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apostila cirúrgica

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ENFERMAGEM CIRÚRGICA
Estrutura Física do Centro Cirúrgico
Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a unidade de dentro cirúrgica pode ser
definida como o conjunto de elementos destinados à atividade cirúrgica, à recuperação anestésica e ao
pós-operatório imediato. O centro cirúrgico é um ambiente complexo que reúne clientes diferentes,
patologias complexas, e características cirúrgicas, que vão proporcionar diferentes abordagens e
assistências prestadas. Sendo assim possui dependências interligadas e instalações que permitem
procedimentos em condições assépticas e seguras.
Em sua construção devemos observar: localização, área, estrutura, composição física, salas de
cirurgias, equipamentos e materiais, sua administração e regulamentos. Sua localização deve oferecer
segurança quanto às técnicas assépticas, sendo distanciada de locais de grande circulação, ruídos e
poeiras.
Quanto à área e ao numero de salas devemos considerar a duração da programação cirúrgica
especialidades atendidas, ensino e pesquisa.
As atividades são direcionadas através da seguinte estrutura:
 Seção ou bloco operatório (salas de operação equipadas);
 Seção de recuperação pós-anestésicas (RPA)
 Seção de material (guarda de material estéril e não estéril, como medicamentos, seringas, fios de
suturas, próteses etc.).
Composição do Centro Cirúrgico:
 Vestiário;
 Conforto multiprofissional;
 Sala de anestesias;
 Sala de enfermagem;
 Sala de estoque de material e medicamentos;
 Área para recepção de pacientes;
 Sala de operação;
 Sala para equipe de limpeza e elementos de apoio (banco de sangue, raios X, laboratórios, anatomia
patológica, auxiliares de anestesia, segurança, e serviços gerais – engenharia clinica- parte elétrica,
hidráulica e eletrônica).
Atribuições do Técnico de Enfermagem
É uma assistência de alta complexidade associado ao processo de trabalho com base na assistência
individualizada, com um cuidado curativo especifico. Trata-se de um trabalho multiprofissional integrado,
objetivando a interdisciplinaridade.
De acordo com o decreto nº 94.406, de 8 junho de 1987, que regulamenta a Lei 7.498 de 25 de junho
de 1986, dispõe sobre o exercício da enfermagem, ressaltando as atividades do técnico de enfermagem
no centro cirúrgico:
 Cumprir normas e regulamentos da instituição e do setor, de acordo com o Código de ética:
 Receber o paciente no centro cirúrgico;
 Participar de reuniões com seus líderes quando solicitado; e de treinamentos e programas de
desenvolvimento oferecidos;
 Manter a ordem e a limpeza no seu ambiente de trabalho;
 Zelar pelas condições ambientais de segurança do paciente, da equipe multiprofissional; pelo
correto manuseio de equipamentos;
 Estar ciente das cirurgias marcadas para a sala de sua responsabilidade;
 Priorizar os procedimentos de maior complexidade, conforme orientação do enfermeiro;
 Prover a SO com material e equipamentos adequados, de acordo com cada tipo de cirurgia e as
necessidades individuais do paciente, descritas no planejamento de assistência realizado pelo
enfermeiro assistencial do CC;
 Remover sujidades dos equipamentos expostos e das superfícies, levando em consideração as
orientações do setor de controle de infecção da instituição;
 Verificar a limpeza de paredes e do piso da SO;
 Verificar o funcionamento dos gases e equipamentos;
 Verificar o funcionamento da iluminação da SO;
 Tomar providências para a manutenção da temperatura adequada da sala;
 Auxiliar na transferência do paciente da maca para a mesa cirúrgica, certificando-se do correto
posicionamento de cateteres, sondas e drenos;
 Auxiliar no correto posicionamento para o ato cirúrgico;
 Notificar o enfermeiro responsável sobre possíveis intercorrências;
 Utilizar corretamente equipamentos, materiais permanentes, descartáveis e roupas;
 Auxiliar o anestesiologista na indução/reversão do procedimento anestésico;
 Preencher corretamente todos os impressos pertinentes ao prontuário do paciente e a instituição;
 Comunicar ao enfermeiro defeitos em equipamentos e materiais;
 Controlar materiais, compressas e gases como fator de segurança para o paciente;
 Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica;
 Abrir os materiais estéreis dentro de técnicas assépticas;
 Solicitar a presença do enfermeiro sempre que necessário;
 Encaminhar peças exames e outros pedidos realizados no transcorrer da cirurgia;
 Auxiliar na transferência do paciente da mesa cirúrgica para a maca, certificando-se do correto
posicionamento de cateteres, sondas e drenos;
 Realizar a desmontagem da SO.
CIRURGIA
“Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformidade externa e/ou interna com o
objetivo de reparar, corrigir ou aliviar um problema físico. É realizada na sala de cirurgia do hospital e
em ambulatório ou consultório, quando o procedimento for considerado simples” (KAWAMOTO, 1999)
Classificação das cirurgias
As cirurgias podem ser classificadas de acordo com três características:
 Finalidade
 Grau de urgência
 Potencial de contaminação
1. Quanto à finalidade
Diagnóstica – é a exploração de um determinado órgão para o diagnóstico ser confirmado. Ex:
laparotomia exploradora, biópsia de TU de mama
Ablativa – é a ressecção ou ablação de uma parte do órgão. Ex: amputação, apendicectomia,
colecistectomia.
Paliativa – tem a finalidade de aliviar ou diminuir a intensidade da doença, ou compensar os
distúrbios para aliviar a dor. Ex: colostomia, desbridamento de tecido necrosado
Reconstrutiva – tem a finalidade de reconstruir o tecido lesado e restabelecer a sua capacidade
funcional. Ex: fixação interna de fraturas
Transplante – tem a finalidade de substituir órgãos ou estruturas não funcionantes.
Ex: transplantes, prótese de quadril
Construtiva – tem a finalidade de restabelecer a capacidade funcional perdida ou diminuída em
consequência de má formação congênita. Ex: fechamento de comunicação interatrial.
2. Quanto Grau de Urgência
Classificação
Indicação para Cirurgias
Cirurgia Emergencial – tratamento cirúrgico - Sem demora
que requer atenção imediata com a finalidade
Exemplos: ferimento por arma de fogo,
de salvar a vida do cliente.
sangramento grave, osbtrução intestianl ou vesical,
Traumatismo cranioencefálico, etc.
- Realizada dentro de 24 a 30 horas (Brunner).
Cirurgia de urgência – tratamento cirúrgico
Exemplos: Apendicectomia, infecção aguda da
que requer pronta atenção
vesícula biliar, cálculos renais ou ureterais, etc.
- Planejar dentro de algumas semanas ou meses.
Cirurgia Necessária – O paciente precisa Exemplos: Hiperplasia prostática sem obstrução
fazer a cirurgia.
vesical, distúrbios da tireoide, catarata, etc.
Cirurgia eletiva – tratamento cirúrgico Realizada com data pré-agendada, onde a falha em
proposto, mas cuja realização pode aguardar, se submeter à cirurgia não é catastrófica.
podendo ser programada.
Exemplos: Reparação de cicatrizes, hérnia simples,
reparação vaginal, etc.
Cirurgia opcional – Decisão por parte do - Preferência pessoal.
paciente.
Exemplo: Cirurgia coméstica / estética.
3. Quanto ao Grau de Contaminação
Cirurgia limpa- são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou descontaminados, na ausência de
processo infeccioso e inflamatório local ou de falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas atraumáticas
com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. Cirurgias em que não ocorrem penetrações do
trato digestivo, respiratório ou urinário. Ex: artroplastia de quadril, mamoplastia, cirurgia cardíaca.
Cirurgias potencialmente contaminadas- São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora
microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo
infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias limpas com
drenagem se enquadram nessa categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou
urinário sem contaminação significativa. Ex: gastrectomia
Cirurgias contaminadas – São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos,
colonizados por flora bacteriana abundante cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como
todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local.
Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização por segunda intenção, grande contaminação a
partir do tubo digestivo, obstrução biliar ou urinária. Ex: hemicolectomia, anastomose bileodigestiva.
Cirurgias infectadas – São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão,
em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de
origem suja. Ex: nefrectomia com abscesso, cirurgia do reto e ânus com secreção purulenta.
Terminologia Cirúrgica
A nomenclatura cirúrgica é o conjunto de termos utilizados para indicar o procedimento cirúrgico a ser
realizado.
Na nomenclatura cirúrgica a raiz significa o segmento anatômico e os afixos a intervenção cirúrgica a
ser realizada.
Prefixos da nomenclatura cirúrgica e seus significados:
Prefixo
Definição
Adeno
Amigda
Angio
Glândula
Amígdala
Vasos
Artro
Articulação
Blefaro
Pálpebra
Cisto
Bexiga
Cole
Vesícula Biliar
Entero
Intestino
Espleno
Baço
Flebo
Veia
Gastro
Estômago
Histero
Útero
Laparo
Abdome
Nefro
Rim
Neuro
Nervo
Oofor
Ovário
Orquido
Testículo
Pielo
Pelve Renal
Tóraco
Tórax
Traqueo
Traquéia
Sufixos da nomenclatura cirúrgica e seus significados (indica o procedimento cirúrgico
realizado)
Sufixo
Anastomose
Centese
Ectomia
Lise
Pexia
Plastia
Ráfia
Significado
Formação de passagem entre dois órgãos
Punção
extirpação, excisão, remoção parcial ou total
dissolução, liberação
fixação de um órgão
alteração da forma e ou função de um órgão
Sutura
Principais procedimentos cirúrgicos de remoção com sufixo ectomia
Para remoção
Cirurgia
Apendicectomia
Cistectomia
Colecistectomia
Colectomia
Esofagectomia
Esplenectomia
Apêndice
Bexiga
vesícula biliar
Cólon
Esôfago
Baço
Principais procedimentos cirúrgicos para fixação com sufixo pexia
Para fixação
Cirurgia
Cistopexia
Bexiga
Histeropexia
Nefropexia
Retinopexia
Orquiopexia
útero à parede abdominal
rim à parede abdominal
Retina
testículo em sua bolsa
Principais procedimentos cirúrgicos para alterar a forma e/ou a função de um órgão com sufixo
plastia
Cirurgia
Artroplastia
Alterar forma e ou função
articulação, para restaurar movimento e função
Pálpebras
Mama
Piloro
Blefaroplastia
Mamoplastia
Piloroplastia
Principais procedimentos cirúrgicos de sutura com sufixo ráfia
Procedimento
Sutura de (a) (o)
Pálpebra
Vagina
Estômago
Hérnia
Blefarorrafia
Colporrafia
Gastrorrafia
Herniorrafia
Principais procedimentos cirúrgicos para visualização com sufixo scopia
Visualização
Procedimento
Broncoscopia
Brônquios
Duodenoscopia
Duodeno
Esofagoscopia
Esôfago
Gastroscopia
Estômago
Principais procedimentos cirúrgicos para abertura com sufixo tomia ou stomia
Cirurgia
Artrotomia
Broncotomia
Cardiotomia
Cistostomia
Colecistostomia
Coledocolitotomia
Para abertura
da articulação
dos brônquios
da cárdia
bexiga para drenagem da urina por sonda
colocação de dreno na vesícula biliar do
colédoco para retirada de cálculo
Terminologias que não seguem as regras citadas
Cirurgia
Para abertura e
Amputação
remoção de um membro ou parte necrosada do corpo
Anastomose
conexão e sutura de dois órgãos ou vasos
Artrodese
fixação cirúrgica de articulações
Bartholinectomia
retirada de cisto de Bartholin
ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO
Abordaremos onde começa e inicia cada fase do momento perioperatório, na sequencia da experiência
cirúrgica. Através das assistências de enfermagem pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório.
Período Perioperatório
A enfermagem perioperatória avalia o paciente realizando levantamento, organização e priorização dos
dados, estabelece diagnósticos de enfermagem, desenvolve e implementa planos de cuidados e avalia
esse cuidado em termos dos resultados obtidos pelo paciente.
PRÉ- OPERATÓRIO: tem inicio no momento em que se identifica a necessidade de uma
intervenção cirúrgica e termina com a transferência do cliente mesa cirúrgica.
Pode ser divido em:
 Mediato - do momento da decisão cirúrgica até 24 horas antes da cirurgia.
 Imediato- 24horas antes da cirurgia.
TRANSOPERATÓRIO/ INTRAOPERATÓRIO: tem inicio no momento em que o paciente é
transferido para leito da sala cirúrgica e termina quando o paciente é admitido na Unidade de
Recuperação Pós Anestésica (URPA).
PÓS-OPERATÓRIO: tem inicio com admissão no setor de URPA e termina com o após a
avaliação na unidade de internação ou consultório médico.
Pode ser dividido em:
 Imediato- da admissão do paciente na sala de recuperação anestésica até as primeiras 24
horas pós-operatório;
 Mediato- período que vai de 24 a 48 horas do pós-operatório.
 Tardio- a partir de 48 horas de pós-operatório e persiste enquanto o indivíduo necessitar de
atenção especial.
PRÉ-OPERATÓRIOS
Neste momento á ênfase é dada a avaliação do paciente antes do dia da cirurgia através da
entrevista pré-operatória e avaliação de exames laboratoriais que incluem:
 Exames físicos;
 Avaliação emocional;
 História anestésica prévia;
 Identificação de alergias;
 Avaliação e possibilidades de problemas genéticos que possam interferir na cirurgia;
 Assegurar que os exames necessários foram realizados;
 Fornecer educação pré-operatório.
