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sistema locomotlor (5)

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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - FUPAC
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI
CURSO: ENFERMAGEM – 5° PERÍODO
ANA CARLA GONÇALVES LUIZ
EMANUELE BOTELHO SILVA
EMILY RODRIGUES FRAGA
JOÃO VICTOR SOARES DA SILVA
JOHNATHAN PEREIRA DE SÁ
LUAN ROCHA GONÇALVES SOARES
STEFFANIE MARESSA BARBOSA COSTA
Sistema Locomotor
TEÓFILO OTONI
2020
ANA CARLA GONÇALVES LUIZ
EMANUELE BOTELHO SILVA
EMILY RODRIGUES FRAGA
JOÃO VICTOR SOARES DA SILVA
JOHNATHAN PEREIRA DE SÁ
LUAN ROCHA GONÇALVES SOARES
STEFFANIE MARESSA BARBOSA COSTA
Trabalhos
de
graduação
apresentados à disciplina Semiologia I curso
de Enfermagem da Faculdade Presidente
Antônio Carlos de Teófilo Otoni, como
requisito parcial para a aprovação, sobre
orientação da professora Martha Honorato.
TEÓFILO OTONI
2020
4
1.
Introdução
O sistema locomotor executa as ações determinada pelo sistema nervoso central, por
meio da junção neuromuscular, que induz a contração do musculo, através do processo de
estimulação. A contração é proporcionada pelo mecanismo de alavanca, gerando pela
integração do sistema esquelético e o sistema muscular e articulações (tendão) permitido a
amplitude de movimento. O sistema locomotor mediante as suas funções que realiza, acaba
ficando mais expostos/propensos a diversas condições que pode retira-lo da condição normal,
por diversos fatores, apresentados no decorrer da leitura do trabalho.
A parte anatômica e fisiológica do sistema locomotor, que podem ser muitas das vezes
apalpados e observados, é fundamental na formação do plano terapêutico, através da anamnese
e exame físico, para que o profissional formule um plano de intervenção mais adequado.
5
2.
Sistema locomotor
O sistema locomotor é formado pela integração do sistema esquelético e o sistema
muscular e articulações, que representa cerca de 40 a 50% do peso total do peso corporal,
atuando em conjunto com os outros sistemas para garantir o bom funcionamento do
organismo humano.
O
sistema
locomotor
é
responsável
pela
sustentação,
locomoção
e
movimentação/mobilidade do corpo exerce papel importante em diversas outras funções, tais
como: fala, respiração, mastigação, retorno venoso, entre outras funções. A pratica de exercício
físico é indispensável, pois traz diversos benefícios para a saúde e melhorarias do bom
funcionamento do organismo. Devido as suas importantes funções e utilização, o sistema
locomotor acaba ficando mais expostos/propensos a diversas condições que pode retira-lo da
homeostasia, como: choque mecânico, tensões ou distúrbios em alguma estrutura ou
componente do sistema, perca processada e normal do tono muscular com o passar dos anos,
entre outras condições que podem dificultar as ações do sistema locomotor.
3.
Sistema esquelético
O tecido ósseo é uma forma especializada de tecido conjuntivo, que durante o
desenvolvimento fetal apresenta ligeira flexibilidade composto principalmente por cartilagemhialina, que posteriormente será substituída por um tecido denso e inflexível o osso. Esse
processo é denominado de ossificação.
Os ossos estão intimamente relacionados com o crescimento, sofrendo adaptações
constantes quanto à sua constituição, os ossos são estruturas altamente dinâmicas, crescem,
remodelam-se e mantêm-se ativos durante toda a vida, por isso a necessidade de ingere
alimentos que oferente os nutrientes para manter os ossos firmes e forte, destacamos dois
compostos fundamentais, o leite que fornece o cálcio e a vitamina D, que melhora a absolvição
do mesmo pelo organismo. As funções do sistema esqueleto são: sustentação e locomoção,
proteção de órgãos vitais (pulmões, coração e cérebro); proporciona apoio aos músculos
esqueléticos; armazenamento de fósforo e cálcio; hematopoese (produção de células
sanguíneas) entre outras funções.
Um individual normal e saudável podemos encontras cerca de 206 a 208 ossos, que são
distribuídos pelo corpo, onde a possiblidade de a apresentar diversas várias anatômicas que
podem ou não, gera distúrbios ao indivíduo.
O sistema esquelético e divido em esqueleto axial e apendicular, os ossos que está no
eixo central do corpo, compõem o esqueleto axial, com: crânio, costelas, externo entre outros,
6
e já o apendicular, e composto pelos ossos tanto dos membros superiores quanto do inferior,
com braço, pernas, entre outras estruturas.
No ponto de vista anatômico e classificatório os ossos podem ser divido em:



3.1
Longos: possui o comprimento
maior que a largura e espessura,
como o Fêmur;
Curtos: possuem as três dimensões
de tamanho aproximado, como
calcâneo;
Alongados: possuem o
comprimento maior que a largura e
espessura, porém são achatados
posteriormente, como as Costelas;



