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DEPRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA DOUTORADO
PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
IRACILDA GOMES FERREIRA
DEPRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS INTERNADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA - UTI
JOÃO PESSOA – PB
2020
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA DOUTORADO
PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
IRACILDA GOMES FERREIRA
DEPRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA - UTI
Trabalho realizado como requisito para
obtenção do titulo de Doutora em Terapia
Intensiva, pela Associação Brasileira de
Terapia Intensiva - SOBRATI.
Orientadora:Profª Drª Nadja Maria da Rocha
Gimino
JOÃO PESSOA – PB
2020
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA DOUTORADO
PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTESIVA
IRACILDA GOMES FERREIRA
DEPRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA - UTI
Aprovado em:
/
/
Banca examinadora:
Examinador (a)1
Examinador (a)2
Examinador (a)3
JOÃO PESSOA - PB
2020
DEPRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS INTERNADOS EM
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI
Iracilda Gomes Ferreira1
Profª Drª Nadja Maria da Rocha Gimino2
RESUMO
A depressão pode surgir nos mais variados quadros: ansiedade, transtorno de estresse póstraumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, como resposta a situações
estressantes, internamento ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas. Este artigo
tem por objetivo realizar pesquisa bibliográfica acerca da depressão em pacientes idosos
internados em Unidade de Terapia Intensiva – UTI. Método: trata-se de uma revisão
bibliográfica, desenvolvida através de busca de artigos científicos sobre a temática em
questão nas principais bases de dados da área de saúde: Bireme, Lilacs, BVS, Scielo. Os
dados deste trabalho demonstram a importância do acolhimento humanizado para o paciente
idoso na UTI e a presença da família como suporte para o sucesso do tratamento.
Palavras-chave: Idosos; Depressão em idosos; Unidade de Terapia Intensiva; Tratamento
humanizado; Estatuto do Idoso.
ABSTRACT
Depression can arise in the most varied conditions: anxiety, posttraumatic stress disorder,
dementia, schizophrenia, alcoholism, clinical diseases, as a response to stressful situations,
hospitalization or adverse social and economic circumstances. This article aims to conduct
bibliographical research on depression in elderly patients hospitalized in intensive care unit ICU. Method: this is a bibliographic review, developed through the search for scientific articles
on the theme in question in the main databases of the health area: Bireme, Lilacs, VHL,
Scielo. The data of this study demonstrate the importance of humanized care for the elderly
patient in the ICU and the presence of the family as support for the success of the treatment
Keywords: Elderly; Depression in the elderly; Intensive care unit; Humanized treatment;
Statute of the Elderly.
[1]Professora Orientadora - Residência de Enfermagem em Hematologia e Hemoterapia;
Mestrado em Terapia Intensiva pela IBRATI; Doutorado em Terapia Intensiva
pelaUNICARY.
[2]Doutoranda do Curso de Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia
Intensiva– SOBRATI. Enfermagem e Obstetrícia pela FUNESO (Olinda - PE); Medicina pela
Faculdade de Medicina de Campos (RJ); Especialista em Geriatria pela Universidade
Católica do Rio Grande do Sul; Especialista em Clínica Médica pela Estácio de Sá; Mestra
em Terapia Intensiva pela SOBRATI.
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6
2.OBJETIVOS .................................................................................................... 8
2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 8
2.2 Objetivos específicos:................................................................................... 8
3.RECURSOS METODOLÓGICOS ................................................................... 9
4.REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 10
4.1 Envelhecimento e condições gerais de vida............................................... 10
4.1.2 Estatuto do idoso ..................................................................................... 11
4.2 Envelhecimento, incapacidade de locomoção e diminuição de suas
habilidades mentais: Um passo para a Depressão .......................................... 13
4.3Diagnóstico da Depressão na UTI ............................................................... 14
4.4Tratamento da depressão de idosos na UTI ............................................... 17
4.5Humanização na UTI ................................................................................... 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 22
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 23
6
1
INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é hoje um fenômeno universal. No
Brasil, a população idosa está em crescimento como consequência do
aumento da expectativa de vida, da redução das taxas de natalidade e,
também, devido aos avanços que o sistema de saúde vem conquistando,
embora ainda
com
grandes
lacunas (BRASIL,
2010).
Projeções da
Organização Mundial de Saúde (OMS), para o ano de 2025, colocam o Brasil
entre os dez países do mundo com maior contingente de pessoas idosas (com
60 anos ou mais) (SOUSA et al,2015).