Consentimento informado
O consentimento informado voluntário e por escrito a partir do paciente é necessário antes que a
cirurgia não emergencial possa ser realizada. Esse procedimento protege o paciente contra a cirurgia
não autorizada e protege o profissional contra aços de uma operação não autorizada.
É um impresso assinado pelo paciente na presença de testemunhas, que dá permissão para que seu
médico assistente o submeta a um procedimento operatório. Alguns de seus objetivos são: assegurar
que o paciente entende a natureza do tratamento, incluindo as possíveis complicações; mostrar que a
decisão do paciente foi tomada sem coação e proteger o paciente contra procedimentos não
autorizados.
Educação Pré-operatório do paciente
. O ensino pré-operatório do paciente pode ser feito por conversas, discussão, recursos audiovisuais,
demonstrações e demonstrações pelo próprio paciente. Tem por objetivo ajudá-lo a compreender a
experiência cirúrgica para diminuir sua ansiedade e promover sua recuperação plena após a operação e
anestesia.
 Respiração Diafragmática – este é o tipo de respiração no qual a cúpula diafragmática achatase durante a inspiração, o que resulta em abaulamento do andar superior do abdome à medida
que o ar entra no tórax. Na expiração, os músculos abdominais e o diafragma relaxam. Esta é
uma técnica de relaxamento eficaz;
 Espirometria de Incentivo – no pré-operatório, o paciente faz uso de um espirômetro para
medir as inspirações profundas (ar inspirado) durante a realização de um esforço máximo. A
medida pré-operatória transforma-se no objetivo a ser atingido, assim que possível, após a
operação;
 Tosse – a tosse promove a retirada de secreções do tórax;
 Mobilização – as mudanças de posição do decúbito dorsal para o lateral (e vice-versa)
estimulam a circulação, incentivam a inspiração mais profunda e aliviam as zonas de
compressão;
 Exercícios para MMII – a mobilização das pernas melhora a circulação e o tônus muscular.
 Preparo do local a ser operado
 Pele – é ideal que o paciente tome banho com um sabão bacteriostático no dia da cirurgia. Se
solicitada, a tricotomia deve ser feita o mais próximo possível do momento da operação. Quanto
maior o intervalo entre a tricotomia e a operação, maior a incidência de infecção da ferida
cirúrgica no pós-operatório;
 Trato Gastrintestinal – o preparo do intestino é obrigatório para a cirurgia intestinal, porque as
bactérias que saem da alça podem invadir os tecidos adjacentes e causar sépsis. Suspendemse os alimentos sólidos de 8 a 10 horas antes da cirurgia. Os pacientes que vão ser operados
pela manhã ficam em dieta zero toda noite. Podem ser dados líquidos claros (água) até 4 horas
antes da cirurgia, se prescrito, os líquidos leves podem ser aceitáveis até 2 horas antes da
cirurgia;
 Trato Geniturinário – pode-se prescrever ducha com medicamento no pré-operatório, caso a
paciente vá ser submetida a uma cirurgia ginecológica (por exemplo, histerectomia) ou urológica.
Medicação Pré-operatória
A medicação pré-anestésica(MPA) consiste na administração de uma série de medicamentos antes
anestesia com finalidade de tornar o ato cirúrgico mais agradável para paciente pela indução de
sedação física e psíquica, e de assegurar condições mais favoráveis para o trabalho dos
anestesiologista.
Os bloqueadores dos receptores H2 podem ser incluídos para diminuir a produção de ácido gástrico e a
acidez dos conteúdos estomacais.
As medicações pré-anestésicas podem ser administradas por via IM, EV ou oral. A administração por
via oral é menos dolorosa para o paciente, sua absorção é mais previsível do que a IM e a pequena
quantidade de água ingerida é absorvida diretamente através da mucosa gástrica.
Antes de administrar a medicação pré-anestésica todas às perguntas do paciente referentes à cirurgia e
a anestesia devem ser respondidas e deve-se checar se o consentimento para a cirurgia foi assinado.
Funções das medicações pré-operatórias:
 Redução de ansiedade;
 Redução das secreções de vias áereas;
 Efeito antiemético;
 Profilaxia de reações alérgicas.
 A medicação pré-anestésica pode ser administrada por via intramuscular, intravenosa, intranasal ou oral 30 a 90 minutos antes da cirurgia
Transferência para o Centro Cirúrgico: Realizar a lista de verificação pré-operatória
 Identificação do paciente;
 Revisão do prontuário;
 Impresso de consentimento;
 Preparo do paciente.
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INTRA-OPERATÓRIA / TRANS-OPERATÓRIO
As ações de enfermagem devem assegurar a integridade física do cliente
Portanto, antes de equipar a sala, o circulante limpa os equipamentos com álcool etílico a 70% ou
outro desinfetante recomendado.
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Circulante deve testar o funcionamento dos aparelhos sob sua responsabilidade, verificando suas
perfeitas condições de uso, bem como revisar o material esterilizado e providenciar os materiais
específicos em quantidade suficiente para a cirurgia, dispondo-os de forma a facilitar o uso.
Checar a necessidade de material para o carrinho de anestesia.
Deve-se também preparar a infusão endovenosa e a bandeja de antissepsia, e dispor os pacotes de
aventais, campos, luvas e a caixa de instrumentais em local limpo e acessível.
Quando do processo de abertura do pacote, tomar o cuidado de manusear somente a parte externa
do campo, para evitar contaminar sua parte interna.
Se o pacote for grande, deve ser aberto sobre uma superfície; se pequeno, pode ser aberto
afastado do corpo e seu conteúdo oferecido ao profissional que dele fará uso.
Para corrigir hipotermia não intencional devemos administrar soluções mornas e trocar os campos
molhados por outros secos, já que os tecidos molhados promovem a perda de calor.
O circulante, além de auxiliar o anestesista no posicionamento do cliente, também auxilia, quando
necessário, a suprir material - e durante a cirurgia comunica e registra as alterações do que
observou.
Quando utilizar o bisturi elétrico, faz-se necessário aplicar gel condutor na placa neutra, para
neutralizar a carga elétrica quando do contato da mesma com o corpo do cliente, conforme
orientação do fabricante.
colocar a placa neutra sob a panturrilha ou outra região de grande massa muscular, evitando áreas
que dificultem o seu contato com o corpo do cliente, como saliências ósseas, pele escarificada,
áreas de grande pilosidade, pele úmida.
Jamais se deve deixar nenhuma parte do corpo do cliente em contato com a superfície metálica da
mesa cirúrgica, pois isto, além de desconfortável, pode ocasionar queimaduras devido ao uso do
bisturi elétrico.
Observações:
 É frequente a ocorrência de queimaduras por posicionamento inadequado da placa de bisturi no
ato cirúrgico.
 É importante notificar o cirurgião se o cliente faz uso de marca-passo, em vista do risco de
interferências no funcionamento.
No transcorrer da cirurgia, alguns cuidados se fazem necessários, dentre eles:
1- Ajustar o foco de luz sempre que solicitado, de forma a proporcionar iluminação adequada no campo
cirúrgico, sem projeção de sombras e reflexos;
2- Observar o gotejamento dos soros e sangue, líquidos drenados e sinais de intercorrências;
3- Controlar a quantidade e peso das compressas cirúrgicas e gazes, para evitar esquecimento
acidental desses materiais no campo operatório;
4- Avaliar a perda sanguínea e de líquidos pelas sondas e do sangue aspirado no frasco do aspirador.
Quando for necessário mudar a posição do cliente durante a cirurgia, deve-se evitar movimentos
rápidos e bruscos, porque a mudança repentina de posição pode ocasionar hipotensão arterial.
Até que o cliente seja transportado para a recuperação pós-anestésica ou unidade cirúrgica, o
mesmo não pode ser deixado sozinho devido ao risco de quedas acidentais ou intercorrências póscirúrgicas.
Durante a transferência da SO para a RPA, UTI ou unidade de internação, deve-se ser cuidadoso
durante a mudança do cliente da mesa cirúrgica para a maca, observando a necessidade de agasalhálo, a manutenção do gotejamento das infusões venosas, as condições do curativo e o funcionamento de
sondas e drenos.
POSICIONAMENTOS CIRÚRGICOS
As posições comuns e suas variações em relação às suas exigências para determinados
procedimentos cirúrgicos, os riscos únicos que elas apresentam para vários sistemas orgânicos, e a s
intervenções de enfermagem que diminuem os riscos para o paciente.
Decúbito dorsal (reclinada dorsal) – é a mais comum, permite o acesso às principais cavidades
corporais (peritoneal, torácica, pericárdica).
Decúbito ventral – o paciente deita-se com o abdome sobre a superfície do colchão da mesa de
cirurgia. As modificações da posição permitem as abordagens à coluna cervical, costas, área retal e
áreas dorsais dos membros.
Posição de decúbito lateral / sims – o paciente está deitado sobre o lado não-operado,
proporcionando o acesso à região superior do tórax, rins ou a parte superior do ureter. A referência para
a posição lateral direita ou esquerda depende do lado sobre o qual o paciente deita.
Posição ginecológica – o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo os membros inferiores
flexionados e apoiados sobre a superfície do colchão. Indicada para exames e procedimentos
ginecológicos, proctológicas e urológicos.
Posição de Trendelenburg – é uma variação da posição supina, em que a parte superior do tronco é
abaixada e os pés são elevados. Esta posição facilita a visualização dos órgãos pélvicos durante as
cirurgias abertas ou laparoscópicas na parte inferior do abdome ou pelve. A posição de Trendelenburg
pode ser empregada para melhorar a circulação para o córtex cerebral e gânglios da base quando a
pressão arterial cai subitamente.
Trendelenburg invertido (Posição Proclive) – é descrita como a posição em decúbito dorsal com a
cabeça elevada e os pés abaixados. Ela é frequentemente utilizada para proporcionar acesso a cabeça
e pescoço e para facilitar a tração gravitacional sobre as vísceras para longe do diafragma e no sentido
dos pés.
Posição Litotomia – é usada para procedimentos ginecológicos, retais e urológicos. Com o paciente
em decúbito dorsal, as pernas são elevadas e abduzidas para expor a região perineal. As pernas são
colocadas em estribos para manter esta posição;
Posição Fowler – é empregada para alguns procedimentos na orelha e, no nariz, bem como em
craniotomias que envolvem uma abordagem posterior ou occipital. Esta posição é conseguida,
inicialmente, com o paciente em decúbito dorsal. Lentamente, a seção da parte superior do corpo da
mesa de cirurgia é elevada em 90 graus, enquanto os joelhos são ligeiramente flexionados e as pernas
abaixadas;
Posição de Semi-Fowler – pode ser utilizadas para alguns procedimentos cranianos, no ombro,
nasais, na abdominoplastia ou na reconstrução da mama;
Posição de canivete ou de Jacknife – Também conhecida como Kraske é uma modificação da
posição de decúbito ventral que é freqüentemente utilizada para a hemorroidectomia e procedimentos
do seio pilonidal;
TEMPOS CIRÚRGICOS
Todas as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro tempos simples e fundamentais: a dierése, a
hemostasia, a cirurgia propriamente dita exérese, e a síntese.
Tempo
Cirúrgico
Finalidade
Instrumento
Diérese
significa dividir, separar ou cortar Bisturi, tesouras, trépano
os tecidos através do
bisturi, bisturi elétrico, tesoura,
serra ou laser.
Hemostasia
através de compressão direta Kelly, Kocher, Rochester
com os dedos, uso de
pinças, bisturi elétrico ou sutura
para prevenir, deter ou impedir
o sangramento.
Exérese
que é a cirurgia
propriamente dita.
Depende da cirurgia a ser
realizada.
Síntese
Cirúrgico
com a aproximação das bordas agulha de sutura presa no
da
porta-agulha;
ferida operatória através de
sutura, adesivos e/ou ataduras.
Anestesia e Sedação
A anestesia é caracterizada pela perda de sensibilidade dolorosa, simultânea à perda da
consciência. Anestesia é um estado de narcose (estado de inconsciência ou letargia produzido pela
ação de narcótico), analgesia, relaxamento e perda do reflexo. Já a analgesia é a perda da
sensibilidade dolorosa com preservação do estado de consciência.
A escolha da anestesia para determinado procedimento cirúrgico deve ser feita primariamente pelo
paciente e pelo anestesista. Vários fatores influenciam na decisão, entre eles: as condições fisiológicas
do paciente, doenças coexistentes, recuperação de anestesias anteriores, tipo e duração do
procedimento, posição do paciente durante a cirurgia e exigências particulares do cirurgião.
Tipos de Anestesia
 Anestesia geral – é um estado de inconsciente reversível caracterizado por amnésia, analgesia,
depressão dos reflexos, relaxamento muscular e manipulação dos sistemas e funções fisiológicas.
 Anestesia regional – definida como uma perda reversível da sensação quando um anestésico local
é injetado para bloquear ou anestesiar as fibras nervosas. Entre elas estão a raquianestesia,
anestesia peridural e o bloqueio de nervos periféricos.
 Assistência monitorizada da anestesia (AMA) – a infiltração do local cirúrgico com um anestésico
local é feita por um cirurgião e o anestesista a complementa com drogas EV que dão sedação e
analgesia sistêmica.
 Anestesia local – é empregada para procedimentos menores nos quais o local cirúrgico é infiltrado
com um anestésico local.
Posição do paciente para a anestesia
A posição do paciente para ser anestesiado está dependência do tipo de anestesia indicada.
Anestesia
Anestesia Geral
Anestesia
Raqui
peridural
Posição cirúrgica
Decúbito dorsal/ventral
ou Duas posições: o paciente senta-se sobre a mesa cirúrgica ou em
posição em que o paciente é colocado em decúbito lateral direito ou
esquerdo, tendo as pernas fletidas sob as coxas e estar sobre
abdômen, os membros superiores cruzados na frente à na altura da
cintura e pescoço bem fletido, de modo aproximar o queixo ao
esterno.
