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Estagio Supervisionado I e III

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ
LAURA CRUSARO ACCO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I E III
CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS
Trabalho apresentado como requisito parcial
de conclusão da disciplina de Estágio
Supervisionado I e III na área clínica de
pequenos
animais, do curso de Medicina Veterinária
do Centro Universitário Fundação Assis
Gurgacz.
Prof. Orientadora: Ana Paula A. Gnoatto
CASCAVEL
2019
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Secreção no olho esquerdo (A). Alopecia em região dorsal (B).......................10
Figura 2 – Otohematoma na orelha direita .......................................................................12
Figura 3 – Orelha após o procedimento de drenagem ......................................................12
Figura 4 – Foto da lesão observada na cavidade oral........................................................14
Figura 5 – Teste rápido de FIV/FeLV realizado no paciente ............................................14
Figura 6 – Radiografia Latero Lateral Direito (A). Radiografia Ventro-Dorsal (B).........15
Figura 7 – Foto da cavidade oral durante o retorno sem lesões.........................................16
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
Gráfico 1 – Atendimentos acompanhados durante o período de estágio...........................06
Gráfico 2 – Procedimentos totais acompanhados ............................................................06
Tabela 1 – Exames complementares realizados................................................................07
Tabela 2 – Vacinações realizadas ....................................................................................07
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................05
2 CASÚÍSTICA..............................................................................................................06
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..........................................................................07
3.1 Lesão em orelha de gato..............................................................................08
3.2 Diarreia em Lagomorfo..............................................................................09
3.3 Conjuntivite em Lagomorfo...........................................................................10
3.4 Tumor em baço e abdômen em chow chow ..............................................11
3.5 Otohematoma em Lhasa-Apso.......................................................................11
4 DISCUSSÃO: Estomatite decorrente de FeLV em felino........................................13
5 CONCLUSÃO.............................................................................................................17
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................18
5
INTRODUÇÃO
O estágio supervisionado I e III foi realizado na Pet Stop Consultório Veterinário,
localizada na Rua Benjamin Constant, número 841, bairro Parque São Paulo, na cidade
de Cascavel-PR, com início dia 20 de fevereiro até 29 de março de 2019. A supervisão
durante o estágio era realizada pela Medica Veterinária Tawany Camila P. Bonamigo
(CRMV-PR – 13559) e as orientação realizadas pela professora Ana Paula A. Gnoatto
(CRMV-PR-12937)
O Consultório Veterinário Pet Stop funciona juntamente com um pet shop, vendas
de acessórios para animais, além de ter uma farmácia para venda de medicamentos. Em
sua estrutura conta com a área de recepção e vendas e salas separadas, o consultório onde
é realizado todos os exames e coleta, um internamento, e a sala do banho e tosa. Sendo
assim uma clínica medica para o tratamento de pequenos animais e lagomorfos, não sendo
realizados cirurgias.
O objetivo principal do estágio na empresa era o aperfeiçoamento da formação,
através de acompanhamento de atividades cotidianas, acompanhando a rotina diária da
veterinária e assistindo e auxiliando nas consultas e procedimentos.
6
2 CASUÍSTICA
Durante o período de estágio supervisionado I e III foram acompanhados no total
de 10 atendimentos que foram realizados em animais de companhia e silvestres, entre eles
06 na espécie canina, 02 felinos e 02 lagomorfos, exibidos no gráfico.
Gráfico 1 – Atendimentos acompanhados durante o período de estágio no Consultório
Veterinário Pet Stop
Lagomorfos
20%
Gatos
20%
6 Cães
Cães
60%
2 Gatos
2 Lagomorfos
Fonte: arquivo pessoal (2019)
O gráfico 2 mostra todos os procedimentos que foram acompanhados no
Consultório Veterinário Pet Stop durante o período de realização do estágio
supervisionado I e III.
Gráfico 2 – Procedimentos totais acompanhados Consultório Veterinário Pet Stop.
Consultas
Exames Complementares Totais
Vacinação
0
Fonte: arquivo pessoal (2019)
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
7
A tabela 1 mostra os exames complementares realizados durante o período do
estágio, sendo o teste de FIV/FELV o mais realizado.
Tabela 1 – Exames complementares acompanhados, divididos por espécie, durante o
período realizado de estágio supervisionado I e III.