Largos: laminares ou chatos:
possuem largura e comprimento
maiores que a espessura, como a
Escápula;
Pneumáticos: São osso ocos,
apresentando pequeno peso em
relação ao seu volume, como o
Esfenoide;
Sesamoides: ficam sobreposto em
alguns tendões, como a patela.
Disposição óssea:
- Ossos cranianos: ossos parietais (dois), temporais (dois), occipital, frontal, esfenoide, etmoide,
ossículos auditivos (seis) e ossos suturais.
- Ossos faciais: maxilas (dois), zigomáticos (dois), nasais (dois), lacrimais (dois), conchas
nasais (dois), palatinos (dois), mandíbula e vômer.
- Ossos do tronco: formado pela coluna vertebral, pelas costelas e pelo esterno.
- Ossos dos membros superiores: ombro (clavícula e escápula), braço (úmero), antebraço (rádio,
ulna) mão (carpais, metacarpais, falanges).
- Ossos dos membros inferiores: cintura pélvica (íleo, ísquio e púbis), coxa (fêmur), perna (tíbia
e fíbula) e pé (tarsais, metatarsais, falanges).
3.2
Articulações
O sistema articular consiste de articulações, ou junturas, em que dois ou mais ossos
relacionam-se entre si em sua região de contato, garantido a união e a movimentação das
estruturas, permitindo que nosso esqueleto permaneça estável independentemente da atividade
que realizamos. Devido aos movimentos realizados, gerando atrito entre as estruturas ósseas, a
necessidade de um tecido que diminua o atrito e faça a união entre as estruturas, os tecidos:
fibrosas, cartilagíneas e sinoviais, que recobri as epífises ossos proporcionado gruas de
mobilidade diversos entre as articulações. As articulações são classificadas em três grupos, de
acordo com o grau de movimento proporcionado pelo tecido que lhe recobre: Sinartrose
imóveis/rígida, recoberto pelo tecido fibroso, exemplo nas suturas do crânio; Anfiartrose
ligeiramente móvel, recoberto pelo tecido cartilaginoso, exemplo nas vertebras na coluna
7
vertebral; Diartrose por porcina movimentos livres, com o maior grau de mobilidade entre as
articulação, também chamados de sinoviais, recoberto pelo tecido sinovial, exemplo na
articulação glenoumeral.
4.
Sistema Muscular
Os músculos são componentes imprescindíveis para o funcionamento do sistema
locomotor.
E composto por diversas fibras musculares são revestidas por uma lâmina delgada de
tecido conjuntivo (composto de colágeno e elastina) que recobre as fibras musculares (unidade
funcional do musculo), protegendo e evitando danos as fibras musculares e ajudando no
deslizamento da mesma. Por meio desde revestimento as fibras classificadas em: endomísio,
recobre cada uma das fibras musculares, o perimísio agrupamentos dos feixes de fibras
musculares, que e altamente vascularizado, e o epimisío que recobre todo o ventre muscular.
Possui uma rápida e vigorosa contração na qual está disposta sobre as estruturas óssea, por meio
dos tendões, propiciando o mecanismo de alavanca (que amplia as forças geradas na contração
muscular), tendões que, tipicamente cruza a articulação, onde os pontos proximal e distal do
tendão são denominados origem e inserção respectivamente, tendo com função de manter o
equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular aos ossos
e articulações. O corpo humano na sua totalidade possui em média 650 músculos, onde cada
um dele exerce uma função mecânica muito importantes, esse conjunto muscular nos
proporciona a movimentação do esqueleto, manutenção da temperatura corporal, postura e
sustentação do corpo, e na biomecânica de diversos processos metabólico com o respiratório,
digestório e circulatório.
4.1
Classificação muscular: Quanto ao funcionamento no movimento.

Agonista: músculo ou grupo
muscular responsáveis pela realização de
movimentos, contraindo-se para sua
execução;

Antagonistas: musculo ou grupo
muscular que opõe ao movimento,
realizado a extensão;

Sinergistas: musculo ou grupo
muscular se contrai ao mesmo tempo em
que o agonista, mas não é o principal
músculo responsável pelo movimento.

Fixador: Estabilizam a origem do
agonista de modo que ele possa agir mais
eficientemente.
8
No ponto de visita funcional os músculos não atuam isoladamente, a sempre a interação
muscular.
4.2
Classificação muscular dos principais músculos do sistema locomotor:



