LÍNGUA PORTUGUESA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO I INTERPRETAÇÃO DE TEXTO II FUNÇÕES DA LINGUAGEM E LINGUAGEM FIGURADA FIGURAS DE LINGUAGEM VOCABULÁRIO PERÍODOS SIMPLES E COMPOSTO FONOLOGIA, ACENTUAÇÃO, ORTOGRAFIA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS PONTUAÇÃO ARTIGOS, SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS VERBOS E ADVÉRBIOS CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA PRONOMES CRASE NOÇÕES DE LITERATURA FUNÇÕES DE “QUE” E “SE” LITERATURA NO PERÍODO COLONIAL REALISMO/ NATURALISMO HUMANISMO, QUINHENTISMO, BARROCO E ARCADISMO PARNASIANISMO/ SIMBOLISMO ROMANTISMO PRÉ-MODERNISMO/ MODERNISMO IMPRIMIR CLASSICISMO Voltar LÍNGUA PORTUGUESA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO I 1 1. U. Católica de Brasília-DF Assinale V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos. ( ) A figura ao lado trata-se de uma charge, cujo tema versa sempre sobre algum acontecimento que já foi veiculado na mídia. Dessa forma a charge não é responsável por uma nova notícia, mas é uma releitura de uma notícia ou de um fato. ( ) Observando os elementos que compõe a charge, é correto afirmar que ela se refere a alguma notícia sobre aviação. Isso é comprovado pelos elementos icônicos, pois nenhum elemento verbal faz referência à aviação. ( ) O verbo ter, utilizado na fala do passageiro, poderia ser substituído pelo verbo haver, o que configuraria o uso do nível formal da linguagem. ( ) A opção de reserva de um lugar na caixa-preta, que em caso de sinistro com a aeronave, é um instrumento que pode ajudar a identificar as causas, é a responsável pelo humor na charge e, ao mesmo tempo, permite inferir que a charge foi feita depois de algum desastre aéreo. ( ) As palavras “algum”, “vago” e “caixa-preta” são respectivamente, adjetivo, advérbio, adjetivo e substantivo. ( ) Caixa-preta, sob o ponto de vista de sua estrutura, contém dois radicais, por isso, quanto ao processo de formação, é considerada uma palavra derivada. IMPRIMIR GABARITO 2. Analise a charge que segue, publicada na revista Veja, de 07. jun. 2000. A leitura da charge permite as seguintes afirmações: ( ) nos desenhos humorísticos, a caricatura é uma representação gráfica de uma pessoa ou situação que explora aspectos ridículos ou grotescos. ( ) a legenda, texto curto que, às vezes, acompanha o desenho, tem a finalidade de determinar para o leitor o sentido da charge. ( ) o cartunista interpreta uma idéia presente no imaginário do torcedor brasileiro: os técnicos de futebol, quando cometem erros, são chamados de burros. ( ) a frase “O técnico Wanderley Luxemburgo examina as condições do gramado” funciona de modo redundante, visto que repete o significado contido no desenho. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar O equilíbrio da pressão nas membranas celulares dos tecidos nervosos, sem variação nos níveis de sódio e potássio, provoca impulsos que vão do córtex cerebral até o sistema nervoso central, confirmando uma sensação agradável e sem grandes alterações. De tão relaxado, você pode até tirar um cochilo. Em exposição até 13/8, das 11 às 18h. Av. Paulista, 1578 Informações: www.zip.net/guignard 3. Uneb-BA “O Humanismo Lírico de Guignard”. Um dos maiores pintores do modernismo brasileiro. Folha Ilustrada. Folha de São Paulo, 14 de julho 2000, p. 34. No texto do convite para ver a exposição de Guignard, no MASP, passa-se a idéia de que: a) ver Guignard é ter uma aula de como funciona o sistema nervoso humano; b) a emoção provocada pela arte nem sempre pode ser traduzida com palavras; c) a arte causa, no homem, uma sensação de leveza tal, que o adormece para a realidade; 2 d) o sentimento gerado pela obra de arte lírica é constante e equilibrado em cada ser humano; e) o humanismo lírico de Guignard está na sua capacidade de associar a arte ao equilíbrio das sensações humanas. GABARITO 4. UFPE Observe os quadrinhos abaixo e responda à questão. IMPRIMIR Ziraldo. O Menino Maluquinho. Assinale a alternativa em que se faz um comentário inaceitável com relação aos quadrinhos de Ziraldo. a) O menino tinha idéia clara acerca da finalidade apelativa do seu texto. b) Os termos do cartaz reproduzem a sintaxe típica desse gênero de texto. c) O menino demonstra inabilidade para ajustar-se às exigências de textos publicitários. d) As incorreções gramaticais do segundo quadro vão da ortografia à sintaxe. e) Os erros do cartaz constituíram uma estratégia para atrair possíveis consumidores. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 5. Univali-SC A leitura dos quadrinhos abaixo remete-nos à seguinte conclusão: HUMOR EM TIRAS Márcio Kühner a) Os ditados não estão sempre certos. d) Devemos rir dos nossos percalços. b) Errar é fundamental para crescer. e) É preciso sempre acertar. c) Tirar o proveito de todas as situações. 6. PUC-RS Instrução: Responder às questões 2 e 3 com base no texto abaixo. 3 Considerando as atitudes e falas dos personagens, é correto concluir que: a) a mãe já sabia que Calvin havia decidido não ir mais à escola, como se depreende da expressão “Sei”, no primeiro quadrinho; b) a mãe de Calvin, indecisa sobre o que fazer com o filho, viu-se obrigada a consultar o pai; GABARITO c) Haroldo, o tigre presente no último quadrinho, demonstra apoio incondicional à atitude do menino, pelo fato de estar disposto a acompanhá-lo à escola; d) não havendo outra saída, foi necessário usar a força física para mandar Calvin à escola, como se depreende da expressão “esmagar”, do último quadrinho; e) as expressões “os pais” e “uma criança”, no último quadrinho, indicam que Calvin generalizou a conclusão a que chegou. 7. PUC-RS Instrução: Responder à questão 3 com base nas idéias abaixo, que completam a frase sublinhada. Pela leitura da tira, é correto afirmar que Calvin: 1. Demonstra temer uma vida adulta em meio à poluição. 2. Usa sua fantasia para tentar convencer sua mãe do acerto de sua decisão. IMPRIMIR 3. Considera-se injustiçado pelos pais. 4. Conclui que seu projeto para o futuro foi rejeitado por ser ambicioso. As idéias que complementam adequadamente a frase sublinhada, de acordo com o sentido da tira, estão na alternativa: a) 1 e 2. b) 1, 2 e 3. c) 2 e 3. d) 2, 3 e 4. e) 3 e 4. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 8. U.F. Goiânia-GO Leia as tiras do cartunista Angeli, publicadas no caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, em 29. jul. 1999. Depois assinale V, para os itens verdadeiros, e F para os falsos. 4 Sansão e Dalila são personagens do universo gráfico de Angeli. Eles formam um casal sem charme, cujo cotidiano é retratado de forma ridícula pelo cartunista. De acordo com os elementos que constituem as tiras acima: ( ) as expressões crak, flap e tuf! são consideradas onomatopéias, porque procuram representar, na escrita, sons naturais. ( ) a falta de diálogo entre o casal, durante a refeição, indica uma vida monótona, propensa às explosões agressivas. ( ) a sigla TPM – que significa tensão pré-menstrual – opõe-se à expressão kung fu, arte marcial desenvolvida na antiga China. ( ) o humor das tiras tem função social, pois procura descontrair o leitor, com a representação caricaturesca de cenas do cotidiano dos personagens. 9. UFMS Observe a tira humorística que segue e marque a(s) opção(ões) verdadeira(s). A.Silvério GABARITO URBANO, o aposentado IMPRIMIR Globo, 22/09/2000. 01. A frase apresentada no balão 3 pode ser associada à profissão da personagem que a enuncia. 02. Atribui-se a uma dada estação do ano a capacidade de influenciar o estado de alma das pessoas em geral. 04. Em Todos mesmo (balão 4), o advérbio em negrito é usado como reforço, indicando que não há exceção à regra. 08. O uso do artigo definido em a outra metade (balões 1 e 3) está equivocado, uma vez que se trata de referentes que aparecem pela primeira vez no texto. 16. Os enunciados Encontrei a outra metade da minha laranja! (balão 1) e Encontrei a outra metade do meu comprimido! (balão 3) retomam, através de figuras distintas, o enunciado mais genérico “Encontrei a companheira ideal.” 32. O efeito humorístico da tira advém do fato de que se a personagem hipocondríaca leva sua obsessão às últimas conseqüências, associando-a inclusive ao campo amoroso. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 10. UFMA Jaguar. Na tira acima, o autor: a) trabalha a fala das personagens no contexto, relacionando termos que não possuem nada em comum; b) subverte a lógica homonímica através da utilização de um jogo de palavras marcado pela sonoridade, num tom de humor; 5 c) aproxima palavras heterógrafas (termos de grafias diferentes) e heterófonas (termos de sons diferentes) que, apesar de sugerirem humor, não subvertem a lógica homonímica; d) usa sua criatividade e faz uma brincadeira lingüística com Há fogo / Afogo para demonstrar que ambos os termos possuem o mesmo significado; e) considera os termos grifados acima como palavras sinônimas que não possuem outra relação a não ser a própria referência. GABARITO 11. UFMA Revista Veja, de 19/04/2000. Sobre a propaganda acima, é correto inferir que: IMPRIMIR a) inanição gera morte e morte gera imobilidade. Logo, os usuários da Internet estão condenados a morrer; b) ir ao supermercado implica, infelizmente, em deslocamento e deslocamento implica em não morrer de fome. Logo, sem se mexer, a Internet é a solução; c) não comer implica em não se mexer e não se mexer implica em não sair de casa. Logo, para não morrer, é preciso ir ao supermercado; d) a Internet possibilita a compra e a compra implica em deslocamento. Logo, é preciso se mexer para não morrer de inanição. e) para consultar a fatura da compra pela Internet, é preciso se mexer e se mexer implica em ir ao supermercado. Logo, o ideal é não acessar a Internet. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 12. UFMG “Com o Document Centre a Xerox reinventa a copiadora O mercado evolui. A Xerox revoluciona. Todo o poder da tecnologia digital chega ao seu escritório com o mais avançado sistema de processamento de documentos: Document Centre. Uma copiadora que também é impressora, fax e scanner, com capacidade de realizar as operações simultaneamente. Para você copiar, imprimir, receber, enviar, criar, transformar, alterar, arquivar e recuperar documentos com mais facilidade, menor manuseio de papel e maior segurança. O novo software Centreware permite explorar e gerenciar o equipamento de acordo com as suas necessidades, a partir do seu computador, via rede e até mesmo via Internet. Document Centre é tudo isso e mais a garantia e a assistência técnica que só a Xerox pode lhe oferecer.” AO VIVO E EM CORES NA DOCUWORLD. Visite a feira de tecnologia avançada, dias 13 e 14 de maio, no Hotel Transamérica - SP. Todas as afirmativas apresentam recursos lingüísticos que estão presentes nesse texto de propaganda, exceto: 6 a) Articulam-se a linguagem verbal e a não-verbal. b) Impessoaliza-se o tratamento do leitor. c) Enumeram-se cumulativamente as características do produto. d) Recorre-se não só à conotação, mas também à denotação. GABARITO 13. UERJ IMPRIMIR Ziraldo, Jornal do Brasil, 11/11/1999. Na tira de Ziraldo, os personagens mudam de atitude do primeiro quadrinho para o segundo. Pelo terceiro quadrinho, pode-se deduzir o que não está escrito: um pensamento teria provocado a mudança. Esse pensamento poderá ser traduzido como: “E se os caras dentro do espelho... a) ...estivessem rindo deles?” b) ...fossem reais e eles o reflexo?” c) ... pudessem trocar de lugar com eles?” d) ... duvidassem da realidade do mundo?” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 14. U.F. Pelotas-RS A compreensão de um texto não decorre apenas da decodificação pura e simples dos itens lingüísticos neles contidos. Na realidade, ao ler, o leitor deixa aflorar seu conhecimento de mundo, suas crenças, suas vivências, que possibilitam conexões entre os Contrariar enunciados e o levam a construir o sentido do texto que leu. Uma das características do leitor proficiente é a capacidade de interpretar gráficos. Demonstre que você domina a habilidade de leitura, inferindo corretamente os resultados expressos no gráfico ao lado: Uma pesquisa encomendada pela entidade Parceria Contra as Drogas entrevistou 700 pessoas, entre 13 e 21 anos, de cinco cidades há três anos e obteve os seguintes resultados: De acordo com os dados representados no gráfico, pode-se dizer que: a) a descoberta do novo sempre atraiu o homem a aventuras cujas conseqüências, muitas vezes, são desconsideradas em virtude do prazer do desconhecido, sendo esse o motivo para que de noventa a cem jovens recorram às drogas; b) como todo ser em formação, a maior parte dos jovens procura uma maneira de afirmase em seu grupo, recorrendo, para isso, ao uso de psicotrópicos; 7 c) não é verdadeira a argumentação de que o maior contingente de jovens, rebeldes por natureza, procura nas drogas formas de transgredir normas sociais; d) a orientação familiar não seria uma das primeiras providências no combate ao vício, uma vez que não está na família a causa principal de o jovem se envolver com drogas; IMPRIMIR GABARITO e) são de toda ordem as causas que levam o jovem ao consumo de drogas; com exceção dos problemas com a família, essa diversidade, somada, representa mais de 3/4 do total de entrevistados. 15. UFPR Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) na(s) alternativa(s) em que a descrição da foto abaixo vem expressa de acordo com as normas de escrita do português padrão. ( ) Um homem com roupas típicas de trabalhador rural, onde é mostrado da cintura para baixo, segura um tipo de facão com a mão direita. Abraçado a sua perna há uma criança, que a expressão Foto: Paula Simas denota raiva e medo. O homem apóia sua outra mão na cabeça da criança, como se protegesse ela. ( ) Um homem com roupas típicas de trabalhador rural, mostrado da cintura para baixo, segura uma espécie de facão. Abraçado a sua perna há um menino, cuja expressão denota raiva e medo. A outra mão do homem repousa sobre a cabeça da criança, como se protegendo-a. ( ) A foto mostra um menino abraçado às pernas de um homem vestido como um trabalhador rural, onde está segurando uma espécie de facão com a mão direita. A expressão da criança é de medo e raiva, e é como se o homem estivesse protegendo a ela de alguma ameaça. ( ) Na foto, mostra um homem, que está segurando uma espécie de facão e vestido como trabalhador rural. Uma criança está abraçada à perna dele, que apóia a mão sobre sua cabeça, como se estivesse protegendo. E onde o olhar da criança exprime medo e raiva. ( ) Na foto, aparecem um menino e um homem. O enquadramento destaca a criança, mostrando o homem apenas na altura da cintura. A ele está abraçada a criança, cujo olhar é de medo e raiva. O homem, que, em traje de trabalhador rural, empunha um facão, parece estar protegendo o menino, sobre cuja cabeça pousa a mão. ( ) A foto mostra, da cintura para baixo, um homem que traja roupa de trabalhador rural e empunha uma espécie de facão. Uma criança, com expressão de medo e raiva, está abraçada à perna do homem. Ele apóia a mão sobre a cabeça do menino, como se o estivesse protegendo. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 8 16. UEGO A leitura da charge permite as seguintes afirmações: ( ) o título “A República do Mau Humor” funciona como indicador de leitura, pois dá ao leitor a oportunidade de interpretar tanto o texto verbal como o não-verbal; ( ) o mau humor dos aliados do governo nos permite deduzir que os políticos aderem ao poder visando apenas ao seu benefício próprio; ( ) a parte inferior da charge remetenos ao contexto social brasileiro, onde a população, em sua maioFolha de São Paulo, 11.09.99 ria, sofre os efeitos; ( ) a frase de 2º balão “Um dia, só eles vão rir de tudo isso!”, proferida pelo personagem que representa o povo, deixa transparecer o humor e o descompromisso com que o brasileiro encara seus problemas; ( ) a frase “Não esquenta, mulher!”, proferida pelo personagem denuncia a ineficiência do cobertor com que ele se agasalha, uma vez que o frio é intenso. 17. UnB-DF GABARITO “ACREDITAMOS EM OPORTUNIDADES IGUAIS INDEPENDENTEMENTE DE RAÇA, CREDO, SEXO, REINO, TRIBO, CLASSE, ORDEM, FAMÍLIA, GÊNERO OU ESPÉCIE. Os seres vivos são interdependentes. Dessa forma, sem apoio de milhões de espécies, a sobrevivência humana não estaria garantida. Essa variedade e a dependência entre as espécies interessa especialmente à nossa empresa. Pois o nosso trabalho depende de descobertas no mundo das informações genéticas. Informações que se perdem para sempre quando as espécies são extintas. Informações que oferecem soluções inéditas para a agricultura, a nutrição e a medicina. Para atender a uma população que está crescendo. Em um planeta do mesmo tamanho.” IMPRIMIR Isto é. nº 1.575. 8/12/99. p. 125 (com adaptações). Considerando as informações prestadas pelo anúncio acima, o sentido da mensagem e a correção gramatical dos itens a seguir, julgue-os. ( ) A figura explora e exemplifica a biodiversidade. ( ) Mesmo sabendo que nem todos os reinos estão representados na figura, isto não contradiz o argumento principal da propaganda, colocado acima da ilustração. ( ) Devido à interdependência dos seres vivos, a sobrevivência da espécie humana não estaria garantida sem apoio de milhões de espécies. ( ) O trabalho desenvolvido pela empresa depende de descobertas no mundo das informações genéticas e, quando as espécies são extintas, se perdem para sempre. ( ) As informações genéticas oferecem soluções inéditas para a agricultura, a nutrição, a medicina, a população que está crescendo e o planeta, que tem o tamanho da população. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 18. UFPB-PSS Texto I “Diogo Mainardi Índios furibundos invadiram o Congresso Nacional para protestar contra as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil. Paramentados com seus tradicionais cocares, calções de banho e tênis Nike, foram até o senador Antonio Carlos Magalhães e apontaram-lhe uma lança. Foi bonito ver todos aqueles índios lutando juntos – 500 anos atrás, eles provavelmente estariam devorando uns aos outros. Pois eu concordo com os índios: não há o que comemorar. Em 500 anos de História, não fizemos nada que justificasse uma festa. A meu ver, deveríamos ficar recolhidos num canto, chorando pelo joelho de Ronaldinho. Foi o que fiz.” Texto II 9 Lendo o texto I e relacionando-o com a charge (texto II), conclui-se: a) O selvagem da charge não é o índio, mas sim a respeitável autoridade brasileira. b) Os índios continuavam lutando entre si. c) O índio da charge é mais autêntico porque não usa tênis Nike e veste calça comprida. d) O objetivo de Mainardi e Chico é o mesmo: registrar a política favorável do Congresso Nacional às causas indígenas. e) As comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil representaram um momento de alegria para os índios. IMPRIMIR GABARITO 19. UFMA “O chinês anônimo desafia os tanques Nunca se soube o nome daquele jovem alto e magro vestido como milhões de chineses, de camisa branca e calça de tergal. Ninguém ouviu sua voz. Jamais se soube o paradeiro do solitário rebelde que barrou uma coluna de 17 tanques naquela manhã de junho de 1989. Sozinho, nas fotografias e no balé diante das câmeras de vídeo – os tanques se deslocavam e a silhueta se movia, simultaneamente, para a esquerda e para a direita – o chinês anônimo fez mais, em seu grande momento, do que muitos líderes revolucionários do milênio. É certo que foi visto por mais gen5 de julho de 1989. te, nas telas de TV, dentro dos lares, do que personalidades como o mongol Kublai Khan, o francês Maximilien de Robespierre ou o mexicano Emiliano Zapata.” Depreende-se da compreensão do texto acima que há uma gradação ascendente do personagem envolvido, que assim passa do anonimato de um momento para a fama de um milênio. Isso fica evidente através dos seguintes itens lexicais: a) jovem alto e magro solitário rebelde silhueta líder revolucionário personalidade; b) silhueta solitário rebelde sem paradeiro sozinho personalidade; c) jovem alto e magro sem voz solitário rebelde líder revolucionário sozinho; d) sem paradeiro silhueta solitário rebelde chinês anônimo líder revolucionário; e) solitário rebelde líder revolucionário sozinho personalidade chinês anônimo. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 20. UERJ Leia a piada reproduzida a seguir. Vinha o motorista dirigindo o seu carro, quando se deparou com uma placa de sinalização: Imediatamente, ele acelerou o seu veículo. Logo depois, voltou a pé para o local da placa e nela escreveu, para corrigi-la: Como muitas piadas, esta se baseia em um equívoco. O comportamento do motorista que explica mais adequadamente o efeito cômico da piada é: a) voltar a pé ao local da placa para efetuar uma correção; 10 b) ler a mensagem da placa como uma ordem para acelerar; c) corrigir a mensagem da placa para retificar informação incompleta; d) imprimir maior velocidade ao carro para escapar dos quebra-molas. Texto para as questões 21 e 22. GABARITO 5 10 15 20 “Homem Primata Desde os primórdios Até hoje em dia O homem ainda faz O que o macaco fazia Eu não trabalhava, eu não sabia Que o homem criava e também destruía. Homem primata Capitalismo selvagem Ô, ô, ô Eu aprendi A vida é um jogo Cada um por si E Deus contra todos Você vai morrer e não vai pro céu É bom aprender, a vida é cruel. Homem primata Capitalismo selvagem Ô, ô, ô Eu me perdi na selva de pedra Eu me perdi, eu me perdi” IMPRIMIR BRITTO, Sérgio, FROMER, Marcelo, REIS, Nando, PESSOA, Ciro. Do CD Cabeça de dinossauro. 21. UFR-RJ No texto Homem Primata, a comparação estabelecida entre o homem e macaco alude: a) a uma das teorias sobre a origem da espécie humana; b) ao comportamento irracional do homem na sociedade moderna; c) às semelhanças biológicas entre os dois seres; d) ao bom relacionamento entre homem e macaco; e) ao capitalismo selvagem da sociedade contemporânea. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 22. UFR-RJ A oposição entre os quatro primeiros versos de Homem primata e o texto Pecados do século XXI (questões 101 a 103) envolve, respectivamente, os antônimos: a) lentidão X velocidade; b) atraso X progresso; c) santidade X pecado; d) estagnação X mudança; e) passado X presente. Instrução: Responder às questões de 23 a 25 com base no texto. 11 JAGUAR. Átila, você é barbaro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. p. 166-167. 23. PUC-RS Instrução: Responder à questão analisando a veracidade das afirmativas abaixo. 1. A absolescência das armas utilizadas pelo homem levam-no a um final trágico. GABARITO 2. As armas apresentam-se em gradação ascendente quanto ao seu poder letal. 3. O militarismo, simbolizado pelos uniformes que os personagens vestem, é causa principal do desfecho presente no cartum. 4. A vestimenta dos personagens ilustra cronologicamente o desenrolar dos fatos apresentados. 5. Os itens 2 a 5 do cartum apresentam o homem como o responsável pelas ações bélicas, enquanto nos itens 6 a 10 essa responsabilidade é atribuída apenas aos armamentos. Conclui-se que a alternativa que apresenta a numeração correspondente às afirmativas corretas é: a) 1 e 2. b) 1, 2 e 4. c) 2 e 4. d) 3 e 5. e) 3, 4 e 5. 24. PUC-RS Instrução: Responder à questão com base nas afirmativas a seguir. IMPRIMIR I. A estrutura narrativa e as ilustrações têm efeito argumentativo marcante. II. As ilustrações são um recurso para chamar a atenção do leitor, e poderiam ser retiradas sem prejuízo para a clareza do texto. III. Os itens 1 e 2 apresentam ao leitor os personagens, enquanto o 9 prepara-o para o desfecho da história. IV. A simplicidade da linguagem contrasta com a seriedade do tema. Concluí-se que as afirmativas corretas encontram-se na alternativa: a) I e II. b) I, III e IV. c) I, II, III e IV. d) II, III e IV. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I e) III e IV. Avançar 25. PUC-RS O ditado popular que melhor sintetiza as idéias expressas no cartum é: a) “O feitiço virou contra o feiticeiro.” d) “Quando um não quer, dois não brigam.” b) “Quem tudo quer tudo pode.” e) “Devagar se vai ao longe.” c) “Se queres a paz, prepara-te para a guerra.” 26. Univali-SC Ouça um bom conselho Que lhe dou de graça Inútil dormir Que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado Quem espera nunca alcança Ouça meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar 12 “BOM CONSELHO Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio o vento Na minha cidade Vou para rua e bebo a tempestade” Chico Buarque Ao compor o texto, o autor se preocupou em: a) contradizer sistematicamente os conselhos populares em situações absurdas; b) enfatizar a sabedoria que se exprime através de provérbios; c) utilizar-se de provérbios para expressar sua concordância ou discordância diante de fatos da vida; d) inadvertidamente o compositor apresenta situações nas quais os ditos populares vão de encontro à realidade; e) através de um jogo de palavras, o autor procura confundir o leitor. GABARITO INSTRUÇÃO: Com base no texto, julgue os itens da questão 27. “Tão novo e já pendurou as chuteiras I e vida sedentária levam ao óbito E não foi só ele. por problemas cardiovasculares, Milhares de brasileiros pendurarão que correspondem a 32% de todos os óbitos. as chuteiras mais cedo por IV problemas cardiovasculares. Não seja mais uma vítima II das doenças cardiovasculares. Hoje, 20% da população adulta V brasileira é hipertensa, Procure seu médico e siga a sua orientação.” 12% é diabética e 30% tem colesterol elevado. III Essas doenças, associadas a tabagismo, obesidade, estresse Líder em soluções IMPRIMIR Veja. 23/06/99, p. 153. 27. UFMT ( ) A polissemia presente no título do texto se revela pelos sentidos diversos que ele sugere. ( ) A leitura do texto desfaz a polissemia do título atribuindo-lhe o sentido da morte. ( ) O sentido da palavra hoje é encontrado na primeira parte do texto, daí ser um elemento anafórico. ( ) Em Ele é um novo homem, o adjetivo novo apresenta sentido igual ao do título do texto. ( ) Na última parte do texto, o pronome possessivo sua provoca certa ambigüidade que pode ser desfeita se substituído por dele. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar INSTRUÇÃO: A partir da leitura do texto, julgue os itens da questão 8. “A VIDA MODERNA OFERECE TV DIGITAL, CELULAR, INTERNET E O JEEP GRAND CHEROKEE PARA VOCÊ FUGIR DISSO TUDO. Jeep Grand Cherokee. A partir de R$ 55.400. O mundo tem lugares onde você pode viver emoções muito maiores do que ir e vir do trabalho. E o Jeep Grand Cherokee dá liberdade para você seguir qualquer trilha. Ele tem motor 4.0L High Output, tração Quadra-Trac® 4x4 permanente, duplo air-bag, freios a disco nas quatro rodas com ABS e suspensão “Up Country” para você chegar onde ninguém chegou. Além de câmbio automático e ar-condicionado para você chegar lá inteiro. Jeep Grand Cherokee. A vida moderna em favor da vida de verdade. Jeep® Só Existe Um.” Veja, 11/10/98. 13 28. UFMT ( ) A propaganda defende a idéia de que a tecnologia é insuficiente para o homem ser feliz na vida moderna. ( ) A tese que sustenta o texto é a de que se a vida moderna propicia não só alta tecnologia como também possibilidades de se fugir. ( ) A expressão “onde ninguém chegou” pode significar sucesso profissional. ( ) Os argumentos utilizados para convencer o leitor se baseiam nos atrativos da vida moderna e não no objeto em si da propaganda. ( ) A palavra trilha refere-se unicamente a caminhos pouco percorridos. 29. Unifor-CE “Façam a festa cantem dancem que eu faço o poema duro o poema-murro sujo como a miséria brasileira.” Nos versos acima, o poeta Ferreira Gullar: a) defende uma poesia voltada para o canto e a exaltação dos sentimentos líricos; b) expõe sua condição de artista marcado pelo desejo de participação social; c) opõe a poesia que ele faz à poesia dos que se preocupam com temas políticos; d) deixa claro que suas opções estéticas coincidem com as dos poetas concretistas; IMPRIMIR GABARITO e) adota uma visão de mundo muito semelhante à da poesia de Manuel Bandeira. 30. U. Potiguar-RN “Soneto Pálida, à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar! na escuna fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Quem em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! o seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noite eu velei chorando, Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!” O texto acima é um poema de Álvares de Azevedo, autor que, segundo Mário de Andrade, sofre muito o prestígio romântico da mulher. O amor sexual lhe repugnava. Há no soneto uma contradição entre as imagens que caracterizam a mulher. Aponte-a: a) De um lado, a mulher é pálida sobre o leito e, de outro lado, anjo entre nuvens. b) Num momento, a mulher caracteriza-se pela pureza e, em outro momento, pela nudez e sensualidade. c) Em princípio, a surpresa da visão da mulher amada; num segundo momento, a revelação de que apenas é uma lavadeira. d) Inicialmente, o sofrimento das noites de vigília; em seguida, a fuga pelo sonho e pela morte. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões de 31 a 33. “Consoada Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou coroável), Talvez eu tenha medo. Talvez eu sorria, ou diga: – Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com seus sortilégios.) encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.” Manuel Bandeira. In: Os melhores poemas de Manuel Bandeira. São Paulo: Global,1984. 31. Uniube-MG Para o poeta a palavra Indesejada se refere à: a) Amada. b) Visita. c) Morte. d) Noite. 32. Uniube-MG Por que o poeta cumprimenta a Indesejada das gentes, chamando-a de iniludível? a) Porque ela é fácil de se enganar. c) Porque aparece toda noite. b) Porque não poupa ninguém. d) Porque é amiga do poeta. 14 33. Uniube-MG Com relação à estrutura, o poema pode ser dividido em duas partes: I. a primeira, que mostra incerteza do poeta, expressa pelos advérbios de negação e dúvida, e a segunda, que apresenta certeza expressa pelo tom afirmativo dos verbos; II. a primeira, que revela segurança e certeza quanto ao futuro, e a segunda, que apresenta dúvida e descontrole emocional; III. a primeira, que mostra coragem e segurança para enfrentar o desconhecido, e a segunda, que revela a felicidade de um dia de trabalho; IV. a primeira, que mostra o poeta despreparado para o que lhe espera, e a segunda, que revela sua ousadia e destemor diante da vida. O item que melhor caracteriza essa divisão é: a) I. b) II. c) III. d) IV. GABARITO 34. Univali-SC Compare os versos de Manual Bandeira e Vinícius de Moraes, sobre o tema: Mulheres. “Mulheres Como as mulheres são lindas! Inútil pensar que é do vestido... E depois não há só as bonitas: Há também as simpáticas. E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto: Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha. Como deve ser bom gostar de uma feia!” BANDEIRA, Manuel. In: Libertinagem. “Receita de mulher As muito feias que me perdoem Mas beleza é fundamental. É preciso Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso. (...) Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e Seja leve como um resto de nuvem...” IMPRIMIR Vinícius de Moraes. Sobre os textos, pode-se afirmar que: a) os dois textos são ambíguos na abordagem do tema; b) ambos os textos vêem apenas belezas, embora diferentes, nas mulheres; c) enquanto o primeiro texto fala só na beleza infantil, o segundo aborda a beleza da mulher madura; d) embora falem sobre o mesmo assunto, os dois textos revelam posicionamentos antagônicos; e) os textos abordam temáticas diferentes. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 35. PUC-PR “Nada mais diferente (...) entre o biscoito de Proust e o embrulho do pai. A madeleine trouxe o gosto que leva ao passado geral, ao passado anterior ao passado, ao passado depois do passado, ao passado ‘ao lado’ do passado. O biscoito abriu as portas do tempo – do tempo perdido. Ora, o meu caso, ou melhor, o ‘meu’ embrulho não abre nada, muito menos o tempo. Se abria alguma coisa era o espaço – até então, nunca pensara organizadamente na única pessoa, no único personagem, no único tempo de um homem que, não sendo eu, era o tempo do qual eu mais participara.” Assinale a alternativa que identifica e explica a referência feita ao episódio da “madeleine” na obra de Proust, criando uma relação com Quase memória, de Carlos Heitor Cony: a) É uma similaridade e provoca a percepção de que tempo e espaço são valores diferentes. b) É uma comparação que demonstra as leituras do autor. c) É um caso de intertextualidade e serve para estabelecer relações na cadeia de leituras e de escrita literária. d) É um caso de referencialidade porque faz referência a um livro do passado. e) É um caso de associação de idéias, pois a noção de passado é a mesma nos dois autores. 15 O texto publicitário que você lerá abaixo foi extraído de Isto é, de 7 jun. 2000. As questões 36 e 37 referem-se a ele. de gordura como nenhum outro. Omo Multi Ação está ainda mais eficiente porque sabe, assim como você, que seu filho precisa de liberdade para aprender. GABARITO Novo Omo Multi Ação. Porque não há aprendizado sem manchas.” 36. UFGO Além de veicular informações sobre o produto, a linguagem publicitária procura persuadir o consumidor. Com base nessa informação e na leitura do texto, pode-se afirmar que: ( ) liberdade de ação e aprendizagem infantil, idéias deduzidas do início do texto, estabelecem relação de causa e conseqüência. ( ) o vocábulo outro, em “como nenhum outro”, refere-se a um elemento extratextual, pois não remete a nenhum termo explicitamente presente no texto. ( ) a palavra ainda, em “Omo Multi Ação está ainda mais eficiente”, indica que, só a partir de agora, o produto foi aprovado pelo consumidor. ( ) o vocábulo manchas aparece no texto com dois sentidos diferentes, ou seja, o primeiro é denotativo e o segundo, conotativo. IMPRIMIR “Quando a gente deixa as crianças experimentarem, se sujarem, elas aprendem mais e se desenvolvem melhor. É por isso que estamos lançando o novo Omo Multi Ação. Uma fórmula inovadora que age nos primeiros instantes da lavagem, removendo manchas 37. UFGO Acerca da organização das frases, é possível afirmar que: ( ) o trecho “removendo manchas de gordura como nenhum outro” NÃO pode ser substituído por “que remove manchas como nenhum outro”, pelo fato de causar incoerência. ( ) o segmento “Quando a gente deixa as crianças experimentarem, se sujarem”, apresentado na abertura do texto, serve para destacar a atitude desejável de um consumidor ideal. ( ) os vocábulos “elas” e “se”, apresentados no primeiro período do texto, remetem à expressão “as crianças”. ( ) a oração “Porque não há aprendizado sem manchas” estabelece uma relação de dependência com frase “Novo Omo Multi Ação”. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar INSTRUÇÃO: A partir da leitura do texto, julgue os itens da questão 38. “TOURO De 21/4 a 20/5 Você está curando suas velhas feridas e aprendendo a confiar de novo na vida. A dinâmica do mês é o aprofundamento das relações e a expressão das emoções. Você poderá contribuir com o parceiro, ampliando a intimidade e a cumplicidade do casal. Vida íntima em alta: dê vazão à sua sensualidade. Com Marte transitando em seu signo, este é um mês de ação e decisões: hora de colocar projetos em prática, o que lhe trará entusiasmo. Para isso, conte com os amigos. É tempo também de investir “no social”: lute com a velha preguiça de sair e vá ao encontro das pessoas. Terá que enfrentar algum mal-estar passageiro que a obrigará a ter mais cuidado com a saúde. No trabalho, confusão: espere até poder expressar suas idéias.” Marie Clarie, maio de 1998. 38. UFMT ( ) A organização desse texto se calca em conselhos, ora implicitamente ora diretamente. ( ) Há no texto uma única marca lingüística que mostra ser o interlocutor você feminino. ( ) O lugar comum investir no social tem o sentido usual reiterado por referir-se a conselho. 16 Texto para as questões 39 e 40. “Língua GABARITO Gosto de sentir minha língua roçar A língua de Luís de Camões Gosto de ser e de estar E quero me dedicar A criar confusões de prosódia E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleões Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade E quem há de negar que esta lhe é superior E quem há de negar que esta lhe é superior E deixa os portugais morrerem à mingua Minha pátria é minha língua Fala Mangueira Fala! Flor do Lácio sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode esta língua (...) A língua é minha Pátria E eu não tenho Pátria: tenho mátria Eu quero frátria” VELOSO, Caetano. Língua. Velô-Caetano e a Banda Nova. PolyGram, 1984. 39. UFPE Leia as afirmativas abaixo sobre as idéias apresentadas no texto. 1. Em “Gosto de ser e de estar”, a idéia de plenitude, desejada pelo autor, é expressa com os verbos “ser” e “estar”, que implicam o aspecto do ser permanente e do ser transitório. 2. Utilizando a expressão “Fala mangueira”, grito de guerra de uma escola de samba, o autor alude à idéia de que, sendo “pátria”, uma língua expressa os valores culturais de seu povo. IMPRIMIR 3. O verso “Lusamérica latim em pó” alude não só à pulverização do latim que deu origem às línguas latinas como à divisão-união de Portugal e Brasil. 4. Os neologismos “mátria” e “fátria” disfarçam o sentimento de união que o autor pretende esteja envolvido na sua percepção de “língua”. Está(ão) correta(s) apenas: a) 1, 2 e 3. d) 2. b) 1, 3 e 4. e) 3 e 4. c) 2 e 4. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 40. UFPE Os enunciados abaixo referem-se aos recursos utilizados na criação de Língua. 1. Com os versos “E sei que a poesia está para a prosa/Assim como o amor está para a amizade”, o autor estabelece uma relação de proporcionalidade. 2. O autor incorpora à sua canção elementos relacionados à expressão sensorial, como “roçar”, “dores”, “cores”. 3. Nos versos “Gosto do Pessoa na pessoa/Da rosa no Rosa” o autor utiliza o recurso da inversão. 4. Nas expressões “confusões de prosódia”, “profusão de paródias” e “furtem cores como camaleões”, perpassa a idéia comum de “pluralidade”. Estão corretas: a) 1, 2 e 3 apenas. b) 1 e 4 apenas. c) 1, 2, 3 e 4. d) 2 e 4 apenas. e) 3 e 4 apenas. 17 41. UFBA IMPRIMIR GABARITO “À despedida do seu mau governo Senhor Antão de Souza de Menezes, Quem sobe a alto lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, que subir é desgraça muitas vezes. A fortunilha autora de entremezes Transpõe em burro o herói, que indigno cresce, Desanda a roda, e logo o homem desce, que é discreta a fortuna em seus reveses. Homem sei eu que foi Vossenhoria, Quando o pisava da Fortuna a Roda, Burro foi ao subir tão alto clima. Pois vá descendo do alto, onde jazia; verá quanto melhor se lhe acomoda ser homem em baixo, do que burro em cima.” MENDES, Cleise Furtado. Senhora Dona Bahia: poesia satírica de Gregório de Matos. Salvador: EDUFBA, 1996. p. 63. O discurso da sátira contida no soneto pode ser assim sintetizado: 01. Um mau governo é fruto da falta de senso do povo que o escolhe. 02. É tão fácil conquistar um alto posto quanto é fácil dignificá-lo. 04. A irracionalidade em proveito de alguns representa a satisfação de muitos. 08. À ascensão social deverá corresponder o mérito pessoal. 16. A glória indevidamente conquistada rebaixa o indivíduo em vez de exaltá-lo. 32. É preferível o anonimato a um destaque que desabone o homem. 64. Em terra de incompetentes, o menos incompetente reina. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões de 42 a 44. 18 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. “Valsinha Um dia ele chegou tão diferente Do seu jeito de sempre chegar. Olhou-a de um jeito muito mais quente Do que sempre costumava olhar E não maldisse a vida tanto Quanto era seu jeito de sempre falar. E nem deixou-a só num canto Pra seu grande espanto Convidou-a pra rodar. Então ela se fez bonita Como há muito tempo não queria ousar Com seu vestido decotado Cheirando a guardado De tanto esperar Depois os dois deram-se os braços Como há muito tempo Não se usava dar E cheios de ternura e graça Foram para a praça E começaram a se abraçar. E ali dançaram tanta dança Que a vizinhança toda despertou E foi tanta felicidade Que toda a cidade se iluminou E foram tantos beijos loucos Tantos gritos roucos Como não se ouviam mais Que o mundo compreendeu E o dia amanheceu em paz.” MORAES, Vinícius de e HOLANDA, Chico Buarque de. Chico Buarque de Holanda. São Paulo, Abril Educação, 1980. p. 30-I. (Literatura Comentada). GABARITO 42. Uniube-MG Sobre o texto, só não se pode afirmar que: a) o texto estabelece uma relação de semelhança entre a dança, o jogo amoroso e as relações humanas; b) o gesto amoroso da dança começa no interior da casa e atinge o mundo; c) o gesto amoroso da dança produz o efeito de instaurar a paz entre os seres humanos; IMPRIMIR d) o conceito de amor implícito no texto não inclui o prazer físico entre os personagens. 43. Uniube-MG Leia as asserções a seguir para responder à questão abaixo: I. A expressão “pra”, nos versos 8 e 9, traz marcas de oralidade. II. Nos versos 21 e 22 estabelece-se uma relação de conseqüência. III. A expressão “ali”, no verso 21, refere-se à palavra cidade. IV. Este é um texto narrativo que relata uma transformação. A alternativa que traz os números das asserções corretas é: a) I e II. c) I, III e IV. b) III e IV. d) I, II e IV. 44. Uniube-MG A expressão “seu jeito” (verso 6) tem como referente: a) o narrador. c) ele. b) o autor. d) ela. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Instrução: Responder às questões de 45 a 46 com base nos textos 1 e 2. TEXTO 1 “A vida em Barretos nunca mais foi a mesma depois que peão de boiadeiro virou caubói e música caipira passou a ser chamada de country. Integrada ao calendário das maiores comemorações nacionais, a 44ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos está para abrir as porteiras, estilizando a rotina do campo para o fascínio de legiões urbanas. (...) É uma multidão de turistas vestidos a caráter e apelidados de “peões de butique”. Chegam de todos os cantos do país, enfiados em calças jeans, imaculadas botas de couro, cintos e chapéus vistosos. Os boiadeiros urbanos capricham na indumentária (chegam a importá-la) e vivem uma fantasia que só fica a dever ao Carnaval carioca em termos de público e opulência. No Carnaval, reis e princesas sonham até a Quartafeira de Cinzas. Em Barretos, imagina-se domar perigosos touros e potros ariscos.” Adaptado de: Época – Especial “Nós, brasileiros”, 24/05/99, p. 102. TEXTO 2 19 Charge de lotti, Zero Hora, Porto Alegre, 24/01/99. 45. PUC-RS A problemática comum aos textos 1 e 2 é: a) a crescente valorização da vida rural no Brasil; IMPRIMIR GABARITO b) o obstinado apego do homem do campo às suas tradições; c) a evidente influência do que vem de fora sobre o brasileiro; d) a pacífica convivência entre o antigo e o novo Brasil moderno; e) a saudável popularização dos costumes gaúchos em outros centros do Brasil. Instrução: Responder à questão 15 analisando as afirmativas sobre os textos 1 e 2. I. A charge (texto 2) destina-se a um público mais restrito, pois faz alusão a um fato recente de repercussão regional. II. Para uma adequada compreensão do texto 2, é necessário levar em conta dados contextuais, como veículo de divulgação, local e data. III. Enquanto o texto 1 visa principalmente a informar o leitor, o texto 2 pretende mobilizar seu humor, a partir de uma informação que esse já tem. IV. Apesar de não utilizar frases exclamativas como o gaúcho da charge, o autor do texto 1 expressa um grau de indignação equivalente. 46. PUC-RS A alternativa que contém apenas afirmativas corretas é: a) I e II. d) I, II e III. b) I e III. e) I, II, III e IV. c) II e IV. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para a questão 47. IMPRIMIR GABARITO 20 “TESTE Avalie suas chances de obter um emprego. Existem vários fatores que fazem uma pessoa ter maior ou menor facilidade para encontrar um bom emprego. Assinale o número de pontos que você tem em cada fator e some tudo no final para obter sua pontuação no teste. CURSOS COMPLEMENTARES Você fez... • pós-graduação lato-sensu; • mestrado; • doutorado; • um curso de especialização. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA Seu domínio é... • bom – 15 pontos • médio – 8 pontos • ruim – zero FORMAÇÃO ACADÊMICA Você completou... • até o ensino médio – 40 pontos • até a faculdade – 60 pontos INGLÊS Sua fluência é... • boa – 15 pontos • média – 8 pontos • ruim – zero Caso você fale uma terceira língua, acrescente 20 pontos se tem um bom domínio dela, ou 10 pontos, se tem um domínio regular. Sua imagem perante os colegas de trabalho é... • boa – 30 pontos • média – 15 pontos • ruim – zero Seus conhecimentos técnicos dentro da profissão... • bons – 25 pontos • médios – 13 pontos • ruins – zero” 47. UnB-DF Julgue se os itens a seguir apresentam, por meio de estruturas gramaticalmente corretas, informações coerentes com o teste do texto. ( ) quem tiver cursos complementares de pós-graduação será menos valorizado no mercado de trabalho. ( ) Conhecimentos de inglês são importantes, mas se forem substituídos por outro idioma – como, por exemplo, espanhol – a valorização será maior. ( ) Todo candidato que tiver conhecimentos técnicos ruins e domínio de informática médio terá “pontuação no teste” inferior a dez. ( ) A pontuação atribuída a uma boa imagem perante os colegas de trabalho corresponde: a de um curso de mestrado ou a de uma boa fluência em inglês acrescida da de um bom domínio de conhecimentos de informática. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões 48 e 49. “Às vezes, gosto de viabilizar o Universo como a superfície de uma lagoa, cheia de vitóriasrégias, as belas plantas flutuantes que aparecem em bandos, arquipélagos de ilhas verdes de tamanhos e formas variados. Cada planta é uma galáxia, e cada grupo de plantas é um agregado de galáxias. Claro, esse é um modelo bidimensional do Universo, pois estou me restringindo a visualizar a superfície da lagoa. Uma outra diferença importante é que o Universo está em expansão, as distâncias entre galáxias e seus aglomerados, sempre aumentando, enquanto, em geral, lagoas não costumam estar em expansão. De qualquer forma, a imagem vale, senão pela sua precisão, pelo seu poder evocativo.” GLEISER, Marcelo. “As maiores estruturas do Universo”. In: Folha de S. Paulo, 27 ago. 2000. p. 29. Mais! 48. U. Salvador-BA A confissão do autor tem por objetivo revelar: a) uma grande sensibilidade, ao englobar duas realidades antagônicas na busca da harmonia universal; b) um momento de percepção da realidade, através de um discurso poético, metafórico; c) a emoção em face da semelhança entre o mundo da fantasia e o real; d) a preocupação com questões de ordem ecológica e transcendental. e) a exuberante natureza amazônica. 21 49. U. Salvador-BA Por inferência, o texto permite afirmar: a) Há múltiplas formas de enxergar o mundo. b) O espaço físico do mundo palpável é uniforme. c) As lagoas e as vitórias-régias são a síntese de um universo delimitado. d) A amplitude do universo é inversamente proporcional à imaginação do homem. e) O cosmo é constituído de espaços específicos para serem contemplados pelo artista. GABARITO 50. Unifor-CE “Uma nova carta de Caminha Senhor, Posto que outros escreveram a Vossa Excelência sobre a nova do achamento dessa vossa terra nova, não deixarei também de dar conta disso a Vossa Excelência, o melhor que eu puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba fazer pior que todos. Tome Vossa Excelência minha ignorância por boa vontade e creia bem por certo que, para alindar ou afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu. A terra em si é de muitos bons ares. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, é só estimular o turismo. Hotéis não há muitos, mas os poucos que existem são confortáveis, especialmente o que nos foi oferecido. E que não houvesse mais que uma pousada, isso bastaria.” IMPRIMIR SCLIAR, Moacyr. Folha de S. Paulo. 17/05/99. Considere as seguintes afirmações: I. Há, no primeiro período, considerando-se o uso atual, uma infração à norma culta, quanto à relação entre o pronome possessivo e o pronome de tratamento. II. Registra-se um propósito do narrador no sentido de se ater a um relato fiel a suas constatações e impressões pessoais. III. No segundo parágrafo, há uma referência nova, ausente no relato da carta original de Pero Vaz de Caminha. Está correto, em relação ao texto, o que se afirma em: a) somente II. b) somente I e II. c) somente I e III. d) somente II e III. e) I, II e III. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 51. U.F. Uberlândia-MG Leia o poema seguinte e assinale a alternativa incorreta. Barriga de minha perna onde estás? na barriga do gorila Dedos de minha mão onde estão? na barriga do gorila Lobos de minha orelha onde estais? “Macunaíma nos ajude na barriga do gorila Cabeça do meu pau? na barriga do gorila Meu alegre coração onde estás? na barriga do gorila” SCHWARZ, Roberto, 26 poetas hoje. a) O poema não se refere à obra Macunaíma, de Mário de Andrade; é tão somente uma brincadeira que o poeta faz, dentro do universo irreverente da poesia marginal. b) O poema refere-se à obra Macunaíma, recuperando o episódio em que o herói come carne da perna de Curupira. c) O título do poema está na 1ª. pessoa do plural, enquanto o poema em sua totalidade está escrito na 1ª. pessoa do singular. Considerando que o sujeito lírico expõe sentimentos que poderiam ser nossos o título do poema não está inadequado. 22 d) O poema sugere que o “gorila”, metáfora de uma situação ou de um ente abominável, tem-nos espoliado bens físicos e espirituais: a capacidade de andar, escrever, ouvir, pensar e sentir. Para responder às questões de números 52 a 54, leia os textos a seguir. Texto 1 “Se um certo homem vem a ter cem ovelhas e uma delas se perder, não deixará ele as noventa e nove sobre os montes e irá à procura daquela que se perdeu? E, se por acaso a encontrar, certamente vos digo que se alegrará mais com ela do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, não é algo desejável para meu Pai, que está no céu, que pereça um destes pequenos.” GABARITO Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras. Mateus 18:12. Texto 2 “Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa piedade me despido, Porque, quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto um pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido, Que a mesma culpa, que vos ha ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida, e já cobrada Glória tal, e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada Cobrai-a, e não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.” IMPRIMIR MATOS, Gregório de. Poesia Barroca. São Paulo: Melhoramentos. 52. F.M. Triângulo Mineiro-MG A idéia do Texto 1, à qual Gregório de Matos recorre, corresponde à: a) preocupação de Deus com todos os que seguem os seus ensinamentos; b) ira que Deus mostra em relação aos que pecam e deixam de seguir o caminho divino; c) expiação dos pecados para aqueles que ferem os ensinamentos do Criador; d) exaltação da sabedoria de Deus, que exclui da salvação os que se desviam do santo caminho; e) preocupação especial de Deus com os que pecam e desviam-se do caminho divino. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 53. F.M. Triângulo Mineiro-MG O verbo destacado no Texto 1 significa: a) morra. d) peque. b) sofra. e) padeça. c) se perca. 54. F.M. Triângulo Mineiro-MG Pode-se entender, do texto 2, que Gregório Matos: a) reconhece seus pecados, mas não se arrepende deles, razão pela qual acredita que não será salvo; b) conversa com o Senhor, explicando-lhe que é uma ovelha tão importante quanto as demais e, por isso, merece a salvação; c) suplica pela salvação divina, pois está arrependido de todos os pecados que cometeu durante a sua vida; 23 d) argumenta, chantageando o Senhor, pois, se Ele não o salvar entrará em contradição com a Sagrada Escritura; e) submete-se à vontade de Deus, deixando que Ele decida se o salva ou não. 55. Univali-SC GABARITO “Opções diferentes no Estado Entre tantas datas comemorativas, algumas passam quase em branco e outras são exaustivamente lembradas. O Dia do Museu, comemorado hoje, talvez não precise de uma grande festa nacional, mas pode servir de momento de reflexão sobre a existência dessas instituições surgidas na antigüidade, “para conservar, estudar, valorizar pelos mais diversos modos, e sobretudo expor para deleite e educação do público, coleções de interesse artístico, histórico e técnico”, conforme a definição do dicionário Aurélio. Santa Catarina possui cerca de 100 museus, de acordo com um levantamento da Gerência de Organização de Museus da Fundação Catarinense de Cultura. Eles estão espalhados por pelos menos 50 cidades. A palavra museu, vem do grego “mouseon”, que significa templo de musas. E as musas escolhidas nos municípios catarinenses são as mais variadas. Muitos museus são dedicados à história de cidade na qual estão sediados. Mas há também os arqueológicos, antropológicos, de artes, de armas, erguidos em homenagem à cerveja, ao vinho ou aos insetos, os religiosos, ecológicos, oceanográficos, os que reverenciam a colonização ou profissões, entre tantos outros que chegam a impressionar pela variedade de temas científicos e culturais.” SILVA, Marco Aurélio. Jornal de Santa Catarina, 18/05/00. Sobre o texto, assinale a alternativa correta. a) O objetivo do texto é explicar morfologicamente o significado da palavra museu. b) O texto preocupa-se em lembrar a importância de todas as datas comemorativas. c) É um texto informativo sobre uma data comemorativa pouca lembrada. d) O autor se utiliza da narração para argumentar sobre a necessidade dos museus. IMPRIMIR e) O texto sugere que os museus de Santa Catarina não são valorizados, visitados e respeitados pelos catarinenses porque não há quem os preserve. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões 56 e 57: “A carta de Pêro Vaz de Caminha 24 Num dos trechos de sua carta a D. Manuel, Pêro Vaz de Caminha descreve como foi o contato entre os portugueses e os tupiniquins, que aconteceu em 24 de abril de 1500: “O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés de uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, muito grande, ao pescoço (...) Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a ninguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo acenava para a terra, e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! (...) Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço, e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenou para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, por que não lho havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera. E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de esconder suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam raspadas e feitas. O Capitão mandou pôr por baixo de cada um seu coxim; e o da cabeleira esforçavase por não a estragar. E deitaram um manto por cima deles; e, consentindo, aconchegaram-se e adormeceram.” COLEÇÃO BRASIL 500 ANOS. Fasc. I, Abril, SP, 1999. GABARITO 56. UFSC De acordo com o texto, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s). 01. Pêro Vaz de Caminha, um dos escrivães da armada portuguesa, escreve para o Rei de Portugal, D. Manuel, relatando como foi o contato entre os portugueses e os tupiniquins. 02. Em E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao capitão, nem a ninguém, fica implícito que os tupiniquins desconheciam hierarquia ou categoria social lusitanas. 04. O trecho ... e acenou para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos, evidencia que havia problemas de comunicação entre portugueses e tupiniquins. 08. Nada, na embarcação portuguesa, pareceu despertar o interesse dos tupiniquins. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR Vocabulário: Alcatifa – tapete, carpete. Fanadas – murchas. Coxim – almofada que serve de assento. 57. UFSC A propósito do texto, é correto afirmar que: 01. A expressão ...folgou muito com elas... pode ser substituída por divertiu-se muito com as contas do rosário. 02. Os tupiniquins, bastante comunicativos, falaram aos marinheiros que havia muita riqueza na terra descoberta. 04. Pelo trecho ...E também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo acenava para a terra... entende-se que os tupiniquins estavam dentro da embarcação portuguesa. 08. Os tupiniquins ficaram constrangidos com a presença dos portugueses e logo abandonaram o navio. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões 58 e 59. IMPRIMIR GABARITO 25 “A história oficial tem sido contada do ponto de vista dos dominadores e não dos dominados. Essa perspectiva se inverte na entrevista abaixo, publicada na revista Isto é (21/7/99, p. 7-11), em que o índio tapuia Kaká Werá Jecupe analisa os 500 anos do descobrimento do Brasil, sob a ótica dos que habitavam o Novo Mundo quando os colonizadores europeus aqui chegaram, e fala do seu livro A terra dos mil povos. Apresentamos, a seguir, trechos dessa entrevista. ISTOÉ - O Brasil está se preparando para comemorar seus 500 anos. Para os povos indígenas, são anos de descoberta ou de invasão? Kaká - De desencontro. Desencontro que provocou e continua provocando situações gravíssimas. A realidade atual indígena não é fácil. Ainda hoje, em grandes áreas do País, é na base do tiro. Os interesses que provocam essas ações continuam os mesmos interesses econômicos: Hoje há um elemento a mais que são as indústrias farmacêuticas multinacionais que estão praticando a biopirataria, roubando todo o conhecimento ancestral que os povos indígenas detêm a respeito de ervas medicinais. ISTOÉ - E qual é a razão desse desencontro? Kaká - A semente desse desencontro está na sociedade que tem na sua estrutura de cultura a questão do ter e encontrou uma cultura aqui voltada para o ser. ISTOÉ - Os europeus chegaram trazendo o progresso, trataram aqui como primitivos. Como você pensa essa relação? Kaká - Para quem fundamenta a sua cultura no teor, a noção de progresso está a ver ao seu redor o acúmulo de bens materiais. A noção de progresso dos indígenas está em desenvolver a sua capacidade criativa, a sua expressão no mundo. É preciso que a civilização olhe para os índios com menos prepotência, até para perceber que ela está em colapso. (...) ISTOÉ - Nesses 500 anos, com o desaparecimento de centenas de etnias, qual foi o maior patrimônio que o Brasil já perdeu? Kaká - O patrimônio da sabedoria. O brasileiro não sabe da sua própria cultura. Tem todo um modelo insistindo no imaginário que vê o índio como um pobre coitado. Esses 500 anos oferecem a possibilidade de rever as suas raízes, ter a percepção desse patrimônio. ISTOÉ - Há um trecho em seu livro, A terra dos mil povos, em que você escreve: “De acordo com a nossa tradição, uma palavra pode proteger ou destruir uma pessoa. Uma palavra na boca é como uma flecha no arco.” O que significa exatamente a palavra para o índio? Kaká - Para o tupi-guarani, ser e linguagem são uma coisa só. A palavra tupuy designa ser. A própria palavra tupi significa em pé. Nosso povo enxerga o ser como um som, um tom de uma grande música cósmica, regida por um grande espírito criador, o qual chamamos de Namandu-ruetê, ou Tupã, que significa o som que se expande. Um dos nomes da alma é neeng, que também significa fala. Um pajé é aquele que emite neeng-porã, aquele que emite belas palavras. Não no sentido de retórica. O pajé é aquele que fala com o coração. Porque fala e alma são uma coisa só. É por isso que os guaraniscayowas, por ilusão dessas relações com os brancos, preferem recolher a sua palavra-alma. Se matam enforcados (como vem acontecendo há cerca de dez anos, em Dourados, em Mato Grosso do Sul) porque a garganta é a morada do ser. Por aí você pode ver que a relação da linguagem com a cultura é muito profunda para o tupi-guarani. (...)” 58. UFMS Marque a(s) proposição(ões) verdadeira(s), de acordo com os trechos da entrevista que você acabou de ler. 01. Para Kaká Jecupe, a tensão entre índios e brancos é um problema deste final de século, motivado pelo acirramento de interesses econômicos. 02. A biopirataria mencionada na entrevista consiste no roubo de ervas medicinais indígenas pelas indústrias farmacêuticas multinacionais. 04. A base do desencontro entre índios e brancos está nos valores assumidos por cada uma dessas culturas, que são respectivamente o ter e o ser. 08. A noção do progresso relacionada ao ser desloca a questão do acúmulo de bens materiais para a do aprimoramento da criatividade. 16. Na opinião do escritor tapuia, ver o índio de forma menos prepotente levaria a civilização atual a voltar o olhar sobre si mesma para avaliar sua própria situação. 32. A representação do índio como “pobre coitado” é um dos estereótipos cultivados pelo imaginário nacional. 64. Os 500 anos de Brasil significam, para as etnias indígenas desaparecidas, a oportunidade de resgatar sua raízes culturais dilapidadas pelo progresso. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 59. UFMS-MS Com base no trecho em que se discorre sobre a linguagem na visão do índio, é correto afirmar que: 01. a linguagem, enquanto som, e o ser são elementos distintos, mas que se combinam harmoniosamente na constituição da “grande música cósmica”. 02. palavra, em tupi, significa “som em pé”. 04. na tradição indígena, a palavra é vista como uma forma de poder nas relações interpessoais. 08. o termo “neeng-porã” não significa “belas-palavras” enquanto mero ornamento do discurso, tendo a ver com sentimento, emoção. 16. entendendo alma e fala como “uma coisa só”, os guaranis-cayowas da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, vêem no gesto de pôr fim à vida a forma de fazer calar a palavra-alma. 32. a principal causa apontada por Kaká para justificar os suicídios ocorridos em Dourados é o desencanto que os índios passam a ter com sua própria língua e cultura, depois do contato com a língua e a cultura do homem branco. 64. na frase “Uma palavra na boca é como uma flecha no arco.”, a metáfora usada cria um efeito de sentido de realidade ao identificar a linguagem com uma arma de caça e guerra. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 26 Texto para as questões 60 e 61. Também o compositor Geraldo Espíndola retrata os fatos a partir do ponto de vista do índio na canção “Quyquyho” (LP Prata da Casa, 1982), cuja letra reproduzimos abaixo. “Quyquyho nasceu no centro entre montanhas e o mar Quyquyho viu tudo lindo tudo índio por aqui Indiamérica deu filhos foi Tupi foi Guarani Quyquyho morreu feliz deixando a Terra para os dois Guarani foi pro Sul, Tupi foi pro Norte e Formaram suas tribos cada um no seu lugar Vez em quando se encontravam pelos rios da América E lutavam juntos contra o branco em busca de servidão E sofreram tantas dores acuados no sertão Guarani foi pro Sul Tupi entrou no Amazonas Quyquyho na lua cheia Quer Tupi quer Guarani Quyquyho na lua cheia Quer Tupi quer Guarani.” 60. UFMS Os aspectos apontados, a seguir, podem ser encontrados em “Quyquyho”, exceto: 01. menção à origem comum das tribos Tupi e Guarani. 02. alusão ao deslocamento geográfico das duas tribos, provocado pela discórdia. 04. oposição índio feliz, nos primeiros tempos, versus índio sofredor, a partir da relação com o branco. 08. noção que a terra pertence aos indígenas, pois a eles foi legada. 16. sugestão de uma relação harmoniosa entre a terra e o índio, ilustrada pela aglutinação dos termos índio e América. 32. presença de um forte sentimento ufanista. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 61. UFMS Reconheça abaixo o(s) item(ns) que representa(m) pontos comuns entre os textos 1 (entrevista) e 2 (letra de música). 01. Referência à violência praticada pelo branco contra o índio. 02. Alusão ao “grande espírito” criador do Universo, denominado Namandu-ru-etê ou Tupã, e Quyquyho. 04. Uso da narração como forma de estruturação das idéias no texto. 08. Emprego de termos de origem indígena. 16. Indicação da(s) razão(ões) que explica(m) as divergências entre brancos e índios. 32. Visão ingênua e idealizada do índio. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar As questões de números 62 a 64 referem-se ao texto que segue. “Natal 1961 Deslocados por uma operação burocrática – o recenseamento da terra – a Virgem e o carpinteiro José aportam a Belém. “Não há lugar para essa gente”, grita o dono do hotel onde se realiza um congresso internacional de solidariedade. O casal dirige-se a uma estrebaria, recebido por um boi branco e um burro cansado do trabalho. Os soldados de Herodes distribuem elementos radioativos a todos os meninos de menos de dois anos. Uma poderosa nuvem em forma de cogumelo abre o horizonte e súbito explode. O menino nasce morto.” MENDES, Murilo. Conversa portátil. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1944. p. 1486. 27 62. Unifor-CE Pode-se inferir que o autor do texto: I. Atualiza a história de Cristo, adaptando o sentido da paixão cristã às duras condições de vida nas grandes cidades. II. Faz ver que, em nossa era, o advento de um Cristo seria impossível, em vista das atrocidades em que os homens se especializaram. III. Ironiza a corrida armamentista, comparando-a a fatos narrados em passagens bíblicas. Está correto somente o que se afirma em: a) I. d) I e II. b) II. e) II e III. c) III. 63. Unifor-CE Anacronismo. S.m. 1. Confusão de data quanto a acontecimentos ou pessoas. Com base na definição acima, do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o autor se vale intencionalmente de um anacronismo quando associa: a) a Virgem e o carpinteiro José à cidade de Belém; b) a fala do dono de um hotel à realização de um congresso; c) soldados de Herodes a elementos radioativos; d) nuvem em forma de cogumelo a súbita explosão; GABARITO e) uma estrebaria a um boi branco e um burro cansado. 64. Unifor-CE O texto apresenta-se de forma predominantemente: a) narrativa, com narrador em terceira pessoa; b) narrativa, com narrador em primeira pessoa; c) descritiva, sobretudo nos três primeiros parágrafos; d) descritiva, sobretudo nos três últimos parágrafos; IMPRIMIR e) dissertativa, pois se apóia em argumentos encadeados. 65. Unifor-CE Atente para as seguintes afirmações: I. Na crônica moderna, o cotidiano pouco ou nenhum interesse tem; o que importa são as emoções profundas e intemporais do homem, anotadas em estilo elegante. II. No romance, mais do que no conto ou na novela, as personagens ganham amplo desenvolvimento, as tramas se cruzam e os espaços de ação se multiplicam. III. No conto, o reduzido espaço narrativo obriga o narrador a selecionar e a concentrar as ações essenciais de suas poucas personagens num tempo quase sempre bastante limitado. Está correto o que se afirma em: a) II, somente; d) II e III, somente; b) I e II, somente; e) I, II e III. c) I e III, somente; Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões de 66 a 69. “Certo milionário brasileiro foi traído pela esposa. Quis gritar, mas a infiel disse-lhe sem medo: – “Eu não amo você, nem você a mim. Não temos nenhum amor a trair”. O marido baixou a cabeça. Doeu-lhe, porém, o escândalo. Resolveu viajar para a China, certo de que a distância é o esquecimento. Primeiro, andou em Hong Kong. Um dia, apanhou o automóvel e correu como um louco. Foi parar quase na fronteira com a China. Desce e percorre, a pé, uma aldeia miserável. Viu, por toda a parte, as faces escavadas da fome. Até que entra na primeira porta. Tinha sede e queria beber. Olhou aquela miséria abjeta. E, súbito, vê surgir, como num milagre, uma menina linda, linda. Aquela beleza absurda, no meio de sordidez tamanha, parecia um delírio. O amor começou ali. Um amor que não tinha fim, nem princípio, que começara muito antes e continuaria muito depois. Não houve uma palavra entre os dois, nunca. Um não conhecia a língua do outro. Mas, pouco a pouco, o brasileiro foi percebendo esta verdade: – são as palavras que separam. Durou um ano o amor sem palavras. Os dois formavam um maravilhoso ser único. Até que, de repente, o brasileiro teve que voltar para o Brasil. Foi também um adeus sem palavras. Quando embarcou, ele a viu num junco que queria seguir o navio eternamente. Ele ficou muito tempo olhando. Depois não viu mais o junco. A menina não voltou. Morreu só, tão só. Passou de um silêncio a outro silêncio mais profundo.” RODRIGUES, Nelson. A cabra vadia: novas confissões. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 28 66. UERJ Há uma contradição aparente entre as passagens “um amor que não tinha fim” e “durou um ano o amor sem palavras”. Essa aparente contradição se desfaz se procurarmos interpretar o texto relacionando-o aos seguintes versos da poesia brasileira: a) “quando o amor tem mais perigo é quando ele é sincero” (Cacaso). b) “Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure” (Vinícius de Morais). c) “e se te fujo é que te adoro louco és bela – eu moço; tens amor – eu medo! ...” (Casimiro de Abreu). d) “não é pois todo amor alvo divino, GABARITO e mais aguda seta que o destino?” (Carlos Drummond de Andrade). 67. UERJ A esposa do milionário convenceu o marido. Para apresentar o seu argumento de uma forma completa, ela poderia utilizar a seguinte construção: a) “Toda traição envolve outro amor, ora, eu amo outro; logo, eu não amo você”. b) “Só se trai a quem se ama; ora, eu não te amava nem você me amava; logo, eu não te trai”. c) “Na dívida entre o amor e a traição eu escolhi, como mulher, o amor; logo, você não se deve sentir traído”. IMPRIMIR d) “Como você não me amava nem eu a você, ninguém tem culpa dessa traição; logo, cada um deve seguir a sua vida”. 68. UERJ O pequeno conto de Nelson Rodrigues narra o improvável encontro entre um milionário brasileiro e uma menina miserável do interior da China. O caráter improvável desse encontro pode ser lido como uma metonímia que tem função central na constituição do sentido do texto. Essa função é a de: a) revelar as obsessões do autor; b) marcar as repetições da narrativa; c) negar um amor para afirmar outro; d) ressaltar a dificuldade dos encontros amorosos. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 69. UERJ O narrador de um conto assume determinados pontos de vista para conduzir o seu leitor a observar o mundo sob perspectivas diversificadas. No conto de Nelson Rodrigues, a narrativa busca emocionar o leitor por meio do seguinte recurso: a) expressa diretamente o ponto de vista do personagem milionário; b) expressa de maneira indireta o ponto de vista da personagem chinesa; c) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o do narrador; d) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o da personagem chinesa. 70. Univali-SC “Agonia pública 29 Na cama, de olhos semicerrados, a boca aberta no esforço desesperado por ar, a cabeça sem cabelos, os olhos salientes pela magreza do doente terminal. No colo dele, uma fotografia tirada apenas dois meses antes daquele momento final. Na imagem, um homem robusto, musculoso e de farta cabeleira loira aparece com o filho pequeno nos braços. A divulgação das fotos chocantes foi o último desejo do moribundo, Bryan Lee Curtis, um americano de 34 anos devastado pelo câncer nos pulmões. O motivo para tornar pública a própria agonia foi a esperança de servir de alerta sobre os malefícios do cigarro. Enquanto agonizava, em 3 de junho, sua mãe ligou para o St. Petersburg Times, jornal da cidade de St. Petersburg, na Flórida, pedindo a presença de um fotógrafo. Às 11h56, Bryan morreu em casa, ao lado da mãe, da mulher, Bobbie, e do filho Bryan Jr., de 2 anos. Em poucos dias, o retrato de sua morte espalhou-se pelo mundo. (...)” Revista Veja, 30 de junho de 1999. Sobre o texto acima pode-se afirmar: a) Observa-se a predominância de figuras de linguagem que realça a narrativa. b) É um texto poético com intuito de relatar o drama vivido por um paciente terminal. c) É um texto jornalístico com elementos descritivos para caracterizar a situação do doente. d) É um pequena dissertação argumentativa contra o uso do tabaco. e) É pura e simplesmente uma narração. 71. Univali-SC GABARITO “A reconstrução de Anita Ana Maria de Jesus Ribeiro mudou de nome e carimbou seu passaporte para a História aos 18 anos, quando abandonou o primeiro marido, um sapateiro, para embarcar no navio comandado pelo revolucionário italiano Giuseppe Garibáldi (1807–1882). Virou Anita. Dez anos depois, em 4 de agosto de 1849 – há exatos 150 anos –, com a cabeça a prêmio e perseguida pelo Exército austríaco, morreu nos braços de Garibáldi, numa fazenda em Mandriole, 400 quilômetros ao nordeste de Roma, na Itália. Lá, é venerada como heroína da unificação. Mas, no Brasil, onde nasceu e combateu ao lado de rebeldes republicanos na Revolução Farroupilha (1835–1845), é quase desconhecida. Tanto que só passou a existir, oficialmente, há três meses. Só no último dia 11 de maio, o cartório de Laguna, em Santa Catarina, por iniciativa da Câmara Municipal, expediu o chamado mandado de registro de nascimento tardio. O documento afirma que Ana Maria de Jesus Ribeiro nasceu em Laguna, em 30 de agosto de 1821. Ninguém sabe se a data e o local estão corretos. Naquela época não existia certidão de nascimento e o chamado “assento de batismo” jamais foi encontrado.” IMPRIMIR MARKUN, Paulo. Superinteressante, agosto de 1999. Observe as afirmações abaixo: I. O autor isenta-se de opinar a respeito do assunto. II. O autor chama a atenção para a desvalorização em relação à história de Anita Garibáldi. III. O texto é um relato poético da vida de Anita Garibáldi. IV. Este trecho sintetiza um pouco a vida heróica de Anita. V. Os parágrafos narram a trajetória da heroína catarinense Anita Garibáldi. Estão de acordo com o texto: a) somente a II. d) II, IV e V. b) I e III. e) somente a V. c) somente a III. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 72. Univali-SC “As armadilhas da lógica 30 (...) Ele lecionava lógica de segunda a sábado para uma turma, digamos, efervescente. Aborrecido com o mau desempenho de seus discípulos, um dia perdeu a paciência: “A partir de agora, vocês terão uma prova toda semana”, anunciou peremptoriamente. E ressaltou: “Como na vida o tempo é escasso e bem determinado, eu só avisarei de véspera que o teste será realizado. Assim, os senhores terão no máximo 24 horas para se preparar, e nada mais”. Assustados, os jovens se remexeram em suas carteiras. Um deles, porém, manteve a impassividade de quem tinha a certeza de ter encontrado uma brecha lógica. Depois de esperar que o evidente mau humor do mestre passasse, o jovem ponderou: “Professor, rigoroso, porém justo e lógico como o senhor tem sido, quero acreditar que nunca poderá nos dar tal prova”. Antes que todos saíssem do estado de curiosidade e espanto, emendou. “O senhor, para ser coerente, nunca poderá reservar o sábado para nos testar, pois, como ele é o último dia com aulas na semana, ao terminarmos as aulas da quinta-feira e percebermos que não nos avisaram da prova da sexta-feira, então saberemos com 48 horas de antecedência que ela só poderá ser no sábado, contrariando sua própria norma de termos no máximo um dia de preparo”. “Parece-me justo”, afirmou o professor, que podia ser rigoroso mas não impermeável a um bom argumento. O estudante, no entanto, ainda não tinha terminado. “Se o senhor concorda, então, que o sábado está descartado, isso significa que sexta-feira é o último dia para aplicar o teste”, raciocinou. “Assim, ao terminar a nossa aula de quarta-feira, se o senhor não nos avisar do teste na quinta, logo descobriremos, com 48 horas disponíveis, que a prova será na sexta-feira, contrariando mais uma vez a regra imposta”. Não foi necessário prosseguir. O mestre percebeu que havia caído numa armadilha da lógica ao formular uma regra impossível de ser coerentemente seguida. Pelo mesmo critério, ficariam prejudicados os demais dias da semana. (...)” Luiz Barco. Após a leitura do trecho acima, retirado da revista Superinteressante de maio de 1999, pode-se pressupor que o autor pretende: a) fazer que os professores não se utilizem da “prova” para forçar seus alunos a estudar; b) mostrar que há lógica matemática até em pequenas situações do dia-a-dia; c) reafirmar que o “aluno sempre tem razão”; IMPRIMIR GABARITO d) provar que o cálculo realizado pelo aluno está equivocado; e) chamar a atenção para a lógica como armadilha, portanto, não deve ser usada em todos os casos. 73. Unb-DF O texto poético pode servir de base ao texto publicitário; porém, às vezes, é este que fundamenta aquele. Relacionando essa observação ao texto acima, julgue os itens que se seguem. ( ) O texto é uma paródia da embalagem original de um produto. ( ) O modo como foi desenhada a letra inicial de “Clichetes” permite a leitura musical, financeira e política da mensagem. ( ) No texto, “MASCARAR” está para mascar assim como “MENTAL” está para menta. ( ) Esse é um texto característico da literatura que se propagou no Brasil a partir de 1922 como uma espécie de crítica ao imperialismo norte-americano. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 74. UFGO O poema abaixo é de José Paulo Paes. “À IMPROPRIEDADE De cearense sedentário baiano lacônico mineiro perdulário Deus nos guarde. De carioca cerimonioso gaúcho modesto paulista preguiçoso Deus nos livre e guarde.” Interpretando-se os sentimentos do poema, pode-se afirmar que: ( ) em seu sentido global, o poema reafirma os estereótipos a respeito dos diversos tipos de brasileiro. ( ) o poema construído com antíteses parcialmente implícitas: ao conceito de “cearense sedentário”, por exemplo, opõe-se “cearense migrante”. ( ) o poema é bem-humorado por causa das inversões de sentido utilizadas pelo autor. ( ) o título “À impropriedade” funciona como um ornamento dispensável ao texto, sem manter assim relações de sentido com o poema. INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens das questões de 75 a 77. IMPRIMIR GABARITO 31 “UM DIA QUALQUER - 66583624 (Chico Amaral) Na espuma das ondas As meninas se lançam As cadeiras redondas Onde as ondas se amansam Todo dia é na praia Todo minuto é pra um Todo dia é todo o tempo O tempo todo, tempo algum Eu passei lá na vila Ele é de Vila Isabel Meu nego meu jongo Hoje eu chego na barra do céu Você me entenda Dança de Oxum é assim Se joga no mundo Cai nas ondas e volta para mim Hoje é final de século Hoje é um dia qualquer Você vai ao cinema Ou toma um foguete, ou toma um café Hoje bobagem, drama Hoje é um dia comum Você deita na cama Com os pés no século vinte e um Então corre pra ver Então fica para ver Então corre pra ver Beleza do mundo descer Toda rua começa Onde acaba o meu mal De conversa em conversa Eu já passei da capital Era um filme domingo Penas do paraíso Eu só guardo o que me ensinou que tocar é preciso” (CD–SKANK) 75. UFMT ( ) Lendo somente as palavras em negrito, pode-se perceber que a imagem de vida do eu lírico permanece inalterada mesmo com a proximidade do século vinte e um. ( ) No texto, predomina a narração com a manutenção da unidade temática. ( ) A linguagem do texto é marcada pela logicidade e linearidade. ( ) O texto ressalta a uniformidade da formação cultural brasileira: branca, européia e cristã. 76. UFMT ( ) Na primeira estrofe, concretiza-se uma paródia do célebre poema de Bandeira: “a onda anda/aonde anda/a onda?”. ( ) Há também na primeira estrofe um traço erotizante traduzido pela imagem ...cadeiras... onde as ondas se amansam. ( ) O espraiar das ondas é sugerido pela reiteração de fonemas nasais em toda a estrofe primeira. ( ) A última linha do texto estabelece intertextualidade com os versos “Navegar é preciso/ viver não é preciso”, revelando, assim como estes, o sentido da vida para o eu lírico. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 77. Unifor-CE “Bem quisera ter mais intimidade com ela, falar-lhe de minhas dúvidas, de minhas fraquezas, de meus receios. Mas somos nesta casa uma família de estranhos. Assalta-me freqüentemente a impressão de que vivemos num alojamento de emigrantes, que só a língua têm em comum. Revolto-me contra mim mesmo, pois suponho ser em parte o causador desse mal-estar. Minha natureza cria embaraços à aproximação de uns aos outros. Vivem constrangidos, sem liberdade, como que em presença de um inválido.” O trecho acima apresenta características evidentes de: I. Narração em primeira pessoa, com predomínio do tom reflexivo e de marcas de análise psicológica. II. Dissertação, voltada para a exterioridade das ações e marcada por um tom de convicção. III. Prosa poética, apoiada em figuras de linguagem e empenhada na expressão do mundo imaginário em que vive o autor. Está correto somente o que está caracterizado em: a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. As questões de números 78 a 80 baseiam-se no texto abaixo. “Hoje não escrevo 32 Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os milhares de assuntos. Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com o maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. (...) Que é isso, rapaz. Entretanto, aí está você, casmurro e indisposto para a tarefa de encher o papel de sinaizinhos pretos. Conclui que não há assunto, quer dizer: que não há para você, porque ao assunto deve corresponder certo número de sinaizinhos, e você não sabe ir além disso, não corta na verdade a barriga da vida, não revolve os intestinos da vida, fica em sua cadeira assuntando, assuntando. Então hoje não tem crônica.” IMPRIMIR GABARITO Carlos Drummond de Andrade. 78. Unifor-CE Considere as seguintes afirmações: I. A ação de escrever priva, por vezes, o escritor de usufruir de coisas simples do cotidiano. II. Não basta haver variedade de assunto; escrever exige predisposição e inspiração. III. O escritor empenha-se em produzir textos de qualidade superior à daqueles escritos por simples falantes da Língua. Está correto, em relação ao texto, o que se afirma em: a) somente II; d) somente II e III; b) somente I e II; e) I, II e III. c) somente I e III; 79. Unifor-CE De acordo com o último parágrafo do texto: a) momentos de reflexão são importantes para que o assunto venha a ocupar a mente daquele que escreve; b) escrever bem implica sensibilidade e talento na percepção da matéria a ser explorada na escrita; c) a indisposição para a tarefa de encher o papel de sinaizinhos pretos é própria das pessoas casmurras; d) a falta, bem como a abundância de assunto, depende das condições intelectuais daquele que escreve; e) letras e escritor embaralham-se no momento de passarem a expressão das idéias para o papel. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 80. Unifor-CE No fragmento “reflexos no espelho (infiel) do dicionário”, o adjetivo infiel denota que: a) nem sempre o significado dicionarizado das palavras satisfaz plenamente a busca daquele que escreve; b) as palavras dicionarizadas perdem a essência de seu significado, uma vez contextualizadas; c) o emprego adequado da palavra decorre da atividade de consulta ao dicionário; d) há matizes de significado entre as palavras arroladas na mesma série sinonímica; e) o escritor não pode dispensar o auxílio do dicionário – o que lhe garante a perfeição do texto. As questões de 81 a 84 referem-se ao seguinte texto: “Os Jardins 33 Sempre olhei para os jardins com doçura e gratidão. Eles são as minhas aldeias. Tão sossegados! Só nos jardins há amores-perfeitos. Aquele jardim era meu amigo. Tinha uma árvore, um jardineiro risonho, mas triste, com qualquer coisa de gato e de mulher. E tinha canteiros de rosas. Era um Jardim sereno. Sábado. Quem pode vai para fora. Os outros ficam aqui mesmo. Imagine o campo, logo mais. A noite caindo sem desastres. O cheiro de terra. Uma voz de água no silêncio. Ah! dormir com o sentimento de pôr, nos olhos e nas mãos, amanhã, bem cedo a luz que desce de um céu imenso perdido, luz cheia de sombras de asas. Lembro-me dela. Ela pousa, primeiro, nas árvores, como se dissesse – Bom-dia! Chega, depois até a gente tão simples, tão igual, como se convidasse – Não quer andar? Este desejo de viver no campo, que enche de ar refrigerante os meus sentimentos, não veio da cidade, com certeza. Veio, talvez, do tempo. Hoje, “ir para fora” tem um sentido mais libertador. Que bom ver outra vida! Que bom ouvir a outra face do disco!... É preciso gostar da vida. A vida arranja tudo pelo melhor, às vezes na realidade. Às vezes na imaginação, realidade de uso interno.” Álvaro Moreyra. 81. Cesgranrio “Eles são as minhas aldeias. Tão sossegados! Só nos jardins há amoresperfeitos.” No texto, as palavras destacadas conotam, respectivamente: a) esconderijo e flor silvestre; d) proteção e felicidade; b) lugarejo e beleza natural; e) segurança e incerteza. GABARITO c) solução e realidade; 82. Cesgranrio A caracterização do jardineiro “com qualquer coisa de gato e de mulher” corresponde, semanticamente, a: a) meio arredio e misterioso; d) bastante descrente e desiludido; b) muito arredio e pouco confiável; e) com certa melancolia e pouca sinceridade. c) pouco desconfiado e muito observador; 83. Cesgranrio O texto estrutura-se com períodos curtos. Semanticamente, essa construção caracteriza a: a) realidade e a expressão dos anseios do narrador; b) narração e a relação realidade-imaginação; IMPRIMIR c) sensibilidade e o contraste do sentimento com a razão; d) fantasia e a irrealização pessoal do narrador; e) reflexão e a progressiva introspecção do narrador. 84. Cesgranrio A palavra ou expressão que marca o ingresso no imaginário é: a) “amores-perfeitos”. d) “céu imenso perdido”. b) “Sábado”. e) “luz cheia de sombras de asas”. c) “cheiro de terra”. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 85. Univali-SC “A Tecnologia aproxima os empresários Telefone e Internet são importantes ferramentas na hora de fechar negócios. As novas tecnologias da informação têm modificado a forma de os empresários apresentarem seus produtos ao mercado potencial e fecharem negócios. Os almoços e jantares com clientes são cada vez menos freqüentes, sendo substituídos por apresentações e reuniões na empresa do futuro cliente. “Hoje em dia muitos negócios são fechados por telefone, fax ou e-mail”, garante o sócio gerente da Mega Sul Informática, empresa especializada em sistemas de automação comercial, Ingo Tirgarten. (...) A Mega Sul costuma apresentar seu produto na empresa do cliente em potencial e, a partir daí, o e-mail, o fax e o telefone são usados para manter contato permanente até o fechamento do negócio. (...) O presidente da empresa de seguros ADD Makler, Hans Dieter Didjurgeit, afirma que jantares e almoços funcionam com mais eficiência no pós-venda (...)” A idéia central do texto está na opção: 34 a) Não se fazem mais negócios pelos métodos antigos, como almoços e jantares com o cliente em potencial. b) O telefone, o fax e o e-mail têm substituído muitos encontros com o cliente para fechamento de negócios. c) Há novas tecnologias no mercado que substituem o e-mail, o fax e o telefone. d) Todos os empresários, atualmente, sempre utilizam a tecnologia (telefone e internet) na hora de fechar negócios. e) A apresentação dos produtos que serão vendidos aos clientes devem ser apresentado via e-mail, fax ou telefone. 86. Univali-SC GABARITO “Atenção ao estresse! Mas será que isso leva ao estresse? Estatísticas confiáveis dizem que pelo menos 30% dos brasileiros sofrem de estresse, uma das tantas doenças modernas. A psicóloga Marilda Lipp afirma: “Sob tensão pesada, o ser humano rende maravilhosamente durante algum tempo. Depois capota”. Uns dizem que o culpado é o trabalho. Será que é mesmo? Será que não é o resultado de uma certa maneira de viver? O homem, afirma Aldo Colombo, trocou o dia pela noite, aboliu o Domingo, inventou a Internet, o celular..., e não desliga mais, é uma máquina nunca desligada: isto provoca circuito e, por vezes, desliga mesmo! O homem desaprendeu a viver; não sabe mais distribuir corretamente as 24 horas, fazendo uma coisa de cada vez, mantendo assim o humor e a alegria de viver. Os pobres humanos que estão no limiar do terceiro milênio devem reaprender a viver para não prepararem, para o Terceiro Milênio, uma sociedade totalmente estressada. É mais um desafio!” IMPRIMIR Missão Jovem, agosto de 1999. Observe as afirmações: I. 30% dos brasileiros sofrem de estresse. II. O estresse é uma doença moderna. III. A culpa para o estresse é não saber fazer uma coisa de cada vez. IV. O homem é uma máquina que nunca desliga. V. O desafio para o Terceiro Milênio é reaprender a viver. As idéias contidas no texto estão nos itens: a) I, II e IV. d) I, II e III. b) II, IV e V. e) todos os itens. c) II, III e V. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 87. UFPR Leia com atenção esta passagem introdutória de A Lógica da Investigação Científica (1934), de Karl Popper. “Costuma-se chamar de “indutiva” a uma inferência se ela passa de enunciados singulares (também chamados, algumas vezes, enunciados “particulares”), tais como as descrições dos resultados de observações ou experimentos, a enunciados universais, tais como hipóteses ou teorias. Ora, de um ponto de vista lógico, está longe de ser óbvio que se justifique inferir enunciados a partir dos singulares, por mais elevado que seja o número destes últimos; pois qualquer conclusão que obtemos dessa maneira pode acabar sendo falsa: não importa quantas ocorrências de cisnes brancos possamos ter observado, isto não justifica a conclusão de que todos os cisnes são brancos.” Segundo Popper, “indução” é: marque V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) A passagem de enunciados particulares a universais através de um inferência. ( ) Um método físico para o exame tanto das partículas quanto do universo. ( ) Um raciocínio cuja justificação lógica não é evidente. ( ) Um método impróprio no caso da zoologia, mas não das demais ciências. ( ) Um método lógico que nos permite concluir com segurança se certas teorias são validadas pela observação. 35 88. Univali-SC “No antigo Egito, o gato foi honrado e enaltecido. Sendo considerado como um animal santo. Nesta mesma época, a gata transformou-se na representação da deusa Bastet, fêmea do deus sol Rá. (...) Na Europa, o gato se desenvolveu com as conquistas romanas. Ele foi admirado por sua beleza e dupla personalidade (ora um selvagem independente, ora um animal doce e afável), e apreciado ainda no século XI quando o rato negro invadiu a Europa. No século XIII desenvolveramse as superstições e o gato passou de criatura adorada a infernal, associada aos cultos pagãos e à feitiçaria. A igreja lhe virou as costas. (...) No século XVIII ele voltou majestoso e em perfeito acordo com os poetas, pintores e escritores que prestam homenagem à sua graça e à beleza de seu corpo.” IMPRIMIR GABARITO Revista DC – Diário Catarinense – 25 de abril de 1999. São idéias presentes no texto: I. Enaltecer a figura do gato no mundo atual. II. Descrever a história dos gatos ao longo dos tempos. III. Justificar a importância dos gatos e dos ratos. IV. Citar superstições acerca dos gatos. V. Exemplificar as várias concepções a respeito dos gatos. VI. Metaforizar sobre os poderosos nos dias atuais. Dos itens acima, os que realmente caracterizam o texto são: a) II, IV e V. d) I, III e IV. b) I, II, III e VI. e) todos os itens. c) I, III e VI. 89. UFMT ( ) Ações corriqueiras são usadas no texto (estrofes 5 e 6) com intenção de apontar as alterações provocadas pela chegada do novo século. ( ) Os sentidos das estrofes 6 e 7 contradizem a postura revelada até então pelo eu lírico de atribuir desimportância à mudança de século. ( ) Na estrofe 6, o verso Com os pés no século vinte e um revela o jogo feito ao longo do texto entre mudanças e não-mudanças pelo passar do século. ( ) Uma leitura possível dos versos Era um filme domingo/Penas do paraíso volta-se aos filmes vistos aos domingos que versavam sobre a dualidade sofrimento e felicidade. ( ) Na estrofe 8, percebe-se a preocupação do produtor do texto em registrar o sentido literal das palavras e expressões. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões 90 e 91. IMPRIMIR GABARITO 36 “OUTRO BRASIL QUE VEM AÍ (Gilberto Freyre) 1 Eu ouço as vozes 2 eu vejo as cores 3 eu sinto os passos 4 de outro Brasil que vem aí 5 mais tropical 6 mais fraternal 7 mais brasileiro. 8 O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados 9 terá as cores das produções e dos trabalhos. 10 Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças 11 terão as cores das profissões e regiões. 12 As mulheres do Brasil em vez das cores boreais 13 terão as cores variamente tropicais. 14 Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil 15 todo brasileiro e não apenas o bacharel e o doutor, 16 o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco. 17 Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil 18 lenhador 19 lavrador 20 pescador 21 vaqueiro 22 marinheiro 23 funileiro 24 carpinteiro 25 contanto que seja digno do governo do Brasil 26 que tenha olhos para ver pelo Brasil, 27 ouvidos para ouvir pelo Brasil, 28 coragem de morrer pelo Brasil, 29 ânimo de viver pelo Brasil, 30 mãos para agir pelo Brasil, 31 mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis. 32 ............... 33 Mãos todas de trabalhadores, 34 pretas, brancas, pardas, roxas, morenas, 35 de artistas 36 de escritores 37 de operários 38 de lavradores 39 de pastores 40 de mães criando filhos 41 de pais ensinando meninos 42 de padres benzendo afilhados 43 de mestres guiando aprendizes 44 de irmãos ajudando irmãos mais moços 45 de lavadeiras lavando 46 de pedreiros edificando 47 de doutores curando 48 de cozinheiros cozinhando 49 de vaqueiros tirando leite das vacas chamadas comadres de homens. 50 Mãos brasileiras 51 brancas, morenas, pretas, pardas, roxas 52 tropicais 53 sindicais 54 fraternais. 55 Eu ouço as vozes 56 eu vejo as cores 57 eu sinto os passos 58 desse Brasil que vem aí.” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 90. AEU-DF Julgue os itens abaixo, em relação à compreensão e à interpretação do texto. ( ) O texto é uma apologia ao patriotismo, cujas exigências se baseiam inicialmente no trabalho e no amor à prática e a seu povo. ( ) De tom otimista, revela a crença do escritor em um Brasil mais justo e democrático. ( ) Com “Todo brasileiro poderá...” (l. 14), “todo brasileiro e não apenas...” (l. 15), o poema expõe o seu desejo de que a eqüidade sempre supere as desigualdades. ( ) As qualidades necessárias para se chegar à presidência do país deixam de ser a cultura e a cor da pele e passam a ser os valores intrínsecos a um cidadão patriota. ( ) Ao se referir aos “Brasis” (l. 31), Gilberto Freyre alude às tão diferentes realidades que formam este país. 37 91. AEU-DF Julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística. ( ) A passagem do verso “de outro Brasil que vem aí” (l. 4) para “desse Brasil que vem aí” (l. 58), no quarteto repetido que abre e encerra o poema, salienta o desejo de que a mudança esperada esteja em andamento. ( ) O termo “boreais” (l. 12) alude à cor mestiça das mulheres brasileiras. ( ) “Qualquer” (l. 17) tem, no texto, conotação pejorativa. ( ) A ação de cada profissional no seu trabalho é realçada no poema pelas formas pleonásticas e cognatas de verbos no infinitivo (l. 26 e 27) e no gerúndio (l. 40 a 48). ( ) As “mãos” (l. 30, 31, 33 e 50) metonimicamente representam o labor e a solidariedade dos brasileiros. ( ) O termo “sindicais” (l. 53) está associado à consciência de classe dos trabalhadores brasileiros. IMPRIMIR GABARITO 92. UFGO “Segue-se um trecho, extraído do conto “Ecológica ”, de Moacyr Scliar. Isto aqui já foi muito bucólico, vocês sabem. A campina, os pássaros, a brisa, o riacho. Muito tranqüilo, antes. Agora, não. Agora, acontecem coisas. Por exemplo: dois pontos aparecem no horizonte. Vão se aproximando lentamente; por fim se definem. Trata-se de um casal. Ele, um homem gordo, de idade, usa terno branco, gravata vermelha e chapéu panamá; enxuga com um grande lenço o rosto vermelho e suarento. (No terno branco reconheço o linho; fibras de plantas que uma vez cresceram num prado igual a este. Pobres fibras, pobres plantas.) A mulher também é gorda, e baixota. Também está suada, mas não se enxuga; resmunga constantemente. Reconheço, no vestido da mulher, seda; substância extraída do casulo de larvas, e depois esticada, e depois tingida, e depois cortada, e costurada. Pobres larvas, pobre substância. Pobre seda.” Pela leitura do fragmento acima: ( ) a narrativa organiza-se entre dois movimentos: um antes (o bucolismo) e um depois (a aparição do casal), mas o acontecimento, na história, é situado no presente. ( ) no fragmento, a descrição é uma modalidade discursiva que permite a criação de visões de conjunto e de detalhe, aproximando-se, às vezes, da técnica cinematográfica. ( ) o narrador, de 1ª pessoa, tenta envolver o leitor no episódio que está sendo narrado, dirigindo-se a ele; esse envolvimento tem como principal conseqüência o uso da repetição: “Pobres fibras, pobres plantas.” e “Pobres larvas, pobre substância. Pobre seda.” - que revela o sentimento de compaixão do narrador. ( ) a metalinguagem é o processo que o narrador utiliza quando descreve o linho e a seda; o seu emprego propicia a expansão da narrativa. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar INSTRUÇÃO: A partir da leitura do texto, julgue os itens da questão 93. “O menino e o jacaré Uma piada que circulou por aqui nos últimos dias dá a medida do engajamento político-ideológico dos portugueses. Conta-se que um redator do Diário estava visitando o zoológico quando viu um menino cair num lago onde havia um jacaré. Imediatamente imaginou a manchete: ‘Administração incompetente dos socialistas de Mário Soares provoca morte de miúdo no parque.’ De repente, porém, um cidadão arranca a camisa e atira-se na água. O redator imediatamente recriou a manchete: ‘Camarada intrépido salva miúdo que ia ser comido por jacaré’. Infelizmente, para o redator do Diário, o camarada intrépido, entrevistado, revelou-se salazarista. A manchete mudou para: ‘Fascista desumano tira alimento de jacaré faminto.” Isto é, 11/02/1981, p.15. 38 93. UFMT ( ) O humor contido no texto apresenta um aspecto caricatural. ( ) Das três manchetes criadas pelo redator, somente a primeira mantém relação de sentido com um contexto político português. ( ) Na terceira manchete, há uma intencional desconsideração pela vida da criança. ( ) A referência “Isto é, 11/02/81, p. 15” torna ambíguo o sentido da palavra aqui na primeira linha. ( ) Há no texto marcas de diferenças lexicais entre o português do Brasil e o de Portugal. ( ) O uso dos dois pontos, no texto, serve para introduzir uma explicação. GABARITO 94. UFSE-PSS “Os vizinhos chegavam às janelas, vozeando furiosos contra semelhante berraria. — É o que sucede a quem mora perto de um João Coqueiro! bradou um da turma. — Quem mora junto ao chiqueiro sente o fedor da lama! gritou um segundo. — Queixe-se à Câmara Municipal! acudiu outro. E formidável matacão foi de encontro à vidraça iluminada do chalé de Amélia. Um dos vizinhos apitou e outro despediu um jarro de água sobre os desordeiros. Ouviu-se logo o estardalhaço impetuoso dos gritos, das descomposturas e do crepitar dos vidros que se partiam sob um chuveiro de pedras. — Morra o infame! bramia a malta, já de carreira para o Largo do Machado. — Morra o cáften! João Coqueiro presenciara tudo aquilo, grudado a um canto da janela, mordendo os nós da mão, os olhos injetados, o sangue a saltar-lhe nas veias. — Oh! Era demais, pensava ele desesperado. — Era demais tanta injúria! — Se Amâncio estivesse ali, naquela ocasião, por Deus que o estrangulava!” IMPRIMIR AZEVEDO, Aluísio. Casa de Pensão. Com base no texto, assinale como verdadeiras as frases que fazem uma afirmação correta e como falsas aquelas em que isso não ocorre. ( ) O trecho apresenta uma estrutura narrativa, pois indica situações diferentes, com várias personagens e as alterações decorrentes dos fatos apontados. ( ) Confere vivacidade e veracidade à afirmação do autor em “vozeando furiosos contra semelhante berraria” o uso do discurso direto que se segue a ela. ( ) “Quem mora junto ao chiqueiro sente o fedor da lama!” – a frase está empregada em seu sentido denotativo. ( ) As formas verbais chegavam e vozeando indicam ações pontuais ou que se efetuam rapidamente. ( ) Um da turma bradou que era o que sucedia a quem morava perto de um João Coqueiro. Essa é a transposição correta da 1ª fala do texto para o discurso indireto. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 95. UFSE-PSS “O avestruz está em alta. A fazenda Chalé da Serra, no município de Simião Dias, interior de Sergipe, sempre teve como carro-chefe a criação de gado. Mas, nos últimos cinco anos, bois e vacas começaram a dividir espaço com exóticos exemplares de um novo investimento: a estrutiocultura (é assim que se chama a criação de avestruzes). Já são 800 animais, cujo preço varia de 1.500 reais, o filhote, a 8.000 reais, o adulto – dezesseis vezes mais que o preço de uma vaca. Compridos e desengonçados, os animais são um negócio de altíssimo rendimento. Uma fêmea começa a produzir aos 3 anos e é tratada apenas com capim e ração à base de soja e milho. Até vinte avestruzes podem ser criados no espaço de um hectare, área ocupada por um único boi na pecuária extensiva. Além disso, cada fêmea gera em média quinze filhotes por ano, número idêntico ao de toda a vida produtiva de uma vaca – e o período de fertilidade de um avestruz é superior a trinta anos. Nascido de um ovo que pesa aproximadamente 1,5 quilo, o avestruz atinge o peso de abate, em torno de 110 quilos, no prazo de doze meses.” Adaptado, Veja, 18 out. 2000, p. 77. Avestruz. Ave estrutioniforme, com seis espécies conhecidas. Tem as asas atrofiadas, apenas dois dedos em cada pé e é onívora; vive em zonas semidesérticas, na Arábia e na África. Atualmente é a maior das aves. 39 Com base no texto, assinale como verdadeiras as frases que fazem uma afirmação correta e como falsas aquelas em que isso não ocorre. ( ) A função da linguagem, em ambos os textos, é a mesma: predominantemente referencial. ( ) O segundo texto, parte de um verbete de dicionário, é eminentemente descritivo. ( ) Os dois segmentos introduzidos por um travessão são exemplos de oralidade, já que correspondem a explicações inseridas pelo autor do texto. ( ) Negócio e fêmea são palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão gramatical. ( ) A fertilidade de um avestruz é, em muito, superior a de uma vaca. – Não é necessário o emprego do sinal de crase na palavra em negrito. 96. U. Potiguar-RN GABARITO “Uma galinha Era uma galinha de domingo. Estava viva ainda porque não passava de nove horas da manhã. Tinha a aparência de estar calma, pois desde o sábado se encolhera num canto da cozinha. Foi uma surpresa quando os elementos da casa viram a galinha abrir as asas de curto vôo e alcançar a murada do terraço e fugir vacilante para a liberdade. A cozinheira deu um grito e o dono da casa levado pela necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar começa a captura da galinha. O animal estava sozinho no mundo, fugindo sem saber pra onde. Até que finalmente foi alcançado: entretanto logo que foi levado de volta para a cozinha põe um ovo. Uma pequena menina nota o fato e começa a gritar: — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer nosso bem! Diante do fato novo, todos rodearam-na com uma atenção especial, a menina prometia nunca mais comer galinha, caso aquela fosse morta, depois do acontecido. A mãe é vencida pela filha e a galinha foi deixada viver. Entretanto, passadas algumas semanas, já esquecidos do fato, a família, indiferente, mata e come a galinha.” IMPRIMIR No texto “Uma galinha”, de Clarice Lispector, analisando as características estilísticas, percebe-se claramente que: a) Os referentes semânticos e os signos estéticos são portadores de sons e formas que se desvendam. b) Perfeito domínio do Português arcaico e contemporâneo. c) A tendência regionalista acaba assumindo a característica de experiência estética universal, compreendendo a fusão entre o real e o mágico. d) Mostra a personagem disposta numa determinada situação cotidiana que se prepara para um evento pressentido até ocorrer o desfecho, no qual se considera a situação da vida da personagem, após o evento. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Compare os textos 1 e 2 e responda às questões de números 97 e 98. TEXTO 1 “Olhava eu o meu avô como se fosse ele o engenho. A grandeza da terra era a sua grandeza. Fixara-se em mim a certeza de que o mundo inteiro estava ali dentro. Não podia haver nada que não fosse do meu avô. Lá ia o gado para o pastoreador, e era dele; lá saíam os carros-de-boi a gemer pela estrada ao peso das sacas de lã ou dos sacos de açúcar, e tudo era dele; lá estavam as negras da cozinha, os moleques da estrebaria, os trabalhadores do eito, e tudo era dele. O sol nascia, as águas do céu se derramavam na terra, o rio corria, e tudo era dele. Sim, tudo era do meu avô, o velho Bubu, de corpo alto, de barbas, de olhos miúdos, de cacete na mão. O seu grito estrondava até os confins, os cabras do eito lhe tiravam o chapéu, o Dr. José Maria mandava buscar lenha para a sua cozinha no Corredor, e a água boa e doce nas suas vertentes. Tudo era do meu avô Bubu, o “Velho” da boca dos trabalhadores, o Cazuza da velha Janoca, o papai da Tia Maria, o meu pai da Tia Iaiá. A minha impressão firme era de que nada havia além dos limites do Corredor. Chegavam de longe portadores de outros engenhos. Ouvia apitar o trem na linha de ferro. Apesar de tudo, só havia de concreto mesmo o Engenho Corredor. (...)” LINS DO REGO, José. “Meus verdes anos”. In: Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976. GABARITO 40 TEXTO 2 “A bem dizer, sou Ponciano de Azeredo Furtado, coronel de patente, do que tenho honra e faço alarde. Herdei do meu avô Simeão terras de muitas medidas, gado do mais gordo, pasto do mais fino. Leio no corrente da vista e até uns latins arranhei em tempos verdes da infância, com uns padres-mestres a dez tostões por mês. Digo, modéstia de lado, que já discuti e joguei no assoalho do Foro mais de um doutor formado. Mas disso não faço glória, pois sou sujeito lavado de vaidade, mimoso no trato, de palavra educada. Já morreu o antigamente em que Ponciano mandava saber nos ermos se havia um caso de lobisomem a sanar ou pronta justiça a ministrar. Só de uma regalia não abri mão nesses anos todos de pasto e vento: a de falar alto, sem freio nos dentes, sem medir consideração, seja em compartimento do governo, seja em sala de desembargador. Trato as partes no macio, em jeito de moça. Se não recebo cortesia de igual porte, abro o peito: – Seu filho da égua, que pensa que é? Nos currais do Sobradinho, no debaixo do capotão de meu avô, passei os anos de pequenice, que pai e mãe perdi no gosto do primeiro leite. Como fosse dado a fazer garatujações e desabusado de boca, lá num inverno dos antigos, Simeão coçou a cabeça e estipulou que o neto devia ser doutor de lei: – Esse menino tem todo o sintoma do povo da política. É invencioneiro e linguarudo. (...)” CARVALHO, C. J. O coronel e o lobisomem. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. 97. UERJ Identifique o foco narrativo adotado nos textos. 98. UERJ Estabeleça uma comparação entre os textos quanto ao tratamento dado ao tema. Com base no texto 2, responda às questões de números 99 e 100. IMPRIMIR 99. UERJ Transcreva a passagem do texto em que o personagem-narrador informa que ficou órfão. 100. UERJ Descreva a caracterização que o texto faz da autoridade. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia o texto a seguir e responda às questões. “Pecados do Século XXI 41 As versões modernas para a luxúria, a inveja, o orgulho, a ira, a avareza, a preguiça e a gula. Os setes pecados capitais do cristianismo – inveja, avareza, gula, preguiça, ira, orgulho e luxúria – adquiriram novas versões neste final de século. A maioria movida a compulsões por trabalho, consumo, sucesso, prazeres e lucro, valores de uma sociedade que trocou a existência natural pelo acúmulo de sensações e de bens materiais. (...) O psicanalista Eduardo Losicer, um dos membros do Aspas (Associação de Pesquisadores e Analistas da Subjetividade), que está à frente da pesquisa sobre as novas psicopatologias, explica que o indivíduo contemporâneo obedece essencialmente a ordens externas, enquanto suas demandas internas caem no vazio e dão origem às compulsões: – O paraíso atual é obrigatório. Não há mais a moralidade do pecado, na qual o pecador vivia um conflito interno entre ceder ou não à tentação. Não há possibilidade de escolha entre o céu e o inferno. Vivemos sob a moralidade dos mandados. São ordens que devem ser obedecidas, sob pena de exclusão do sistema. Esta é a ameaça. Vivemos hoje como se cada indivíduo fosse apenas um conjunto de leis, um superego. (...) Os indivíduos contemporâneos vêm sofrendo de ausência cada vez maior de vida interior. – Este vazio na alma dá origem a condutas compulsivas para preencher este vazio afetivo com dinheiro, roupas, trabalho, imagens de jornais, cinema e TV, bebida ou drogas pesadas. É preciso preencher um vazio existencial e afetivo. Para o antigo pecado capital da avareza, temos hoje o seu avesso: o consumismo desenfreado e compulsivo do perdulário contemporâneo, para quem o que importa não é ser alguém, mas ter tudo e, se possível, todos à sua volta. A criativa preguiça, tão elogiada pelos defensores da vida contemplativa, prazerosa e lúdica, transformou-se em mania de trabalho. O pecado da luxúria, que levava homens e mulheres a pensar ou a fazer sexo em excesso, é hoje um hábito do telespectador: o voyeurismo. Quem tem ódio do Governo, do time rival ou do parceiro que lhe deu um fora debocha, ironiza e ridiculariza estes desafetos. Já não há mais lugar para a ira. O orgulho está em baixa. Pouca gente se orgulha de si mesmo ou da vida que leva (...) todo mundo sabe que hoje em dia é fundamental se autopromover. Não resistir ao apelo de uma caixa de bombons importados... Este era o pecado da gula, praticamente superado por uma legião de mulheres que buscam um corpo cada vez mais magro e mais jovem. A aparência do bom moço, adotada por ídolos do esporte, executivos de empresas e apresentadores de TV, encobre um sujeito dissimulado que cumpre um papel preestabelecido. É a nova versão do invejoso, que já não deseja ser o outro, mas algo imaginário e, portanto, irreal.” IMPRIMIR GABARITO CEZIMBRA, Márcia - O Globo, 16/05/99. 101. UFR-RJ No texto “Pecados do século XXI”, o autor pretende: a) expressar suas opiniões pessoais sobre a pesquisa desenvolvida pelo psicanalista Eduardo Losicer; b) levar o receptor (leitor) a rejeitar as opiniões do pesquisador Eduardo Losicer; c) informar o receptor (leitor) sobre o trabalho do psicanalista Eduardo Losicer, relatando suas conclusões; d) refletir sobre a natureza do código lingüístico, bem como sobre sua relevância na caracterização do homem do século XXI; e) elaborar uma mensagem rica em musicalidade e figuras de linguagem. 102. UFR-RJ Os valores dos indivíduos contemporâneos, segundo o texto, estão sendo determinados pelo(a): a) conflito interno entre ceder ou não à tentação; b) compulsão cada vez maior pela vida interior; c) Associação de Pesquisadores e Analistas da Subjetividade; d) determinação de alcançar o paraíso celeste; e) sensação de um vazio existencial e afetivo. 103. UFR-RJ A pesquisa do psicanalista Eduardo Losicer, à qual o artigo se refere, atesta que: a) o homem contemporâneo se empenha em mudar os valores do século passado; b) a grande ameaça da sociedade está na subversão dos valores individuais; c) a punição da modernidade é a exclusão do sistema, equivalente ao inferno; d) a modernidade se caracteriza por ser um paraíso, sem noção de valores materiais; e) as novas versões para os sete pecados capitais apenas se explicam no campo do imaginário. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 104. Unioeste-PR Leia o texto a seguir: “Rudimentos em Inteligência Social É hora do recreio e um bando de meninos atravessa correndo o gramado. José tropeça, machuca o joelho e começa a chorar, mas os outros continuam a correr – menos Roberto, que pára. Enquanto diminuem os soluços de José, Roberto curva-se e massageia o próprio joelho, gritando: – Eu também machuquei o joelho! Roberto possui uma inteligência interpessoal exemplar. Parece que é extraordinariamente capaz de reconhecer os sentimentos dos coleguinhas de brincadeiras e de estabelecer rápidas e suaves ligações com eles. Só ele notou a situação de dor de José, e só ele tentou oferecer algum consolo, ainda que o máximo que pudesse fazer fosse esfregar o próprio joelho. Esse pequeno gesto revela um talento para o relacionamento, uma aptidão emocional essencial para a preservação de relacionamentos estreitos, seja no casamento, com amigos ou numa parceria comercial. Essas aptidões em pré-escolares são os botões de talentos que desabrocham pela vida afora.” Fragmento retirado, e adaptado, do texto “Rudimentos em Inteligência Social”, inserido no Capítulo “A Arte de Viver em Sociedade”, do livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman, p. 131. 42 É possível concluir, a partir do excerto exposto acima, que: 01. crianças como Roberto se dão bem praticamente só com crianças problemáticas; 02. a atitude de Roberto demonstra que o mesmo não se adapta a algumas brincadeiras e se sente feliz por assim proceder; 04. crianças como Roberto tendem a ser melhores na interpretação de expressões faciais; 08. crianças como Roberto conseguem detectar e intuir sentimentos, motivos e preocupações dos outros, porque centram o problema unicamente em sua própria pessoa; 16. para o autor, a preocupação de Roberto com o colega indica o grau elevado de sua inteligência emocional; 32. a atitude de Roberto não condiz com o esperado pelo coleguinha, pois simulou a própria dor, em vez de ter oferecido ajuda concreta. Poderia, por exemplo, ter chamado a professora; 64. o relacionamento que Roberto estabeleceu com o coleguinha ferido indicou uma preocupação que foi altruísta. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 105. Univali-SC GABARITO “Guerra ao preconceito Psicóloga diz que sociedade precisa respeitar os gays. Mesmo que não concorde com eles. Presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a paulista Ana Bock é autora da resolução que proíbe os psicólogos brasileiros de tratar a homossexualidade como doença. Não se trata de uma medida isolada. ’O homossexualismo é apenas um dos assuntos que vamos atacar‘, diz. Seu objetivo é envolver os psicólogos numa espécie de compromisso com o bem-estar da sociedade e com os direitos humanos. Ela está começando a sentir as conseqüências do vespeiro em que está se metendo. Desde que um deputado distrital de Brasília propôs a criação de banheiros separados para homossexuais (o primeiro deles será inaugurado no próximo mês numa cidade-satélite), Ana Bock tem sido convocada pelas rádios para explicar como e por que isso está ocorrendo na capital da República. ’É tão absurdo quanto querer criar banheiros especiais para deputados‘, protesta a psicóloga.” IMPRIMIR Veja, 26 de abril de 2000. Analise as afirmações abaixo: I. Ana Bock é autora da resolução que proíbe os psicólogos brasileiros de tratar a homossexualidade como doença. II. Serão criados banheiros especiais para deputados. III. Os psicólogos não têm compromisso com o bem-estar da sociedade e com os direitos humanos. Está(ão) de acordo com o texto: a) a primeira afirmação; d) nenhuma das afirmações; b) a segunda afirmação; e) todas as afirmações. c) a terceira afirmação; Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 106. Cefet-PR Leia o seguinte trecho e, depois, responda: “Era esse dia domingo do Espírito Santo. Como todos sabem, a festa do Espírito Santo é uma das festas prediletas do povo fluminense. Hoje, mesmo que se vão perdendo certos hábitos, uns bons, outros maus, ainda essa festa é motivo de grande agitação; longe porém está o que agora se passa daquilo que se passava nos tempos a que temos feito remontar os leitores. A festa não começava no domingo marcado pela folhinha, começava muito antes, nove dias, cremos, para que tivessem lugar as novenas”. Extraído de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Com relação ao texto, é correto afirmar que: a) os hábitos antigos é que eram bons; b) quem nasce no Espírito Santo é chamado de fluminense; c) com o passar do tempo, houve mudança nos festejos do Espírito Santo; d) durante a festa havia muita confusão; e) as novenas começavam sempre no domingo. INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto abaixo e julgue os itens das questões 107 a 109. “A disciplina do amor 43 Foi na França, durante a segunda grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta a casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro desistiu de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao seu ponto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?... Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.” IMPRIMIR GABARITO Lygia Fagundes Telles. 107. UFMT ( ) O artigo indefinido, nas expressões “um jovem” e “um cachorro”, introduz as personagens na narrativa. ( ) Fidelidade, amizade, afeição são as idéias centrais do texto. ( ) O uso de mas, em “Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado.”, quebra a seqüência narrativa e inicia o conflito da história. ( ) Os elementos lá e aquela (última frase do texto) remetem à mesma significação. 108. UFMT – Modificada ( ) Com a frase “Pensa que o cachorro desistiu de esperá-lo?”, a autora busca maior envolvimento do leitor na narrativa. ( ) A ênfase dada à persistência nas ações do animal contraria a idéia contida no título. ( ) O tom poético do texto pode ser exemplificado pela metáfora presente em “... mas no coração do cachorro não morreu a esperança”. ( ) A personificação do cachorro se concretiza por expressões como: “o olhar ansioso”, “correr animado”, “na maior alegria”, “era jovem”. 109. UFMT – Modificada ( ) O texto pertence ao gênero narrativo, fazendo a crônica da fidelidade. ( ) O narrador é onisciente – intruso: conhece todos os eventos e presentifica-se no enunciado. ( ) O tempo da narração é o mesmo dos eventos narrados. ( ) As personagens não são nomeadas porque o narrador quer evidenciar uma idéia mais que uma história em particular. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões de 110 a 113. “A Janela e o Menino (Resumo dos anos mais antigos do passado) 44 A casa tinha um jardim e três janelas que davam para a rua. Duas ficavam fechadas, só se abriam aos domingos, ou em dias especiais. A outra dava para um aposento que era uma espécie de hall, não era sombrio como a outra sala que só se abria quando havia visitas, ou quando alguma coisa de extraordinário acontecia no mundo ou dentro da própria casa. O menino descobriu a janela e a escolheu como seu lugar predileto. Podia ficar ali, era uma forma de estar metade protegido pela casa, metade envolvido com o mundo. Pelas manhãs, via passar o leiteiro, o homem que afiava tesouras e facas, os outros meninos que iam para a escola levando merendeiras – ele invejava as merendeiras dos outros meninos, imaginava o que elas continham. Um dia, quando crescesse, levaria sempre uma merendeira consigo. Ao meio-dia, passava a leprosa que pedia esmolas. Tinha um lenço encardido em volta do rosto, escondendo o nariz deformado. O menino tinha pavor da leprosa, mas ficava fascinado pela pontualidade com que ela ia ao portão e apanhava a moedinha que o pai sempre deixava para ela, numa reentrância da grade. À tarde, passava o sorveteiro. À noite, quando todos começavam a ir para a cama, passava o moleque vendendo amendoim torradinho, a lata que servia de fogareiro despejando fagulhas, como as estrelinhas de São João. Era da janela que o menino via o mundo e dele participava sem se contaminar. O menino gostava, mas tinha medo da rua, do bonde que cortara a perna do seu Almeida, do homem que deu um tiro na mulher que o traíra, da carrocinha de cachorro, dos mascarados do Carnaval. Da janela, ele sabia de tudo, mas nada tinha a ver com ele. Como a baratinha que encontrou o dinheiro e foi para a janela, ele gostava de ficar ali, vendo a vida passar. Um dia o menino cresceu, mas continuou na janela, esperando a hora em que avisassem que era tarde e o chamassem para dentro.” CONY, Carlos Heitor. In: Os anos mais antigos do passado – crônicas. 3. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999. p. 250-1. GABARITO 110. Uneb-BA Identifique as afirmativas verdadeiras referentes ao primeiro parágrafo do texto. I. O narrador restringe a utilidade de duas das três janelas. II. Os moradores da casa são sistemáticos e conservadores quanto à vida social. III. A casa focalizada é apresentada como uma realidade física, tão-somente no seu caráter externo. IV. A alternância de hábitos dentro da casa é proporcionada por acontecimentos de rotina. A alternativa em que todas as afirmativas indicadas são verdadeiras é: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 111. Uneb-BA No segundo parágrafo, o menino mostra-se: a) realista quanto a seu futuro; b) revoltado com a sua condição de aprisionado; c) inseguro de seu objetivo, ao escolher o seu espaço; d) imprudente na escolha da realidade a ser observada; e) auto-suficiente para definir sua relação com a realidade circundante. IMPRIMIR 112. Uneb-BA Sobre o menino, pode-se afirmar: a) Ele não interage com o mundo real. b) A janela tem uma função unilateral em sua existência. c) A violência da rua acaba inviabilizando a sua vida de reclusão. d) O seu caráter questionador leva-o a ser incompreendido por todos. e) A sua forma de agir sobre o mundo se modifica quando ele se torna adulto. 113. Uneb-BA A expressão “vendo a vida passar”, em relação ao menino, revela: a) medo. b) alienação. c) passividade. d) deslumbramento. e) comprometimento. Na tradução do relacionamento do menino com o mundo, os termos que semanticamente se aproximam são: a) “descobriu”, “invejava” e “crescesse”; d) “tinha”, “gostava” e “cresceu”; b) “protegido”, “imaginava” e “levaria”; e) “fascinado”, “continuou” e “esperando”. c) “envolvido”, “via” e “participava”; Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar As questões de números 114 a 116 referem-se ao texto que segue. “Sobre a formação de técnicos Interessado em se fazer profissional, o cidadão, atualmente, busca cursos oferecidos pelas escolas técnicas, ora premido pelas circunstâncias imediatas da vida, ora movido pelos sonhos do mercado: uma vez profissional, torna-se mais leve a luta pela sobrevivência em face da “competência técnica” que um curso de formação proporcionaria. Afinal, diz-se, a mão-de-obra nãoespecializada sofre não só os baixos salários, mas também as primeiras dispensas quando os “movimentos na economia” provocam cíclicas retrações do sistema de produção. Profissional especializado, sonha o estudante de agora com um futuro se não promissor, no mínimo menos perigoso. E, entrando para a escola, ei-lo às voltas com estudos que o distanciam de seus interesses imediatos: são as chamadas disciplinas técnicas, de preferência ministradas diretamente nas oficinas, que mais lhe interessam. O resto... bom, o resto é apenas um obstáculo a mais na maratona sempre perigosa do viver: passa-se pelas chamadas disciplinas de “humanidades” para satisfazer exigências formais de uma formação que se quer técnica. Formação técnica X Formação humanística. Tecnologia X Humanismo. Seriam efetivamente formações distintas?” IMPRIMIR GABARITO 45 GERALDI, João W. Linguagem e ensino. Campinas: Mercado de Letras, 1996. p. 117-8. 114. Unifor-CE I. O texto deixa em aberto a questão da integração entre formação técnica e formação humanística. II. As condições oferecidas pelas escolas técnicas não correspondem às expectativas do estudante. III. O avanço atual da tecnologia explica o especial interesse do estudante pelas escolas técnicas. A respeito dos enunciados acima, está de acordo com o texto o que se afirma somente em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 115. Unifor-CE Quanto à estrutura, o texto organiza-se como: a) simples narração de fatos; b) exposição argumentativa de idéias; c) exposição descritiva de idéias; d) integração descritivo-narrativa; e) descrição argumentativa. 116. Unifor-CE A coesão do segundo parágrafo decorre: a) do uso de reticências; b) da ligação adequada das orações; c) da ausência de conectivos; d) da freqüência de preposições; e) do emprego de orações reduzidas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 117. U. Alfenas-MG “Brito, em seu depoimento, disse que recebeu autorização de Pitta para responder às reportagens que tratavam da não aplicação dos 30% em Educação, mas apontou o então chefe da Assessoria de Imprensa da Prefeitura, Henrique Nunes, como autor da nota. Nunes teria ditado o texto para Brito que, apesar de subscrevê-lo, não interessou-se em saber onde seria publicado, nem quanto custaria. ’Eu não sabia de que maneira isso seria feito‘, disse Brito ao juiz. ’E desconhecia que a resposta implicaria gastos públicos.‘” O Estado de S. Paulo, 30/1/98, C1. 46 ‘Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de personagens reais ou fictícios, dispõe o narrador de três moldes lingüisticos diversos conhecidos pelos nomes de discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre.’ No texto, o repórter fez uso do discurso direto nos períodos: a) 1 e 4. b) 2 e 3. c) 1 e 2. d) 3 e 4. e) 2 e 4. 118. Univali-SC GABARITO “A hora de dizer não Há quem afirme que a atual geração de filhos vem recebendo dos pais uma educação mais conservadora do que estes receberam dos avós. Pais e educadores estão redescobrindo a dimensão educativa de uma palavra antipática e necessária: não! Ainda é recente o grito de libertação: É proibido proibir! No entanto, hoje, existe quase um consenso: é preciso proibir. Os jovens libertários da década de 70, que pregavam o amor livre, os trajes nem sempre asseados, a desobediência civil e o consumo de drogas, são pais que optam por uma educação mais conservadora. São estes pais que reclamam dos filhos: eles não aceitam ouvir um “não”, estão sempre de mau humor, são agressivos, não sabem o que querem, passam horas falando ao telefone ou na Internet, estão sempre desafiando os limites... Os filhos, por sua vez, reclamam dos pais: os pais não confiam neles, só sabem dar broncas e impor regras, implicam com sua maneira de falar, de trajar e com suas amizades, só vêem o erro e não os acertos, não entendem seus problemas e tratamos como crianças diante dos amigos. Educação – ontem, hoje e sempre – implica conjugar liberdade e responsabilidade. Implica amor e firmeza. Quando apenas um dos termos vale, criam-se distorções. Educar é trazer para fora as possibilidades existentes na criança e no adolescente. Educar é ensinar que existem limites, horários e deveres. Educar é também conceder liberdade, para que o jovem forme seu caráter e suas convicções. Mas isto deve ser progressivo. Porque experientes, os pais conhecem os erros que eles mesmos cometeram e querem evitar que isso aconteça aos filhos. Educar é, sobretudo, exercitar o diálogo.” Missão Jovem, agosto de 1999. Deduz-se do texto que: IMPRIMIR a) “É proibido proibir” era o grito de libertação dos jovens da década de 70. b) “Uma educação mais conservadora” significa mais proibições. c) “Educação” diz respeito à Educação Infantil, ao Ensino Fundamental e Ensino Médio. d) “Exercitar o diálogo” subentende-se discutir o problema entre duas pessoas. e) Só liberdade e só responsabilidade produzem jovens mais livres e responsáveis. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões 119, 120 e 121. “O coelho e o cachorro (fragmento) IMPRIMIR GABARITO 47 De vez em quando surgem umas histórias que todos que contam juram ser verdade e até dizem que têm um primo que conheceu a vizinha da sobrinha da pessoa com a qual aconteceu. A mais célebre é aquela do sapatinho vermelho da sogra que desliza debaixo do banco do carro. Lembrou? Agora pintou uma nova. Simplesmente genial. Quem me contou garante que aconteceu na Granja Viana, bairro de classe média alta em São Paulo, na semana passada. Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai. O doido comprou um pastor alemão. Papo de vizinho: – Mas ele vai comer o meu coelho. – De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Problema nenhum. E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos ficaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes. Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso na sexta-feira. No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Pasmo. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, é claro, morto. Quase mataram o cachorro. – O vizinho estava certo... E agora, meu Deus? – E agora? A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade e boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso. Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro rosnando lá fora, lambendo as pancadas. – Já pensaram como vão ficar as crianças? – Cala a boca! Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas era infalível. Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador da sua mãe e coloca na casinha dele no quintal. Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim fizeram. Até perfume colocaram no falecido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho cardíaco. Umas três horas depois eles ouvem a vizinhança chegar. Notam o alarido e os gritos das crianças. Descobriram! Não deram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, lívido, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. – O que foi? Que cara é essa? – O coelho... O coelho... – O que tem o coelho? – Morreu! – Todos: – Morreu? Inda hoje de tarde parecia tão bem... – Morreu na sexta-feira! – Na sexta? Foi. Antes de a gente viajar as crianças enterraram ele no fundo do quintal! (...) O personagem que mais me cativa nesta história toda, o protagonista da história, é o cachorro. Imagina o pobre do cachorro que, desde sexta-feira, procurava em vão pelo amigo de infância, o coelho. Depois de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o pobrezinho e vai mostrar para os seus donos. Provavelmente estivesse até chorando, quando começou a levar porrada de tudo quanto é lado. O cachorro é o herói. O bandido é o dono do cachorro. O ser humano. Sim, nós mesmos, que não pensamos duas vezes. Para nós o cachorro é o irracional, o assassino confesso. E o homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro de nós. Julgamos os outros pela aparência, mesmo que tenhamos que deixar esta aparência como melhor nos convier. Maquiada. Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de nós, animais racionais.” PRATA, Mário. Isto é, 22/04/98. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 119. U.E. Norte Fluminense-RJ Entre as modalidades discursivas – dissertativa, narrativa, descritiva – uma delas apresenta estrutura com enredo e personagens. a) Cite a modalidade predominante no texto de Mário Prata. b) O cachorro é o protagonista da história. Identifique o antagonista. 120. U.E. Norte Fluminense-RJ O texto de Mário Prata nos conta uma história em tom de fábula. Nas fábulas, costuma haver um final moralizante. a) Identifique, no texto, o critério de julgamento utilizado pelos seres humanos. b) Transcreva dos três últimos parágrafos do texto uma frase completa que justifique a resposta anterior. 121. U.E. Norte Fluminense-RJ O autor utiliza expressões da linguagem coloquial. Reescreva as passagens abaixo, substituindo os termos sublinhados por outros do padrão mais formal da língua: a) “Agora pintou uma nova”. b) “As crianças enterraram ele no fundo do quintal”. Excerto (de texto que trata da mudança de localização do Palácio dos Bandeirantes) para a questão 122: 48 “É uma parceria que implica da mudança de zoneamento, reforma de prédios, incentivos fiscais para quem recupera patrimônio tombado, até cuidar de meninos de rua ou dos jardins.” O Estado de S. Paulo, 16/05/99, p. 3-18. 122. U. Alfenas O excerto pode ser considerado como um texto: a) argumentativo. d) épico. b) narrativo. e) de propaganda. c) descritivo. 123. Univali-SC GABARITO “Ordem na malhação Professor de ginástica costuma ser daquelas pessoas eternamente bem-humoradas, com uma disposição que parece não terminar nunca e ter sempre à mão – com justificativas científicas – a série ideal de exercícios para deixar o corpo do aluno próximo da perfeição. O bom-humor e a disposição podem ser autênticos, mas o conhecimento adequado para preparar a receita da malhação não necessariamente. Deveria ser o requisito básico, mas centenas de jovens belos e musculosos que comandam animadíssimas aulas nas academias nunca passaram nem perto de uma faculdade de Educação Física, onde deveriam ter aprendido o que ensinam. A partir deste mês, no entanto, os Conselhos Regionais e Federal de Educação Física prometem acabar com essa espécie de professor de fachada. As entidades colocarão em prática a lei, de 1998, que regulamenta a profissão (só agora, depois de anos, os conselhos estão preparados para fiscalizar sua aplicação). Ela estabelece que só poderá trabalhar na área aquele que for registrado no conselho e, portanto, formado em Educação Física. A abrangência da legislação vai além dos limites da academia. A lei vale para clínicas, hotéis, clubes e até condomínios, que serão obrigados a registrar o profissional como funcionário. Mais. Todos os estabelecimentos que tiverem como principal atividade a educação física deverão ser registrados no conselho.” IMPRIMIR Isto é, 22 de março de 2000. Assinale a alternativa que está de acordo com o texto acima. a) Depois de dois anos, os conselhos estão preparados para fiscalizar a aplicação da lei. b) Bom-humor é uma das características de todos os professores de Educação Física. c) Há tanta autenticidade na disposição e no bom-humor como no conhecimento para a malhação. d) Conselhos Regionais de Educação Física prometem acabar com a ginástica como atividade profissional. e) Nova lei regulamenta a profissão de professor de Educação Física. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 124. UnB-DF “A formiga e a cigarra Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”. Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha: — Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca? — Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a Paris e comprar esta Ferrari? — Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá? —Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO QUE O CARREGUE! MORAL DA HISTÓRIA: Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine.” 49 Fábula de La Fontaine reelaborada. http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html (com adaptações). IMPRIMIR GABARITO Em relação ao texto acima, julgue os itens a seguir. ( ) Considerando que, na fábula original, escrita por La Fontaine, a formiga é vista como uma trabalhadora-modelo, enquanto a cigarra é considerada como boa-vida, verifica-se que, nesta versão, reelaborada, o ensinamento principal mudou, pois mudou a maneira de se enxergar a relação lazer/trabalho. ( ) Nas linhas 8 e 9, as relações semântico-sintáticas estão organizadas de tal forma que a vírgula é desnecessária ( ) Na linha 10, a significação de “o que” está expressa depois dos dois-pontos. ( ) O emprego dado ao pronome “ele”, último período do texto, apesar de usual na língua falada, não atende às exigências da escrita culta: para tal, esse pronome deveria ser substituído por “o”, fazendo-se o ajuste devido entre o pronome e o verbo. ( ) O gênero fábula é uma narrativa breve tradicional que apresenta duas características básicas: personificação ou antropomorfismo, já que dá a animais ou a seres inanimados voz e comportamento similares aos humanos, e intenção de transmitir um ensinamento, um preceito ou uma lição de vida. INSTRUÇÃO: Leia o texto de Clarice Lispector e jugue os itens da questão 125. “Atenção ao Sábado Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra. Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não? No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde. Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Então eu não digo nada, aparentemente submissa. Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.” LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Galvão, São Paulo, Global, 1997. 125. UFMT ( ) A apresentação das ações respeita uma ordem cronológica e espacial. ( ) São claros os limites entre eventos vividos e a reflexão sobre eles. ( ) A personagem é caracterizada por traços realistas visando retratar a realidade brasileira. ( ) A modalidade discursiva utilizada é o monólogo interior. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens da questão 126: “Eiros A leitora Elza Marques Marins me escreve uma carta divertida estanhando que “brasileiro” seja o único adjetivo pátrio conhecido em “eiro” que, segundo ela, é um sufixo pouco nobre. Existem suecos, ingleses e brasileiros, como existem médicos, terapeutas e curandeiros. (...) É a diferença entre jornalista e jornaleiro ou entre músico ou musicista e roqueiro, timbaleiro ou seresteiro. Há o importador e há o muambeiro. “Se você começou como padeiro, açougueiro ou carvoeiro” – escreve Elza – “as chances são mínimas de acabar como advogado, empresário, grande investidor ou latifundiário, a não ser que se dê o trabalho de ser político antes”. Aliás, há políticos e politiqueiros. (...)” VERÍSSIMO, Luís Fernando. Jornal do Brasil, 7/10/95. 126. UFMT ( ) Segundo a leitora, alguns morfemas funcionariam como indicadores de status. ( ) O jornalista apresenta argumentos que contrariam a hipótese levantada pela leitora. ( ) De acordo com o texto, suecos e ingleses estão para médicos e terapeutas, assim como brasileiros estão para curandeiros. ( ) A teoria da leitora ganharia força, caso se recorresse ao par banqueiro/bancário. ( ) Na opinião da leitora de Veríssimo, o ciclo da pobreza poderia ser rompido por meio da carreira política. 50 Texto para as questões 127 a 129. IMPRIMIR GABARITO “Disputam-se “play-offs”, atualmente, no campeonato nacional. “Play-off” é um termo importado do basquete americano que ultimamente passou a integrar o repertório da crônica esportiva. A Confederação Brasileira de Futebol, CBF, resolveu rotular as finais de “play-offs”, no regulamento do atual campeonato, e os basbaques foram atrás. A história do futebol, no Brasil, é, entre outras coisas, uma história de triunfo da língua portuguesa. O futebol, esporte inglês, introduzido por ingleses no país, no início era jogado em inglês. Entrava, em campo não o goleiro, mas o “goalkeeper” não o zagueiro, mas o “back”. A aclimatação deu-se às vezes por simples aportuguesamento das palavras, como no “goal” que virou “gol”. Algumas poucas palavras inglesas ainda não caíram em completo desuso, como “corner”, mas “corner” já está perdendo feio para “escanteio”. O triunfo da língua reflete o triunfo o futebol. Mostra que o futebol se enraizou a tal ponto, nestas terras, que o povo acabou por revesti-lo com o que tem de mais particular e íntimo, que é o idioma. Eis que agora se tenta entregar o futebol de volta à língua inglesa – e, por cúmulo, não à língua inglesa da Inglaterra, mas dos Estados Unidos, um dos únicos países do mundo que não tem nada a ver com futebol, e com termos emprestados de outro esporte, o basquete. (...) Isto se dá quando nem estão nos pedindo nada. Nós é que nos oferecemos, em virtude de irrefreável impulso de submissão. Seria um caso incurável de carência de colonizador. Não, não compliquemos. Chamemos o fenômeno por seu nome. É bobeira mesmo.” TOLEDO, Roberto Pompeu. Entre a assistência e o play-off. Veja, 09/12/1998, p. 198. 127. UFPE No texto, o autor admite que os brasileiros: a) reagem contra todo tipo de submissão; b) rompem, facilmente, com a cultura colonizadora; c) acabaram por subverter, definitivamente, a imposição de estrangeirismos no campo do futebol; d) retrocederam na sua disposição de incorporar o vocabulário do futebol à língua portuguesa; e) rejeitam influências do inglês europeu sobre o vocabulário do futebol. 128. UFPE Leia os enunciados abaixo, referentes às idéias expressas no texto. 1. O tema da submissão brasileira à cultura estrangeira foi abordado sob o ponto de vista da prática esportiva. 2. A escolha de expressões como “um caso incurável de carência do colonizador” e “é bobeira, mesmo” confere um tom de repreensão, embora um tanto jocoso, ao texto. 3. Coube à Confederação Brasileira de Futebol a adaptação dos termos ingleses à língua portuguesa. 4. O texto demonstra que, ao longo de algum tempo, houve mudanças de atitude do brasileiro em relação ao uso de termos estrangeiros no futebol. Estão corretos apenas: a) 1, 2 e 4. b) 1, 3 e 4. c) 1 e 3. d) 2 e 3. e) 2 e 4. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 129. UFPE Assinale a alternativa em que se faz uma afirmação inaceitável em relação aos recursos gramaticais em negrito no texto. a) Na expressão ‘outro esporte’, a palavra em negrito constitui um recurso de coesão que relaciona o núcleo da expressão a ‘futebol’, referido anteriormente. b) Nesse trecho, o pronome de 1ª pessoa do plural, ‘nós’, tem como referente os brasileiros em geral. c) Em “Seria um caso incurável de carência de colonizador”, o verbo ser, no futuro do pretérito, indica que o autor preferiu não ser taxativo em sua apreciação. d) O verbo ‘chamar’ encontra-se no modo subjuntivo, indicando que o autor não tem certeza de que a ação possa realizar-se. e) Na última oração do texto, ‘mesmo’ foi aí inserido para reforçar a avaliação do autor. 51 130. Uneb-BA Este exercício, refere-se também ao texto “A Janela e o Menino” (das questões de 110 a 113). GABARITO “Nesta triste masmorra, de um semivivo corpo sepultura, inda, Marília, adoro a tua formosura. Amor na minha idéia te retrata; busca, extremoso, que eu assim resista à dor imensa, que me cerca e mata. Quando em meu mal pondero, então mais vivamente te diviso: vejo o teu rosto e escuto a tua voz e riso. Movo ligeiro para o vulto os passos: eu beijo a tíbia luz em vez de face, e aperto sobre o peito em vão os braços.” GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: Círculo do Livro, s/d. p. 127. Relacionando-se as situações vividas pelo menino do texto de Carlos Heitor Cony e pelo eu-lírico do poema de Tomás Antônio Gonzaga, constata-se que: a) ambos se sentem aprisionados e tristes; b) os dois se mostram desiludidos em face da impossibilidade de amar; c) um e outro sofrem pela incapacidade de romper as barreiras que os isolam do mundo; d) a condição do menino é fruto de sua opção existencial, enquanto a do sujeito poético é resultado de uma imposição circunstancial; IMPRIMIR e) o menino vivencia uma experiência de opressão social; já o eu-lírico se sente subjugado pela tirania do amor. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Com base nos textos abaixo, responda às questões de números 131 a 134. “Cartas de leitores Já conhecemos nossos governantes e políticos, suas índoles, seus defeitos, suas capacidades limitadas para soluções e amplas para confusões. Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes, se é que assim se pode dizer. Nada justifica a agressão física, seja qual for a manifestação, seja quem for o agredido ou o agressor. Nada justificará, jamais, a agressão sofrida pelo governador Mário Covas, por mais digna que fosse a manifestação. O que causa espanto é que se tratava de uma manifestação de professores. É esse o papel de um educador?” ÁVILA, Marcelo Maciel. O Globo.03/06/2000. “O país está chocado com as agressões que os representantes do povo estão sofrendo. As autoridades e a imprensa nacional têm-se manifestado severamente contra esses atos. Primeiro foi uma paulada no governador de São Paulo, depois um ovo no ministro da saúde e, em 1º de junho, outro ataque ao governador Mário Covas. O vice-presidente da república disse que o governador merece respeito. Concordo. Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem? O ministro da justiça cobrou punição judicial para os agressores, afirmando que a última manifestação transpusera os limites do tolerável. E a situação de extrema violência que nós, cariocas, estamos vivendo? Quando o ministro vai achar que foram transpostos os limites do tolerável?” COSTA DA SILVA, Arthur. O Globo.03/06/2000. 52 131. UERJ As duas cartas acima são de leitores expressando suas opiniões sobre o episódio de agressão ao governador de São Paulo em manifestação de professores em greve. O veículo de publicação das cartas – o jornal – impõe um limite de espaço para os textos. Em função desse limite de espaço, os dois textos apresentam como traço comum: a) combate a pontos de vista de outros leitores; b) construção de comprovações por meio de silogismos; c) expressão de opinião sem fundamentos desenvolvidos; d) escolha de assunto segundo o interesse do editor do jornal. 132. UERJ Em geral, esse tipo de carta no jornal busca convencer os leitores de um dado ponto de vista. Por causa dessa intenção, é possível verificar que ambas as cartas transcritas se caracterizam por: a) finalizar com perguntas retóricas para expressar sua argumentação; b) iniciar com considerações gerais para contestar opiniões muito difundidas; GABARITO c) utilizar orações de estruturação negativa para defender a posição de outros; d) empregar estruturas de repetição para reforçar idéias centrais da argumentação. 133. UERJ O fragmento que expõe a tese de cada uma das cartas, respectivamente, pode ser identificado em: a) “Já conhecemos nossos governantes” / “Quando o ministro vai achar que foram transpostos os limites do tolerável?” b) “Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes” / “a última manifestação transpusera os limites do tolerável.” c) “Nada justifica a agressão física” / “Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem?” IMPRIMIR d) “É esse o papel de um educador” / “Primeiro foi uma paulada no governador de São Paulo.” 134. UERJ Pela leitura da carta de Arthur Costa da Silva, é possível afirmar que as perguntas nela presentes têm o seguinte significado: a) questionar as atitudes dos políticos brasileiros; b) apontar falhas no discurso de autoridades brasileiras; c) propor uma reflexão acerca da atitude dos agressores; d) mostrar solidariedade ao comportamento dos manifestantes. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia o texto a seguir e responda às questões de 135 a 138. “Ano Novo, uma vida nova GABARITO 53 Hoje estamos ingressando em 1998. Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do terceiro milênio. Estaremos chegando mais perto de nós mesmos? Há uma abissal distância entre o que somos e o que queremos ser. Um apetite do Absoluto e a consciência aguda de nossa finitude. Olhamos para trás: a infância que resta na memória com sabor de paraíso perdido, a adolescência tecida em sonhos e utopias, os propósitos altruístas. Agora, nas atuais circunstâncias, o salário exíguo num pais tão caro; os filhos, sem projeto, apegados à casa; os apetrechos eletrônicos que perenizam a criança que ainda existe em nós. Em volta, a violência da paisagem urbana e nossa dificuldade de conectar efeitos e causas. Dentro do coração o medo de quem vive numa cidade que lhe é hostil. Como se meninos de rua fossem cogumelos espontâneos e não frutos do darwinismo econômico que segrega a maioria pobre e favorece a minoria abastada. O mesmo executivo que teme o seqüestro e brada contra os bandidos, abastece o crime ao consumir drogas. Ano Novo, vida nova. A começar pelo réveillon. Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e doces, encharcando-se de bebidas alcoólicas, como se a alegria saísse do forno e a felicidade viesse engarrafada. Ou a opção de um momento de silêncio, um gesto litúrgico, uma oração, a efusão de espíritos em abraços afetuosos. No fundo da garganta, um travo. Vontade de remar contra a corrente e, enquanto tantos celebram a pós-modernidade, pedir colo a Deus e resgatar boas coisas: uma oração em família, a leitura espiritual, a solidão entre matas, o gesto solidário que ameniza a dor de um enfermo. Reencontrar, no ano que se inicia, a própria humanidade. Despir-nos do lobo voraz que na arena competitiva do mercado nos faz estranhos a nós mesmos. Por que acelerar tanto, se teremos de parar no próximo sinal vermelho? Por que não escrever ao patrocinador do programa de violência e de pornografia na TV, e comunicar nossa disposição de cancelar o consumo de seus produtos? Por que não competir mais conosco em busca de melhores índices de virtudes e de valores morais, em vez de competir com o próximo? Ano novo de eleições. Olhemos a cidade. As obras que beneficiam certas empresas trazem proveito à maioria da população? Melhoraram o transporte público, o serviço de saúde, a rede educacional, os sacolões? Nosso bairro tem um bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas de lazer? Participamos do debate sobre o uso de verbas públicas? O político em quem votamos teve desempenho satisfatório? Prestou contas de seu mandato? Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias. Voto é delegação e, na verdadeira democracia, governa o povo através de seus representantes e de mobilizações diretas junto ao poder público. Quanto mais cidadania, mais democracia. Ano de nova qualidade de vida. De menos ansiedade e mais profundidade. Ano de comemorar 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. De celebrar dez anos, em janeiro, da ressurreição de Henfil e, em dezembro, de Chico Mendes. Aceitar a proposta de Jesus a Nicodemos: nascer de novo. Mergulhar em nós, abrir espaço à presença do Inefável. Braços e corações abertos também ao semelhante. Recriar-nos e reapropriar-nos da realidade circundante, livre de pasteurização que nos massifica na mediocridade bovina de quem rumina hábitos mesquinhos, como se a vida fosse uma janela da qual contemplamos, noite após noite, a realidade desfilar nos ilusórios devaneios de uma telenovela. Feliz homem novo. Feliz mulher nova.” Frei Beto. O Globo, 01 de janeiro de 1998. p. 7. 135. UFR-RJ Pode-se afirmar que o autor do texto “Ano Novo, uma vida nova” propõe à sociedade uma renovação: a) política e material; b) social e econômica; c) existencial e política; d) pessoal e financeira; IMPRIMIR e) política e econômica. 136. UFR-RJ O texto é uma dissertação argumentativa que parte da tese de que: a) o homem busca o progresso espiritual, mas se esquece do material; b) a sociedade tem buscado a espiritualidade no fim do segundo milênio; c) a sociedade deveria procurar “nascer de novo” num plano espiritual; d) o homem tem buscado a renovação política com base na democracia; e) o homem busca a plenitude, mas está condicionado às limitações materiais. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 137. UFR-RJ Fica evidente a proposta de sermos sujeitos do nosso tempo em: a) “Recriar-nos e reapropriar-nos da realidade circundante (...).” b) “Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e doces (...).” c) “Olhamos para trás: a infância que resta na memória (...).” d) “Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias.” e) “Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do terceiro milênio.” 138. UFF-RJ “Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras?...” Os dois pontos e o recurso gráfico do itálico no trecho acima permitem-nos a seguinte interpretação da frase “Aí vindes outra vez, inquietas sombras?...”: a) Indica a citação da obra “Fausto” escrita pelo poeta do trem. b) Refere-se a um desabafo proferido pelo narrador, ao se libertar de memórias antigas. c) Corresponde a uma explicação sobre o valor de uma narração literária. d) Trata-se de um meio de o poeta do trem se libertar da lembrança de outro poeta. e) Trata-se de uma citação de frase empregada anteriormente em obra literária. 54 139. Cefet-PR Leia o seguinte trecho, extraído de Machado de Assis, e depois responda: “Há dessas lutas terríveis na alma de um homem. Não, ninguém sabe o que se passa no interior de um sobrinho, tendo de chorar a morte de um tio e receber-lhe a herança. Oh, contraste maldito! Aparentemente tudo se recomporia, desistindo o sobrinho do dinheiro herdado; ah! mas então seria chorar duas coisas: o tio e o dinheiro.” A “luta terrível” na alma do sobrinho, de que fala o autor, consiste em: I. amaldiçoar a herança deixada pelo tio e recompor-se da perda o parente; II. lamentar a morte do tio e alegrar-se com a herança deixada por ele; III. desistir da herança e chorar a perda do tio. Sendo assim: a) apenas a afirmativa I está correta; d) estão corretas as afirmativas I e II; b) apenas a afirmativa II está correta; e) estão corretas as afirmativas I e III. GABARITO c) apenas a afirmativa III está correta; 140. Univali-SC “Volta às aulas (...) Ensinar a pensar também não é tão fácil assim. Não é um curso de lógica nem uma questão de formar uma visão crítica do mundo, achando que isso resolve a questão. Sair criticando o mundo, contestando as teorias do passado forma uma geração de contestadores que nada constrói, que nada sugere. Minha recomendação ao jovem de hoje é para que se concentre em uma das competências mais importantes para o mundo moderno: aprender a pensar e a tomar decisões.” IMPRIMIR Stephen Kanitz, Veja, 16 de fevereiro de 2000. Leia as afirmações a respeito do texto. I. É impossível ensinar a pensar, nem um curso de lógica consegue formar jovens críticos. II. Só formar uma visão crítica do mundo não resolve, não constrói, nada sugere. III. Aprender a pensar e a tomar decisões é uma das competências mais importantes para o mundo moderno. Está de acordo com o texto a alternativa: a) I e II são corretas; d) somente a III é correta; b) somente a II é correta; e) II e III são corretas. c) somente a I é correta; Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 141. Univali-SC “Parece-me que é chegado o momento de romper com tamanha complacência cultural, e, assim, conscientizar a nação de que é preciso agir em prol da língua pátria, mas sem xenofobismo ou intolerância de nenhuma espécie. É preciso agir com espírito de abertura e criatividade, para enfrentar – com conhecimento, sensibilidade e altivez – a inevitável, e claro que desejável, interpenetração cultural que marca o nosso tempo globalizante. Esse é o único meio de participar de valores culturais globais sem comprometer os locais. A propósito, Machado de Assis, nosso escritor, deixou-nos, já em 1873, a seguinte lição: ‘Não há dúvida que as línguas se aumentam e se alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes’. CASTRO, Álvaro. “Protegendo a língua nacional”. Jornal de Santa Catarina, 29/12/1999. Sobre o texto, está correta a alternativa: a) Certos modos de dizer, locuções novas e novas palavras são características do estilo de Machado de Assis, ao abordar o problema da globalização atual na língua pátria. 55 b) As línguas mudam com o passar do tempo e o número de vocábulos aumenta, em decorrência do acréscimo de termos estrangeiros e das necessidades dos usos e costumes. c) Não é condenável praticar o xenofobismo ou a intolerância de qualquer espécie no que se refere à língua pátria, só com a abertura a todo e qualquer termo estrangeiro seremos capazes de acompanhar, com sucesso, a globalização. d) A língua portuguesa, segundo Machado de Assis, não pode parar no século passado, porque a América foi incapaz de produzir riquezas novas. É preciso inovar, a qualquer preço. e) É preciso acabar com a complacência que cerca a língua pátria, voltando a valorizá-la e eliminando as contribuições estrangeiras. 142. Univali-SC GABARITO “Um investimento que vale a pena Sabe aquele funcionário que está sempre de bom humor, incentivando os colegas e chamando para si a responsabilidade de determinadas tarefas inclusive aquelas que ninguém se propõe a fazer? Pois é, esse funcionário está em alta nas empresas que pretendem sobreviver no próximo milênio. Por quê? Simplesmente porque investe no seu marketing pessoal. ‘Diferente do que muitas pessoas pensam, marketing pessoal não é tentar passar uma boa imagem daquilo que você não é, mas passar bem uma imagem daquilo que você realmente é’, afirma o gerente de marketing da Karsten e professor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Santa Catarina (SENAC), Nelson Marinho Teixeira. Segundo ele, isso seria uma tarefa fácil se as pessoas não ficassem tentando imitar o modelo de outras pessoas, e tentassem descobrir as suas virtudes. ‘Cada um deve investir naquilo que faz e que os outros não fazem’, argumenta. ‘Se pensarmos bem, veremos que a vida é mais simples do que nós a encaramos e, muitas vezes, gastamos muito tempo em busca de sermos o que não podemos ser’. (...)” AVENDANO, Jaime, Jornal de Santa Catarina, 19 e 20 de setembro de 1999. A melhor interpretação para o texto é: IMPRIMIR a) O funcionário deve fazer só o que os outros não querem. b) Deve-se passar a imagem daquilo que se é ao invés de imitar outras pessoas. c) Investir no marketing pessoal é muito penoso, necessita de mudança de humor, função etc. d) O marketing pessoal deve ser uma preocupação na hora de procurar emprego. e) Pode-se ser tudo usando marketing pessoal. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar As questões de 143 a 145 baseiam-se no texto abaixo. Leia, atentamente, todo o texto antes de resolvê-las: 56 “A importância do conto popular em nossa cultura é tão forte que precisamos ter muito claro o que se deve entender por popular, quando se trata de estudar gêneros literários. Geralmente se entende por popular um tipo de criação rústica, caracterizada pela simplicidade e pobreza expressiva. Talvez você mesmo pense assim. Mas, veja bem, se assim fosse, como se justificaria a influência que a tradição popular exerceu e continua exercendo sobre a literatura e as outras manifestações artísticas e culturais, inclusive aquelas de caráter eminentemente técnico? Se este legado existe, é porque a cultura popular é algo muito mais rico do que podemos imaginar. Popular é, portanto, uma manifestação cultural de caráter universal, nascida de modo espontâneo e totalmente indiferente a tudo que seja imposto pela cultura oficial. Também não pode ser entendido como sinônimo de regional, pois isto eliminaria a tendência universalizante das manifestações populares. Quer dizer, as criações populares não conhecem normas nem limites. Elas estão acima de qualquer tipo de aprovação social. O conto popular, embora tenha um caráter universal, seja uma criação coletiva e tenha vivido muito tempo graças à transmissão oral, apresenta um modo narrativo que o singulariza diante de outros tipos de narrativas. Com isso, é possível dizer que o conto popular é um gênero narrativo que desenvolve traços que se repetem em histórias criadas nos mais variados locais e épocas. Suas características composicionais não conhecem fronteiras de tempo nem de lugar.” MACHADO, Irene. Literatura e redação. São Paulo, Scipione, 1994. p. 28. IMPRIMIR GABARITO 143. UFMS Marque a(s) alternativa(s) que completa(m) corretamente a frase: O conto popular é um gênero narrativo que: 01. sobrevive até hoje apenas por força da transmissão oral; 02. desenvolve traços próprios que o distinguem de outros tipos de narrativas; 04. possui um caráter eminentemente regional; 08. não pode ser considerado como um gênero literário devido a sua simplicidade e pobreza expressiva. 16. apresenta características composicionais que variam no tempo e no espaço; 32. não se prende a um autor específico, já que se trata de uma criação coletiva. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 144. UFMS O termo popular, tal como aparece no texto, pode ser associado à(s) seguinte(s) características(s): 01. indiferença às imposições da cultura oficial; 02. tendência à universalização; 04. criação rústica; 08. manifestação culturalmente rica; 16. obediência às normas socialmente aprovadas; 32. caráter espontâneo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 145. UFMS Em relação ao texto lido, é correto afirmar: 01. Trata-se de um texto literário, pois discorre sobre o conto popular. 02. Em alguns momentos, a autora estabelece uma interlocução com o leitor. 04. O texto utiliza uma linguagem informal, próxima da variante popular. 08. A autora se preocupa não apenas em definir o conto popular enquanto gênero narrativo, mas também em caracterizar o termo popular. 16. Quanto à estruturação formal, o texto segue o esquema básico introdução – desenvolvimento – conclusão. 32. O texto pode ser classificado como opinativo, visto que a autora apresenta seus próprios pontos de vista sobre o assunto. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para a questão 146. “A Nona Conferência Internacional Americana e os Direitos Humanos 57 Os Estados americanos, no livre exercício de suas próprias soberanias, mediante um processo evolutivo que resultou na adoção de diferentes instrumentos internacionais, estruturaram um sistema regional de promoção e proteção dos direitos humanos, no qual se reconhecem e definem com precisão a existência desses direitos; se estabelecem normas de conduta obrigatórias destinadas a sua promoção e proteção, e se criam os órgãos destinados a velar pela fiel observância desses direitos. Esse sistema interamericano de promoção e proteção dos direitos fundamentais do homem teve seu início formal com a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, aprovada pela Nona Conferência Internacional Americana (Bogotá, Colômbia, 1948), durante a qual também foi criada a Organização dos Estados Americanos, cuja Carta proclama os “direitos fundamentais da pessoa humana” como um dos princípios em que se fundamenta a Organização. Além disso, foram aprovadas algumas resoluções que se enquadram no campo dos direitos humanos, tais como as convenções sobre concessão dos direitos civis e políticos à mulher, a resolução sobre a ‘Condição Econômica da Mulher Trabalhadora’ e a ‘Carta Internacional Americana de Garantias Sociais’, na qual os Governos da América estabelecem ‘os princípios fundamentais que devem proteger os trabalhadores de toda classe’ e que ‘estabelece os direitos mínimos de que devem eles gozar nos Estados americanos, sem prejuízo da possibilidade de que as leis de cada um possam ampliar esses direitos ou reconhecer outros mais favoráveis’, pois reconhecem que ‘as finalidades do Estado não se cumprem apenas com o reconhecimento dos direitos do cidadão mas também’ com a preocupação pelo destino dos homens e das mulheres, considerados não como cidadãos mas como pessoas’ e, conseqüentemente, deve-se garantir ‘simultaneamente tanto o respeito às liberdades políticas e do espírito, como a realização dos postulados da justiça social’.” 146. I.E. Superior de Brasília-DF Julgue os itens a seguir, de acordo com a leitura, compreensão e interpretação textuais. ( ) A Organização dos Estados Americanos foi criada especificamente para proteger os direitos fundamentais do homem. ( ) A concessão dos direitos civis à mulher enquadra-se no âmbito dos direitos humanos. ( ) As obrigações do Estado não se limitam ao campo da cidadania. ( ) O preconceito sexual ou religioso enquadra-se no campo das liberdades políticas. ( ) Infere-se do texto que os direitos da mulher estão dissociados dos direitos do homem. GABARITO INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens das questões 147 e 148: “Invasão de língua estrangeira tem várias razões. Uma é o prestígio. O inglês avançou nas nossas fronteiras porque é falado pela maior potência do planeta, que vende como ninguém sua música, seu cinema, sua televisão, sua literatura, sua tecnologia e o american way of life. Outra é a receptividade. Nós, já dizia Gláuber Rocha, temos complexo de vira-lata. O que vem de fora é melhor. (...) Hoje aportuguesamos termos que nem sonhavam figurar no Aurélio. A informática serve de exemplo. Deletar tomou a vez do velho apagar. Printar expulsou o imprimir. Startar cassou o começar. É isso. Quem não aderiu se tornou out. Que corra atrás do prejuízo. Peça help. E vire in.“ SQUARISI, Dad. Revista Exame, 18 de nov. 1998, p. 170. IMPRIMIR 147. UFMT – Modificada ( ) Dizer que os brasileiros têm complexo de vira-lata significa dizer que eles sofrem de xenofobia. ( ) Segundo Squarisi, é a ascendência cultural, e não econômica, que determina o prestígio de uma língua sobre as outras. 148. UFMT ( ) O aportuguesamento do vocabulário da informática em deletar, printar e startar é meramente semântico. ( ) As expressões “se tornou out” e “vire in” significam respectivamente “estar por fora” e “ficar por dentro”. ( ) O léxico do português brasileiro tem sido ampliado pela entrada e acomodação de estrangeirismos. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 149. UFPE Texto I “Capítulo CVII (em que se declara que bicho é o que se chama preguiça): Nestes matos se cria um animal mui estranho, a que os índios chamam “aí”, e os portugueses preguiça, nome certo mui acomodado a este animal, pois não há fome, calma, frio, água, fogo, nem outro perigo que veja diante, que o faça mover uma hora mais que outra; (...) e são estes animais tão vagarosos que posto um ao pé de uma árvore, não chega ao meio dela desde pela manhã até as vésperas.” SOUSA, Gabriel S. de. Tratado Descritivo do Brasil, 1587. Texto II “Festa da Raça Hu certo animal se acha também nestas partes A que chamam Preguiça Tem hua guedelha grande no toutiço E se move com passos tam vagorosos Que ainda que ande quinze dias aturado Não vencerá a distância de hu tiro de pedra” ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. 58 Sobre os textos I e II, qual alternativa é incorreta? a) O texto de Gabriel de Sousa utiliza o recurso da comparação para dar conta da realidade com que se defronta na terra ultramarina e transmiti-la aos europeus. b) O poema de Oswald de Andrade ilustra um procedimento comum aos nossos modernistas de primeira hora; o de tomar a literatura quinhentista como fonte de inspiração temática e formal. c) É inegável o tom jocoso e irônico de Oswald de Andrade ao fazer, com o título de seu poema, uma alusão à suposta preguiça do brasileiro. d) No texto I, o objetivo é ressaltar as peculiaridades da terra tropical, paradisíaca, recém-descoberta; já no texto II, o poeta busca resgatar a língua original do Brasilcolônia. e) A linguagem dos dois textos apresenta pontos em comum, não só no léxico como também na sintaxe. Mas a intenção era diversa: o primeiro queria encantar, seduzir, e o segundo, parodiar. IMPRIMIR GABARITO 150. Uneb-BA Texto I “A um vigário de certa freguesia, conhecido por ser muito ambicioso Reverendo vigário, que é título de zotes ordinário, como sendo tão bobo, e tendo tão larguíssimas orelhas, fogem vossas ovelhas de vós, como se fosseis voraz lobo? Quisestes tosquear o vosso gado, e saístes do intento tosqueado; não vos cai em capelo o que o provérbio tantas vezes canta, que quem ousadamente se adianta em vez de tosquear fica em pêlo? Intentastes sangrar toda a comarca, mas ela vos sangrou na veia d’arca, pois ficando faminto, e sem sustento, heis de buscar a dente qual jumento erva para o jantar, e para a ceia (...). Sois tão grande velhaco, que a pura excomunhão meteis no saco: já diz a freguesia que tendes de Saturno a natureza, pois os filhos tratais com tal crueza que os comeis, e roubais, qual uma harpia. Valha-vos; mas quem digo que vos valha? Valha-vos ser um zote, e um canalha: mixelo hoje de chispo, ontem um passa-aqui do Arcebispo! (...)” MATOS, Gregório de. In: Senhora Dona Bahia – Poesia Satírica de Gregório de Matos. Org. MENDES, Gleise F. Salvador: EDUFBA, 1996. p. 171-2. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto II “Jesuítas e Frades Que o mundo antigo s’erga e lance a maldição Sobre vós... remembrando a negra Inquisição, A hidra escura e vil da vil Teocracia, O Santo Ofício, as provas, o azeite, a gemonia... Lisboa, Tours, Sevilha e Nantes na tortura, Na fogueira Grandier, João Huss na sepultura, Colombo a soluçar, a gemer Galileu... De mil autos-da-fé o fumo enchendo o céu... Que a maldição vos lance a pena do Gaulês Tendo por tinta a borra das caldeiras de pez... Que o Germano a sangrar maldiz em feros hinos. É justo!... (...) 59 Oh! não! Mil vezes não! O poeta Americano Vos deve sepultar no verso soberano – Pano negro que tem por lágrimas de prata As lágrimas que a Musa inspirada desata!!! Se aqui houve cativos – eles os libertaram. Se aqui houve selvagens – eles os educaram. Se aqui houve fogueiras – eles nelas sofreram. Se lá carrascos foram – cá mártires morreram. Em vez de Inquisidor – tivemos a vedeta. Loiola – aqui foi Nóbrega, Arbues – foi Anchieta!” IMPRIMIR GABARITO ALVES, Castro. In: Poesias completas de Castro Alves. 17. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. p. 145-6. (Coleção Prestígio). Texto III “ENCOURADO, de costas, grande grito, com o braço ocultando os olhos. Quem é? É Manuel? MANUEL Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho de Davi. Levantem-se todos, pois vão ser julgados. JOÃO GRILO Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto perfeitamente que estou diante de uma grande figura. Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão importante, mas se não me engano aquele sujeito acaba de chamar o senhor de Manuel. MANUEL Foi isso mesmo, João. Esse é um de meus nomes, mas você pode me chamar também de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele gosta de me chamar Manuel ou Emanuel, porque pensa que assim pode se persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus. JOÃO GRILO Aquele Jesus a quem chamavam Cristo? JESUS A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou, por quê? JOÃO GRILO Porque... não é lhe faltando com o respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado. BISPO Cale-se, atrevido. MANUEL Cale-se você. Com que autoridade está repreendendo os outros? Você foi um bispo indigno de minha Igreja, mundano, autoritário, soberbo. Seu tempo já passou. Muita oportunidade teve de exercer sua autoridade, santificando-se através dela. Sua obrigação era ser humilde, porque quanto mais alta é a função, mais generosidade e virtude requer. Que direito tem você de repreender João porque falou comigo com certa intimidade? João foi um pobre em vida e provou sua sinceridade exibindo seu pensamento. Você estava mais espantado do que ele e escondeu essa admiração por prudência mundana. O tempo da mentira já passou.” SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 9 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1972. p. 146-8. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Os três textos, embora de épocas diferentes, interrelacionam-se, uma vez que focalizam a ação do clero na realidade do Brasil. Sobre eles, identifique as afirmativas verdadeiras. I. No Texto I, o pastor religioso é apresentado como um exemplo de comportamento mundano, distanciando-se, assim, de suas reais funções. II. No Texto II, a ação dos religiosos no continente americano é amaldiçoada devido ao seu caráter opressor. III. O Texto II evidencia um contraste entre as ações dos religiosos na Europa e na América. IV. No Texto III, a ação do representante terreno do clero é voltada para a defesa de valores essencialmente cristãos. V. Tanto no Texto I quanto no II, evidencia-se uma crítica à hipocrisia religiosa. VI. Os Textos I e III apresentam um ponto em comum: um enfoque crítico do comportamento dos representantes do clero. A alternativa em que todas as afirmativas indicadas são verdadeiras é: a) I e V; d) II, IV e V; b) II e III; e) II, III, IV e VI. c) I, III e VI; Texto para as questões 151, 152 e 153. GABARITO 60 “O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas crêem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal freqüência é cansativa. Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior, é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal. Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me escrever um livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças necessárias. Depois, pensei em fazer uma História dos subúrbios menos seca que as memórias do padre Luís Gonçalves dos Santos relativas à cidade; era obra modesta, mas exigia documentos e datas como preliminares, tudo árido e longo. Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falarme e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras ?...” IMPRIMIR ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo II, Rio de Janeiro: José Aguilar 1971, v. 1, p. 810-11. 151. UFF-RJ “A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.” Em relação à posição do narrador, expressa no fragmento acima, conclui-se que: a) A narrativa é feita a partir das mesmas idéias sobre si que o narrador possuía no momento mesmo em que os episódios da vida antiga ocorreram. b) O narrador aspira a uma reconstrução textual do passado, ignorando o ponto de vista do momento em que o texto é escrito. c) O julgamento sobre a vida antiga não é o mesmo que o narrador tinha, no tempo em que os eventos narrados ocorreram. d) O narrador, em determinado momento de sua vida, pretende reconstituir os eventos ocorridos em seu passado, tal como ocorreram então. e) A análise dos encantos da vida antiga parte dos mesmos pressupostos que o narrador tinha, na época em que antigamente vivia. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 152. UFF-RJ Uma das características da prosa de Machado de Assis é a presença de referências ao leitor de seus textos. Identifique o fragmento em que o narrador emprega uma forma lingüística que expressa o leitor a quem se dirige: a) “Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui.” b) “Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.” c) “Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim.” d) “Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal freqüência é cansativa.” e) “Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas crêem na mocidade.” 153. UFF-RJ O narrador do texto pouco aparece e menos fala, não tem amigos de longa data, e tenta, com certo humor, “atar as duas pontas da vida”, em sua narrativa. Assinale a Opção em que, através de outra linguagem – o cartum –, percebe-se um certo humor semelhante ao que constitui o texto de Machado de Assis, sobretudo no seguinte trecho: 61 “Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta.” a) b) GABARITO c) IMPRIMIR d) e) Caulos. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L&PM, sd. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto para as questões 154 e 155. “Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha 62 Muitos deles ou quase a maior parte dos que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que andavam sem eles, tinham os beiços furados e nos buracos uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha; outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio e os dois nos cabos. Aí andavam outros, quartejados de cores, a saber, metade deles da sua própria cor e metade de tintura preta, a modos de azulada; e outros quartejados de escaques. Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha. Esta terra, Senhor me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.” GABARITO Carta de Pero Vaz de Caminha in: ROBERTO, Paulo Pereira (org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda, 1999, p 39-40. Vocabulário: 1. “espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha”: associação de imagem com a tampa de um vasilhame de couro, para transportar água ou vinho, que recebia o nome de “espelho” por ser feita de madeira polida. 2. “tintura preta, a modos de azulada”: é uma tintura feita com o sumo do fruto jenipapo. 3. “escaques”: quadrados de cores alternadas como os do tabuleiro de xadrez. 4. “parma”: lisa como a palma da mão. 5. “chã”: terreno plano, planície. 154. UFF-RJ Assinale o fragmento que representa uma retomada modernista da Carta de Pero Vaz de Caminha. a) “O Novo Mundo nos músculos / Sente a seiva do porvir”. (Castro Alves). b) “Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá” (Gonçalves Dias). c) “A terra é mui graciosa / Tão fértil eu nunca vi.” (Murilo Mendes). d) “Irás a divertir-te na floresta, / sustentada, Marília, no meu braço” (Tomás Antônio Gonzaga) IMPRIMIR e) “Todos cantam sua terra / Também vou cantar a minha” (Casimiro de Abreu). Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 155. UFF-RJ “Pero Vaz Caminha 5 a descoberta Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até a oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra 10 os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam pôr a mão E depois a tomaram como espantados primeiro chá Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real 15 as meninas da gare 63 Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito olharmos 20 Não tínhamos nenhuma vergonha” ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 80. O procedimento poético empregado por Oswald de Andrade em seu texto é: a) reconhecer e adotar a métrica parnasiana, criando estrofes simétricas e com títulos; b) recortar e recriar em versos trechos da carta de Caminha, dando-lhes novos títulos; c) imitar e refazer em prosa a Carta de Caminha criando títulos para as várias seções; d) reconhecer e retomar a prática romântica, dando títulos nacionalistas às estrofes; e) identificar e recusar os processos de colagem modernistas, dando-lhes títulos novos. GABARITO “Os altos índices de repetência escolar só não são mais perversos que o conformismo de nossa sociedade com esse absurdo que está presente, de modo significativo, entre as classes sociais mais ricas e, de modo esmagador, entre as classes mais pobres. A verdade é que o fracasso na escola passou a ser encarado de forma tão natural que agora já faz parte da nossa cultura, de forma tão natural quanto a chuva, o sol, o calor e o frio. (...) O pior é que a responsabilidade da cultura da repetência é atribuída, via-de-regra, quase sempre às duas grandes vítimas desse monstrengo caótico que virou o ensino brasileiro: a criança e o professor. (...) A vontade política e a criatividade do povo comprovam, em algumas experiências, que é possível o Brasil mudar esse quadro. Estamos às vésperas de uma eleição e o nosso voto pode contribuir decisivamente para que a escola volte a ser a grande solução do Brasil e deixe de ser apenas mais um problema.” IMPRIMIR 156. U.F. Pelotas-RS Na imprensa brasileira, por ocasião das eleições de 1994, a UNICEF e a Fundação Odebrecht, sob o título “Você acha normal que uma criança carente fracasse na escola? Nós não.”, advertem os eleitores a respeito do cuidado com a escolha dos seus candidatos. Marque a alternativa que não está de acordo com o texto. a) Para o autor do texto, o problema da repetência será resolvido com vontade política e criatividade por parte do povo brasileiro. b) A seqüência “o fracasso na escola passou a ser encarado de forma tão natural que agora já faz parte de nossa cultura” pode ser substituída, sem prejuízo do sentido global, por “como o fracasso na escola passou a ser encarado de forma muito natural, agora já faz parte de nossa cultura”. c) A expressão “duas grandes vítimas desse monstrengo caótico” remete a termos posteriores a ela. d) As expressões “volte a ser” e “deixe de ser” levam, respectivamente, à dedução de que a escola já foi a grande solução do Brasil e de que há necessidade de que não seja mais um problema. e) O conformismo de nossa sociedade é menos perverso que os altos índices de repetência escolar. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 157. U.E. Maringá-PR Leia o texto a seguir: “Gênio da selva Apetite favorece a inteligência IMPRIMIR GABARITO 64 Quando se fala em bicho inteligente, a primeira palavra que vem à cabeça é o chimpanzé. Não é para menos. Parente mais próximo do homem, esse macaco africano consegue aprender por observação, usar ferramentas e se reconhecer no espelho. Os macacos-pregos pertencem a um grupo menos evoluído de primatas, o dos macacos do Novo Mundo. Apesar da distância, são muito mais parecidos com seus primos de terceiro grau da África do que com seus conterrâneos, como o macaco-aranha e o muriqui. “Eles podem andar sobre duas patas e também são perfeitamente capazes de aprender por observação”, ressalta o etólogo Eduardo Ottoni, da Universidade de São Paulo. As razões desse desenvolvimento cognitivo só começaram a ser compreendidas muito recentemente. Duas delas são fisiológicas. A primeira é o tamanho do cérebro, proporcionalmente maior nesses micos do que nos outros macacos americanos. A outra é o chamado polegar pseudoopositor, que dá uma destreza enorme ao animal. Ele consegue pescar, abrir latas e frutas e escavar a terra movido pelo ímpeto de encontrar comida. O apetite insaciável, aliás, é marca registrada dos espertos macacos-prego. Onívoros de carteirinha, eles são capazes de procurar comida nos lugares mais improváveis. Para comer coquinhos, seu prato preferido, usam uma ferramenta: ajeitam o fruto cuidadosamente numa pedra e jogam uma outra em cima, com força. Se não houver frutas nem insetos à mão, eles mudam a dieta e podem atacar plantações ou mesmo assaltar casas. Foi isso o que aconteceu em Fernandópolis, interior de São Paulo, em fevereiro de 1999. A população da cidade entrou em pânico com uma misteriosa quadrilha que aproveitava a ausência dos moradores para roubar comida. O caso foi resolvido em março, quando a Polícia Florestal prendeu, em flagrante, um bando bem organizado de 55 micos assaltantes. Os coitados haviam sido soltos numa mata na vizinhança da cidade, depois que o zoológico municipal fechou, e estavam com fome. Tiveram de apelar para o crime. A sociedade dos micos também é mais democrática que a média. Os outros primatas normalmente se organizam em torno de um macho dominante que controla o abastecimento do grupo. Entre os macacos-prego o poder é diluído. “Não existe um único líder no bando. As chefias são formadas por até três animais”, diz Eduardo Ottoni. Os mandachuvas dividem a própria comida com os seus subordinados. “São os únicos, além do homem e do chimpanzé, capazes de partilhar alimento”, observa Ottoni. Sem precisar disputar o coquinho de cada dia a mordidas, sobra tempo para atividades sociais e para cultivar amizades. Com relações tão complexas, o macaco-prego só podia mesmo ser um sujeito muito esperto.” Superinteressante, julho/00, p.72. De acordo com o texto: 01. existem duas razões fisiológicas para o desenvolvimento cognitivo do macaco-prego; 02. o macaco-prego é o parente mais próximo do homem e pertence a um grupo menos evoluído de primatas; 04. o macaco-aranha e o muriqui são macacos africanos; 08. o macaco-aranha e o muriqui são espécies de macacos da América, da mesma forma que o macaco-prego; 16. diferente dos outros primatas, na sociedade dos macacos-prego não existe a noção de poder e liderança. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 158. Univali-SC “Maria Maria Maria, Maria É um dom, uma certa magia, Uma força que nos alerta. Uma mulher que merece viver e amar Como outra qualquer do planeta. Maria, Maria É o som, é a cor, é o suor. É a dose mais forte e lenta De uma gente que ri, quando deve chorar, E não vive, apenas agüenta.” Milton Nascimento e Fernando Brandt. A opção que melhor sintetiza o trecho da canção é: a) Todas as mulheres merecem ser amadas. b) A mulher, Maria, apenas suporta a dor de viver. c) Maria, a mulher da canção, é uma combinação de força e resistência, como são todas as mulheres do planeta. d) Maria, no texto, simboliza os seres humanos que lutam, sofrem e resistem à dor de viver. e) A mulher brasileira, representada pela Maria da canção, transforma a dor em alegria, a lágrima em riso, e segue sua vida. Texto para as questões 159 e 160. 65 “A LÍNGUA NA LITERATURA BRASILEIRA IMPRIMIR GABARITO (Machado de Assis) Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não é raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave a que se junta o da excessiva influência da língua francesa. Este ponto é objeto de divergência entre os nossos escritores. Divergência digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros há que os adotam por princípio, ou antes por uma exageração de princípio. Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há portanto certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destroem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte da influência a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão. Feitas as exceções devidas, não se lêem muito os clássicos no Brasil. Entre as exceções poderia eu citar até alguns escritores, cuja opinião é diversa da minha neste ponto, mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se lêem, o que é um mal. Escrever como Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempo tem o seu estilo. Mas estudar-lhes as formas mais apuradas da linguagem, desentranhar delas mil riquezas que, à força de velhas, se fazem novas, – não me parece que se deva desprezar. Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum.” 159. AEU-DF Julgue os itens abaixo, em relação à compreensão e à interpretação do texto. ( ) Machado de Assis, em seu texto, propõe a mediação, por intermédio dos escritores, entre a tradição e a modernidade. ( ) Conquanto reconheça a necessidade de atualização da língua, o autor se opõe à tácita aceitação de modismos, principalmente por parte dos escritores. ( ) Machado, apesar de defender a preservação da essência lingüística do Português, não imputa aos literatos tal responsabilidade. ( ) Ele é de opinião que se pode muito bem prescindir do conhecimento dos clássicos para se saber corretamente a língua culta. ( ) É notória a sua preferência pelo aristocrático e o tradicional e o seu desprezo pelo popular e o moderno. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 160. AEU-DF Julgue os itens que seguem, em relação à teoria e aos estilos de época na Literatura Brasileira. ( ) De roupagem metalingüística, o texto lido pode ser classificado como crônica. ( ) Nele, Machado de Assis faz um ensaio crítico em que, após apresentação de uma tese, expõe os elementos que a compõem. ( ) Evitando o estilo fácil e superficial, o autor leva constantemente o leitor à reflexão, com sua dialética irresistível. ( ) Toda a fundamentação lingüística de Machado é profundamente influenciada pelas premissas saussurianas, que então vigoravam no Brasil do século XIX. 161. UnB-DF “Um grupo de alunos de uma escola de propaganda e marketing recebeu a tarefa de criar textos publicitários a partir de fragmentos de textos da literatura brasileira. Para isso, o grupo escolheu fragmentos que apresentam temáticas e enfoques diferenciados da realidade sociocultural, econômica ou política nacional, identificados abaixo.” Fragmento I 66 Procuremos, porém, neste intricado caldeamento a miragem fugitiva de uma sub-raça, efêmera talvez. Inaptos para discriminar as nossas raças nascentes, acolhamo-nos ao nosso assunto. Definamos rapidamente os antecedentes históricos do jagunço. Ante o que vimos a formação brasileira do norte é mui diversa da do sul. As circunstâncias históricas, em grande parte oriundas das circunstâncias físicas, originaram diferenças iniciais no enlace das raças, prolongando-as até ao nosso tempo. A marcha do povoamento, do Maranhão à Bahia, revela-as. CUNHA, Euclides da. Os sertões. In: Obra completa. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 162. Fragmento II “Quadrante que assim viemos, por esses lugares, que o nome não se soubesse. Até, até. A estrada de todos os cotovelos. Sertão, - se diz - o senhor querendo se procurar, nunca não encontra. De repente, por si, quando a gente não espera, o sertão vem. Mas, aonde lá, era o sertão churro, o próprio, o mesmo. Ia fazendo receios, perfazendo indagação. Descemos por umas grotas, no meio de serras de parte-vento e suas mães árvores.” ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Apud SANTOS, Volnir e Adão E. Carvalho. Literatura brasileira. 3ª ed. porto Alegre: Sulina. 1997. p. 158. GABARITO Fragmento III “E se eu lhe disser que vossa História está toda escrita, em magnífico resumo, na face e nas vidas das gentes que hoje se acham no réveillon do Comercial? E se eu vos assegurar que neste clube se agita uma espécie de microcosmo do Rio Grande? (...) Ali estão dois representantes do clã pastoril, os senhores de terras e gados, muitos deles descendentes dos primeiros sesmeiros...” VERÍSSIMO, Érico. O tempo e o vento. Apud Sergius Gonzaga. Manual de literatura brasileira, 5ª. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1989. p. 227. Fragmento IV “Agora estamos fartos de aventuras exóticas e mesmo de adjetivos clássicos e é possível dizer que este foi o último aventureiro exótico da planície. Um aventureiro que assistiu às notas de mil réis acenderem os charutos e confirmou de cabeça que a lenda requentou. Depois dele: o turismo multinacional.” SOUZA, Márcio. Galvez, o imperador do Acre. 12ª ed. Rio de Janeiro: Marco Zero. 1984. p. 13. Fragmento V “E mais! Um país de povo alegre, festeiro, que dribla todas as dificuldades com o célebre jeitinho, um país feliz! E mais! Um povo que nunca enfrentou guerras, nem pestes, nem vulcões, nem terremotos, nem furacões, nem lutas fratricidas. E mais! Um povo que convive em amenidade e cortesia, um povo prestativo, de coração bondoso, em que todas as cores e raças se misturam livremente, pois desconhece o preconceito racial, visto que aqui o preconceito é econômico.” IMPRIMIR RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro: Record. 1984. p. 626. Em cada um dos itens seguintes, julgue se o(s) fragmento(s) acima poderia(m) subsidiar a elaboração de um texto publicitário com a temática apresentada abaixo. ( ) fragmento II ( ) fragmento V ( ) fragmento I e III ( ) fragmento II e IV – integração nacional, pela abertura de rodovias. – divulgação de qualidades do país com vistas à atração de turistas para a festa de comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. – valorização das idiossincrasias regionais. – lançamento de uma fábrica brasileira de cigarros. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia o texto abaixo para responder a questão 41. “No Brasil, mas de passagem O processo de abertura econômica do país produziu mudanças na vida dos brasileiros, mas mexeu também com a rotina de milhares de estrangeiros. Desde 1990, grupos cada vez maiores de executivos oriundos de outros países mudaram-se com a família para o Brasil para trabalhar. O processo se intensificou com as privatizações ocorridas no setor de telecomunicações, com a venda de bancos para grupos estrangeiros e com a chegada da nova safra de montadoras de automóveis. Hoje, existem colônias de franceses no Paraná, graças à Renault. Em São Paulo, muitos espanhóis na esteira da Telefônica. A Bahia recebeu uma recente onda de americanos por causa da transferência da Ford, “roubada” do Rio Grande do Sul. Das 500 maiores companhias transnacionais, mais de 400 estão instaladas no país. Como o Brasil ganhou espaço no mundo dos negócios, nada mais natural que essas empresas transfiram para o país alguns executivos da matriz. Para as companhias, essa transferência representa um reforço na filial. Para os executivos e a família, a mudança é um sacolejo completo na vida.” BUCHALLA, Anna Paula, Veja, 26/04/2000. 162. UEMS De acordo com o texto é correto afirmar que: a) Os estrangeiros têm vindo, por iniciativa própria, em massa, procurar emprego em nosso país. b) A Renault construiu uma colônia de franceses no Paraná. 67 c) As multinacionais empregam executivos estrangeiros, já que aqui não há executivos preparados. d) As multinacionais transferem executivos da matriz para o Brasil objetivando reforçar sua filial. e) Todas as 400 empresas transnacionais instaladas no Brasil trouxeram seus executivos da matriz. Texto para a questão 163. “NOVOS & VELHOS IMPRIMIR GABARITO (Mário Quintana) Não, não existe geração espontânea. Os (ainda) chamados modernistas, com a sua livre poética, jamais teriam feito aquilo tudo se não se houvessem grandemente impressionado, na incauta adolescência, com os espetáculos de circo dos parnasianos. Acontece que, por sua vez, fizeram eles questão de trabalhar mais perigosamente, sem rede de segurança - coisa que os acrobatas antecessores não podiam dispensar. Quanto a estes, os seus severos jogos atléticos eram uma sadia reação contra a languidez dos românticos. E assim, sem querer, fomos uns aprendendo dos outros e acabando realmente por herdar suas qualidades ou repudiar seus defeitos, o que não deixa de ser uma maneira indireta de herdar. Por essas e outras é que é mesmo um equívoco esta querela, ressuscitada a cada geração, entre novos e velhos. Quanto a mim, jamais fiz distinção entre uns e outros. Há uns que são legítimos e outros que são falsificados. Tanto de um como de outro grupo etário. Porque na verdade a sandice não constituiu privilégio de ninguém, estando equitativamente distribuída entre novos e velhos, em prol do equilíbrio universal. E, além de tudo, os novos significam muito mais do que simples herdeiros: embora sem saber, embora sem querer, são por natureza os nossos filhos naturais.” 163. AEU-DF-Modificada Julgue os itens abaixo, em relação à compreensão e à interpretação do texto. ( ) Para Mário Quintana, apesar de equivocada, é latente a contenda entre novos e velhos poetas. ( ) Ao apontar os novos como herdeiros, deixa subjacente a condição de inferioridade deles em relação aos velhos. ( ) No primeiro parágrafo diz que a poética parnasiana, também foi responsável pelo aprendizado dos modernistas. ( ) Para ele, o ímpeto da loucura é exclusivo da senilidade. ( ) Depreende-se de todo que Quintana não estabelece relação direta entre a qualidade do poeta e sua faixa etária. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Textos para a questão 164. Texto I “Fragmento da Carta de Pero Vaz de Caminha ... a terra em si, é muito boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem.” Texto II “Carta de Pero Vaz (Murilo Mendes) 68 A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais. Diamantes tem à vontade, Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui.” 164. UFPB-PSS Após a leitura dos textos I e II, verifica-se que Murilo Mendes ironiza a exaltação da terra feita por Caminha. Essa ironia é traduzida claramente pelo(s) verso(s): a) A terra é mui graciosa, c) Tem goiabas, melancias, Tão fértil eu nunca vi. Banana que nem chuchu. b) No chão espeta um caniço, d) Diamantes tem à vontade, No dia seguinte nasce e) Quanto aos bichos, tem-nos muitos, Bengala de castão de oiro. GABARITO Texto para as questões 41 e 42. “Ainda não haviam louras, nem surfistas, nem mulatas, nem biquínis, nas praias douradas desse novo país. Havia outra raça bronzeada que corria nua pelas matas e florestas e pelo litoral. Araras, papagaios, onças, capivaras, um número sem fim de animais povoavam as selvas e constelações de pássaros enfeitavam os céus sem fumaça do novo mundo descoberto. Rios e riachos corriam límpidos, cristalinos e plenos de peixes. Árvores gigantescas e multidões de palmeiras formavam o imenso verde da futura bandeira. Era assim o Brasil de Cabral, já quinhentos anos passados. Como será esse país no futuro, quando for a vez desses meninos? Riachos, rios, árvores, palmeiras, onças e capivaras, araras e papagaios, cajueiros, mangueiras... ainda haverá?” IMPRIMIR Texto extraído da revista Rivista. Edição Zero. Fortaleza: Editora RISO, s/d, p.55. 165. UFPB-PSS A intertextualidade é a relação que ocorre entre dois ou mais textos. Essa relação pode dar-se em forma de paráfrase ou de paródia. O corpo do texto é uma paráfrase da Carta de Caminha pois: I. apesar da leve mudança no estilo, confirma a visão de Caminha sobre a terra descoberta; II. faz críticas explícitas ao aspecto ufanista da Carta; III. mantém o mesmo olhar positivo de Caminha sobre o futuro da terra brasileira; IV. embora escrita no mesmo estilo, critica de modo disfarçado a visão de Caminha sobre a terra descoberta. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): a) I, II e III. b) I e III. c) I. d) II e IV. e) III e IV. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 166. UFPB-PSS A respeito da manchete: Cabral descobre o caminho das Índias, é correto afirmar que o autor pretendia: a) dizer que havia muitas índias na terra descoberta; b) dizer que Cabral descobriu o caminho que o levaria para as Índias; c) usar a homonímia para causar um efeito humorístico; d) explorar a sinonímia das palavras; e) usar a paronímia a fim de confundir o leitor. As questões de números 167 e 169 referem-se ao texto abaixo. “É próprio da natureza humana olhar o passado com melancolia, como se o bom e o interessante não tivessem presente, nem futuro. Nessa operação mental, até o ruim de outrora ganha uma aura mágica, como demonstram os relatos das décadas de 60 e 70. Em suas reminiscências, a passagem do saudosismo para a mitificação é instantânea.” 69 167. Unifor-CE I. Os relatos das décadas de 60 e 70 limitam-se a um registro dos fatos sociais mais notáveis. II. Existe um tipo de operação mental capaz de transfigurar os acontecimentos do passado. III. Entre o saudosismo e a mitificação não há distância. A respeito dos enunciados acima, está correto o que se afirma somente em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 168. Unifor-CE De acordo com o texto: a) as noções de presente, passado e futuro fundem-se simultaneamente na mente humana; b) é tendência própria da natureza humana a visão fantasiosa do passado; c) os relatos das décadas de 60 e 70 revelam uma nota da melancolia reinante na época; d) o saudosismo é sentimento característico daqueles que usufruíram de um passado agradável; e) o bom e o interessante representam-se como alvo permanente da ambição humana. 169. Unifor-CE A expressão aura mágica denota no texto um: a) passado feliz; d) sentimento saudosista; b) sentido excepcional; e) ar misterioso. GABARITO c) halo de encantamento; 170. Unifenas “O Relógio Diante de coisa tão doída conservemo-nos serenos. Cada minuto de vida Nunca é mais, é sempre menos. Ser é apenas uma face Do não ser, e não do ser. Desde o instante em que se nasce já se começa a morrer.” IMPRIMIR Cassiano Ricardo. Considere as seguintes afirmações a respeito do texto: I. Os versos 3 e 4 expressam a idéia de que, a cada instante que passa, estamos mais próximos da morte. II. “Ser”, no verso 5, corresponde à nossa existência que é o estado transitório, ligado à classificação morfológica do verbo ser, que é de ligação. III. O relógio faz pensar na efemeridade de nossa existência na Terra. IV. Perpassam, em todo o poema, sentimentos de angústia, niilismo e revolta. Está correto o que se afirma apenas em: a) I e III. d) III e IV. b) II e IV. e) IV. c) II e III. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar As questões de números 171 a 173 baseiam-se no texto abaixo. 70 “Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos – e, antes de começar, digo os motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo notas: algumas que tomei foram inutilizadas e, assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada vez mais difícil, quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando a matéria superior às minhas forças, esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como adiante se verá. Também me afligiu a idéia de jogar no papel criaturas vivas, sem disfarces, com os nomes que têm no registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer do livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos esquecidos, repetindo palavras contestáveis e obliteradas? Restar-me-ia alegar que o DIP, a polícia, enfim, os hábitos de um decênio de arrocho, me impediram o trabalho. Isto, porém, seria injustiça. Nunca tivemos censura prévia em obra de arte. Efetivamente se queimaram alguns livros, mas foram raríssimos esses autos-de-fé. Em geral a reação se limitou a suprimir ataques diretos, palavras de ordem, tiradas demagógicas, e disto escasso prejuízo veio à produção literária. Certos escritores se desculpam de não haverem forjado coisas excelentes por falta de liberdade – talvez ingênuo recurso de justificar inépcia ou preguiça. Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a delegacia de Ordem Política e Social, mas nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer. Não será impossível acharmos nas livrarias libelos terríveis contra a república novíssima, às vezes com louvores de sustentáculos dela, indulgentes ou cegos. Não caluniemos o nosso pequenino fascismo tupinambá: se o fizermos, perderemos qualquer vestígio de autoridade e, quando formos verazes, ninguém nos dará crédito. De fato ele não nos impediu escrever. Apenas nos suprimiu o desejo de entregar-nos a esse exercício.” Graciliano Ramos. 171. Unifor-CE O autor enumera razões que justificam um silêncio de dez anos. Entre elas, é incorreta: a) existia uma censura prévia, que o impediria de publicar seu livro, caso o escrevesse; b) julgava-se incapaz de colocar num livro os acontecimentos que vivenciara; c) sentia-se desautorizado a relatar fatos sobre pessoas reais e identificá-las por seu verdadeiro nome; d) perdera as anotações que havia feito, com intenção de dar veracidade aos fatos; e) tencionava prender-se aos fatos, como realmente haviam ocorrido, sem romanceá-los. GABARITO 172. Unifor-CE Infere-se do final do texto que: a) sempre há pessoas que aceitam a opressão política e se beneficiam dela, para publicar suas obras; b) a falta de liberdade política, em qualquer época ou lugar, inibe também a capacidade de criação literária; c) numa época de força policial, os civis não conseguem fazer-se ouvir pelas autoridades do poder; d) escrever romances só é possível em determinadas situações políticas, com o uso de pseudônimos ou de outros disfarces; e) sem liberdade de criação, o escritor é como um cego, ou alguém em quem não se pode confiar; IMPRIMIR 173. Unifor-CE O autor situa num mesmo plano, como limites à liberdade de expressão, principalmente escrita: a) os fatos reais em oposição à invenção literária; b) um depoimento verdadeiro, contra a existência de uma censura prévia; c) a força policial e a ausência de anotações que sirvam de apoio à narrativa; d) a impossibilidade de escrever com clareza, e a proibição de usar nomes verdadeiros; e) as normas gramaticais e as ações da força policial. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Para responder às questões de números 174 a 175, considere o poema que segue. “Antes de lançares a semente no chão, antes de calculares os lucros da seara, e antes de somares o valor da jóia que vais dar a tua noiva, ou os cofres que tu vais encher e as coisas que tu vais transformar; vê através do pequeno embrião de árvore: a sombra, o pastor tocando a sua gaita e a virgem derrubada debaixo da fronde, e o neto do pastor subindo nos galhos à procura dos ninhos escondidos; e os ramos benfazejos descendo sobre novos berços. Vê o jovem enforcado num dos galhos sem folhas, e o Bem e o Mal sempre brotando da árvore; e as sementes, como nas parábolas sagradas dando de comer aos pássaros ou secando nas pedras; e sempre galhos subindo para a glória de Deus e sempre galhos descendo para a fome da terra.” LIMA, Jorge de. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974. v. 2, p. 57. 71 174. UFSE A idéia central do poema está em: a) Uma semente é a síntese da vida individual, familiar e do mundo todo. b) A árvore sempre foi e continuará associada à noção da bondade divina. c) A árvore que brota da semente é o símbolo da riqueza material. d) O Bem e o Mal fazem parte da vida, desde os tempos bíblicos. e) O cultivo da terra garante os alimentos de toda a população, no mundo inteiro. IMPRIMIR GABARITO 175. UFSE Infere-se corretamente do poema que: a) os galhos de uma árvore podem simbolizar mais as coisas boas que as más, desde que eles estejam floridos; b) os pássaros, mesmo aqueles que prejudicam uma plantação comendo as sementes, são símbolos do poder divino; c) as crianças serão sempre mais felizes e saudáveis se crescerem em contato com a natureza; d) a simplicidade da vida campestre, no ritmo lento da natureza, induz a uma acomodação do homem à rotina diária. e) a árvore é sinônimo de vida, tanto espiritual, por elevar seus galhos ao céu, quanto terrestre, por aquilo que produz. Texto para as questões 176 e 177. “Ciúme, como lidar com esse veneno Marido apaixonado desconfia que a mulher, linda, o trai com um amigo. A mulher é honesta, o amigo é sincero, mas o marido só enxerga à sua volta indícios da traição inexistente. Por fim, transtornado, mata a mulher e se mata. A tragédia, no seu cruel desenrolar, é velha como o mundo. Assim foi descrita magistralmente por William Shakespeare, no século XVII, no texto em que Otelo, o general mouro, mata a doce Desdêmona. Antes dele e depois dele, homens e mulheres mataram (e matam) pelo mesmo motivo: o ciúme, um sentimento insano, paranóico, doente, insuportável para quem sente e doído, perigoso, para quem é alvo dele. A morte é uma atitude extrema, mas as tragédias clássicas acabam sendo a melhor tradução para a força destruidora e devastadora desse sentimento. A realidade, o verniz civilizatório ou, simplesmente, a sobrevivência do bom senso mesmo que o cotovelo doa colocam freios em boa parte das pessoas que dele sofrem – por isso, e só por isso, as ruas não estão coalhadas de corpos adúlteros ou apaixonados desprezados. (...)” Veja: 14/06/2000. 176. UFR-RJ A narração que dá início ao texto aborda um tema: a) ausente nas obras clássicas; d) inerente a qualquer manifestação literária; b) recorrente na literatura universal; e) próprio da literatura socialmente engajada. c) cultivado pelas elegias pastoris; Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 177. UFR-RJ O comentário sobre o ciúme chama a atenção do leitor para: a) a ação inibidora das convenções sociais; b) a influência maléfica de uma obra literária; c) os perigos do verniz civilizatório para o homem; d) o adultério, como tema constante das tragédias gregas; e) a importância do século XVII para a literatura brasileira. Texto para as questões 178 e 179. “(minuano) 72 A chuva escorre na vidraça: na rua o vento uiva. E geme, na árvore dobrada. Lembrança – o vento pertence ao campo. Uma rês geme, vagabunda, gotejante: o vento a corta, como faca. Estranha faca: gelo e água. O vento nasce e morre no horizonte: o mundo é redondo. E no entanto o tempo passa: Do campo, o vento chega arrefecido na cidade. Protegido no copo de conhaque, divirto-me como os desenhos abstratos Que desenha em gotas na vidraça. E no entanto o vento uiva, mesmo na cidade: tem presente seu passado. Mais estranho: o mundo é redondo, o vento nasce e morre no horizonte; E sempre prossegue rumo ao norte.” Flávio Aguiar. 178. USU-RJ O vento só não causa no poeta: a) postura nostálgica em relação ao tempo; b) intenso questionamento sobre tempo; d) medo da fugacidade do tempo; e) curiosidade quanto à origem do vento. c) desligamento da realidade; 179. USU-RJ Marque a opção que apresenta a palavra que primeiro marca o tempo no poema: a) chuva. b) lembrança. c) vento. d) nasce. e) passa. 180. Univali-SC “Calouros como gente IMPRIMIR GABARITO As boas iniciativas que transformam o ritual de entrada na faculdade num momento feliz. Há caminhos suaves para abolir o trote violento. Em todo o país começa a vir à tona uma série de boas idéias que pode transformar o ritual de entrada na universidade um momento agradável – e não em festivais de estupidez. Há 15 dias, alunos do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Veiga de Almeida, do Rio de Janeiro, levam os calouros para a rua e, unidos, promoveram o “trote solidário”. Ninguém precisou pedir dinheiro na esquina ou teve os cabelos pintados. Para participar da festa, os calouros só precisaram levar 1 quilo de alimento não perecível. Arrecadou-se mais de 200 quilos, que serão doados para obras sociais. (...) A solução encontrada pela UERJ foi transformar o trote em atividade cívica. Em vez de cumprir tarefas vexatórias, os calouros ensinaram crianças de favelas a escovar dentes, como fizeram os alunos de Odontologia no ano passado, ou recolher lixo nas praias, tarefa dos novatos de Oceanografia. Em outros estados há iniciativas de trote solidário semelhantes ao da UERJ. Escolas como a FGV, a Faculdade de Economia e Administração (FEA) e a PUC, todas de São Paulo, transformaram a recepção em coleta de sangue. O hemocentro de São Paulo recebeu, no início do ano, 3.427 bolsas de sangue.” VIEIRA, Marceu - Época, 26 de abril de 1999. A idéia central do texto é: a) O trote aos calouros deve ser, de uma vez por todas, abolido. b) Há várias maneiras de camuflar o trote tradicional. c) As universidades têm obrigação de criar trotes sociais. d) Os trotes tradicionais podem virar trotes solidários. e) Os calouros são a favor dos trotes independentemente do tipo. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 181. Univali-SC “... são apresentadoras dos programas infantis, destinados às crianças. São apresentadoras medíocres interessadas apenas em ensinar a dança da bundinha, a dança da garrafa, essas coisas constrangedoras para um país que se diz sério e pretende crescer a começar por sua infância. Então fica assim: de um lado, a grande legião de crianças abandonadas à própria sorte neste país absurdo; e, de outro lado, as outras crianças que têm casa, têm família, que ficam diante da televisão vendo as representantes da inconseqüência nesse vale-tudo sombrio.” Revista Caros Amigos - março de 1999. Lygia – texto de Álvaro de Alves de Faria. A idéia central do texto é: a) As crianças, no Brasil, podem ser vistas como pertencentes a dois grandes grupos, ambos desamparados. b) Os programas infantis ensinam às crianças danças constrangedoras e escandalosas. c) A responsabilidade das apresentadoras de programas infantis nem sempre é o ponto forte da programação das emissoras. d) Uma crítica às apresentadoras de programas infantis, que poderiam contribuir para a educação infantil, mas pouco ou nada fazem nesse sentido. 73 e) Algumas crianças têm tudo: casa, família, assistência, enquanto outras nada têm, e vivem nas ruas. Texto para as questões 182. “É difícil ser faber e ludens ao mesmo tempo Somos sempre faber e ludens, ainda que dificilmente ao mesmo tempo. Divertir-se trabalhando ou trabalhar divertindo-se é, em tese, o objetivo de todos, mas, na prática, uma exceção válida para muito poucos, em muito poucas circunstâncias... Algumas pessoas dizem que o trabalho é sua principal diversão, mesmo quando dispõem de outras alternativas e as aproveitam. São alguns privilegiados – como artistas, esportistas, artesãos profissionais e alguns executivos e empresários –, pessoas que conseguem imprimir um ritmo pessoal de intensidade e tempo ao seu trabalho e condições próprias de execução.” GABARITO CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. Introdução. In: Educação para o lazer. São Paulo: Moderna, 1998. p. 22. 182. UnB-DF Julgue os itens que se seguem, a respeito da organização das idéias do texto. ( ) O texto “ainda que” confere à oração subordinada uma idéia de conseqüência e admite ser corretamente substituído por já que. ( ) Na linha 4, o termo “muito”, que intensifica “poucos” e “poucas”, é uma palavra invariável quanto a gênero e número. ( ) Depreende-se do texto que “pessoas que conseguem imprimir ritmo pessoal de intensidade e tempo ao seu trabalho e condições próprias de execução” são aquelas que alcançam o “objetivo de todos”. ( ) O texto demonstra que a tese de que somente o trabalho lúcido dignifica o homem não é comprovada na prática. ( ) Infere-se da leitura do texto que a intensidade e o tempo aplicados ao trabalho são fatores relacionados ao “ritmo pessoal”. IMPRIMIR Texto para a questão 183. “Confissões de Gisele Bündchen para o editor-chefe da revista Ícaro Brasil, Mac Margolis, no Bubby’s, em Nova York Trabalho e prazer. No começo eu confesso que trabalhava mais pelo dinheiro. Com o tempo, comecei a levar o trabalho numa boa. Num dia, você tem que ser sexy, no outro, ingênua e, depois, maluquete. Hoje uma soldada na guerra, amanhã uma perua no shopping. É como vida de atriz, só que o palco é a capa da revista, a passarela. E depois? Daqui a cinco anos, penso em cair fora. Não quero trabalhar para sempre. Quero voltar ao Brasil, casar, ter filhos e uma fazenda. Quero aprender com a indústria da moda, não me destruir com ela.” Ícaro Brasil, 1/2000 (com adaptações). Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 183. UnB-DF Com relação ao texto e ao fragmento de texto acima, julgue os itens seguintes. ( ) Considerando que as expressões “faber” e “ludens” correspondem, respectivamente, a trabalho e divertimento, é correto concluir que a entrevistada admite que deixou de ser muito faber para se tornar mais ludens. ( ) Para que o fragmento de texto obedeça às exigências da norma culta formal, as expressões “levar o trabalho numa boa” e “cair fora” devem ser substituídas, respectivamente, por carregar bem o trabalho e precipitar-me. ( ) No fragmento de texto, o pronome pessoal “você” está empregado como indicador de um sujeito indeterminado, corresponde tanto a eu, Gisele Bündchen, como a qualquer pessoa nas mesmas circunstâncias. ( ) No fragmento do texto, pela significação textual, as expressões “Quero aprender” e “não me destruir” são empregadas como semanticamente equivalentes. Texto para a questão 184: GABARITO 74 “O trecho abaixo foi retirado dos PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – ENSINO MÉDIO (Brasília, DF: Ministério da Educação. 1999, p. 133-4). Leia-o, com atenção, e responda à questão proposta. Qualquer inovação tecnológica traz certo desconforto àqueles que, apesar de conviverem com ela, ainda não a entendem. As tecnologias não são apenas produtos de mercado, mas produtos de práticas sociais. Seus padrões são arquitetados simbolicamente como conteúdos sociais, para depois haver uma adaptação mercadológica. As tecnologias da comunicação e informação não podem ser reduzidas a máquinas; resultam de processos sociais e negociações que se tornam concretas. Elas fazem parte da vida das pessoas; não invadem a vida das pessoas. A organização de seus gêneros, formatos e recursos procura reproduzir as dimensões da vida no mundo moderno, o tempo, o espaço, o movimento: o mundo plural hoje vivido. Novos modos de sentir, pensar, viver e ser, construídos historicamente, se mostram nos processos comunicativos derivados das necessidades sociais. Cabe à escola o esclarecimento das relações existentes, a indagação de suas fontes, a consciência de sua existência, o reconhecimento de suas possibilidades, a democratização de seus usos.” 184. UFMS Assinale a(s) alternativa(s) que se mostra(m) ao texto lido. 01. Os padrões das inovações tecnológicas adaptam-se, em primeiro lugar, às exigências do mercado de consumo para, em seguida, atender às demandas sociais. 02. Embora hoje as tecnologias de comunicação e informática façam parte do cotidiano das pessoas, estas ainda resistem ao seu uso por falta de conhecimento sobre o assunto. 04. O sentimento experimentado por aqueles que ainda não entendem as inovações tecnológicas é de desconfiança, já que estas representam o trato com o novo, com o desconhecido que amedronta. 08. Os processos comunicativos têm sua origem nas necessidades sociais e, portanto, espelham, na atualidade, os múltiplos aspectos que caracterizam a vida do homem. 