GRÉCIA ANTIGA COMO SURGIRAM AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES DA GRÉCIA ANTIGA? Foi na Ilha de Creta por volta do ano 3000 a.C., que surgiu a primeira civilização na região da Grécia. A civilização cretense esteve estreitamente ligada à vida marítima (por ser uma ilha), além de ser um ponto de encontro entre os povos da Grécia Continental e aqueles que ocupavam a Região do Mesopotâmia e do Egito. Por conta desse contato mais diversificado, o desenvolvimento de uma cultura bastante rica foi favorecido, cujo objetivo era valorizar a beleza e as expressões artísticas. A civilização cretense também ficou conhecida por civilização minoica. Isso se deve ao fato de que os reis eram conhecidos por minos. No que se refere à política, eles eram caracterizados como uma monarquia. Pré-Homérico (XX – XII a.C.) Diversos povos indo-europeus, entre eles os aqueus, os jônios (que mais tarde fundaram a cidade de Atenas) e os eólios, se estabelecem na península Balcânica a partir de diversos fluxos migratórios. Últimos a chegarem, os dórios (que mais tarde fundaram a cidade de Esparta) conseguem dominar a cidade de Micenas e passam a ter o controle da região do Peloponeso. Diante do domínio dos dórios, outros povos se dispersam e passam a povoar outras regiões do litoral grego e da Ásia Menor, no que ficou conhecido como primeira diáspora grega. Homérico (XII – VIII a.C.) Após a diáspora, os gregos se espalharam pela região balcânica e se organizaram em pequenas unidades produtivas chamadas “genos”. Baseados na propriedade coletiva da terra, os genos eram formados por grandes famílias, sob o comando de um líder, o “pater”, que possuía diversas funções (política, religiosa e militar). Cada pater e seus parentes mais próximos eram os proprietários das melhores e maiores terras. Assim, a sociedade passou a se dividir da seguinte maneira: Eupátridas: proprietários de grandes terras Georgóis: pequenos agricultores Thetas: os que nada possuíam Com o tempo, essas unidades se tornaram incapazes de abastecer toda a população que vivia dela e começaram a se desagregar. A migração em busca de melhores condições de sobrevivência provocaria a segunda diáspora grega. HOUVE A GUERRA DE TROIA Arcaico (VIII – VI a.C.) Com a crise e declínio dos genos, os antigos “paters” passaram a distribuir suas terras, anteriormente propriedades comunais. Com a distribuição desigual da propriedade privada, surge a classe dos aristocratas e começa a formação do que daria origem às cidades-estados gregas. Principais unidades político-administrativas do povo grego, as cidades-estados passaram a desenvolver modelos próprios de organização interna e de governo. Os dois casos modelos são Atenas e Esparta. Esparta: a pólis militar ⠀ A sociedade espartana era divida em três classes: Espartíatas: eram a elite fundiária, descendente dos conquistadores dórios. Detinham o privilégio sobre os direitos políticos e civis. A principal atividade dos espartanos era a carreira militar. Periecos: Eram pessoas livres, descendentes dos antigos habitantes da Lacônia que foram conquistados pelos dórios. Não tinham direitos políticos; dedicavam-se ao comércio e a produção de pequenas manufaturas. Hilotas: Eram a base da sociedade espartana e viviam em condições servis. Trabalhavam e moravam nas propriedades dos espartanos; eram obrigados a pagar uma taxa anual referente à produção agrícola e não podiam abandonar a terra. Os valores cultuados pelos espartanos eram todos próprios dos homens naquela sociedade: a guerra, a força física, o heroísmo na ação militar. A principal função das mulheres era procriar filhos saudáveis para garantir futuros oficiais do exército. Em Esparta, adultos e crianças pertenciam ao Estado. De acordo com a sua filosofia militarista, a obediência, a disciplina e a hierarquia, além da valentia física, eram qualidades muito apreciadas. Por isso, a educação das crianças que pertenciam à classe dominante objetivava esses valores, deixando de lado questões éticas e morais. Política Espartana Reis: a cidade era governada por dois reis que possuíam funções militares e religiosas. Tinham vários privilégios. Assembleia: constituída pelos cidadãos, que se reuniam na Apella (ao ar livre) uma vez por mês para tomar decisões políticas como, por exemplo, aprovação ou rejeição de leis. Gerúsia: formada por vinte e oito gerontes (cidadãos com mais de 60 anos) e os dois reis. Elaboram as leis da cidade que eram votadas pela Assembleia. Atenas: A pólis política A sociedade ateniense era divida em classes: Eupátridas: Eram aqueles nascidos de pai e mãe atenienses e tinham a cidadania como direito de nascimento. As mulheres atenienses tinham a tarefa de cuidar das crianças pequenas e dos idosos. Sua condição era de submissão aos homens. Georgóis: pequenos proprietários, também livres e considerados cidadãos; Demiúrgos: comerciantes que enriqueceram e também possuíam o status de cidadãos; Metecos: Eram os estrangeiros e seus descendentes. Não tinham direitos civis nem políticos e tinham que pagar impostos por sua permanência em Atenas. Escravos/Thetas: Eram a base de sustentação de Atenas. Faziam trabalhos domésticos, artesanais, agrícolas, pastoris, e de mineração. Uma pessoa tornavase escrava por dívidas, por nascimento ou por ser prisioneira de guerra. Essa estrutura social, a partir do século VII a.C., começa a passar por crises em razão dos conflitos provocados pelas diferenciações sociais. Crises e reformas políticas Como a escravidão por dívida era permitida, muitos