4.3
Músculos da face e crânio;
Músculos do tórax e abdome e costas;
Dos membros superiores e inferiores.
Fisiologia do Músculo Esquelético
O desenvolvimento e formação do tecido muscular é ainda na fase embrionária, pelo
mesoderma, um dos três folhetos embrionários. Tecido no qual corresponde a cerca de 40% do
peso corporal do indivíduo. As repetições de sarcômero nas fibras musculares (compostos por
micro filamentos proteicos de actina e miosina principalmente) apresenta estrias que podem ser
vistas no microscópio.
O tecido muscular e altamente adaptativo, suas fibras musculares podem passar por
diferente estado de hipertrofia ou atrofia muscular, dependendo da estimulação. Essas
adaptações também denominada “plasticidade muscular”, pode ocorrer em virtude de várias
situações, por meio das atividades física e no desuso muscular, representado hipertrofia e atrofia
respectivamente. A hipertrofia, e caracterizado pelo aumento das fibras musculares gerando um
aumento nos tônus musculares, em resposta ao estímulo mecânico ou hormonal, já na atrofia, a
redução do tamanho da fibra muscular, em virtude do desuso.
Tecido que e amplamente controlado pelo sistema nervoso central que segue a inversão
de um neurônio motor o qual está dentro da medula espinal e foi se ramificando até que os seus
dendritos atingissem o musculo, realizado o processo de transmissão neuromuscular, por meio
da sinapse, o qual permite a execução de importante funções mecânicas e motoras a partir de
um comando neural pré-estabelecido pelo indivíduo em inúmeras atividades.
4.4
Junção neuromuscular
A junção neuromuscular é a conexão entre o terminal de um axônio motor com a placa
motora no qual e passado as informações na forma de sinapse de caráter inibitório ou
excitatorios para aquela determinada situação. Esse fenômeno eletroquímico acontece a parti
da transmissão de comando de uma célula nervosa a qualquer outra estrutura, que ela inerva,
seja na forma direta atrás de uma corrente elétrica, ou na química, transmitida pela liberação de
um composto químico (neurotransmissores).
Para acontecer a junção neuromuscular, é fundamental que aja o potencial de ação, onde
as células que estavam em repouso sofram despolarização, ocorrendo o estímulo de excitação
9
que se propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio, em direção única, as suas
ramificações (detritos), se aproximando de um corpo celular para que aconteça a sinapse.
A Sinapse é um processo onde é liberado os neurotransmissores de forma altamente
seletiva pelos neurônios motores, que contém nas suas vesículas sinápticas grandes quantidades
desses neurotransmissores (acetilcolina principalmente), são liberados na fenda sináptica para
coordenar todas as ações do tecido muscular esquelético.
4.5
Mecanismo da contração muscular
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que se propaga
até chegar na fibra muscular através de um neurônio motor que tem os botões sinápticos
vesícula repleta de neurotransmissores- acetilcolina no espaço sináptico, ao se encaixar nos
receptores de membrana, promove a abertura dos canais de sódio. O sódio ao atingir o reticulo
sarcoplasmático (SR) gera um o estimulo de despolarização, liberando o cálcio. Ao entrar em
contanto com o complexo tropomiosina e tropomina, causa a liberação dos sítios de ligação,
promovendo o deslizamento da actina sobre a miosina, fazendo com que cada sarcomero
encurte, gerando a contração muscular propriamente dita, que gera o processo de alavanca. Para
que ocorra esse processo, é fundamento o uso de muita energia (ATP) e que aja um aumento na
vascularização na região para irrigar o local para a sua performance.
O grau de contração muscular segue, o princípio, de dois fatores: o primeiro relacionado
à intensidade do estímulo e o segundo à quantidade de fibras estimuladas. O conjunto do esforço
de diversos grupos de músculos, produz movimentos de flexão, extensão, rotação, abdução,
adução e circundação.
4.6
Distribuição Anatômica Muscular.
Região lateral do pescoço: M. Esternocleidomastoideo, localizado na parte lateral do pescoço,
realiza a flexão lateral e rotação da cabeça.
Membro superior: M. Peitoral maior, localizado na metade medial da clavícula, esterno e seis
primeiras, realiza função de adução e flexão do braço; M. Deltoide localizado na parte espinha
da escápula, acrômio e terço lateral da clavícula, realiza função de flexão, abdução e extensão
do braço; M. Grande dorsal, localizado na parte processo espinhosos das 6 últimas vértebras
torácicas, crista ilíaca, realiza função de extensão, adução e rotação medial do braço.
Região anterior do braço: M. Bíceps braquial, localizado na porção longa - tubérculo supra
glenoidal. Porção curta - processo Coracoide da escápula, realiza função de flexionar a
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articulação do cotovelo e supina o antebraço; M. Braquial, localizado na face anterior do úmero,
realiza função de flexão do antebraço.
Região posteriores do braço: M. Tríceps braquial, localizado na porção longa: tubérculo infra
glenoidal da escápula. Porção lateral: face posterior do úmero acima do sulco para o n. radial.
Porção medial: face posterior do úmero abaixo do sulco para o n. radial, realiza função de
extensão do antebraço.
Região Lateral do antebraço: M. Braquioradial, localizado na crista supra condilar lateral do
úmero, realiza função de flexão do antebraço.
Região do dorso: M. Trapézio, localizado na linha nucal superior, protuberância occipital
externa, ligamento nucal, processos espinhosos de todas as vértebras torácicas, realiza função
de eleva, abaixa e retrai a escápula.
Região do membro inferior: M. Quadríceps femoral e subdivido em: M. Reto Femoral,
localizado na espinha ilíaca-ântero inferior, realiza a flexão do quadril, extensão do joelho, e
tensão da cápsula articular do joelho; M. Vasto Medial, localizado no lábio medial da linha
áspera, realiza a flexão do quadril, extensão do joelho, e tensão da cápsula articular do joelho;
M. Vasto Lateral, localizado no lábio lateral da linha áspera e trocanter maior, realiza função
de flexão do quadril, extensão do joelho, e tensão da cápsula articular do joelho; M. Vasto
Intermédio localizado na face anterior do fêmur, realiza a flexão do quadril, extensão do joelho,
e tensão da cápsula articular do joelho; M. Sartorio, localizado na espinha ilíaca ânterosuperior, realiza a flexão, rotação lateral e abdução do quadril, flexão e rotação medial do
joelho.
Região glútea: M. Glúteo máximo, localizado no ílio, posteriormente, à linha glútea posterior,
face posterior do sacro e ligamento sacro tuberal, realiza função de extensão, rotação lateral e
abdução no quadril e auxilia na extensão do joelho.
Região dorsal da coxa: M. Bíceps femoral, duas localizações: na porção longa: tuberosidade
isquiática e na porção curta: linha áspera do fêmur, realiza função de extensão, adução e rotação
lateral da coxa e flexão e rotação lateral da perna. M. Semimembranáceo, localizado na parte
tuberosidade isquiática, realiza função de rotação medial, extensão e adução da coxa e flexão e
rotação medial da perna
Região anteriores da perna: M. Tibial anterior, localizado no côndilo lateral e 2/3 proximais da
tíbia, realiza função de flexão dorsal e supinação do pé; M. Extensor longo dos dedos,
localizado na extremidade proximal da tíbia, realiza função de flexão dorsal e pronação.
Região dorsal da perna: M. Gastrocnêmico, localizado no ventre lateral: côndilo lateral do
fêmur, realiza função de flexão arco planta.
11
5.
Importância da Anamnese
A anamnese é definida como a primeira etapa da Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), onde é feito o levantamento sistematizado dos dados do paciente. A coleta
destes dados permite ao profissional de saúde identificar problemas, determinar diagnósticos,
planejar e implementar a sua assistência.
A investigação feita nesta etapa é considerada de suma importância, pois se insuficiente
ou incorreta pode levar ao diagnóstico de enfermagem errôneo e, consequentemente, resultará
tem um planejamento, implementação e avaliação inapropriados.
5.1
História clínica
Os mesmos princípios da semiologia geral aplicam-se igualmente na obtenção da
história de uma condição que afeta o aparelho locomotor. A adequada identificação do paciente,
a queixa principal, a história da doença atual, o interrogatório complementar sobre diferentes
aparelhos e sistemas, os antecedentes pessoais e familiares e a história socioeconômica são
tópicos sequenciais da história clínica que auxiliam no estabelecimento de uma rotina
permitindo a coleta do maior número de informações relativas ao paciente e à sua doença.
5.2
Identificação
A idade, o sexo, a ocupação e a raça contribuem para reforçar ou afastar uma suspeita
clínica. Entretanto, qualquer doença pode ultrapassar os limites do esperado e se manifestar em
qualquer pessoa, independente da sua característica peculiar. Nas Tabelas 1 e 2 estão
relacionadas algumas afecções do aparelho locomotor relacionando-as à sua predileção quanto
ao sexo e a faixa etária.
Tabela 1
Tabela 2
12