16. As tecnologias em questão podem ser tomadas como máquinas, pois resultam de processos históricos e sociais que, apesar de simbólicos a princípio, acabam por concretizar-se. 32. A escola não deve opor-se às tecnologias de comunicação e informática, mas utilizálas, com cautela e moderação, adequando-as às suas possibilidades e às exigências do mercado de consumo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 185. UFGO Leia a mensagem publicitária abaixo, publicada em O Popular, em 1º ago. 1999. IMPRIMIR DIA 9, SAIA DO STRESS A partir do dia 9, toda segunda-feira, você vai ficar mais relaxado e em boa companhia. Serão 16 sessões de uma análise completa e descomplicada dos livros indicados para os vestibulares da Federal, da Católica e outras faculdades. É só ler e relaxar que você tira de letra qualquer questão de literatura. Afinal, vestibulando e stress dão uma mistura explosiva. Fique esperto! Toda 2ª vai ter um novo livro pra você! Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Considerando-se que, para o vestibular, a leitura obrigatória de livros da literatura brasileira tem um propósito pedagógico, é oportuno perguntar-se: no cumprimento desse dever que se impõe ao vestibulando? Analisando-se os efeitos de sentido que a linguagem permite criar no referido anúncio, pode-se afirmar que: ( ) se depreende do texto uma associação entre stress, vestibular e leitura dos livros; daí se sugere que, lendo o material anunciado, o vestibulando estará valendo-se de um meio de atenuação do stress decorrente das muitas exigências do vestibular; ( ) o canal, explicitado pela palavra você, recebe a ênfase nessa comunicação, devido à predominância da função fática; ( ) o vestibulando terá, não apenas de relaxar-se e ler a análise dos livros indicados, mas também de ler os próprios livros, para “tirar de letra qualquer questão de literatura”; ( ) a metonímia utilizada na última frase do texto pode induzir o leitor a um equívoco intelectualmente danoso; o de acreditar que a análise do livro dispensa a leitura do mesmo. Leia o texto que segue para responder a questão 186. 75 “Faz parte de nossa tradição tomar mate. Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água quente. Tereré é o refresco, bem gelado. De acordo com o clima, passa-se do chimarrão ao tereré. Para tomar mate é necessário adquirir-se uma cuia, morena e matuta, uma bomba ou bombilha e a erva moída, tudo semelhante a “um coração verde com uma artéria de prata”, conforme poema do gaúcho Aparício Silva Rillo. O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal. Se houver os serviços de alguma bugra para “carregar mate”, ótimo. “Carregar mate” significa alguém ficar segurando a chaleira, passar a cuia de uma mão para a outra, de uma boca para a outra, respeitando a vez de cada um, a animação da prosa e o ritmo dos sorvos. Levar a chaleira lá dentro para esquentar de novo quando a água começar a esfriar, para não azedar o mate. É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo. Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfurarem a tarde com suas pontas de lata, a conversa será mais lenta. Se alguém falar alguma frase, alguma palavra em guarani, como chê-kambá ou cunhataí, dará mais sabor à erva. Importante mesmo é que haja um clima de comunhão, de cachimbo da paz, tudo muito morno e quente. (...)” GABARITO NOVEIRA, Raquel. O arado e a estrela. Campo Grande, Ed. UCDB, 1996. p. 23. 186. UFMS Marque a(s) alternativa(s) que NÃO está(ão) de acordo com o texto. 01. O mate é o principal ingrediente tanto do chimarrão quanto do tereré. 02. As duas bebidas – o chimarrão e o tereré – são tomadas sempre durante o dia, com sol forte e poeira envolvendo tudo. 04. Os serviços de uma bugra para “carregar mate” são indispensáveis, senão a erva pode azedar. 08. A expressão na hora do quiriri, tal como aparece no 6º (sexto) parágrafo, pode ser associada à chegada da noite. 16. O uso de palavras ou expressões em guarani faz parte de um ritual mágico inerente à tradição. 32. O que importa realmente para quem toma mate não são as condições atmosféricas, mas o espírito de serenidade e união que se cria entre os participantes. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR Texto para a questão 187. “O grafiteiro pixou no muro caiado: ‘Herrar é umano.’ Considere as seguintes atitudes: 1. Você corrige um erro. 2. Você corrige dois erros. 3. Você não corrige nada e elogia a criatividade do grafiteiro. 4. Você fica louco da vida, xinga o cara de ignorante e manda repintar o muro.” (Lourenço Diaféria) Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 187. UFMT Assinale V, para verdadeiro, e F, para falso: ( ) Na expressão pichar em muro caiado, contrapõem-se duas cores, literalmente, o preto e o branco. ( ) Escrever em muros e paredes e aplicar piche são acepções do verbo pichar e ambos cabem no texto. ( ) As opções 3 e 4 refletem posturas diferentes em face da escrita, uma de aceitação e outra de não-aceitação de problemas relativos à ortografia. ( ) O texto faz alusão à escola pela escolha tanto da forma de dizer quanto daquilo que diz. Leia os textos que seguem. Eles servirão de base para as questões 188 e 189: IMPRIMIR GABARITO 76 Texto I “(...) Esse negócio de língua estrangeira em país colonizado é fogo. A começar que a nossa língua oficial, o português, nós a recebemos do colonizador luso, o que foi uma bênção. Imagina se, como na África, nós tivéssemos idiomas nativos fixados em profundidade, ou, então, se fosse realidade a falada “língua geral” dos índios, que alguns tentaram, mas jamais conseguiram impor como língua oficial do brasileiro. Mesmo porque as tribos indígenas que povoaram e ainda remanescem pelos sertões, cada uma fala o seu dialeto; o pataxó, por exemplo, não tem nada a ver com o falar dos amazônicos; pelo menos é o que informam os especialistas. Mas, deixando de lado os índios que nós, pelo menos, pretendemos ser, falemos de nós, os brasileiros, com o nosso português adaptado a estas latitudes e língua oficial dos nossos vários milhões de nativos. Pois aqui no Brasil, se você for a fundo no assunto, toma um susto. Pegue um jornal, por exemplo: é todo recheado de inglês, como um peru de farofa. Nas páginas dedicadas ao show business, que não se pode traduzir literalmente por “arte teatral”, tem significação mais extensa, inclui as apresentações em várias espécies de salas, ou até na rua, tudo é show. E o leitor do noticiário, se não for escolado no papo, a todo instante tropeça e se engasga com rap, punk, funk, soap-opera, etc., etc. Cantor de forró do Ceará, do Recife ou Bahia só se apresenta com seu song book, onde as melodias podem ser originalmente nativas, mas têm como palavras-chave esse inglês bastardo que eles inventaram e não se sabe se nem os próprios americanos entendem. No esporte é a mesma coisa, ou pior. Já que os nossos esportes foram importados (até a palavra que os representa – sport – é inglesa). O meu querido ministro Pelé tenta descaracterizar o neologismo, chamando-o de ‘desporto’. Mas não pega. Verdade que o jornalismo esportivo procura aclimatar o dialeto, traduzindo como pode os nomes importados – goal keeper já é goleiro, back é beque, e há traduções já não tão assimiladas que ninguém diz mais senão “centroavante”, “meio-de-campo”, etc. Engraçado nós sermos um país tão apaixonado por esporte, especialmente o futebol (não mais foot-ball), e nunca fomos capazes de inventar nenhuma modalidade de peleja esportiva. Os índios têm lá os jogos deles, mas devem ser chatos ou difíceis, já que a gente não os conhece nem de nome. Ficamos nas adaptações tipo “futevôlei”, que, pelo menos, é engraçado.” Rachel de Queiroz. Texto II 188. UEMS No texto I, é possível inferir que: a) A autora defende a utilização de uma “língua geral” dos índios como língua oficial do brasileiro. b) O fato do inglês “rechear” os jornais, por exemplo, demonstra a intenção do jornalista em impor aquela língua. c) O português é língua oficial do Brasil e o inglês, por exemplo, é estrangeira imposta pelo colonizador. d) Os neologismos impostos pelos jornalistas esportivos deveriam ser banidos do nosso idioma. e) Palavras estrangeiras, como as do texto, permitem que o falante invente e importe as palavras que melhor lhe convier. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 189. UEMS A respeito do texto II, é possível concluir que: I. O inglês é tão usado no Brasil que algumas palavras acabam sendo incorporadas ao nosso idioma. II. Em virtude de tantas palavras importadas, falar português é como falar inglês. III. Quando necessárias, as palavras estrangeiras são bem-vindas à língua portuguesa. Estão corretas: a) I. b) I e III. c) I e II. d) II e III. e) III. 190. UFSE “vê através do pequeno embrião de árvore” O verso em que o poeta emprega a palavra correspondente à expressão em negrito é: a) antes de lançares a semente no chão; d) ou os cofres que tu vais encher; b) antes de calculares os lucros da seara; e) e as coisas que tu vais transformar. c) o valor da jóia que vais dar a tua noiva; 191. U. Salvador-BA 77 “Ofendido vos tem minha maldade. É verdade, Senhor, que hei delinqüido, Delinqüido vos tenho, e ofendido, Ofendido vos tem minha maldade. Maldade que encaminha a vaidade, Vaidade que todo me há vencido, Vencido quero ver-me e arrependido, Arrependido a tanta enormidade. Arrependido estou de coração, De coração vos busco, dai-me os braços, Abraços que me rendem vossa luz. Luz que claro me mostra a salvação, A salvação pretendo em tais abraços, Misericórdia, amor, Jesus, Jesus!” MATOS, Gregório de. Soneto. In: Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p. 281. IMPRIMIR GABARITO Assinale V para as afirmativas comprováveis no texto e F, para as não comprováveis. ( ) Dualidade entre o profano e o sagrado. ( ) Consciência da efemeridade das coisas. ( ) Predominância do hipérbato na primeira estrofe. ( ) Relação de equivalência semântica entre os versos 6 e 7. ( ) Relação de causa e efeito apresentada no verso 3. ( ) Estruturação do poema segundo padrões clássicos: soneto, a rigidez métrica e a regularidade das rimas. 192. Uneb-BA Texto I “O sujeito fez sinal aos dois urbanos, que o acompanharam logo, e encaminharam-se todos para o interior da casa. Botelho, à frente deles, ensinava-lhes o caminho. João Romão ia atrás, pálido, com as mãos cruzadas nas costas. Atravessaram o armazém, depois um pequeno corredor que dava para um pátio calçado, e chegaram finalmente à cozinha. Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócaras no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro. Os polícias, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza, então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado.” E depois emborcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.” AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: FTD, 1993. p. 229-30. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto II “Através de grossas portas, sentem-se luzes acesas, – e há indagações minuciosas dentro das casas fronteiras. “Que estão fazendo, tão tarde? Que escrevem, conversam, pensam? Mostram livros proibidos? Lêem notícias nas Gazetas? Terão recebido cartas de potências estrangeiras?” (Antiguidades de Nimes em Vila Rica suspensas! Cavalo de La Fayette saltando vastas fronteiras! Ó vitórias, festas, flores das lutas da Independência! Liberdade – essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!) E a vizinhança não dorme: murmura, imagina, inventa. Não fica bandeira escrita, mas fica escrita a sentença.” MEIRELES, Cecília. Obra Poética. 3. ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972. p. 151-2. As afirmativas a seguir referem-se ora ao texto I, ora ao texto II. A que evidencia uma idéia comum aos dois textos é: a) Morte vista como libertação. b) Liberdade enfocada no plano individual. c) Liberdade, bem coletivo, fruto da luta política. 78 d) Denúncia da exploração do homem pelo homem. e) Liberdade como valor imprescindível à condição humana. 193. UFPE GABARITO “Abrasileiramento da língua portuguesa no Brasil dos primeiros tempos A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo que com a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais doces deste mundo. Sem rr nem ss; as sílabas finais moles; palavras que só faltam desmanchar-se na boca da gente. A linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem um sabor quase africano: cacá, pipi, bumbum, nenen, tatá, lili (...) Esse amolecimento se deu em grande parte pela ação da ama negra junto à criança; do escravo preto junto ao filho do senhor branco. E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente, toda ela sofreu no Brasil, ao contacto do senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes deliciosos para o ouvido. Efeitos semelhantes aos que sofreram o inglês e o francês noutras partes da América, sob a mesma influência do africano e do clima quente.” FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala, 9ª ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1958. Com base na compreensão do texto, analise a coerência das seguintes afirmações: 1. O autor põe em paralelo os campos da linguagem e da gastronomia brasileiras, destacando, nesses campos, a influência da cultura africana. 2. A escolha das palavras, do princípio ao final do texto, reforça a convergência encontrada pelo autor entre ‘falar’ e ‘saborear’. 3. O falar “doce”, “esse português de menino”, inaugurado com a ama negra, firmou-se em todas as regiões do Brasil, indistintamente. IMPRIMIR 4. O autor demonstra perceber que há níveis distintos de formalidade entre o falar da criança e aquele do adulto. 5. O fato apreciado pelo autor constitui uma particularidade da língua portuguesa em solo americano. Estão corretas apenas: a) 2, 3 e 5. b) 1, 2 e 4. c) 1, 3 e 4. Voltar d) 4 e 5. e) 1, 2, 3 e 5. Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia o texto abaixo para responder às questões de 194 a 196. “Confidência do Itabirano 79 Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil; este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!” Carlos Drummond de Andrade. 194. U.F. Juiz de Fora-MG Assinale o verso que melhor o explica o título do poema: a) “Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.” b) “Noventa por cento de ferro nas calçadas.” c) “este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval.” GABARITO d) “de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.” 195. U.F. Juiz de Fora-MG Assinale a alternativa que melhor expressa uma relação de causa e conseqüência: a) “Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira.” b) “Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!” c) “Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.” d) “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público.” 196. U.F. Juiz de Fora-MG Assinale a única alternativa correta: a) no poema, delineia-se o impulso erótico que é, no entanto, reprimido; b) o orgulho faz com que o poeta renegue sua terra natal; c) o poeta, ao se tornar funcionário público, abandona a postura crítica; d) o poeta expressa seu entusiasmo por ser itabirano. IMPRIMIR 197. PUC-RJ Texto 1: “Já era tarde. Augusto amava deveras, e pela primeira vez em sua vida; e o amor, mais forte que seu espírito, exercia nele um poder absoluto e invencível. Ora, não há idéias mais livres que as do preso; e, pois, o nosso encarcerado estudante soltou as velas da barquinha de sua alma, que voou, atrevida, por esse mar imenso da imaginação; então começou a criar mil sublimes quadros e em todos eles lá aparecia a encantadora Moreninha, toda cheia de encantos e graças. Viu-a, com seu vestido branco, esperando-o em cima do rochedo, viu-a chorar por ver que ele não chegava, e suas lágrimas queimavam-lhe o coração.” MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. São Paulo: Ática. 1997 p. 125. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Texto 2: “Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 19. Em ambos os textos, percebe-se a utilização de uma mesma temática mas com tratamentos distintos. Explique, com suas próprias palavras, a concepção de amor presente nos textos de Joaquim Manuel de Macedo e de Carlos Drummond de Andrade. Texto para as questões de 198 a 201. “Campo de Flores 5 80 10 15 GABARITO 20 25 30 IMPRIMIR 35 40 Deus me deu um amor no tempo de madureza, quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme. Deus – ou foi talvez o Diabo – deu-me este amor maduro, e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor. Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos e outros acrescento aos que amor já criou. Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou. Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia e cansado de mim julgava que era o mundo um vácuo atormentado, um sistema de erros. Amanhecem de novo as antigas manhãs que não vivi jamais, pois jamais me sorriram. Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra imensa e contraída como letra no muro e só hoje presente. Deus me deu um amor porque o mereci. De tantos que já tive ou tiveram em mim, o sumo se espremeu para fazer um vinho ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo. E o tempo que levou uma rosa indecisa a tirar sua cor dessas chamas extintas era o tempo mais justo. Era tempo de terra. Onde não há jardim, as flores nascem de um secreto investimento em formas improváveis. Hoje tenho um amor e me faço espaçoso para arrecadar as alfaias de muitos amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes e ao vê-los amorosos e transidos em torno, o sagrado terror converto em jubilação. Seu grão de angústia amor já me oferece na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura e o mistério que além faz os seres preciosos à visão extasiada. Mas, porque me tocou um amor crepuscular, há que amar diferente. De uma grave paciência ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia tenha dilacerado a melhor doação. Há que amar e calar. Para fora do tempo arrasto meus despojos e estou vivo na luz que baixa e me confunde. ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 32. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 161-3. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 198. UFBA No poema, o eu-lírico: 01. enfatiza a origem divina do amor, relativizando a força demoníaca com que ele atua; 02. articula sua experiência individual a outras vivências amorosas; 04. relata um desencanto amoroso passado que, no presente, tende a se repetir; 08. declara-se ansioso por recuperar o tempo perdido, na tentativa de atingir a plenitude amorosa. 16. esboça um projeto de vida voltado para a superação da amargura e do sofrimento que até então o haviam dominado. 32. passa de um estado contemplativo e melancólico para outro de renovação e de redescoberta. 64. insere a sua realidade amorosa na realidade preexistente, dando-lhe, contudo, dimensão nova. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 81 199. UFBA Constitui declaração comprovável no texto: 01. A racionalidade bloqueia a expectativa de eternizar o presente. 02. O tempo atual é de crescimento pessoal do sujeito poético, em relação ao tempo em que o sentimento amoroso estava hibernando em seu interior. 04. O sentimento amoroso submete o indivíduo a situações de caráter paradoxal. 08. O jogo do amor está ligado a questões essencialmente culturais. 16. A experiência do amor é diferenciada em função do momento da vida em que ela ocorre. 32. O título alegoriza um momento em que a vida pode brotar rejuvenescida pelo amor. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 200. Há uma explicação correta em: 01. “ou” e “ou” ligam idéias indicativas de situações contrastantes, decorrentes da ação do tempo. 02. “pois” introduz um enunciado de valor argumentativo. 04. “um amor” e “amor” referem-se, respectivamente, ao amor vivenciado pelo eu-lírico e ao sentimento amoroso sem objeto determinado. 08. “sou cada vez mais” conota um redimensionamento da capacidade de perceber o mundo. 16. “tive” expressa a indeterminação do sujeito, o que é um recurso do poeta para não se revelar amador. 32. “desgovernados” e “triunfantes” expressam estados de espírito experimentados pelos que amam. 64. “há que” indica possibilidade com relação à declaração anterior. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 201. UFBA Com referência ao texto, é correto afirmar: 01. O período constituído pelos versos 5 e 6 é construído pelo processo de coordenação e subordinação; 02. O pensamento que se expõe do verso 9 ao verso 11 tem como declaração principal: “sou cada vez mais”; 04. O enunciado do verso 18 está constituído de idéias que se excluem; 08. “Onde não há jardim” determina o período em que as flores nascem; 16. “e”, no verso 26, relaciona enunciados sintaticamente equivalentes; 32. “ao vê-los amorosos e transidos em torno” indica circunstância de tempo; 64. “que baixa e me confunde” refere-se a “tempo”, servindo para especificá-lo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 202. Uneb-BA Numa propaganda da empresa paulista de eletricidade, na Folha de São Paulo de 25 de julho de 2000, apareceu o seguinte texto: “Tem coisa que se a gente que é uma das mais avançadas empresas de energia elétrica do mundo não fala, ninguém fala.” Observe que a linguagem utilizada tem a marca do coloquialismo. É a língua cotidiana, com objetivo de atingir o maior número possível de falantes. Esse mesmo nível de linguagem é encontrado no fragmento: a) “Toda paisagem tem um ar de sonho.” b) “Tendo-a ao meu lado, eu perdi o medo do mundo e do vento.” c) “Minha terra tem macieiras da Califórnia / Onde cantam gaturamos de Veneza.” d) “Ó cidade de Ouro Preto / Boa da gente morar! / Numa casa com mirantes / Entre malvas e gerânios, / Ter os olhos de Marília / Para cismar e cismar.” e) “Quisera pascer cuidados... / ou esgueirado pelas bordas / do poço do mundo estéril, / fecundar óvulos mortos.” 203. UFMA Considere a fala abaixo do economista Cláudio de Moura Castro: 82 “Porque, no país do ‘homem cordial’, somos tão atabalhoados na etiqueta do celular? A mesma pessoa que faz gentilezas e rapapés palra no aparelho diante de um grupo de amigos ou clientes.” Revista Veja, de 19/04/2000. Assinale a alternativa que, na linguagem informal, melhor traduz a formalidade do discurso acima, sem comprometer o sentido do texto: a) “Por que, no país do ‘homem cordial’, somos tão atrapalhados na etiqueta do celular? A mesma pessoa que faz gentilezas e lisonjas palestra no aparelho diante de um grupo de amigos ou clientes.” b) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão embaraçados na etiqueta do celular? A mesma pessoa que faz gentilezas e rapapés chalra no aparelho diante de um grupo de amigos ou clientes.” GABARITO c) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão atrapalhados na etiqueta do celular? A mesma pessoa que faz gentilezas e bajulações tagarela no aparelho diante de um grupo de amigos ou clientes.” d) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão aturdidos na etiqueta do celular? A mesma pessoa que faz gentilezas e adulações conversa no aparelho diante de um grupo de amigos ou clientes.” e) “Por que, no país do ‘homem cordial’, ficamos tão perplexos na etiqueta do celular? A mesma pessoa que faz gentilezas e lisonjas palavreia no aparelho diante de um grupo de amigos ou clientes.” 204. Uniube-MG IMPRIMIR “Um dos critérios básicos dos conquistadores europeus para se imporem sobre os colonizados foi forçar o uso de sua língua. A língua materna é o bem mais caro a que um povo livre pode aspirar. No caso do Brasil, nestes tempos neoliberais, vemos esse bem ser atingido em seu âmago, com a proliferação das formas da língua inglesa imperando sobre as coisas mais simples do nosso dia-a-dia.” Folha de S. Paulo, 05/08/00. Pode-se inferir que o autor do trecho acima considera: a) imperiosa a proliferação de termos da língua inglesa em nossa língua; b) que devemos evitar o uso excessivo de termos da língua inglesa; c) que a nossa língua materna está sendo a língua inglesa; d) que um povo livre não usa a língua de seu colonizador. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar A seguir, são apresentados dois trechos de músicas. Leia-os atentamente para responder às questões de números 205 e 206. Texto 1 “A burguesia fede! A burguesia quer ficar rica! (...) A burguesia não tem charme nem é discreta Com suas perucas de cabelo de boneca A burguesia quer ser sócia do Country Quer ir em Nova Iorque fazer compras.” Burguesia, de G. Israel/Cazuza/E. Neves. In: Burguesia, LP 838 448-1, PolyGram, 1989. 83 Texto 2 “Você não faria a menor falta Num dia de domingo no Beach Park Eu não te levaria nem morta para passear comigo no Iguatemi Eu não me atreveria a passar vexame Perante os meus amigos lá da Aldeota Pois agora eu tenho o maior respaldo Nas altas paneladas da alta sociedade Eu sei que a burguesia fede Mas tem dinheiro pra comprar perfume.” Um bodegueiro na FIEC, de Falcão/Tarcísio Matosin Falcão. In: Bonito, lindo e joiado, CD 804.142, VAT, 1993. 205. F.M. Triângulo Mineiro-MG A leitura permite afirmar que: a) ambos os textos criticam os hábitos e valores burgueses, porém apontam para a impossibilidade de rompê-los; GABARITO b) o texto de Falcão tende a ser uma exaltação aos valores burgueses, opondo-se, pois, ao de Cazuza, no qual está camuflada uma crítica; c) no texto de Cazuza a crítica feita à burguesia é branda, o que não ocorre no de Falcão, que a denuncia em tom de sarcasmo; d) ambos os textos fazem uma crítica social explícita à burguesia, questionando de forma contundente os seus valores; e) os dois textos criticam os hábitos e valores burgueses: o primeiro, pelo sarcasmo e pela denúncia explícita; o segundo, pela ironia. 206. F.M. Triângulo Mineiro-MG A idéia de falta de autenticidade à burguesia pode ser comprovada pelo seguinte verso do texto 1: a) “A burguesia fede!” b) “Com suas perucas de cabelo de boneca.” IMPRIMIR c) [A burguesia] “Quer ir em Nova Iorque fazer compras.” d) “A burguesia não tem charme nem é discreta.” e) “A burguesia quer ficar rica!” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar As questões 207 e 208 referem-se ao seguinte texto: “Nunca esteve tão bom para nós, mulheres. Nem tão difícil. Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir, o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher: fonte de culpa e medos. Nunca foi tão difícil. Muito está colocado, mas tudo está por fazer. Esta é uma hora para se parar e pensar. Pensar pelo que brigamos até agora, o que conseguimos, onde fomos usadas pelo sistema, o que deu errado, o que fazer de agora em diante. Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de conscientização feminina – pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais – já que as lutas não serão primordialmente mais no nível do “queremos”, “exigimos”, das passeatas, mas da prática do obter e do ser. É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais, mais difusa na realidade. A luta de base, de formiguinha, onde o confrontamento não será mais com a polícia e o governo somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido.” SUPLICY, Marta. Reflexões sobre o cotidiano. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1986. p. 124-5. 207. UFF-RJ Segundo o texto, a luta fundamental para as mulheres é: a) de cada mulher, para conscientizar os colegas, amigos e marido; b) de todas as mulheres, contra todos os governos que as oprimem; c) dos companheiros de trabalho, amigos e marido, por melhores salários; 84 d) dos governos, pela melhoria das condições de vida das mulheres; e) das mulheres todas, para exigir seus direitos publicamente em passeatas. 208. UFF-RJ Assinale a opção que transcreve a passagem do texto, cujo sentido corresponde ao fragmento de Marina Colasanti: “Culpadas estão quase todas as que trabalham. Porque não estão em casa, onde sempre lhes disseram que deveriam estar. Porque não estão coladas nos filhos. Porque não estão à disposição dos maridos. Porque, cumprindo a sua vida, não se sentem cumprindo à perfeição aquelas que são consideradas suas atribuições primordiais.” COLASANTI, Marina. Mulher daqui pra frente. São Paulo: Linoart, 1981. a) “Nunca esteve tão bom para nós, mulheres.” b) “o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais” c) “Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes” IMPRIMIR GABARITO d) “o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher” e) “É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais” As questões 209 e 210 referem-se ao texto “Natal 1961”, abordado nas questões de 62 a 64. 209. Unifor-CE No segundo parágrafo, a fala do dono do hotel e a menção ao congresso internacional de solidariedade articulam-se de modo a constituir uma: a) metáfora. b) ironia. c) metonímia. d) comparação. e) hipérbole. 210. Unifor-CE Há conotação em: a) “movimentos na economia” provocam cíclicas retrações no sistema de produção. b) Passa-se pelas chamadas disciplinas de “humanidades”. c) Ei-lo às voltas com estudos que o distanciam de seus interesses imediatos. d) Uma vez profissional, torna-se mais leve a luta pela sobrevivência. e) Um obstáculo a mais na maratona sempre perigosa do viver. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 211. UEPI Em: “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras...” Encontra-se uma figura de linguagem, resultante do cruzamento de sensações, chamada: a) metáfora. d) sinestesia. b) metonímia. e) antonomásia. c) catacrese. 212. Unifor-CE Muitas vezes, no campo da concordância, opera-se uma integração entre os mecanismos gramaticais da Língua e a significação de palavras e expressões. Desse fato resulta a substituição da concordância formal pela concordância ideológica. Denominase silepse esse tipo de concordância. Assinale a alternativa que contém silepse. a) Alguém, participou do concurso e espera ser aprovado. b) Vossa Senhoria demonstra ser a mais preparada das concorrentes. 85 c) Fomos ouvidos com atenção, o que nos deixa agradecidos. d) Todos farão o possível para que as realizações correspondam à esperança geral. e) Os escritores não desconhecemos as dificuldades daquele que escreve. 213. Unifor-CE O segmento em que uma metáfora está explicitada em outra metáfora é: a) A vida estoura em bombas como também em dádivas de toda natureza. b) O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália. c) Não corta na verdade a barriga da vida, não revolve os intestinos da vida. d) Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. e) Purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. GABARITO 214. UFMA Considere o trecho do ensaio “O fascínio do calendário”, publicado na Revista Época, de 20 de dezembro de 1999. “Eis uma definição ampla de tempo, extraída do Oxford English Dictionary: ‘Uma extensão finita de uma existência contínua’. O lapso de tempo corresponde à expectativa média de vida entre as mulheres (79 anos), por exemplo, ou do mosquito Anopheles (de 7 a 10 dias). ‘Uma das primeiras coisas de que tomamos consciência quando nos tornamos conscientes é a passagem do tempo’, diz David Ewing Duncan, autor de um livro sobre a evolução dos calendários. ‘A razão é simples: nascemos e depois morremos, somos seres lineares.’ E cedo cedo incorporamos a consciência do tempo em nossa vida e em nossa cultura. Nosso linguajar cotidiano está cheio disto: tempo de vida, bons tempos, maus tempos, há muito tempo que não o vejo, o tempo trabalha a nosso favor, parece que foi ontem.” Pode-se observar, da leitura do fragmento acima, a presença de algumas das muitas expressões lingüísticas nas quais o fator tempo aparece. É possível afirmar, com base nas expressões suscitadas nas três últimas linhas do trecho, que: IMPRIMIR a) “tempo de vida” e “o tempo trabalha a nosso favor” estão, ambas, no sentido denotativo. b) “há muito tempo que não o vejo” e “parece que foi ontem” estão, ambas, no sentido conotativo. c) “bons tempos” está no sentido denotativo e “parece que foi ontem” no sentido conotativo. d) “tempo de vida” está no sentido conotativo e “maus tempos” no sentido denotativo. e) “há muito tempo que não vejo” está no sentido denotativo e “bons tempos” no sentido conotativo. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 215. UFMA Considere o texto: “Fui fazer um samba Na mesa de um botequim Depois de umas e outras O samba ficou assim Estrambonático Palipopético Cibalenítico Estapafúrdico Protopológico Antropofágico Presolopépico Atroverático Batulitrético Pratofinâmbolo Calotolético Carambolâmbolo Posolométrico Pratofilônica Protopolágico Canecalônica É isso aí É isso aí Ninguém entendeu nada Eu também não entendi” “Idioma Esquisito”, de Nelson Sargento. Pode-se depreender que os termos selecionados: a) ligam-se ao movimento antropofágico da 1ª geração modernista, cujo expoente é Oswald de Andrade; 86 b) são neologismos criados intencionalmente na língua e possuem comprovada significação, com claro conteúdo semântico; c) são palavras que fazem parte do cotidiano da língua e relacionam-se, na sua grande maioria, a nomes de medicamentos; d) ironizam a linguagem rebuscada de determinadas pessoas que utilizam uma fala empolada no seu dia-a-dia. e) enfatizam o uso de vocábulos estranhos e esdrúxulos, preocupando-se com a tonicidade e a economia das palavras. GABARITO 216. UFF-RJ “Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis e com a prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los; purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz. Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão, fazendo-a crer que é rainha, quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos. Não façais dela a mulher da Bíblia; a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela; nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo; mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos. Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companheira da sua vida, devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico ascendente do coração; e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe.” FLORESTA, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis / Santa Cruz: Ed. Mulheres / Ed. da UNISC, 1997 p. 115-7. IMPRIMIR A condição indispensável para que ocorra uma mudança no papel que a mulher exerce como “filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe”, de acordo com o texto, é: a) o homem exercer uma influência real sobre o destino dela e sobre o destino das nações; b) o homem guardar-se de tratá-la como companheira da sua vida, joguete ou escrava; c) o homem vê-la como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dela; d) o homem evitar vê-la como objeto e procurar tê-la como sua companheira de vida; e) o homem ser a fonte das alegrias e desventuras dela, desde o berço até o leito de morte. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 217. F.M. Triângulo Mineiro-MG “Antes de tudo a atenção médica como uma forma de relação entre pessoas é provida do atributo mágico da afeição pela condição humana, prenhe de respeito e carinho pelo semelhante, e repousa no preceito basilar do cristianismo: ‘ama a teu próximo como a ti mesmo’.” Jornal do Conselho Federal de Medicina. Setembro/99. Lendo-se o trecho, conclui-se que: a) a conhecida máxima cristã norteia qualquer forma de relação entre as pessoas; b) entre médico e paciente deve prevalecer um código humano de fraternidade; c) a consulta médica deve incorporar as práticas de um ritual religioso; d) o sucesso do diagnóstico médico depende da empatia com o cliente; e) sem uma certa dose de magia, o tratamento médico fica comprometido. 87 218. Cesgranrio “O Sol muda de cor por causa da atmosfera GABARITO ?Por que o Sol muda de cor durante o dia? !A luz solar não é amarela nem vermelha, é branca. O branco resulta da soma das sete cores do arco-íris – o violeta, o azul, o anil, o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho. Nós enxergamos o Sol com tonalidades diferentes, ao longo de um dia, porque a atmosfera filtra os seus raios, separando as cores. “A nossa percepção do Sol muda por causa das irregularidades na camada de ar que envolve a Terra e pela distância que a luz percorre na atmosfera”, explica o físico Henrique Fleming, da Universidade de São Paulo. Existem partículas de poeira, poluição e gotículas d’água infiltradas entre as moléculas de gás que compõem a atmosfera. Quando o Sol está alto, as cores formadas por ondas de maior amplitude contornam essas partículas e as moléculas. Mas as menores (o violeta, o azul e o anil) não conseguem se desviar e trombam, espalhando-se. Com isso, tingem o céu de azul e o Sol fica amarelo, que é a soma das cores restantes: o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho. À medida que o Sol vai se pondo, seus raios têm que atravessar um pedaço maior da atmosfera, colidindo com mais obstáculos. Afinal, no crepúsculo, até as ondas longas, laranja e vermelho, acabam trombando e se desviando, avermelhando gradativamente o horizonte (embora o resto do céu continue azul). A vermelha é a última onda de luz que consegue cruzar a atmosfera e nos atingir, por isso o astro-rei fica vermelho no pôr-do-sol. Por fim, o céu fica preto com a ausência de luz: não chega mais nenhuma cor e nem se vê mais nenhum espalhamento, pois o Sol está abaixo do horizonte.” Superinteressante - 1997. Assinale a idéia não contida no texto. a) A tonalidade azul do céu se deve à ação da atmosfera sobre as cores cujas ondas têm menor amplitude. b) A ação da atmosfera sobre os raios solares é responsável pelas diferentes tonalidades do Sol. IMPRIMIR c) As cores, ao trombarem, dão aos raios solares as respectivas tonalidades. d) As cores do arco-íris, somadas, dão à luz solar a cor branca. e) Ao pôr-do-sol, a distância a ser percorrida pelos raios solares aumenta. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar Leia o texto a seguir e responda às questões 219 a 221. “Falando em leitura... 88 Falando em leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o mais comum é pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de ler, ‘vive lendo’, talvez seja rato de biblioteca ou consumidor de romances, histórias em quadrinhos, fotonovelas. (...) Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra. Bastará porém decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente ‘fazer a leitura’ de um gesto, de uma situação; ‘ler o olhar de alguém’, ‘ler o tempo’; ‘ler o espaço’, indicando que o ato de ler vai além da escrita? Se alguém na rua me dá um encontrão, minha reação pode ser de mero desagrado, diante de uma batida casual, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse incidente revela meu modo de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-los de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, nos encontramos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós. Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua beleza ou feiura, o ridículo ou adequação ao ambiente em que se encontra, o material e as partes que o compõem. (...) (...) Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito? Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma conversa, uma língua estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimonos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a tendência natural é ignorá-las ou rejeitá-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais gráficos, as imagens. Se é sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o compreendemos, impossível dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para nós. Por essas razões, ao começarmos a pensar a questão da leitura, fica um mote que agradeço a Paulo Freire: ‘a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele’.“ MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Ática. p. 7-10. 219. UFR-RJ Partindo-se das reflexões da autora, pode-se concluir que o ato de ler é, em última análise, um: GABARITO a) gesto mecânico de decifrar sinais; b) gesto rotineiro de “passar os olhos”; c) ato de construir sentido para aquilo que se lê; d) ato prazeroso de decodificar romances, fotonovelas e histórias em quadrinhos; e) modo de perceber as relações sintáticas que constroem o texto. 220. UFR-RJ “Ler não é uma atividade restrita ao ato de decifrar um código escrito. Ler é interpretar. Neste sentido, a leitura é uma atividade que se constrói através de um diálogo entre quem lê e o que é lido.” Pode-se dizer que a afirmativa acima, em relação ao texto, está: a) certa, pois a autora afirma que o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita; IMPRIMIR b) errada, pois, para a autora, basta que se decifrem as palavras para acontercer a leitura; c) certa, pois, para a autora, o leitor é visto como um decifrador da letra se contenta em ler superficialmente; d) errada, pois, para a autora, só podemos ler textos escritos e esses textos precisam ter uma relação direta com a nossa realidade; e) certa, pois, para a autora, ainda que o indivíduo não saiba decodificar a escrita, ele pode ser considerado leitor, na medida em que interpreta o que observa. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 221. UFR-RJ Paulo Freire, ao afirmar que “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e que a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”, nos diz que: a) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o mundo, pois a leitura da palavra depende da leitura do mundo; b) quando se começa a ler o mundo não se pode deixar de ler a palavra, pois a leitura do mundo depende da leitura da palavra; c) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o texto, pois a leitura do texto depende da leitura da palavra; d) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o mundo, pois a leitura da palavra não depende da leitura do mundo; e) quando se começa a ler o texto não se pode deixar de ler cada palavra, pois a leitura de cada palavra depende da leitura do texto. Com base na foto abaixo, responda às questões de números 222 e 223. 89 “O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado fez esta foto num campo de refugiados instalados em equipamentos ferroviários na fronteira da Croácia com a Sérvia e a Bósnia, em 1994. Assim como textos, fotografias podem ser lidas: o menino que aparece no primeiro plano funciona como o tema da foto, enquanto o trem no segundo plano comenta este tema.” SALGADO, Sebastião. Êxodos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 222. UERJ A escolha da figura humana no primeiro plano busca provocar no espectador a seguinte atitude: a) questionar a opção pelo tema; c) surpreender-se com o gesto do menino; b) admirar a composição com o fundo; d) refletir sobre o desamparo da criança. IMPRIMIR GABARITO 223. UERJ O fotógrafo, ao enquadrar o trem parado ao fundo, onde os refugiados se encontravam instalados, ressalta o contraste entre: a) o metal e a terra; c) o progresso e a guerra; b) o real e o imaginário; d) a infância e o mundo adulto. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar LÍNGUA PORTUGUESA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO I IMPRIMIR GABARITO 1 1. V – F – V – V – F – F 2. V – F – V – F 3. b 4. c 5. c 6. e 7. c 8. V – V – F – V 9. 54 10. b 11. b 12. b 13. b 14. c 15. F – V – F – F – V – V 16. V – V – V – F – F 17. V – F – V – F – F 18. a 19. a 20. b 21. b 22. d 23. c 24. b 25. a 26. c 27. V – V – F – F – V 28. V – V – F – F – F 29. b 30. b 31. c 32. b 33. a 34. d 35. c 36. V – V – F – V 37. F – V – V – V 38. V – F – F 39. a 40. c 41. 56 42. d 43. d 44. c 45. b 46. c 47. F – F – F – V 48. 02 Voltar 49. 01 50. e 51. a 52. e 53. c 54. d 55. d 56. c 57. 07 58. 56 59. 28 60. 34 61. 25 62. b 63. c 64. a 65. d 66. b 67. b 68. d 69. c 70. 05 71. c 72. d 73. V – V – V – F 74. V – V – V – F 75. V – F – F – F 76. F – V – V – V 77. a 78. b 79. e 80. a 81. d 82. a 83. e 84. b 85. d 86. b 87. b 88. e 89. V – V – F – F – V 90. V – V – F – V – F 91. V – V – F – V – F 92. V – V – F – V 93. V – F – V – F – V – F 94. V – V – F – F – V 95. V – V – F – V – F 96. d Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar IMPRIMIR GABARITO 2 97. Uma dentre as formulações: • Os textos são ambos narrados em primeira pessoa. • O ponto de vista é interno à narrativa. 98. O primeiro texto apresenta um tom nostálgico e respeitoso diante do poder e da autoridade do patriarca, avô do personagem-narrador. O segundo satiriza a família e os representantes da ordem social com quem o narrador travou contato. 99. Nos currais do Sobradinho, no debaixo do capotão de meu avô, passei os anos de pequenice, que pai e mãe perdi no gosto do primeiro leite. 100. A autoridade se considera digna de trato respeitoso e cordial, e não impõe a si mesma limites para reagir ao que julgue falta de consideração, podendo ser caprichosa, arbitrária e violenta. 101. c 102. e 103. c 104. 80 105. a 106. c 107. V – V – V – F 108. V – F – V – V 109. V – V – F – V 110. a 111. e 112. a 113. c 114. c 115. d 116. b 117. b 118. d 119. a) Narrativa. b) O(s) dono(s) do cachorro. - ou O ser humano. 120. a) Julgamento pela aparência. b) Uma dentre as frases: • E o homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro de nós. • Julgamos os outros pela aparência, mesmo que tenhamos que deixar esta aparência como melhor nos convier. • Maquiada. 121. a) Agora surgiu uma nova. - ou Agora apareceu uma nova. b) Uma dentre as reescrituras: • As crianças enterram-no no fundo do quintal. • As crianças o enterraram no fundo do quintal. • As crianças enterraram o coelho no fundo do quintal. 122. a 123. c 124. V – F – V – V – V 125. F – F – F – V 126. V – F – V – F – V 127. d 128. a 129. d 130. d 131. c 132. a 133. c 134. b Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar 187. V – F – V – V 188. c 189. b 190. b 191. V – F – V – F – F – V 192. e 193. b 194. a 195. c 196. a 197. Resposta: A concepção de amor no texto 1 indica idealização do sentimento amoroso e da mulher amada; valorização da fantasia e da imaginação; caracterização do poder absoluto do amor sobre as personagens. O tema é tratado no texto 2 a partir de um tom crítico e irônico, apontando o desencanto e o desencontro entre as personagens. Lili, a “que não amava ninguém”, é a única do grupo que ironicamente encontrou um par. Diferente dos outros que cumpriram um destino solitário ou trágico, ela se casou com J. Pinto Fernandes, uma personagem fora da quadrilha. 198. 54 199. 46 200. 51 201. 04 202. c 203. b 204. a 205. e 206. b 207. a 208. d 209. e 210. d 211. e 212. c 213. e 214. d 215. a 216. d 217. b 218. c 219. c 220. e 221. a 222. d 223. c IMPRIMIR GABARITO 3 135. c 136. e 137. a 138. e 139. a 140. a 141. b 142. b 143. 34 144. 43 145. 26 146. F – V – V – F – F 147. F – F 148. F – V – V 149. d 150. c 151. c 152. a 153. d 154. c 155. b 156. b 157. 09 158. d 159. V – V – F – F – F 160. V – V – V – F 161. V – V – V – F 162. d 163. V – F – V – F – V 164. b 165. c 166. c 167. e 168. c 169. a 170. a 171. b 172. e 173. a 174. e 175. a 176. b 177. a 178. e 179. b 180. d 181. d 182. F – V – V – F – F 183. V – F – V – F 184. 08 185. V – F – F – V 186. 22 Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto I Avançar LÍNGUA PORTUGUESA FUNÇ Õ E S DA L IN G U A G E M E L IN G U A G E M F IG U R A D A Texto para a questão 1. GABARITO 1 “Desacordo no Acordo Não esqueça dizer que, em 1888, uma questão grave e gravíssima os fez concordar também, ainda que por diversa razão. A data explica o fato: foi a emancipação dos escravos. Estavam então longe um do outro, mas a opinião uniu-os. A diferença única entre eles dizia respeito à significação da reforma, que para Pedro era um ato de justiça, e para Paulo era o início da revolução. Ele mesmo o disse, concluindo um discurso em S. Paulo, no dia 20 de maio: “A abolição é a aurora da liberdade; esperemos o sol; emancipando o preto, resta emancipar o branco.” Natividade ficou atônita quando leu isto; pegou da pena e escreveu uma carta longa e maternal. Paulo respondeu com trinta mil expressões de ternura, declarando no fim que tudo lhe poderia sacrificar, inclusive a vida e até a honra; as opiniões é que não. ‘Não, mamãe; as opiniões é que não.’ — As opiniões é que não, repetiu Natividade acabando de ler a carta. Natividade não acabava de entender os sentimentos do filho, ela que sacrificara as opiniões aos princípios, como no caso de Aires, e continuou a viver sem mácula. Como então não sacrificar?... Não achava explicação. Relia a frase da carta e a do discurso e tinha medo de o ver perder a carreira política, se era a política que o faria grande homem. ‘Emancipado o preto, resta emancipar o branco’, era uma ameaça ao imperador e ao império. Não atinou... Nem sempre as mães atinam. Não atinou que a frase do discurso não era propriamente do filho; não era de ninguém. Alguém a proferiu um dia, discurso ou conversa, em gazeta ou em viagem de terra ou de mar. Outrem a repetiu, até que muita gente a fez sua. Era nova, era enérgica, era expressiva, ficou sendo patrimônio comum. Há frases assim felizes. Nascem modestamente, como a gente pobre; quando menos pensam, estão governando o mundo, à semelhança das idéias. As próprias idéias nem sempre conservam o nome do pai; muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verteas como pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm por suas.” IMPRIMIR Esaú e Jacó. Cap. 37, pág 59 – 60. 1. UEGO Assinale V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos: ( ) A citação: “uma questão grave, gravíssima” e “Era nova, era enérgica, era expressiva” – constituem exemplos de gradação de idéias. ( ) As figuras de linguagem presentes na frase do discurso, são: metáfora em “A abolição é a aurora da liberdade”; metonímia em “esperemos o sol“, e, antítese, em “preto e branco.” ( ) “Trinta mil expressões de ternura”, caracteriza um hipérbato. ( ) “– As opiniões é que não, repetiu Natividade...” ilustra um discurso indireto. ( ) Atinar, conforme o dicionário Aurélio, significa: “descobrir pelo tino, pelo raciocínio, por conjetura ou por indício; acertar com; dar com; achar. “Essas definições encaixam-se perfeitamente à interpretação que Natividade deu ao contexto e à frase. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar Leia o texto a seguir e responda a questão. “Sem data Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo. ‘Lá estão eles’, disse comigo. Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro. Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda, tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei parado alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.” ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1989. 2. UFR-RJ Em “Consolava-os a saudade de si mesmos.”, o autor está empregando a linguagem: a) denotativa. b) coloquial. c) conotativa. d) paradoxal. e) sinestésica. 3. U.F. Pelotas-RS Leia atentamente o poema abaixo: “Lição sobre a água Este líquido é água. Quando pura é inodora, insípida e incolor. Reduzida a vapor, sob tensão e a alta temperatura, move os êmbolos das máquinas, que, por isso, se denominam máquinas de vapor. É um bom dissolvente. Embora com exceções, mas de um modo geral, dissolve tudo bem, ácidos, bases, sais. Congela a zero graus centesimais e ferve a 100, quando a pressão é normal. Foi nesse líquido que numa noite cálida de verão, sob um luar generoso e branco de camélia, apareceu a boiar o cadáver de Ofélia com um nenúfar na mão.” IMPRIMIR GABARITO 2 GEDEÃO, Antonio. Poesias completas (1956–1967). Lisboa, Portugália, 1972. p. 244-5. Após a leitura do poema, analise as seguintes afirmativas: I. No texto, há uma leitura denotativa da realidade (propriedade e funções da água, ciclo hidrológico) mesclada a uma leitura conotativa, pois na água também há um lugar para a tragédia humana. II. A mudança de tempo verbal na poesia simboliza a passagem de uma linguagem pretensamente denotativa para uma linguagem que relata ações humanas. III. Na segunda estrofe, há uma informação físico-química que, embora incorreta, permite constatar o descompasso existente entre o mundo da ciência e o mundo da poesia, lição pretendida pelo eu-lírico. Com relação às afirmativas acima, pode-se dizer que está(ão) correta(s): a) somente a afirmativa III; b) as afirmativas I e III; c) as afirmativas I e II; d) as afirmativas II e III; e) somente a afirmativa I. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar Texto para a questão 4: “A Paz 1. Vieram famintos, Desnudos, Cansados. Alforjes vazios, 5. Os olhos opacos, Sentaram-se à mesa. Vieram vestidos De linho, De seda. 10. Alforjes tão cheios Os olhos tão ávidos, Sentaram-se à mesa. E ele chegou. Na branca toalha, 15. Ao longo estendida, Nem vinho, nem peixe, Nem água, nem pão. Olhou-os nos olhos, Sentiu-lhes a fome, 20. Sentiu-lhes o frio, Chamou-os meus filhos, Serviu-lhes a paz.” 3 Neusa Peçanha. IMPRIMIR GABARITO 4. IESB Julgue os itens, segundo os critérios da leitura, compreensão e interpretação textuais. ( ) Os dois primeiros movimentos do texto juntam indivíduos de diferentes classes sociais. ( ) olhos opacos (v.5) e olhos tão ávidos (v.11) configuram oposição em nível conotativo. ( ) O terceiro movimento da leitura do texto apresenta intertextualidade com o texto bíblico. ( ) Nos versos 16 e 17, ocorre a figura de construção chamada polissíndeto. ( ) O verso 21 poderia ser escrito assim: “Chamou-os de meus filhos”, sem incorrer em qualquer erro gramatical. Texto para a questão 5. “O sistema circulatório sangüíneo é um vasto e complexo circuito de vasos que tem como peça principal o coração, pois é do seu trabalho que resulta a força propulsora que impulsiona o sangue através de toda a rede vascular.” 5. U. Alfenas-MG Considere as seguintes afirmações a respeito do excerto acima. I. A função de linguagem predominante no excerto é a referencial. II. Predomina no texto o nível elevado de linguagem por situar-se acima da linguagem padrão. III. Na redação do texto, foi usada a linguagem de nível técnico, caracterizada por um léxico próprio das áreas da ciência e da filosofia, entre outras. IV. A palavra “pois” introduz oração que indica conclusão, conseqüência. Estão corretas as afirmações dos itens: a) I e III. b) I e II. c) II e IV. d) III e IV. e) I e IV. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar Leia o texto a seguir e responda a questão. “Esparadrapo Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, ‘incunábulo*’.” QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo 1987 p. 83. *Incunábulo: [do lat. Incunabulu: berço] Adj. 1 – Diz-se do livro impresso até o ano de 1500./S.m. 2 – Começo, origem. 6. UFR-RJ A expressão “quebrar a cara” é largamente empregada na língua portuguesa com sentido conotativo. O vocábulo que melhor traduz o emprego conotativo dessa expressão é: a) fracassar; d) desanimar; b) machucar-se; e) destruir. c) desistir; Texto para as questões 7 e 8. 4 “Memórias de um Sargento de Milícias (fragmento) No capítulo XIII, intitulado Escapula, o Leonardo havia sido detido pelo Major Vidigal, mas, driblando a escolta, no caminho para a prisão, consegui fugir. O trecho abaixo reproduzido é parte desse capítulo e aborda, entre outras coisas, o sentimento do Major frente à situação. ‘O Major Vidigal fora às nuvens com o caso: nunca um só garoto, a quem uma vez tivesse posto a mão, lhe havia podido escapar, e entretanto aquele lhe viera pôr sal na moleira; ofendê-lo em sua vaidade de bom comandante de polícia, e degradá-lo diante dos granadeiros. Quem pregava ao Major Vidigal um logro, fosse qual fosse a sua natureza, ficava-lhe sob a proteção, e tinha-o consigo em todas as ocasiões. Se o Leonardo não tivesse fugido, e arranjasse depois a soltura por qualquer meio, o Vidigal era até capaz, por fim de contas, de ser seu amigo; mas tendo-o deixado mal, tinha-o por seu inimigo irreconciliável enquanto não lhe desse desforra completa. Já se vê pois que as fortunas do Leonardo redundavam-lhe sempre em mal; era realmente um mal naquele tempo ter por inimigo o Major Vidigal, principalmente quando se tinha, como o Leonardo, uma vida tão regular e tão lícita.’” GABARITO ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um Sargento de Milícias. São Paulo, FTD, 1992. 7. UFMS O texto literário utiliza a língua de maneira criativa e original; por isso, muitas vezes, uma leitura nos surpreende, pois certas palavras e expressões apresentam significados novos ou fora do comum, e devem ser entendidas no contexto em que se encontram, sob pena de a compreensão do texto como um todo ficar prejudicada. Nesse sentido, a expressão fora às nuvens, na 1ª linha, indica que o Major ficara: a) indiferente. d) enfurecido. b) eufórico. e) meditativo. c) envaidecido. 8. UFMS Leia o texto abaixo, extraído de um ensaio sobre Memórias de um Sargento de Milícias. “Prodígio de humor e ironia, isento de qualquer traço idealizante, no romance não há lugar para as tintas sentimentais e heróicas nem para o abuso de peripécias inverossímeis, tão do gosto do romance romântico da época...” IMPRIMIR WALDMAN, Berta. O romântico fruto de uma pisadela e de um beliscão, em Memórias de um Sargento de Milícias, ed. citada. Identifique entre as alternativas abaixo, retiradas do fragmento transcrito do romance, a seqüência que apresenta sentido claramente irônico. a) se o Leonardo (...) arranjasse depois a soltura. b) em sua vaidade de bom comandante de polícia. c) uma vida tão regular e tão lícita. d) fosse qual fosse a sua natureza. e) inimigo irreconciliável. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 9. Univali-SC “Visões de um novo tempo (...) Mas a cidadania não se constrói apenas com palavras, com boas intenções. Este edifício tem como alicerce a vontade férrea de nossa gente, o desejo de interferir ativamente no comando dos destinos da comunidade. Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de nossos fundadores, que acreditavam poder aqui edificar uma sociedade livre, participativa e laica, onde cada um pudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas necessidades. Na construção de uma sociedade justa e democrática, acreditamos, tem especial relevância a existência da imprensa livre, pluralista, que possibilite o trânsito correto da informação, indispensável para a afirmação da cidadania. A continuação do exercício desta prática jornalística, da difusão da informação de interesse público, de qualidade e com profunda afinidade com a realidade, é uma das boas notícias que aguardamos para o próximo século.” SCHRAMM, Egon José. Jornal de Santa Catarina, 22 de setembro de 1999. 5 Indique a opção, cuja frase, retirada do texto acima, se vale do sentido como conotativo da linguagem: a) Este edifício tem como alicerce a vontade férrea de nossa gente... b) Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de nossos fundadores... c) ... tem especial relevância a existência da imprensa livre... d) ... onde cada um pudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas necessidades. e) A continuação do exercício desta prática jornalística, da difusão da informação de interesse público, de qualidade e com profunda afinidade com a realidade... 10. U. Alfenas-MG “Copo d’água no sereno O copo no peitoril Convoca os eflúvios da noite. Vem o frio nervoso da serra Vêm os perfumes brandos do mato dormindo Vem o gosto delicado da brisa E pousam na água.” IMPRIMIR GABARITO Carlos Drummond de Andrade. Considere as seguintes afirmações: I. Nas referências descritivas de seres inanimados, o autor premia os cinco sentidos do corpo humano. II. O texto constrói-se basicamente no uso de sinestesias e prosopéias. III. É o tipo de texto que analisa, interpreta e explica os dados da realidade. Está correto o que se afirma: a) em I, II e III. b) em II e III. c) em I e II. d) apenas em I. e) apenas em II. 11. PUC-PR Considerando apenas o sentido próprio, denotativo, e não o sentido figurado, conotativo, assinale a alternativa que contenha um sinônimo para a palavra senda: a) vereda. b) casa. c) banda. d) turma. e) companhia. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 12. AEU-DF Leia o texto “A língua na literatura brasileira” e depois julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística. 6 “A LÍNGUA NA LITERATURA BRASILEIRA (Machado de Assis) Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não é raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave a que se junta o da excessiva influência da língua francesa. Este ponto é objeto de divergência entre os nossos escritores. Divergência digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros há que os adotam por princípio, ou antes por uma exageração de princípio. Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há portanto certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destroem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte da influência a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão. Feitas as exceções devidas, não se lêem muito os clássicos no Brasil. Entre as exceções poderia eu citar até alguns escritores, cuja opinião é diversa da minha neste ponto, mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se lêem, o que é um mal. Escrever como Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempo tem o seu estilo. Mas estudar-lhes as formas mais apuradas da linguagem, desentranhar delas mil riquezas que, à força de velhas, se fazem novas, – não me parece que se deva desprezar. Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum.” IMPRIMIR GABARITO ( ) Os “solecismos” de que nos fala no texto, são os erros de grafia e de pronúncia das palavras. ( ) “Divergência” não implica diferentes posturas diante do tema abordado por Machado. ( ) Por “no século de quinhentos”, entendemos os anos de mil e quinhentos. ( ) A expressão “ganham direito de cidade” alude à irrefutável inserção de novos termos na língua e sua conseqüente aceitação por parte de todos que a utilizam. ( ) Há silepse de pessoa em “nem tudo temos os modernos”. 13. UFF-RJ Assinale a opção em que os elementos grifados nos trechos a seguir exemplificam a figura de linguagem apresentada. a) Paronomásia é o emprego de palavras semelhantes no som, porém de sentido diferente. / “Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa.” b) Eufemismo é uma substituição de um termo, pela qual se pode evitar usar expressões mais diretas ou chocantes, para referir-se a determinados fatos. / “Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos.” c) Anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases, de membros da mesma frase, ou de dois ou mais versos. / “Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar e 1embrou-me escrever um livro.” d) Metonímia é a designação de um objeto por palavra designativa de outro objeto que tem com o primeiro uma relação. / “O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta.” e) Onomatopéia é o emprego de palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada. / “Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns.” Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 14. UFMT-Modificada Antes de julgar os itens abaixo, leia o texto “Atenção ao sábado”. Use V, para os verdadeiros, e F para os falsos. “Atenção ao Sábado Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra. Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não? No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde. Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Então eu não digo nada, aparentemente submissa. Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.” LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Galvão, São Paulo, Global, 1997. 7 ( ) Sábado ao vento e grande esforço metálico são construções de valor denotativo e monossêmico. ( ) Ocorre personificação em a semana vai morrer e antes do vento espantado. ( ) A expressão Tem sido sábado deixa de indicar um dado sobre o tempo e descreve o estado de espírito da personagem. 15. Univali-SC “Paciência Até quando o corpo pede um pouco mais de alma A vida não pára Enquanto o tempo acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora, vou na valsa A vida é tão rara Enquanto todo mundo espera a cura do mal E a loucura finge que isso é normal Eu finjo ter paciência O mundo vai girando cada vez mais veloz A gente espera do mundo e o mundo espera de nós Um pouco mais de paciência” IMPRIMIR GABARITO Lenine. Analise as afirmações abaixo com base no texto apresentado. I. O autor se utiliza de prosopopéia em alguns versos. II. São também utilizadas expressões populares no texto. III. A palavra paciência tem um sentido denotativo. IV. Há antíteses na letra da música acima. A alternativa correta considerando o texto apresentado é: a) nenhuma está correta; b) apenas a III está correta; c) todas as afirmações estão corretas; d) I e IV estão corretas; e) II, III e IV estão corretas. 16. F.M. Itajubá-MG “Motivos de alegria e de tristeza” – “... trancados na ilha do nosso egoísmo”. Reconheça as figuras de linguagem que aparecem nestas duas frases. a) ironia e hipérbole. b) eclipse e paralelo. c) antítese e metáfora. d) ênfase e comparação. e) contraste e alusão. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 17. AUE-DF Leia o texto “Novos & velhos” e julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística. “NOVOS & VELHOS (Mário Quintana) Não, não existe geração espontânea. Os (ainda) chamados modernistas, com a sua livre poética, jamais teriam feito aquilo tudo se não se houvessem grandemente impressionado, na incauta adolescência, com os espetáculos de circo dos parnasianos. Acontece que, por sua vez, fizeram eles questão de trabalhar mais perigosamente, sem rede de segurança - coisa que os acrobatas antecessores não podiam dispensar. Quanto a estes, os seus severos jogos atléticos eram uma sadia reação contra a languidez dos românticos. E assim, sem querer, fomos uns aprendendo dos outros e acabando realmente por herdar suas qualidades ou repudiar seus defeitos, o que não deixa de ser uma maneira indireta de herdar. Por essas e outras é que é mesmo um equívoco esta querela, ressuscitada a cada geração, entre novos e velhos. Quanto a mim, jamais fiz distinção entre uns e outros. Há uns que são legítimos e outros que são falsificados. Tanto de um como de outro grupo etário. Porque na verdade a sandice não constituiu privilégio de ninguém, estando equitativamente distribuída entre novos e velhos, em prol do equilíbrio universal. E, além de tudo, os novos significam muito mais do que simples herdeiros: embora sem saber, embora sem querer, são por natureza os nossos filhos naturais.” 8 ( ) No texto “geração espontânea” reporta-se a criação súbita, explosão criadora. ( ) Ao colocar entre parênteses a palavra “ainda” , Quintana alude ao sentido denotativo da palavra modernista. ( ) Os “acrobatas” são os poetas parnasianos em oposição aos nefelibatas simbolistas. ( ) A expressão “sem rede de segurança” significa sem as amarras da técnica poética tradicional. ( ) Há ironia em “a sandice não constitui privilégio de ninguém”. GABARITO 18. UFMS A conotação ocorre quando as palavras ganham, no texto em que estão inseridas, um outro sentido que se acrescenta ao seu sentido primeiro (sentido denotativo, próprio, habitual). Sendo assim, identifique, entre os trechos abaixo, retirados do texto de Raquel Noveira, aquele(s) em que há presença de conotação. “Faz parte de nossa tradição tomar mate. Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água quente. Tereré é o refresco, bem gelado. De acordo com o clima, passa-se do chimarrão ao tereré. Para tomar mate é necessário adquirir-se uma cuia, morena e matuta, uma bomba ou bombilha e a erva moída, tudo semelhante a ‘um coração verde com uma artéria de prata’, conforme poema do gaúcho Aparício Silva Rillo. O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal. Se houver os serviços de alguma bugra para ‘carregar mate’, ótimo. ‘Carregar mate’ significa alguém ficar segurando a chaleira, passar a cuia de uma mão para a outra, de uma boca para a outra, respeitando a vez de cada um, a animação da prosa e o ritmo dos sorvos. Levar a chaleira lá dentro para esquentar de novo quando a água começar a esfriar, para não azedar o mate. É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo. Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfurarem a tarde com suas pontas de lata, a conversa será mais lenta. Se alguém falar alguma frase, alguma palavra em guarani, como chê-kambá ou cunhataí, dará mais sabor à erva. Importante mesmo é que haja um clima de comunhão, de cachimbo da paz, tudo muito morno e quente. (...)” IMPRIMIR NOVEIRA, Raquel. O arado e a estrela. Campo Grande, Ed. UCDB, 1996. p. 23. 01. “Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água quente.” 02. “... tudo semelhante a ‘um coração verde com uma artéria de prata’, conforme poema do gaúcho Aparício Silva Rillo.” 04. “O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal.” 08. “É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo.” 16. “Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfumarem a tarde com suas pontas de lata, a conversa será mais lenta.” Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 19. U. Alfenas-MG “Os prédios são altos e se espreitam traiçoeiramente com binóculos na sombra”. Predomina nessa frase a figura de linguagem denominada: a) metáfora. b) prosopopéia. c) hipérbole. d) eufemismo. e) ironia. 20. Univali-SC Indique o item em que a figura de linguagem existente nas manchetes, retiradas de revistas de circulação nacional, está denominada corretamente entre parênteses: a) “O pai do ciberespaço” – Isto é, 14/04/99 (PLEONASMO). b) “A supermoeda murchou“ – Veja, 27/01/99 (METONÍMIA). c) “A canoa furada dos impostos” – Veja, 30/06/99 (METÁFORA). d) “Um passado escrito por pólen e lascas de madeira” – Superinteressante, agosto/99 (ANTÍTESE). e) “O gigante e os anões” – Superinteressante, agosto/99 (PROSOPOPÉIA). Leia o texto abaixo e responda às questões 21 e 22. 9 “............... Dois homens tramando um assalto. – Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho. Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá. – Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá. – Tá com o berro aí? – Tá na mão. Apareceu um guarda. – Ih, sujou. Disfarça, disfarça... O guarda passa por eles. – Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel chega a Marx diluído pela fenomenologia de Feurbach. – Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant com algumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18... O guarda se afasta. – O berro, tá recheado? – Tá. – Então vamlá.” IMPRIMIR GABARITO Luís Fernando Veríssimo. 21. UEMS Sobre a linguagem utilizada nesse trecho, é correto afirmar: I. Foram utilizados dois níveis de linguagem, sendo um popular, cheio de gírias, e outro culto, com vocabulário rico. II. A linguagem utilizada pelos assaltantes pode ser considerada correta apenas no segundo momento de suas falas, ou seja, na passagem do guarda. III. O conteúdo e o vocabulário da linguagem dos assaltantes não está de acordo com os níveis de linguagem empregados. Estão corretas: a) II e III. d) I e III. b) I. e) I e II. c) I, II e III. 22. UEMS A expressão “Tu traz o berro que nóis vemo rendê o caixa bonitinho”, poderia ser substituída, sem mudar o sentido, em linguagem formal, por: a) Você traz o revólver que nós vamos dominar o caixa bonito. b) Me traga o revólver que nós vamos dominar facilmente o caixa. c) Tu trazes o revólver que vais dominar o caixa. d) Traga-me o revólver que vamos dominar de maneira bela o caixa. e) Traga o revólver que vamos dominar facilmente o caixa. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 23. U. Alfenas-MG Definição: “Silepse é uma figura de linguagem que ocorre quando efetuamos a concordância não com os termos expressos, mas com a idéia a eles associada em nossa mente”. Assinale a alternativa em que esse tipo de figura acontece. a) Aos amigos faltou-lhes coragem. b) Vi com meus próprios olhos. c) “Luar, espere um pouco / Que é pro meu samba poder chegar.” d) Toda profissão tem seus espinhos. e) “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” 24. U. Alfenas-MG “Ninguém coça as costas da cadeira. Ninguém chupa a manga da camisa. (...)” José Paulo Paes. 10 Na composição do excerto, o poeta emprega termos figurados por falta de palavras mais apropriadas. A figura de linguagem em questão é a: a) catacrese. b) sinestesia. c) metáfora. d) metonímia. e) perífrase. 25. U.E. Londrina-PR Leia os poemas abaixo: “Pronto pra outra gravei seu olhar seu andar sua voz seu sorriso. você foi embora e eu vou na papelaria comprar uma borracha.” CHACAL. Drops de abril. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 87. IMPRIMIR GABARITO “Happy End o meu amor e eu nascemos um para o outro agora só falta quem nos apresente” CACASO. Beijo na boca. Rio de Janeiro: 7 letras, 2000. p. 13. Sobre os poemas, é correto afirmar: a) Ambos redimensionam a desilusão amorosa tanto através da elevação espiritual quanto do recurso a elementos prosaicos. b) Ambos focalizam a temática amorosa, despertando atenções para o eu-lírico, que sofre transformações decisivas do passado para o futuro. c) Ambos enfocam a temática amorosa, através da ironia que minimiza diferenças entre passado, presente e futuro. d) Ambos ignoram a temática amorosa, preferindo dar ênfase aos assuntos cotidianos, como na poesia marginal em geral. e) Ambos ridicularizam a desilusão amorosa, embora continuem professando a fé no amor definitivo que não será superado sequer pela morte. 26. UFR-RJ No fragmento “que bom passar a mão no som da percalina” percebe-se: a) a correlação entre o sentido próprio e o sentido figurado das palavras; b) relação de termos que consiste no uso do todo pela parte; c) suavização de uma idéia através da substituição de uma palavra; d) relação entre percepção de sentidos diferentes; e) emprego de termos que se referem a conceitos contrários. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 27. UFGO-Modificada “Mestre do Coro Quem te ensinô essa mandinga? - Foi o nego de sinhá. O nego custô dinhero, dinhero custô ganhá, Camarado. Coro Cai, cai, Catarina, sarta de má, vem vê Dalina. Mestre do Coro Amanhã é dia santo, dia de corpo de Deus Quem tem roupa vai na missa, quem não tem faz como eu.” 11 O fragmento transcrito apresenta um registro lingüístico próprio também das rodas de capoeira, conforme pode ser atestado em O pagador de promessas, de Dias Gomes. Sobre a linguagem do trecho citado, pode-se afirmar que: ( ) a variedade não-padrão cumpre seu papel comunicativo, desde que pautada pela clareza e coerência. ( ) na 1ª estrofe, o vocábulo custô tem o mesmo sentido, nas duas construções em que foi usado. ( ) a palavra camarado apresenta uma flexão de gênero, imprópria, de acordo com a norma padrão. INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens da questão 28. GABARITO “O samba do Ernesto O Arnesto nos convidô prum samba Ele mora no Brás Nóis fumo e não encontremos ninguém Nóis vortemos com uma baita duma reiva Da otra vez nóis num vai mais Nóis num semos tatu Notro dia encontremos co’ Arnesto Qui pidiu discurpa mas nóis num aceitemos Isso num si faiz Arnesto nóis num s’ importa Mais você devia ter ponhado um recado na porta Ansim Óia turma num deu pra espera Aduvido que isso num faiz már Num tem importância nóis si habitua” IMPRIMIR Adoniran Barbosa e Nicola Caparrino. 28. UFMT ( ) O texto retrata um pedido de desculpas de amigos que não se vêem há muito tempo. ( ) “Aduvido, vortemos, ponhando, ansim, óia” são marcas de uma variedade lingüística utilizada por pessoas de pouca ou nenhuma escolaridade. ( ) “Prum, num, cuma, duma, pra” marcam a moralidade oral do texto. ( ) Sempre que é usada a primeira pessoa do plural, no texto, a desinência verbal é adequada. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar 29. Uniube-MG “Cumprida a obrigação, Fabiano levantou-se com a consciência tranqüila e marchou para casa. Chegou-se à beira do rio. A areia fofa cansava-o, mas ali, na lama seca, as alpercatas dele faziam chape-chape, os badalos dos chocalhos que lhe pesavam no ombro, pendurados em correias, batiam surdos.” RAMOS, Graciliano, Vidas secas. Observando-se, neste excerto de Vidas secas, a linguagem do autor, pode-se afirmar que a expressão grifada é uma figura de linguagem denominada: a) onomatopéia. b) pleonasmo. c) aliteração. d) eufemismo. 30. U.E. Londrina-PR Observe os quadros abaixo. IMPRIMIR GABARITO 12 O comentário irônico de Mafalda no último quadro refere-se, fundamentalmente, a uma figura de linguagem presente nos quadros anteriores, que é: a) hipérbole. b) metáfora. c) aliteração. d) metonímia. e) pleonasmo. 31. Uniube-MG Há figuras de linguagem em: I. antítese em “o meu dia foi bom, pode a noite descer”; II. prosopopéia em “a noite com seus sortilégios encontrará lavrado o campo, a casa limpa, a mesa posta”; III. metáfora em “com cada coisa em seu lugar”; IV. comparação em “quando a indesejada das gentes chegar / (não sei se dura ou coroável)”. Estão corretas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e IV. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar Leia, a seguir, o fragmento retirado do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, e responda a questão 32. “– Meu avó, dá caça pra mim comer? – Sim, Currupira fez. Cortou carne de perna moqueou e deu pro menino, perguntando. – O que você está fazendo na capoeira, rapaiz! – Passeando. – Não diga! – Pois é, passeando... Então contou o castigo da mãe por causa dele ter sido malévolo pros manos. E contando o transporte da casa de novo pra deixa onde não tinha caça deu uma grande gargalhada. O Currupira olhou pra ele e resmungou: – Tu não é mais curumi, rapaiz, tu não é mais curumi não... Gente grande que faiz isso...” 33. Cesgranrio Assinale a opção em que há correspondência entre o período e o recurso estilístico a ele atribuído. a) “Quem pode vai para fora” – hipérbato. b) “Aquele jardim era meu amigo” –metonímia. c) “Eles são as minhas aldeias” – metáfora. d) “Uma voz de água no silêncio” – anáfora. e) “Que bom ver outra vida! Que bom ouvir a outra face do disco!” – anástrofe. 34. U. Santa Ursula-RJ-Modificada Primeiramente, nos versos “de carne e de memória” / “de osso e de esquecimento” e nos versos “bocas bafos bacias” / “bandejas bandeiras bananeiras”, o autor se utiliza dos seguintes recursos de linguagem: a) metáfora e comparação; b) metonímia e aliteração; c) antítese e aliteração; d) comparação e hipérbato; e) paradoxo e aliteração. IMPRIMIR GABARITO 13 32. UFGO Uma característica importante das línguas é o fato de que elas não são uniformes nem estáticas. Fatores como região, classe social, idade, entre outros, explicam suas variações. Tendo em vista o comentário que você acabou de ler e as particularidades lingüísticas do trecho de Macunaíma, julgue os itens. ( ) A construção “dá caça pra mim comer” é típica da linguagem oral, representado, portanto, uma variação de “dê-me caça para eu comer”, própria da norma padrão. ( ) O emprego de palavras como “rapaiz” e “faiz”revela variação no nível dos sons, indicando pronúncia de um falante, no caso o Currupira, que utiliza a variedade padrão língua. ( ) Em “por causa dele ter sido malévolo”, ocorreu uma variação no nível sintático, uma vez que esse enunciado, na norma padrão, corresponde a “por causa de ele ter sido malévolo”. ( ) O enunciado “Tu não é mais curumi”, apesar de ser um exemplo de falar informal, está de acordo com a língua padrão, como se pode verificar pela concordância verbal. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar LÍNGUA PORTUGUESA FUNÇ Õ E S DA L IN G U A G E M E L IN G U A G E M F IG U R A D A 1 V–V–F–F–F c d V–V–V–V–V a a d c d c d F–F–V–V–V b F–V–V c c V–V–F–V–V 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 18 b a b e e a a d V–F–V F–V–V–F a c a V – F –V – F c c IMPRIMIR GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. Voltar Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada Avançar LÍNGUA PORTUGUESA V O C A B U L Á R IO 1. UFRN-Adaptada Essas previsões podem parecer ousadas, mas, no fundo, são até conservadoras” Assinale a opção em que o vocábulo traduz o sentido de ousadas: a) audaciosas. b) magníficas. c) impulsivas. d) duvidosas. 1 2. Unifor-CE Assinale a alternativa em que se substitui uma frase por outra de sentido equivalente. a) os videogames induzem à passividade = os videogames não permitem o isolamento. b) a ponto de não ter de esforçar-se = tanto que não precisa de muita vontade. c) porque inibem a vontade = porque estimulam o desejo de brincar. d) o jovem tende ao retraimento = o jovem procura distrair-se. e) Atividades físicas e em grupo são um antídoto = exercícios físicos comuns são a solução. IMPRIMIR GABARITO 3. Emescam-ES “Hoje, a erotização televisivamente monitorada faz da criança um consumidor precoce. Momento por não possuir suficiente discernimento e ser capaz de seduzir os adultos, que cedem aos caprichos do desejo para se verem livres da insistência pirralha. Aos quatro anos, eis o menino revestido de grifes e a menina embotelhada em danças da esquizofrenia que distância a idade fisiológica da psicologia, corpo de criança e alma de mulher. O sonho é substituído pela TV, as histórias cedem lugar aos programas de auditório, e as fadas, bruxas e reis, aos brinquedos eletrônicos. O armário é tão cheio quanto o espírito vazio. (...) Há crianças assustadoramente gordas de açúcar e sem afeto, cansadas perante um futuro que ainda não viveram, viciadas em indigência intelectual e espiritual.” Excerto de “Memória de um Dinossauro”, de Frei Betto. A Gazeta, Vitória, 08. set. 98 p. 05. Um dos itens abaixo apresenta explicação inadequada de alguns termos usados no texto; isso ocorre em: a) “suficiente discernimento” – necessária competência para avaliar ou julgar com bom senso; b) “insistência pirralha” – teima persistente da criança; c) “embotelhada em danças” – especialista em danças; d) “ritmo da esquizofrenia” – ritmo que revela psicopatias e distúrbios mentais; e) “indigência intelectual e espiritual” – pobreza de cultura e de espírito. 4. UFF-RJ No fragmento “O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência.”, pode-se substituir a palavra em negrito, sem alteração de sentido, por: a) limite. b) momento final. c) término. d) objetivo. e) ponto extremo. Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar 5. Univali-SC “Retrato do Brasil quando ainda jovem Como se explica o otimismo de nosso povo? Algumas pesquisas e levantamentos recentes, tenham ou não a ver com as comemorações dos 500 anos de Descobrimento, revelam um Brasil cuja ambigüidade torna cada vez mais difícil decifrá-lo e defini-lo em termos de personalidade e temperamento. De um país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$ 4,00 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não? Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu país um lugar bom e ótimo para viver, como estão otimistas em relação ao seu futuro e acreditam que ele se transformará numa superpotência em cinco anos. Pelo menos essa é conclusão de um levantamento sobre a “utopia brasileira” realizado há pouco pelo Data Folha.” VENTURA, Zuenir. Época, 08/05/2000. GABARITO 2 Os sinônimos que poderiam ser utilizados para substituir as palavras destacadas no texto encontram-se, respectivamente, na opção: a) impressão / descrente / fantasia; b) equívoco / duvidoso / infelicidade; c) incerteza / seco / irrealização; d) indeterminação / cego / quimera; e) que tem dois sentidos / que não crê / felicidade. 6. Unifor-CE Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases apresentadas. Sem ..............., a criança ............... os comandos do jogo eletrônico, em que ............... eram perseguidos. a) hesitar – compulçava –animaizinhos b) hesitar – compulsava – animaisinhos c) hesitar – compulsava – animaizinhos d) exitar – compulsava – animaisinhos e) exitar – compulçava – animaizinhos 7. Unifor-CE Uma sociedade ............... é aquela em que os ............... têm ............... dos problemas que atingem todos aqueles que a compõem. As lacunas serão corretamente preenchidas com: a) armonioza – previlegiados – consciência b) armoniosa – privilegiados – conciência c) harmonioza – privilegiados – conciência d) harmoniosa – previlegiados – consciência e) harmoniosa – privilegiados – consciência IMPRIMIR 8. U.F. Juiz de Fora-MG “...Sou adepto do voto inútil! Vote inútil!!!” (Luiz Eurípedes Massiére) Um significado alternativo para a palavra acima destacada é: a) partidário. b) contrário. c) representante. d) rebelde. 9. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa em que a palavra ou expressão em negrito não está adequadamente interpretada de acordo com seu sentido no texto. a) “Para se restringir a compreensão das mensagens a uns poucos detentores do código lingüístico...” = limitar. b) “O uso correto do idioma não é um refinamento...” = requinte. c) “Porém, o oficialismo deveria, pelo menos, abster-se de usar estrangeirismos para evitar o ridículo de ser brega...” = impedir. d) “Não se trata de xenofobia.” = aversão a coisas estrangeiras. Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar 10. UFPR Leia o texto abaixo: “A referência a Xuxa, além de providencial, é pertinente. Ela é pioneira nesse fenômeno, tão característico do Brasil de hoje, que é a erotização das crianças. Faz anos que, consciente ou inconscientemente, lhes dá aulas de sedução. Outras a seguiram na TV, entre louras que a imitam e reboladoras profissionais, mas Xuxa detém a palma do pioneirismo. Merece ser considerada um símbolo da permissividade da televisão brasileira.” Veja, 18/08/1999. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) na(s) alternativa(s) em que todas as expressões são apropriadas para substituir as expressões em negrito, sem prejuízo para o sentido do texto. ( ) menção – apropriada – interrompe – da licenciosidade. ( ) convocação – irritante – conserva – da abertura. ( ) observação – relevante – possui – da liberalidade. ( ) menção – apropriada – conserva – da falta de limites. ( ) saudação – obrigatória – interrompe – do vale-tudo. ( ) alusão – relevante – ostenta – da liberalidade. 3 11. Unifor-CE O solecismo ou erro de sintaxe torna a linguagem ...............ou ..............., por estar em ............... com as normas do padrão culto da língua. As lacunas da frase apresentada estão corretamente preenchidas em: a) incompreencível – imprecisa – dezacordo b) incomprensiva – imprescisa – desacordo c) incomprensiva – imprecisa – dezacordo d) incompreensível – imprecisa – desacordo e) incompreensível – imprescisa – desacordo GABARITO 12. Unifor-CE O vocábulo em negrito está corretamente substituído por outro, sem prejuízo do sentido original, em: a) a influência do povo é decisiva = prejudicial. b) não lhe inseriu riquezas novas = descobriu. c) a receber e dar curso a tudo = ensinar. d) depurando a linguagem = purificando. e) se isto é um fato incontestável = divergente. 13. U. Alfenas-MG-Adaptada A palavra “então” do trecho “apontou o então chefe da Assessoria de Imprensa da Prefeitura como autor da nota” tem o sentido de: a) naquela ocasião. b) nesse caso. c) além disso. d) nesse tempo. e) naquele lugar. 14. PUC-RJ-Adaptada “Se além das prendas (...), D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência...” IMPRIMIR Machado de Assis. As expressões abaixo estão dicionarizadas como acepções possíveis para preterir. Qual delas melhor poderia substituir o verbo no contexto em que é empregado no texto? a) ultrapassar. b) omitir. c) deixar de parte. d) ir além de. e) ser ilegalmente promovido. Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar 15. Unifor-CE A expressão em negrito está corretamente substituída por outra, sem prejuízo do sentido original, em: a) provocam cíclicas retrações = periódicas diminuições. b) premido pelas circunstâncias = decepcionado. c) para satisfazer exigências formais = leis costumeiras. d) mão-de-obra não-especializada = trabalho incomum. e) um futuro se não promissor = de desesperança. 16. Uniube-MG-Adaptada A expressão “dia-a-dia” no trecho “as coisas mais simples do nosso dia-a-dia”, pode ser substituída, sem que se altere o sentido da frase, apenas pela expressão grifada em: a) Não há trabalho para se fazer de supetão, mas dia a dia. b) Dia após dia aumenta a violência em nosso país. c) Obras de Machado de Assis fazem parte de meu cotidiano. d) A insegurança do brasileiro aumenta a cada dia. 4 17. Uniube-MG “Se pintar um clima, você pode caprichar no estilo, descolar um gato e curtir um papo legal.” Considerando-se a variedade lingüística que se pretendeu reproduzir nessa frase, é correto afirmar que a expressão proveniente de variedade diversa é: a) pintar um clima; b) caprichar no estilo; c) descolar um gato; d) curtir um papo legal. IMPRIMIR GABARITO 18. Univali-SC “Notas de um Nobel A julgar pelas últimas declarações do escritor português José Saramago, o Prêmio Nobel de Literatura que lhe foi atribuído em 1998 tornou-se um fardo difícil de ser carregado. Saramago reclama de falta de tempo para escrever. Hoje ele é uma espécie de arauto da língua portuguesa que percorre os quatro cantos do mundo propagandeando o idioma de Camões. Os recém-lançados Cadernos de Lanzarote II, segundo volume de seus diários, vão de 1996 a 1997 e mostra um Saramago andarilho, que deixa seu lar em Lanzarote, uma das Ilhas Canárias, dá voltas pela Europa, circula no Brasil e ainda tem tempo de salpicar as páginas de seu diário com observações perspicazes e poéticas. Para quem conhece os romances de Saramago, o estilo pode parecer frugal. Mas é aquele tipo de simplicidade que só alguém que pensa e escreve bem sabe fazer. Não faltam ao escritor o senso de humor, a ironia e uma delicadeza especial na percepção das coisas. (...)” VOLPATO, Cadão – Época, 26 de abril de 1999. No texto, os vocábulos arauto, perspicazes e frugal podem ser substituídos, respectivamente, pelos sinônimos: a) mensageiro – inteligentes – modesto. b) representante – talentosas – insosso. c) que sabe – que observam – parco. d) eminente – sagazes – exagerado. e) propagandista – complicadas – sóbrio. 19. F. Católica de Salvador-BA-Adaptada A substituição proposta à direita mantém o significado do contexto em que o termo transcrito aparece em: a) “toda” em “metade de toda a força” – qualquer. b) “algum” em “com algum êxito” – pouco. c) “apenas” em “foram selecionados apenas os chefes” – mal. d) “ainda” em “O Brasil ainda tem uma vantagem” – afinal. e) “Assim que” em “Assim que a economia voltar a crescer, isso vai ser consertado” – Quando. Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar 20. Uniube-MG Assinale a única alternativa em que a palavra ou expressão em negrito não está corretamente interpretada de acordo com seu sentido. a) “E só estando ao abrigo das necessidades (e do mau tempo) é que poderemos, com calma e sapiência, manipular os peões...” = sabedoria. b) “Pena que os bispos sejam tão renitentes.” = teimosos. c) “Acho que nenhum patriota sincero se oporia a esta medida tão salutar e higiênica” = moralizadora. d) “Conto com teu bom senso para tratar com severidade os trabalhadores, sem deixar-te levar por pieguices.” = sentimentalismos. 21. F.M. Triângulo Mineiro-MG-Adaptada “... uma relação é provida do atributo mágico...” “... prenhe de respeito e carinho...” “... repousa no preceito basilar do cristianismo...” Os sinônimos mais adequados para as palavras em negrito nos trechos acima são, respectivamente: a) dotada, repleta, fundamental; b) portadora, isenta, simples; 5 c) concebida, marcada, único; d) destituída, madura, básico; e) incentivadora, plena, indiscutível. 22. U.E. Maringá-PR Assinale a(s) alternativa(s) em que as palavras em destaque podem ser substituídas pelas palavras que estão em itálico, respectivamente. 01. “A conclusão da primeira etapa de decodificação do genoma humano...” – o epílogo – leitura. 02. “A complicação é que se desconhecem quantas casas e edifícios existem de fato na metrópole e qual a função de cada um dos imóveis.” – o obstáculo – ignoram. 04. “As estimativas variam de 38.000 a 120.000” – as avaliações. 08. “As poderosas máquinas da Celera Genomics e do Projeto Genoma Humano ordenaram as seqüências de letras...” – prostraram – as apreensões. GABARITO 16. “Identificar os genes será uma tarefa árdua e mais complexa do que foi decifrar o próprio genoma.” – um trabalho – desviar. 32. “...os geneticistas ainda são incapazes de encontrar a padaria ou a delegacia de polícia no complexo DNA do ser humano.” – hábeis – no elucidado. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 23. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa em que a palavra ou expressão em negrito não está adequadamente interpretada de acordo com seu sentido no texto. a) “Quis continuar a falar, para escrutar-lhe bem a alma; não pude, ele esquivou-se, e fiquei outra vez só.” = sondar. IMPRIMIR b) “...ninguém me dava o direito de presumir intenções e intervir nos negócios particulares de uma família...” = vangloriar. c) “Bastou que uma idéia se me afigurasse possível para que eu a acreditasse certa.” = parecesse. d) “...Félix achara um modo de conciliar umas e outras, amando sem casar.” = harmonizar. Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar 24. PUC-RS “Não vai dar certo Outro dia, dois cientistas americanos apresentaram um pedido ao Serviço de Marcas e Patentes dos Estados Unidos para registrar uma criatura que estão produzindo em laboratório. A tal criatura seria uma mistura de homem com animal. Não se sabe direito que animal é este, mas deram a entender que tanto pode ser um macaco como um camundongo. É fácil imaginar um homem-macaco. Afinal, todos nós, no passado, já protagonizamos essa dobradinha. E nem faz tanto tempo. Conheço gente que ainda se lembra de quando o avô desceu da árvore (...) Já cruzamento de um homem com camundongo é mais difícil de visualizar. O único parâmetro conhecido é o Mickey, o rato mais bem-sucedido da história. Em cima dele, construiu-se um império que é, na verdade, uma ratoeira humana (...). A idéia de cruzar artificialmente seres humanos com animais não é nova. Já foi imaginada no começo do século pelo inglês H. G. Wells, em A Ilha do Dr. Moreau e, nos anos 50, pelo americano James Clavell, em A Mosca da Cabeça Branca. Ambas as histórias renderam vários filmes. Em todos eles, a parte humana levou um baita prejuízo. No filme do homem que virou mosca, o pobre Vincent Price ficou desesperado porque, com seu corpinho de mosca, não conseguia chamar a atenção de sua mulher, para que esta o fizesse voltar ao normal. E olhe que ele foi o cientista que resolveu fazer a experiência. Boa idéia. O ideal seria se os dois cientistas se oferecessem como cobaias de suas experiências. Um cruzaria o outro com o macaco. E o outro cruzaria o um com o camundongo.” CASTRO, Ruy. Manchete, 19/04/98 (adaptado) Se as expressões “Outro dia”, “A tal criatura”, “dobradinha” e “corpinho”, características da linguagem coloquial, fossem substituídas por expressões do português culto formal, sem alteração básica no significado, seria correto utilizar, respectivamente: a) Uma vez – a experiência – par – figura diminuta. b) Dia desses – este monstro – dualidade – corpo minúsculo. c) Certo dia – o experimento – dupla – silhueta pequena. d) Há pouco tempo – o resultado – casal – corpete. e) Recentemente – esse ser – parceria – corpúsculo. IMPRIMIR GABARITO 6 Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar LÍNGUA PORTUGUESA V O C A B U L Á R IO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. a c a c b a b c a 01 b e IMPRIMIR GABARITO 1 b c c d e c e a c F-F- F-V-F-V d d Voltar Língua Portuguesa - Vocabulário Avançar LÍNGUA PORTUGUESA F O N O L O G IA , A C E N T U A Ç Ã O O R T O G R A F IA E F O R M A Ç Ã O D A S P A L AV R A S 1. UFMT Leia o texto de Lourenço Diaféria e julgue os itens a seguir. Use V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos. 1 “O grafiteiro pixou no muro caiado: ‘Herrar é umano.’ Considere as seguintes atitudes: 1. Você corrige um erro. 2. Você corrige dois erros. 3. Você não corrige nada e elogia a criatividade do grafiteiro. 4. Você fica louco da vida, xinga o cara de ignorante e manda repintar o muro.” Lourenço Diaféria. ( ) A letra h não representa, na Língua Portuguesa, nenhuma fonema, mas é usada em palavras que a trazem da etimologia, como humano. ( ) As letras x e ch podem representar o mesmo fonema, o que ocasiona certa dificuldade na escrita de palavras como pichar e xícara. ( ) Poderia ser acrescentada à “questão de múltipla escolha” mais uma alternativa: Você corrige três erros. GABARITO 2. UFSE Os encontros vocálicos das palavras SEARA e GLÓRIA encontram-se, respectivamente, nas palavras: a) ameaças e contrário; b) biologia e adquirida; c) científicas e biogenética; d) negociação e países; e) polícia e principais. 3. Unifor-CE “Vejam que país...” “...a lavadeira cheira a gim.” IMPRIMIR Nas palavras em negrito observa-se uma seqüência de: a) hiato, dígrafo e ditongo; b) hiato, encontro consonantal e ditongo; c) ditongo, dígrafo e hiato; d) ditongo, dígrafo e ditongo; e) ditongo, encontro consonantal e hiato. 4. Emescam-ES O emprego da expressão abaixo em negrito vai de encontro ao “bom uso” da nossa língua, em: a) Dadas as nossas origens e objetivos, existe, entre mim e eles, uma separação formal e intransponível. b) A EMESCAM fica situada na Avenida Nossa Senhora da Penha. c) Daqui há pouco tempo estaremos iniciando o século vinte e um. d) Aproveito-me desta oportunidade, para agradecer-lhe a gentileza do gesto. e) Antigamente, enviavam-se muitas cartas em mão. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 5. FGV-SP A palavra língua está corretamente escrita com acento agudo e sem trema. Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam também corretamente grafadas. a) Ambigüidade, guaraná, Anhanguera, tranqüilo, aguei, adquiri, distingui. b) Anbiguidade, güaraná, Anhangüera, tranquilo, agüei, adqüiri, distingüi. c) Ambigüidade, guaraná, Anhanguera, tranquilo, aguei, adquiri, distingui. d) Ambiguidade, güaraná, Anhangüera, tranqüilo, agüei, adqüiri, distingüi. e) Ambigüidade, guaraná, Anhangüera, tranqüilo, agüei, adquiri, distingui. 2 6. PUC-RJ Leia o período abaixo e as afirmações relacionadas às expressões nele contidas: “O ceticismo constitui uma marca característica do conto machadiano que vem sendo amiúde assinalada pelos estudiosos da literatura brasileira, notavelmente aqueles que se concentram na chamada fase realista de sua obra.” I. A separação silábica das palavras “machadiano“ e “assinalada” é, respectivamente, ma-cha-di-a-no e as-si-na-la-da. II. De acordo com as regras de acentuação gráfica, o verbo “constituir” escreve-se “constituía” em uma das formas do passado. III. Sem contração de preposição com artigo, a expressão “pelos estudiosos” deveria grafar-se “pôr estudiosos”. IV. O advérbio derivado de “notável” deveria estar grafado no texto como “notavelmente”. São corretas as afirmações: a) I, II e IV. b) II e III. c) I e II. d) III e IV. e) I e III. IMPRIMIR GABARITO 7. U.E. Maringá-PR-Modificada Assinale a(s) alternativa(s) em que a(s) letra(s) destacada(s) corresponde(m) adequadamente ao(s) fonema(s) propostos(s). 01. “...um pião enlouquecido.” – fonema /k/. 02. “Séculos quentíssimos...” – fonemas / ku/. 04. “...a velocidade da rotação...” – fonema /k/. 08. “Os americanos acham...” – fonema /k/. 16. “Daqui a alguns milênios...” – fonemas /ku/. 32. “...enquanto dá voltas...” – fonemas /kw/. 64. “Nevascas, furacões...” – fonema /k/. Dê, como resposta a soma das alternativas corretas. 8. U.F. Santa Maria-RS “Ele domina a número cinco, atenção, vai marcar, dá de chaleira... É goooool, sensacional!” Se essa fala fosse transcrita em nível coloquial, algumas palavras sofreriam alterações, como: marcar → marcá chaleira → chalera sensacional → sensacionau Analise as afirmações relacionadas com essas alterações fonéticas. I. Em marcá, houve queda de consoante final e deslocamento da sílaba tônica. II. Em chalera, houve simplificação de um ditongo decrescente em vogal simples. III. Em sensacionau, houve substituição da consoante final por semivogal, formando um ditongo crescente. Está(ão) correta(s): a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) apenas II e III. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens da questão 9. “Agora in Brasile, la mejor Parker Collection du monde. Gracias à abertura da nossa economia, a Parker do Brasil ha portato a tutti noi a crème de la crème das Parkers do mundo: Duofold Centennial, Premier, 95, 88, 180 e mucho más. I tutto para você pagar com money brasileiro. Come on, venga a buscar la suya. Perché si non vous puede ficar sem, capisci?” Revista Veja/SP. 3 9. UFMT ( ) A fábrica de canetas Parker explorou o fenômeno, da globalização lingüística, cultural e econômica para lançar seu produto no mercado brasileiro. ( ) As palavras estrangeiras funcionam, no texto, como argumentos a favor da simplicidade do produto anunciado. ( ) As palavras gracias, tutto e monde são formadas a partir de radicais presentes nas palavras correspondentes do português. ( ) O fato de o espanhol, o italiano e o francês, assim como o português, serem línguas neo-latinas facilita a compreensão da mensagem pela propaganda. ( ) O sentido de money e come on é evidente no texto, porque a língua inglesa é também uma língua neo-latina. ( ) Na Babel global, recriada por esse texto, a confusão de línguas também impede a comunicação. GABARITO 10. UEPI Marcar a opção em que o segmento em negrito não forma dígrafo. a) qualquer; d) velho; b) adivinhar; e) recorria. c) confessar; 11. FGV-SP Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente grafadas. a) Empolgação, através, extrangeiro, despercebido, auto-falante. b) Eletricista, asterístico, celebral, frustado, beneficiente. c) Assessores, pretensão, losango, asterisco, alto-falante. d) Sicrano, vultosa, previlégio, entitular, prazeiroso. e) Eletrecista, pretenção, ascenção, celebral, prazeiroso. IMPRIMIR 12. Unifor-CE Nas palavras Paquequer, Paraíba e caudal, ocorrem, respectivamente os seguintes encontros: a) ditongo – hiato – hiato; b) dígrafo – hiato – ditongo; c) ditongo – dígrafo – hiato; d) dígrafo – ditongo – ditongo; e) ditongo – dígrafo – ditongo. 13. U. Alfenas-MG O acento gráfico em “conferência” tem a regra de emprego assim expressa: a) Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em a(s). b) Acentuam-se as palavras proparoxítonas terminadas em ditongo crescente. c) Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s). d) Acentuam-se todas as palavras paroxítonas. e) Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 14. Uniube-MG São acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica, as palavras da alternativa: a) língua, obrigatório, influência. b) filológica, necessária, lingüística. c) português, aliás, país. d) óbvio, úteis, alguém. 15. U.E. Maringá-PR-Modificada O fonema /s/ é expresso, na grafia da língua portuguesa, de várias maneiras. Assinale a(s) alternativa(s) em que todas as letras destacadas representam na escrita o fonema /s/. 01. “A prosa literária brasileira começa no Romantismo.” 02. “...cujo ócio permitia a leitura de romances e folhetins.” 04. “Esse público buscava na literatura apenas distração.” 08. “...tão logo chegava ao final, fechava o livro e o esquecia...” 16. “...esperando o próximo, que lhe ofereceria praticamente as mesmas emoções.” 32. “...passando o tempo a torcer e a chorar por seus heróis.” Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 4 16. FUVEST-SP Os sufixos aumentativos têm, às vezes, sentido pejorativo, ridicularizando ou ironizando a idéia expressa. A alternativa em que este valor está presente é: a) Ao revisar a prova, percebemos que havia um problemão a resolver. b) Ora! Você fez um dramalhão por coisa tão insignificante. c) Feriadão começa com o 2º maior congestionamento. d) O casacão da noite envolveu a cidadezinha. e) Um carro! Presentão como esse você só ganha uma vez na vida. 17. U.E. Ponta Grossa-PR Tendo em vista a acentuação gráfica e a separação silábica dos vocábulos, assinale o que for correto. 01. São acentuados graficamente os vocábulos “só”, “é” e “dá” porque devem ser acentuados todos os monossílabos tônicos terminados em a, e e o. 02. Os vocábulos “macaco”, “primata” e “apetite” não recebem acento gráfico porque não se acentuam os paroxítonos terminados em o, a e e. 04. O vocábulo “muriqui” não é acentuado pois não levam acento gráfico os oxítonos terminados em i. 08. O vocábulo “observação” tem quatro sílabas. 16. O vocábulo “evoluído” tem cinco sílabas. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 18. Unifor-CE Assinale a alternativa em que os dois vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica do vocábulo várzea. a) cândido – armário; b) exímio – vírus; c) supérfluo – incêndio; d) incluído – sandália; e) límpido – vôo. 19. U. Alfenas-MG “Fernando Henrique fez a defesa dos países em risco”. O sufixo ESA, usado nessa palavra em negrito na citação acima, completará corretamente a grafia de: a) bel............... b) cert............... c) calabr............... d) viuv............... e) estranh............... Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 20. UEMS Leia o texto de Rachel de Queiroz e, depois, assinale a alternativa correta. 5 “(...) Esse negócio de língua estrangeira em país colonizado é fogo. A começar que a nossa língua oficial, o português, nós a recebemos do colonizador luso, o que foi uma bênção. Imagina se, como na África, nós tivéssemos idiomas nativos fixados em profundidade, ou, então, se fosse realidade a falada ‘língua geral’ dos índios, que alguns tentaram, mas jamais conseguiram impor como língua oficial do brasileiro. Mesmo porque as tribos indígenas que povoaram e ainda remanescem pelos sertões, cada uma fala o seu dialeto; o pataxó, por exemplo, não tem nada a ver com o falar dos amazônicos; pelo menos é o que informam os especialistas. Mas, deixando de lado os índios que nós, pelo menos, pretendemos ser, falemos de nós, os brasileiros, com o nosso português adaptado a estas latitudes e língua oficial dos nossos vários milhões de nativos. Pois aqui no Brasil, se você for a fundo no assunto, toma um susto. Pegue um jornal, por exemplo: é todo recheado de inglês, como um peru de farofa. Nas páginas dedicadas ao show business, que não se pode traduzir literalmente por ‘arte teatral’, tem significação mais extensa, inclui as apresentações em várias espécies de salas, ou até na rua, tudo é show. E o leitor do noticiário, se não for escolado no papo, a todo instante tropeça e se engasga com rap, punk, funk, soap-opera, etc., etc. Cantor de forró do Ceará, do Recife ou Bahia só se apresenta com seu song book, onde as melodias podem ser originalmente nativas, mas têm como palavras-chave esse inglês bastardo que eles inventaram e não se sabe se nem os próprios americanos entendem. No esporte é a mesma coisa, ou pior. Já que os nossos esportes foram importados (até a palavra que os representa – sport – é inglesa). O meu querido ministro Pelé tenta descaracterizar o neologismo, chamando-o de ‘desporto’. Mas não pega. Verdade que o jornalismo esportivo procura aclimatar o dialeto, traduzindo como pode os nomes importados – goal keeper já é goleiro, back é beque, e há traduções já não tão assimiladas que ninguém diz mais senão ‘centroavante’, ‘meio-de-campo’, etc. Engraçado nós sermos um país tão apaixonado por esporte, especialmente o futebol (não mais foot-ball), e nunca fomos capazes de inventar nenhuma modalidade de peleja esportiva. Os índios têm lá os jogos deles, mas devem ser chatos ou difíceis, já que a gente não os conhece nem de nome. Ficamos nas adaptações tipo ‘futevôlei’, que, pelo menos, é engraçado.” Rachel de Queiroz. IMPRIMIR GABARITO Palavras como show, rap, funk e hot dog, hamburger, milk shake: a) São estrangeirismos que, segundo a gramática normativa, são termos necessários que assumem forma da língua portuguesa e podem ser usados quando necessários. b) Atestam a pobreza lingüística da língua portuguesa, incapaz de formar palavras para designar aqueles elementos. c) São anglicismos que poderiam muito bem ser excluídos da língua que falamos. Correio do Estado 21/05/2000. d) São galicismos que poderiam muito bem ser excluídos da língua que falamos. e) São estrangeirismos e por isso não contribuem para a boa linguagem. 