EXAMES COMPLEMENTARES
Bioquímico
Hemograma completo
Radiografia
Teste de FIV/FELV
Ultrassom
TOTAL
Fonte: arquivo pessoal (2019)
CANINOS
02
02
01
05
FELINOS
01
01
03
505
A tabela 2 mostra que durante a realização do estágio, foram vacinados 81
animais, sendo em felinos, aplicado 02 doses de V4 e 03 doses de V5, de caninos foram
76 doses de V10, assim como 02 doses de Giardíase e 02 doses de Gripe. Também
foram aplicadas 35 doses de raiva
Tabela 2 - Vacinas realizadas acompanhadas durante o estágio supervisionado I e III.
VACINAS
Giardíase
Gripe
Raiva
V4
V5
V10
TOTAL
Fonte: arquivo pessoal (2019)
FELINOS
05
02
03
10
CANINOS
02
02
30
76
110
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades de estágio supervisionado I e III no Consultório Veterinário Pet Stop
iniciavam-se as 08h finalizando-se às 11h30 no período da manhã, com retorno às 13h30
até 18h no período da tarde e atendimentos fora da hora comercial em domicilio, sendo
auxiliada e supervisionada em pratica pela Médica Veterinária Tawany Camila P.
Bonamigo.
Os procedimentos desenvolvidos tiveram início obtendo o conhecimento sobre
como funcionava todos os protocolos de vacinação e vermifugação, familiarização dos
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medicamentos mais utilizados pela veterinária, e em seguida como funcionava a rotina
clínica, que contava com o atendimento no consultório e também residencial.
Posteriormente era realizado o atendimento de pacientes na clínica, para consultas,
aplicações de vacina, vermífugos, o estagiário, era responsável para pesagem dos animais,
preparo e aplicação de vacinas e realizar a contenção para a veterinária realizar o exame
físico. Quando havia consultas, o estagiário ficava encarregado por organizar todos os
materiais que fossem necessários durante a consulta ou na possível realização de exames
clínicos.
Durante o período de estagio foram realizados diversos exames complementares,
como coleta de sangue, onde o estagiário auxiliado pela veterinária, que era realizado com
a punção intravenosa na veia jugular com seringa de 30 ml, que em seguida eram
encaminhados para um laboratório de análise terceirizado. Durante a realização de
ultrassom e radiografia, veterinários terceirizados vinham realizar, para ultrassom o
responsável era o Médico Veterinário Dhyego Thomazoni (CRMV-PR 12.464) e o
responsável pelas radiografias era o Médico Veterinário Daniel Henrique C. dos Santos
(CRMV-PR 12.176).
Na rotina da clínica veterinária seguia-se o seguinte protocolo para vacinações:
Em cães a partir de 45 dias de idade 1ª dose V10, aos 66 dias de idade 2ª dose V10
associada a 1ª dose Giardíase e 1ª dose da preventiva de gripe, com 87 dias de idade 3ª
dose V10 e 2ª dose Giardíase e 2ª dose da preventiva de gripe, assim como a dose única
de antirrábica. Sendo indicado o reforço anual para todas. Em gatos o protocolo de vacina
inicia-se aos 60 dias de idade com a administração da 1ª dose V4, sendo a 2ª dose aos 81
dias de idade junto com a dose única de antirrábica, sendo indicado reforço anual.
No período acompanhando o consultório veterinário foram acompanhados alguns
casos clínicos que serão descritos em seguida.
3.1 LESÃO EM ORELHA DE GATO
O paciente se tratava de espécie felina, sem raça definida (SRD), fêmea de
aproximadamente 12 anos de idade, pesando 3,56kg. O proprietário relatou que o animal
apresentava uma ferida na orelha esquerda, incomodo e estava coçando bastante a ferida.
Durante o exame físico composto por aferição de temperatura, frequência cardíaca
(FC), frequência respiratória (FR), avaliação de mucosas e tempo de preenchimento
9
capilar (TPC), não foi encontrada nenhuma alteração. No exame físico da orelha viu-se
uma ferida com alopecia, edema e presença de conteúdo indefinido. Durante a palpação
da ferida o animal apresentou dor. A veterinária cogitou fazer a drenagem do conteúdo
da ferida para um diagnóstico mais preciso, porém o proprietário optou por não realizar
o procedimento pelo risco da anestesia devido a idade do animal.
Foi indicado para o proprietário a administração das seguintes medicações ambas
vias orais: Enrofloxacina 5 mg/kg, durante 10 dias, com 1 comprimido a cada 12 horas e
Prednisolona 1mg/kg, 1 comprimido por dia a cada 12 horas durante 10 dias.
