SAMBA E BATUQUE Batuque – Conjunto de sons percussivos, considerados desarmônicos e ensurdecedores. Do português – BATER; do landim – Batchuk / outra acepção: Baile, denominação dada pelos portugueses (colonizadores) à toda dança de negros. Rastros do batuque no brasil: (Modalidades congo-angolesas) Umbigada: Círculo de dançarinos, mímica erótica, obscena. Dança de pares: Ladislau Batalha a chama de quizomba. Também “erótica” e obscena., de pares em círculos. Dança de Roda: Batuqueiro no meio, dança- se na roda. (Ainda uma outra) Dança de fileiras Utilização do batuque como ensinamento sexual às virgens.(na África) De modo geral realizavam-se em volta das fogueiras, à noite. Instrumentos – quiçanjes (teclado de cabaça), marimbas e batuques. Cantares – Antifonal e responsorial; com improviso de temática lasciva. Uso da palavra Samba: usada como sinônimo de coco, samba de roda, umbigada e variedades de batuques, pagode, forrobodó (Edison Carneiro) . Derivação Semba – Nome angolês consagrado na segunda metade do século XIX. Informação dada por Alfredo Sarmento (Escritor lisboeta – 1880 – “Sertões D’Africa”) - Paisagem sonora - 1 LUNDU E BAIANO - Paisagem sonora Três manifestações distintas: Dança popular, gênero de canção de salão, canção folclórica. Oriunda dos bailes de escravos. Dic.Mús.Bras.: ”Dança de origem afro-negra, trazida pelos escravos batos da região de Angola e do Congo”. Mozart Araújo: “descendente do batuque africano, foi a válvula de equilíbrio emocional de que se utilizaram os escravos para amenizar a agruras do exílio e os sofrimentos da escravidão”. Foi a primeira forma de expressão musical negra popularizada na sociedade brasileira. Dança: Dança de meneio de quadris e umbigada (gravuras mostravam-no ao som de cítaras e violas). Coreograficamente aproxima-se das danças espanholas.(Castanholas) 1780 - aparecem as primeiras menções em documentos históricos do gênero de dança. Esteve em voga desde meados do século XVIII até o final do Século XIX. 1830 – Início da impressão musical no Brasil. (Vinda da Família Real) Lundu chorado: Dolente, versão urbanizada e de salão do lundu “originalmente” dançado. Domingos Caldas Barbosa – Viola-de-arame (Obra: viola de Llereno) - século XVIII – (Modinheiro/ Lundu-chorado). Visita Portugal em 1770 e leva espírito brasileiro como o Lundu e a Modinha; historiograficamente associados. Se a Modinha no seu final desceu à rua, o Lundu ascendeu dos pátios aos salões. As letras louvavam as negras e as mulatas. Exemplos Musicais: Uma mulata bonita (Viagem pelo Brasil) Uma mulata bonita Não carece (de) rezar Basta o mimo que tem Para sua alma salvar Mulata se eu pudera (No mundo) formar altar Nele te colocaria Para o povo Te adorar Recolhidas por Spix e Martius (Lundu) Minas e Goiás (1817 e 1820) – Sem autor Células lundu e modinha Lundu Célula Brasileira – sincopada Prazer igual ao que sinto Prazer igual ao que sinto No mundo não haverá Quando me vejo nos braços Da minha amante iaiá* Ó que instantes iaiá Meu doce bem, minha iaiá Bahia (Lundu) * - Tratamento de senhora (DFB) Polca O salgado paraense e o carimbó seria uma sobrevivência do “lundum”. Lundu parece ter sucedido o Baiano (Alvarenga/ Carneiro). Baiano deu origem ao côco e ao baião(baião-no).(Texto página 18/Carneiro). Video? 2 MODINHA Moda: Era a forma como eram designadas as canções populares até o séc. XVIII.(Caracterísitca da língua portuguesa: choro/chorinho; polca/polquinha, fado/fadinho, samba/sambinho) Modalidade portuguesa e brasileira, documentadas já no fim do séc.XVIII. Gênero de canção de salão, romântica, cultivada por literatos, no Rio e na Bahia. Desceu à rua no fim do século XIX. Catulo da Paixão Cearense. 1ª Fase: Segunda metade do século XVIII, até segunda metade do século XIX. Música de salão, erudita, semelhante às árias italianas. 2ª Fase: Segunda metade do século XIX. Popularização. Tem o violão como acompanhador. Hoje como canção e/ou valsa. MAXIXE OU SAMBA(ROBERTO MOURA) 1º tipo de dança urbana criada no Brasil.(Alvarenga) na segunda metade do século XIX. Tentativa de se dançar os gêneros da época(polca, mazurca, scottisch) Fusão do movimento da polca (dança de par), sua versão nacionalizada, que desceu às ruas. Tendo sido apresentada pela primeira vez no Teatro São Pedro-1845. Rítmica da habanera. “Síncope” afro-brasileira-lundu. Tocada por chorões ao invés do piano dos salões. O moldagem durou cerce de vinte anos. Auge na virada do Século. Gênero polca-lundu: 1860 depois polca-cateretê, polca-brasileira, polca-chula. Nome: Maxixe(Villa-Lobos: lundu dançado de maneira diferente/ Tinhorão: É macho, iche!) Durante o Século XIX, ”Baile”(par enlaçado) contratava com “Batuque”/”Samba”(par separado). Novas posturas corporais, outras regras sociais. Polca e Valsa, européias. Choro: Música de Senzala (rural) ou Música de barbeiros (urbana): Música instrumental por pequenas bandas por negros escravos. 