A ocupação e as informações relacionadas são de grande importância na formulação
diagnóstica. Atividades que envolvem tarefas repetitivas estão associadas com a maior
frequência de sinovites e tendinites. Profissões que exigem esforço físico pesado, levantamento
de peso, exposição à vibração, postura estática prolongada e a realização de movimentos
repetitivos de flexão e rotação da coluna lombar apresentam risco aumentado para lombalgia e
lombociatalgia.
Algumas doenças são mais comuns em determinada raça. A doença de LeggPerthes, o
pé torto congênito e a luxação congênita do quadril são mais encontradas na raça branca. Os
infartos ósseos da anemia falciforme e a epifisiólise proximal do fêmur são mais frequentes na
raça negra.
5.3
Queixa principal e história da doença atual
As queixas mais frequentes relacionadas ao aparelho locomotor são a dor, a
incapacidade funcional e a deformidade. O desenvolvimento da história da doença atual iniciase com o detalhamento da queixa principal. Quando a queixa é a dor, suas características devem
ser exploradas.
O início e a duração dos sintomas determinam se a condição é aguda, subaguda ou
crônica.
13
O modo de início pode ser súbito ou insidioso. O início súbito é comum na gota, na
bursite, na febre reumática, nos eventos traumáticos, na osteomielite e na artrite séptica. O início
insidioso é característico da AR e da osteoartrose. A lombalgia pode ter início súbito ou
insidioso.
Se o paciente queixa-se da dor apenas em determinados momentos, considera-se a dor
intermitente. Os sintomas da hidrartrose intermitente geralmente aparece com as variações
climáticas. A lombalgia de origem ginecológica pode surgir dependendo da fase do ciclo
menstrual (por exemplo, na endometriose).
A localização da dor fornece dados importantes para o diagnóstico. Nas artrites
envolvendo as articulações interfalângicas distais, os diagnósticos ficam restritos a osteoartrose
(nódulos de Heberden) ou a artrite psoriática. A artrite localizada na primeira articulação
metatarsofalângica que se inicia com dor noturna, súbita, monoarticular e acometendo
indivíduo do sexo masculino de meia-idade sugere o diagnóstico de gota (podagra). A
localização por si pode ser o dado semiológico mais importante para o diagnóstico de algumas
doenças ortopédicas.
A deformidade, além da dor, é uma queixa frequente relacionada ao aparelho locomotor.
Em algumas circunstâncias, a própria queixa já caracteriza o diagnóstico (por exemplo,
sindactilia, hexadactilia). As repercussões funcionais da deformidade, a presença ou ausência
de dor e a adaptação do paciente à sua condição são pontos importantes para o estabelecimento
de uma terapêutica racional. É importante registrar quando a deformidade foi percebida, como
foi sua evolução e quais os tratamentos anteriormente realizados.
5.4
Interrogatório complementar
O interrogatório complementar objetiva obter informações não manifestadas
espontaneamente pelo paciente em sua história. Tem papel decisivo no planejamento
terapêutico e na formulação de uma hipótese diagnóstica. Deve-se indagar sobre alterações em
outros aparelhos e sistemas, sobre cirurgias prévias e sobre o uso de medicações. Alguns
sistemas estão mais diretamente relacionados ao aparelho locomotor.
Sistema Tegumentar: Algumas manifestações cutâneas podem sugerir uma doença no
aparelho locomotor. Manchas “café com leite” são comuns na neurofibromatose. Tufos pilosos
localizados na região lombar podem sugerir malformação da coluna vertebral tal como
diastematomielia, medula presa ou espinha bífida, entre outras.
Sistema Digestivo. Diversas doenças do aparelho digestivo podem ter manifestações no
aparelho locomotor. Apendicite retrocecal, pancreatite, diverticulite, doença de Crohn e colite
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ulcerativa inespecífica são exemplos que podem apresentar dor referida no aparelho locomotor,
especificamente na coluna vertebral.
Sistema Urogenital. A litíase, a pielonefrite e as obstruções manifestam-se
frequentemente com dor lombar. Geralmente, a dor é tipo em cólica não relacionada com a
movimentação. Várias condições ginecológicas apresentam-se tendo a lombalgia em seu
quadro clínico.
Sistema Ocular: Os olhos podem estar envolvidos em várias doenças reumáticas. A
conjuntivite pode ser um sinal da síndrome de Reiter. A retinopatia é comum no lúpus
eritematosos sistêmicos.
Sistema Neurológico. Diversas doenças neurológicas apresentam manifestações no
aparelho locomotor. A esclerose lateral amiotrófica e a esclerose múltipla são doenças em que
atrofias e diminuição da força muscular são comuns. A esclerose múltipla pode simular, por
exemplo, a hérnia de disco cervical.
Sistema Endócrino. A diabetes pode apresentar sintomas nos membros superiores ou
inferiores secundários a microangiopatia dos nervos periféricos. Alterações dos hormônios
tireoidianos relacionam-se com a mialgia. No hiperparatireoidismo assim como na osteoporose
da pós-menopausa as fraturas patológicas são comuns.
Sistema Cardiorrespiratório. Dorsalgia pode ter como causa a pleurite, pericardite ou o
aneurisma da aorta torácica. Aneurisma da aorta abdominal pode também 17 causar dor lombar.
O tumor de Pancoast (ápice pulmonar) pode produzir sintomatologia semelhante a
cervicobraquialgia da compressão do plexo braquial.
5.5
Antecedentes pessoais e familiares
É importante registrar as patologias prévias, os traumatismos, os tratamentos e o uso de
medicação. A diabetes, por exemplo, influencia na evolução e no prognóstico de muitas doenças
do aparelho locomotor. Os traumatismos na região lombar durante a infância ou adolescência
podem ser o evento inicial da lesão do disco intervertebral que resulta na sua deterioração nos
anos seguintes.
Algumas doenças têm predisposição familiar. Escoliose, luxação congênita do quadril,
gota, espondiloartropatias e febre reumática são alguns exemplos em que parentes são mais
frequentemente acometidos que a população geral.
5.6
História socioeconômica
O conhecimento da estrutura familiar, econômica, social e emocional do paciente tem
importância no diagnóstico, no tratamento e no prognóstico, fornecendo base para a
15
compreensão mais ampla dos sintomas. Deve ser indagado sobre o uso de drogas, álcool, fumo,
hábitos e lazer. O alcoolismo crônico pode estar relacionado à necrose avascular da cabeça do
fêmur e a osteoporose. A lombalgia, a cervicalgia, a osteoporose e a hérnia de disco são mais
frequentes em fumantes.
6.
Exame físico
Inspeção
A inspeção fornece dados importantes para o enfermeiro iniciar a sua avaliação e
planejar a assistência, revelando informações acerca da capacidade de se locomover, de se autocuidar, da existência de desconforto ou da presença de movimentos involuntários. Na inspeção,
pode-se verificar a assimetria dos membros inferiores e superiores, da coluna e da pelve, tanto
na posição ventral, como dorsal, em pé, sentado e deitado. Inicia-se pelo exame estático, ou
seja, pela anatomia de superfície, comparando cada área bilateralmente, sempre no sentido
cefalocaudal. Observam-se as condições e o contorno ao fazer o reconhecimento de todas as
formações anatômicas, tuberosidades, sulcos, músculos, tendões, etc.
As características de cada um dos diferentes segmentos devem ser examinadas quanto
à postura adotada, intumescências localizadas ou difusas, abaulamentos, edema, função do
membro (uniformidades, simetria, e ritmo dos movimentos).
Lesões (úlceras de decúbito,
queimadura, bolhas, cicatrizes, hematomas), coloração da pele (mancha hipercrômicas e cafécom-leite, equimoses, cianose, palidez), sustentação e marcha, deformidades de membros
inferiores (valgo ou varo), deformidades da coluna vertebral (cifose, lordose, escoliose, dorso
curvo) e movimentos involuntários (oscilações rítmica, tremores e mioclonias, contrações
espontâneas). Nas contrações espontâneas, deve-se observar se o paciente está aquecido e
relaxado, relacionando os movimentos a possíveis lesões do neurônio motor superior e inferior.
As contrações espontâneas ocorrem durante a movimentação e sempre são dolorosas. Alguns
movimentos devem ser observados, como a fasciculação, que produz contração muscular
periódicas nos pequenos músculos, as vezes só percebidas em indivíduos normais.
Em relação ao sistema muscular, deve ser percebida a capacidade do paciente em mudar
de posição, sua força e coordenação motora, além do tamanho dos músculos individuais, que
contribuem para a atividade cotidiana. Durante a inspeção do músculo, verificar aumento da
massa muscular decorrente de processos inflamatórios ou traumáticos, contorno muscular,
atrofia, hipertrofia ou hipotrofia muscular, encurtamento e retrações musculares.
Ao realizar a inspeção dos membros inferiores, deve-se examinar a postura, a massa
muscular e a simetria, comparando sempre bilateralmente. Colocar o paciente deitado, com os
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membros inferiores em extensão, os calcanhares totalmente apoiados sobre a cama, em ligeira
abdução e posição neutra.
Força muscular
7.
A força muscular pode ser avaliada solicitando-se ao paciente algumas atividades, como
as descritas a seguir:



O aperto de mão, que fornece indicação da capacidade de preensão
O bíceps pode ser testado pedindo-se ao paciente que estenda plenamente o braço e
depois o flexione, enquanto o enfermeiro aplica resistência, para prevenir a flexão do
braço, para testar a força motora nos membros inferiores, aplica-se uma resistência na
altura do tornozelo e solicita-se ao paciente que eleve a perna.
Outra forma é palpar o músculo passivamente com a extremidade relaxada, o que
permite ao enfermeiro determinar o tônus muscular.
Rossi e Mistrorigo (apud Ganong, 1993) propõem uma escala para avaliação da força
muscular:






8.
Grau 5 (normal ou 100%): o movimento articular é completo e possui força suficiente
para vencer a gravidade e grande resistência aplicada.
Grau 4 (bom ou 75%): O movimento é completo e com força suficiente para vencer a
gravidade e alguma resistência aplicada.
Grau 3 (regular ou 50%): o movimento é completo e sua força é suficiente para vencer
apenas a gravidade.
Grau 2 (pobre ou 25%): o movimento é completo, mas só produz movimento se não
houver ação da gravidade.
Grau 1 (traço ou 10%): não há evidência de pequenas contrações, mas não aciona a
articulação.
Grau 0 (zero ou 0%): não há evidência de contração muscular.
Grau de mobilidade
A movimentação normal tem qualidades de leveza, naturalidade e bilateralidade,
ocorrendo uma sincronia dos movimentos em relação a simetria, uniformidade e ritmo. A
movimentação anormal aparece como unilateralizada ou distorcida, pois o paciente tenta
compensar o movimento ineficaz e, ás vezes, doloroso. Pode ocorrer, também, a movimentação
involuntária, com suas diferentes características, como, por exemplo, os tremores do
parkinsoniano, senil, emotivo, espástico ou as mioclonias (lesão medular, paralisia).
A mobilidade pode ser pesquisada de forma ativa ou passiva. A observação ativa é
aquela pela qual o paciente consegue movimentar-se com sua própria força, pela ação ativa da
musculatura. A mobilidade passiva é realizada pelo examinador, sem a participação do paciente
17
(a ausência total de participação é difícil, porque a maioria dos pacientes tenta auxiliar as
manobras), a qual fornece dados importantes sobre os músculos e as suas características, como
grau de passividade e extensibilidade. A passividade é a resistência que o músculo opõe ao
movimento, e a extensibilidade é a capacidade que o músculo tem de alongar-se pela angulação
em que o movimento é efetuado.
O grau de mobilidade varia de paciente para paciente, tornando necessário que se faça
uma avaliação de todos os segmentos corporais (coluna cervical, ombro, cotovelo, punho e mão,
quadril e pelve, joelho, tornozelo e pé, além da coluna lombar). Deve ser avaliado, inicialmente,
com a movimentação ativa. Se o paciente apresentar alguma alteração, o examinador pode e
deve interferir com os movimentos passivos, a sim de detectar a extensão e a causa dessa
alteração.
8.1
Coluna cervical
Avalie a postura do paciente e toda a coluna antes de examinar seus componentes.
Coloque o paciente sentado, observando qualquer deformidade, e palpe os processos
espinhosos. Examine os movimentos ativos e passivos. A flexão da coluna cervical permite que
o paciente encoste o queixo na face anterior do tórax. Na extensão, deve mover a cabeça como
olhando para o teto. (Figura 1 e 1.2)