O crescimento dessa população é uma realidade que requer ações para
a melhoria da qualidade de vida e políticas públicas de assistência médica e
hospitalar visando oferecer serviços de saúde condizentes para atendimento
adequado principalmente quando os idosos necessitam de internamento.
O idoso, quando hospitalizado, apresenta maior cronicidade de
patologias, que podem interferir no tratamento, no prognóstico e no tempo de
recuperação, podendo fazer com que esse paciente acabe necessitando de
tratamento intensivo (SOUSA et al, 2015). Essas Unidades de Terapias
Intensivas (UTIs) destinam-se ao atendimento de pacientes graves ou com
risco de morte, que requerem assistência médica e de enfermagem
permanentes e monitorização contínua (ALCANTARA; SANT'ANNA; SOUZA,
2013). De um modo geral pessoas idosas hospitalizadas carecem desses
cuidados.
A complexidade das ações e dos procedimentos envolvidos no ambiente
de UTI (a gravidade da doença, a necessidade de intubação ou de
traqueostomia, de punções, de nutrição enteral e parenteral, e outras ações)
desencadeiam situações estressoras e ansiogênicas tanto para o paciente
como para sua família: a impessoalidade do ambiente, a solidão e o isolamento
facilitados pela restrição do horário de visitas, o prognóstico incerto ou
desfavorável, a falta de informação adequada, o medo da morte, o sofrimento
físico e psíquico do paciente e a falta de privacidade e individualidade (COSMO
et al,2014).
7
Arruda (2013) adverte que quando o idoso em estado grave é internado
em UTI, ocorre o desequilíbrio emocional do paciente e de seu núcleo familiar,
em confronto com a possibilidade de morte. O ideal seria oferecer às famílias e
aos cuidadores um apoio psicológico para que pudessem aprender a lidar com
a situação e o enfrentamento da doença, auxiliando na recuperação dos
mesmos evitando outras doenças como a depressão.
A palavra depressão provém do latim depressus, que significa “abatido”
ou “aterrado”. O termo depressão tem sido empregado para designar tanto um
estado afetivo normal (tristeza); quanto um sintoma; uma síndrome (DEL
PORTO, 1999).
De acordo com Lampert e Rosso (2015) a depressão é o transtorno
psiquiátrico mais comum entre os idosos: ele está presente em 23-40% da
comunidade-moradia de idosos e em 25-80% dos idosos institucionalizados.
Os sintomas depressivos são mais prevalentes em mulheres idosas, sendo
elas, as que mais procuram os serviços de saúde e são as mais vulneráveis ao
estresse e por viverem mais tempo do que os homens.
A depressão é uma psicopatologia que afeta a iniciativa do paciente,
deixando-o menos interessado no ambiente, comprometendo a motivação para
se envolver em atividades cognitivamente mais complexas. Os idosos
deprimidos respondem menos ao tratamento antidepressivo, mantendo
especialmente os déficits cognitivos (FISKE et al., 2009 apud DE NARDI, et al,
2013).
No idoso, a depressão tem sido caracterizada como uma síndrome que
envolve inúmeros aspectos clínicos, etiopatogênicos e de tratamento. Quando
de início tardio, frequentemente associa-se a doenças clínicas e as
normalidades estruturais e funcionais do cérebro. Se não tratada, a depressão
aumenta o risco de morbidade clínica e de mortalidade, que na atualidade tem
atingido a população mundial e em grande escala idosos hospitalizados em
UTIs.
O tratamento para a depressão em idosos é realizado através da
ingestão de medicamentos e recomenda-se um atendimento humanizado em
parceria com a família no ambiente hospitalar, de maneira que possa contribuir
8
com a melhoria do paciente, observando ainda os direitos contemplados no
Estatuto do Idoso desde 2003 que sofreu atualizações (BRASIL, 2017).
As consequências da depressão afetam o indivíduo com implicações tais
como diminuição da qualidade de vida, do sono, redução da capacidade de
voltar ao trabalho e desfrutar de outras atividades. Sendo assim, a interação
desses fatores pode gerar grande impacto na vida do indivíduo, o que torna o
tema de grande relevância.
2.OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
▪
Realizar
pesquisa
bibliográfica acerca da
depressão
em pacientes idosos internados em Unidade de Terapia Intensiva
–UTI.
2.2 Objetivos específicos:
2.2.1 -Descrever sobre a depressão em idosos hospitalizados em UTIs;
2.2.2 -Identificar o tratamento adequado para quadros depressivos;
2.2.3 -Citar os direitos do paciente idoso pertinentes conforme Estatuto
do idoso;
2.2.4 -Registrar a importância do atendimento humanizado.
