01 - Quando nós falamos em Educação Ambiental nas escolas, alguns professores já pensam em trabalhar a Reciclagem e também a Reutilização de materiais, criando objetos com garrafa pet, papelão, latinha. Porém, a Educação Ambiental ela é muito mais abrangente e transversal no contexto escolar do que isso? De que outras maneiras, professora Glaucia, você acredita que a EA poderia ser trabalhada? # Essa pergunta professor, é muito importante, porque atualmente nas investigações sobre o Educação Ambiental nas escolas, é bastante questionável mesmo que na intenção de sensibilizar o aluno a reutilização visando a criação de novos objetos que em pouco tempo se tornaram “lixo”, na verdade resíduo sólido, porém agora com menos potencial de reciclagem. Isso não descarta a importância individual dos 5 Rs [Reciclar; Reutilizar, Reduzir, Recusar e Repensar]. E claro que isso não quer dizer que os professores não vão poder utilizar a criatividade para fazer lembrancinhas e outros objetos lúdicos para as crianças, não é isso. O que nós devemos ressaltar é que estamos em um período que devemos ressaltar valores atitudinais, como por exemplo, apontam os Rs Recusar e Repensar. Um exemplo atual são os canudos de plástico, em que atualmente mobilizam adultos, a utilizar garrafas de água, canecas, além de canudos metálicos para diminuir e/ou eliminar a produção e descarte irregular de plástico no meio ambiente. O Brasil, nesse aspecto tem poucas politicas publicas eficientes que visem a diminuição ou substituição da utilização do plástico, quando isso ocorre é preciso modificar a visão das pessoas para que futuramente elas cobrem providências. Nesse aspecto as crianças, futuros cidadãos, precisam compreender os reais problemas dos dias de hoje, e precisam questionar o consumismo, a necessidade de ter mais do que se necessita. Pode-se trabalhar a importância do ambiente escolar e sua organização, como o espaço da sala, o espaço comuns: pátio, banheiros, sempre relacionando com os impactos que as atitudes deles causam a esse micro ambiente. Compreendendo o micro eles compreenderam o macro, a conservação das florestas, dos espaços dos animais, das necessidades das plantas e assim por diante. # 02 – Legal, pensando na construção dos pressupostos teóricos da Educação Ambiental como você acredita que devem ser norteadas as ações pedagógicas de sensibilização dos alunos? # Sempre que nós pensarmos em Educação Ambiental, seja qual for o contexto, é muito importante retomar a história da educação ambiental, que nos fazem entender a essência da necessidade de se pensar e rever as formas de produzir, extrair ou seja conviver sem causar impactos degradantes ao ambiente que nós compartilhamos o: Meio Ambiente. Os homens só passaram a se preocupar com as suas atitudes em relação a esse ambiente quando ocorreu a primeira catástrofe ambiental ocorrida em Londres em 1952, que pela poluição do ar matou 1600 pessoas, ou seja, pessoas tiveram que morrer para que nós começássemos a compreender que é nossa responsabilidade. Quando nós retomamos isso ao planejar as nossas aulas, nós conseguimos identificar perspectivas de como mostrar as consequências das queimadas, por exemplo, para a nossa saúde e assim, pensar em projetos que passe os valores e atitudes corretas, para que nos tornemos responsáveis pelo ambiente em que vivemos. Eu gosto bastante da ideia de projetos: em que os alunos são direcionados por uma dúvida ou questão que eles trouxeram de casa, ou mesmo propostos pelos fatos ocorridos dentro do ambiente escolar. Um exemplo interessante é sobre o desperdícios da merenda escolar, para onde vai o restos de alimentos? O que acontece após jogarmos no lixo os restos de comida? Vamos construir uma composteira na escola pra ver como funciona esse processo? Apesar de parecer muito voltado as ciências esses temas são transversais e podemos trabalhar: matemática com quantidade de alimentos, português, ciências, questões sociais que envolvem o desperdício de alimentos, entre outros. #