Rotação lateral: o paciente deve rodar a cabeça de um lado para outro, fazendo com
que o queixo alinhe-se em sua quase totalidade com o ombro. (figura 1.3)
Inclinação lateral: o paciente deve tentar tocar o ombro com a orelha, formando um
ângulo normal de 45° (figura 1.4)
FIGURA 1
Flexão da coluna cervical
5.7
FIGURA 1.2
Extensão da coluna cervical
FIGURA 1.3
Rotação lateral
FIGURA 1.4
Inclinação lateral
Ombro

Rotação externa e abdução: o paciente deve tentar alcançar, com o braço por trás da
cabeça, a borda superior da escapula contralateral (figura 1.5)
18


Rotação interna e adução: o paciente deve alcançar o acrômio contralateral com o
braço, passando pela face anterior do tórax ou, com o braço por trás das costas, tocar o
ângulo inferior da escapula contralateral. (Figura 1.6)
Extensão: é feita com os braços do paciente abduzidos a 90°, mantendo os cotovelos
em linha reta, as palmas das mãos devem retornar para cima em supinação e continuar
o movimento de abdução, até que as mãos se encontrem por cima da cabeça. (Figura
1.7)
FIGURA 1.5
Rotação externa e abdução
8.2





Extensão do ombro
Flexão: o paciente deve flexionar o cotovelo, tentando tocar a face anterior do ombro
com a mão (figura 1.8)
Extensão: o limite é dado pelo ponto em que o olecrano encontra a fossa olecraniana
(figura 1.9)
Supinação: é testada com a flexão do cotovelo a 90°, no nível da cintura, a seguir, com
o punho cerrado á frente e com a palma da mão voltada para baixo, solicita-se que esta
volte para cima (figura 1.10)
Pronação: é avaliada com os cotovelos fletidos no nível da cintura. A palma da mão
deve estar voltada para cima ate atingir a posição completa e, então, ser virada
completamente em direção ao solo. (Figura 1.11)
8.3

Rotação interna e adução
FIGURA 1.7
Cotovelo
FIGURA 1.8 flexão

FIGURA 1.6
FIGURA 1. 9 Extensão
FIGURA 1.10 Supinação
FIGURA 1.11 Pronação
Mão e Punho
Flexão e extensão do punho: solicita-se ao paciente que flexione e estenda o punho
(figura 1.12)
Desvio ulnar e radial: movendo-se o punho de um lado para o outro, efetuam-se os
desvios ulnar e radial (figura 1.13)
Supinação e pronação: são testados como o cotovelo
19





Flexão e extensão digital: pede-se ao paciente que mantenha o punho cerrado e
solicita-se que estenda os dedos; na flexão, os dedos fecham-se, tocando a palma da
mão.
Abdução e adução digital: o paciente deve afastar os dedos uns dos outros e tornar a
aproximá-los (figura 1.14)
Flexão do polegar: o polegar deve cruzar a palma da mão em direção ao dedo mínimo.
Tensão do polegar: o polegar deve mover-se lateralmente para fora dos dedos
Oponência: o paciente deve ser capaz de tocar a extremidade distal de todos os dedos
com o polegar (figura 1.15)
FIGURA 1.12
FIGURA 1.13
Flexão e extensão
8.4






Desvio ulnar e radial
FIGURA 1.14
Abdução e adução digital
FIGURA1.15
Oponência
Quadril e Pelve
Abdução: solicita-se ao paciente que afaste ao máximo a perna, observando a
limitação do movimento (figura 1.16)
Adução: o paciente deve cruzar as pernas alternamente, primeiro a direita á frente da
esquerda, e vice-versa (figura 1.17)
Flexão: o paciente deve levar o joelho em direção ao tórax (figura 1.18)
Flexão, extensão e rotação externa: o paciente deve descruzar as pernas e apoiar a face
lateral do pé no joelho oposto.
Extensão: o paciente deve ficar sentado, de braços cruzados, com as costas eretas, e
elevar as pernas (figura1.19)
Rotação interna e externa: são testadas com os movimentos anteriormente citados.
FIGURA 1.16
Abdução do quadril e da pelve
FIGURA 1.17
Adução do quadril e da pelve
20
FIGURA 1.18
Flexão do quadril e da pelve
8.5



FIGURA 1.19
Extensão
Joelho
Flexão: o paciente deve ser capaz de fletir o joelho simetricamente, ate ficar em
posição de cócoras
Extensão: com o paciente ereto, observar se os joelhos estão totalmente estendidos,
caso esteja sentado, solicitar que estenda completamente o joelho.
Rotação interna e externa: o paciente deve rodar o pé em sentido medial e lateral
8.6
Tornozelo e Pé
 Flexão plantar e movimentação dos dedos: o paciente deve andar na ponta dos dedos
 Dorsiflexão: andar sobre os calcanhares
 Inversão: andar sobre a borda lateral dos pés
 Eversão: andar apoiando na borda medial dos pés.
COLUNA LOMBAR