1850: Fim do predomínio da vida urbana. Proibição de importação de escravos (ingleses). Não existia ainda um povo no sentido moderno da palavra. Baixa classe média urbana (pequenos funcionários públicos, músicos de bandas militares e burocratas) 1871: Lei do Ventre-Livre. Nos salões os chorões tocavam a música da moda, e coisa mais “quente” na Cidade Nova, onde ficou muito famoso.(Bairro surgido do aterramento dos alagadiços vizinhos ao canal do Mangue em 1860 - 1872 mais populoso do Rio: + ou - 26.000- 22.000 fluminenses). (Quadrilha - origem inglesa com 4 dançarinos) 1º Etapa: O chamado de “Tango”(designação afro-platina). Aqui chamado lundu-habanerado.(Uruguai e Argentina – polca-habanerada) Carlos Vega: Tango como Baile afro-americano. Ex.: Uruguai proíbe os tangos em 1816. 3 Primeiro maxixe impresso com menção do gênero é de 1897”Ora Bolas!" Francisco Correa Vasquez -.Ator ( “Aí, caradura!”-1883) Primeiro idealizador do ritmo: Ernesto Nazareth (1863-1934) / Marcelo Tupinanbá. Denominação de Tango fugia aos preconceitos do Maxixe.(ganha esse nome por volta de 1870) Popularizado pelas Sociedades Carnavalescas (dias de liberdade do Entrudo-Festa pagã greco-romana para as colheitas, desde o Século XVII no Brasil, 17/12 e 15/2) e Teatro de Revista. Títulos humorísticos( Iaiá, Socega nhonhô, A Bahiana universo afro-brasileiro) Advento dos cafés-concerto e revistas da Praça Tiradentes. Mulheres não assistiam pois era considerado escandaloso. Ápice na década de 20 (o mundo é francês), destronado pelo Fox-Trote, Charleston e pelo Samba, com o qual se confunde (por exemplo Pelo Telefone). 4 SAMBA NO BRASIL Batuque caminhou das áreas agrícolas para as áreas urbanas. Negros de cultura bantus, foram utilizados na mineração e na lavoura. Classificação de Carneiro: Vai do Maranhão até São Paulo (Edison Carneiro,1961) Zona do Côco: Litoral do Ceará até Alagoas Zona do Samba: Maranhão, Bahia, Guanabara e São Paulo, talvez Piauí e Minas. Zona do Jongo: Rio, São Paulo e talvez Minas e Goiás Siriri: Origem portuguesa. Cururu: Dança semi-indígena e semi-lusitana (jesuítica) SAMBA NA GUANABARA Trazido pelas levas de baianos que se transferiram a partir de Canudos e da migração interna. Fusão com o lundu e a modinha, além dos ranchos de reis. Dois tipos de dança: Samba e Partido alto Zona do Jongo: Jongo e Caxanbu ( Pontos de visaria e Pontos de demanda) DU: Dança de Umbigada DP: Dança de Pares DR: Dança de Roda Passos: Corta-a-jaca, separa-o-visgo, apanha-o-bago(Alvarenga) Miudinho – Auge durante a Regência (1832-1843) Samba a sua relação com os fenômenos sociais e culturais locais, conferiu-lhe particularidades. Como se dá essa interação ainda hoje? Que segmentos da população se solidarizam a esse tipo de manifestação? 5 PAISAGENS SONORA Paisagem sonora - Século XIX (1ª metade) Época da independência – Urbanização pequena. Batuques, pelejas com a polícia. Governo Imperial- insurreições e motins Agravamento das condições de vida em Salvador e migração para o Rio de janeiro na virada do século XIX / XX. Decadência do café no Vale do Paraíba. 1807-Revolta haussá / nagô. 1809/1835. Gêneros: Lundu / Batuque / Modinha / Polca / Choro / Maxixe / Habanera Espaços de Música: Salões / Teatros / Igrejas / Música de negros / Referência na corte européia (nobreza) Paisagem sonora - Século XIX (1ª metade) Hinários Religiosos católicos Toques e marchas militares Músicas africanas nacionalizadas pelos negros escravos Música rural Contato com diversos gêneros: Polcas, valsas, xotes(scottisch), mazurcas, valsascaçonetas. Espaços: Circos, palco de galpões, Chopes-berrantes, cinemas, café concertos e teatros de revista. 1870 Rancho: 1870(Entrudo Adensamento populacional) Baianos do Porto Entrudo Choro Cidade Nova (1860) Aterro do Mangue(1872) + populoso do Rio 1870 Lei do Ventre Livre Sucesso da Polca Fim do período Monárquico(1889) Paisagem Sonora – Virada do Século XX Rio de Janeiro – Início do século XX. 1.000.000 de habitantes – Capital vital do país Transição Monarquia / República (“libertação dos escravos”) Imigração Européia e Aproveitamento da mão-de-abra negra. Reestruturação econômica até 1930. Início da Era Vargas.(Próxima aula) Contato com a música européia moderna no século XX. Estrutura-se como canção Individualização do autor Profissionalização do músico Registros musicais (partituras e discos) Indústria da diversão Incorporação industrial da música do “povo”. Constituição da burguesia nacional.