Cefaléia pós-punção dural
A cefaleia pós-punção dural (também chamada de cefalalgia pós-espinhal ou cefaleia espinhal)
constitui uma queixa pós-operatória frequente depois da anestesia espinhal. A incidência alcança
aproximadamente 1% quando se emprega uma agulha 25 ou 27 com bisel rombo. Ela não está
relacionada com o fato do paciente ter deambulado precocemente ou não. Acredita-se que a cefaléia
resulte do extravasamento do LCR através do orifício na dura-máter e ocorre, tipicamente, quando o
paciente assume uma posição ereta. A incidência, a gravidade e a duração da cefaléia parecem
correlacionar-se com o tamanho do orifício deixado na dura-máter. Em geral, a cefaléia ocorre na área
occipital e normalmente desaparece durante 1 a 3 dias, porém pode durar duas semanas. Várias
modalidades de tratamento têm sido empregadas para aliviar a cefaléia, incluindo o repouso estrito no
leito por 24 a 48 horas, hidratação vigorosa, cintas abdominais, infusão epidural de soro fisiológico,
cafeína por via oral ou IV, e a injeção de 5 a 20 ml de sangue autólogo dentro do espaço no sítio da
punção.
ANESTESIA GERAL
É obtida com o uso de uma ou mais drogas, capaz de fazer ação analgésica, relaxante muscular,
depressão neurovegetativa e produzir inconsciência. Combinações de drogas são usadas para produzir
o efeito desejado. A anestesia geral pode ser dividida em 3 partes: indução, manutenção e
emergência.
Relaxantes musculares:
 Propofol a 1% - é um analgésico e relaxante muscular de ação rápida. Tem entre seus componentes
proteínas do ovo da galinha. Deve ser preservado em geladeira em temperatura de 5 a 8 ºC.
 Succinilcolina ou quelicin – seu efeito é instantâneo, dura de 1 à 2 min e auxilia na entubação. Seus
efeitos adversos são: Parada Cardiorespiratória (PCR), hipertermia maligna, arritmia.
 Pancurônio (ação longa), Atracúrio (ação intermediária)
Drogas utilizadas em anestesia geral:
 Halotano (Fluotane) – anestésico inalatório que foi mais potente que o éter não sendo inflamável.
Ele produz depressão circulatória, arritmias e pode causar hepatite tóxica. Pode ser utilizado em
crianças pelo efeito prolongado.
 Enflurano – anestésico inalatório, é um éter halogenado que produz menos arritmias no cliente. Tem
como vantagem não ser hepatotóxico. Tem maior uso no evento cirúrgico dos adultos.
 Isoflurano (Forane) – anestésico inalatório, farmacologicamente manipulado para causar menos
depressão cardiovascular; por isso considerado mais seguro para os cardiopatas.
 Sevoflurano ou Sevorane – fazem rápida indução, utilizado para rápida recuperação.
 Morfina – é um opiáceo extraído da semente da papoula e administrado por via EV. Possui
propriedade analgésica, hipnótica e certo bloqueio neurovegetativo com resposta muscular
presentetem efeito depressor da repiração, prurido, retenção urinária.
 Thiopental Sódico – anestésico endovenoso que induz hipnose, sendo considerado altamente
potente. Produz baixo bloqueio neurovegetativo e possui ação curta. Não produz analgesia nem
relaxamento muscular. Serve de indutor por poupar a respiração. É contra indicado em cardiopatas.
 Fentanil – é um analgésico potente. Produz depressão respiratória e não atinge a área cardíaca.
Usado em cardiopatas, tem efeito de anestésico geral quando associado quando associado a um
relaxante muscular, um tranquilizante maior ou a um hipnótico.
 Alfentanil – 5 vezes menos potente que o Fentanil, sendo utilizado em cirurgias de pequeno porte,
devido ao seu período curto de duração. Não produz relaxamento muscular. Tem como característica
o delírio no pós operatório.
 Mistura do óxido nitroso com anestésico inalatório – melhora ação de aprofundamento e perda
de sensações, porém produz euforia, agitação em crianças.
Os cuidados com a Anestesia geral:
 Manutenção da respiração;
 Manutenção da circulação e do equilíbrio homeostático;
 Manutenção da integridade física.
Complicações do Cliente para Anestesia Geral
 Hipoventilação (hipoxemia, hipercarbia) – suporte ventilatório inadequado após a paralisia dos
músculos respiratórios, sobrevindo o coma;
 Traumatismo oral (dentes quebrados, traumatismo orofaríngeo ou laríngeo) – devido à
intubação endotraqueal difícil;
 Hipotensão – decorrente da hipovolemia pré-operatória ou de reações indesejadas aos anestésicos;
 Arritmia cardíaca – decorrente do comprometimento cardiovascular prévio, desequilíbrio eletrolítico
ou de reações indesejadas aos anestésicos;
 Hipotermia – devido à exposição ao ambiente frio da sala de operações e à perda da capacidade
normal de termorregulação provocada pelos anestésicos;
 Lesão de nervos periféricos – decorrente do posicionamento incorreto do paciente ou contenções;
 Hipertermia Maligna – esta complicação letal tem grande probabilidade de ocorrer nos indivíduos
jovens com uma doença muscular herdada ou com história de subluxação articular e escoliose. A
hipertermia maligna decorre de acúmulos excessivos e anormais de cálcio dentro da célula, o que
resulta em hipermetabolismo e maior contração muscular. Suas manifestações clínicas são:
taquicardia, pseudotetania, rigidez muscular, febre alta, cianose, insuficiência cardíaca e lesão do
sistema nervoso central. O tratamento é com dantrolene sódico, oxigênio, glicose a 50%, diuréticos.
ANESTESIA REGIONAL
Raquianestesia (ou bloqueio subaracnóide ou subdural) - É realizada pela introdução do
medicamento no espaço subaracnóide, bloqueando os estímulos dolorosos devido a condução do
bloqueio nervoso. Podendo ser anestesiado desde a região mamária até os membros inferiores. É a
perda total da sensação dolorosa, perda motora e da sensibilidade
Peridural (ou epidural) – o anestésico local é injetado no espaço epidural, onde irá se difundir por
condução nervosa produzindo insensibilidade aos estímulos dolorosos. Amplo efeito de perda da dor,
redução da motricidade, com a possibilidade de manutenção da sensação tátil. Podendo incidir da área
do abdome até os MMII
Drogas usadas na raquianestesia e anestesia peridural:
 Bupivacaína – para procedimentos prolongados;
 Lidocaína – para procedimentos curtos.
Observação: As anestesias podem vir acompanhadas de vasoconstrictor (adrenalina) ou glicose.
(Bupivacaína Pesada).
PÓS-OPERATÓRIO
Intervenções Iniciais de Enfermagem
O processo de enfermagem nesta fase está voltado para o restabelecimento do equilíbrio fisiológico
para o alívio da dor e prevenção de complicações.
Objetivos
 Avaliação critica dos pacientes em pós-operatório com ênfase na previsão e prevenção das
complicações.
 Ajudar o cliente a retornar a um nível fisiológico seguro após a anestesia, oferecendo a ele e a
família uma assistência segura, racional e individualizada, na fase pós-anestésica imediata.
Transferência do paciente para RPA
Complicações:
Choque Hipovolêmico: Palidez, pele fria e úmida, respiração rápida, cianose dos lábios, gengiva e
língua, pulso rápido e fino, PA Baixa.
Tratamento: Assegurar vias aéreas superiores pérveas, repor sangue/volume liquido, terapia
medicamentosa(cardiotonicos e vasodilatadores)
Ações de Enfermagem:
 Avaliar as reações do paciente ao tratamento.
 Incentivar o repouso.
 A administração de sedativos deve ser lenta, para que não ocorra depressão respiratória.
 Manter paciente aquecido.
 Encorajar a respiração profunda.
 Observar a presença de complicações como edema periférico e pulmonar
 Registrar todas as observações e internações.
Hemorragia:
 Primaria: Ocorre durante a cirurgia
 Intermediária: Aparece nas primeiras horas após a cirurgia
 Secundaria: Ocorre algum tempo após a cirurgia
Paciente pode aprensentar apreensão, inquietação, sede, pele fria, úmida e pálida. O pulso aumenta,
hiportemia, respiração rápida e profunda.
Ações de Enfermagem:
 Colocar o paciente na posição supina com as pernas elevadas a 20°, com joelhos retos.
 Inspecionar curativos.
 Administrar sangue e derivados.
 Controlar a infusão de líquidos (aumento de coágulos pelo aumento da pressão)
Trombose Venosa Profunda: Resultante da embolia pulmonar e síndrome pós flebitica.
Incidência: Pacientes ortopédicos, idosos, idade superior a 40anos, obesos, procedimentos cirúrgicos
longos, presença de varizes.
Tratamento e Ações de Enfermagem:
 Exercícios para membros inferiores
 Manter membros aquecidos.
 Meias elásticas.
 Terapia anticoagulante

Hipóxia: Oxigenação inadequada do sangue, menos oxigênio nas artérias.
Paciente pode apresentar Cianose, agitação e confusão indicam falta de oxigenação cerebral deficiente
e Taquicardia seguida de bradicardia.
Tratamento e Ações de Enfermagem:
 Aspiração das secreções.
 Controle de gases arteriais no sangue.
 Oferta de oxigênio suplementar.
 Posicionamento do paciente em decúbito lateral.
Hipotensão: Mudança brusca de posição, drogas usadas durante a anestesia, Isquemia, IAM, reações
alérgicas e reações transfusionais.
Tratamento e Ações de Enfermagem: ECG, avaliação dos pulsos periféricos, discreta elevação de
membros inferiores.
Hipertensão: Hipervolemia(veias distendidas, pulso cheio e forte, taquicardia e respiração ofegante)
Tratamento e Ações de Enfermagem: Manter rigoroso controle da pressão arterial e medicamentos.
Náuseas e Vômitos: Causadas pela estimulação do centro do vômito na medula oriundos do trato
gastrointestinal, anestesia muito longa, após hipoxemia ou hipertensão medicamentosa.
Dor: Queixas comuns, expressa-se com:
Aumento da PA, agitação, queixa verbal, lacrimejamento, taquicardia.
Observar distensão abdominal, vesical, ataduras e contensões apertadas, história da doença.
Tremores: Anestésicos inalatórios (halotanos), reações pós transfunsionais, hipovolemia, tipo de
anestesia e dor.
Oligúria: Perfusão renal inadequada devido a hipovolemia ou baixo debito cardíaco, lesão renal,
obstrução do fluxo renal.
UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
A unidade de recuperação pós-anestésica (URPA), também chamada de sala de recuperação
pós-anestésica, fica localizada adjacente às salas de cirurgia. Os pacientes ainda sob o efeito da
anestesia são colocados nessa unidade para o fácil acesso da equipe multidisciplinar, monitorização e
suporte pulmonar e hemodinâmico, etc.
Fases do cuidado pós-anestésico
O cuidado pós-anestésico é dividido em duas fases distintas:
FASE I DA URPA
Compreende a fase de recuperação imediata, onde é fornecido o
cuidado intensivo de enfermagem;
Nesta fase, a monitorização acontece a cada 15 minutos.
Reservada para pacientes que precisam de observação menos
frequente e menos cuidado de enfermagem;
FASE II DA URPA
É nesta fase que o paciente é preparado para alta, podendo ficar
entre quatro à seis horas.
Avaliação do paciente na urpa
Avaliações frequentes e criteriosas do nível de saturação de oxigênio no sangue (SpO2), frequência
e regularidade do pulso, profundidade e natureza das respirações, coloração da pele, nível de
consciência e a capacidade de responder aos comandos são os principais itens a serem monitorizados
pela equipe de enfermagem, com o intervalo de no mínimo 15 minutos.
* NECESSÁRIO PARA A ALTA DA URPA: 7 – 8 PONTOS *
RECEPÇÃO DO PACIENTE E O CUIDADO NA CLÍNICA CIRÚRGICA
A clínica cirúrgica é a unidade hospitalar onde permanecem os indivíduos nos períodos pósoperatórios até recuperarem o equilíbrio orgânico e receberam a alta cirúrgica e/ou hospitalar
Processo de Enfermagem:
 Sistema respiratório: Permeabilidade, características, profundidade e ruídos.
 Sistema circulatório: Sinais vitais e coloração da pele.
 Neurológico: Nível de consciência.
 Drenagem: Presença de Drenagens, presença e condições de curativos.
 Conforto: Tipo de dor, localização, náuseas e vômitos, mudança de posição exigida.
 Psicológica: Natureza das perguntas do paciente, necessidades de repouso e sono.
 Segurança; Necessidade de grades laterais no leito, tubos de drenagem desobstruídos, infusão
venosa fluindo adequadamente.
 Equipamentos: funcionamento adequado.
 Prescrição de Enfermagem
Assegurar função respiratória
 Encorajar o paciente a respirar profundamente.
 Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas.
 Estimular a sentar fora do leito.
 Estimular a tosse.
 Administrar oxigênio (nos casos de hipovolemia)
Avaliando o desconforto do pós-operatório
 Avaliando a dor.
 Orientações quanto à dor.
 Administração de medicamentos.
 Infusões Epidurais.
Avaliando a inquietação
 Administração de analgésicos.
 Incentivar a mudança de decúbito no leito frequentemente.
 Avaliar curativos(podem estar apertados, molhados)
 Avaliar débito urinário e verificar se há presença de distensão vesical.