9
3.RECURSOS METODOLÓGICOS
Trata-se de um estudo descritivo, de natureza qualitativa, desenvolvido
através de levantamento bibliográfico de publicações científicas indexadas e
disponibilizadas nos principais bancos de dados da área de saúde: Biblioteca
Regional de Medicina (BIREME); Literatura Latino Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (Lilacs); Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); Scientific
Eletronic Library Online (Scielo Brasil) e do buscador Google Acadêmico,
utilizando-se os descritores: Idosos; Depressão em Idosos; Unidade de
Terapia Intensiva – UTI; Tratamento humanizado; Estatuto do Idoso e outros
termos correlatos.
A literatura disponibilizada sobre o assunto é extensa, foram incluidas
publicações dos últimos dez anos (1999 a 2019), preferencialmente em
português ou inglês, totalizando após a busca 47 artigos, destes após a leitura
criteriosa e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados
para compor o embasamento teórico 33 artigos, as produções excluidas
foram classificadas como textos que não se enquadraram no intervalo de
tempo estipulado, continha conteúdo não compatível com objetivo da
pesquisa ou eram repetidos, sendo assim foram excluidos do estudo 14
artigos.
O artigo foi formatado de acordo com as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, conforme orientação acadêmica.
10
4.REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Envelhecimento e condições gerais de vida
O Brasil é um país que envelhece a passos largos e as alterações na
dinâmica populacional são claras, inequívocas e irreversíveis. Esse
envelhecimento acelerado vem produzindo necessidades e demandas
sociais que requerem respostas políticas adequadas do estado e da
sociedade. Dentre os inúmeros desafios a serem enfrentados está à questão
dos cuidados aos idosos (KUCHEMANN, 2012).
Sabe-se que hoje há no Brasil aproximadamente 20 milhões de
pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; que em 2025
esse número chegará a 32 milhões, passando a ocupar o 6º lugar no mundo
em número de idosos; e, em 2050, provavelmente, o número de pessoas
idosas será maior ou igual ao de crianças e jovens de 0 a 15 anos; fato
marcante em todo o mundo. O impacto dessa nova "ordem demográfica" é
imenso; o desafio é, portanto, considerável (BRASIL,2013).
Na opinião de Bonfada et al (2017), o ideal para o país seria a
construção de uma rede de serviços que pudessem intervir diretamente nos
determinantes sociais de saúde da população e diminuir as desigualdades
que impactam nas formas de viver e de morrer, especialmente em grupos
populacionais fragilizados do ponto de vista social, como é o caso dos
idosos.
O impacto do envelhecimento na saúde no Brasil passou a ser
mais valorizado, a partir do final da década de 1980 e, como
consequência, as práticas clínicas especializadas direcionadas ao idoso
passaram a ser vistas como fundamentais (KUCHEMANN, 2012). Com o
aumento dessa população, os serviços outrora oferecidos necessitam de
ampliação e modernização para atender a demanda.
Em síntese, Veras e Oliveira (2018), advertem que é importante a
adoção de um modelo de atenção à saúde do idoso que seja eficiente
para incluir todos os níveis de cuidado, isto é, possuir um fluxo bem
11
desenhado de ações de educação, promoção da saúde, prevenção de
doenças
evitáveis,
postergação
de
moléstia,
cuidado
o
mais
precocemente possível e reabilitação de agravos. Essa linha de cuidado
se inicia na captação, no acolhimento e no monitoramento do idoso e
somente se encerra nos momentos finais da vida, na UTI.
A ação a favor do envelhecimento ocorre desde 2002, objetivando
desenvolver um plano de ação internacional para idosos no século XXI. Que
pedia mudanças de atitudes, políticas e práticas em todos os níveis para
satisfazer
as
enormes
potencialidades
do
envelhecimento.
Suas
recomendações específicas dão prioridade às pessoas mais velhas,
melhorando sua saúde e bem-estar, assegurando habilitação e ambientes
de apoio: “Uma sociedade para todas as idades possui metas para dar aos
idosos a oportunidade de continuar contribuindo com a sociedade. Para
trabalhar neste sentido, é necessário remover tudo que representa exclusão
e discriminação contra eles”( VERAS; OLIVEIRA, 2018).
No Brasil, foi criado o Estatuto do Idoso em 2003, que representou um
passo importante da legislação brasileira na sua adequação às orientações
do Plano de Madri, cumprindo o princípio referente à construção de um
entorno propício e favorável para as pessoas de todas as idades.