(expansão da classe média) 6 - As mudanças do Samba entre 1917 e 1933 (Sandroni) Espaço entre 1917/1933 Análises de dois paradigmas Samba tem início como contexto sócio-cultural e não como gênero Repressão: A questão da Repressão X Parceria (Samba como identidade nacional - A Era Vargas Anos 30) Hermano Vianna falar em seu livro do Mistério do Samba. A criação do Samba como a invenção da cultura popular brasileira (urbana). “Fazer um samba”(Evento em que iam todo tipo de gente, e não somente negros) Concepção Tópica (p.87) Já existia como manifestação folclórica apenas somente veio à luz. Senso 1890(Salvador / Ba): 25,59 % brancos (elite) 7,83% caboclos 66,49 % negros e mulatos Rio de Janeiro: 42,95% brancos 34,19% mulatos Analisar então a Casa da Tia Ciata Segunda metade do Séc.XIX: (p.100) Fluxo nordestino – Lei do Ventre livre / Proibição do tráfico negreiro / Lei do sexagenário. Comunidade baiana no bairro da Saúde – As Tias Tia Amélia mãe de Donga Tia Perciliana mãe de João da Baiana Tia Ciata (ya kekerê) onde surge o famoso “Pelo Telefone”(função mítica da casa) Baile na sala de visita, samba de partido-alto nos fundos da casa, e batucada no terreiro. Lembrar que era visitada por todo tipo de gente. Choro: (p.103) Agrupamento instrumental (1870), repertório de proveniência européia( scottisch e principalmente a polca) Separado do Samba hoje estão juntos. Batucada: Jogo de destreza, variante da capoeira ou samba-de-umbigada. Responsorial e palmas. \dançado em roda e às vezes violento. Partido-alto: (p.108) Consenso entre um tipo antigo(baiano) e o moderno carioca. Carioca: Desafio d dois contendores parte coral e parte solada ( improvisada ou tradicional). Nunca em desfile, sempre em roda. Usado como sinônimo de autenticidade. Baile X Samba – Par enlaçado X Par Separado Biombo cultural Baile(Sala de Visitas) – Status respeitável / par enlaçado / Música de Choro / proveniência européia / mais “civilizada(Pixinguinha) Sala de Jantar: Música Afro-brasileira. Improviso vocal. Partido –alto. 7 Afro-Aristocrata / dança individual acompanhada por instrumentos, canto só no intervalo das danças. Samba Corrido (Responsorial/afro/Frases curtas) X Samba-chulado(Texto em forma européia) Cena Carnavalesca: Marcha: Ritmo para organizar os cortejos carnavalescos - Chiquinha Gonzaga ”Ó abre Alas”. Cordão: Negros e populares (capoerias e desordeiros)-presença do porta-estandarte e mestre sala. Blocos: Vizinhanças e Bairros. A polca não atendia a necessidade dos desfiles (par enlaçado) Carnaval Séc.XX: Dos pobres- Pça. Onze Da Classe Média- Av. Rio Branco 1907(Batalha de confete e serpentina) Da Burguesia – Corsos, Clubes e Sociedades. 8 - 1902/2002 Cem anos de discografia (Esquizofonia) Pelo Telefone: Ambiente da Casa de Tia Ciata - Produções coletivas/ folclóricas Registrado em 6 /11/1916 como “Samba Carnavalesco” Samba torna-se “coisa registrável”, criação do gênero sambaGênero da Sala de Jantar(Folclórico) passando para a Sala de Visitas (Bailes Populares) Meio de divulgação da Época: Editoras musicais, Casa de Música, Gravadoras de discos, Orquestras de Teatro de Revista, Casas de Chope(Chopes Berrantes em oposição as Café-concerto), Orquestras de sala de espera de Cinema e o Rádio. Dois tipos de samba em fins de 20: Samba antigo(Tia Ciata) X Samba moderno (Estácio-onde ganha nova inflexão) Ismael: “Samba-de-umbigada não era para desfile”. Para bloco com deslocamento na rua. Diferenças: Antigo: instrumentação européia. Moderno: instrumentação afro. Samba de Estúdio X Samba Caseiro (Pixinguinha) p.140 Tinhorão: Samba batucado, marchado do Estácio Samba folclórico: herdeiros cariocas do Samba baiano Sandroni contesta Tinhorão cariocas forma os inventores. Estilo Novo: Lugar - os blocos e botequins (sociabilidade). 1926 o “Dia do Bloco”. Anos 20 estabelece-se a Marchinha de Carnaval: Classe média (Influência do ragtime e do teatro musicado com as marchas portuguesas) Sinhô é o Rei do Samba: Até 1933 (como quer Sandroni) os gêneros estão totalmente estabelecidos. 9 1930 – 1946 1927: Fim das gravações por meios mecânicos e advento da gravação elétrica. Os trabalhos para as classes baixas recém saídas da escravidão e portanto pouco especializadas eram o trabalho braçal; atividade artesanal e pequenos serviços (“pequenos expedientes”). Era Vargas: Nova política econômica que ia contra os interesses das oligarquias agrícolas com uma proposta de modernização e industrialização do país. Nacionalismo de inspiração folclórica nas Artes, na música erudita (Villa-Lobos), na literatura (Monteiro Lobato), na música popular com o acesso das camadas populares com o samba batucado. O Carnaval: Desde os anos 20 a antiga Praça Onze era palco do carnaval mais popular já que na recém inaugurada Av. Rio Branco se concentravam ranchos (adaptação do ranchos de reis nordestinos) e os corsos. Os sambistas do Estácio tiveram a idéia (no Bar Apolo) de montar um bloco que saísse no Carnaval ao som de sambas com permissão da polícia, a primeira “escola” Deixa Falar. Deixa Falar desfila em 1929 onde a comissão de frente eram os cavalos da polícia e tocavam clarins imitando as “Grandes Sociedades”. O Samba-de-enredo: que estava em acordo com o enredo já que isso não era , necessariamente comum.