Avaliando náuseas e vômitos
 Manter paciente em decúbito lateral.
 Administrar medicamentos.
Avaliando a distensão abdominal
 Incentivar a deambulação
 Paciente com SNG, manter em sinfonagem.
Mantendo a temperatura corporal (maior risco é a hipotermia)
 Manter o ambiente confortável.
 Aquecer o paciente, se necessário.
Evitando injúria
 Devido a inquietação o paciente pode causar injuria ou interferir no funcionamento de materiais ou
equipamentos.
 Administrar analgésicos e/ou sedativos.
 Manter grades do leito elevadas.
 Avaliar postura do paciente no leito.
Manutenção do estado nutricional
 Auscultar abdome e avaliar a presença de peristalse.
 Estimular a mobilização, excesso e/ou deambulação.
 Avaliar aceitação da dieta.
 Controlar gotejamento da infusão parenteral.
 Realizar higiene oral.
Promover a eliminação intestinal:
O preparo intestinal no pré-operatório, a imobilidade, a possível manipulação durante a cirurgia e a
redução de ingesta oral podem afetar a função intestinal.
 Incentivar a ingesta hídrica.
 Realizar ausculta abdominal para identificar presença de sons intestinais.
Restaurando a mobilidade:
Em alguns casos a presença de drenos, sondas, talas e curativos extensos, podem levar o paciente
a ficar incapacitado a mudar de posição.
 Incapacidade de mobilização, mudar de decúbito a cada 2 horas ou quando apresentar desconforto
ou sempre que necessário.
 Dependendo da natureza do procedimento cirúrgico pode se colocado em várias posições como
objetivo de promover o conforto e aliviar a dor.
 Avaliar se aposição está correta e confortável.
 Verificar e registrar pulso e coloração da pele após elevação da cabeceira ou mudança de decúbito
(porque pode ocorrer sensação de desmaio).
Deambulação:
 Encorajar a sair do leito tão cedo quanto possível, sendo determinado pela estabilidade dos sistemas
cardiovasculares e neuromuscular, do nível usual de atividade física e natureza da cirurgia realizada.
Após a pequena cirurgia e cirurgia ambulatorial o paciente deambula no mesmo dia da cirurgia.
 Deambulação precoce reduz a incidência das complicações pós-operatória como: pneumonia,
desconforto gastrointestinal, problemas circulatórios.
 Apoiar e encorajar o paciente a mobilizar no leito da posição deitada para a sentada.
 Avaliar presença de tonturas.
 Fornecer apoio físico e encorajamento.
Exercícios no leito:
Se a deambulação não é possível, deve-se encorajar a mobilização no leito dentro das primeiras 24
horas, com objetivo de promover a circulação prevenindo o desenvolvimento de contraturas, permitindo
ao pleno retorno das funções fisiológicas.
 Estimular exercício de respiração profunda.
 Estimular exercício para os braços, mãos, dedos e pés.
 Flexão e levantamento da perna.
 Estimular exercícios de contração abdominal e glútea.
 Reduzir a ansiedade e alcançar o bem estar psico social.
 Prevenir infecções.
Curativo
Infecção de sítio cirúrgico: As ISC são aquelas que ocorrem como complicação de uma cirurgia,
comprometendo a incisão, tecidos, órgãos ou cavidade manipulada, podendo ser diagnosticada até 30
dias após realização do procedimento, ou até um ano, em caso de implante de prótese.
Classificação das ISC:
 ISC Incisional Superficial - ocorre até 30 dias após a cirurgia, envolvendo apenas pela e tecido
subcutâneo da incisão;
 ISC Incisional Profunda - ocorre até 30 dias após a cirurgia, ou até 1 ano, em caso de implante de
prótese, envolvendo os tecidos moles profundos (músculo ou fáscia);
 ISC de órgão/espaço - ocorre até 30 dias após a cirurgia, ou até 1 ano, em caso de implante de
prótese, envolvendo qualquer outra região anatômica manipulada no procedimento cirúrgico (órgãos
ou espaços), que não a incisão.
Fonte de microrganismos causadores de ISC
 Microbiota do paciente;
 Presença de bactérias no local a ser operado;
 Grau do trauma;
 Manipulação tecidual;
 Materiais contaminados.
Materiais e equipamentos da sala de operação (SO)
Para que o processo cirúrgico transcorra sem intercorrências e de forma planejada, as salas cirúrgicas
são equipadas com foco central, negatoscópio, sistema de canalização de ar e gases, prateleiras
(podem estar ou não presentes), mesa cirúrgica manual ou automática com colchonete de espuma,
perneiras metálicas, suporte de
ombros e braços, arco para narcose, coxins e talas para auxiliar no posicionamento do cliente.
Para controlar os dados fisiológicos do cliente e evitar complicações anestésicas, a sala de cirurgia
deve ser equipada com esfigmomanômetro, monitor de eletrocardiograma, material para entubação
traqueal, equipamentos para ventilação e oxigenação, aspirador de secreções, oxímetro de pulso e
outros aparelhos especializados.
Os equipamentos auxiliares são aqueles que podem ser movimentados pela sala, de acordo com a
necessidade: suporte de hamper e bacia, mesas auxiliares, bisturi elétrico, foco auxiliar, banco giratório,
escada, estrado, balde inoxidável com rodinhas ou rodízios, carros ou prateleiras para materiais
estéreis, de consumo e soluções antissépticas.
Também são necessários diversos pacotes esterilizados contendo aventais, “opa” (avental com abertura
para a frente), luvas de diferentes tamanhos, campos duplos, campos simples, compressas grandes e
pequenas, gazes, impermeável (para forrar
a mesa do instrumentador), cúpulas grandes e pequenas, cuba-rim, bacia, sondas e drenos diversos,
cabo com borracha para aspirador e cabo de bisturi elétrico (pode vir acondicionado em caixas).
Outros materiais esterilizados são as caixas de instrumentais, o estojo de material cortante (pode estar
acondicionado dentro da caixa de instrumentais), bandeja de material para anestesia e fios de sutura de
diferentes números e tipos.
Como materiais complementares: a balança para pesar compressas e gazes, as soluções antissépticas,
esparadrapo, ataduras, pomada anestésica, medicamentos anestésicos e de emergência, soluções
endovenosas do tipo glicosada, fisiológica, bicarbonato de sódio, solução de álcool hexa-hídrico
(Manitol®), de Ringer® e de Ringer Lactato®.
AUMENTAR
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função. É aquele comum a qualquer
operação, devendo estar presente em todas elas, independentemente da especialidade. Assim, o
auxiliar de enfermagem deverá conhecê-lo muito bem, principalmente o instrumentador, tendo em vista
o bom desempenho de suas funções.
Com apenas esse instrumental é possível realizar várias cirurgias gerais de pequeno porte, sem
necessidade de outros instrumentos mais específicos. Dentre essas cirurgias destacamos a
apendicectomia, a hernioplastia e a postectomia.
As Pinças de Preensão têm o objetivo de prender tecidos e órgãos, mas também são usadas para
prender gaze dobrada. Um exemplo é a pinça de Foerster, que é utilizada no início da cirurgia, para
fazer a anti- sepsia da região cirúrgica.
Os bisturis são instrumentos de diérese se apresentam com tipos e tamanhos variados. São
compostos de um cabo de tamanho variável, acoplado a uma lâmina móvel, que também varia em
forma e tamanho. Em função da grande frequência com que são utilizados, os bisturis ocupam a parte
da mesa mais acessível ao instrumentador, sempre com a ponta voltada para ele.
As tesouras, assim como os bisturis, são instrumentos de diérese, e têm diferentes formas e tamanhos.
Também as tesouras são arrumadas na mesa de instrumental com a ponta voltada para o
instrumentador.
As pinças hemostáticas são instrumentos de hemostasia, utilizadas para pinçar os vasos e impedir o
sangramento. Essas pinças podem ser retas ou curvas e têm tamanhos variados.
As pinças hemostáticas são conhecidas pelos nomes de seus criadores como Kelly, Kocher, Crile,
Halstead, Rochester e Mixter. São dispostas na mesa do instrumentador em grupos do mesmo tipo e
em ordem crescente de tamanho, sempre da direita para a esquerda.
As pinças de dissecção são instrumentos auxiliares que apóiam o ato cirúrgico. Elas existem em
grande variedade, sendo diferentes em forma e tamanho, com dente ou não. Aquelas com dentes são
comumente chamadas de “pinças dentes de rato”.
Os afastadores são também instrumentos auxiliares, destinados a facilitar a exposição do campo
operatório. Eles variam quanto ao tipo e ao tamanho, podendo ser manuais ou auto-estáticos. Esses
últimos são chamados assim porque afastam os tecidos por si próprios.
Os afastadores são ordenados na mesa de instrumental por tamanho e pela ordem em que são
empregados. Os menores são usados, em geral, nos planos superficiais, como as camadas de tecido, e
de acordo com o tamanho do paciente. Já os maiores são empregados posteriormente, para
afastamento das estruturas profundas, como os órgãos.
As pinças de campo, ou pinças Backhaus, são instrumentos auxiliares destinados à fixação dos
campos que limitam a área operatória. Esse tipo de pinça está presente na mesa de instrumental
somente no início da operação. Posteriormente, o espaço ocupado por elas é utilizado para melhor
acomodar instrumentos de hemostasia, instrumentos especiais, compressas, gazes ou cubas.
As agulhas são instrumentos de síntese utilizados para conduzir o fio de sutura através dos tecidos.
Podem ser de diferentes tipos:

retas, semi-retas ou curvas, sendo a curvatura bem variável;

pequenas ou grandes;

de ponta triangular ou cortante, para a pele; e de ponta cilíndrica ou romba, para uso interno;

com fundo fixo ou fundo falso.
Nas agulhas com fundo fixo, o fio é introduzido em seu orifício, como nas agulhas de costura. Já nas
agulhas com fundo falso o fio é introduzido no canal, sobpressão. Atualmente, a maioria dos fios já vem
agulhada de fábrica, havendo uma preferência dos cirurgiões por esse tipo de fio, por serem práticos e
produzirem menor traumatismo nos tecidos.
A escolha das agulhas e dos fios a serem usados em uma cirurgia é de competência exclusiva
do cirurgião, uma vez que essa escolha vai depender de fatores como o tipo de cirurgia, a
técnica empregada e o tipo de tecido.
Quanto a arrumação das agulhas na mesa do instrumentador, ressaltamos que eles devem ser
dispostas ordenadamente de modo a facilitar sua identificação. Os porta-agulhas são também
instrumentos de síntese, e têm a função de prender as agulhas, para a execução da sutura. Eles se
apresentam de diferentes formas e tamanhos, sendo mais comuns os de Mayo-Hegar e de Mathieu. À
exceção dos demais instrumentos, os porta-agulhas devem ficar na mesa de instrumental com os cabos
sempre voltados para o instrumentador.
As agulhas e os porta-agulhas, usados nas suturas tradicionais, podem ser substituídos por
instrumentos que realizam vários tipos desuturas mecânicas. Um exemplo desses instrumentos é o
skinstapler, cuja forma é semelhante à de um grampeador.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO ESPECIAL
É aquele que varia de acordo com as múltiplas especialidades cirúrgicas e, em geral, é utilizado apenas
no tempo principal da operação.
Também denominados fios de sutura, os fios cirúrgicos são utilizados com duas finalidades básicas:
Esse tipo de instrumento deve ser colocado em local afastado da mesa do instrumentador ou, então, em
mesa auxiliar secundária, no caso de serem muito numerosos.
FIOS CIRÚRGICOS
Também denominados fios de sutura, os fios cirúrgicos são utilizados com duas finalidades básicas:

Ligadura de vasos sangüíneos, para impedir o sangramento;

Sutura de tecidos orgânicos, para facilitar a cicatrização.
Esses fios dividem-se em duas categorias principais.
Fios cirúrgicos absorvíveis
São produzidos com material que pode ser eliminado pelas células e líquidos corporais, durante e após
a cicatrização dos tecidos. Eles são de dois tipos:
De origem animal, produzidos a partir do intestino de boi ou de carneiro, sendo conhecidos como
catgut (categute). Podem ser:

simples: categute não tratado, o qual é totalmente absorvido em torno do 10 dias após a
cirurgia;

cromado: categute simples, com tratamento especial para prolongar o tempo de
absorção, que deverá acontecer entre 20 á 25 dia após a cirurgia.
De origem sintética, produzidos em laboratório, têm absorção total depois de 60 a 70 dias da
operação.
Fios cirúrgicos inabsorvíveis
Não desaparecem, permanecendo envolvidos por um tecido fibroso, mesmo sofrendo a ação dos
líquidos do corpo. Esses fios são de três tipos:
De origem natural: fabricados a partir da seda, do algodão, ou ainda do linho.
De origem sintética: produzidos em laboratório, podendo ser de nálon, poliéster ou polipropileno.
Metálicos: de prata, bronze ou aço inoxidável.
Espessura dos fios cirúrgicos
A grande variedade de espessura com que são encontrados motivou a sua identificaçãoo por meio de
uma escala numérica:
....
6-0
5-0
4-0
000
00
0
1
2
3
4
5
...
Para entender como a escala funciona vamos tomar o fio número zero como referência, o qual tem uma
espessura média. Os fios com numeração acima de zero de espessura maior do que ele, como, por
exemplo, o fio 2 ou 3. Quanto maior é o número, mais grosso será o fio.