Após 4 dias o proprietário trouxe o animal, relatando que ele havia coçado a ferida
fazendo com que o liquido presente tivesse sido liberado. Na análise da veterinária chegou
à conclusão que o liquido presente era pus. Recomendou que o proprietário continuasse
com tratamento, limpasse a ferida com Clorexidina uma vez por dia, durante 6 dias, e
retornasse após 6 dias.
No retorno do paciente, durante o exame físico notou-se que a ferida havia
cicatrizado e não havia mais presença de pus.
3.2 DIARREIA EM LAGOMORFO
O paciente era um Lagomorfos, macho de aproximadamente 4 meses, pesando
700g. A proprietária relatou que o animal estava apresentando diarreia sem nenhum outro
sinal. Durante a anamnese foi visto que o paciente apresentava alimentação incorreta
apenas com uma ração de má qualidade. Realizou-se apenas a aferição temperatura aonde
o animal não apresentava alterações. A veterinária suspeitou que o a diarreia era devido
a manejo incorreto, então indicou a dieta correta, sendo composta de ração de boa
qualidade, e introduzir verduras e feno, para complementar a fibra necessária.
Dois dias após a primeira consulta, a proprietária voltou com o paciente, relatando
que ele havia parado de se alimentar, ainda apresentava as fezes moles. No exame, notouse que o coelho ainda apresentava dor, ao questionar a proprietária, ela falou que ele podia
ter sofrido um tombo em casa. A veterinária decidiu optar pelo internamento.
Utilizou-se tramadol 1 mg/kg e dipirona 0,1 mg/kg ambos via subcutânea para o
manejo da dor. Além desses, administrou-se suplemento vitamínico via oral na dose de 2
gramas. Após 1 hora da administração do suplemento ele se alimentou. O coelho ficou
internado durante três dias, porém no segundo dia a diarreia já havia parado.
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O animal recebeu alta no terceiro dia de internamento, onde não apresentava mais
nenhum sinal clinico, foi indicado para o tratamento em casa Silimarim 20 mg/kg, com
intenção de proteção hepática, durante 7 dias uma vez ao dia, Cetoprofeno 2,2 mg/kg duas
vezes ao dia durante 4 dias, e continuar o uso do suplemento vitamínico na dose 2 gramas
uma vez por dia durante 7 dias.
3.3 CONJUNTIVITE EM LAGOMORFO
O terceiro paciente era lagomorfos, aproximadamente 3 anos, pesando 2,14kg. A
proprietária chegou no consultório para um exame de rotina já que havia adotado o animal
recentemente.
Durante a anamnese percebeu-se que apresentava alojamento e
alimentação incorreta. No exame físico percebeu-se pela veterinária que o paciente
apresentava uma secreção no olho esquerdo sendo suspeito de conjuntivite. (FIGURA
1A) e alopecia na região dorsal do animal (FIGURA 1B)
Figura 1 – Secreção no olho esquerdo. (A). Alopecia em região dorsal. (B)
A
Fonte: arquivo pessoal (2019)
B
Fonte: arquivo pessoal (2019)
A veterinária encaminhou a animal para casa com colírio a base de Trobamicina
e Dexametasona com indicação de pingar 2 gotas em cada olho, duas vezes ao dia durante
19 dias para o tratamento de conjuntivite, e vira oral a Enrofloxacina 10 mg/kg a cada 12
horas durante 7 dias para a alopecia e Invermectina 0,2 mg/kg dose única como vermífugo
em forma de pasta.
11
Apesar dos problemas clínicos, o principal nesse caso era corrigir o manejo do
coelho, que viva apenas em uma gaiola e comendo ração de baixa qualidade. A veterinária
indicou a deixar o animal viver livre e usar a gaiola apenas para as necessidades, mudar
a alimentação para uma ração super premium, Nutropica, e a complementar com folhas
escuras, frutas e feno a vontade.
O animal retornou após cinco dias, sem presença de secreção no olho esquerdo, e
com alopecia diminuída. Recomendou-se continuar o tratamento com o colírio até o fim
dos dias indicados.
3.4 TUMOR EM BAÇO E ABDÔMEN EM CHOW CHOW
O paciente da espécie canina da raça chow chow, era fêmea com 14 anos, pesando
aproximadamente 16kg. O proprietário chegou, relatando que o animal estava com uma
secreção na vulva. Durante o exame físico composto por aferição de temperatura, FC, FR,
TPC e avaliação das mucosas a frequência respiratória estava elevada, devido à
dificuldade de o animal respirar.
Durante o exame físico, a vulva apresentava secreção purulenta e odor forte, na
palpação abdominal o animal apresentou muita dor. A suspeita da veterinária era piometra
aberta, assim requisitando ultrassom.