(1933-Unidos da Tijuca) Só no final da década de 40 é que ele se tornou uma tradição entre as Escolas. Criação da UES(1933): Clausula Pétreas: Presença de baianas e ausência de instrumentos de sopro, e principalmente motivos nacionais. Durante os Carnavais do Estado Novo os temas das Escolas serão sempre de caráter nacionalistas. No sentido dos “Heróis Oficiais” (Barroso, Caxias, Tamandaré). Falava-se muito do Samba e da Bahia também, como berço. O Samba Batucado do Estácio foi o samba que passou a ser conhecido como samba carioca. Afasta-se do antigo modelo de partido alto, pelo andamento solto. A marcação do surdo foi proposta por Alcebíades Barcelos, o Bide, para empurrar o samba na forma marchada. Essas “escolas” que começaram a compor dessa forma e afirmar essa nova qualidade de samba foram a Estação Primeira de Mangueira; Osvaldo Cruz – Quem Nos Faz é o Capricho, Vai Como Pode, e Portela; Vizinha Faladeira; Para O Ano Sai Melhor). Essa criação passou a interessar às fábricas de discos com a Odeon. Em 1929 surge a fábrica Brunswick que iria explorar a música “tipicamente” brasileira: Choros, Maxixes, marchas, canções, toadas, emboladas e também o samba batucado do Estácio. O intuito era vender essas músicas pelo seu lado pitoresco ( X Música e Cultura Erudita). A quebra dos modelos europeus (velhos e ultrapassados, adoção do modelo americano). Penteados/danças(negras)/moral/ comportamento. Período entre as duas guerras mundiais. No início da década de 30 surgem os primeiros rádios com válvulas elétricas de amplificação, com recepção mais clara através dos alto-falantes. Em 1935 Vargas cria a Hora do Brasil, aos moldes da Voz da América. (Propaganda de cunho nacionalista). Vargas tem relação tanto com a América como com a Alemanha nazista. 10 O conjunto regional surge como uma fusão entre os grupos de choro e a percussão e a batucada dos grupos do novo Samba (Benedito Lacerda). A valorização da melodia (e também da Harmonia), estaria configurado o ambiente sonoro para o estabelecimento dos gêneros: Samba-canção (Sambolero e Sambalada), o Samba-choro e o Samba de Breque-Break(uma variante daquele, 1936, com Moreira da Silva, samba Jogo proibido), Samba de Gafieira em oposição ao Samba de Morro, representado pelas camadas desfavorecidas da população isoladas no primeiros morros Favela(Canudos). Configura-se uma “música urbana brasileira de origem popular”, comercializada para as cidades já que a eletrola não chegava ao campo (energia elétrica). Tempo de origem do Jazz. Mudanças paradigmática com a questão da instrumentação: Bateria como instrumento americano do Jazz, uso de metais, criação de novas funções, como “arranjador”Dissertação de Paulo Aragão - , enfim novos mercados para os músicos. Dessa formação para uma adaptação mais ao gosto da classe média, conduziu a uma harmonização mais elaborada, pelo uso das orquestrações. Pixinguinha, “Instrumentador, chefe e ensaiador da Orquestra Victor Brasileira”. Foi acusado de transplantar recursos da música americana para a brasileira. O advento do Samba de meio de ano ou Samba-canção: Com foi visto surge por volta de 1928 por diferenciação do maxixe. Contratação de músicos para a direção artística das gravadoras. Aproximação com a modinha pela mudança de andamento e fundo nostálgico (quase eruditas, tom de modinha). O objetivo era produzir uma “Música bonita e trabalhada”. Atende ao gosto da classe média que se adensa a partir de 1930. Tem seu apogeu em meados dos 30 Espaços: São José, Fênix, Cassino Beira-Mar e Recreio. Nomes: Vicente Celestino, Araci Côrtes e Francisco Alves. Consolidação dos programas de auditório nas rádios, sucesso comercial dos discos de meio de ano. Último desejo (Noel Rosa), Nada Além (Fox-canção / Cústódio Mesquita), Rosa ( Valsa-canção / Pixinguinha). Lúcio Rangel chmaou os anos 30 de “a Época de Ouro”. 11 - Ano de 1946 / Fim da II Guerra – Transformações econômicas provocadas pela guerra. Mercado de música permaneceu predominantemente “nacional” até 1942 quando o Governo americano abandona a linha do “isolacionismo” e adota a política da Boa Vizinhança. Com o fechamento dos mercados europeus e o objetivo era abrir novas frentes de mercado na América Latina. Criação da CIAA – Coordenação de Assuntos Americanos. American Way of Life. Cinema, música (Fox-trots, Blues, Swing, Boogie-Woogies). Volta definitiva na identificação com os valores americanos dentro da cultura brasileira. Ampliação da indústria do disco como uma das mais importantes do país. Surgem as pesquisas de mercado e novas estratégias de marketing. Ari Vasconcelos situa a nova fase de comercialização do samba “A partir do lançamento de Copacabana (não por acaso) de João