CONSIDERAÇÃO GERAIS SOBRE INSTRUMENTAÇÃO
Destaca-se algumas observações sobre o modo como os cirurgiões solicitam os instrumentos e deve
passa-los. Os instrumentos de uso corrente podem ser solicitados pela sinalização manual, que
consiste em uma série de sinais e códigos, já conhecidos pela equipe. Esses sinais estão diretamente
relacionados com os movimentos característicos do uso de cada um dos instrumentos.
O instrumentador deve estar sempre atento ao modo de manusear e passar os instrumentos. Todo
cuidado deve ser tomado para não deixa-los cair e para sempre entrega-los na posição correta para
uso, evitando que o cirurgião seja obrigado a virar os instrumentos antes de usa-los. Em relação a
esses instrumentos, cabe ainda lembrar que existem alguns muitos perigosos, como bisturi e o portaagulhas montado, os quais devem ser manuseados com cautela e segurança, para prevenir acidentes.
A forma de dispor os instrumentos varia, principalmente, em função do tipo de cirurgia e da técnica a ser
adotada. Como regra geral, no entanto, podemos afirmar que os instrumentos são dispostos na mesa,
em grupos, por ordem de tamanho, sempre com suas pontas voltadas para instrumentador. Os portaagulhas como ja foi salientado devem ficar com os cabos voltados para o instrumentador, ao contrário
dos demais instrumentos.
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Conjunto de procedimentos que possui como objetivo impedir a disseminação de um agente infeccioso
do paciente, infectado ou colonizado, para outros indivíduos.
A disseminação de infecção dentro do hospital depende de três elementos: uma fonte de microrganismo
infectante, um hospedeiro suscetível e um meio de transmissão do microrganismo.
Infecção hospitalar
A infecção hospitalar durante a hospitalização e que não estava presente, ou em um período de
incubação, por ocasião da admissão do paciente. Pode ser manifestar durante a internação ao após
alta, quando puder ser relacionada com internação ou procedimentos hospitalares. São diagnosticada,
em geral a partir de 48 horas após internação (ANVISA/2004) OU 72 horas, de acordo com a 2616/98
(MS).
1. MEDIDAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES
Conjunto de procedimentos que possui como objetivo impedir a disseminação de um agente
infeccioso do paciente, infectado ou colonizado, para outros indivíduos.
A disseminação de infecção dentro do hospital depende de três elementos: uma fonte de
microrganismo infectante, um hospedeiro suscetível e um meio de transmissão do microrganismo.
A transmissão ocorre, principalmente, por:
Transferência do microrganismo entre o
paciente infectado ou colonizado e o
indivíduo suscetível.
Transferência do microrganismo de um
INDIRETO
objeto contaminado para um indivíduo
suscetível.
Produzidas através da fala, tose, espirro e durante a
realização de alguns procedimentos. A transmissão
ocorre pela deposição destas gotículas em mucosa nasal
ou oral, através de um contato muito próximo (< 90 cm)
Disseminação de micropartículas infectantes (peso
molecular ≤ 5 micra), geradas pela fala, tosse, espirro ou
por procedimentos (aspiração de VAS, broncoscopia,
etc), que alcançam rápida dispersão no ar e se mantém
em suspensão.
DIRETO
CONTATO
GOTÍCULAS
AEROSSOL
Dermatites
Resfriado
Gripe
Meningite
Caxumba
Rubéola
Tuberculose Pulmonar
Varicela
Sarampo
Lavagem das mãos - precaução universal
A ação de lavar as mãos utilizando água, sabão ou detergente é considerado o mais importante modo
de atuar na prevenção e controle de infecções hospitalares. O objetivo da limpeza das mãos é impedir
que microorganismos sejam transferidos para pacientes, e no final do atendimento, para que não ocorra
o efeito inverso, contaminação do paciente para o médico. Deve ser praticado antes e após o
atendimento a cada paciente. Além dos outros momentos considerados anti-higiênicos. Os
microorganismos estão dispostos nas camadas superficiais e profundas da pele e classificadas como
microbiota residente e flora transitória.
A microbiota residente, também é chamada de colonizadora, pois forma uma população de
microorganismos estáveis e está situada nas camadas mais profundas da pele. Já na flora transitória os
microorganismos estão livres na superfície da pele ou aderidos à gordura; são, portanto, relativamente
fáceis de serem removidos durante a degermação.
Algumas bactérias com poder patogênico podem passar de microbiota transitória a residente; e, quando
isso ocorre, o indivíduo pode ser portador crônico de bactérias com elevado poder infectante ou
patogênico.
A microbiota residente e transitória pode ser representada por: Streptococcus Betahemoliticus,
Staphylococcus aureus, Pseudomonas, Escherichia coli e Klebsiella, sendo o Staphylococcus
coagulase positivo o patógeno mais comum da flora residente. O Staphylococcus aureus é a bactéria
responsável por grande número de doenças, tem o homem como seu maior reservatório, estando
presentes nas fossas nasais de 40 a 60% dos indivíduos que transitam em hospitais.
A microbiota residente não é facilmente removível durante a lavagem das mãos, entretanto, pode ser
inativada por substâncias anti-sépticas.
Higienização das mãos
 Higienização simples (água e sabão)
 Higienização antisséptica (gluconato de clorexidina a 4% e PVP-I a 10% degermantes);
 Fricção antisséptica (utilização de gel alcoólico a 70% ou solução alcoólica a 70% com 1-3% de
glicerina);
 Antissepsia cirúrgica das mãos (gluconato de clorexidina a 4% e PVP-I a 10% degermantes).
NORMAS E CONDUTAS DE BIOSSEGURANÇA EM ENFERMAGEM
Conceito: “É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA - FIOCRUZ)
Todo profissional que trabalha com substâncias químicas de risco, com material biológico, que
esteja sujeito a radiações, que manipule material perfurocortante ou, ainda, equipamentos com bases
de funcionamento físico (micro-ondas, ultrassom, autoclaves etc.), deve:
• Estar atento e não fazer uso de drogas que afetem o raciocínio, autocontrole e comportamento;
• Ler a recomendação da biossegurança de saúde e procedimentos operacionais padrão do setor;
• Agir com tranquilidade e sem pressa;
• Prevenir-se de eventuais acidentes utilizando, de acordo a sua necessidade, os equipamentos
de proteção individual e coletivo (jaleco, avental, óculos, protetor facial, cabelos presos, luvas, botas,
máscara, avental de chumbo, câmara de exaustão, cabina de segurança biológica e química).
Segurança profissional durante procedimentos de saúde:
São inúmeros os Princípios Fundamentais para evitar a contaminação Profissional – Paciente Profissional, dentre eles os mais importantes são:
Medidas Institucionais (Que buscam garantir um ambiente de trabalho seguro)
• Realizar treinamentos e orientações quanto aos riscos ocupacionais;
• Disponibilizar EPI e EPC (equipamento de proteção coletiva);
• Dispor de recipientes apropriados de pérfuro-cortantes;
• Supervisionar o estado vacinal dos PAS e promover campanhas de vacinação periódicas;
• Fornecer instruções escritas e afixar cartazes sobre o procedimento a serem adotados em caso
de acidentes;
• Dispor de um serviço de atendimento ao funcionário exposto ao material biológico.
Medidas Individuais
• Realizar esquema completo de vacinação contra a hepatite B (3 doses);
• Adotar as precauções padrão;
• Manter atenção durante os procedimentos;
• Manipular com cuidado material pérfuro-cortante;
• Não reencapar agulhas, não entortá-las, quebrá-las, ou retirá-las da seringa com a mão.
ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES
O Objetivo básico de um sistema de precauções é a prevenção da transmissão de um microorganismos
de um paciente para outro, ou para um profissional de saúde.
PRECAUÇÃO PADÃO
Devem ser utilizadas para todos os pacientes independente da presença ou ausência de doenças
transmissíveis comprovadas.
Lavagem de mãos:
 Após a realização de procedimentos que envolvem presença de sangue, fluidos corpóreos,
secreções, excreções e itens contaminados.
 Após a retirada das luvas.
 Antes e após contato com paciente e entre um e outro procedimento ou em ocasiões onde existe
risco de transferência de patógenos para os pacientes ou ambiente.
 Entre procedimentos no mesmo paciente quando houver risco de infecção cruzada de diferentes
sítios anatômicos.
Luvas:
 Usar luvas limpas, não estéreis, quando existir possibilidade de contato com sangue, fluidos
corpóreos, secreções e excreções, membranas mucosas, pele não íntegra e qualquer item
contaminado.
 Mudar de luvas entre duas tarefas e entre procedimentos no mesmo no paciente.
 Retirar de descartar as luvas depois do uso, entre um paciente e outro e antes de tocar itens não
contaminados e superfícies ambientais. A lavagem das mãos após a retirada das luvas é obrigatório.
 Máscaras, protetor de olhos, protetor de face.
 Recomendados para proteção individual em situações nas quais possam ocorrer respingos e
espirros de sangue ou secreções.
Aventais:
 Usar avental limpo, não estéril, para proteger roupas e superfícies corporais sempre que houver
possibilidade de ocorrer contaminação por líquidos corporais e sangue.
 Escolher o avental apropriado para atividade e quantidade de fluido ou sangue encontrado
 A retirada de o avental dever ser executado mais breve possível e a posterior a higienização das
mãos.
Material pérfuro-corante:
 Manusear com cuidado, e proceder ao descarte corretamente. Não ultrapassando o limite indicado.
 Quarto privativo:
 Indicado conforme a orientação da CCIH- nos casos em que o paciente não tem controle das
eliminações de fezes e urina, devem ser colocados em quarto privativos com banheiro e pia
próprios.
 Quando um quarto privativo não estiver disponível, pacientes infectados devem ser alocados com
companheiros infectados com o mesmo microrganismo e com a mínima possibilidade de infecção.
PRECAUÇÃO DE CONTATO
Indicado quando há infecção (ou suspeita), colonizado com bactérias multirresistentes ou
microrganismos passiveis a contaminação por contato direto (rotavírus, vírus sincicial respiratório,
herpes simples) diarreia aguda, furunculose, hepatite A, HIV e hepatite B, infecção de ferida operatória.
Internação do paciente:
 Quando possível em quarto privativo ou alocado com pacientes que com o mesmo microrganismo.
Higienização das mãos:
 Utilizar anti-séptico como álcool-gel ou solução degermante.(PVP-I a 10% ou clorexidina a 2%)
Luvas:
 Usar luvas limpas, não estéreis, ao entrar no quarto durante o atendimento ao paciente; trocar de
luvas após o contato com material biológico; retirar as luvas antes de sair do quarto.
Avental:
 Usar avental limpo, não necessariamente estéril ao entrar no quarto durante o atendimento do
paciente e retira-lo antes de sair do quarto.
Ambiente:
 Itens com o que tem contato com as superfícies ambientais devem ser submetidos à desinfecção
com álcool a 70%.
PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS:
É indicado para infecção respiratória suspeita ou confirmada por microrganismos transmitidos por
aerossóis, que permanecem suspensas no ar e podem ser dispersas a longas distâncias. Doenças que
requerem isolamento aéreo são: tuberculose, varicela (mais contato), sarampo e herpes zoster.
Quarto Privativo:
 Quarto privativo com pressão negativa; filtragem de ar eficiente; mantendo as portas do quarto
fechadas. Caso não haja ambientes neste modelo manter em quarto privativo com portas fechadas
e boa ventilação.
Proteção respiratória:
 Usar mascara com capacidade de filtragem ou com vedação na lateral adequada. Esta mascara
pode ser utilizada por um longo perdido de tempo pelo mesmo profissional. Desde que se
mantenham secas, íntegras e limpas.
Visitas:
 Restritas e orientadas.
PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULAS
É indicada para pacientes portadores de microrganismo transmissíveis por gotículas, que podem ser
gerada por tosse, espirro, conversação. Doenças que requerem isolamento aéreo por gotículas:
parotidite, coqueluche, difteria, rubéola, meningite por meningococos, síndrome aguda respiratória
grave, caxumba.
Quarto Privativo:
 Quarto privativo ou quarto com infecção pelo mesmo microrganismo, sendo que a distancia entre os
leitos deverá ser de um metro.
Proteção Respiratória:
 Deve ser utilizada quando a proximidade com o paciente for menor de um metro. A mascara do
paciente é a comum.
Visitas:
 Restritas e orientadas.
Equipamento de Proteção Individual (EPI)
É todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do
trabalhador.
Proteção para a cabeça
- Protetores faciais;
- Touca;
- Óculos de segurança;
- Máscara Cirúrgica Simples;
- Máscara PFF2 (N-95) para Micropartículas
Proteção para o tronco
- Capotes;
- Aventais
Proteção para os MMSS
- Luvas de Procedimentos;
- Luvas Cirúrgicas estéreis;
- Luvas de borracha ou PVC.
Proteção para os MMII
- Propés;
- Calcados Fechados e Impermeáveis.
Conforme estabelece a Norma Regulamentadora (MTE) nº 32, Portaria MTE n.º 485, de 11 de
Novembro de 2005 (DOU de 16/11/05 – Seção 1):
 Cabe ao empregador disponibilizar os EPI’s necessários para a realização das atividades, de acordo
com seu grau de risco, sem ônus ao profissional;
 Processar o vestuário após jornada de trabalho.
Vacinação Obrigatória dos profissionais dos serviços de saúde
De acordo com o que dispõe a NR 32 e a Portaria do Ministério da Saúde nº 597, de 08/04/2004, são
obrigatórias as seguintes vacinas aos trabalhadores nos serviços de saúde:
Hepatite B
Hepatite A
Tríplice Viral
Tétano
Influenza
Febre Amarela
Pneumocócica
Difteria
Febre Tifóide
Varicela
Exposição a materiais biológicos de risco e acidentes com perfurocortantes
O atendimento aos profissionais que sofrem exposição a material biológico com risco de
soroconversão (HIV, HBV e HCV), baseia-se no estabelecimento da conduta de atendimento inicial,
orientação e seguimento dos trabalhadores acidentados, uso de quimioprofilaxia e notificação de casos.
