ELETROTERAPIA INTRODUÇÃO Prof.ª: Kátia Damasceno ELETROTERAPIA A denominação clássica de eletroterapia consiste na aplicação da eletricidade com finalidade terapêutica. Consiste na aplicação de energia eletromagnética ao organismo, com o fim de produzir sobre eles reações biológicas e fisiológicas . Jones E. Agne,2007 ELETROTERAPIA A eletroterapia vem sendo cada vez mais utilizada nos tratamentos estéticos faciais e corporais, sendo até considerada como fundamental por muitos profissionais da área. Por esse fato, torna-se imprescindível o conhecimento pleno das técnicas e sua correta utilização, evitando lesões. ELETROTERAPIA Quando se fala em eletroterapia, tem-se que ter consciência dos efeitos da eletricidade em nosso organismo, pois, quando se pensa em tratamentos estéticos, baseados na eletroterapia, pode-se dizer que ela vai estimular ou inibir a eletricidade do nosso organismo, baseando-se na terapêutica aplicada. FREGUÊNCIA A frequência (Hz) é a quantidade de repetições por um determinado tempo. A faixa de frequência terapêutica do nosso organismo é de 1 à 200Hz, quando se refere à corrente elétrica excitomotora. Fora isso o nosso organismo não trabalha, portanto não existe terapia. FREGUÊNCIA » 1-10Hz – alcança músculo liso (exemplo vasos linfáticos); músculo esquelético do tipo I; Analgesia. » 30-100Hz – alcança músculo esquelético tipo II. » 80-200Hz – alcança analgesia. Não adianta aplicar frequências mais elevadas, para correntes exitomotoras porque não existe nada no organismo que trabalhe fora dessas frequências. PARÂMETROS FÍSICOS • Eletricidade É uma forma básica de energia na ciência física e pode produzir efeitos sobre os tecidos. • Carga Elétrica É uma propriedade física, com cargas positivas e negativas. A carga é carregada por elétrons (negativa) e prótons (positiva). PARÂMETROS FÍSICOS Cargas iguais se repelem umas às outras, enquanto cargas opostas se atraem. » Átomo: Formado por elétrons e prótons. » Íons: São átomos carregados positivamente ou negativamente. Átomo (positivos) cátions. Átomo (negativos) ânions. Os tecidos biológicos são condutores, porque os íons são livres para se moverem, quando expostos às forças eletromotrizes. PARÂMETROS FÍSICOS • Campo Elétrico Um campo eletromagnético é um espaço onde agem forças magnéticas, que se formam em torno de um condutor elétrico. Quando há uma corrente elétrica num condutor, não somente o condutor é submetido a alterações, mas também a região que o circunda sofre modificações. Forma-se um campo eletromagnético em volta do condutor. PARÂMETROS FÍSICOS • Pulso (ms ou μs) Largura de fase da onda, a medida de onde inicia até onde termina uma onda, em cada pulso se obtém uma determinada quantidade de energia já preestabelecida. • Frequência (Hz) Frequência é a quantidade de pulso em um determinado tempo. PARÂMETROS FÍSICOS • Relação Frequência versus largura de pulso Sempre que for alterada a frequência de um equipamento é o repouso do pulso que está sofrendo alteração. É uma grandeza física associada a movimentos de característica ondulatória que indica o número de revoluções (ciclos, voltas, oscilações etc) por unidade de tempo. PARÂMETROS FÍSICOS • Relação Frequência versus largura de pulso Sempre a frequência é inversamente proporcional a largura da onda, quanto maior a largura da onda menor a frequência. E quanto maior a frequência menor a resistência cutânea, portanto mais agradável é a corrente. PARÂMETROS FÍSICOS Classificação das Frequências: » Baixa Frequência: 1 a 1.000 Hz, mais utilizada na prática clínica a faixa de 1 a 200Hz. Galvânica, Farádica, Diadinâmicas, Tens e FES. » Média Frequência: 1.000 a 100.000 Hz, sendo utilizado na eletroterapia de 2.000 a 4.000 Hz. Interferêncial e Corrente Russa. » Alta Frequência: Acima de 100.000 Hz. Ondas Curtas, Ultracurtas, Decimétricas, Microondas, Ultrassom. PARÂMETROS FÍSICOS • Intensidade (μA ou mA) Quando se aumenta a intensidade no aparelho aumenta-se a unidade motora recrutada, o