4.1.2 Estatuto do idoso
No Brasil, a Legislação considera idosa toda pessoa a partir de 60
anos. Em 2017, a Lei 13.466, de 12 de Julho, altera o Estatuto do Idoso e
estabelece prioridades às pessoas com mais de 80 anos. Segundo a
alteração, os maiores de 80 anos sempre terão suas necessidades
atendidas com preferência em relação aos demais idosos. "Em todos os
atendimentos de saúde, os maiores de 80 anos terão preferência especial
sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência", diz a norma
(BRASIL,2017).
O Estatuto do Idoso possui 118 artigos que consolidam os direitos
conferidos pelas diversas leis federais, estaduais e municipais, referentes à
12
saúde, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à profissionalização e
ao trabalho, à previdência social, à assistência social, à habitação, ao
transporte, à fiscalização de entidades de atendimento a pessoa idosa
(VERAS; OVIVEIRA, 2018).
O envelhecimento é um direito natural e é dever do Estado garantir à
pessoa idosa a proteção à vida e à saúde mediante a efetivação de políticas
públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de
dignidade. (BRASIL,2013).
A garantia desses direitos está determinada na legislação com o
advento do Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741, de 10 de outubro de 2003 –,
considerada uma das maiores conquistas da população idosa brasileira
(BRASIL,2013).
Este Estatuto contempla alguns benefícios e direitos para assegurar
uma melhor qualidade de vida para esta importante fatia da população. O
documento, não obstante o objetivo de assegurar direitos para os idosos,
ganha cada vez mais relevância no ordenamento jurídico brasileiro.
A Constituição Federal permitiu ao idoso ter proteção do Estado de
Direito contra discriminação, tendo sua dignidade resguardada e a proteção
às suas necessidades específicas, através do Estatuto do Idoso, segundo o
qual em seu artigo 18 coloca que “as instituições de saúde devem estar
aptas aos critérios mínimos para atendimento ao idoso, promovendo o
treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a
cuidadores e grupos de autoajuda.” (BRASIL,2013).
A Política Nacional do Idoso regulamentou as necessidades
específicas e em que condições seriam consideradas a dignidade
propriamente do idoso como objeto de proteção. Além disso, sistematizou
princípios
específicos
dos
direitos
dos
idosos
e
como
proceder
processualmente à defesa do idoso. Regulamentou ainda dispositivo
constitucional e alterna “pessoa idosa” e “idoso”, além de se referir ao
envelhecimento como um processo humano, não como uma degradação
biológica,
trazendo
(BRASIL,2006b).
consigo
grandes
inovações
socio
jurídicas
13
O Estatuto do Idoso inovou ao permitir que pessoas da terceira
idade se proteja e passou a ser visto como sujeito ativo de direitos, sendo
pressuposta sua autonomia na defesa. A mudança na distribuição etária
no Brasil reflete o envelhecimento da população e altera o perfil das
demandas por políticas sociais.
As demandas de saúde se modificaram, com maior peso das
doenças crônico- degenerativas, e as questões de educação também se
modificaram, porque os grupos de idosos necessitam de esclarecimentos
sobre os novos avanços da modernidade.
4.2 Depressão
Depressão em idosos tem origem multifatorial, que pode abranger
fatores orgânicos como o hipotireoidismo, acidente vascular cerebral, diabetes,
Alzheimer, doença pulmonar, câncer, distúrbios auditivos, doenças visuais e
neurológicas como Parkson além de fatores psicossociais como aposentadoria,
luto e institucionalização, que são mais preocupantes. A depressão é grave em
15 -19% dos casos e leve em, pelo menos, 50% (LAMPERT & ROSSO, 2015).
Com o aumento da população idosa, pode-se observar o crescimento de
doenças relacionadas ao envelhecimento como, por exemplo, a depressão,
comum na terceira idade. A depressão é um transtorno do humor que faz com
que o indivíduo acometido pela doença tenha um predomínio anormal de
tristeza, interesse diminuído, distúrbio do sono, agitação ou lentidão
psicomotora, fadiga e perda de energia, sentimento de desvalia ou culpa,
diminuição da capacidade de pensar e se concentrar, afetando qualquer faixa
etária, e tem características particulares em idosos (CHAVES; ALVARENGA;
DAAL SASSO, 2012).
