalaram a
superfície do globo, globo, e tornou-se o tronco de uma das
raças que hoje o povoam. As leis da Natureza se opõem a que
o progresso da Humanidade, constatado muito tempo antes
do Cristo, tenham podido realizar-se em alguns séculos, caso o
homem não existisse na Terra senão a partir da época
assinalada para a existência de Adão. Alguns, e com muita
razão, consideram Adão um mito ou uma alegoria,
personificando as primeiras idades do mundo.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Diversidade das raças humanas
52. De onde vêm as diferenças físicas e morais
que distinguem as variedades de raças
humanas na Terra?
 “Do clima, da vida e dos costumes. Dá-se o
mesmo com dois filhos da mesma mãe que,
educados longe um do outro e de modos
diferentes, em nada se assemelharão quanto
ao moral.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Diversidade das raças humanas
53. O homem surgiu em vários pontos do
globo?
 “Sim, e em diversas épocas, e essa é também
uma das causas da diversidade das raças.
Mais tarde os homens, dispersando-se nos
diferentes climas e aliando-se a outras raças,
formaram novos tipos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Diversidade das raças humanas
53-a.
Essas diferenças constituem
espécies distintas?
“Certamente que não; todos são da
mesma família. Porventura as múltiplas
variedades de um mesmo fruto as
impedem de pertencer à mesma
espécie?”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Diversidade das raças humanas
54. Se a espécie humana não procede de
um só indivíduo, os homens devem deixar,
por isso, de se considerarem irmãos?
“Todos os homens são irmãos em Deus,
porque são animados pelo espírito e
tendem para o mesmo fim. Quereis
sempre tomar as palavras ao pé da letra.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Pluralidade dos mundos
55. Todos os globos que circulam no espaço são
habitados?
“Sim,
e o homem da Terra está longe de ser,
como supõe, o primeiro em inteligência,
bondade e perfeição. Entretanto, há homens
que se julgam muito fortes e pretendem que só
este pequeno globo tem o privilégio de abrigar
seres racionais. Orgulho e vaidade! Acreditam
que Deus criou o Universo só para eles.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Pluralidade dos mundos
 Deus
povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem
para o objetivo final da Providência. Acreditar que os seres
vivos estejam limitados ao único ponto que habitamos no
Universo, seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que
não fez coisa alguma inútil; Ele deve ter dado a cada um
desses mundos uma destinação mais séria que a de nos
recrearem a vista. Nada, aliás, nem na posição, nem no
volume, nem na constituição física da Terra pode levar-nos
à suposição de que só ela goze do privilégio de ser
habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos
semelhantes.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Pluralidade dos mundos
56. A constituição física dos
diferentes globos é a mesma?
“Não; eles não se assemelham
de forma alguma.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Pluralidade dos mundos
57. Não sendo a mesma para todos a
constituição física dos mundos, deve-se
concluir que tenham organizações
diferentes os seres que os habitam?
“Sem dúvida, como entre vós os
peixes são feitos para viver na água e
os pássaros no ar.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Pluralidade dos mundos
58. Os mundos mais afastados do Sol estarão privados de luz
e calor, já que o Sol apenas se mostra a eles com a
aparência de uma estrela?