de Barros e Alberto Ribeiro (Continental-1946). Farnésio Dutra/Dick Farney, cantando a la Frank Sinatra. Tinhorão chama de fase Coca-Cola da música brasileira. Mudança da geografia musical da cidade. Abertura da Av. Presidente Vargas(1944). Dissolução dos núcleos da Pça. XI, Saúde, Mangue e Cidade Nova. Dispersão do Centro para a Zona Norte. Ocupação de Copacabana. Música de apartamentos e boates. A marca característica é a diversificação das idéias e dos gostos. Zona Norte: Famílias antigas e tradicionais até o Grajaú, famílias mais modestas faixa suburbana. Zona Sul: Flamengo, Botafogo e Posto 2 com a classe média, massa heterogênea; e Posto 4, Ipanema e Leblon com a classe média alta e elite. Separação da cidade e das esferas culturais: Túnel Rebouças (1964) e Túnel Santa Bárbara (1961). Compositores: Dorival Caymmi, Jair Amorim, Marino Pinto, Alcir Pires Vermelho. Nova legião de orquestradores (como Radamés Gnatalli e Severino Araújo) diferentemente daqueles dos anos 20, incorporava a linguagem do Jazz (com solos individuais nas orquestras). “a orquestração é a valorização de uma estética individual, a do orquestrador” (Hermínio Bello de Carvalho) O samba-canção torna-se, assim, jazzificado e depois abolerado. “O samba-canção é um bolero metido à besta”(Ari Barroso). Caminho aberto à Bossa nova. Paralelo com Noel Rosa (Bossa-Nova de seu tempo): Com o adensamento da população depois de 1930 a Vila Isabel passa a ser o espaço no qual uma classe média e uma classe baixa interagem e não estão tão distanciadas como ocorrerá na Bossa Nova. 12 - Bossa Nova Geração que cresce com outro tipo de meio sofrendo outra influências musicais e culturais. Copacabana (proliferação de boites para turista estrangeiros, onde músicos profissionais tocavam uma mistura de Jazz com Samba). Paisagem sonora musical: Já desde o início dos anos 50 o Jazz, Be-bop, Blues, ritmos latinos Cha-cha-chá, Calipso e principalmente o Rock and Roll. Tempo do Cinema Novo. Em 1956 esses músicos começam a se reunir no apartamento de Nara Leão, em Copacabana, para fazer Samba Session, com liberdade de improvisação. Havia uma busca de uma saída para o samba que era visto como muito tradicional (“só sabe falar de morro e barracão”) e “quadrado”. Nome foi devido a um show no Hebraico onde eles eram anunciados como um “grupo de bossa-nova, apresentando sambas modernos”. A palavra era usada desde a década de 40, “um samba cheio de bossa”, para designar o Samba de breque. João Gilberto cria uma nova batida para o violão, para um a platéia de músicos criados (e saturados) de jazz. Está criado o samba de bossa nova. Características musicais: Elaboração harmônica e melódica, chamado Violão gago, com descontinuidade entre melodia e acompanhamento. Instrumental de bandas de Jazz. Dança de par junto na penumbra ou simplesmente ouvir. Primeira geração da Bossa-Nova: Carlos Lira, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, Oscar castro Neves, Luis Carlos Vinhas, Francisco Feitosa (violão), Luís Eça. Cantores: Leni Andrade. Silvinha Telles. O auge da Bossa Nova é em 1958. Mudanças sociais: Presidente Juscelino Kubitschek; Ritmo acelerado de crescimento econômico. Ampliação dos quadros técnicos e universitários para atender a demanda da indústria.(50 anos em 5) – Ficou conhecido como o Presidente Bossa-Nova. Efervescência cultural. 1961: Tentativa de reaproximação das “raízes do samba”. Encontros entre o pessoal da Bossa-Nova e os “Sambistas tradicionais”, Cartola e Nelson Cavaquinho. 1962: Explosão internacional dos Beatles. Show no Carnegie Hall Nova York. Carta ao Samba. Divididas em duas grandes tendências, a partir de 60 a música popular urbana passou a evoluir em correspondência com a situação econômica-social dos diferentes tipos de público ao qual se dirigia. Bossa-Nova passa ser englobada pela MPB. Segunda geração da Bossa Nova: Chico Buarque, Edu Lobo. Experimentam um “Movimento de Integração (meados de 65)”: Criado por Sidney Miller, destinados a encontrar uma fórmula de nacionalização e popularização para a Bossa Nova. Juventude da classe média se junta em centros de cultura (CPC, UNE, UMES), que atua como resistência política. Ë justamente essa geração que vai ter mais acesso e aos cursos universitários, onde essas influências ”externas” são reelaboradas. UNE é fechada em 1965. 13 - MPB Entrada da TELEVISÃO com Programas de Música 1965: O Fino da Bossa, Jovem Guarda, Festivais de Música Popular Brasileira (Excelsior em 1965, depois Record e Globo, 1966 e 1967). Samba de protesto. Fino da Bossa e Festivais definiam MPB como: Sem instrumentos elétricos; citar ritmos brasileiros nos arranjos; ser cantada em português. “Traduzir a realidade brasileira em suas letras” Show Opinião (dez/1964, com João do Vale/Zé Keti/Nara Leão). 