Flexão: o paciente deve se curvar para frente ao máximo, mantendo os joelhos
estendidos e tentando tocar os pés. (Figura 1.20)
Extensão: o examinador fica em pé ao lado do paciente, com uma das mãos sobre a
espinha ilíaca e com os dedos voltados para a linha media, a seguir, pede ao paciente
para que se curve para trás o máximo que conseguir, podendo ajudá-lo empurrando a
face anterior do tórax (figura 1.21)
Inclinação lateral: fixando a crista ilíaca, pedir ao paciente para inclinar-se á direita e
depois á esquerda, ao máximo (figura 1.22)
Rotação lateral: o examinador fica atrás do paciente, fixa sua pelve com uma das mãos
e coloca a outra sobre o ombro oposto; em seguida, com o tronco fixo, gira a pelve e o
ombro posteriormente (figura 1.23)
21
FIGURA 1.20
Flexão lombar
FIGURA 1.21
Extensão
lombar
8.7
da
coluna
FIGURA 1.22
Inclinação
lateral
coluna lombar
da
FIGURA 1.23
Rotação lateral da coluna
lombar
Marcha
A função primordial da marcha é locomover o corpo de um ponto a outro por um ciclo
dividido em duas fases: a fase de apoio (quando o pé está em contato com o solo e suporta o
peso do corpo) (figura 1.24) e a fase de balanço (quando o membro sofre uma translação ou
avanço) (figura 1.25). A marcha normal inicia-se com o contato do calcanhar com o solo, com
o apoio progressivo de toda a borda lateral do pé, do antepé e dos dedos. Posteriormente, o
calcanhar e o mediopé vão se desprendendo do solo, o mesmo ocorrendo com o antepé e,
finalmente, o hálux. A marcha depende de vários mecanismos para que ocorra o equilíbrio. As
alterações dependem do tipo de lesão, que pode ser neurológica, ortopédica ou reumatológica.
O exame da marcha deve ser realizado durante a deambulação normal. Na marcha
normal, os músculos abdutores da extremidade sustentadora do peso do corpo se contraem e
matem a pelve de ambos os lados no mesmo nível, levemente elevados, para garantir o
equilíbrio do tronco. Quando existir alguma alteração em uma das articulações, o músculo se
modificará, podendo levar a um passo mais curto, e a fase de apoio terá menor duração.
Pede-se ao paciente para levantar e caminhar. Deve-se observar como ele se levanta, se
usa ou não os braços para esse procedimento, se necessita de auxilio, se usa prótese, ortese,
bengala ou andador. Em toda marcha, deve-se observar o conto com dos pés com o solo, a
posição, os moimentos do centro de gravidade, a força necessária para á marcha, o passo e o
ritmo. A seguir são descritas as marchas apresentadas por Carvalho (1994):


Marcha no quadril doloroso: a articulação afetada permanece em flexão durante a fase
de apoio. O paciente apresenta postura compensatória á hiperlordose lombar, enquanto
o pé torna-se eqüino. O corpo pode inclinar em direção ao quadril afetado e ficar
equilibrado nessa posição, aliviando o espasmo muscular.
Marcha unilateral do quadril: é observada em pacientes portadores de anquilose ou
artrose. Ocorre com um movimento combinado de membro inferior, pelve e coluna
22




lombar, no qual a pelve e o membro inferior são projetados para a frente, como se
fossem uma só peça.
Marcha na luxação unilateral ou bilateral do quadril: durante a fase de apoio do
membro luxado, o corpo inclina-se para o lado afetado e, no momento de deslocar esse
membro do solo, o tronco em sua totalidade efetua uma inclinação exagerada para o
lado oposto, com o objetivo de levar para a frente o referido membro. Quando existe
lesão em ambos os lados, a inclinação do tronco de um lado em relação ao outro tem
sido comparada á marcha do pato, semelhante á marcha miopática neurológica.
Marcha com encurtamento de um membro inferior: encurtamento de 1 a 2 cm não
alteram, muito os tempos e as formas da marcha. Encurtamento maiores são
compensados pela posição do equinismo do pé. Quando é muito grande, além do
equinismo, observa-se uma pronunciada descida da hemipelve correspondente durante
o apoio do referido membro.
Marcha na rigidez do joelho: como o paciente não pode fletir o joelho na fase de
passagem do membro posterior para o anterior, eleva demasiadamente o quadril no
lado acometido, para que o pé possa de deslocar.
Marcha na rigidez do tornozelo: o conato do pé com o solo faz-se de uma só vez e na
fase de impulso. Não podendo ficar na ponta do pé, o paciente flete demasiadamente o
joelho para processar o passo.
FIGURA 1.24
Marcha: fase de apoio
FIGURA 1.25
Marcha: fase de balanço
Articulações
9.
Inspeção das articulações
Na inspeção das articulações, deve-se observar:


Volume articular, edema: são decorrentes de derrames, espessamento dos tecidos
sinoviais e das margens ósseas da articulação. Acompanhar a evolução do processo
inflamatório ou traumático.
Deformidade: resulta do mau alinhamento dos ossos que constituem a articulação ou
das alterações do relacionamento entre as superfícies articulares. Deformidade em valgo
23