 “Pensais
então que não há outras fontes de luz e calor além
do Sol? Não tendes em conta a eletricidade que, em certos
mundos, desempenha um papel que desconheceis e bem
mais importante do que na Terra? Além disso, não dissemos
que todos os seres veem da mesma maneira que a vossa e
com órgãos de conformação idêntica à dos vossos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Pluralidade dos mundos

As condições de existência dos seres que habitam os diferentes
mundos devem ser apropriadas ao meio em que são chamados a
viver. Se nunca tivéssemos visto peixes, não compreenderíamos que
alguns seres pudessem viver dentro da água. Assim acontece com
outros mundos, que provavelmente contêm elementos que
desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares
iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de
impossível no fato de a eletricidade, em certos mundos, ser mais
abundante do que na Terra e desempenhar neles um papel geral,
cujos efeitos não podemos compreender? Esses mundos podem,
pois, conter em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias aos
seus habitantes.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
59. Os povos formaram ideias muito divergentes
sobre a Criação, de acordo com as luzes que
possuíam. Apoiada na Ciência, a razão
reconheceu a inverossimilhança de algumas
teorias. A que os Espíritos nos oferecem confirma a
opinião há muito tempo admitida pelos homens
mais esclarecidos.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
A
objeção que se pode fazer a essa teoria
é a de estar em contradição com o texto
dos livros sagrados. Contudo, um exame
sério mostrará que essa contradição é mais
aparente do que real e que resulta da
interpretação dada ao que muitas vezes só
tinha sentido alegórico.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
A
questão do primeiro homem, na pessoa de Adão,
como único tronco da Humanidade, não é a única
sobre a qual as crenças religiosas tiveram que se
modificar. O movimento da Terra pareceu, em
determinada época, de tal modo em oposição ao
texto sagrado que não houve gênero de
perseguições a que essa teoria não tivesse servido
de pretexto. E, no entanto, a Terra gira, apesar dos
anátemas, não podendo ninguém hoje contestá-lo
sem ofender a sua própria razão.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação

Diz também a Bíblia que o mundo foi criado em seis dias e fixa a época da
Criação em cerca de 4.000 anos antes da Era Cristã. Antes disso a Terra
não existia; foi tirada do nada: o texto é formal. E eis que a Ciência
positiva, a Ciência inexorável, vem provar o contrário. A formação do
globo está escrita em caracteres indeléveis no mundo fóssil, e está
provado que os seis dias da Criação indicam outros tantos períodos, cada
um, talvez, de muitas centenas de milhares de anos. Isto não é um sistema,
uma doutrina, uma opinião isolada; é um fato tão seguro como o do
movimento da Terra e que a Teologia não pode negar-se a admitir, prova
evidente do erro a que se está sujeito a cair, quando se tomam ao pé da
letra as expressões de uma linguagem quase sempre figurada. Dever-se-á
por isso concluir que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se
equivocaram ao interpretá-la.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação

Escavando os arquivos da Terra, a Ciência descobriu a ordem em que os
diferentes seres vivos apareceram na sua superfície, e essa ordem está de
acordo com a indicada em Gênesis, com a diferença de que esta obra,
em vez de ter saído milagrosamente das mãos de Deus, em algumas
horas, realizou-se, sempre pela sua vontade, mas segundo a lei das forças
da Natureza, em alguns milhões de anos. Deus se tornou, por isso, menor e
menos poderoso? Sua obra ficou menos sublime, por não ter o prestígio da
instantaneidade? Evidentemente, não. Seria preciso fazer da Divindade
uma ideia bem mesquinha, para não se reconhecer a sua onipotência nas
leis eternas que estabeleceu para reger os mundos. A Ciência, longe de
desmerecer a obra divina, no-la mostra sob um aspecto mais grandioso e
mais conforme as noções que temos do poder e da majestade de Deus,
pela razão mesma de ela se ter realizado sem derrogar as Leis da
Natureza.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação

A Ciência, de acordo neste ponto com Moisés, coloca o homem em
último lugar na ordem da criação dos seres vivos. Moisés, porém,
estabelece como o do dilúvio universal o ano 165422 da formação
do mundo, enquanto a Geologia nos mostra o grande cataclismo
como anterior ao aparecimento do homem, visto não se ter
encontrado, até hoje, nas camadas primitivas, traço algum de sua
presença, nem da dos animais da mesma categoria, do ponto de
vista físico. Mas nada prova que isso seja impossível. Muitas
descobertas já lançaram dúvidas a respeito. Pode acontecer que,
de um momento para outro, se adquira a certeza material da
anterioridade da raça humana e então se reconhecerá que, nesse
ponto como em tantos outros, o texto bíblico é uma figura.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
A questão está em saber se o cataclismo geológico é o mesmo que o de
Noé. Ora, o tempo necessário à formação das camadas fósseis não permite
confundi-los, e desde que se encontrem vestígios da existência do homem
antes da grande catástrofe, ficará provado que Adão não foi o primeiro
homem, ou que a sua criação se perde na noite dos tempos. Contra a
evidência não há raciocínios possíveis e será preciso aceitar-se esse fato,
como se aceitaram o do movimento da Terra e os seis períodos da Criação.