1964 (Golpe Militar): Explosão da vida (e da música) universitária. Havia uma mudança nos rumos da indústria cultural brasileira. Mercado discográfico consolidado. Emergência de novas camadas consumidoras – O JOVEM como o consumidor prioritário. Produtos para a juventude (caros, discos, roupas ...). Mudança no papel do artista na sociedade brasileira (Quem é o artista?). Além disso, uma diversificação do mercado de música, maior popularização dos meios de reprodução mecânica. Cultura musical mudando muito, TV. O termo MPB foi criado entre 65 e 68, e designava a forma como a “cultura cancional universitária”, distinguia-se da cultura de massas no sentido estrito. Era um momento de preocupação com a busca de uma identidade brasileira. Roberto Carlos, por exemplo, gravou a marchinha “Maria Carnaval e Cinzas” no Festival de Record-1967 e foi considerado MPB (Termo que dá concessão para significados genéricos). O artista engajado comprometido com a consciência nacional. Televisão como espaço de protesto contra a ditadura. A História da música popular brasileira como repleta de contradições na linha de Tinhorão. Ao contrário, os músicos de baixa renda não estão fora do campo cultural da música comercial. Noel (ritmistas da Vila).[A questão da seqüencialidade da história e da tradição] A Noção de panteão. Construção de uma tradição pela Cultura de Massa. Contradição entre Cultura Popular e Mercado. 1968: Censura e expulsão dos tropicalistas Gilberto Gil e Caetano Veloso, exílio particular de Chico Buarque. Três momentos na construção do Conceito de Tradição na MPB: (Marcos Napolitano) (1) Os anos 20 e 30: Lamartine Babo, Carmem Miranda, Noel Rosa, Ary Barroso. Procedimentos padronizados dentro da música popular urbana. Estado Novo como Nacionalização do Samba (Carmem Miranda e legislação sobre os desfile e Escolas de Samba). (2) 1959 até 1968: da Bossa-Nova à consolidação da MPB. Segmentos sem ligação com a música popular ( no sentido das camadas populares) passam a produzir e consumir música popular. Há uma discussão intelectual sobre a tradição tomando como exemplo 14 o Samba e o Baião. A MPB tentava expulsar os rótulos “bregas e internacionais” na tentativa de estabelecer um elo com o passado, tanto estética como ideologicamente. (3) Da crítica tropicalista até sua consolidação como gênero comercialmente estabelecidos(anos 70). Reforçando um certo gênero de canção em contraposição à experimentações tropicalistas. João Bosco, Paulinho da Viola, Gonzaguinha. Os Festivais e Programas de Música na Televisão: Em abril de 1965, a Record convoca Elis Regina e Jair Rodrigues e lança o musical "O Fino da Bossa”, que marcaria o início de uma série de programas musicais de grande sucesso. Em 22 de agosto a Record põe no ar o programa "Jovem Guarda", com Roberto Carlos, que seria o de maior sucesso da série de musicais. Em 65 ainda a TV Excelsior também leva ao ar o "1º Festival da Música Popular Brasileira", sendo que o vencedor foi Edu lobo, com a música "Arrastão", interpretada por Elis Regina. 1966: Código de Censura e Silvio Santos na Rede Globo. No de 1966 é realizado o "2º Festival de Música Popular Brasileira", desta vez pela TV Record. O prêmio é dividido entre dois vencedores, Chico Buarque, com "A Banda" e Geraldo Vandré, com "Disparada". 1967: 3º Festival de Música Popular Brasileira”, TV Record, 1º Ponteio(Edu Lobo), 2º Lugar Domingo no Parque (Gil), 3º Roda Viva(Chico), 4º Lugar Alegria,Alegria(Caetano) Essa noite se improvisa: 1966 Blota Jr. A Hora do Chacrinha: Desde 1957, passou pela Excelsior, Bandeirantes e Globo. 1968: A Buzina do Chacrinha. Às quartas-feiras era o dia da "Discoteca do Chacrinha", programa que lançou muitos ídolos da MPB - Tropicalismo – Incorporação de novas sonoridades e do que havia de “pouco nobre na Tradição”. Reconceitualização da palavra Tradição. Definido por Caetano como a retomada da linha de tradição segundo João Gilberto. MPB desnorteou-se frente ao Iê-Iê-iê . Contradição que vivia a MPB: Tentativa de popularização da bossa nova levou a MPB a folclorização.(Reação de Caetano). Afastamento da classe média. Choque com a tendência da música Pop internacional representados pelos Beatles e por Roberto Carlos. Nessa contradição entra o Tropicalismo. Tropicalismo nasce em São Paulo. Ganha o apoio dos setores da vanguarda artística na música e na poesia (Torquato Neto, Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari) e nas artes plásticas (Hélio Oiticica), na luta contra o tradicional (subdesenvolvimento do país) e a favor do internacional (idéia de aldeia global). Idéia de um internacionalismo artístico. Inspiração no Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade (Antropofagia) retomada pelos poetas concretistas. Proposta da relação dos contrastes: Utilização de elementos “ultrapassados”, “cafonas”, “bregas” e “subdesenvovidos”. POP-ART (a partir de 1955). Ausência de ideologia rígida e anarquização estética com fórmula para anular o senso comum do “belo” e do “bom gosto” 15 Tropicalismo incluía a música popular nos eventos da VII Bienal de São Paulo(1965). Atualidade de técnicas e concepções. Exposição Tropicália de Hélio Oiticica no MAMRJ (1965). Tropicália constituiu-se numa série de eventos. 