De acordo com as estimativas da Organização Mundial da Saúde
(OPAS/WHO, 2017) tendo como base os dados referentes ao ano 2015, que
indica o total de pessoas com depressão no mundo ultrapassando 320 milhões,
atingindo, aproximadamente, 4,4% da população mundial, o estudo realizado
no periodo entre 2005 e 2015 retrata que o número de pessoas com depressão
14
aumentou 18%, é o que aponta o relatório global lançado em 23 de fevereiro
de 2017 pela Organização Mundial de Saúde, ainda de acordo com a
publicação “Depression and other common mental disorders: global health
estimates” a taxa de prevalência é maior entre as mulheres com esta condição
clinica, a qual atinge os seus picos a partir dos 50 anos de idade, mantendo-se
nos níveis de 7-8% em mulheres entre 60 e 79 anos de idade, e de 5-6% em
homens da mesma faixa etária (APÓSTOLO et al,2018).
O novo relatório global apresenta que os dados da depressão no Brasil
atinge 5,8% da população que resulta em 11.548.577 pessoas, os disturbios
relacionados a ansiedade afetam cerca de 9%, gerando um quantitativo de
18.657.943 pessoas(OPAS/WHO,2017).
A sintomatologia de idosos deprimidos pode ser mais evidente do que
em adultos mais jovens, quanto a etiologia, manifestações clínicas, fadiga,
perda
de
energia,
distúrbios do
sono
e
alimentares
(FERNANDES;
NASCIMENTO, 2010). Portanto, é comum encontrar pessoas com queixas de
memória que podem estar associadas ao processo natural do envelhecimento
ou aos sintomas depressivos, ou a problemas clínicos que muitas vezes levam
a pessoa idosa aos hospitais e terminam nas UTIs (SÉ, 2012).
O envelhecimento é um processo vivido por cada indivíduo de maneira
diferenciada sofrendo influência de fatores familiares, históricos, socio culturais,
socio econômicos, educacionais e intelectuais, de aspectos de personalidade e
da presença ou não de doenças (IRIGARAY; SCHNEIDER, 2009).Observações
importantes para o diagnóstico.
4.3 Diagnóstico da Depressão na UTI
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o setor de um hospital que
oferece cuidados aos pacientes que apresentam instabilidade clínica grave ou
não, atenção constante e especializada. Seu ambiente frequentemente é
avaliado como altamente estressante. Na visão de Santos (2013), as UTIs
contam com atendimento e tecnologia constante na busca de reversão de
situações graves e comprometedoras,realizam com frequência, reflexões e
indagações a respeito da atuação da equipe para garantia da manutenção da
15
vida, da qualidade e preservação do respeito e da dignidade do paciente.
Diante deste momento de incertezas, observa-se, que o idoso quando
consciente e orientado, hospitalizado na UTI, acaba declinando para quadros
de ansiedade e depressão, além do delirium, principalmente quando
associados a diferentes fatores como condições socioeconômicas, presença de
doenças físicas comuns no envelhecimento, aumento do risco de mortalidade,
prejuízo da capacidade funcional, sobrecarga para a família e para serviços de
saúde (MENDES-CHILOFF et al, 2018) .
O diagnóstico e tratamento de transtornos psiquiátricos em pacientes de
terapia intensiva têm sido negligenciados por muito tempo. Hoje eles são mais
bem reconhecidos e gerenciados (ARRUDA, 2013). Esses distúrbios nas UTIs
são principalmente de ansiedade, de angústia simples ao transtorno de pânico
com agitação, distúrbios de adaptação com humor depressivo, transtornos
psicóticos breves com ideias de perseguição e delírio (LELES, 2018).
Os critérios diagnósticos para depressão devem levar em conta a
presença de cinco dos seguintes sintomas por mais de duas semanas (não
relacionados ao abuso de alguma substância, condição médica ou luto): humor
deprimido; diminuição do interesse e do prazer na maioria das atividades
(anedonia); insônia ou hipersonia; ganho ou perda de peso acima de 5%;
redução da capacidade de concentração; agitação ou lentificação psicomotora;
fadiga; ideia inapropriada de menos valia ou de culpa; pensamento recorrente
de morte ou de ideação suicida.
O principal instrumento de avaliação
empregado é a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) (MORAES; MARINO;
SANTOS,2010).
Escala de Depressão Geriátrica (GDS - 15)
D.1
Você está basicamente satisfeito com sua vida?
SIM
NÃO
D.2
Você deixou muitos de seus interesses e atividades?
SIM
NÃO
D.3
Você sente que sua vida está vazia?
SIM
NÃO
D.4
Você se aborrece com frequência?
SIM
NÃO
D.5
Você se sente de bom humor a maior parte do tempo?
