Enviado por mateusjoseandir

Artigo SIG

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Mateus José Andir
[email protected]
Data 06/08/2019
APLICABILIDADE DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA
AREA GESTÃO AMBIENTAL
Introdução
A observação e a representação da superfície terrestre são partes importantes na
organização das sociedades e na gestão ambiental. Vivemos em um mundo de natureza
espacial, lidando diariamente com um complexo conjunto de interações espaciais e
tomando
regularmente, de maneira intuitiva, decisões que envolvem conceitos de
distância,
direção e localização relativa. No passado informações espaciais eram
coletadas por guerreiros, navegadores e exploradores e representadas graficamente pelos
antigos cartógrafos através de mapas. Na era moderna, a necessidade de armazenamento,
análise e apresentação de um volume cada vez maior e mais complexo de observações
sobre o planeta levou à utilização de computadores para a manipulação destes dados e ao
desenvolvimento de sistemas automatizados sofisticados, que são conhecidos como
Sistemas de Informação Geográfica ou simplesmente SIG.
Sistema de Informações Geográficas
Existem muitas definições para SIG e, portanto, torna-se difícil selecionar uma
definitiva (Heywood, et al., 1998). Maguire (1991) oferece uma lista de onze definições
diferentes. Essa variedade pode ser explicada, como Pickles (1995) sugere, pelo fato de
que uma definição de SIG depende de quem a está fazendo, de seus interesses e pontos
de vista.
Algumas definições mais simplificadas dão uma idéia do que um SIG é, mas por outro
lado oferecem apenas uma visão superficial dessa poderosa ferramenta. Rhind (1989);
Por exemplo, propõe que um SIG é um sistema de computador que controla e
usa dados descrevendo lugares na superfície da Terra. Outras, mais completas,
como a de Burrough (1986): “um conjunto de ferramentas para coletar,
armazenar, recuperar, transformar e mostrar dados espaciais sobre o mundo real
para um conjunto particular de objetivos”, dão uma melhor idéia do que é um
SIG, bem como do que ele pode fazer.
Para facilitar o entendimento sobre o que é um Sistema de Informação
Geográfico, podemos analisar o significado de cada uma das partes que compõe esta
terminologia:
o Sistema: conjunto de entidades e actividades conectadas que interagem
para um propósito comum.
o Sistema de Informação: é um conjunto de processos, executados sobre
dados brutos, para produzir informações que podem ser úteis durante a
tomada de decisão
o Sistemas de Informação Geográfica: tratam de fenómenos distribuídos
espacialmente, dentro de uma área geográfica específica.
Os SIGs então, tratam de dados espaciais, ou seja, dados que descrevem fenômenos aos
quais está associada alguma dimensão espacial. O SIG utiliza uma classe particular de
dados espaciais: os dados georreferenciados ou geográficos, que são
aqueles que
descrevem fatos, objectos e fenómenos do globo terrestre, associados à sua localização
sobre a superfície terrestre, num certo instante ou período de tempo, ou seja, possuem
três dimensões: temporal, temática e espacial.
A característica temporal indica quando foram coletados. Características temáticas são
normalmente referidas como atributos e são características associadas aos elementos
espaciais para fornecer informação adicional sobre os mesmos.
A localização geográfica por outro lado é uma característica inerente à informação e
indispensável para sua análise (Alves, et al., 2000). Resumidamente, SIGs podem ser
usados para adicionar valor a dados espaciais, permitindo que os mesmos possam ser
organizados e visualizados eficientemente, transformando-os em informação. Propicia
também a integração de diversos tipos de
dados, em diferentes escalas, criando
informações novas e ajudando na tomada de decisões.
Câmara (1993) afirma que a característica fundamental de um SIG é sua
capacidade de armazenar, recuperar e analisar mapas num ambiente
computacional. Um mapa é uma representação gráfica de fenômenos
geográficos, geralmente em uma
superfície plana. Num ambiente
computacional, a noção de mapa deve ser estendida para incluir diferentes tipos
de dados geográficos, como imagens de satélite e modelos numéricos de terreno
(MNTs), que desta forma podem ser representados e visualizados em três
dimensões.
Aplicação dos sistemas de informação geográfica na gestão ambiental
Com a crescente expansão das atividades humanas sobre o meio ambiente tem
gerado aumento expressivo da demanda por tecnologias de manejo ambiental. A
necessidade de mapeamento, manejo e monitoramento dos recursos naturais renováveis
e não renováveis tem resultado na evolução tecnológica dos sistemas de informações
geográficas.
Com o aumento da população mundial, iremos cada vez mais nos espremer no pequeno
planeta Terra em busca de mais comida, água potável e combustível. Como resultado, o
manejo adequado dos recursos naturais talvez seja o maior problema enfrentado pela
humanidade. Os SIGs, utilizados inicialmente apenas no auxílio à elaboração de mapas,
vêm sendo cada vez mais utilizados na extração de informações e tomada de decisões,
inclusive de ordem ambiental. é
Deste modo, pode-se apontar pelo menos quatro grandes dimensões dos
problemas ligados aos Estudos Ambientais, onde é grande o impacto do uso dos SIGs:
mapeamento temático, diagnóstico ambiental, avaliação de impacto ambiental,
ordenamento territorial e os prognósticos ambientais.
Os estudos de mapeamento temático visam entender e caracterizar a organização
do espaço, por exemplo, em levantamentos temáticos (geologia, solos, cobertura
vegetal).
Em se tratando de diagnóstico ambiental, temos o estabelecimento de estudos específicos
sobre regiões de interesse, com vistas a projetos de ocupação ou preservação.
Os projetos de avaliação de impacto ambiental envolvem o monitoramento dos resultados
da intervenção humana sobre o ambiente e os trabalhos de ordenamento territorial buscam
normalizar a ocupação do espaço, racionalizando a gestão do território visando um
desenvolvimento sustentável.
Diante desse contexto, uma série de aplicações podem ser desempenhadas pelos SIGs na
Gestao ambiental:
 Planeamento de solo urbano
 Monitoramento de áreas de preservação ambiental;
 Monitoramento de focos de incêndio;
 Criação de mapas temáticos com índices de desmatamento e reflorestamento;
 Delimitação de áreas com potencial turístico.
Técnicas de SIG Planeamento de solo urbano