21. Unifor-CE Assinale a alternativa em que os dois vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica do vocábulo ignorância. a) sacrário – difícil; d) tórax – ingênuo; b) ônibus – ígneo; e) convênio – válido. c) colégio – sério; 22. F.I. de Vitória-ES Assinale a opção em que se fez, entre as expressões entre parênteses, a escolha inadequada para o preenchimento da lacuna: a) O Brasil perdia para Camarões nas Olimpíadas. Todos pensaram que ele fosse ............... o placar, mas Camarões venceu. (inverter – reverter) expressão escolhida: reverter. b) Há gente que pretende ............... as drogas mais leves, como a maconha. (descriminar – discriminar) expressão escolhida: descriminar. c) Quando a chuva começou, ele viu que, sem guarda-chuva, iria passar ............... . (despercebido – desapercebido ) expressão escolhida: desapercebido d) Ele pensa exatamente como eu. Suas idéias vão ............... minhas. (ao encontro das – de encontro às) expressão escolhida: ao encontro das. e) Não estou ______ desses problemas políticos. (a par – ao par) expressão escolhida: a par. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 23. U.F. Santa Maria-RS Em qual alternativa os pares de palavras não seguem a mesma regra de acentuação? a) “pátria” – “próprio”. d) “só” – “três”. b) “Até” – “propôs”. e) “áreas” – “Mário”. c) “espécie” – “idéias”. 24. FUVEST-SP “Só os roçados da morte compensam aqui cultivar, e cultivá-los é fácil: simples questão de plantar; não se precisa de limpa, de adubar nem de regar; as estiagens e as pragas fazem-nos mais prosperar; e dão lucro imediato; nem é preciso esperar pela colheita: recebe-se na hora mesma de semear.” NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. IMPRIMIR GABARITO 6 O mesmo processo de formação da palavra sublinhada em “não se precisa de limpa” ocorre em: a) “no mesmo ventre crescido”. b) “iguais em tudo e na sina”. c) “jamais o cruzei a nado”. d) “na minha longa descida”. e) “todo o velho contagia”. 25. U.E. Ponta Grossa-PR-Modificada Assinale o que for correto. 01. Em “química” se usa acento gráfico no “i” pelo mesmo motivo por que se acentua o “i” de “dirigíveis”. 02. Os vocábulos “século” e “inédito” acentuam-se graficamente pelo mesmo motivo por que se acentua “câmera”. 04. Há duas sílabas em “ruas” e quatro em “aparelhos”. 08. Os vocábulos “tecnologia” e “inimaginadas” têm cinco e seis sílabas respectivamente. 16. Os artigos definidos, como em “as páginas”, “os parisienses”, “a capital” e “o ar”, são monossílabos átonos, por isso jamais recebem acento gráfico. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 26. UFMT Para julgar os itens que seguem, leia o texto “Eiros”. Use V, para as verdadeiras, e F, para os falsos. “Eiros A leitora Elza Marques Marins me escreve uma carta divertida estranhando que ‘brasileiro’ seja o único adjetivo pátrio conhecido em ‘eiro’ que, segundo ela, é um sufixo pouco nobre. Existem suecos, ingleses e brasileiros, como existem médicos, terapeutas e curandeiros. (...) É a diferença entre jornalista e jornaleiro ou entre músico ou musicista e roqueiro, timbaleiro ou seresteiro. Há o importador e há o muambeiro. ‘Se você começou como padeiro, açougueiro ou carvoeiro’ – escreve Elza – ‘as chances são mínimas de acabar como advogado, empresário, grande investidor ou latifundiário, a não ser que se dê o trabalho de ser político antes’. Aliás, há políticos e politiqueiros. (...)” VERÍSSIMO, Luís Fernando. Jornal do Brasil, 7/10/95. ( ) Os termos jornalistas, jornaleiro, terapeutas e curandeiros são formados pelo processo de derivação parassintética. ( ) A forma -eiro tem o mesmo significado em todas as suas concordâncias. ( ) O morfema -eiro é usado exclusivamente para formar adjetivos a partir de substantivos. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 27. Unifor-CE A série em que se observa a mesma regra de acentuação da palavra em negrito no segmento “uma escolta de professores e funcionários” é: a) contemporânea – provável – contrário; b) artística – compreensível – contemporânea; c) obrigatória – contrário – circunstâncias; d) provável – várias – obrigatória; e) compreensível – artístico – várias. 28. FGV-SP Assinale a alternativa em que se observe o mesmo processo de formação de palavras que ocorre em empobrecer. a) Apogeu. d) Crucifixo. b) Apelar. e) Apedrejar. c) Circular. 7 29. Unifor-CE Todas as palavras estão acentuadas pela mesma razão que justifica o acento no vocábulo influência, em: a) América, também e incontestável; b) aceitável, domínio e até; c) princípio, línguas e contrário; d) lêem, clássicos e século; e) porém, insuportável e dúvida. 30. Cesgranrio-Modificada As palavras que se acentuam, respectivamente, pelas mesmas regras de água, céu e pôr são: a) sábado, véu, até; b) mágoa, heroísmo, só; c) árvore, baú, há; d) silêncio, heróico, pára; e) místico, réu, aí. IMPRIMIR GABARITO 31. FUVEST-SP O prefixo assinalado em “tresvariando” traduz idéia de a) substituição. b) contigüidade. c) privação. d) inferioridade. e) intensidade. 32. U.F. Santa Maria-RS Assinale a alternativa cujas palavras devem ser acentuadas, respectivamente, pelas mesmas regras de “possível”, “memória” e “atrás”. a) fácil – vôlei – caí. b) hífen – apóia – além. c) caráter – cárie – até. d) difícil – idéia – vocês. e) vírus – fáceis – país. 33. UFRS-Modificada Considere as seguintes afirmações sobre a acentuação gráfica. I. A palavra risível recebe o acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do acento em ridículo. II. A palavra possuído recebe o acento gráfico pela mesma regra de aí. III. Se fosse retirado o acento gráfico das palavras várias, pública e está, ocorreria mudança de significado e de classe. Quais estão corretas? a) Apenas I. d) Apenas II e III. b) Apenas II. e) I, II e III. c) Apenas I e III. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 34. Unifor-CE A mesma regra de acentuação da palavra infância observa-se em: a) indivíduo. d) público. b) econômico. e) flâmula. c) tênis. 35. U. Alfenas-MG A alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas graficamente é: a) pudico, bimano, flacido; b) rubrica, erudito, ingreme; c) prototipo, antifrase, interim; d) ureter, tulipa, Hungria; e) latex, crisantemo, cartomancia. 8 36. Cefet-PR Os textos publicitários abaixo foram retirados da Folha de São Paulo, de 19/09/2000. Assinale aquele que apresenta erro segundo a norma culta. a) Existem coisas que o dinheiro não compra. Mas a gente promete não falar delas. (Revista Forbes) b) Espaço de sobra para esticar as pernas. Motor de sobra para esticar o pé. (Audi) c) Chegou o Renault Clio Sedan. Quando mais longe for, melhor. (Renault) d) Ele faz dois anos e nós a diferença. (Publicidade do Toyota Corolla feita pela Savoy Sul e Motors Shopping) e) Para conquistar você cada vez mais, a Hertz não para de conquistar o Brasil. (Hertz – Locadora de Veículos) IMPRIMIR GABARITO 37. FEI-SP Em “É impossível esquecer as profecias de Aldous Huxley em seu Admirável Mundo Novo”, o termo em destaque foi formado por qual dos processos de formação das palavras? a) Derivação prefixal b) Derivação regressiva c) Derivação parassintética d) Derivação sufixal e) Derivação imprópria 38. UFSE A afirmação correta é: a) “Há pouco” está corretamente empregado na frase: Daqui há pouco eu o verei. b) O encontro “sc”, como em “disciplina”, ocorre corretamente em “ascensão”. c) Grafa-se corretamente com “ç”, como em “sonegação”, o vocábulo “compreenção”. d) Assim como “advinhar”, “admitiu” está corretamente grafado. e) A forma “influência” completa corretamente a frase “O educador... os jovens”. 39. U. Alfenas-MG Assinale a frase em que há erro de acentuação gráfica. a) Você tem o dever de pôr as coisas no lugar. b) É preciso que se averigúe todas as alternativas. c) Quê! Ela também estava lá? d) São os sábios que constróem a verdadeira paz. e) Foi esquecido um item na prova por falta de atenção. 40. UFRS-Modificada Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das frases abaixo: • “Ele se baseia numa idéia ultrapassada ............... respeito da mente humana”. • “A inteligência não se limita ............... capacidade de raciocínio lógico”. • “Uma pessoa excessivamente tímida ou muito agressiva terá problemas para conseguir um bom emprego, ............... na profissão ou ter bom relacionamento familiar”. a) a – à – acender d) a – à – ascender b) à – a – acender e) à – à – ascender c) a – a – assender Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 41. UFSE-PSS Analise se é V (verdadeiro) ou F (falso): ( ) Na palavra pecuária encontram-se, em seqüência, um hiato e um ditongo oral crescente. ( ) A correta separação das sílabas das palavras período e dezesseis é pe-río-do e dezes-seis. ( ) Nas palavras hectare e filhote há em comum um encontro consonantal. ( ) Assessórios feitos de couro de avestruz atingem preços exorbitantes –Todas as palavras assinaladas estão corretamente grafadas. ( ) Abate é exemplo de derivação regressiva. 42. FUVEST-SP “A gente via Brejeirinha: primeiro, os cabelos, compridos, lisos, louro-cobre; e, no meio deles, coisicas diminutas: a carinha não-comprida, o perfilzinho agudo, um narizinho que-carícia. Aos tantos, não parava, andorinhava, espiava agora — o xixixi e o empapar-se da paisagem — as pestanas til-til. Porém, disse-se-dizia ela, pouco se vê, pelos entrefios: — ‘Tanto chove, que me gela!’” ROSA, Guimarães. “Partida do audaz navegante”, Primeiras estórias. 9 a) Os diminutivos com que o narrador caracteriza a personagem traduzem também sua atitude em relação a ela. Identifique essa atitude, explicando-a brevemente. b) “Andorinhava” é palavra criada por Guimarães Rosa. Explique o processo de formação dessa palavra. Indique resumidamente o sentido dessa palavra no texto. IMPRIMIR GABARITO 43. U. Alfenas-MG-Adaptada “Formas variantes são as palavras que com a mesma significação, admitem grafia ou pronúncia distintas.” De acordo com essa definição, qual é a palavra que admite forma variante? a) cotidiana. b) este. c) trabalho. d) país. e) prática. 44. PUC-RS-Modificada I. As palavras “caubói”, em “peão de boiadeiro virou caubói”, e “butique”, em “apelidados de peões de butique”, apresentam-se de acordo com os padrões fonéticos e gráficos da língua portuguesa. II. Se a palavra “jeans”, do trecho “enfiados em calças jeans”, fosse adaptada ao português, possivelmente seria grafada jins. III. Se comparadas às palavras que lhes deram origem, “Cê”, do trecho “Cê vai querer a costela com chantilly ou creme de leite?”, sofreu um processo de redução semelhante ao ocorrido com a expressão de assentimento “tá”. IV. Se a palavra “chantilly” do trecho anterior fosse corretamente aportuguesada, seria grafada chantilí. A alternativa que contém apenas afirmativas corretas é: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, II e III. e) I, II, III e IV. 45. U. Alfenas-MG O erro ortográfico está em: a) catequizar, ascensão; b) poetisa, calabreza; c) empresa, exceção; d) abstenção, obsessivo; e) excesso, compreensão. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 46. U.F. Santa Maria-RS-Modificada Assinale a alternativa em que a palavra em itálico foi corretamente grafada: a) Porquê, com a abertura da nossa economia, não aproveitaram para importar outro povo? b) Com a abertura da nossa economia, por quê não aproveitaram para importar outro povo? c) Com a abertura da nossa economia, não aproveitaram para importar outro povo. Por quê? d) Não entendi o porque de não importarem outro povo, com a abertura da nossa economia. e) As razões porque não importaram outro povo, com a abertura da nossa economia, são desconhecidas para mim. 47. U. Alfenas-MG O substantivo derivado dos seguintes verbos que tem grafia diferente dos demais é: a) reter. b) deter. c) trair. d) conseguir. e) ceder. 10 48. FGV-SP Assinale a alternativa em que se observe o mesmo processo de formação de palavras que ocorre em empobrecer. a) Apogeu. b) Apelar. c) Circular. d) Crucifixo. e) Apedrejar. IMPRIMIR GABARITO 49. UERJ Observe as seguintes palavras: lobisomem linguarudo Identifique o processo de formação de cada uma delas. 50. UERJ Quanto ao processo de formação, a palavra “estatuária” é classificada do mesmo modo que: a) algarismo. b) desconhecida. c) pirogravura. d) domingueira. 51. Unifor-CE Observe que se afirma a respeito da formação da palavra anacronismo. I. O radical da palavra tem origem grega. II. O prefixo – também de origem grega – significa afastamento, mudança. III. O sufixo empregado forma substantivo, indicando resultado da ação. Está correto que se afirma em: a) I, somente; d) II e III, somente; b) III, somente; e) I, II e III. c) I e II, somente; 52. Unifor-CE Só não se encontra o mesmo processo de formação da palavra comportamento em: a) integração; d) infância; b) endoculturação; e) transmissão. c) significativo; Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 53. U.E. Ponta Grossa-PR Quanto à formação de vocábulos, é certo que: 01. o prefixo indica negação nos vocábulos “impossíveis” e “inimaginados”; 02. o substantivo “fundação” é formado por sufixação a partir do verbo “fundar”; 04. “parisiense” é vocábulo composto formado por justaposição; 08. “simultaneamente” é vocábulo formado por parassíntese a partir de um adjetivo na forma feminina; 16. “glamourizou” é forma de pretérito perfeito de um verbo criado por derivação sufixal a partir de um estrangeirismo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 11 54. UFRS Abaixo são feitas três afirmações sobre formação de palavras: I. As palavras justificável e admirável são adjetivos formados a partir de verbos. II. As palavras irracionais e indispensáveis apresentam o mesmo prefixo. III. Nas palavras mental e sexual, o sufixo utilizado forma adjetivos a partir de substantivos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. GABARITO 55. U.F. Juiz de Fora-MG Marque a alternativa em que os elementos destacados, nas duas palavras, possuam o mesmo significado de (in-) em: “Talvez até seja politicamente incorreto dizer...”. a) inexpressiva – exportados. b) injusto – descomunal. c) recolocava – reconhecemos. d) preconceitos – descabidas. 56. U.F. Uberlândia-MG-Modificada Observe os afixos em destaque nos fragmentos abaixo: I. “Virou praga o uso indevido do gerúndio.” II. “Talvez apenas desconheçam a própria língua.” III. “... é prova do despreparo de algumas pessoas.” IV. “...as contribuições já incorporadas e a serem incorporadas ao nosso idioma.” A seguir, assinale a seqüência correta, referente aos afixos em destaque. a) Os afixos têm sentido semelhante em I e IV. b) Os afixos têm sentido semelhante I, II e III. c) Os afixos têm sentido semelhante em II e IV. d) Os afixos têm sentido semelhante em III e IV. IMPRIMIR 57. Unifor-CE Assinale a alternativa em que não ocorrem, respectivamente, um radical latino e um radical grego. a) altiplano – acrobata; b) psicultura – ictiologia; c) multiforme – policromo; d) dissílabo – bisavô; e) filosofia – dicotomia. 58. Unifor-CE Os verbos alindar e afear apresentam: a) o mesmo prefixo de origem latina que denota transformação; b) o mesmo prefixo de origem latina que denota afastamento; c) o mesmo prefixo de origem grega que denota negação; d) radicais que mantêm entre os dois verbos uma relação sinonímica; e) radicais que definem os dois verbos como cognatos entre si. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 59. U.F. Pelotas-RS-Modificada Assinale a alternativa correta, sob todos os pontos de vista. a) “Hidrelétrica” relaciona-se com “hidratante”, embora essas palavras tenham o mesmo elemento de composição. b) “Termelétrica” relaciona-se com “termologia”, ainda que as duas palavras remetam à idéia de calor. c) “Energia” relaciona-se com “alergia”, porque ambas as palavras representam uma ação, uma força, seja dentro de (en), seja contra alguma coisa (al). d) “Megawatt” relaciona-se com “megalomania”, apesar de o elemento em comum significar “grande”. e) “Fotovoltaica” relaciona-se com “fotossíntese”, pois ambas as palavras remetem à energia da luz, representada pelo elemento “foto”. 12 60. U.E. Ponta Grossa-PR Analisou-se corretamente a formação dos vocábulos em: 01. macaco-prego – substantivo composto formado pela justaposição de duas bases nominais; 02. recentemente – advérbio formado por sufixação a partir de um adjetivo; 04. destreza – substantivo formado por derivação sufixal com base em adjetivo; 08. mandachuvas – substantivo composto formado pela junção de uma base verbal a uma nominal; 16. relações – substantivo formado por derivação pelo acréscimo do prefixo re- a um radical. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 61. PUC-RJ Assinale a alternativa em que todos os itens são formados a partir de um verbo. a) sentimento, ventania, extinção, mofino; b) resistência, regressar, cerebral, preocupação; c) facilidade, pacificar, regularmente, alimentício; d) fumaça, intimidade, prática, inexplorado; e) explicável, sabedor, sofrimento, contemplação. IMPRIMIR GABARITO 62. U. Alfenas-MG O sentido do radical da palavra “regularidade” não é o mesmo em: a) desregrado. d) régulo. b) régua. e) regularização. c) regulador. 63. Unifor-CE Assinale a alternativa em que os três vocábulos são cognatos de tributário. a) tribunal – tributador – tribal; d) tributo – tributar – tributável; b) tribuna – contribuição – tributal; e) atribulação – atribular – atribulado. c) atributo – atribuição – atributivo; 64. UFPI-Adaptada Marque a alternativa que contém exemplo de derivação imprópria. a) abandono em “morrera de um abandono”. b) suas em “chorando as dores das heroínas de romance, parecia sentir alívio às suas”. c) devorar em “durante meses um devorar constante de romances”. d) onde em “aquele aspecto da sua casa, onde encontrava...”. e) lhe em “bastaria que um homem lhe tocasse”. 65. U.E. Ponta Grossa-PR-Modificada O potencial de afetividade do sufixo diminutivo, para expressar a idéia de carinho, de afeto, pode ser notado em: 01. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria. 02. Embebeu de éter a bolinha de algodão. 04. E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma droga. 08. Você é diferente, ainda não teve tempo de afeiçoar-se ao bichinho. 16. Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva, com uma fome danada? Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 66. PUC-PR Na palavra infelizmente temos três partes com um significado próprio: in, feliz e mente. Assinale a alternativa em que todos os elementos constituem partes significativas da palavra desigualdades: a) de – si – gual – da – des. b) des – igual – dade – s. c) desi – gual – da – des. d) des – i – gual – da – des. e) desigual – dades. 13 67. Cefet-RJ Em “Como por socorro, espiei os três outros, em seus cavalos, intugidos até então, mumumudos.”, a palavra destacada é um: a) neologismo, obtido pela repetição de um elemento morfológico, agregado à base um novo sentido, em relação icônica com o determinado; b) arcaísmo, criação de intensa produtividade neste tipo de texto em que predomina a informalidade; c) neologismo, o que prova que os falantes da língua portuguesa, principalmente os sertanejos, são conservadores; d) arcaísmo, de relevante valor expressivo, muito usado pelo autor para mostrar a força inovadora da língua portuguesa; e) arcaísmo, uso típico da região sertaneja, que se caracteriza pela facilidade de invenção de palavras novas. IMPRIMIR GABARITO 68. U. Alfenas Assinale a palavra cujo significado do radical não corresponde ao do vocábulo “PATRIMÔNIO”. a) paterno. b) apadrinhar. c) padronizar. d) padroeiro. e) padre. 69. UFPE Assinale a série de palavras cujos prefixos indicam negação, como em ‘ilógico’. a) inaproveitável –irremovível – irromper; b) invalidar – inativo – ingerir; c) irrestrito – improfícuo – imberbe; d) ateu – incoercível – imerso; e) incriminar – imiscuir – imanente. 70. Unifor-CE A alternativa incorreta em relação à formação de palavras é: a) criaturas, escritores e escrever são vocábulos que possuem o mesmo radical. b) ataques – é uma palavra formada por derivação regressiva. c) autos-de-fé – ocorre, neste exemplo, composição por justaposição. d) impossível – é uma palavra derivada por prefixação, e o prefixo indica negação, ação contrária. e) pseudônimo – a composição desse vocábulo é feita por um radical de origem grega. 71. U.F. Santa Maria-RS Nas palavras “intocado” e “irreconhecível”, há prefixos com o mesmo sentido. Em qual das alternativas a seguir as duas palavras apresentam os prefixos com esse mesmo sentido? a) incluir – irregular. b) irreal – influir. c) impuro – ilícito. d) irradiar – imigrar. e) inflamar – irretocável. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 72. U.F. Santa Maria-RS Na palavra “chaleira”, houve a intercalação de uma consoante entre a raiz “chá” e o sufixo “eira”. O sufixo tem o sentido de “lugar que contém”. Identifique a palavra que passou pelo mesmo processo de formação. a) cafeteira. d) brasileira. b) poeira. e) cabeleira. c) laranjeira. 73. UFR-RJ-Adaptada “aporrinhado devendo prestação mais prestação da casa que não comprei mas compraram para mim. Me firmo, triste e chateado desfavelado” Carlos Drummond de Andrade. 14 Tendo em vista o conteúdo do texto e o sentido do prefixo des-, o neologismo “desfavelado” significa pessoa que: a) mora próximo à favela; d) deixou de ser favelado; b) é contrária à favela; e) trabalha em prol da favela. c) nunca morou na favela; IMPRIMIR GABARITO 74. UFR-RJ O prefixo da palavra em negrito na oração “ao transpor a porta para a rua...” tem, respectivamente, o significado de: a) movimento através de; b) movimento em torno; c) posição além do limite; d) movimento para além de; e) movimento intermitente. 75. Uneb-BA Com referência ao termo “rerregulação”, pode-se afirmar que foi criado através da utilização de: a) prefixo que indica negação; b) sufixo que expressa intensidade; c) prefixo e sufixo que denotam ação momentânea; d) prefixo e sufixo que exprimem ação freqüentativa; e) prefixo que indica repetição e sufixo que denota ação. 76. UFR-RJ “Sentimo-nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram – desligados.” O mesmo processo de formação da palavra desligados ocorre em: a) superficialmente. d) impossível. b) enxergado. e) consumidor. c) amamenta. 77. UFF-RJ “A conversão de substantivos em adjetivos, isto é, tomar uma palavra designadora (substantivo) e usá-la como caracterizadora (adjetivo), constitui um procedimento comum em língua portuguesa.” Assinale a opção em que a palavra em negrito exemplifica este procedimento de conversão de substantivo em adjetivo. a) E depois a tomaram como espantados. b) Fez o salto real. c) Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis. d) Com cabelos mui pretos pelas espáduas. e) E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas. Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar LÍNGUA PORTUGUESA F O N O L O G IA , A C E N T U A Ç Ã O O R T O G R A F IA E F O R M A Ç Ã O D A S P A L AV R A S IMPRIMIR GABARITO 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. V–V–V a a c e a 105 e V–F–V–V–F–F b c b e a 54 b 23 c c a 21. c 22. c 23. c 24. c 25. 26 26. F – F – F 27. c 28. e 29. a 30. d 31. e 32. b 33. d 34. a 35. c 36. e 37. a 38. b 39. d 40. d 41. V – F – F – V – V a) Nem sempre os diminutivos traduzem apenas uma idéia de pequenez (valor objetivo). Eles podem traduzir a idéia de intensidade (“Os dois estavam agarradinhos”), podem ter um sentido pejorativo (“Que novelinha mais boba!”) ou ainda, como é o caso, transmitir afetividade (valor subjetivo). O valor subjetivo se soma ao objetivo. b) “Andorinhava” é um verbo criado a partir de um substantivo. Trata-se de um processo neológico conhecido como derivação imprópria, ou seja, a palavra mudou de classe gramatical (andorinha > andorinhar). No texto, significa que Brejeirinha tinha, em um dado momento, um comportamento semelhante ao do pássaro andorinha, sendo tão pequena, dinâmica, ligeira e perspicaz como uma andorinha, espiando até “pelos entrefios”. a e b c d e Lobisomem : composição por aglutinação. Linguarudo: derivação sufixal. d e e 19 Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. e b b d a e 31 e d c c 09 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. b a c c a c a d d e d c IMPRIMIR GABARITO 2 Voltar Língua Portuguesa - Fonologia, acentuação, ortografia e formação das palavras Avançar LÍNGUA PORTUGUESA A R T IG O S , S U B S T A N T IV O S , A D JE T IV O S , V E R B O S E A D V É R B IO S Texto para a questão 1: IMPRIMIR GABARITO 1 “Direitos Humanos no Mundo Os trágicos acontecimentos ocorridos em Ruanda e noutras partes do mundo realçam a necessidade de fortalecer a capacidade que a comunidade internacional tem para adotar medidas preventivas, a fim de evitar as violações dos direitos humanos. O fosso entre as aspirações internacionais ao gozo dos direitos humanos e a realidade das violações generalizadas desses direitos constitui o desafio básico que deverá ser enfrentado pelo programa das Nações Unidas em matéria de direitos humanos. Para eliminar esse fosso, a comunidade mundial deve individualizar e eliminar as causas iniciais das violações. Para tal, as Nações Unidas estão a centrar os seus esforços nas atividades destinadas a conseguir a aplicação eficaz do direito ao desenvolvimento, a definir melhor os direitos econômicos, sociais e culturais e a conseguir que sejam mais respeitados, e, no nível mais fundamental, a melhorar a vida quotidiana de cada ser humano. O Centro de Direitos Humanos do Secretariado contribui para a execução do programa de direitos humanos das Nações Unidas, mediante projetos concretos que têm por objeto ajudar a estabelecer e reforçar as instituições democráticas e a infra-estrutura nacional e regional necessária para a proteção dos direitos humanos, no primado do direito. Em 1994, o Centro aumentou consideravelmente as suas atividades em termos de serviços de consultoria e assistência técnica para programas na área dos direitos humanos.” 1. IESB-DF Julgue os itens a seguir segundo critérios sintáticos e semânticos. ( ) Fosso, poderia ser permutado por hiato sem alteração de sentido. ( ) Individualizar, pode ser permutado por particularizar, sem alteração de sentido. ( ) Em “... as Nações Unidas estão a centrar os seus esforços nas atividades destinadas a conseguir a aplicação...” a expressão em destaque poderia ser permutada por centrando, sem modificação sintática ou semântica. ( ) Em “... as Nações Unidas estão a centrar os seus esforços nas atividades destinadas a conseguir a aplicação...” o artigo em destaque poderia ser eliminado, sem alteração sintática ou semântica. ( ) Em “...as instituições democráticas e a infra-estrutura nacional e regional necessária...” o adjetivo em destaque poderia estar no plural. 2. U.F. Juiz de Fora-MG Considerando-se o fragmento “(...) nessa questão de engenharia genética, que promete ser a questão do novo milênio”, o artigo definido “a” indica que: a) a questão da engenharia genética será apenas uma das questões do novo milênio; b) a questão da engenharia genética apresenta ironias implícitas; c) a questão da engenharia genética será a principal questão do novo milênio; d) a questão da engenharia genética é a única questão do novo milênio. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 3. Uneb-BA “O desenvolvimento das telecomunicações entra em nova fase, que alguns técnicos denominam como a da rerregulação.” Observe a informação divulgada por um dos editoriais da Folha de São Paulo de 9 de julho de 2000. O termo “a”, que aparece destacado, possui o mesmo valor morfológico no fragmento: a) “os gastos públicos com tecnologias relacionadas à Internet chegam anualmente (...) a nada menos que US$500 milhões”. b) “Um dos instrumentos é a criação de fundos, a partir de contribuições das operadoras de telecomunicações”. c) “É pouco perto do desafio monumental que se abre com a atual revolução da informação digitalizada”. d) “No Brasil, já há uma proposta de legislação prevendo a criação de um fundo dessa natureza.” e) “A questão mais premente é a de evitar que aumente a exclusão social”. IMPRIMIR GABARITO 2 4. UERJ “Flexão é o processo de fazer variar um vocábulo, em sua estrutura interna, para nele expressar dadas categorias gramaticais como gênero e número.” A partir desse conceito, a palavra sublinhada que admite flexão de gênero é: a) “Fez-se de triste o que se fez amante” (Vinícius de Moraes). b) “Paisagens da minha terra,/ Onde o rouxinol não canta.” (Manuel Bandeira). c) “Sou um homem comum/ de carne e de memória/ de osso e de esquecimento” (Ferreira Gullar). d) “Meu amigo, vamos cantar,/ vamos chorar de mansinho/ e ouvir muita vitrola” (Carlos Drummond de Andrade). 5. U.F. Santa Maria-RS-Modificada Identifique a alternativa que contém uma palavra formada por derivação sufixal que se classifica, no contexto, como adjetivo. a) brasileiro, em “o artista brasileiro dos dias atuais”; b) criadores, em “deixou de ser um peso para os criadores”; c) brasileiro, em “o brasileiro era um envergonhado”; d) envergonhado, no trecho anterior; e) brancos, em “a mistura entre negros, brancos e índios”. 6. U.F. Santa Maria-RS-Modificada Os substantivos derivados de verbos denotam ação e são chamados deverbais. O único substantivo que não faz parte desse grupo é: a) busca. b) conquista. c) grito. d) século. e) combate. 7. FUVEST-SP A frase em que os vocábulos sublinhados pertencem à mesma classe gramatical, exercem a mesma função sintática e têm significado diferente é: a) Curta o curta: aproveite o feriado para assistir ao festival de curta-metragem. b) O novo novo: será que tudo já não foi feito antes? c) O carro popular a 12.000 reais está longe de ser popular. d) É trágico verificar que, na televisão brasileira, só o trágico é que faz sucesso. e) O Brasil será um grande parceiro e não apenas um parceiro grande. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 8. UFMT Leia o texto “Um dia qualquer” antes de avaliar os itens abaixo. Use V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos. 5 10 15 3 20 25 GABARITO 30 35 “UM DIA QUALQUER - 66583624 (Chico Amaral) Na espuma das ondas As meninas se lançam As cadeiras redondas Onde as ondas se amansam Todo dia é na praia Todo minuto é pra um Todo dia é todo o tempo O tempo todo, tempo algum Eu passei lá na vila Ele é de Vila Isabel Meu nego meu jongo Hoje eu chego na barra do céu Você me entenda Dança de Oxum é assim Se joga no mundo Cai nas ondas e volta para mim Hoje é final de século Hoje é um dia qualquer Você vai ao cinema Ou toma um foguete, ou toma um café Hoje bobagem, drama Hoje é um dia comum Você deita na cama Com os pés no século vinte e um Então corre pra ver Então fica para ver Então corre pra ver Beleza do mundo descer Toda rua começa Onde acaba o meu mal De conversa em conversa Eu já passei da capital Era um filme domingo Penas do paraíso Eu só guardo o que me ensinou que tocar é preciso” CD–SKANK. IMPRIMIR ( ) As palavras mal e mau, em várias regiões do país, são pronunciadas de igual modo, mas o uso, em termos de sentido, é sempre diferente. ( ) A oração Você vai ao cinema (verso 19) equivale a Vai-se ao cinema, pois a forma de tratamento você, nessa estrofe, tem sentido indeterminado, não-específico. ( ) A regência verbal em Você vai ao cinema, segundo a gramática normativa do português culto, está incorreta, pois o verbo ir tem a mesma regência do verbo chegar em chego na barra do céu (verso 12). 9. U.F. Juiz de Fora-MG Em “Como dizem que Bergaman é um gênio com um gênio violento e difícil”, as duas ocorrências do termo “gênio” apresentam, respectivamente: a) formas diferentes e o mesmo significado; b) formas e significados diferentes; c) a mesma forma e o mesmo significado; d) a mesma forma e diferentes significados. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 10. UFSE “...a capacidade recém-adquirida do homem” O plural da palavra em negrito em cada uma das frases abaixo se faz de modo idêntico ao de recém-adquirida em: a) Havia um cofre boca-de-lobo numa das salas da velha casa. b) Um abaixo-assinado solicitava ao proprietário do terreno que não derrubasse as árvores. c) Naquele sítio havia uma antiga árvore-mãe, cujas sementes deram início a este bosque. d) O pássaro-preto costuma alimentar-se das sementes encontradas em roças. e) Uma árvore carregada de folhas e frutos constitui uma obra-prima da natureza. GABARITO 4 11. UFF-RJ Na flexão dos diminutivos, o uso coloquial, com freqüência, se diferencia do uso prescrito pela gramática normativa. Assinale o par de palavras em que os dois usos ocorrem: a) colherzinhas – florzinhas. b) mulherzinhas – coraçõezinhos. c) florezinhas – mulherezinhas. d) mulherzinhas – coraçãozinhos. e) colherezinhas – floreszinhas. 12. UFRS-Modificada Considere as seguintes afirmações acerca do uso de artigos. I. Caso tivéssemos uma condição em vez de condição, em “o primeiro descreve ‘ansiedade como condição dos privilegiados’ que, livres de ameaças reais, se dão ao luxo de ‘olhar para dentro’ e criar medos irracionais”, não haveria alteração no sentido global da frase. II. O artigo indefinido uns poderia substituir o definido os, na frase “Peritos dizem algo mais ou menos assim: os americanos estão nadando em riqueza.”, sem que houvesse alteração no sentido. III. As duas ocorrências do artigo definido o anteposto às palavras psicoterapeuta e sociólogo, no trecho “Os candidatos à ansiedade são, assim, bem mais numerosos e bem menos ociosos do que pensam o psicoterapeuta e o sociólogo.”, poderiam ser substituídas por um indefinido sem mudar o sentido da frase. Quais estão corretas? a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e III. d) apenas II e III. e) I, II e III. 13. PUC-PR-Modificada “Podia ser roteiro de filme, uma versão nordestina para o Paciente Inglês, onde o aviador sobrevive à queda.” IMPRIMIR Trecho do texto “O Paciente Mosoró” de Adriane Araújo. Isto é, 24/11/1999. A expressão paciente inglês do trecho é formada por duas palavras que são, respectivamente: a) adjetivo e substantivo. b) adjetivo e adjetivo. c) substantivo e adjetivo. d) substantivo e substantivo. e) particípio e substantivo. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 14. FUVEST-SP Nas expressões “triste espetáculo”, “alegria feroz” e “cidadãos que se dizem democratas”, os elementos sublinhados a) alteram o sentido mais usual dos nomes que qualificam. b) promovem um contra-senso que prejudica a objetividade dos argumentos. c) produzem efeito estilístico desvinculado do desenvolvimento da argumentação. d) acrescentam informações que esvaziam o sentido dos nomes a que se referem. e) reforçam qualidades já pressupostas nos nomes a que se referem. 5 15. UFMS Marque a(s) proposição(ões) verdadeira(s). 01. O advérbio eminentemente é derivado do adjetivo eminente, que significa que está em via de efetivação; que ameaça acontecer breve, como na expressão perigo eminente. 02. No segmento indiferente a tudo, o uso da crase é facultativo, de modo que seria igualmente correta a forma indiferente à tudo. 04. Em “... quando se trata de estudar...”, justifica-se a próclise do pronome oblíquo pela presença da conjunção subordinativa. 08. No trecho “Mas, veja bem, se assim fosse, como se justificaria a influência que a tradição popular exerceu...” estão presentes os três modos verbais da língua portuguesa: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. 16. As palavras rústica, caráter e épocas estão acentuadas corretamente, segundo a gramática normativa, por serem todas elas proparoxítonas. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 16. Unifor-CE As lacunas da frase “Os ............... procuram ...............” estão corretamente preenchidas em: a) alunos-educandos – escola-modelos b) aluno-educandos – escolas-modelos c) alunos-educando – escolas-modelo d) alunos-educandos – escolas-modelo e) alunos-educando – escolas-modelos 17. UERJ IMPRIMIR GABARITO “Vestibular UERJ 2001. Construindo o cidadão do futuro.” No enunciado acima, extraído de um folheto de divulgação deste vestibular, o vocábulo futuro classifica-se gramaticamente como substantivo. Se, entretanto, houvesse alteração para “Construindo o cidadão futuro”, a mesma palavra seria um adjetivo. Casos como esse permitem considerar substantivos e adjetivos como nomes, que se diferenciam, sobretudo, pelas respectivas características a seguir: a) invariabilidade mórfica – variabilidade em gênero e número; b) designação de seres e conceitos – expressão de um fenômeno; c) termo gerador de nomes derivados – resultado de uma derivação; d) papel sintático de termo núcleo – papel sintático de modificador de outro nome. 18. FEI-SP Observe o texto: “Se as pedras da mesma casa em que viveis, desde os telhados até os alicerces estão chovendo os suores dos jornaleiros”. O substantivo em destaque tem como sinônimo: a) parede. b) chão. c) fundação, base. d) acabamento. e) pintura. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 19. U. Alfenas-MG “Copo d’água no sereno O copo no peitoril Convoca os eflúvios da noite. Vem o frio nervoso da serra Vêm os perfumes brandos do mato dormindo Vem o gosto delicado da brisa E pousam na água.” Carlos Drummond de Andrade. O emprego de adjetivos e de locuções adjetivas é uma características da descrição. No poema há quantos adjetivos? a) 3. d) 6. b) 5. e) 2. c) 4. 6 20. FGV-SP Assinale a alternativa gramaticalmente correta. a) Na Aliança Lusa-brasileira, os poteiros usavam ternos azuis-marinhos e as recepcionistas, saias azuis-pavões. b) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinzas-chumbos e as recepcionistas, saias verdes-olivas. c) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinza-chumbo e as recepcionistas, saias verde-oliva. d) Na Aliança Lusa-brasileira, os porteiros usavam ternos cinzas-chumbo e as recepcionistas, saias verdes-oliva. e) Na Aliança Luso-brasileira, os porteiros usavam ternos cinza-chumbos e as recepcionistas, saias verde-olivas. GABARITO 21. UFMT Esta pergunta refere-se ao texto “Tão novo e já pendurou as chuteiras”. Use V, para assinalar os itens verdadeiros, e F, para os falsos. “Tão novo e já pendurou as chuteiras I E não foi só ele. Milhares de brasileiros pendurarão as chuteiras mais cedo por problemas cardiovasculares. II Hoje, 20% da população adulta brasileira é hipertensa, 12% é diabética e 30% tem colesterol elevado. III Essas doenças, associadas a tabagismo, obesidade, estresse e vida sedentária levam ao óbito por problemas cardiovasculares, que correspondem a 32% de todos os óbitos. IV Não seja mais uma vítima das doenças cardiovasculares. V Procure seu médico e siga a sua orientação.” Líder em soluções cardiovasculares IMPRIMIR Veja. 23/06/99, p. 153. ( ) As formas verbais seja, procure e siga estão no imperativo, 3ª pessoa do singular e podem ser entendidas como um conselho ao interlocutor. ( ) As formas verbais foi e é são, respectivamente, dos verbos ir e ser; a primeira no pretérito e a segunda no presente. ( ) A palavra composta cardiovasculares pode também ter seus elementos usados separadamente: cardíacos e vasculares. ( ) A palavra vítima possui um só gênero gramatical para indicar tanto seres do sexo feminino quanto do masculino, o que abre a possibilidade de o interlocutor do texto ser tanto homem quanto mulher. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 22. U.F. Santa Maria-RS IMPRIMIR GABARITO 7 “Fofas vingadas Governo inglês faz campanha contra magreza excessiva Têm os governos o direito de determinar quem é magro, quem é gordo e, acima de tudo, quem deve sair nas páginas das revistas? Não têm, claro, principalmente em democracias solidíssimas como a inglesa. Mas, que estão tentando dar um jeitinho, estão. Incitadas pelo governo trabalhista, as revistas de moda inglesas concordaram na semana passada em criar um código de conduta destinado a promover a exibição de modelos de pesos e alturas variados em seus ensaios fotográficos. Tradução: menos modelos e atrizes de biotipos esbeltíssimos, que ditam o padrão de beleza de nossos tempos, e mais silhuetas, digamos, normais. Quem quiser que acredite que vai funcionar. A ‘patrulha da gordura’ foi criada, muito a contragosto por parte das revistas, depois de uma reunião promovida pela ministra para Mulheres da Inglaterra, Tessa Jowell, sob o impacto do alerta dado no mês passado pela Associação Médica Britânica: pela primeira vez, um estudo científico relacionou o aumento dos distúrbios alimentares (anorexia e bulimia, doenças que em casos extremos podem ser letais) com a busca incessante das adolescentes por um corpinho de sílfide, como os que vêem nas passarelas e fotos de moda. “Vamos esmagar as imagens estereotipadas das mulheres na mídia”, convocou uma entusiasmada ministra. Da reunião em Londres participaram produtores de moda, jornalistas, representantes de agências de modelos e um seleto grupinho de adolescentes normais. Todas reclamaram da figura ‘impossível’ das modelos — impossível para elas, e para a imensa maioria das mortais, já que toda altíssima e magérrima que se preza nasceu assim e assim continuará pelo resto de seus dias, independentemente dos hambúrgueres que consuma. Também apontaram a falta, nas butiques, de tamanhos acima de 40, no máximo 42. A ministra Tessa, ato contínuo, fez um apelo à indústria de vestuário para que conserte a situação. Nesse departamento, a Inglaterra contaria com a companhia, logo de quem, da Argentina. Na quinta-feira, o Senado argentino aprovou um projeto de lei que obriga as fábricas a fazer roupas em ‘tamanhos verdadeiros’. Embalada em sua cruzada, a ministra inglesa pediu à comissão que fiscaliza a televisão britânica que vigie ‘o grau de diversidade de formas das mulheres nos programas de TV’. Ou seja: dê menos destaque a silhuetas, como a de Victoria Adams, a spice girl que emagreceu 7 quilos (confessados) e, seca como uva passa, sob suspeita de anorexia, é convidada para desfilar e posar em editoriais de moda. Previsivelmente, a intervenção oficial animou o eterno debate ideológico. Do lado das gordinhas está a nova esquerda do governo Tony Blair. Por birra, alinhou-se à facção das magérrimas, quem diria, a direita, na voz de Theresa May, que ocupa cargo equivalente ao de Tessa no fictício gabinete conservador, para quem tudo não passa de ‘loucura politicamente correta’. Todas as medidas inglesas têm aplicação voluntária. Difícil dar certo, até porque, desde que moda é moda, as altas e magras são insubstituíveis na frente das câmeras. ‘A foto sempre engorda um pouco, e por isso a magra fotografa melhor. E não adianta a menina perder 20 quilos. Tem de ser naturalmente magra’, atesta o fotógrafo paulistano André Schiliró.” Veja, 28/06/2000. Considere as afirmativas a respeito do emprego do grau superlativo. I. Em “solidíssimas” e “esbeltíssimos”, o significado dos adjetivos foi intensificado com o objetivo de fazer uma avaliação pessoal da democracia inglesa e descrever o tipo físico de prestígio, respectivamente. II. É possível elevar uma qualidade ao seu grau máximo por um processo de comparação, o que ocorre em “seca como uma uva passa”, que equivale a muito seca, sequíssima. III. Em “já que toda altíssima e magérrima”, as palavras sublinhadas desempenham, no contexto, o papel de substantivos; no caso, as qualidades das modelos passaram a representar as próprias modelos. Está(ão) correta(s): a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e III. d) apenas II e III. e) I, II e III. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 23. Unifor-CE Considere as seguintes construções: I. O pobre menino nasceu morto. O menino pobre nasceu morto. II. Realizou-se um congresso internacional de solidariedade. Realizou-se um congresso de solidariedade internacional. III. Uma poderosa nuvem abre o horizonte. Uma nuvem poderosa abre o horizonte. A alteração na posição das palavras provocou alteração de sentido somente em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. 8 24. Emescam–ES A relação de equivalência de sentido entre as expressões não está adequada em: a) dor no abdome – dor abdominal; b) nervo da audição – nervo auditivo; c) xampu de capelo – xampu capilar; d) água de rio – água pluvial; e) monumento de rocha – monumento rupestre. 25. U.E. Ponta Grossa-PR Os substantivos abstratos designam ação, sensação, estado ou qualidade dos seres. São substantivos abstratos os elementos itálicos em: 01. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria. 02. É para ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. 04. Os olhos claros de sua mulher pediram-lhe com doçura. 08. Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita delicadeza. 16. E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma droga. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. GABARITO 26. FUVEST-SP “As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente.” IMPRIMIR QUEIRÓS, Eça de. A ilustre Casa de Ramires. No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos têm como efeito, respectivamente, a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira como cidade onde tudo acontece. b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; marcar a generalidade das situações que são objeto de seus comentários. c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como responsáveis pela maioria dos acontecimentos na cidade. d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa cidade onde são famosas pela maledicência. e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na cidade. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar Leia abaixo o trecho do diário de P.C.S., publicado em uma reportagem na revista Isto é, em jun. 2000. A questão 27 refere-se a ele. “O diário de P.C.S. 01/01/2000 - Las Vegas (...) 21h30 - Restaurante chinês. 1 biscoito da sorte 3 colheres de sopa de arroz frito 2 camarões com alho 1 um pedaço de peixe frito 1 buquê de brócolis (Adorei, comi super bem!) Nunca tinha estado num restaurante chinês. Estava com muito apetite! Hoje percebi quanto tempo deixei de viver, de aproveitar a vida. Não só por não ter me permitido comer, mas (por causa) de todo o ritual que envolve uma refeição: conversar, rir, comunicar-se, apreciar a música, o lugar. É como se eu estivesse congelada. Foi maravilhoso!” IMPRIMIR GABARITO 9 27. UFGO Considerando-se a importância da escolha das expressões verbais para a construção do sentido do texto, pode-se afirmar que: ( ) em suas duas primeiras orações, as formas verbais “tinha estado” e “estava” indicam fatos situados no mesmo momento, pois ambas pertencem a tempos verbais do passado. ( ) a forma verbal “estava” indica um momento anterior àquele expresso pela forma verbal “percebi”. ( ) em “É como se eu estivesse congelada”, é possível substituir a forma verbo ser de “é” para “era”, sem que a idéia básica do período seja modificada. ( ) o uso do subjuntivo no final do texto deve-se ao caráter de certeza, de verdade do processo expresso pelo verbo. 28. Unifor-CE Há analogia de sentido entre a frase “Pesem em torno de uma tonelada” e “Pesem: a) apenas uma tonelada”. b) justo uma tonelada”. c) aproximadamente uma tonelada”. d) tanto quanto uma tonelada”. e) ao menos uma tonelada”. 29. FUVEST-SP Está INCORRETA a articulação de tempos e modos verbais em: a) Se por acaso eu importunara o General, ele que viesse falar comigo. b) Os ideólogos do capitalismo usam todos os apelos populistas de que se pudessem valer para introduzir um forte golpe. c) Em 1970, não houve argumento capaz de convencer a imprensa paulista de que seria de interesse geral a 1ª Bienal Internacional do Livro. d) Todos seríamos escravos de idéias maniqueístas, não fora o trabalho desenvolvido pelos filósofos iluministas. e) Vives: agora mesmo que ensandeceste, vives; e se a tua consciência reouver um instante de sagacidade, tu dirás que queres viver. 30. U. Alfenas-MG Assinale a alternativa cuja palavra composta é pluralizada da mesma forma que “Ibero-americanos”. a) surdo-mudo. d) azul-marinho. b) verde-oliva. e) guarda-noturno. c) cívico-religioso. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 31. U.E. Londrina-PR “Que pode uma criatura, senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer, Amar e malamar, Amar, desamar, amar? Sempre e até de olhos vidrados, amar?” A palavra até, no texto de Carlos Drummond de Andrade, tem o mesmo valor semântico que em: a) O marinheiro chegou até o porto ao amanhecer. b) A polícia, até agora, não conseguiu capturar os fugitivos. c) As apurações estaduais foram suspensas até segunda ordem. d) Saveiro Geração III. Resiste a tudo, até a você. e) 12 até 18 dias sem juros no cheque especial. Tarifas que podem chegar a zero. 10 32. FUVEST-SP A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é: a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos. b) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante ativo do jogo mundial. c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em que eu acredito. d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter na jaula. e) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de saber mais do que nos convinha. GABARITO 33. UFPI Marque a alternativa que substitui corretamente a locução adjetiva por um advérbio. a) com verdade – sinceramente; b) como amante – adulteramente; c) com liberdade – libertinamente; d) sem mistério – enigmaticamente; e) sem virtude – desvirtuadamente. 34. Uniube-MG-Adaptada “Talvez eu tenha medo / Talvez eu sorria...” IMPRIMIR O advérbio talvez nos versos, pode ser substituído, sem perda de sentido, por: a) embora. b) não obstante. c) ainda que. d) pode ser que. 35. FUVEST-SP a) “Se eu não tivesse atento e olhado o rótulo, o paciente teria morrido”, declarou o médico. Reescreva a frase acima, corrigindo a impropriedade gramatical que nela ocorre. b) A econologia, combinação de princípos da economia, sociologia e ecologia, é defendida por ambientalistas como maneira de se viabilizarem formas alternativas de desenvolvimento. Reescreva a frase acima, transpondo-a para a voz ativa. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 36. FUVEST-SP Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas abaixo. __________ três explosões na plataforma de petróleo. Creio que __________ de problemas causados por falta de manutenção, embora não __________ provas que __________ isso: não __________ objetos para exames periciais. a) Ouviram-se / trata-se / existam / confirme / sobraram. b) Ouviu-se / se tratam / exista / confirme / sobrou. c) Ouviu-se / se trata / exista / confirmem / sobrou. d) Ouviram-se / se trata / existam / confirmem / sobraram. e) Ouviram-se / tratam-se / existam / confirme / sobraram. 37. UFRS-Modificada “Os testes de QI, um dos antigos parâmetros usados para medir a inteligência, já não servem mais para avaliar a capacidade cerebral de uma pessoa.” 11 No texto, o advérbio mais deixa pressuposta a idéia de que: a) os testes de QI serviram, no passado, para medir a inteligência; b) hoje os testes de QI são melhores do que no passado para avaliar a inteligência; c) os testes de QI nunca serviram para medir a inteligência; d) no passado, além dos testes de QI, outros parâmetros serviram para medir a inteligência; e) hoje os testes de QI não são melhores do que no passado para avaliar a inteligência. 38. U. Potiguar-RN IMPRIMIR GABARITO “O único jornal que pode oferecer ao público as notícias que todos gostariam de saber é de minha propriedade.” Utilizando-se o advérbio “só”, aponte a opção que ainda mantém o mesmo sentido da oração acima: a) Só um jornal pode oferecer ao público as notícias que todos gostariam de saber: o de minha propriedade. b) O único jornal que só pode oferecer ao público as notícias que todos gostariam de saber é de minha propriedade. c) O único jornal que pode oferecer ao público só as notícias que todos gostariam de saber é de minha propriedade. d) O único jornal que pode oferecer ao público as notícias que todos gostariam de saber é só de minha propriedade. 39. FGV-SP Complete as frases com os verbos indicados entre parênteses. “Se você __________ (vir) à exposição e se __________ (dispor) a visitar o terceiro andar, poderá notar duas grandes fotos iluminadas. Quando as __________ (ver), observe seus efeitos de luz e sombra. Para bem comparar a técnica utilizada, será conveniente que você __________ (manter-se) a uma boa distância. Se isso não __________ (satisfazer) sua curiosidade, poderá adotar outra perspectiva.” 40. PUC-RJ Assinale a alternativa em que o termo em negrito é um advérbio que marca claramente uma opinião: a) “... o sofrimento das pessoas que estão atingidas mentalmente.” b) “... e sair dela desejando um equilíbrio diferente do que tinha antes.” c) “para que ele tenha novamente a possibilidade de novas produções normativas” d) “Na esquizofrenia, o quadro, infelizmente, é mais sombrio...” e) “... há motivo para otimismo”. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 41. CEETPS-SP Considere as seguintes ocorrências de “for”: I. quando eu for presidente, mandarei prender os que forem inimigos do país. II. aquele que for culpado confessará tudo quando for à prisão. III. os que forem espertos saberão quando for a hora de partir. IV. as vacas que forem para o brejo serão contadas quando eu for à Brasília.” Dessas ocorrências, “for” equivale, respectivamente, ao verbo “ser” e ao verbo “ir” a) somente na frase I. b) somente na frase II. c) somente na frase III. d) somente na frase IV. e) em todas as quatro frases. 