A existência do homem antes do dilúvio geológico ainda é, na verdade,
uma hipótese, mas eis aqui uma coisa que o é menos. Admitindo-se que o
homem tenha aparecido pela primeira vez na Terra 4.000 anos antes do
Cristo e que, 1.650 anos mais tarde, toda a raça humana foi destruída, com
exceção de uma única família, conclui-se que o povoamento da Terra data
apenas de Noé, ou seja, de 2.350 anos antes da nossa Era.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
Ora, quando os hebreus emigraram para o Egito, no décimo oitavo
século, encontraram esse país muito povoado e já bastante adiantado
em civilização. A História prova que, nessa época, a Índia e outros
países eram igualmente florescentes, mesmo sem se levar em conta a
cronologia de certos povos, que remonta a uma época muito mais
afastada. Teria sido preciso, portanto, que do vigésimo quarto ao
décimo oitavo século, isto é, que num espaço de 600 anos, não
somente a posteridade de um único homem tivesse podido povoar
todas as imensas regiões então conhecidas, supondo-se que as outras
não o fossem, mas também que, nesse curto intervalo, a espécie
humana houvesse podido elevar-se da ignorância absoluta do estado
primitivo ao mais alto grau de desenvolvimento intelectual, o que
contraria todas as leis antropológicas.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação

A diversidade das raças vem reforçar mais ainda esta opinião. O
clima e os costumes produzem, sem dúvida, modificações das
características físicas; sabe-se, porém, até onde pode ir a influência
dessas causas, e o exame fisiológico prova haver, entre certas raças,
diferenças constitucionais mais profundas do que as que o clima é
capaz de determinar. O cruzamento das raças produz os tipos
intermediários; tende a apagar os caracteres extremos, mas não os
produz; apenas cria variedades. Ora, para que tenha havido
cruzamento de raças, era preciso que houvesse raças distintas.
Como, então, explicar a sua existência, dando-lhes um tronco
comum e, sobretudo, tão próximo? Como admitir que, em alguns
séculos, alguns descendentes de Noé se tenham transformado a
ponto de produzirem a raça etíope, por exemplo?
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação
Uma tal metamorfose não é mais
admissível do que a hipótese de um
tronco comum para o lobo e a ovelha,
para o elefante e o pulgão, para o
pássaro e o peixe. Ainda uma vez: nada
pode prevalecer contra a evidência dos
fatos.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo III – Criação
Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação

Tudo se explica, ao contrário, admitindo-se que a existência do
homem é anterior à época que lhe é vulgarmente assinalada; que
diversas são as origens; que Adão, vivendo há 6.000 anos, tenha
povoado uma região ainda desabitada; que o dilúvio de Noé foi
uma catástrofe parcial, confundida com o cataclismo geológico;
levando-se em conta, finalmente, a forma alegórica peculiar ao
estilo oriental, a qual se encontra nos livros sagrados de todos os
povos. Por isso é prudente não contestar com tanta leviandade as
doutrinas que, cedo ou tarde, como tantas outras, podem desmentir
os que as combatem. As ideias religiosas, longe de perderem
alguma coisa, se engrandecem quando caminham ao lado da
Ciência. Esse é o único meio de não mostrarem um lado vulnerável
ao ceticismo.
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Capítulo IV
PRINCÍPIO VITAL
• Seres orgânicos e inorgânicos
• A vida e a morte
• Inteligência e instinto
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos

Os seres orgânicos são os que têm em si uma fonte de atividade
íntima que lhes dá a vida. Nascem, crescem, reproduzem-se
por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais para
a realização dos diferentes atos da vida, órgãos apropriados às
suas necessidades de conservação. Compreendem os homens,
os animais e as plantas. Os seres inorgânicos são todos os que
não possuem vitalidade nem movimentos próprios, e que se
formam apenas pela agregação da matéria. Tais são os
minerais, a água, o ar etc.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
60. É a mesma a força que une os
elementos da matéria nos seres
orgânicos e inorgânicos?
“Sim, a lei de atração é a
mesma para todos.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
61. Há diferença entre a matéria dos
corpos orgânicos e a dos
inorgânicos?
“A matéria é sempre a mesma,
mas nos corpos orgânicos está
animalizada.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
62. Qual a causa da
animalização da matéria?
“Sua união com o
princípio vital.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
63. O princípio vital reside nalgum agente particular, ou
é apenas uma propriedade da matéria organizada?
Numa palavra, é efeito ou causa?