SIM
NÃO
D.6
Você tem medo que algum mal vá lhe acontecer?
SIM
NÃO
16
D.7
Você se sente feliz a maior parte do tempo?
SIM
NÃO
D.8
Você sente que sua situação não tem saída?
SIM
NÃO
D.9
Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas?
SIM
NÃO
D.10
Você se sente com mais problemas de memória do que a
maioria?
SIM
NÃO
D.11
Você acha maravilhoso estar vivo?
SIM
NÃO
D.12
Você se sente um inútil nas atuais circunstâncias?
SIM
NÃO
D.13
Você se sente cheio de energia?
SIM
NÃO
D.14
Você acha que sua situação é sem esperanças?
SIM
NÃO
D.15
Você sente que a maioria das pessoas está melhor que você? SIM
NÃO
Fonte: MORAIS; MARINO; SANTOS (2010)
A versão original desta escala e composta por 30 itens que se
concentram
nos
aspetos
de
motivação,
energia,
orientação
para
o
passado/futuro, humor e queixas cognitivas, incluindo, adicionalmente, as
questões de ansiedade e irritabilidade, típicas da depressão geriátrica (PARK;
UNUTZER, 2011). Existem também versões abreviadas desta escala,
compostas por um, quatro, cinco, 10, 12 ou 15 itens. O presente estudo
descreve a GDS-15, mais em uso.
Estudo desenvolvido por Apóstolo e colaboradores (2018), refere que o
diagnóstico de depressão foi confirmado com a presença de no mínimo cinco
dos15 sintomas na lista de critérios diagnósticos (GDS-15), sendo um deles,
obrigatoriamente, o humor depressivo ou a perda de interesse ou prazer. Os
sintomas presentes foram classificados quanto a sua gravidade, considerandose os três níveis de depressão: leve, moderado e grave (APA,2013).
Os transtornos depressivos, enquanto diagnosticados com base em
critérios, referem-se às condições que têm como característica comum à
presença de humor triste,vazio ou irritável, acompanhado de alterações
somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de
funcionamento do indivíduo. Diferentemente desta condição, a depressão
enquanto fase reativa ao processo de doença e luto pode ser facilmente
confundida e, por vezes, conduzida de modo inapropriado, devido à falta de
(in)formação profissional no processo de progressão da doença, terminal e
morte (LELES, 2018).
17
Em consequência, os idosos deprimidos não recebem o tratamento
apropriado, ou então este tem um começo tardio, levando a um prognóstico de
evolução da doença bastante reservado (PARK; UNUTZER, 2011). Neste
contexto, torna-se indispensável a criação de condições em que e possível
efetuar o rastreio de depressão geriátrica de forma regular e não invasiva para
o idoso.
Na visão de Arruda (2013), as manifestações de transtornos
psiquiátricos ocorrem não somente durante a permanência na UTI, mas
também após a transferência para a enfermaria e prolonga-se por vários meses
depois da alta hospitalar. Parte desses transtornos psiquiátricos tem causas
orgânicas
ou
tóxicas
(distúrbios
metabólicos,
desequilíbrio
eletrolítico,
síndromes de abstinência, infecção, doenças vasculares e traumatismo
craniano) decorrentes do local da hospitalização.
As particularidades destas unidades de tratamento favorecem alguns
fatores estressores como: o nível de som alto (média nível de ruído entre 50 e
60 dBA), a ausência de ciclo dia-noite normal, a privação do sono, a privação
sensorial, a incapacidade para pacientes entubados para falar, a dor provocada
por alguns procedimentos médicos, a possibilidade de testemunhar a morte de
outros pacientes. Esforços de tratamento humanizado devem ser envidados
para reduzir esses fatores e incentivar o contato humano facilitando o acesso
da família (ARRUDA, 2013). Tais medidas visam contribuir para a recuperação
do paciente e melhoria da qualidade de vida enquanto hospitalizado.
Na visão de Monteiro, Magalhães e Machado (2017), a atenção dos
familiares é importante no cuidado global dos pacientes internados na UTI,
principalmente por que estes, na maioria das vezes, estão sedados e
impossibilitados de tomar decisões ou mesmo diante de um quadro depressivo.
4.4 Tratamento da depressão de idosos na UTI
O tratamento tem por objetivo: aliviar sinais e sintomas; reduzir o
número de recaídas e recorrências; restaurar o funcionamento psicossocial e
melhora da qualidade de vida. O tratamento da depressão no idoso deve
18
contemplar todos os fatores envolvidos no transtorno, com a combinação entre
a psicoterapia e a farmacoterapia. É consenso que qualquer uma dessas
terapias, isoladamente, não é eficaz para a remissão dos quadros depressivos
no envelhecimento (WAGNER, 2015).