As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados são um sério risco
aos profissionais em seus locais de trabalho. Estudos desenvolvidos nesta área mostram que os
acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às exposições mais frequentes
relatadas.
Os ferimentos com agulhas e materiais perfurocortantes, em geral, são considerados extremamente
perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 20 (vinte) tipos de patógenos
diferentes, sendo o HIV, HBV e HCV, os de maior incidência.
Material Biológico:
Fluidos orgânicos potencialmente
Fluidos orgânicos potencialmente infectantes
Sangue, sêmen, secreção vaginal, líquor, líquido
não infectantes
Suor, lágrima, fezes, urina e saliva.
sinovial, líquido pleural, líquido peritoneal, líquido
pericárdico, líquido amniótico.
Obs: Exceto se contaminado com sangue
Risco de soro conversão, pós-exposição:
HIV
HBV
HCV
- Exposição percutânea com sangue: 0,3%;
- Exposição de mucosa: 0,09%.
- 06% a 30%, podendo chegar até 60%, dependendo do estado clínico do
paciente fonte, entre outros fatores.
- Aproximadamente de 1,8% a 07%.
Condutas após a exposição a material biológico:
Cuidados com a área exposta
Avaliação do acidente
Orientação e Aconselhamento
Notificação do Acidente
(CAT / SIVAN)
1. Lavar o local com água e sabão (exposição
percutânea ou cutânea)
2. Lavar com SF 0,9% ou água, em exposições de
mucosas;
3. Não realizar expressão local, uso se
antissépticos, etc.
4. Não realizar procedimentos que aumentem a
área lesionada;
1. Identificar o material biológico envolvido;
2. Determinar o tipo de acidente: perfurocortante,
contato com a pele, mucosa, etc.
3. Identificar a fonte.
1. Sobre o risco de acidentes;
2. Sobre a quimioprofilaxia;
3. Consentimento para rastreamento e exames
sorológicos (paciente fonte);
4. Acompanhamento por 06 meses;
5. Suporte psicológico;
6. Relatar de imediato os seguintes sintomas:
linfoadenopatia, Rash cutâneo, dor de
garganta, etc.
1. Registro do acidente em Comunicação de
Acidente de Trabalho (CAT);
2. Preenchimento da Ficha de Notificação do
SIVAN (Portaria nº 777/2004).
Profilaxia:
1. Deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras duas horas após o acidente;
2. Estudos sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz, quando iniciada entre 24h e 48h após a
exposição;
3. Recomenda-se que o prazo máximo para o início da profilaxia pós-exposição, seja de até 72 horas
após o evento;
4. A duração máxima da quimioprofilaxia é de 28 dias.
Esquema para profilaxia pós-exposição (Ministério da Saúde)
- Esquema Básico: Zidovudina (AZT) + Lamivudina (3TC);
- Esquema Expandido: AZT + 3TC + Indinavir ou Nelfinavir.
HIV
- Vacina contra HBV: Dose única, após 24h do evento e em até 07 dias;
HBV
- Imunoglobulina Hiperimune;
Não há profilaxia contra o vírus HCV
HCV
ROTINAS DE LIMPEZA DA SALA OPERATÓRIA
A limpeza do centro cirúrgico deve ser feita de forma criteriosa em todas as cirurgias, acreditando que
todas são contaminadas. Esta limpeza é dividida em:
Limpeza preparatória – é aquela realizada antes da cirurgia programada sendo com pano limpo e
álcool a 70% em superfícies horizontais;
Limpeza operatória – é realizada durante o procedimento operatório para remover a matéria orgânica
que se espalhou além do campo operatório, feita pelo circulante, mantêm os materiais descartáveis do
processado, troca-se o hamper sempre que estiver cheio, controla a técnica asséptica de todos os que
estão na sala;
Limpeza concorrente – no termino de cada cirurgia devendo retirar o material sujo da sala, fazer a
limpeza das superfícies horizontais e remontagem da sala operatória para o próximo evento,
considerando que todos os procedimentos são contaminados, então devem ser usadas medidas de
precaução correspondentes
Limpeza terminal no término das cirurgias do dia, podendo até ter limpeza terminal periódica semanal
para equipamentos e itens que não estão relacionados com infecções direta do sitio cirúrgico.
A limpeza deve respeitar a seguinte sequência:
1) recolhimento do lixo;
2) limpeza a partir do local mais alto para o mais baixo;
3) depois do local mais limpo para o mais sujo ou contaminado;
4) finaliza-se do local mais distante, dirigindo-se para o local de saída de cada ambiente.
Tipo de limpeza em decorrência das atividades realizadas em cada área
ÁREA
Crítica
Semicrítica
Não-críticas
TERMINAL
Semanal
Quinzenal
Mensal
CONCORRENTE
Duas vezes por turno
Uma vez por turno
Duas vezes por dia
*Críticas (pacientes graves, procedimentos invasivos e/ou cirúrgicos e odontológicos, isolamentos);
semicríticas (enfermarias, consultórios e ambulatórios, sala de espera); não-críticas (sem paciente, sala
de lanche, almoxarifado, secretaria, indicação da rotina de limpeza terminal e concorrente de área
física).
CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
MANUAL MS/1994 e MS/2001
Classificação de artigos médico hospitalares:
Artigos Críticos – os artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos
tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente
conectados com este sistema. Estes requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se
propõem.
Artigos Semicríticos – Os artigos destinados ao contato com a pele não-íntegra ou com mucosas
íntegras requerem desinfecção de médio ou de alto nível, ou esterilização, para ter garantida a
qualidade do múltiplo uso destes. Os artigos classificados nesta categoria se forem termorresistentes,
poderão ser submetidos à autoclavagem, por facilidade operacional, eficácia e redução de custos,
mesmo que a esterilização não seja indicada para o fim a que se destina o artigo.
Artigos Não - críticos – artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente requerem
limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a que se destinam ou do último
uso realizado.
FLUXO DE PREPARO DE MATERIAL NA CME
1- Limpeza: Remoção física da sujidade e/ou matéria orgânica presente nos artigos/superfície, em
geral com água e com ou sem detergentes. Os microorganismos removidos pela limpeza não são
destruídos.
IMPORTANTE:
Descontaminação: Processo de desinfecção prévia de materiais e instrumentais contaminados, ou
seja, que tiveram contato com matéria orgânica. Ex: Imersão do artigo na água em ebulição por 30
minutos, OU Autoclavagem previa do artigo ainda contaminado, sem o ciclo de secagem. OU Fricção
auxiliada por esponja, pano, escova, etc.; embebidos com produto para esta finalidade, OU Imersão
completa do artigo em solução desinfetante acompanhada ou não de fricção com escova/esponja, OU
Pressão de jatos d’água com temperatura entre 60 e 90 graus centígrados, durante 15 minutos
(maquinas lavadoras sanitizadoras, esterilizadoras de alta pressão, termodesinfetadoras e similares)
Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microorganismos num
ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção.
Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos ou
removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos
antissépticos ou desinfetantes.
Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de
microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão.
Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos ou
sólidos.
Métodos de limpeza:
 Limpeza Manual: Executada através de fricção mecânica, com escovas e uso de detergente e água.
 Limpeza Mecânica: É realizada através de lavadoras por meio de uma ação física e química
(lavadoras ultrassônicas com detergente/desencrostantes, termodesinfectadoras – jatos de água
quente ou detergente).
Produtos utilizados:
Detergente Enzimático: São produtos que contem em sua fórmula enzimas que facilitam a remoção de
sujidades, desde gorduras até sujeiras impregnadas.
Desinfetante: São agentes químicos capazes de destruir bactérias, fungos e algumas espécies de
vírus. ATENÇÃO: Só serão considerados desinfetantes os agentes que possuírem ação tuberculicida.
Por Meio Físico Líquido:
 Água em Ebulição
Indicações de uso: Descontaminação: Tempo de exposição de 30 minutos.
Artigos: Termorresistentes que necessitam de desinfecção ou descontaminação.
Recomendações de uso:
 No início do dia de trabalho, ferver a água durante 10 minutos, sem a presença de artigos, para
precipitar o óxido de cálcio;
 Imergir o artigo quando a água estiver em abolição, de modo a cobrir cerca de 2,5cm dos artigos,
dispondo-os de maneira a não facilitar a formação ou represamento de bolhas de ar;
 Após o término do tempo, retirar o material com auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de
cano longo, secar e guardar em recipiente limpo ou desinfetado e seco;
 Guardar o artigo nestas condições por, no máximo, uma semana;
 Os artigos submetidos à descontaminação deverão prosseguir o processamento, se indicado.
 Máquinas automáticas com água quente (60-90ºC)
Indicações de uso: Descontaminação e desinfecção de artigos: tempo de exposição conforme
indicações do fabricante.
Artigos: Inaloterapia; Acessórios de respiradores; Material de intubação (cânulas, bocais, lâminas de
laringoscópio sem lâmpada, ambus, máscaras).
Recomendações de uso: Conforme recomendado pelo fabricante; Validar o processamento
Atenção aos profissionais
 Utilizar EPI se necessário
 Regular a máquina para temperatura e tempo de descontaminação ou desinfecção;
 Respeitar e monitorar a temperatura e o tempo de exposição dos artigos;
 Secar os artigos submetidos ao processamento caso a maquina não o faça;
 Acondicionar artigo processado em invólucro adequado que deve ser em recipientes limpos ou
desinfetados, secos e fechados;
 Guardar em locais apropriados para este fim;
 Desocupar e limpar regularmente as máquinas e, diariamente, os recipientes de água;
 É necessária a validação dos processos.
2- Desinfecção: destruição de alguns tipos de microorganismos, mas não os esporulados.
**Níveis de desinfecção
 Alto nível: destrói todos os microorganismos na forma vegetativa e alguns esporulados. É indicada
para artigos como lâminas de laringoscópio, equipamento de terapia respiratória, anestesia e
endoscópio.
 Médio nível: destruição de todas as formas bacterianas não esporuladas, inativa o bacilo da
tuberculose, bactérias na forma vegetativa, a maioria dos vírus e fungos (álcool, hipoclorito de sódio
à 1%, cloro orgânico, fenol sintético).
 Baixo nível: elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos (quaternário de amônio e
hipoclorito de sódio 0,2%)
A escolha da alternativa deve ser baseada nas possibilidades do estabelecimento, obedecendo a
natureza do artigo em processamento (níveis de desinfecção)
Por Meio Químico Líquido:
 Imergir o artigo em solução desinfetante recomendada ou realizar fricção com pano embebido. Na
impossibilidade de imersão:
 Utilizar EPI e, no manuseio de produtos, garantir farta ventilação do local;
 Preencher o interior das tubulações e reentrâncias, evitando formação de bolhas de ar;
 Observar e respeitar o tempo de exposição ao produto, de acordo com o recomendado para cada
tipo;
 Manter recipientes tampados durante o processamento dos artigos e a validade do produto;
 Enxaguar artigos submetidos aos produtos, inclusive o interior das tubulações, com água potável ou
água esterilizada de acordo com a criticidade do artigo. Recomendam-se múltiplos enxágues, para
eliminar os resíduos do produto utilizado. Os recipientes com água esterilizada devem ter todo o
conteúdo utilizado de uma só vez. Evitar recipientes para múltiplo uso;
 Secar os artigos;
 Acondicionar artigo processado em invólucro adequado: recipiente limpo ou desinfetado, seco e
fechado; guardar em locais apropriados para este fim;
 Desprezar as soluções esgotadas ou de prazo vencido ou manter recipientes tampados, se
estiverem dentro do período de validade.
Os produtos destinados a este processo são os que seguem:
 Glutaraldeido
Indicações de uso:
Desinfecção de alto nível de artigos termossensíveis: 2% por 30 minutos (Tuberculicida) conforme
Portaria nº 15 (D.O.U. de 23/08/88) ou substituto. Bactericida, fungicida e viruscida: 10 minutos
 Não e indicado para desinfecção de superfícies.
Artigos a serem submetidos:
 Equipamentos de anestesia gasosa ( circuito, máscaras, tubos endotraqueais, cateteres de sucção,
conexões em Y, lâminas de laringoscópio, (sem lâmpada), balão e válvula de ambú, que não se
adequem aos processos físicos;
 Conexões e acessórios de respiradores artificiais;
 Endoscópios de fibra ótica de alto risco (enxaguar com água estéril); médio e baixo risco (enxaguar
com água potável);
 Artigos não-descartáveis metálicos ou corrosíveis por hipoclorito;
 Instrumental odontológico e outro;
 Equipamento de aspiração.
Recomendações de uso: Desinfecção de alto nível de artigos termossensíveis; indicado para
endoscópios semicríticos (digestivos, broncoscópios, laringoscópios, retossigmoidoscópios)
em
situações nas quais a esterilização não seja possível; artigos semicríticos, como espéculos vaginais,
lâminas de laringoscópios (sem lâmpada)
 Formaldeído
Indicações de uso: Na desinfecção de capilares do sistema de dialisadores, a concentração do
formaldeído é de 4% por 24 horas, em solução aquosa.
Recomendações de uso:
 Quanto ao processo: testar a presença da solução residual em capilares, após o processo de
desinfecção.
 Alcoóis
Tipos: O álcool etílico tem maior atividade germicida, menor custo e toxicidade que o isopropílico. O
álcool isopropílico tem ação seletiva para vírus, é mais tóxico e com menor poder germicida que o
etílico.