 “Uma e outra coisa. A vida é um efeito produzido
pela ação de um agente sobre a matéria. Esse
agente, sem a matéria, não é a vida, do mesmo
modo que a matéria não pode viver sem esse
agente. Ele dá a vida a todos os seres que o
absorvem e o assimilam.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
64. Vimos que o espírito e a matéria são dois elementos
constitutivos do Universo. O princípio vital formaria um
terceiro?
 “É, sem dúvida, um dos elementos necessários à
constituição do Universo, mas que também tem sua
origem na matéria universal modificada. É, para vós,
um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio, que,
entretanto, não são elementos primitivos, pois que
tudo isso resulta de um mesmo princípio.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
64-a.
Parece resultar daí que a vitalidade
não tem seu princípio num agente
primitivo distinto, mas numa propriedade
especial da matéria universal, devida a
certas modificações.
“Isto é a consequência do que dissemos.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
65. O princípio vital reside num dos corpos
que conhecemos?
“Ele tem sua fonte no fluido universal. É o
que chamais fluido magnético, ou fluido
elétrico animalizado. É o intermediário, o
laço entre o espírito e a matéria.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
66. O princípio vital é o mesmo para todos os
seres orgânicos?
“Sim, modificado segundo as espécies. É ele
que lhes dá movimento e atividade e os
distingue da matéria inerte; porque o
movimento da matéria não é a vida; ela
recebe esse movimento, não o dá.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
67. A vitalidade é um atributo permanente
do princípio vital, ou somente se desenvolve
pelo funcionamento dos órgãos?
“Só se desenvolve com o corpo. Não
dissemos que esse agente sem a matéria
não é a vida? É preciso a união das duas
coisas para produzir a vida.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
67-a.
Pode-se dizer que a vitalidade
se acha em estado de latência,
quando o princípio vital não está
unido ao corpo?
“Sim, é isso.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
Seres orgânicos e inorgânicos
O
conjunto dos órgãos constitui uma espécie de
mecanismo que recebe sua impulsão da
atividade íntima ou princípio vital que neles
existe. O princípio vital é a força motriz dos
corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o
agente vital dá impulsão aos órgãos, a ação
destes entretém e desenvolve a atividade do
agente vital, mais ou menos como o atrito
produz calor.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
68. Qual a causa da morte nos seres orgânicos?
 “Esgotamento dos órgãos.”
 68-a. Poder-se-ia comparar a morte à cessação
do movimento numa máquina desorganizada?
 “Sim; se a máquina não está bem montada, a
mola se parte; se o corpo está enfermo, a vida
se extingue.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
69. Por que uma lesão do coração, mais do
que a de quaisquer outros órgãos, causa a
morte?
“O coração é uma máquina de vida, mas
não é o único órgão cuja lesão ocasiona a
morte; ele não é mais que uma das
engrenagens essenciais.”
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
70. Em que se transforma o princípio
vital dos seres orgânicos depois que
eles morrem?
“A matéria inerte se decompõe e
vai formar novos organismos. O
princípio vital retorna à massa.”
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
Morto
o ser orgânico, os elementos que o
compõem sofrem novas combinações, de
que resultam novos seres, os quais haurem
na fonte universal o princípio da vida e da
atividade, absorvendo-o e assimilando-o,
para novamente o devolverem a essa
fonte, quando deixarem de existir.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
 Os
órgãos estão, por assim dizer, impregnados de
fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do
organismo uma atividade que opera a
cicatrização de certas lesões e restabelece as
funções momentaneamente suspensas. Mas,
quando os elementos essenciais ao funcionamento
dos órgãos estão destruídos, ou muito
profundamente alterados, o fluido vital é impotente
para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser
morre.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
 Os
órgãos reagem mais ou menos necessariamente
uns sobre os outros; da harmonia do conjunto resulta
a sua ação recíproca. Quando uma causa qualquer
destrói essa harmonia, os órgãos deixam de
funcionar, como o movimento de um mecanismo
cujas engrenagens essenciais estão desarranjadas.
Dá-se o mesmo com um relógio que se desgasta
com o tempo ou se danifica por acidente: a força
motriz é impotente para fazê-lo funcionar.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
 Num
aparelho elétrico temos uma imagem mais exata da
vida e da morte. Como todos os corpos da Natureza, esse
aparelho contém eletricidade em estado latente. Os
fenômenos elétricos só se manifestam quando o fluido é
posto em atividade por uma causa especial: então se
poderia dizer que o aparelho está vivo. Vindo a cessar a
causa da atividade, cessa o fenômeno e o aparelho volta
ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam, assim,
uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos, nos quais a
atividade do fluido produz o fenômeno da vida. A
cessação dessa atividade causa a morte.
