Aqui é apresentado um resumo, (junto de análises próprias), da palestra do professor LAURO V. S. NARDI, com o título “A Filosofia e o Método na Ciência Geológica”, disponível em: (https://www.youtube.com/watch?v=3ISoCxr3sbw&t=893s) (acesso em 29 de março de 2020). A desassociação da filosofia e da ciência vem sendo habitual nos últimos tempos, algo incomum, visto que a segunda tem suas origens na primeira. O professor pontua a importância que a filosofia tem na interpretação dos âmbitos que constituem a vida formular conceitos para organizar ideias próprias, trazendo a filosofia ética nas ciências geológicas, como ele mesmo cita, buscando a conexão da natureza com o ser humano, sem dissociá-los. A crítica que o professor faz de que, certos estudiosos substituem Deus pela ciência parece totalmente coerente. Levando a ciência como verdade plena, esquecendo que a ciência é formulada por hipóteses, não como verdade absoluta, mas como uma evolução das “ideias”, sendo descartados modelos de pensamento que não se enquadram com a “realidade” visível ao observador que estuda o objeto. Reforçando seu pensamento traz os ideais de James Hutton, considerado por nós como um dos pais da geologia, pai do uniformitarismo, "Não é possível sabermos o que as coisas são em si mesmas, mas somente o que elas são em nosso pensamento." (1788), ou seja, o conhecimento teórico empírico é presente nos nossos pensamentos como ponto de vista próprio, não necessariamente como a “realidade”, aliás o uso próprio da palavra “realidade” entra em desuso, visto que, o real está presente de forma subjetiva. O professor ainda traz David Humme (1712-1776), considerado pai do empirismo, apresenta estes conceitos de que não sendo algo matematicamente provável (empírico), não se trata de uma teoria conceitual, mas entretanto, sem fugir da tolerância e liberdade de questionamentos em comunidade científica, mostrando a importância do diálogo, mesmo que seja questionador, desde que embasado com tolerância. Dessa importância de que sabemos que sabemos, questionadores, afinal homo sapiens sapiens, hominídeo que sabe que sabe, questiona, mas por vezes esquece que aquele conceito, apesar de bem formulado com dados empíricos, nunca será a verdade absoluta. A natureza é um emaranhado de pontos perdidos e bagunçados, a ciência busca conectar e acomodar estes pontos para buscar a organização nas ideias, levando assim a aproximação de alguma teoria com a verdade, verdade essa que nunca será alcançada plenamente. A leitura de mais um artigo pode acrescentar muito estes pensamentos, “O século XX e as rupturas entre o real científico e o senso comum” de autoria do professor Ernesto Lavina, coordenador do PPG em Geologia da UNISINOS.