Para se fazer face a um planeamento de solo urbano, usando os SIG. É necessários
que façamos os usos de algumas ferramentas de sistema de informação geográfica (SIG),
como o arcGIS, Google Aerth e QGIS são softwares que vão me ajudar para fazer um
planeamento urbano. Entre os softwares mais utilizados no mundo está o SPRING
(Sistema de Processamento de Informações Geográficas) um software desenvolvido pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que segundo VINHAS, 2002 (possui)
funções de processamento de imagens, análise espacial, modelagem numérica de terreno
e consulta a bancos de dados espaciais.
Visto que softwares esses vão possibilitar fazer um diagnostico ambiental para a
implementação ou colocação de uma infra-estrutura. Sendo assim os SIG vão ajudar a
fazer um diagnostico e responder algumas questões apenas com a representação gráfica.
Questões essas como:
 Qual é o melhor lugar para construir um novo posto de saúde, dentre os terrenos
da cidade, considerando a densidade demográfica, e as áreas de abrangência do
posto de saúde?
 Quais são as áreas da cidade não atendidas eficientemente pelo sistema de
transporte colectivo considerando, por exemplo, a densidade demográfica?
 Como localizar lotes planos com mais de 4.500 m² para construção de um novo
mercado?
 Quais dos domicílios que ocupam irregularmente uma área da cidade cumprem
simultaneamente com os requisitos para proceder a sua regularização ou DUAT?
 Quais são as áreas de risco ambiental da cidade e quais as ocupações irregulares
nestas áreas?
 As construções desordenadas, aumentaram ou diminuíram e onde se concentraram
o maior numero de construções desordenadas?
E na verdade, os limites da aplicação do Geoprocessamento no planeamento de
solo urbano ou na administração de uma cidade estão na imaginação do gestor e não na
própria tecnologia.
Planeamento Urbano e Meio Ambiente
 Mapeamento do uso actual do solo.
 Mapeamento do zoneamento e uso do solo.
 Cadastro de equipamentos públicos e do mobiliário urbano.
 Estudos demográficos com dados do censo no nível dos bairros.
 Elaboração do mapa ambiental da cidade de Tete.
Controle Urbano
 Licenciamento de obras.
 Fiscalização de obras.
 Controle ambiental.
Finanças
 Manutenção do cadastro imobiliário.
 Manutenção do cadastro mobiliário ou comercial.
Saúde
 Abrangência da rede física existente (centros e postos).
 Estudos de localização de novas unidades de saúde.
 Vigilância sanitária.
Educação
 Abrangência da rede física existente (escolas publicas e privadas).
 Estudos de localização de novas escolas.
Transporte e trânsito
 Planeamento e controle do trânsito.
 Sinalização vertical e horizontal.
 Pontos críticos (congestionamentos e acidentes).
Infra-estrutura e obras públicas
 Mapeamento e actualização da rede de drenagem pluvial.
 Mapeamento e actualização das redes de serviços de terceiros (energia, esgoto,
gás, telefonia).
 Mapeamento da iluminação pública.
 Planeamento e acompanhamento de obras executadas pelo Município.
 Planeamento e acompanhamento de obras contratadas pelo Governo de
Moçambique.
Habitação
 Mapeamento de assentamentos desordenadas.
Serviços Urbanos
 Colecta de lixo.
 Manutenção do cadastro de praças.
 Cadastro de bancas.
Exporte e lazer
 Cadastro de parques, ginásios e áreas de exportes.
 Estudos demográficos para localização de novas áreas de lazer.
Exemplos da aplicação dos SIG na Gestão Ambiental.
Com o objectivo de obter mapas temáticos de uso e ocupação de solos na cidade
de Tete quanto na divisão administrativa da província de Tete. Estes mapas podem ser
usados para fins de planeamento urbano pelo município ou para qualquer estudo social
ou económico dos órgãos do estado, Abaixo ilustra alguns dos exemplos de Mapas por
mim elaborados.
Figura 1: mapa de divisão administrativa da província de Tete.
Obtenção de mapas temáticos com Indicadores dos bairros e ocupação.
Figura 4: Mapas temáticos a partir de dados openstrretMaps: uso e ocupação dos solos
Com este tipo de mapa ou representação cartográfica consiste na resolução do problema
de ocupação irregular de uma área de preservação ambiental. Na invasão encontram-se casas de
padrão médio nas áreas mais consolidadas, áreas susceptíveis a inundações etc.
Figura 3: Mapa temático de um bairro a partir de imagem satélite
Através do mapeamento das superfícies, foi possível estabelecer percentagens
médias de ocupação de cada tipo de cobertura classificada das unidades de análise para o
planeamento urbano na cidade de Tete. Esta analise e importante para entender como o
espaço urbano destinado ao loteamento e apropriado pelos diversos tipos de cobertura e
como fazer o planeamento e gestão do mesmo.
2.1.2.Controle de queimadas
Em Mocambique, quase na totalidade das queimadas é causada pelo homem por
razões muito variadas: na limpeza, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual
de cana-de-açúcar e etc.
Como parte do esforço de monitorar e minimizar o fenômeno das queimadas descobriuse que os sistemas de informacao Geograficas podem ser usadas para ajudar a monitorar
e minizamizar os danos em Grandes escalas.
2.1.3.Desmatamento e reflorestamento
Em Mocambique, diversas pesquisas são realizadas na área de monitoramento dos
desmatamentos, principalmente os que atingem a área exploracao da madeira. Com isso
os SIGs podem se aplicados para monitorar as atividades realizadas nessa área, apoiando
assim os pesquisadores e os fiscais.
2.1.4.Na Agricultura
Atualmente, obter altos índices das colheitas é vital para as propriedades rurais. A
realidade econômica da agroindústria mundial tem obrigado os produtores rurais a buscar
novas formas de aumentar os rendimentos em suas propriedades. Para atender a esse novo
paradigma, novos conceitos, métodos e técnicas, como a agricultura de precisão, devem
ser incorporadas ao processo produtivo da agropecuária, envolvendo mudanças radicais
de atitudes em relação ao que se pratica hoje. A falta de conhecimento adequado sobre os
diferentes ecossistemas, com a conseqüente utilização de tecnologias inadequadas, tem
contribuído para a perda de competitividade econômica do setor agrícola, bem como para
a degradação ambiental. Os compromissos assumidos ao nível do desenvolvimento
sustentável obrigam a adoção de tecnologias avançadas com o objetivo de diminuir as
diferenças entre as produtividades experimental e real.
Abaixo estão relacionadas alguns benefícios advindos da utilização dos SIGs na
agricultura:

Obtenção de locais de baixa e mínima produtividade usando a tecnologia GPS,
mapeando essas áreas para posterior correção do problema;

Maximização dos retornos através da aplicação correta da informação gerada e
com as ferramentas corretas, possibilitando realizar intervenções reduzindo e
distribuindo de forma mais eficiente os insumos da lavoura;

Utilização dos insumos de forma mais racional, possibilitando a redução do
impacto dos mesmos sobre o meio ambiente, através de aplicações localizadas de
fertilizantes e herbicidas, tornando estas atividades mais sustentáveis;

Armazenamento de dados;

Dados de diversos períodos armazenados eletronicamente;

Gerenciamento localizado, previsão de produção, cruzando informações de outros
períodos, com clima, ataques de insetos e doenças;

Determinação da quantidade de nutrientes a serem aplicados em determinada área.
Os SIGs e suas aplicações comerciais
A maioria das decisões comerciais envolve algum tipo de informação geográfica.
A tecnologia SIG fornece, aos usuários financeiros, percepções a respeito de hábitos de
consumo, comportamento financeiro e demanda por produtos e serviços. Como resultado
eles conseguem definir melhor seu público-alvo.
No mercado imobiliário, os SIGs podem integrar grande quantidade de dados em um
formato comum, o mapa. A agregação de uma extensa variedade de informações afeta a
atratividade e o valor de uma propriedade, resultando em uma representação mais acurada
da adequação do imóvel ao uso pretendido.
Conclusão
Feitas as abordagens referentes ao trabalho chega-se as seguintes ilações: Diante
do exposto, foi observado que os sistemas de informações geográficas (SIG), com os
banco de dados (que em alguns casos são denominados banco de dados espaciais) Eles
observam os fenômenos geográficos sob diferentes visões e objetivos. Diante disso, os
dados geográficos ou não geográficos relevantes para determinada finalidade podem ser
irrelevantes para outra aplicação. A relação ou importância entre a resolução e
detalhamento das informações quanto à freqüência de atualização também variam. Em
detrimento a estes vários perfis de usuários, somados a uma diversidade de aplicações dos
sistemas de informações geográficas pode se observar na gestao ambiental.
Bibliografia
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Calijuri, M.L. 1995. Sistemas de informação geográfica II. Universidade Federal de
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