1967: Terra em Transe (Glauber Rocha) e Rei da Vela (José Celso Martinez Corrêa). Happennings e a visualização proporcionada pela TV. O NOVO (Cinema, Bossa, Estado, República, “Construção e Ruína”) 1968: LP Tropicália ou panis et circenses (orquestras de Rogério Duprat e guitarras elétricas dos Mutantes e RC-7). Programa na TV Tupi em 1968 chamdo Tropicália e depois Divino Marravilhoso. Proibido Proibir e prisão de Caetano e Gil em 31/12/1968, duas semanas após o AI-5. (Censura prévia / prisões arbitrárias / cassação de mandatos políticos / fechamento do congresso). CCC: Peça Roda Viva espancamento de atores e espectadores. Agentes do DOPS queriam “prender” Oswald no Rei da Vela.(1968) 1969: Últimos momentos do Tropicalismo. (Samba-Rock/Sambalanço) Década de 70: Blacks e Independentes. Geisel: Abrandamento da repressão política a partir de 1975. AI-5 revogado só em 1979. Praticamente um monopólio das músicas americanas nas rádios e na TV. Explosão da Black Music (Soul Power/Funk/HipHop/RAP - James Brown ) e da Disco Music Americana. O pianista norte-americano Horace Silver, na década de 60, pode ser considerado o pai do funk. Silver uniu o jazz à soul music e começou a difundir a expressão "funk style". Gerson King Combo, que lançou em 1969 o disco Gerson Combo Brazilian Soul, Motown e sua influência no Brasil. Carlos Dafé / Tony Tornado / Tim Maia / Luiz Melodia / Jorge Ben. Novamente a idéia de Antropofagia. Movimento Black Rio. “Samba é 2/4. Soul é 4/4 você soma dois compassos2/4 e dá 4/4/ então tudo bem, tem a ver.” (Oberdan Magalhães/ primo de um dos fundadores do Império Serrano). Possuía o Grupo Impacto 8 ainda nos anos 60, depois o Abolição. Início da institucionalização do Bailes Funk dos Subúrbio / Filme Cidade de Deus. Foi na década de 70 que surgiram as primeiras equipes de som no Rio de Janeiro, como a Soul Grand Prix e a Furacão 2000, que organizavam bailes dançantes. Bossa Nova de Negão! Surgem os grupos independentes (Boca Livre vendeu mais de 100.000 cópias/ Arrigo Barnabé - Clara Crocodilo), que fracassam por problemas de produção. Década de 80: O rock Brasil. Venda de imagem / Produção Artística. World Music. Blitz, Barão Vermelho, Lobão, Paralamas, são MPB? FUNK / RAP/ HIP-HOP 16 A partir da década de 80, o funk do Rio passa a ser influenciado por um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas. O Hip-Hop (que significa "sacudir o quadril")começa também a surgir em meados de 80, por intermédio das equipes de Black Music. Traz 3 elementos: o rap (a música), a dança break e o graffite (expressão através de desenhos). Movimento originalmente paulista. Em 88, começaram a sair os primeiros registros em vinil do Rap nacional,...."Hip Hop Cultura de Rua" pela Eldorado. Já em agosto de 1989 um cara chamado Milton Salles criou a MH2O "Movimento Hip Hop Organizado", ele Sales nesta época era produtor dos Racionais Mc's e foi até 1995. Racionais: por volta de 1.000.000 de cópias vendidas. Década de 90: A partir de 1989, os bailes começaram a atrair cada vez mais pessoas, foram lançadas músicas em português. Paradinha Funk da bateria da Viradouro, Mestre Jorjão. Lei do Funk Nº 3410, de 29 de maio de 2000 Música(Samba) na Era Digital: No que implica isso? Influências do Rap, Hip-Hop, e outras tendências de rua americanas. 17 Samba-Rock: “Quando eu inventei essa batida, chamava de sacundin sacunden, depois, na época da jovem guarda, virou jovem samba, e, mais tarde, sambalanço", Jorge Ben Jor, conhecido, a partir dos anos 70, como suíngue ou samba-rock (termo que, aliás, ele não endossa). Samba, em compasso binário (2/4), junto com o compasso quaternário (4/4) do rock e da soul music. Se apropriam dos instrumentos elétricos das bandas da jovem guarda para tocar o velho balanço em novo estilo. Jorge Ben Jor, fez-se acompanhar dos Fevers em seu disco de 1967, O Bidu - Silêncio no Brooklin. Bandas de rock que se aventuraram pelo samba, como é o caso dos Mutantes (em A Minha Menina, no seu disco de estréia) e os Incríveis (em Vendedor de Bananas). Nos fim dos anos 60 outros exemplos de como o samba poderia caber na moldura rítmica do rock-soul: a Pilatragem de Carlos Imperial e Wilson Simonal (que fez de País Tropical, de Jorge Ben Jor, um de seus cavalos de batalha) e a farra orquestral do maestro Erlon Chaves (que concorreu em 1970, no V Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, cantando Eu Quero Mocotó, também de Jorge, acompanhado por sua Banda Veneno). Nos