Arruda (2013) descreve intervenções psicoterápicas específicas na UTI
como a hipnose e, outras estratégias de enfrentamento diante do quadro
depressivo. Para enfrentar a ansiedade, muitos pacientes têm atitudes de
defesa como regressão psicológica e negação. Fica sugestivo um tratamento
humanizado. Quanto à farmacoterapia, o uso de antidepressivos em idosos
evoluiu no decorrer dos anos. Desde a introdução dos Inibidores Seletivos de
Recaptação de Serotonina (ISRS) no mercado, entre 1980 e 1990,
desenvolveu-se preferência por esse tipo de medicamento. As drogas
psicotrópicas são úteis, mas uma atitude
acolhedora e empática pode ser
muito mais eficaz.
Apesar de serem metabolizados por isoenzimas do citocromo (o que
aumentaria a possibilidade de interações farmacológicas com outros fármacos
metabolizados pela mesma via), eles apresentam menor risco de reações
adversas quando comparados aos demais antidepressivos anteriormente
disponíveis no nível primário de saúde, como os tricíclicos e inibidores da
monoamina oxidase (WAGNER,2015).
Segundo Wagner (2015), o abuso de prescrições de antidepressivos
inibidores seletivos da receptação de serotonina, como o cloridrato de
fluoxetina, é apontado como grave problema de saúde pública, especialmente
entre idosos.
De acordo com Arruda (2013), alguns medicamentos devem ser
evitados na prescrição aos idosos: midazolam, fentanil, diazepam e outros;
bem como certas associações que causam efeitos mentais como Zofran com
Tramadol.
Clínicos gerais declaram ser desnecessário paciente idoso buscar
atendimento especializado em saúde mental, pois reporta confiabilidade em
seus diagnósticos e na farmacoterapia, prescrevendo eles mesmos a maioria
dos psicotrópicos. Ou seja, com a difusão de novos tratamentos, cada vez mais
19
seguros, aumenta-se expressivamente o número de diagnósticos de depressão
em idosos, os quais, nem sempre ou quase nunca, são avaliados sob a ótica
dos critérios diagnósticos geriátricos, levando ao tratamento com ISRS outros
transtornos mentais que não apenas o transtorno depressivo (WAGNER,
2015).
Portanto, a depressão no idoso também pode ter um tratamento não
medicamentoso que inclui: psicoterapia; suporte familiar; terapia ocupacional;
atividades físicas; religião e nos casos graves, com risco de morte:
eletroconvulsoterapia. Esses aspectos buscam uma melhor qualidade de vida
através de um atendimento humanizado nas unidades de saúde.
Fonte: Belmont. <http://slideplayer.com.br/slide/390561/>
20
4.5 Humanização na UTI
Humanização é a capacidade de se colocar no lugar do outro e de prestar um
cuidado com respeito e dignidade. Cuidar é um modo de interação com o outro,
respeitando sua individualidade, sendo atencioso, considerando a subjetividade de
cada um e tratando-o com deferência (SOUSA et al, 2015).
Na UTI segundo o autor Alves, (2012), os aspectos da humanização devem ser
valorizados e ocorrer sempre que possível mudança da rotina de visitas, permitindo
que o familiar fique mais próximo ao idoso que está fragilizado, depressivo e
necessitando de amparo, fazendo com que este se sinta mais tranquilo.
Quando o paciente é idoso, é necessário o preparo técnico e acolhimento
humanizado para o cuidado integral e deve haver cumplicidade entre os familiares e a
equipe da UTI para uma melhor qualidade na assistência ao grande contingente dessa
população
que
por
algum
motivo
precisa
de
hospitalização
(ASSUNÇÃO;
FERNANDES,2010).
No entanto, apesar da implantação de programas de humanização nas UTIs, o
local ainda remete a sofrimento, morte e falta de calor humano. O desenvolvimento da
tecnologia e da farmacologia modernas aplicadas à medicina possibilitou a cura de
várias doenças ou sua estabilização, mas, ao mesmo tempo, gerou estruturas mais
automatizadas e práticas profissionais tidas como frias e distantes dos pacientes e de
suas famílias (MONTEIRO; MAGALHÃES; MACHADO, 2017).