é o desvio da parte distal á articulação para longe da linha média. Deformidade em varo
é o desvio para a linha média.
Rigidez articular, movimentos articulares: rotação interna e externa, inclinação lateral,
flexão, extensão, abdução, adução.
Durante a inspeção, peça ao paciente para fiar de frente, observando inicialmente as
mãos e colocando-as sobre uma superfície plana com o objetivo de perceber alterações como
deformidades, edema, dor, rigidez articular, presença de nódulos ao longo das bainhas
tendineas, em especial no tendão flexor, que pode resultar em dedo em gatilho quando estendido
á força. A atrofia produz depressões entre os tendões extensores. É importante observar a parte
interna da mão, ou seja, a palma, avaliando volume muscular, atrofias, fraqueza unilateral ou
bilateral, comparando a sensação de tato bilateralmente.
A articulação do cotovelo deve ser examinada com o antebraço em extensão e, depois,
em flexão. Deve-se observar a presença de intumescências ou nódulos. No ombro, verificar a
simetria e o contorno (as anormalidades podem ser causadas, por exemplo, por deslocamento
ou fratura), bem como a presença de nódulos.
Para avaliar as articulações do quadril, dos joelhos e dos membros inferiores, inicie com
o paciente em pé, observando a postura, encurtamento de uma das pernas, dificuldade em
abduzir o membro inferior ou distrofias musculares. Faça o teste de Trendelemburg (peça ao
paciente para ficar em pé sobre uma das pernas e depois sobre a outra). Caso haja alguma
anormalidade na articulação coxofemoral ou distrofia muscular, a pelve desce. Em seguida,
solicite ao paciente que se deite, observando a altura das cristas ilíacas, que deve ser a mesma
em ambos os lados. Flexione uma das pernas ao Maximo, e caso encontre resistência ou
dificuldade em abduzir, avalie bilateralmente.
A articulação do joelho deve ser examinada quanto a simetria, forma e volume. Avaliar
em extensão e flexão, observando queixas de dor, alem de pesquisar intumescência do tipo
nódulos, bolsas, edema ou derrames, que podem causar espessamento da sinóvia e hemorragia
intra-articular. Na articulação do tornozelo, deve ser estudada a flexão plantar e a dorsiflexão,
incluindo a amplitude. Segure o calcanhar com uma das mãos e, com a outra, a planta do pé,
fazendo o movimento de inversão e eversão. A inversão e a eversão do pé ocorrem em ambas
as articulações, subtalar e mesotarsal. Procure observar qualquer anormalidade (nódulos,
edema, crepitações, rigidez articular). Os edemas de extremidades bilaterais podem estar
relacionados a doenças cardíacas, renais ou hepáticas. Quando unilateral, o edema pode estar
relacionado a traumas.
24
9.1
Palpação das articulações
A palpação se constitui, na segunda fase do exame, das articulações e propicia maior
fundamentação aos dados percebidos na inspeção. Na palpação de partes moles, avaliam-se as
queixas álgicas, as intumescências, a natureza de qualquer edema, o gradiente térmico, o tônus
muscular (hipotonia ou hipertonia), a consistência e o contorno de cada músculo, além da
rigidez articular, verificando se há dor e se existe ou não sensibilidade na região. Essa
sensibilidade deve ser pesquisada na ausência de alteração sensorial em alguma região da mão
ou do corpo. Se, eventualmente, um dos membros superiores apresentar alteração, deve-se
investigar lesões na altura da coluna cervical, do plexo braquial ou da raiz de T1 A palpação da
parte óssea procura avaliar as protuberâncias, a forma, as deformidades, a presença de estalidos
e crepitação, a perda de continuidade óssea e as áreas doloridas.
Ao se encontrar um aumento localizado, torna-se importante investigar sua
característica e consistência, pois uma massa levemente esponjosa sugere espessamento
sinovial, podendo estar associada a artrite reumatoide. Pode-se encontrar, também, derrame
flutuante, quando o liquido é deslocado de uma parte da articulação. As massas moles e
flutuantes sugerem bolsas aumentadas. As massas mais duras ocorrem na artrite reumatoide.
Na avaliação da sensibilidade, a margem articular e as superfícies ósseas adjacentes aos
ligamentos e aos tendões circulantes deem ser palpadas com cuidado. Diante de um processo
inflamatório, todo o seu contorno palpável será doloroso. Nos processos degenerativos, a
sensibilidade estará aumentada nas estruturas adjacentes á articulação. A falta ou a diminuição
da sensibilidade poderá estar relacionada ao problema de coluna, como compressão das
vértebras.
Com relação a temperatura, avaliar primeiro a articulação afetada e, em seguida, a outra,
deslizando a mão acima abaixo das margens da articulação, comparando bilateralmente. A
amplitude do movimento articular deve ser examinada, verificando se é limitada por dor e se
há instabilidade. Peça ao paciente para manter as articulações em posição nutra, com os
membros inferiores estendidos e os pés em dorsiflexão a 90°, e os membros superiores também
na posição neutra. Avalie inicialmente os movimentos ativos da coluna, dos membros inferiores
e superiores. Caso perceba alguma restrição durante a movimentação, realize-os de forma
passiva. Partindo na posição neutra, avalie os graus de flexão e extensão. Se a extensão da
amplitude de movimento (p. ex., se o joelho falha em 30° ao atingir a posição em extensão),
descreva-o como sendo: deformidades e em flexão de 30° ou falta de extensão de 30°. É
importante para os enfermeiros conhecer a amplitude de movimento em relação ao
posicionamento no leito para a realização de suas atividades de vida diária.
25
Para o cotovelo e o pulso, a extensão é descrita como dorsiflexâo, e flexão, como flexão
palmar. A amplitude de movimentos varia entre cada indivídua. Uma amplitude excessiva pode
ser constitucional ou patológica. Observe cuidadosamente a existência de dor durante o
movimento articular. Na doença articular, há presença de dor em algum ponto de movimento,
principalmente, perto da articulação (p.ex., ligamentos ou bolsa) e pode ser restrita a uma faixa
ou tipo particular de movimento, causando instabilidade.
Para medir a amplitude de movimentos do quadril, coloque o paciente deitado na
posição supina, mantendo a pelve imóvel. Mantenha a sua Mao livre na crista ilíaca anterior
superior, a fim de perceber a movimentação. Teste a flexão dobrando a perna com o joelho
fletido sobre o abdome. A abdução é medida levando-se a perna para fora, até o ponto em que
a pelve parece mover. Palpe a articulação para qualquer crepitação. As rotações interna e
externa são testadas com o quadril e os joelhos fletidos. A extensão é mais bem avaliada
ficando-se em PE, atrás do paciente, e levando sua perna para trás, até o ponto em que a pelve
começa a rodar.
10.
Conclusão
26
Concluímos que o sistema locomotor é formado pelos ossos, articulações e músculos
esqueléticos, e representa a integração entre o sistema esquelético e sistema muscular. O
sistema esquelético tem como função a sustentação do corpo, a proteção de órgãos internos, e
o sistema muscular é responsável pela estabilidade corporal, produção de movimentos e
sustentação do corpo. Sendo assim o sistema locomotor é responsável pela sustentação,
locomoção e movimentação do corpo, exercendo outras funções importantes, tais como
mastigação, fala, respiração, entre outros. A prática de exercícios físicos é indispensável, pois
traz diversos benefícios para a saúde e melhoria do bom funcionamento do organismo. Uma
boa anamnese e um exame físico bem feito pela enfermagem podem contribuir para o
tratamento e diagnosticar problemas associados ao aparelho locomotor, e com isso elaborar um
planejamento.
27
11.
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