No ultrassom deu para visualizar que o animal apresentava um tumor aderido ao
baço e abdômen de tamanho aproximado de 18cm, não sendo possível a visualização do
útero devido ao tumor. A veterinária tomou a decisão de eutanasiar o paciente devido a
gravidade do tumor e a idade avançada.
Para eutanásia foi utilizado Cetamina na dose 15mg/kg IM, Xilazina 2mg/kg IM
e Merepidina 4mg/kg para sedar e anestesiar a cadela. Após o animal estar anestesiado
utilizou Cloreto de Potássio 1 ml/kg intracardíaco.
3.5 OTOHEMATOMA EM LHASA-APSO
O paciente era da espécie canina, raça Lhasa-Apso, aproximadamente 10 anos,
pesando 8,2 kg. O proprietário relatou que ele apresentava coceira no ouvido direito e
dor. Durante o exame físico composto por aferição de temperatura, frequência cardíaca,
frequência respiratória, avaliação de mucosas e tempo de preenchimento capilar (TPC),
não foi encontrada nenhuma alteração. No exame físico especifico notou-se que o
12
paciente apresentava um grande inchaço e presença de liquido na orelha (FIGURA 2),
característico de otohematoma. Além disso o animal apresentava otite bilateral.
Figura 2 – Otohematoma na orelha direita.
Fonte: arquivo pessoal (2019)
O tratamento escolhido para o paciente pela veterinária foi o clinico, realizando a
punção e drenagem do liquido no consultório. Para sedação utilizou-se Cloridrato de
Dexmedetomidina na dose de 500 mcg/m². A punção e drenagem foram realizados com
seringa de 3ml e agulha 13mm. Após a drenagem, realizou-se a aplicação do reversor da
sedação, Cloridrato de Atipamezole na dose de 500 mcg/m². A orelha já apresentava uma
grande melhora (FIGURA 3)
13
Figura 3 – Orelha após o procedimento de drenagem
Fonte: arquivo pessoal (2019)
Para casa a veterinária receitou Prednisolona 1 mg/kg a cada 12 horas por 7 dias,
Enrofloxacino na dose de 5 mg/kg duas vezes por dia durante 10 dias, ambos em via oral.
Também foi indicado um tratamento otológico manipulado a base de Diazinon 1.000 mg,
Pimaricina 300,0 mg, Neomicina 375,0 mg, Acetato de dexametasona 10,0 mg para a
otite, a cada 12 horas durante 21 dias.
O animal retornou após 10 dias, sem reincidiva do otohematoma e com uma
grande melhora na otite. A veterinária recomendou terminar o tratamento com o agente
otológico.
4 DISCUSSÃO: Estomatite decorrente da FeLV em felino
No dia 04 de março de 2019 no consultório veterinário Pet Stop, a Medica
Veterinária Tawany Camila P. Bonamigo atendeu um felino, SRD, não castrado, com
aproximadamente 1 ano e dois meses, pesando 3,1 kg, sem nenhuma vacina, o gato tinha
acesso à rua e nunca havia sido testado para FIV/FeLV, sendo necessário pois de acordo
com Coelho et. al. (2011) os animais com mais risco de serem infectados são os o que
tem acesso a rua.
A proprietária trouxe o animal para a consulta relatando que a uma semana o
animal diminuiu a frequência que se alimentava, e nos últimos três dias havia diminuído
ainda mais a alimentação. Relatou que o animal ainda se alimentava em pequenas
14
quantidades de ração seca misturada com ração húmida, porem miava na hora de comer,
babava e ficava abrindo a boca.
Durante o exame físico geral realizado, foi aferido temperatura, frequência
cardíaca e respiratória, que se encontravam dentro dos parâmetros considerados normais
para a espécie, ele apresentava apenas uma leve desidratação. Como o animal estava com
dor não foi possível realizar exame na cavidade oral. Com esses sintomas, a veterinária
suspeitou de fratura na mandíbula, já que conforme Dias et. al. (2012) a mandíbula felina
tem tendências a ser atingida mais facilmente.
Para confirmação da suspeita, foi necessário sedar o animal, utilizando Cloridrato
de Dexmedetomidina na dose de 500 mcg/m² intramuscular, e Merepidina na dose
2mg/kg para analgesia. Foi analisado a cavidade oral do animal, onde se viu ulcerações
na parte interna da boca, no palato mole e na língua como visto na figura 4, levando a
suspeita de lesões causadas por problema periodontal (GIOSO 2016).