tamanho da área que está sendo atingida e também a magnitude com que ela está sendo atingida. Serve também para manter o estimulo sensorial. PARÂMETROS FÍSICOS • Algumas modulações existentes nos aparelhos » TON/ TOFF – tempo de transmissão da corrente/ tempo de repouso (sem corrente) – unidade em segundos. A contração da corrente elétrica é mais fatigante que a voluntária. Por isso o TON/TOFF é usado exclusivamente em correntes exictomotoras. PARÂMETROS FÍSICOS O tempo on que é composto do tempo de subida e tempo de descida, é importante devido aos efeitos de “acomodação”. O tempo off é o tempo em que não existe corrente passando. » Subida/descida – Tempo de subida é o tempo necessário para que a extremidade de uma fase saia da linha de base zero até atingir a amplitude de pico. Tempo de descida é o tempo necessário para que a extremidade de uma fase diminua da amplitude de pico até a linha de base zero. PARÂMETROS FÍSICOS » Burst ou salva – É o tempo que a corrente fica em TON. Quando ouvimos a pronuncia burst, logo imaginamos o tempo que ela está sendo conduzida. » Repouso (R) – É o que está entre as fases das ondas. OBS: Cuidado para não confundir Repouso (R) com Tempo off (TOFF) TIPOS DE CORRENTES ELÉTRICAS » Corrente direta: Sem repouso e pausa, constituindo portanto, entrada contínua de energia no organismo. TIPOS DE CORRENTES ELÉTRICAS » Corrente Pulsada: Caracterizada por possuir o Tempo on (subida e descida) Tempo off. TIPOS DE CORRENTES ELÉTRICAS • Resistência É a propriedade do material em promover oposição de fluxo: » Materiais Isolantes: alta resistência. » Materiais Condutores: baixa resistência. Eletrodo É o meio pelo qual o fluxo de elétrons do circuito de saída do estimulador é convertido em fluxo de corrente iônica nos tecidos vivos. São necessários pelo menos dois eletrodos para completar o circuito elétrico e levar a corrente do estimulador até os tecidos-alvos. Podem ser: Borracha de silicone tratada com carbono; Autoadesivo; Placa de alumínio com bucha umedecida. CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELÉTRICAS Antes de começarmos a falar de correntes utilizadas no tratamento estético, é importante saber que existem duas classificações para as correntes elétricas: Despolarizadas Polarizadas CORRENTES ELÉTRICAS POLARIZADAS Também conhecidas como correntes Diretas. São correntes monofásicas, apresentam polos definidos: um negativo (-) na cor preta e um positivo (+) na cor vermelha. Essas correntes são usadas, principalmente, para cicatrização, diminuição de edema (drenagem) e tratamento de estrias, mas também podem ser utilizadas no alívio da dor. Utilizam-se eletrodos de alumínio com bucha umedecida. A definição dos polos é importante quando se necessita de correntes com efeitos polares. Já sabemos que nosso organismo possui energia elétrica, portanto, cargas positivas (cátions) e cargas negativas (ânions). Quando aplicamos uma corrente polarizada temos que ter em mente que as cargas positivas (+) de nosso organismo vão em direção ao eletrodo negativo (-), e que as cargas negativas (-) vão em direção ao eletrodo positivo (+). Devido a isso essa corrente se torna útil quando temos interesse em efeitos ionizantes. CORRENTES ELÉTRICAS DESPOLARIZADAS Também conhecidas como as correntes Pulsadas. São correntes bifásicas, não apresentando polos definidos, uma vez que eles se alteram a cada fase da corrente. Num primeiro momento o negativo (-) é preto e o positivo (+) vermelho, e num segundo momento, isso inverte, o negativo (-) é vermelho e o positivo (+) é preto. São usadas, principalmente, em correntes para efeito analgésico e contração muscular. São utilizados eletrodos de borracha ou ato adesivo. CORRENTES ELÉTRICAS USADAS NA ESTÉTICA • Corrente RUSSA É uma corrente usada para o fortalecimento muscular. Para que possamos entender como usá-la é importante lembrar um pouco sobre a fisiologia muscular. • Fibras do TIPO I – contração lenta / metabolismo oxidativo / alta resistência à fadiga. » São estimuladas na frequência 20 a 30Hz. • Fibras do TIPO II – contração rápida / metabolismo glicolítico / baixa resistência à fadiga. » São estimuladas na frequência 50 a 150Hz. CORRENTE RUSSA » Parâmetros Físicos A frequência portadora é de 2500Hz. CORRENTE RUSSA Por que a corrente russa (corrente excitomotora) trabalha com uma frequência de 2500Hz, se VIMOS QUE “o nosso organismo trabalha com estímulo apenas na faixa entre 1 e 200Hz? CORRENTE RUSSA Porque, quando se aumenta a frequência da corrente, ela se torna mais suportável. O nosso organismo não é sensível a essa frequência. Com isso a resistência diminui, e a frequência não encontra nenhuma barreira até chegar à fibra nervosa. Essa frequência permite, inclusive, um aumento na intensidade sem que se torne desconfortável. CORRENTE RUSSA Porém a frequência de 2500Hz serve apenas para “enganar” o organismo, pois o que acontece com a corrente russa é que a frequência é modulada, em um modo conhecido como burst. Cada burst vai ser modulado de acordo com o tipo de fibra que se deseja estimular (branca ou vermelha). Para fibras brancas, frequências mais altas, na ordem de 80Hz são indicadas. Já para fibras vermelhas, a frequência que indicamos é a de 20Hz. Dependendo do grupamento muscular, o profissional deve dar ênfase a um tipo de fibra ou a outro. Dentro de cada burst tem-se uma frequência de 2500Hz. CORRENTE RUSSA O tempo médio, para pacientes sedentários é de 20 minutos. Durante a evolução do tratamento ou em pacientes que realizam atividade física, o tempo pode ser estendido para 25 ou 30 minutos. Para maior conforto, deve-se programar o tempo de sustentação e Toff (em segundos) iguais ou com o Toff um pouco maior, para diminuir os riscos de fadiga muscular. CORRENTE RUSSA A largura de pulso da sinapse de uma contração muscular, no estado normal, varia de 100 a 500ms. O eletrodo mais utilizado é o de borracha, sendo recomendado um, no ponto motor, local de maior inervação da fibra muscular, e um, no ventre muscular. CORRENTE RUSSA • Contraindicações: »cardiopatias congestivas; »portadores de marca-passo; »patologias circulatórias como flebites, embolias, tromboflebites; »gestantes; »hiper e hipotensos descompensados; »processos infecciosos e inflamatórios; »neoplasia; »problemas renais crônicos; »patologias pulmonares como enfisema pulmonar; »epilepsia; »regiões com dermatites ou dermatoses; »lesões musculares; »prótese metálica. varizes, Exemplo de colocação dos eletrodos para a corrente russa RECOMENDAÇÕES • Primeiramente é importante lembrar que a pele do cliente deve sempre estar bem limpa e desengordurada. • Pedir para o paciente retirar anéis, joias ou outros objetos de metal. • Antes do aparelho ser ligado, o eletrodo deve encontrar-se encostado na pele do cliente, evitando que ele tome um susto. Enquanto o aparelho permanecer ligado, o eletrodo deve manter contato com a pele. RECOMENDAÇÕES Explanação prévia do tratamento é um elemento fundamental. Isso não só tranquiliza o paciente, mas assegura o seu consentimento esclarecido. O tipo de sensação que será experimentada é explicado e o paciente é avisado sobre quais efeitos devem ser relatados. Não se esquecer dos exames específicos feitos na parte a ser tratada, para identificação de possíveis contraindicações ou riscos, além dos testes relevantes como, por exemplo, o teste de sensibilidade normal à temperatura e de que é fundamental uma boa anaminese. RECOMENDAÇÕES Todos os acessórios do equipamento devem ser montados e posicionados adequadamente. Deve ser feita também uma inspeção visual nos eletrodos, cabos, plugues, tomadas, interruptores, controles, e luzes de indicação. RECOMENDAÇÕES Isto inclui o acoplamento dos acessórios e todos os testes necessários previamente à aplicação. Depois que essa etapa for cumprida satisfatoriamente, o tratamento pode começar. O operador deve minimizar a sua exposição aos efeitos da modalidade que estiver sendo utilizada.