anos 70, Tim Maia popularizaria o samba-soul: Réu Confesso e Gostava Tanto de Você. Jorge Ben Jor flerta o funk no disco A Banda do Zé Pretinho (1978). É o caso de Bebeto (O Negócio é Você Menina, Flamengo) e de Serginho Meriti. Em São Paulo, os bailes de periferia tocam samba-rock-suíngue, com o Trio Mocotó (que originalmente acompanhava Jorge Ben Jor), Copa 7, Luiz Vagner (que foi do grupo de jovem guarda Os Brasas, homenageado por Ben Jor com a música Luiz Vagner Guitarreiro), Branca Di Neve (falecido em 1989), Carlos Dafé, Dhema, Franco (também ex-Os Brasas), Abílio Manoel e Hélio Matheus. Anos 80, Sandra de Sá, flerta com o suíngue nas músicas Olhos Coloridos e Enredo do Meu Samba (de Jorge Aragão e Dona Ivone Lara, que por sinal teria um sucesso de samba-rock em dueto com Jorge Ben Jor, Sorriso Negro, de Adilson Barbado e Jorge Portela). Restrito aos bailes, o samba-rock pouco avançou em termos de reconhecimento nos anos 80, exceto pela reconexão de samba e rock ensaiada pelo roqueiro Lobão em sua parceria com o sambista Ivo Meirelles (que, mais tarde, daria origem ao projeto Funk'n' Lata de Ivo) e pela homenagem feita por Lulu Santos no disco Popsambalanço e Outras Levadas, de 1989. No fim dos anos 80, o circuito paulistano do samba recauchuta a idéia sambalanço em um formato mais pop. Instrumentos eletrônicos de um lado, os velhos cavaquinhos, surdo, pandeiro e tantan de outro. Nomes como Raça Negra, Eliana de Lima e Negritude Júnior. “Samba mauricinho’ (por causa da insistência dos integrantes dos grupos em usar blasers, calças sociais e cordões de ouro). Retomada do samba-rock: Art Popular (na música Agamamou) e o Molejo (Samba Rock do Molejão). Na periferia de São Paulo, ao longo dos anos 90, os bailes continuavam tocando as velhas músicas, que apareciam aqui e ali em coletâneas piratas vendidas em lojas do centro da cidade. Virgulóides, 1997 com a música Bagulho no Bumba, um poderoso cruzamento de guitarras, cavaquinho e batuques. 18 Pequena cronologia da Televisão no Brasil: Anos 50: Inicio dos 50, Chatô importa 300 aparelhos. Estréia da TV Tupi em São Paulo, em 20 de Janeiro de 1951. Em 14 de março de 1952, surgiu a TV Paulista. A TV Record (Canal 7) é inaugurada no dia 27 de setembro de 1953, o show inaugural contou com a presença de Dorival Caymmi, Elizeth Cardoso, Inezita Barroso, entre outros. Em 1954 o IBOPE faz a primeira pesquisa no eixo Rio-São Paulo e verifica a existência de 120 mil aparelhos de TV nessa região. A TV Rio, Canal 13, importou o aparelho de Vídeo Tape, e o primeiro programa gravado foi "Chico Anísio Show". O VT permitiu a retransmissão da programação das principais emissoras para outras cidades e a maior expansão da TV. Em 1956, pela primeira vez, as três emissoras de TV de São Paulo arrecadam mais que as treze emissoras de rádio. Calcula-se que a TV atinge cerca de um milhão e meio de telespectadores em todo o Brasil. É inaugurada em Belo Horizonte a TV Itacolomi. Em outubro de 1959, o Ministro da Justiça Armando Falcão promulgou a primeira legislação regulamentando a censura de televisão no Brasil. Nesta época, a programação da TV já ocupava o dia todo Anos 60: Nessa década há uma "explosão" de vendas de aparelhos de televisão. Foram inauguradas as TVs Cultura e Excelsior em São Paulo. A TV Cultura, também pertencente a Chateaubriand, possuía muito menos recursos que a TV Tupi. Em 1961 é promulgado decreto fixando em três minutos o intervalo comercial. Proíbese a participação de menores de 18 anos em programação de debates. Em 1962 é instituído o "Código Brasileiro de Telecomunicações". Um decreto de Jânio Quadros obriga que todos os filmes transmitidos pela TV sejam dublados. Em 1965 estreou a Rede Globo no Rio de Janeiro com algumas polêmicas causadas pela presença de técnicos americanos e por contar com investimentos do grupo "Time/Life". Em maio de 1967, no dia 13, inaugurou-se a TV Bandeirantes, de João Saad, com o objetivo de transmitir filmes, noticiários e programas esportivos. Em 4 de abril de 1968 morre Assis Chateaubriand no auge da TV Tupi. No dia primeiro de setembro de 1969 foi ao ar o "Jornal Nacional" da TV Globo. Foi o pioneiro na transmissão em rede nacional e simultânea para diversos pontos do país. Anos 70: Em 25 de janeiro de 1970 é inaugurada a TV Gazeta, em São Paulo. Surgem as primeiras redes brasileiras: Rede Globo (Rio), Rede Tupi (SP) e REI (Rede de Emissoras Independentes). Em 1971 O Ministério das Comunicações baixa decreto que regulamenta 3 minutos de comercial para cada quinze minutos de programação. Em 31 de março de 1972 foi transmitida a “Festa da Uva de Caxias”, primeira transmissão a cores. Em 1975, Sílvio Santos consegue a concessão da antiga TV Continental. Em janeiro de 1976 Sílvio Santos inaugura a TV Studios (TVS), antiga Continental, no Rio de Janeiro. 19