De acordo com Fonseca; Mendes Júnior e Fonseca M. (2012), para a
Organização Mundial da Saúde (OMS), as intervenções humanizadas amenizam
sintomas desagradáveis, provocados pela progressão de uma doença ou pelo
tratamento proposto. A faixa etária dos idosos é a que com maior frequência está
sujeita a essas intervenções, principalmente aqueles submetidos às terapias longas
para doenças crônicas, tais como demência, neoplasia, cardiopatia, pneumopatia e
nefropatia.
Estudo desenvolvido por Arruda (2013), sobre distúrbios mentais iniciados na
UTI, concluiu que os familiares devem, quando possível, acompanhar os pacientes, ou
seja, as UTI’s devem ser humanizadas e o tempo de internação na unidade deve ser o
mais breve possível, indo o paciente para a enfermaria.
21
A angústia, que emerge do contato mais próximo com o adoecer e com os riscos
de morte do paciente, pode ser perturbadora e desorganizadora, também para o
familiar do paciente. A hospitalização pode significar uma situação de crise para a
família, o que causa uma ruptura no que é considerado normal na dinâmica familiar. No
caso do processo de internação na UTI, pode haver a emergência de uma série de
sinais e sintomas de desestabilização física e emocional, ainda de acordo com o autor
a família é um sistema intercomunicante. Sua função é fornecer alimento afetivo para
manter a homeostasia psíquica dos seus componentes,porém precisa ser apoiada em
suas necessidades físicas e emocionais(ALBUQUERQUE,2012).
A interseção entre cuidados na UTI deve ser compreendida à luz das mudanças
no padrão das doenças e na longevidade da população. Conforme a idade avança,
mudanças na fisiologia ao longo da vida interferem na dinâmica estrutural do
organismo, podendo levar a incapacidade funcional e dependência em graus variados.
A susceptibilidade às doenças crônicas nas pessoas idosas, por conta das
características apontadas, é um fato, e os cuidados podem ser uma ferramenta útil
para a atenção a esses pacientes (FONSECA; MENDES JUNIOR; FONSECA,
M.2012).
Neste sentido, o cuidado humanizado deve ir além do atendimento focalizado
exclusivamente na doença ou na possibilidade da morte. Ir além é perceber essa
pessoa idosa como um ser detentor de uma história de vida, sentimentos, lembranças,
desejos e que se encontra em ambiente estranho e agressivo, com sérios
comprometimentos tanto de manifestações orgânicas quanto psicológicas (QUEIROZ
et al, 2018).
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente ao estudo da pesquisa apresentada, foi possível uma reflexão sobre o
envelhecimento compreendido este período do desenvolvimento humano com
características próprias, mais que não necessariamente enfocar o declínio da
habilidade, enfermidade e morte, conforme é suposto pelo senso comum da
sociedade atual e sim o resgate do paciente na sua singularidade, condições do
sofrimento e posicionamento subjetivo.
Compreende-se que o envelhecimento é uma etapa da vida em que a maioria
das pessoa se encontram sozinhas, essa solidão associadas a outros problemas
adiquiridos na velhice como as limitações traz a dificuldade para aceitar a finitude, a
decadência, que são as condições que podem levar as enfermidade. Geralmente
esse processo resulta em atitudes como: Rigidez, conservadorismo, obstinação,
teimosia, hostilidade e agressividade por parte do idoso. Com isso, os cuidadores e
comunicantes tendem a se afastar agravando o afastamento social, que as vezes
tendem a desencadear a depressão.
Portanto recomenda-se que todos os idosos sejam avaliados, em busca do
diagnóstico de depressão tendo em vista a sua alta prevalência e a significativa
repercussão dela decorrente. Pois a depressão constitui condição mental nem
sempre diagnosticada, o que favorece a cronificação desta enfermidade, agravando
o sofrimento psíquico do paciente. Além disso, devido à íntima relação entre
depressão e doenças clínicas gerais no idoso, a não identificação e o não tratamento
da depressão contribuem para o agravamento de eventuais doenças orgânicas que
acometem o paciente, aumentando a morbidade e o risco de morte.
Ao longo do tempo, a prevalência de depressão em idosos internados em
UTI foi elevada. Outros estudos que avaliaram os fatores psicossociais envolvidos
em idosos deprimidos indicaram a importância da humanização nas UTIs como
alternativa de grande impacto no tratamento, além da presença dos familiares.
Promover um atendimento acolhedor ao paciente idoso e a seus
familiares é garantir qualidade, estabelecendo relações humanizadas entre quem
cuida e quem é cuidado.
23
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