Indicações de uso:
 Desinfecção de nível intermediário ou médio de artigos e superfícies: com tempo de exposição de 10
minutos (3 aplicações)*, a concentração de 77% volume, que corresponde a 70% em peso;
 Descontaminação de superfícies e artigos: mesmo tempo de exposição e concentração da
desinfecção.
Os artigos e superfícies que podem ser submetidos são:
 Ampolas e vidros;
 Termômetros retal e oral;
 Estetoscópios;
 Otoscópios ( cabos e lâminas sem lâmpadas);
 Superfícies externas de equipamentos metálicos;
 Partes metálicas de incubadoras;
 Macas, camas, colchões e mesas de exames;
 Pratos de balança;
 Equipamentos metálicos de cozinha, lactário, bebedouros e áreas de alimentação;
 Bancadas;
 Artigos metálicos (espéculos, material odontológico).
*As aplicações devem ser feitas da seguinte forma: imergir ou friccionar álcool 70%, esperar
secar e repetir três vezes a aplicação.
Recomendações de uso:
 Quando preparado pela farmácia do hospital, deve existir técnica de preparo escrita e ser efetuado
controle de qualidade;
 Se adquirido pronto para uso, a farmácia deve assegurar-se da qualidade do produto;
 Pode ser usado na desinfecção concorrente (entre cirurgias, entre exames, após o uso do colchão,
de troca de fraldas, etc.);
 É contra-indicado o uso em acrílico, enrijece borrachas, tubos plásticos e pode danificar o cimento
das lentes de equipamento.
 Solução de Iodo
Indicações de uso (na desinfecção de nível intermediário): álcool iodado, contendo 0,5-1,0% de
iodo livre em álcool etílico de 77 % v/v, que corresponde a 70 % em peso; iodóforos na concentração
de 30-50 mg/l de iodo livre.
Os artigos e superfícies que podem ser submetidos são:
 Ampolas e vidros;
 Termômetros retal e oral;
 Estetoscópio;
 Otoscópio ( cabos e cones);
 Laringoscópio ( cabos e lamina sem lâmpada);
 Superfícies externas de equipamentos metálicos;
 Partes metálicas de incubadoras;
 Macas, camas, colchões e mesas de exames;
 Pratos de balança;
 Equipamentos metálicos de cozinha, lactário, bebedouros e áreas de alimentação;
 Bancadas;
Contra- Indicações: metais não resistentes à oxidação, como: cromo, ferro, alumínio e outros (ver
recomendações de uso); materiais que absorvem o iodo e mancham, como os plásticos.
Recomendações de uso:
 Após o tempo de exposição do iodo, REMOVÊ-LO com fricção de álcool, para evitar os efeitos
corrosivos causados principalmente no metal;
 Quando preparado pela farmácia do hospital, deve possuir técnica de preparo escrita e ser efetuado
o controle de qualidade da matéria-prima e da solução;
 Quando adquirido externamente, a qualidade do produto deve estar assegurada pela farmácia;
 O acondicionamento deve ser feito em frasco fechado, escuro e depositado em local fresco;
 As soluções de iodóforo, comercializadas atualmente no Brasil, destinam-se à antisepsia, não
devendo ser usadas como desinfetantes.
 Fenol Sintético
Indicações de uso: - desinfecção de nível médio ou intermediário e baixo: tempo de exposição de 10
minutos, para superfícies, e de 30 minutos, para artigos, na concentração indicada pelo fabricante;
descontaminação de superfícies do hospital e de artigos metálicos e de vidro.
Recomendações de uso:
 Não é recomendado para artigos que entram em contato com o trato respiratório, alimentos,
berçários, nem com objetos de látex, acrílico e borrachas;
 O produto deve ser diluído pela farmácia, conforme formulação adquirida;
 Os fenóis não são prontamente neutralizados pela matéria orgânica;
 São absorvidos por materiais porosos e o efeito residual pode causar irritação tecidual;
 Friccionar a superfície ou objeto imergido com escova, esponja, etc., antes de iniciar a contagem
para o tempo de exposição;
 Em superfícies, passar pano úmido com água após o tempo de exposição necessário;
 Secar a superfície desinfetada.
Hipoclorito de Sódio/Cálcio/Lítio
Indicações de uso: desinfecção de nível médio de artigos e superfícies; descontaminação de
superfícies.
Tempo de exposição para:
 Desinfecção de superfícies da unidade de diálise, hemodiálise, banco de sangue, laboratórios e
qualquer superfície contaminada = 10 minutos, com 1% de cloro ativo (10:000 ppm);
 Desinfecção de lactários, cozinhas, depósitos de água, bebedouros, material de inaloterapia e
oxigenoterapia não-metálicos = 60 minutos, em 0,02% de cloro ativo (200 ppm);
 Descontaminação de superfícies = 10 minutos, em 1% de cloro ativo (10:000 ppm).
Recomendações de uso:
 O uso deste produto é limitado pela presença de matéria orgânica, capacidade corrosiva e
descolorante;
 Quando preparado pela farmácia do hospital, deve possuir técnica de preparo escrita e ser efetuado
controle de qualidade da matéria -prima e da solução;
 Quando adquirido externamente, deve estar assegurada a qualidade do produto;
 Os artigos submetidos até a concentração de 0,02% não necessitam de enxágue;
 As soluções devem ser estocadas em lugares fechados, frescos, escuros (frascos opacos);
 Não utilizar em metais e mármore, pela ação corrosiva.
Quaternário de amônia
Indicações de uso: desinfecção de baixo nível: tempo de exposição de 30 minutos, na concentração
indicada pelo fabricante; está indicado para superfícies e equipamentos em áreas de alimentação.
Recomendações de uso:
 Ao ser aplicado, precisa de fricção sobre a superfície, conforme indicação do fabricante;
 Ao final de qualquer processo adotado, desinfetar pia, torneiras, expurgos, recipientes e luvas de
borracha utilizadas na limpeza ou descontaminação de artigos.
3- Esterilização: é o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas
formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus), mediante a ação de agentes físicos e químicos.
POR MEIO FÍSICO:
 Acondicionar os artigos em invólucros de grau cirúrgico e outros para este fim, adequados ao tipo de
processamento escolhido;
 Submeter os artigos à máquina esterilizadora. Observar e registrar temperatura e/ou pressão e
monitorar o tempo de exposição, conforme as orientações do fabricante;
 Validar e monitorizar o processo conforme indicado em cada alternativa.
A esterilização por meio físico pode ser realizada pelos seguintes processos, em estabelecimentos
de saúde:
Autoclaves
As autoclaves são equipamentos que se utilizam de vapor saturado para realizarem o processo de
esterilização. O vapor saturado, ou seja, de temperatura equivalente ao ponto de ebulição da água, na
pressão considerada, é o meio de esterilização mais econômico para materiais termorresistentes.
O vapor úmido deve ser evitado, pois tem menos calor que o vapor saturado e produz gotículas de
água em suspensão, o que pode causar problemas, tanto na esterilização como na secagem final do
material. Os tempos, temperaturas e pressão das autoclaves deverão ser aquelas recomendadas pelo
fabricante, pois tais autoclaves poderão ter ciclos para esterilização a vapor dos seguintes tipos:
Esterilização por gravidade - consiste em introduzir o vapor na câmara interna do aparelho e eliminar
o ar interno por expulsão, ou seja, forçar a saída do ar na medida em que o vapor for injetado. Neste
processo, o aquecimento da carga é feito de fora para dentro, acumulando o tempo de aquecimento.
Também no processo de gravidade, o sistema de secagem é feito por venturi, conseguindo-se um
vácuo de capacidade media, sendo que, ao alongar o tempo de exposição, previamente determinado,
ter-se-á materiais secos e estéreis;
Esterilização por alto vácuo - introduz o vapor na câmara interna do aparelho, o ar é removido pela
bomba de vácuo; o vácuo pode ser obtido por meio de vácuo único e pulsatil, o mais eficiente, devido a
dificuldade de se obter vários níveis de vácuo em um só pulso; e
Esterilização por alto vácuo com ciclo pulsátil - o processo de esterilização com alto vácuo e
entrada de vapor facilita a subida da temperatura para iniciar a esterilização e gera maior segurança no
processo, porque todo o ar do material e da câmara é retirado pela alta capacidade de sucção da
bomba de vácuo. Após a contagem do tempo de exposição, a bomba de vácuo entra novamente em
funcionamento, fazendo a sucção do vapor e da umidade interna do pacote, conseguindo, assim, a
redução do tempo de exposição, esterilização e secagem pelo aquecimento rápido da carga.
Indicações de uso:
 Para esterilização de todos os artigos críticos termorresistentes, este método é mais seguro e eficaz;
 Artigos que não sejam sensíveis ao calor e vapor;
 Alguns artigos semicríticos, termorresistentes, por facilidade operacional e de tempo, podem ser
submetidos à autoclavagem.
Artigos e substâncias que podem ser submetidos são:
Todas as autoclaves têm condições de fazer esterilização de líquidos, sendo necessário interromper o
processo no tempo de secagem.
Nas autoclaves com vácuo pulsátil e automáticas, deve-se efetuar a esterilização de líquidos, utilizando
o programa próprio para isto, já existente nestas máquinas.
Recomendações de uso:
 Conforme indicação do fabricante;
 Usar só 80% da capacidade;
 Acomodação dos artigos em cestos aramados;
 Manipular o artigo após o resfriamento
 Manutenção preventiva, no mínimo, semanal;
 Limpeza da câmara interna diária
 Conhecer e praticar a distribuição dos pacotes em relação à posição dos mesmos e ao tipo de
material submetido ao processo.
Invólucros para esterilização:
 Tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada;
 Embalagem de papel grau cirúrgico (de forma vertical, filme com filme, papel com papel), papel não
tecido (SMS);
 Embalagem de papel kraft com pH 5-8;
 Filme poliamida entre 50 e 100 micras de espessuras.
 Validade de acordo com a embalagem e acondicionamento;
Estufa - Forno de Pasteur (não mais recomendado, mas ainda previsto no manual de artigos e
superfícies do MS):
Indicações de uso:
 Recomenda-se o uso da estufa somente para esterilização de óleos, pós e caixas de instrumental,
após calibrar.
 Os tempos de exposição e temperaturas vão variar conforme o tipo de material a ser esterilizado.
Artigos e substâncias a serem submetidos:
 Pós: 100 gramas a 160º C por 120 minutos;
 Óleos (considerar a altura de 0,5 cm): 160º C por 120 minutos;
 Metais (é necessário validar o processo): 160º C por 120 minutos, 170º C por 60 minutos em estufa
previamente calibrada.
Recomendações de uso:
 Conforme indicação do fabricante;
 Manutenção preventiva, no mínimo, mensal;
 Validar o processo.
Invólucros:
 Caixas de aço inox de paredes finas ou de alumínio;
 Papel laminado de alumínio.
POR MEIO QUÍMICO (LÍQUIDO):
Deve ser utilizado quando não puderem ser utilizados métodos físicos. Ao se fazer a escolha de
determinado produto químico, deve-se observar que estes tenham as seguintes características:
 Destruir os microorganismos em todas as suas formas (vegetativas e esporuladas), em temperatura
ambiente;
 Ser estável, quando em solução por tempo prolongado;
 Não ser irritante e tóxico para os tecidos;
 Não ser corrosivo para os metais e não alterar os materiais de borracha e plástico;
Além das propriedades acima mencionadas, são imprescindíveis algumas condições para a eficácia da
esterilização ou desinfecção por agentes químicos:
1) Limpeza e secagem prévia dos artigos;
2) Submersão total dos artigos na solução; Utilizar EPI
3) A solução deve preencher totalmente todos os espaços dos artigos (artigos ocos, por exemplo).
4) O tempo de exposição deve ser o recomendado pela Portaria n. º 15, de agosto de 1988, onde
artigos para serem desinfetados devem permanecer por 10 minutos e para serem esterilizados, 1 hora.
Deve ser levada em conta a recomendação do fabricante.
5) Deve ser trocada a solução de acordo com o prazo de validade;
6) Os recipientes devem ser mantidos fechados e serem manuseados com equipamentos de proteção
individual;
7) A retirada do material deve ser feita com técnica asséptica e ser imediatamente lavado com soro
fisiológico a 0,9% ou água estéril, para remover os resíduos do produto químico.
Glutaraldeído a 2% como Esporicida: 5 a 18 horas
Ácido Peracético
Modo de uso: por submersão.
Indicação: para uso em endoscópios, instrumentos de diagnóstico e outros materiais submersíveis.
Concentração: 35%, estabilizada que será diluída (a 0,2%) automaticamente em água estéril(máquina
ainda não disponível no país). Disponível também já diluído a 0,2% (STERILIFE®) para uso através de
imersão.
Tempo de processamento: 12 minutos a 50 a 56º.C ( em máquina apropriada- ainda não disponível no
Brasil STERIS SYSTEM 20 ®) ou 10 minutos para desinfecção e 20 para esterilização se o processo for
imersão.
Alternativa no país: 0,2% Sterilife ® e CIDEX PA ® com tempo de contato aproximado de uma hora.
POR MEIO QUÍMICO GASOSO (PROCESSOS FÍSICO-QUIMICO)
Oxido de Etileno (ETO):
 Todos os artigos;
 Respeitar as normas vigentes do ministério da saúde(áreas e instalações próprias devido a alta
toxicicidade);
 Somente embalagens de grau cirúrgico;
 Observar rigorosamente os tempos de areação;
 Validade de 02 anos;
Peróxido de Hidrogênio – STERRAD:
 Esterilização em 1hora
 Instrumentais sensíveis como fibroscópicos e endoscópios;
 Compatível com plásticos, metais, vidros e acrílico;
 Baixa temperatura 50°c;
 Alto custo;
 Embalagem livre de celulose, fibras vegetais.