Figura 4 – Foto da lesão observada na cavidade oral.
Fonte: arquivo pessoal (2019)
Aproveitando a sedação foi realizado a coleta de sangue para o exame FIV/FeLV,
pois era a outra suspeita da veterinária sobre o motivo das lesões na cavidade oral, pois
conforme Ferreira, et. al (2012) o vírus da leucemia felina (FeLV) causa imunodepressão,
favorecendo o aparecimento de infecções que causam lesões na cavidade oral. O teste foi
realizado, sendo o resultado negativo para FIV e positivo para FeLV (Figura 5)
15
Figura 5 – Teste rápido de FIV/FeLV realizado no paciente
Fonte: arquivo pessoal (2019)
Apesar do animal não apresentar visivelmente nenhuma lesão na mandíbula ainda
foi realizado a radiografia para eliminar a suposição de lesão. Foram realizadas
radiografias do crânio na posição: Latero-Lateral direto e Ventro-Dorsal. (Figura 6A e
6B), onde não houve presença de nenhuma alteração radiográfica.
Figura 6 – Radiografia Latero Lateral Direito (A). Radiografia Ventro-Dorsal. (B)
A
Fonte: arquivo pessoal (2019)
B
Fonte: arquivo pessoal (2019)
As radiografias foram uteis, pois, além de descartar a possibilidade de fratura na
mandíbula, também descartou a possibilidade de as feridas na cavidade oral serem
16
causadas pela doença periodontal, já que elas deveriam estar em estado avançado para
causar as estomatites (Nelson & Couto 2006) e isso apareceria na radiografia.
A proprietária veio buscar o animal e a veterinária explicou que ele havia sido
positivo para FeLV, e quais seriam a limitação do paciente para o resto da vida, pois
conforme Quinn et. al (2005) gatos persistentemente infectados morrem dentro de três
anos após a infecção.
De medicamentos, foi passado para a proprietária utilizar em casa, sendo todas via
oral: Clindamicina 11 mg/kg durante 10 dias duas vezes ao dia, que é um dos antibióticos
mais recomendados para as estomatites (NIZA, et. al. 2004). Prednisolona 1 mg/kg
durante 10 dias a cada 12 horas para suprimir o processo inflamatório (KAHN 2008). E
suplemento vitamínico na dose de 0,5 ml/kg uma vez ao dia até o paciente apresentar
melhora, que segundo Niza, et. al. (2004) pode apresentar um efeito benéfico para a
mucosa oral e possuir atividade imunoestimulante
Após 10 dias a proprietária retornou e relatou que o animal apresentou melhora,
estava se alimentando na quantidade normal, porem apenas de alimento úmido. Durante
o exame físico composto por aferição de temperatura, FC, FR, TPC e avaliação de
mucosas, não foi encontrada nenhuma alteração.
A veterinária analisou a cavidade oral do animal, que agora não apresentava mais
dor, e percebeu uma grande diminuição das ulceras orais, apresentando apenas uma lesão
pequena na língua, como visto na Figura 7.
Figura 7 – Foto da cavidade oral durante o retorno sem lesões.
Fonte: arquivo pessoal (2019)
17
Como o paciente apresentou uma grande melhora a veterinária indicou apenas a
medicação Prednisolona 2 mg/kg por 7 dias via oral,
Também foi realizado a vacinação, com a vacina V4, pois conforme Lutz et. al
(2009) a vacinação mesmo em animais positivos para FIV/FeLV deve continuar
normalmente, apenas evitando os antígenos da leucemia felina o que seria a vacina
chamada de V5
A proprietária retornou após 21 dias para a segunda dose da V4 e a vacina dose
única da raiva. Foi feita uma nova analise na cavidade oral e o animal apresentava total
melhora, sem apresentar nenhuma lesão visível, já havia retomado a alimentação de ração
seca e ganhou um peso de 350g.
5 CONCLUSÃO
Conclui-se que o estágio supervisionado I e III teve a finalidade de proporcionar
ao acadêmico a oportunidade de vivenciar a realidade vivida dentro da rotina em um
consultório de Medicina Veterinária com especialidade na área de clinica medica de
animais de companhia e Lagomorfos, ampliando seus conhecimentos práticos e
associando eles a teoria.
Tendo o contato com diversos casos clínicos e suas respectivas causas foi possível
ver a importância do estágio supervisionado, conhecendo a realidade encontrada e suas
diferenças com a teoria aprendida em sala de aula. Podendo assim se preparar para o
futuro e compreender as funções e responsabilidades reais de um médico veterinário.
18
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