Aluno: Radamés Lopes da Silva Anestésicos locais: interação com membranas e fragmento do canal de sódio voltagem dependente Várias teorias sobre o mecanismo de ação de anestésicos locais são descritas no texto. Podemos destacar as que propõem explicar efeitos diretos dos anestésicos locais sobre a proteína canal de sódio e as que levam em conta a interação dos anestésicos com a fase lipídica membranar. Também é bem conhecido que a hidrofobicidade dos anestésicos locais está diretamente relacionada com a potência anestésica clínica. Portanto, o mecanismo de ação dos anestésicos locais, seja via interação com a fase lipídica da membrana ou com a proteína canal de sódio, deve ser analisado com base nessa característica. O trabalho foi direcionado ao estudo da interação dos anestésicos, lidocaína e benzocaína, com sistemas modelos de membranas: lipossomos e ghosts de eritrócitos. Várias técnicas espectroscópicas foram empregadas na caracterização dos sistemas de estudo dentre elas ressonância paramagnética eletrônica, fluorescência, infravermelho e ressonância magnética nuclear de hidrogênio e fósforo. Considerando que os anestésicos locais atravessam rapidamente a bicamada lipídica, a localização destes na membrana é representada por uma função de distribuição (em relação à normal da bicamada), isto é, onde os anestésicos se encontram na maior parte do tempo. O estudo da localização preferencial dos anestésicos locais nas vesículas de fosfatidilcolina de ovo e nos de eritrócitos mostrou que a lidocaína se posiciona próximo ao grupamento fosfato da cabeça polar dos lipídios, enquanto que a benzocaína está mais inserida na membrana junto a região do glicerol e primeiros carbonos da cadeia acila.