Grupo de Estudos Espíritas Francisco de Assis
O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
A
quantidade de fluido vital não é absoluta em todos
os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é
constante no mesmo indivíduo, nem nos demais
indivíduos da mesma espécie. Há os que estão, a bem
dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o
possuem apenas em quantidade suficiente. Daí, para
alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo,
superabundante.
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O Livro dos Espíritos
Capítulo IV – Princípio vital
A vida e a morte
A
quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornarse insuficiente para a manutenção da vida, se não
se renovar pela absorção e assimilação das
substâncias que o contêm.
O
fluido vital se transmite de um indivíduo a outro.
Aquele que o tiver em maior quantidade pode dá-lo
a quem o tenha de menos e em certos casos
prolongar a vida prestes a extinguir-se.
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
71. A inteligência é um atributo do princípio
vital?
 “Não, pois as plantas vivem e não pensam: só
têm vida orgânica. A inteligência e a matéria
são independentes, já que um corpo pode
viver sem a inteligência; mas a inteligência só
pode manifestar-se por meio dos órgãos
materiais. É preciso a união com o espírito
para dar inteligência à matéria animalizada.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
A
inteligência é uma faculdade especial,
peculiar a algumas classes de seres orgânicos
e que lhes dá, com o pensamento, a vontade
de agir, a consciência de sua existência e de
sua individualidade, bem como os meios de
estabelecerem relações com o mundo
exterior e de proverem às suas necessidades.
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
 Podem
distinguir-se assim: 1º, os seres inanimados,
formados apenas de matéria, sem vitalidade nem
inteligência: são os corpos brutos; 2º, os seres
animados que não pensam, formados de matéria e
dotados de vitalidade, mas desprovidos de
inteligência; 3º, os seres animados pensantes,
formados de matéria, dotados de vitalidade e
tendo a mais um princípio inteligente que lhes dá a
faculdade de pensar.
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
72. Qual é a fonte da
inteligência?
“Já o dissemos: a
inteligência universal.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
 72-a.
Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma
porção de inteligência da fonte universal e a
assimila, como tira e assimila o princípio da vida
material?
 “Isto é apenas uma comparação, mas que não é
exata, porque a inteligência é uma faculdade
própria de cada ser e constitui a sua
individualidade moral. Além disso, como sabeis, há
coisas que ao homem não é dado penetrar e esta,
por enquanto, é uma delas.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
73. O instinto é independente da
inteligência?
“Não exatamente, porque o instinto é
uma espécie de inteligência. É uma
inteligência não racional; é por ele que
todos os seres proveem às suas
necessidades.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
74. Pode-se estabelecer um limite entre o
instinto e a inteligência, isto é, precisar onde
acaba um e começa a outra?
“Não, porque muitas vezes se confundem,
mas se podem distinguir muito bem os atos
que decorrem do instinto daqueles que
pertencem à inteligência.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
75. É correto dizer-se que as faculdades
instintivas diminuem à medida que crescem as
intelectuais?
 “Não; o instinto existe sempre, mas o homem o
despreza. O instinto também pode conduzir ao
bem. Ele quase sempre nos guia e algumas
vezes com mais segurança do que a razão.
Nunca se engana.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
75-a. Por que a razão nem sempre é um
guia infalível?
“Seria infalível se não fosse falseada
pela má-educação, pelo orgulho e
pelo egoísmo. O instinto não raciocina;
a razão permite a escolha e dá ao
homem o livre-arbítrio.”
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
O
instinto é uma inteligência rudimentar,
que difere da inteligência propriamente
dita por serem quase sempre
espontâneas as suas manifestações, ao
passo que as da inteligência resultam de
uma combinação e de um ato
deliberado.
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Capítulo IV – Princípio vital
Inteligência e instinto
O
instinto varia em suas manifestações,
conforme as espécies e suas
necessidades. Nos seres que têm a
consciência e a percepção das coisas
exteriores, ele se alia à inteligência, isto
é, à vontade e à liberdade.
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