georgóis que fizeram empréstimos junto aos eupátridas e não conseguiram pagá-los, não apenas perderam suas propriedades como também se tornaram escravos. As pressões resultantes dessa crise provocaram importantes reformas na sociedade e na política atenienses, que podemos resumir da seguinte forma, de acordo com os governantes que as implantaram: Drácon (621 a.C.) Foi o primeiro a propor leis escritas e a torná-las públicas, já que antes ficavam restritas ao conhecimento dos eupátridas. Contudo, Drácon não promoveu maiores mudanças sociais e políticas para as camadas menos favorecidas. Sólon (594 a.C.) Aboliu a escravidão por dívida e promoveu uma série de reformas que visavam reduzir alguns dos privilégios dos bem-nascidos. Para isso, elaborou uma divisão censitária da sociedade ateniense, que levava em conta a renda - e não o nascimento . TIRANIA ENTRE DRACON E SÓLON (pesquisar) Clístenes (510-507 a.C.) Instituiu um sistema de divisão e organização da população em demos (de onde vem o nome democracia), que eram agrupados em tribos. Por sua vez, as tribos escolhiam representantes para participar da “Bulé”, com o objetivo de aprofundar a participação dos cidadãos na vida política da cidade. Clístenes também estabeleceu dois princípios políticos importantes, o da “isonomia”, que previa que todos os cidadãos eram iguais perante a lei, e o “ostracismo”, exílio de dez anos imposto aos que fossem considerados perigosos a Atenas. A democracia ateniense A democracia em Atenas, contudo, apresentava diferenças em relação às democracias modernas. A principal delas é que apenas os considerados cidadãos possuíam direitos políticos. Para ser cidadão, era necessário ser homem, filho de pais atenienses, livre e maior de idade. Dessa forma, mulheres, crianças, escravos e estrangeiros estavam excluídos das decisões políticas. Período Clássico - Século VI – IV a.C. Esse período foi marcado não só pela ascensão do teatro, da música e da filosofia, mas também pelas guerras e batalhas decisivas, como as Guerras Médicas (ou Guerras Greco-Persas). Guerras Médicas: em que batalharam gregos contra persas. A causa da guerra se deveu ao fato de que os persas estavam expandindo o seu território, a conquistar colônias gregas e dominavam, assim, o comércio do Mar Egeu. Os gregos não aceitavam essa hegemonia e entraram na disputa pelas terras da Ásia Menor. Na segunda guerra médica, é criada a Liga de Delos , que tinha como objetivo fortalecer as defesas das cidades gregas. Vitória dos gregos. Como os atenienses lideraram os gregos contra os persas, após a vitória grega, teve início da hegemonia de Atenas Guerra de Peloponeso Após as Guerras Médicas surgem conflitos, agora não de gregos contra persas; trata-se de uma guerra civil entre gregos chamada de Guerra de Peloponeso. O objetivo da criação da Liga de Delos não foi cumprido, uma vez que Atenas começou a usufruir de benefícios próprios em detrimento das demais cidades gregas. Assim, é criada a Liga de Peloponeso, liderada por Esparta, que tinha como objetivo a luta contra a Liga de Delos, liderada por Atenas. Esparta sai vencedora e garante, assim, a hegemonia na Grécia antiga. Apesar de sua vitória na Guerra do Peloponeso, Esparta não conseguiu dominar as demais cidades. A cidade de Tebas, sua antiga aliada, rebelou-se, e os tebanos expulsaram os espartanos do seu território. Em Esparta, Atenas e Tebas começaram a lutar entre si, acabando por eliminar as poucas forças que haviam sobrado das antigas cidades-Estado, poderosas e independentes. Em 335 a.C., quando o rei da Macedônia (Filipe II) invadiu Tebas, as cidades gregas não conseguiram resistir, pois, encontravam-se seriamente debilitadas por causa da luta interna; dessa forma, caíram sob o domínio dos macedônios. Helenístico (III – II a.C.) Com o enfraquecimento das cidades-estados, a Grécia foi conquistada por Filipe II, rei da Macedônia. O filho de Filipe II, Alexandre, o Grande, havia sido aluno de Aristóteles em Atenas e compartilhava da cultura grega. Ao expandir os domínios do pai, Alexandre não apenas dominou vastas áreas e conquistou outros impérios, como difundiu a cultura grega pelo Oriente. Essa fusão entre a cultura grega e a cultura oriental, promovida pelas expedições de Alexandre, ficou conhecida como Helenismo. SOCIEDADE NA GRÉCIA ANTIGA Atenas, permitia a escravidão, por causa de guerras ou dívidas. Já Esparta, por exemplo, não mantinha muitos escravos. Esparta contava com servos estatais (hilotas), que pertencia ao governo espartano. ⠀A Influência da Grécia Antiga nos dias atuais A herança cultural da Grécia se estende por todo o Ocidente até os dias de hoje. Convivemos diariamente com inúmeras criações gregas, entre elas: Jogos Olímpicos: a reunião de varias nações no período de 4 em 4 anos, com competições em diversos jogos esportivos; Artes Plásticas: a pintura e as esculturas gregas são classificadas até hoje como clássicas e harmônicas, influenciando grandes artistas; Filosofia: no ensino das ciências humanas, autores e filósofos como Sócrates e Platão são citados como referências importantes; Matemática: grandes matemáticos como Pitágoras e Tales de Mileto têm as suas descobertas usadas no ensino das ciências exatas; Democracia: instituída em Atenas, a democracia é praticada em diversos países, como o Brasil. Teatro: criado para representar as emoções e alegrar o povo, o teatro ganhou ainda mais força nos últimos séculos, influenciando diversas pessoas, se tornando um grande meio de entretenimento na sociedade Ocidental.