Métodos para Controle da Esterilização (Validação)
Indicadores mecânicos
Observar a validade dos manômetros e registradores do equipamento; solicitar manutenção
periódica como recomendada pelo fabricante dos equipamentos.
Indicadores químicos
Os indicadores que demonstram as variáveis do processo de esterilização (temperatura, pressão e
tempo) de acordo com a ISO 11.140-1: 1995. São eles:
 Classe 1 ou Indicadores de Processo: Indicadores de Processo- indicados para uso em pacotes,
"containers" etc. individuais para demonstrar que houve exposição ao processo de esterilização e
distinguir unidades processadas das não-processadas. Não é indicado como ÚNICO método de
validação. Apenas demonstra que o material foi exposto ao calor.
 Classe 2 ou Indicadores para uso em testes específicos: Designados para uso em procedimentos
de testes específicos como definido nos padrões para esterilizadores ou processos de esterilização. Ex:
Bowie e Dick.
 Classe 3 ou Indicadores Monoparamétricos: Um indicador de um único parâmetro pode ser
designado para um dos parâmetros críticos e pode indicar exposição a um ciclo de esterilização a um
valor específico do parâmetro escolhido.
 Classe 4 ou Indicadores Multiparamétricos: Um indicador multi-paramétrico pode ser designado
para 2 ou mais dos parâmetros críticos e pode indicar exposição a um ciclo de esterilização aos valores
especificados dos parâmetros escolhidos.
 Classe 5 ou Indicadores Integradores: Indicadores integradores são designados para reagir a
todos os parâmetros críticos dentro de um intervalo específico de ciclos de esterilização. Os valores
especificados são aqueles requeridos para atingir uma inativação especificada por um organismo teste
específico com valores D especificado e, se aplicável, valores Z (como descrito para indicadores
biológicos para esterilização a vapor na ISO 11.138-3 ).
 Classe 6 ou Indicadores Emuladores ( indicadores de verificação de ciclos): Indicadores
emuladores são indicadores designados para reagir a todos os parâmetros críticos dentro de um
intervalo específico de ciclos de esterilização, para os quais os valores especificados são baseados nos
ajustes dos ciclos de esterilização selecionados.
Controle biológicos
São testes utilizados para monitorizar o processo de esterilização, consistindo em uma população
padronizada de microorganismos com contagem prévia viáveis (usualmente esporulados) conhecidos
como resistentes ao modo de esterilização a ser monitorizados
Podem ser:
Tiras de papel- envelopes contendo tiras de papel impregnadas com esporos dos bacilos.
Autocontido ou completo- ampolas contendo os bacilos e meio de cultura líquido.
 Tipos de bacilos utilizados: os mais utilizados são os B. subtillis para esterilização a baixa
temperatura (Oxido de Etileno e Plasma de Peróxido) e B. stearothermophillus para esterilização a
vapor. Todos na concentração de 106.
Frequência dos testes biológicos as recomendações diferem de acordo com diferentes instituições
(APIC, AAMI, AORN etc) no que se refere à frequência. Pode ser diariamente, na primeira carga do dia,
semanalmente ou com frequência testada e definida pela política da instituição.
É consenso sua utilização na validação e ao término de todas as manutenções realizadas, sejam elas
preventivas ou corretivas.
É aconselhável o uso sempre que houver na carga próteses ou materiais implantáveis.
PREPARO E EMPACOTAMENTO DE ARTIGOS
Consiste na preparação do artigo de acordo com sua classificação (crítico, semicrítico e não-crítico) e
a forma de acondicionamento em invólucro compatível com o processo escolhido (POSSARI, 2003).
Alguns cuidados devem ser tomados por quem prepara o material:
 Lavar as mãos antes de iniciar o preparo e o empacotamento dos artigos;
 Inspecionar o artigo antes do empacotamento, verificando limpeza, integridade e funcionalidade;
 Selecionar a embalagem de acordo com o processo, peso e tamanho do item;
 Avaliar a necessidade de embalagem dupla, invólucros compostos de papel ou plástico no caso de
empacotar diversos itens a serem apresentados em embalagem única ao campo estéril;
 Realizar o ajuste perfeito de embalagens duplas, observando se não apresentam dobras internas e
se estão acomodadas à parte externa;
 Antes da esterilização, identificar o pacote com os seguintes dados: artigos que compõem o pacote,
método de esterilização, a data de esterilização, data de validade, controle do lote, nome do funcionário
que preparou. Estas informações devem constar em uma fita ou etiqueta adequada. No caso de papel
grau cirúrgico tem que ser etiquetado na parte plástica. As canetas utilizadas não podem manchar a
embalagem e a tinta tem que ser atóxica;
 Remover o ar do interior da embalagem de grau cirúrgico ou filme plástico, pois a expansão do ar da
câmara de esterilização pode abrir o pacote;
A embalagem para proteger o artigo após a esterilização deve apresentar as seguintes
características (POSSARI, 2003):
 Possibilitar a abertura asséptica pelo usuário;
 Funcionar como barreira microbiológica;
 Ser atóxica
 Ser flexível e resistente;
 Permitir termosselagem ou selagem a frio para garantir fechamento hermético;
 Possibilitar que o agente esterilizante entre em contato com o artigo;
 Manter a esterilidade do material até o momento do uso.
Tipos de Embalagem
 Tecido de ALGODÃO
Os campos reutilizáveis devem ser monitorados quanto à sua vida útil, pois a lavagem abre a trama
de fios e a esterilização fecha os fios. Com a sequência de lavagens e esterilizações o tecido fica
vulnerável a ruptura.
O campo cirúrgico simples de 100% de algodão deve ser confeccionado com tecido 100% algodão,
padrão sarja 2/1, gramatura de 210 g/m², urdume (fios dispostos no sentido longitudinal) de 40fios por
polegada quadrada, e trama (fios dispostos no sentido transversal) de 17 fios por polegada quadrada
(SOBECC, 2007).
Problemas na esterilização por tecido de algodão (POSSARI, 2003):
 Dificuldade do monitoramento do desgaste do tecido após múltiplas lavagens;
 Baixa vida útil por desgaste precoce das fibras;
 Baixo grau de barreira microbiana (resistência de 34%);
 Ausência de resistência a umidade;
 Padrão de alinhamento das fibras, que cria caminhos livres de obstáculos, facilitando a passagem
dos microorganismos;
 Não deve ser utilizado somente como embalagem primária, necessitando de embalagem secundária.
 Papel GRAU CIRÚRGICO
É permeável ao agente esterilizante e impermeável ao microorganismo, sendo resistente à tração e
perfuração, com gramatura de 60 a 80 g/m², podendo ter duas faces de papel ou uma de papel e outra
de filme transparente. Umidade máxima de 7%. (SOBECC, 2007)
 Papel CREPADO
Composto de 100% celulose tratada que possui as seguintes características: eficiência para
esterilização por vapor e óxido de etileno; Alta eficiência de filtragem (98 a 99,9%), sendo uma barreira
efetiva contra a penetração de microorganismos, flexibilidade e facilidade de moldar-se, sendo um
produto com indicação para confecção de campos cirúrgicos; porosidade de 60 g/m²; gramatura mínima
de 56 g/m²; resistência à ruptura, suportando processos de esterilização e ajustando-se aos artigos de
diferentes tamanhos. (SOBECC, 2007)
 FILMES TRANPARENTES
Feitos de polietileno, polipropileno, poliéster, nylon ou poliamida, PVC, dentre outros, são utilizados
juntos com o grau cirúrgico, facilitando a visualização do conteúdo e podendo ser utilizados no vapor ou
oxido de etileno. (SOBECC, 2007)
 TYVEK
Material que suporta altas temperaturas, resistentes à tração e perfuração, confere excelente barreira
microbiana e longa durabilidade. Não contém celulose e, portanto, não absorve o peróxido de
hidrogênio. Precisa de selamento com espessura mínima de 6 mm. Compatível com a maioria dos
processos de esterilização, porém por ter alto custo, seu uso é limitado. (SOBECC, 2007)
ESTOCAGEM
Após submeter os artigos ao processamento mais adequado, estocá-los em área separada, limpa,
livre de poeiras, em armários fechados, preferencialmente. As áreas de estocagem próximas às pias,
água ou tubos de drenagem são proibidas.
Os artigos esterilizados por meio físico podem ser estocados até uma semana em prateleira aberta
ou até um mês, se colocado sob uma cobertura de plástico ou bolsa selada.
Regras para um Armazenamento Ideal:
 Limite de tráfegos de pessoas;
 Temperatura entre 18 a 22° e a umidade de 35 a 50%
 Prateleiras abertas;
 O local deve ser longe de água; janelas, portas e tubulações expostas;
 O material deve ser manipulado o mínimo possível;
 Efetuar inspeção periódica dos artigos, verificando qualquer anormalidade;
 Os pacotes devem atingir a temperatura ambiente antes de serem transferidos para as prateleiras;
 Estabelecer limpeza diária e periódica;
 Dispor os itens de forma que facilite a localização;
 Liberar os lotes mais antigos antes dos mais novos;
 Efetuar conferências periódicas dos artigos estocados.
INTERVAÇÕES CIRÚRGICAS
Aparelho digestório
Apendicectomia
Consiste na retirada cirúrgica do apêndice vermiforme ou cecal.
Cuidados pré-operatório específico
 Administração de antibióticos, de acordo com a prescrição médica.
 A primeira dose da medicação é geralmente aplicada antes do início da operação.
Na apendicectomia é absolutamente contra-indicado o preparo intestinal por meio do uso de
laxantes, enemas, etc., pois pode provocar a ruptura do abscesso formado em volta do
apêndice, devido ao aumento do peristaltismo.
Cuidados pós-operatório específico
 Iniciar o balanço hídrico em pacientes que retornam da sala de operação com sonda nasogástrica;
 Observar os possíveis sinais de infecção na ferida operatória e no local da eventual drenagem.
Complicações
 Peritonite, que pode permanecer, mesmo após a apendicectomia. Manifesta-se por dor abdominal e
febre, e, com frequência, exige uma re-operação;
 Fístula fecal (comunicação do intestino grosso com o exterior que permite a saída de fezes);
 Obstrução intestinal, que é a incapacidade de o conteúdo intestinal fluir normalmente, devido algum
obstáculo. Um dos sintomas é o vômito persistente, que pode levar a desidratação, é a distensão
abdominal.
Colecistectomia
É retirada cirúrgica da vesicular biliar.
Cuidados pré-operatórios específicos
 Fazer tricotomia de abdome em pacientes do sexo masculino. Nas mulheres, esse cuidado depende
da presença ou não de pelos abdominais na região;
 administrar o antibiótico, somente nos casos de colicistite aguda, de acordo com a prescrição
médica.
 A primeira dose é geralmente aplicada antes do início da operação.
Cuidados pós-operatório específicos
 Colocar a sonda nasogástrica com a qual muitos pacientes saem da operação em
sifonagem(ligação de um tubo já instalado no paciente a um frasco em nível mais baixo para
drenagem por gravidade);
 Lavar a sonda nasogástrica frequentemente para evitar que ela se obstrua;
Hernioplastia
Também chamada de herniorrafia, consiste na correção cirúrgica de uma hérnia.
A hérnia pode ocorrer em qualquer parte do corpo, porem é mais frequente no abdome sai atrav~es de
uma abertura na parede do abdome.
Cuidados pré-operatórios específicos

Tricotomia, realizada(se necessário) de acordo com o local da hérnia.
Cuidados pós-operatório específicos
 Observar a possibilidade de edema de bolsa escrotal, que deve ser tratado com a colocação de
suspensórios para aquela bolsa;
 Orientar o paciente quanto à restrição de esforço físico que solicite a musculatura abdominal;
 Estimular o paciente a urinar espontaneamente, para prevenir a distensão vesical causada pela
retenção urinária, frequente nas hernioplastias.
Complicações
 Recidiva com reaparecimento da hérnia
Hemorroidectomia
Tipo de operação do aparelho digestivo, caracterizado pela retirada cirúrgica das hemorroidas.
Cuidados pré-operatório específicos
 Retirada dos pelos da região perineal.
 Administrar laxantes ou enemas, no dia anterior da cirurgia de acordo com a prescrição médica.
Cuidados pós-operatório específicos
 Deixar o paciente em decúbito lateral ou ventral, se possível;
 Dar banhos de assento mornos para aliviar a dor e o edemas;
 Orientar a ingestão de alimentos ricos em fibras para facilitar a evacuação;
 Estimular a evacuação, pois muitas vezes o paciente tem medo de sentir dor e evita evacuar;
 Limpar o local com gaze e água após cada evacuação;
 Orientar o paciente para continuar os banhos de assento, mesmo após a alta;
Complicação
Hemorragias.
Gastrectomia
Referencial Bibliográfico:
- BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica – 12ª Ed, Rio de Janeiro:
Editora Guanabara Koogan, 2012.
-CARVALHO, Rachel de BIANCHI, Estela Regina Ferraz, Enfermagem em Centro Cirúrgico e
Recuperação. Baueri-São Paulo:Manole2007.
-BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação a Saúde.
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de profissionalização dos trabalhadores da
área da Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem - cadernos do aluno: saúde do
adulto, assistência cirúrgica / atendimento de emergência. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de
Janeiro: FIOCRUZ, 2003. Disponível em: www.saude.gov.br.
-ROTHROCK, Jane C. Alexander. Cuidados de enfermagem ao Paciente Cirúrgico. 10ª Ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
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