42. UFMA Considere o seguinte trecho “A favela invisível se debruça sobre o Rio”, do articulista Marcos Sá Corrêa: “...Brotou nos morros cariocas franquias de supérfluos, como a De Plá, que vende e revela material fotográfico para amadores. São inumeráveis as academias de ginástica, as locadoras de vídeo e os cursos de informática. Há lugares carentes que necessitam até de vagas para automóveis.” Revista Época, de 24/01/2000. 12 Assinale a alternativa em que o termo em negrito aparece com o mesmo sentido empregado no texto acima: a) Até que ponto poderemos aceitar tal proposta? b) Pensando nisso, até que poderíamos programar um passeio para este final de semana. c) Fui até o hotel para encontrá-lo, mas ele já havia saído. d) “Até Madonna quis interpretar o papel de Frida Kahlo no cinema.” e) Até que enfim o governo reconheceu o direito dos manisfestantes. 43. PUC/Campinas-SP IMPRIMIR GABARITO “Naquele exato momento, sentiu o peso da responsabilidade. Sabia que o pai o chamara para aquela conversa com a intenção de saber dele o que pretendia fazer da vida, passados os primeiros dias de euforia pela conclusão do curso. Feita a pergunta, de modo claro e objetivo, só conseguiu responder que começaria o mais breve possível a ladainha das entrevistas que tinha marcado nas clínicas que visitara há meses.” Os verbos que indicam corretamente a sucessão cronológica dos fatos narrados são, NESSA ORDEM, a) sabia – sentiu – chamara. b) pretendia – sentiu – sabia. c) tinha marcado – sentiu – visitara. d) chamara – sentiu – começaria. e) conseguiu responder – sentiu – tinha marcado. 44. FGV-SP Assinale a alternativa em que não haja erro de conjugação de verbo. a) Em pouco mais de três meses, a lesão do jogador poderá estar curada, se ele manter adequadamente o tratamento. b) O moderador interviu assim que ficou a par dos problemas técnicos. c) Se a Patrícia previr tempo seco para o litoral, haveremos de descer a serra antes de o sol nascer. d) Leocádia estava terrivelmente irritada. Tinha ganas de dizer a Alberto tudo o que ele merecia; mas se deteu, esperando oportunidade melhor. e) Quando o negociador propor uma saída honrosa, será o momento de todos o aplaudirmos. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 45. U. Alfenas “Uma parceria implica até em cuidar de meninos de rua.” Assinale a frase em que a palavra até expressa o mesmo sentido que tem no fragmento acima. a) “Do querer até o poder vai larga distância”. b) Juntou até 10 mil reais. c) Bebeu tanto até cair. d) Arrastou-se até o quarto onde desmaiou. e) “Respiravam e até transpiravam” 46. ITA-SP Os versos abaixo são da letra da música Cobra, de Rita Lee e Roberto de Carvalho: “Não me cobre ser existente Cobra de mim que sou serpente” 13 Com relação ao emprego do imperativo nos versos, podemos afirmar que a) a oposição imperativo negativo e imperativo afirmativo justifica a mudança do verbo cobre/cobra. b) a diferença de formas (cobre/cobra) não é registrada nas gramáticas normativas, portanto há inadequação na flexão do segundo verbo (cobra). c) a diferença de formas (cobre/cobra) deve-se ao deslocamento da 3ª para a 2ª pessoa do sujeito verbal. d) o sujeito verbal (3ª pessoa) mantém-se o mesmo, portanto o emprego está adequado. e) o primeiro verbo no imperativo negativo opõe-se ao segundo verbo que se encontra no presente do indicativo. Texto para a questão 47. “As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente.” GABARITO QUEIRÓS, Eça de. A ilustre Casa de Ramires. 47. FUVEST-SP A correlação de tempos que, neste texto, se verifica entre as formas verbais existia, descortinassem e comentasse, mantém-se apenas em: a) não existe; não descortinem; não comente. b) não existiu; não teriam descortinado; não teria comentado. c) não existira; não tinham descortinado; não tinha comentado. d) não existirá; não tiverem descortinado; não tiver comentado. e) não existiria; não descortinavam; não comentava. IMPRIMIR A questão 48 tem por base a história em quadrinhos abaixo apresentada. O Estado de S. Paulo, 14 de abril de 2001. 48. FGV-SP Observando os três primeiros quadrinhos, pode-se perceber que, no diálogo entre Calvin e sua mãe, uma das formas verbais não condiz com as demais. Trata-se de: a) Ides. d) Pretendes. b) Tenhais. e) Segui. c) Julgais. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 49. UFSE Os verbos que aparecem nos enunciados abaixo estão corretamente flexionados em: a) As influências africanas manteram-se, principalmente, em relação às palavras. Quem se propor a estudar as línguas faladas na América pode constatar isso. b) A ama negra interviu junto ao filho do senhor branco, abrandando-lhe a linguagem. Não pôde ser diferente, creiamos. c) Muitas palavras do português provieram do contacto com línguas estrangeiras. Os brasileiros nem sempre se precavêm diante de influências lingüísticas estrangeiras. d) Propusemo-nos a analisar a língua sem preconceitos e vimos que as influências estrangeiras são inevitáveis. Passeemos pelo seu vocabulário e creiamos nisso. e) Influências estrangeiras também norteam o destino das línguas. Assim crêem os estudiosos dos fatos que intervêem na história das línguas. 50. UERJ “Os aliados não querem romper o namoro com o FHC – querem é namorar mais.” Veja, 18/08/1999. 14 A comparação entre as palavras sublinhada acima demostra que o significado geral de “expressar ação” não é suficiente para identificar o verbo como classe gramatical, já que namoro consta do dicionário como “ato de namorar”. Para diferenciar o verbo do substantivo, por exemplo, seria necessário considerar, além do sentido de ação, a seguinte característica que só os verbos possuem: a) terminação em r. b) flexão de tempo, modo e pessoa. c) presença indispensável à frase. d) anteposição de um substantivo. 51. U. Alfenas-MG Fragmentos para a questão: “Especialistas contestam argumento do governo de que privatização não estaria sujeita à regra que prevê isonomia entre os candidatos” GABARITO Caso transpuséssemos a forma verbal “prevê” para o futuro do subjuntivo, teríamos: a) previer. d) prever. b) preveria. e) previr. c) previera. 52. U.F. Santa Maria-RS-Modificada Na linguagem coloquial, há uma tendência de uso do verbo ter como impessoal, com as mesmas características do verbo haver no sentido de existir. Assinale, nas frases abaixo a alternativa em que ocorre esse emprego. a) Sabe que você tem razão, Mirtes? b) Nos Estados Unidos, não tem gente parada. c) O estrangeiro tem mais e melhores dentes. d) Ele tem como equipamento standard o que aqui é opcional. e) Vi um catálogo na Amazon que tem uns dinamarqueses bem acessíveis. IMPRIMIR 53. UFRN Considere o período a seguir. “Um alimento em pó incolor (...) poderá ser modificado para ter o sabor que se deseje.” Para se manter a correspondência temporal no período, a forma verbal deseje deverá ser substituída por: a) desejasse; c) desejará; b) desejar; d) desejaria. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 54. UFSC Assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s): 01. Em Mas se tu me cativas... o verbo cativar classifica-se como transitivo direto. 02. Em ...só se vê bem e os homens não têm mais tempo, o acento nos verbos ver e ter é justificado pela mesma regra de acentuação gráfica. 04. Os verbos lembrar e esquecer, ao contrário de lembrar-se e esquecer-se, não são regidos por preposição. 08. Em Por favor... cativa-me!, o modo verbal é o imperativo. 16. No trecho ... começaram a se tornar realidade, o verbo começaram apresenta a seguinte estrutura: |começ-| radical, |-a-| vogal temática, |começa-| tema, |-ra-| desinência modo-temporal e |-m| desinência número-pessoal. 32. Em O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti, a vírgula é utilizada para isolar o sujeito do verbo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 55. UFSE-Adaptada “e as coisas que tu vais transformar; vê através do pequeno embrião de árvore (...) Vê o jovem enforcado num dos galhos sem folhas” IMPRIMIR GABARITO 15 Jorge de Lima. Identifica-se corretamente a forma verbal vê em negrito nos versos acima como: a) 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo ver, e seu plural é vêem. b) 2ª pessoa do singular do imperativo do verbo vir, sendo vinde a forma do plural. c) 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo ver, cujo plural é vêm. d) 3ª pessoa do presente do indicativo do verbo vir, que faz a 3ª pessoa do plural vêm. e) 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo do verbo ver, sendo o plural vede. 56. U. Alfenas-MG Observe: I. “Quando ............... a São Paulo, traga seu irmão”. II. “Se ............... que isso é necessário, comunica-me imediatamente”. III. “Se você ............... e seu amigo ..............., talvez você ............... esses bens”. Assinale a alternativa cujas formas verbais preencham, respectiva e corretamente, as lacunas das frases acima: a) vieres, vires, requeresse, intervisse, reouvesse b) vier, vires, requisesse, interviesse, reavesse c) vir, vires, requisesse, intervisse, reavesse d) vier, vires, requeresse, interviesse, reouvesse e) vier, vieres, requeresse, interviesse, reouvesse 57. U. Alfenas-MG Considere as seguintes frases: I. “Se ele propuser um acordo, aceitaríamos todas as condições”. II. “Ele voltará, quando previr o temporal”. III. “Quando puseres a foto no álbum, ela ficará contente”. IV. “Retiveram os documentos porque supuseram que fossem úteis, por isso ninguém interviu para liberá-los”. Estão corretas as formas verbais só nos itens: a) I e III. b) II e III. c) III e IV. d) I e IV. e) II e IV. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 58. U.F. Santa Maria-RS Observe as formas verbais utilizadas nos períodos a seguir. “E não adianta a menina perder 20 quilos. Tem de ser naturalmente magra (...)” Considerando as transformações propostas, complete corretamente as lacunas. E não adianta que a menina ............... 20 quilos. É preciso que ............... naturalmente magra. Seria preciso que ............... naturalmente magra. a) perda – fosse – fosse d) perda – seja – seja b) perde – seja – seja e) perca – seja – fosse c) perda – fosse – seja 16 59. PUC-PR-Modificada Considere estas afirmações: I. A palavra morto é particípio do verbo morrer. II. A palavra morto é particípio do verbo matar. III. O verbo morrer tem dois particípios. É verdadeira: a) Apenas a afirmação I. b) Apenas a afirmação II. c) Cada uma das afirmações. d) Apenas a afirmação III. e) Nenhuma das afirmações. IMPRIMIR GABARITO 60. UFSE A forma verbal em negrito está corretamente flexionada em: a) Todos desejam que a imprensa continui a defender um esporte ético. b) O editorial afirma que o educador que se detesse sobre o futebol ficaria desapontado. c) Se a opinião pública intervir, a prática do esporte poderá ser moralizada. d) Alguns dos envolvidos nos episódios de 94 absteram-se de comentar o fato. e) Todos lêem o código de ética de seu clube, mas alguns talvez não o entendam bem. 61. UFSE A frase que apresenta voz passiva é: a) As pessoas nem tinham se recuperado do susto quando surgiu outra denúncia. b) Os problemas de jogadores e dirigentes com o Fisco não são novidade. c) O técnico inovou outra vez ao tentar criar a figura da sonegação culposa. d) Os crimes fiscais foram confessados porque o técnico temia outra acusação. e) O jornalista se baseou em fatos bastante conhecidos para escrever o editorial. 62. Emescam-ES As lacunas de : “Os médicos sempre ............... a João que se ............... do cigarro e do álcool; ele, porém, mesmo que se ............... a seguir o conselho, eventualmente ................ a fumar e a beber.” serão adequadamente preenchidas com: a) solicitam – abstenha – dispunha – volta b) solicitaram – abstivesse – dispusesse – voltava c) solicitam – abstém – disposse – voltava d) solicitam – abstivesse – disponha – volta e) solicitavam – abstesse – disposse – voltava 63. F.I. Vitória-ES O seguinte período apresenta lacunas: “Se você ............... o professor, diga-lhe que seria bom que ele ............... no processo, para que você ............... a bolsa de estudos.” As formas verbais que preenchem adequadamente essas lacunas são: a) vir – intervisse – obtivesse b) vir – intervisse –obtesse c) vir – interviesse – obtivesse d) ver – intervisse – obtivesse e) ver – interviesse – obtesse Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 64. UEL-PR “Se seguirmos Freud, admitiremos que o desejo de destruição do outro só não é posto em prática por repressão.” Os tempos verbais assinalados acima estão correlacionados: a forma escolhida para o verbo seguir limita as possibilidades de flexão de admitir. Indique a alternativa em que os respectivos verbos podem substituir as formas sublinhadas na citação acima, mantendo a correlação exigida pela norma culta. a) seguirmos – admitíssemos. b) seguíssemos – admitiríamos. c) tivéssemos seguido – vamos admitir. d) seguíssemos – admitíssemos. e) seguiremos – admitiremos. 65. UFRS-Modificada Em: “Até algum tempo atrás, imaginava-se que um cérebro jovem (...) fosse muito mais poderoso e criativo do que um outro já maduro e desgastado pela idade.” IMPRIMIR GABARITO 17 Assinale a alternativa que substitui a forma verbal fosse, sem acarretar mudança no significado da frase. a) pudesse ser. b) tivesse sido. c) teria sido. d) possa ser. e) tenha sido. 66. UFSE Um verbete de dicionário registra exemplos de uso correto do verbo desconfiar, empregado com o sentido de não ter confiança, duvidar. “É prudente desconfiar de quem é desconfiado”, “Mas convém que Gaspar não desconfie absolutamente destes nossos projetos.” Considerando-se o verbete, o segmento em negrito na frase “Uma série de denúncias relativamente recentes escancarou o que muitos já desconfiavam...” a) está correto, pois o emprego do verbo desconfiar está de acordo com os exemplos. b) deve ser substituído por “aquilo de que”, para apresentar correção. c) está correto, pois trata-se de outro sentido do verbo desconfiar. d) deve ser substituído por “isto que”, para apresentar correção. e) deve ser substituído por “ao que”, para apresentar correção. 67. UFPB-PSS Levando-se em conta a norma culta da língua, verifica-se erro em: a) “... um número sem fim de animais...” b) “Ainda não haviam louras, nem surfistas, nem mulatas...” c) “Árvores gigantescas e multidões de palmeiras formavam o imenso verde da futura bandeira.” d) “Era assim o Brasil de Cabral, já quinhentos anos passados.” e) “..., quando for a vez desses meninos?”. 68. UFR-RJ A alternativa em que está correta a classificação do verbo dar quanto à predicação é: a) Dei com os dois velhos sentados. – transitivo direto. b) Os jornais não deram a notícia. – transitivo indireto. c) O relógio deu onze horas. – transitivo direto e indireto. d) Quem dá aos pobres empresta a Deus. – intransitivo. e) Esse dinheiro não dá. – intransitivo. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 69. UFR-RJ “(...). Tenho de ler tudo.” “Mas leio, leio. Em filosofias / tropeço e caio, cavalgo de novo” Os empregos do verbo ler nos versos acima permite classificá-los, respectivamente, como: a) transitivo direto e intransitivo; b) transitivo direto e transitivo indireto; c) transitivo indireto e verbo de ligação; d) intransitivo e transitivo indireto; e) verbo de ligação e transitivo direto. 70. PUC-PR “O pai havia partido sem deixar nenhum recado ao filho, o que deixou sua mãe extremamente preocupada.” 18 Considerando o que está dito no enunciado acima, assinale a alternativa que contém uma afirmação falsa: a) As formas verbais havia partido e deixou expressam ações simultâneas. b) A forma verbal havia partido expressa uma ação anterior à forma verbal deixou. c) O enunciado é composto de duas orações que encerram uma relação de causa e conseqüência. d) A forma verbal havia partido pode ser substituída por partira sem que, com isso, haja prejuízo do significado. e) Há, no enunciado, uma ambigüidade gerada pela locução sua mãe. GABARITO 71. PUC-RS-Modificada De acordo com o sentido que tem no trecho “Há basicamente três tipos de alunos: (...), os auditivos (que prestam mais atenção no que vêem)...”, a palavra “vêem” é empregada com o mesmo valor em: a) Não consigo concordar com isso, porque vejo a questão de outra maneira. b) Eles se calaram porque viram que a discussão não levaria a nada. c) Vê se não te esqueces do livro – advertiu o jovem. d) Os alunos foram à biblioteca ver se encontravam o livro indicado. e) Os alunos viram o professor chegar e dirigir-se à secretaria da escola. 72. Unifor-CE “Efetivamente se queimaram alguns livros...” A forma verbal equivalente a em negrito na frase está em: a) queimou; d) eram queimados; b) foram queimados; e) foi queimado. c) tinham queimado; IMPRIMIR 73. Unifor-CE Os videogames são projetados para que o jovem fique excitado... Outra forma verbal, equivalente a em negrito acima, está na alternativa: a) projetam-se; d) tinham projetado; b) projetam; e) vão projetar-se. c) é projetado; 74. Uniube-MG-Adaptada No trecho “Com seu vestido decotado / cheirando a guardado”, o verbo cheirar foi utilizado com a mesma transitividade de: a) Pelas análises que fizemos, essa história está cheirando mal. b) O vento que impelia aquela chuva cheirava a almíscar. c) No jardim pôs-se diante da roseira e ficou cheirando a rosa. d) Olhava para os cantos sem saber o que viera cheirar ali. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 75. U.F. Pelotas-RS O cineasta Cacá Dieguez escreveu um artigo sob o título “O futuro passou”, no qual lança o desafio da possível construção de um novo Brasil. Desse texto, foi retirado o fragmento a seguir: “Para nós durante a ditadura, o futuro, como tantos brasileiros, estava apenas exilado temporariamente: ele voltaria nos braços da democracia restabelecida. Pensávamos, naqueles tristes momentos, que, derrubado o muro da ditadura, ............... de novo a estrada interrompida, ao longo da qual todos os problemas seriam resolvidos. Não sabíamos que o país ............... a inocência, para sempre. Se tivéssemos prestado mais atenção à história da Colônia, do Império da República Velha, ............... que o Brasil nunca foi muito diferente do que hoje é.” Assinale a alternativa com as formas verbais que preenchem as lacunas de acordo com a norma padrão. a) encontraríamos – perdera – viríamos b) encontrássemos – perdeu – veríamos c) íamos encontrar – tinha perdido – havíamos visto d) encontraríamos – havia perdido – teríamos visto e) encontrássemos – perderia – viríamos 76. F. Católica de Salvador-BA 19 “haverá trabalho para essa massa de gente.” A única variação estrutural correta para expressão destacada na oração em evidência é: a) haverão trabalhos; d) ocorrerá trabalhos; b) existirão trabalhos; e) existirá trabalhos. c) terão trabalhos; GABARITO 77. F. Católica de Salvador-BA-Adaptada Há correspondência modo-temporal entre a forma verbal simples “descobriu” no trecho “A ciência descobriu uma realidade mais complexa” e a composta: a) tivesse descoberto; d) tem descoberto; b) tinha descoberto; e) terá descoberto. c) teria descoberto; 78. U.E. Ponta Grossa-PR Escolha as estruturas aceitáveis considerando a perfeita correlação entre os tempos verbais. 01. Se tivessem registrado a infância da aviação, os fotógrafos a popularizaram. 02. Quando os fotógrafos tiverem registrado a infância da aviação, eles a tinham popularizado. 04. Quando os fotógrafos registraram a infância da aviação, eles a popularizaram. 08. Quando registrarem a infância da aviação, os fotógrafos a popularizarão. 16. Se os fotógrafos tivessem registrado a infância da aviação, eles a teriam popularizado. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 79. Unifor-CE IMPRIMIR “... não se lêem muito os clássicos no Brasil.” A forma verbal da frase acima está corretamente substituída por outra, gramaticalmente equivalente, em: a) Os clássicos não são muito lidos no Brasil. b) No Brasil nunca se leu muitos os clássicos. c) Pouco se lê os clássicos no Brasil. d) Não é muito o que se lê dos clássicos no Brasil. e) Não se faz a leitura dos clássicos no Brasil. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar As questões 80 e 81 referem-se ao texto abaixo. 5 10 15 20 20 25 30 “O circo o menino a vida A moça do arame equilibrando a sombrinha era de uma beleza instantânea e fulgurante! A moça do arame ia deslizando e despindo-se. Lentamente. Só para judiar. E eu com os olhos cada vez mais arregalados até parecerem dois pires. Meu tio dizia: ‘Bobo! Não sabes que elas sempre trazem uma roupa de malha por baixo?’ (Naqueles voluptuosos tempos não havia maiôs nem biquinis...) Sim! Mas toda a deliciante angústia dos meus olhos virgens segredava-me sempre: ‘Quem sabe?...’ Eu tinha oito anos e sabia esperar. Agora não sei esperar mais nada Desta nem da outra vida, No entanto o menino (que não sei como insiste em não morrer em mim) ainda e sempre apesar de tudo apesar de todas as desesperanças, o menino às vezes segreda-me baixinho ‘Titio, quem sabe?...’ Ah, meu Deus, essas crianças!” IMPRIMIR GABARITO QUINTANA, Mário. Nova antologia poética. 6ª ed. São Paulo: Globo, 1997. p. 86/87. 80. UFRJ Releia os versos 9 a 17. A expressão “Naqueles voluptuosos tempos” (verso 13) marca uma posição do eu-lírico em relação ao passado. Considerando essa posição do eu-lírico em relação ao passado, explique o emprego dos parênteses no verso 13. 81. UFRJ ...“Mas toda a deliciante angústia dos meus olhos virgens segredava-me sempre: ‘Quem sabe?...’ (versos 14 a 17) “o menino às vezes segreda-me baixinho ‘Titio, quem sabe?...’” (versos 27 a 30) Observando o emprego dos tempos verbais nos vocábulos sublinhados acima, explique o que é a infância na concepção do poema. 82. Unifor-CE “... insultuoso é que ela o seja apenas para alguns.” Nas frases abaixo, as formas verbais em negrito estão corretamente transpostas para o mesmo tempo e modo da forma em negrito acima, exceto em: a) Meu amigo não gosta de que o chamem de boa-vida. b) Espera-se que ele passe a vida lutando por seus ideais. c) A melhor sociedade deve ser aquela em que todos tenham vida boa. d) Não me admira que eles queiram morar em belas cidades. e) Deve ser sempre louvado alguém que sofre com os problemas alheios. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 83. UFR-RJ-Adaptada “Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre (...) ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.” Carlos Drummond de Andrade. No trecho acima a seqüência de formas verbais, no imperativo, denota um(a): a) treinamento. b) aconselhamento. c) ordem. d) solicitação. e) ponderação. IMPRIMIR GABARITO 21 84. UFR-RJ No verso “Você sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada?”, o presente do indicativo, nas formas destacadas, foi empregado para expressar ações: a) presentes e simultâneas ao momento da fala; b) presentes e posteriores ao momento da fala; c) passadas mas que têm validade permanente; d) que vão se realizar num futuro bem próximo; e) passadas que negam o aspecto durativo do verbo. 85. U.E. Ponta Grossa-PR Marque as alternativas corretas, tendo em vista o emprego de verbos. 01. O verbo usado em “As formas estranhas dos aeroplanos experimentais invadiam as páginas dos jornais” assumiria, na voz passiva, a forma “eram invadidas”. 02. Com o verbo na voz ativa, a frase “Cada proeza dos aviadores era narrada em detalhe” ficaria “Narrava-se em detalhe cada proeza dos aviadores”. 04. A forma verbal simples empregada em “Paris virara a capital mundial da aviação desde a fundação do Aéro-Club de France, em 1898”, corresponde à forma composta “havia virado” ou “tinha virado”. 08. Em “Voar era um ideal delirante e dândi”, “voar” está empregado em função substantiva. 16. Em “Nos dez primeiros anos deste século havia uma mania pop em Paris – voar”, o verbo haver foi empregado no pretérito perfeito do indicativo, com o sentido de existir. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 86. U.F. Uberlândia-MG Numere a 2ª. coluna de acordo com a 1ª. I. “Todos sabem que cães e gatos são espécies diferentes e que não se misturam...” II. “Por exemplo, podem-se desenvolver espécies de milho (...); ou um tipo de tomate que cresce mais rápido e é mais produtivo.” III. “(...) virologistas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA desenvolveram experiência em que um gene causador de câncer em ratos...” IV. “(...) a experiência provaria que o câncer pode se tornar uma doença contagiosa por meio da manipulação genética.” ( ) o tempo verbal indica uma verdade universal, indiscutível; ( ) o tempo verbal denota um fato que provavelmente acontecerá; ( ) o tempo verbal denota um fato passado que poderia ter acontecido após outro fato passado. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta: a) II, IV, I. b) I, III, IV. c) I, II, IV. d) II, I, III. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 87. Unifor-CE “o que ocorreu até recentemente, e ainda ocorre em algumas regiões” Observe, na frase acima, a seqüência dos tempos verbais em negrito, que está corretamente reproduzida nas formas: a) pôde – pode; d) tinha – tem; b) era – são; e) exigiam – exigem. c) obteve – obtenha; 88. UFR-RJ-Adaptada “Ano novo de eleições. Olhemos a cidade. As obras que beneficiam certas empresas trazem proveito à maioria da população?” Tendo em vista o contexto que envolve a frase “Olhemos a cidade”, pode-se afirmar que o uso da forma verbal destacada expressa uma: a) ordem. d) certeza. b) reflexão. e) solicitação. c) sugestão. 22 Leia os versos abaixo para responder às questões de números 89 e 90. “Onde avanço, me dou, e o que é sugado ao mim de mim em ecos se desmembra” 89. UERJ Classifique, quanto às vozes do verbo, as três construções destacadas. 90. UERJ A seqüência das construções verbais em negrito retrata uma mudança na participação do “eu” que se expressa no texto. Descreva essa mudança. IMPRIMIR GABARITO 91. Unifor-CE “De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio d’água que se dirige para o norte, e engrossando com os mananciais, que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal. É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito. Dir-se-ia que vassalo e tributário desse rio das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano.” ALENCAR, José de. O Guarani. Em relação ao texto, é correto afirmar que: a) os três parágrafos inscrevem-se num momento estático do tempo; b) não há nenhum termo que expresse progressão temporal dos fatos; c) a freqüência dos verbos de ação personifica o rio Paquequer; d) a relação entre os parágrafos marca-se pela comparação; e) “rio caudal”, “vassalo e tributário” exercem a mesma função sintática. 92. Uniube-MG Assinale a alternativa em que o emprego do tempo verbal não está adequadamente explicado. a) “Pelo Natal estarei aí, com minha secretária Eunice.” – O futuro do presente está sendo utilizado para indicar um fato provável, posterior ao momento em que se fala. b) “Se não zelássemos por nós, quem zelaria por este pobre povo?” – O futuro do pretérito está sendo utilizado para indicar surpresa e indignação. c) “(...) como bem o sabiam os romanos (...)” – O pretérito imperfeito do indicativo está sendo utilizado para indicar um fato passado não concluído. d) “(...) o povo é ignorante.” – O presente do indicativo está sendo utilizado para indicar uma verdade científica. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar 93. Uniube-MG Assinale a única alternativa que não pode ser passada para a voz passiva: a) “(...) Trunte retrucou que já era alguma coisa.” b) “(...) nada adiantava esse dinheiro.” c) “(...) não compreende ele as coisas do Brasil.” d) “(...) poderemos (...) manipular os peões (...)” 94. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa que não pode ser passada para a voz passiva: a) “Virou praga o uso indevido do gerúndio.” b) “...ninguém supera a televisão...” c) “Talvez apenas desconheçam a própria língua.” d) “...uma escola escreve ‘College’ ao lado de sua marca...“ 23 95. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa que não admite passagem para a voz passiva: a) “essa liberdade só pode funcionar se submetida a intensa supervisão da comunidade científica...” b) “(...) a experiência provaria que o câncer pode se tornar uma doença contagiosa...” c) “(...) a manipulação genética de alimentos e animais não poderá gerar efeitos danosos à nossa saúde...” d) “(...) poderemos transformar a manipulação genética em um dos maiores benefícios da ciência ...” IMPRIMIR GABARITO 96. Uniube-MG Assinale abaixo a única alternativa correta: Transpondo-se para a voz passiva a oração “As grandes corporações multinacionais vêm dominando o consumo da população das cidades”, obtém-se a forma verbal: a) vem sendo dominado; b) vêm dominando; c) dominam; d) vem dominando. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar LÍNGUA PORTUGUESA IMPRIMIR GABARITO 1 A R T IG O S , S U B S T A N T IV O S , A D JE T IV O S , V E R B O S E A D V É R B IO S 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. V–V–V–V–F c e d a d e V–V–F d b d c c a 13 d d 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. c c c V–F–V–V e d d a b F–V–V–F c b c d e d d 35. a) “Se eu não estivesse atento e não tivesse olhado o rótulo, o paciente teria morrido, declarou o médico.” b) Ambientalistas defendem a econologia, combinação de princípos da economia, sociologia e ecologia, como uma maneira de viabilizarem formas alternativas de desenvolvimento. 36. d 37. a 38. a 39. Vier, dispuser, vir, se mantenha, satisfizer. 40. d 41. b 42. d 43. a 44. c 45. e 46. c 47. a 48. d 49. d Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar b e b b e e d b e c e d b c b 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. a b e e a a e b a b d b b 28 a 80. O emprego dos parênteses revela que, no verso 13, o eu-lírico faz um comentário (ou dá uma explicação) sobre o passado, do qual se distancia. 81. A partir do emprego dos tempos verbais, verifica-se que, na concepção do poema, a infância é um estado permanente no eu-lírico. 82. e 83. b 84. c 85. 15 86. c 87. a 88. c 89. Onde avanço: voz ativa; me dou: voz reflexiva; o que é sugado ao mim de mim: voz passiva. 90. Em avanço o “eu” é agente, em me dou é agente e paciente, em o que é sugado ao mim de mim é apenas o lugar em que a ação acontece. 91. c 92. a 93. b 94. a 95. a 96. a IMPRIMIR GABARITO 2 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. Voltar Língua Portuguesa - Artigos, substantivos, adjetivos, verbos e adverbios Avançar LÍNGUA PORTUGUESA PRONO M E S 1. I.E. Superior de Brasília-DF Após ter lido atentamente o texto “A Nona Conferência Internacional Americana e os Direitos Humanos”, julgue os itens a seguir segundo os critérios da morfologia. Use V, para os verdadeiros, e F, para os falsos. IMPRIMIR GABARITO 1 “A Nona Conferência Internacional Americana e os Direitos Humanos Os Estados americanos, no livre exercício de suas próprias soberanias, mediante um processo evolutivo que resultou na adoção de diferentes instrumentos internacionais, estruturaram um sistema regional de promoção e proteção dos direitos humanos, no qual se reconhecem e definem com precisão a existência desses direitos; se estabelecem normas de conduta obrigatórias destinadas a sua promoção e proteção, e se criam os órgãos destinados a velar pela fiel observância desses direitos. Esse sistema interamericano de promoção e proteção dos direitos fundamentais do homem teve seu início formal com a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, aprovada pela Nona Conferência Internacional Americana (Bogotá, Colômbia, 1948), durante a qual também foi criada a Organização dos Estados Americanos, cuja Carta proclama os ‘direitos fundamentais da pessoa humana’ como um dos princípios em que se fundamenta a Organização. Além disso, foram aprovadas algumas resoluções que se enquadram no campo dos direitos humanos, tais como as convenções sobre concessão dos direitos civis e políticos à mulher, a resolução sobre a ‘Condição Econômica da Mulher Trabalhadora’ e a ‘Carta Internacional Americana de Garantias Sociais’, na qual os Governos da América estabelecem ‘os princípios fundamentais que devem proteger os trabalhadores de toda classe’ e que ‘estabelece os direitos mínimos de que devem eles gozar nos Estados americanos, sem prejuízo da possibilidade de que as leis de cada um possam ampliar esses direitos ou reconhecer outros mais favoráveis’, pois reconhecem que ‘as finalidades do Estado não se cumprem apenas com o reconhecimento dos direitos do cidadão’ mas também com a preocupação pelo destino dos homens e das mulheres, considerados não como cidadãos mas como ‘pessoas’ e, conseqüentemente, deve-se garantir ‘simultaneamente tanto o respeito às liberdades políticas e do espírito, como a realização dos postulados da justiça social’.” ( ) Os verbos existentes no trecho que vai de “Os Estados... até ...desses direitos.” estão flexionados no mesmo tempo, modo e pessoa. ( ) Por equívoco do redator, falta o hífen em “interamericano”. ( ) As duas ocorrências do pronome se classificam-se da mesma forma. ( ) Em que e na qual são pronomes relativos. ( ) Em “da possibilidade de que as leis de cada um possam ampliar esses direitos” é possível permutar-se a expressão destacada pela contração das. 2. UFPI Na frase “A realidade tornava-se-lhe odiosa...”, é correto afirmar que a ênclise: I. é própria de linguagem formal no Brasil; II. favorece uma tonicidade não usual em português; III. foi usada como recurso obrigatório por se tratar de dois pronomes. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I é verdadeira. b) Apenas II é verdadeira. c) Apenas III é verdadeira. d) I e II são verdadeiras. e) I e III são verdadeiras. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 3. UFPI Na frase “mas tinha desses abatimentos, dessas súbitas fadigas de todo o seu ser, em que caía a cadeira” a expressão em negrito pode ser substituída por: a) onde d) com as quais b) enquanto e) entre as quais c) nos quais 4. Emescam–ES A posição do termo sublinhado em relação ao verbo não está adequada à norma culta brasileira em: a) Se me tivesse convidado, não deixaria de comparecer. b) É bom que falemos-lhes toda a verdade. c) Quando os viste? d) Não concordarei com o que nos dirão. e) Não se falou coisa alguma sobre a prometida reforma. 2 5. U.F. Uberlândia-MG Assinale a única alternativa em que os elementos em destaque não podem ser substituídos por onde. a) “...quando estava quase a suceder um desastre na entrada, entre o carro de bois e a sege em que a senhora vinha, a senhora, em vez de ficar séria e pensar em Deus, enfiou a cabeça por entre as cortinas para fora, rindo...” (M. de Assis). b) “Mascarenhas fez-me notar à esquerda da capela o lugar em que estava sepultado o ex-ministro.” (M. de Assis) c) “Lalau sentou-se. A cadeira em que se sentou era uma velha cadeira de espaldar de couro lavrado e pés em arco.” (M. de Assis) d) “... falou-me também da piedade e saudade da viúva, da veneração em que tinha a memória dele, das relíquias que guardava, das alusões freqüentes na conversão.” (M. de Assis) GABARITO 6. Univali-SC Nos quadrinhos, acontece um erro quanto à norma culta da Língua. Identifique-o: a) Falta vírgula depois do vocativo. b) A personagem mistura, na sua fala, a 2ª. pessoa do singular com a 3ª. pessoa do singular. c) Há erro de grafia ao reproduzir as falas coloquiais das personagens. Exemplos: Tô, pra. d) Os substantivos próprios estão com letra maiúscula. e) Há pontos de exclamação e interrogação demais nos trechos. IMPRIMIR 7. PUC-PR-Modificada Observe: “Revolucionou a forma de tocar violão, acrescentando-lhe saudade, beleza e ritmo.” O pronome lhe do exemplo refere-se: a) ao sujeito do verbo “revolucionou”; b) à forma de tocar violão; c) a saudade, beleza e ritmo; d) somente à palavra mais próxima: saudade; e) à forma verbal acrescentando, à qual está ligado por hífen. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar Texto para a questão 8. “Solução Você que muitas vezes pegou este anúncio e nunca teve tempo para ler com mais atenção, faça isso agora, a PROFa. BETE mora no endereço abaixo a muitos anos, você é testemunha disto. Porquê? Ela tem um trabalho honesto e certeiro, não é uma novata na sua especialidade (cientista em grafologia e astrologia) é a mais célebre da América do Sul. Não fique na dúvida, faça uma consulta, você vai compreender porque ela é a mais célebre da América do Sul. Leitor, muitas vezes a gente sofre sem ter necessidade, ou até mesmo por não acreditar, mas o mal existe e a solução do mal também e as vezes a cura está perto e a gente não vê, ou o próprio mal não deixa. Muitas vezes, um problema que para muitos é um problemão, com a PROFa. BETE é resolvido em uma simples consulta de poucos minutos. Comprove estimado leitor, estás desiludido, desanimado, desorientado, tens caso íntimo à resolver, muita inveja, mau olhado no amor, nos negócios, no seu trabalho, tens amor não correspondido ou rompido, fazer voltar alguém em sua companhia, em qualquer assunto que lhe preocupe. Muitas vezes não acha solução. É por que é um mal espiritual latente e você não sabe. Tire um tempo para você mesmo e faça uma consulta com a PROFa. BETE. Joga-se búzios e tarô Avenida Jabaquara, 817”. 3 IMPRIMIR GABARITO 8. FUVEST-SP “/…/ estás desiludido, desanimado, desorientado, tens caso íntimo à resolver, muita inveja, mau olhado no amor, nos negócios, no seu trabalho, tens amor não correspondido ou rompido, fazer voltar alguém em sua companhia, em qualquer assunto que lhe preocupe.” Observando-se apenas o correto uso dos pronomes, deve-se substituir as palavras grifadas, respectivamente, por a) teu; tua; lhes. b) teu; vossa; os. c) teu; tua; te. d) vosso; vossa; te. e) vosso; tua; o. 9. UFGO A. Toda a gente voltou da ilha com o baile na cabeça, muita sonhou com ele, alguma dormiu mal ou nada... B. Onde é que a gente se encontra? C. (...) fazia que ela evitasse a companhia das outras, desconfiasse de toda a gente (...) D. E as pessoas aprenderiam a gostar menos dessas coisas que representam luxo e conforto. Todos se habituariam e pensar coletivamente. Os enunciados acima foram retirados dos livros Esaú e Jacó (A) e O resto é silêncio (B, C e D), de Machado de Assis e Érico Veríssimo, respectivamente. Considerando-se os elementos em negrito, ( ) no enunciado A, as palavras muita e alguma estão sendo usadas inadequadamente, pois ambas necessitam da explicitação do termo gente. ( ) no enunciado B, a expressão a gente, referindo-se ao emissor-personagem e seus comparsas, tem o sentido de “nós”. ( ) no enunciado C, emitido por uma voz narrativa onisciente, a expressão em destaque pode ter o sentido de “nós”. ( ) no enunciado D, a palavra todos tem valor anafórico, já que substitui um grupo nominal anteriormente expresso. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 10. UFPI Marque a alternativa em que o pronome lhe é empregado com o valor semântico de pronome possessivo. a) Tudo de repente (...) lhe pareceu lúgubre. b) Os seus deveres (...) eram-lhe pesados como fardos injustos. c) A realidade tornava-se-lhe odiosa. d) Veio-lhe o nojo das engarrafadas dos emplastros (...). e) — dous lábios de fogo que, num beijo, lhe chupassem a alma. Texto para as questões 11 e 12. “Que me enganei ora o vejo: Nadam-te os olhos em pranto Arfa-te o peito, e no entanto Nem me podes encarar.” 4 11. U. Potiguar-RN Em um dos versos acima, um pronome substitui toda uma oração. Aponte-o: a) que. b) me. c) o. d) te. IMPRIMIR GABARITO 12. U. Potiguar-RN Em um dos versos acima, um pronome pessoal oblíquo está substituindo um pronome possessivo. Aponte-o: a) te. b) me. c) o. d) que. 13. U.F. Uberlândia-MG Todas as alternativas abaixo podem ser preenchidas por cujo(a), exceto: a) “Lalau não demorou muito. (...) Vinha um pouco esbaforida, voando-lhe os cabelos, ............... eram curtinhos e em cachos...” (M. de Assis) b) “A casa ............... lugar e direção não é preciso dizer, tinha entre o povo o nome de Casa Velha...” (M. de Assis) c) “Não estava contente comigo. Tinha-me deixado resvalar a uma promessa inconsiderada, ............... execução parecia complicar-se de circunstâncias estranhas...” (M. de Assis) d) “Voltei-me para D. Antônia; esta, depois de hesitar um pouco, deliberou entrar na sacristia, ............... porta estava aberta.” (M. de Assis) 14. UFF-RJ A colocação do pronome pessoal no português do Brasil, no uso coloquial, apresenta, em algumas circunstâncias, tendências diferentes da de Portugal. Identifique o par de orações em que ocorrem, quanto a colocação do pronome pessoal no português do Brasil, o uso culto e o uso coloquial, respectivamente: a) “da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo;”/ da qual estamos todas tão distantes que nos não poderia servir de modelo; b) “Esta é uma hora para se parar e pensar.”/ Esta é uma hora para parar-se e pensar-se; c) “pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais –”/ pois o que passase no Piauí não é o mesmo das grandes capitais; d) “purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz.”/ purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que acha-se rodeada mal abre os olhos à luz; e) “a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela;”/ a mulher de hoje em dia pode se sair melhor do que aquela. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 15. U.E. Londrina-PR-Modificada “... Stingo descobre as verdades escondidas sobre as quais eles estão encobrindo...”. Esse trecho se torna adequado à norma culta se a expressão em destaque for substituída por: a) onde. b) que. c) cujas. d) das quais. e) entre as quais. 5 16. Univali-SC Assinale, dentre as frases a seguir, retiradas de jornais de circulação regional, a que está de acordo com as normas da Língua Portuguesa. a) É outra daquelas questões onde não é certo optar por uma alternativa, excluindo a outra. b) Além dos efeitos sociais e econômicos referidos, um plano de retomada da indústria de construção fere uma carência objetiva do país, onde há necessidade de milhões de casas... c) Um reflexo na pupila (menina dos olhos), em um recém-nascido poderá revelar problemas na retina, tumores intra-oculares, ou até catarata congênita onde realizar-se-á cirurgia o mais breve possível. d) A surpresa aconteceu na sétima prova, onde houve a divergência sobre a terceira cidade mais antiga do país. e) Participaram todos os 540 alunos distribuídos em 8 equipes, onde se buscou equilibrar a força, unindo os alunos maiores com os menores. IMPRIMIR GABARITO 17. FEI-SP Em “as paredes vejo-as”, os termos em destaque são classificados respectivamente como: a) artigo definido e pronome pessoal do caso reto. b) artigo definido e pronome demonstrativo. c) artigo definido e pronome pessoal do caso oblíquo. d) pronome pessoal e artigo definido. e) preposição e pronome pessoal do caso oblíquo. 18. FGV-SP A propósito do segmento de frase “Ser-me-ia impossível descobrir entre mim e elas pontos de identificação…”, atenda ao que se pede abaixo. a) Explique o uso do pronome mim em vez do pronome eu. b) Se, no lugar de elas, que é pronome pessoal de terceira pessoa do plural, utilizássemos outro, de segunda pessoa do singular, qual seria ele? 19. UFGO Considere os enunciados abaixo. A. Os atletas não se prepararam bem, onde se saíram mal nas competições. B. Onde há fumaça, há fogo. C. Vivemos numa economia globalizada, onde os produtos industrializados não têm uma só nacionalidade. D. Saiu da casa cedinho onde só voltou depois que todas dormiam. Segundo a norma padrão da língua portuguesa: ( ) o relativo onde pode ser empregado, estabelecendo relação conclusiva entre orações, como no enunciado A. ( ) o empregado do relativo onde, no enunciado B, está inadequado, porque ele não tem um referente explícito. ( ) o relativo onde, no enunciado C, está empregado adequadamente, porque se refere a uma expressão com valor de lugar virtual. ( ) o verbo voltar, no enunciado D, exige que o relativo onde seja precedido por “a” ou “para”. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 20. UP-RN “Sem a reforma agrária não há como resolver a desnutrição desse povo brasileiro.” “O grande mal desse povo brasileiro é ter nascido pobre.” Se uníssemos as duas orações com pronome relativo, teríamos: a) Sem a reforma agrária cujo grande mal do povo brasileiro é ter nascido pobre, não há como resolver a desnutrição desse povo brasileiro. b) Sem a reforma agrária cujo grande mal é ter nascido pobre não há como resolver a desnutrição desse povo brasileiro. c) Sem a reforma agrária não há como resolver a desnutrição do povo brasileiro que ter sido pobre é o seu grande mal. d) Sem a reforma agrária não há como resolver a desnutrição desse povo brasileiro cujo grande mal é ter nascido pobre. 21. F.M Triângulo Mineiro-MG 6 “Incontestável representante do bom gosto, a escritora e colunista Danuza Leão não tem vergonha de aplaudir o Show do Milhão. (...) Da mesma franqueza de Danuza comunga o plubicitário Roberto Justus. ‘A atração educa quem não teve acesso àquelas informações e diverte quem quer testar seus conhecimentos’, argumenta.” Telejornal. O Estado de S. Paulo. 03/09/2000, p. T8-T9. GABARITO Seguindo as convenções da norma culta, a oração destacada no texto pode ser substituída por: a) Quem não teve-lhe acesso. b) Quem não as teve acesso. c) Quem não teve-as acesso. d) Quem não teve acesso a elas. e) Quem não teve-lhes acesso. 22. F.M. Triângulo Mineiro-MG Una as frases por um pronome relativo e assinale a alternativa correta, de acordo com a norma culta. “A Lagoa Rodrigo de Freitas já havia chamado a atenção de D. Pedro II. As águas da Lagoa continuam malcheirosas.” a) D. Pedro II já havia chamado a atenção para as águas malcheirosas da Lagoa Rodrigo de Freitas. b) A Lagoa Rodrigo de Freitas, cujas águas continuam malcheirosas, já havia chamado a atenção de D. Pedro II. c) D. Pedro II afirmara que as águas da Lagoa Rodrigo de Freitas continuam mal cheirosas. d) A Lagoa Rodrigo de Freitas que as águas continuam malcheirosas já havia chamado a atenção de D. Pedro II. e) As águas da Lagoa Rodrigo de Freitas continuam malcheirosas e elas já haviam chamado a atenção de D. Pedro II. 23. PUC-PR-Modificada IMPRIMIR “O pai havia partido sem deixar nenhum recado ao filho, o que deixou sua mãe extremamente preocupada”. Considerando o trecho acima, pode-se afirmar que a expressão o que tem como antecedente os termos: a) O pai; b) havia partido; c) ao filho; d) nenhum recado; e) toda a parte do enunciado que antecede à própria expressão o que. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 24. PUC-PR Assinale a alternativa em cujo enunciado o pronome que está entre parênteses pode ser colocado corretamente em qualquer um dos pontilhados. a) Ninguém ..... irá ..... esquecer ..... tão cedo. (te). b) ..... Estou ..... dizendo ..... a pura verdade. (lhe). c) Ela ..... quer ..... dizer ..... o que aconteceu de fato. (me). d) ..... Haviam ..... encontrado ..... até então duas vezes. (se). e) ..... Mandou ..... vir ..... mais cedo no dia seguinte. (me). 25. FUVEST-SP “‘As pessoas ficam zoando, falando que a gente não conseguiria entrar em mais nada, por isso vamos prestar Letras’, diz a candidata ao vestibular. Entre os motivos que a ligaram à carreira estão o gosto por literatura e inglês, que estuda há oito anos.” Adaptado da Folha de S. Paulo, 22/10/00. No trecho que não está entre aspas ocorre um desvio em relação à norma culta. Reescreva o trecho, fazendo a correção necessária. 26. PUC/Campinas-SP 7 “No centro da Convenção sobre Mudança Climática esteve o reconhecimento de que o planeta pode passar por mudanças catastróficas no próximo século, com o agravamento do efeito estufa. A delegação brasileira na reunião de Buenos Aires, onde se deu o encontro, assim como em Kyoto, foi chefiada pelo ministro da Ciência e Tecnologia. Ela teve um papel destacado no Japão, ao apresentar proposta que desembocou no “mecanismo de desenvovimento limpo” (MDL), questão central na pauta na Argentina.” GABARITO Os pronomes grifados referem-se a outras palavras do texto. São elas, respectivamente: a) o centro – Mudança Climática. b) Buenos Aires – a delegação brasileira. c) o planeta – a reunião. d) Kyoto – estufa. e) a Convenção – mudanças catastróficas. 27. UFMT-Adaptada Julgue as afirmações a seguir. Use V, para assinalar os itens verdadeiros, e F, para os itens falsos. ( ) Substituindo o pronome lhe por dele na oração Ousou o escrevente namorar-lhe a filha, as duas formas pronominais funcionam como objeto indireto. ( ) Na maioria das variedades do português falado no Brasil, empregam-se as formas de tratamento você/vocês para designar o interlocutor do discurso ao invés das formas tu/vós. ( ) Quando se usa você/vocês no lugar de tu/vós, o verbo, os pronomes oblíquos e possessivos continuam na segunda pessoa. IMPRIMIR 28. U. Potiguar-RN Os trechos que seguem mostram que certas construções típicas do português falado, são utilizadas na modalidade escrita, exceto um deles. Aponte-o: a) Procure preocupar-se com os problemas que você tem maior dificuldade. b) Uma escola, onde na frente havia uma lanchonete, deverá ser totalmente reformada. c) Sempre me pareceu muito severo aquele diretor sob cujas ordens trabalhei muitos anos. d) Consideramos propícia a escolha do momento dele falar. 29. U. Alfenas-MG Assinale a opção onde o pronome pessoal está empregado incorretamente. a) Para mim, cumprimentá-la seria uma ofensa. b) Entre eu e ela já não há mais nada. c) Viram-nos, mas não os chamaram. d) Permitiu-lhe, a ele, fazer a ronda. e) Aquele era o carro para mim; comprá-lo com que dinheiro? Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 30. U. Alfenas-MG Dadas as sentenças: I. Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê-los-ei ainda hoje. II. Não te conto toda a verdade já que preocupo-me demais com tua situação. III. “Esses são os livros que se acham à disposição do público, mas acredita-se que poucos procurá-los-ão”. IV. Quero que você se habitue com minhas falhas, eu deveria preparar-me melhor. A seqüência que contém as frases corretas quanto à colocação dos pronomes átonos é: a) II e III. b) I e II. c) I e III. d) II e IV. e) I e IV. 8 31. Univali-SC Identifique a opção correta quanto à colocação pronominal nos trechos retirados de jornais de circulação regional: a) Que todo pai sinta-se imensamente feliz na comemoração de seu dia. b) Por que todos os dias perdem-se tantos blocos de notas fiscais em Blumenau? c) Preserve-a a todo custo. Não esqueça que para seu filho você é o maior herói. d) O “Bem” do título acima, se expressa pela existência de postos de trabalho na quantidade e qualidade requeridos por uma população... . e) ... utilizando a imagem do “Zé Carioca” e outras, que mostram-nos menores e menos capazes. GABARITO 32. PUC/Campinas-SP Observe a seguinte passagem do texto: “‘Pare aí’, me diz você. ‘O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.’ ‘Não!’ lhe respondo, ‘Não consigo escrever sem pensar você por perto, espiando o que escrevo.’” Nela, o autor, utilizando o discurso direto, apresenta um diálogo imaginário entre o autor e seu leitor, introduzindo a linguagem oral no texto escrito. Por essa razão, a) os pronomes oblíquos átonos foram colocados depois do verbo. b) os pronomes oblíquos átonos são enclíticos. c) os pronomes oblíquos átonos não foram utlizados no diálogo. d) os pronomes oblíquos átonos são proclíticos. e) os pronomes oblíquos átonos são mesoclíticos. 33. UFMT-Modificada Julgue as seguintes afirmações. Use V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos. ( ) A norma gramatical contrariada em Para mim brincar é Não se deve usar pronome pessoal da forma oblíqua na função sujeito. ( ) A norma gramatical contrariada em Me dá um cigarro é Não se deve iniciar um período com pronome oblíquo átono. 34. UFSE IMPRIMIR “... tu vais encher os cofres ... derrubada debaixo da fronde ... dando de comer aos pássaros” Substituindo corretamente as formas substantivas pelos pronomes pessoais correspondentes, obtém-se: a) encher-lhes – debaixo dela – dando-os de comer; b) encher-lhes – debaixo a ela – dando-lhes de comer; c) enchê-los – debaixo dela – dando-lhes de comer; d) enchê-los – debaixo a ela – dando-os de comer; e) encher-los – debaixo dela – dando de comê-los. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 35. F.M. Itajubá-MG Marque a opção que pode preencher corretamente as lacunas da seguinte afirmativa: Em “Dir-se-á que, até certo ponto, a felicidade se constrói”, segundo a norma culta, é um caso de ............... obrigatória por se tratar de um verbo no ..............., em ............... de período. a) Mesóclise – futuro do presente simples – início. b) Separação – infinitivo – exórdio. c) Próclise – imperativo positivo – começo. d) Silepse – presente do subjuntivo – abertura. e) Zeugma – futura do subjuntivo – princípio. 36. F.I. Vitória-ES O seguinte período apresenta algumas lacunas: “Ela ficou em casa ............... dois, para conversar ............... sobre o livro, mas disse ao meu irmão que era difícil para ............... ler aquele livro sozinho, porque as letras eram pequenas demais para ............... ler, sem forçar meus olhos hipermetropes.” Os pronomes de 1ª pessoa que completam adequadamente as lacunas são, respectivamente: a) conosco – conosco – mim – mim b) conosco – conosco – eu – eu c) com nós – conosco – eu – mim d) conosco – com nós – eu – eu e) com nós – conosco – mim – eu 9 37. PUC-PR Observe a colocação dos pronomes átonos destas orações: I. O T-6 de Mororó, deixando uma asa pelo caminho, partiu-se. II. Depois de arrastá-lo até sua casa, o colocou na rede. III. Há cinco anos, no entanto, os dois se reencontraram. Seria possível, sem erro de sintaxe, adotar outra ordem pronominal: a) Apenas para a oração I. b) Apenas para a oração II. c) Apenas para a oração III. d) Para todas as orações. e) Para nenhuma das orações. 38. VUNESP Leia o texto que segue. GABARITO “Não digo com isto que um e outro dos gêmeos não soubessem agredir e dissimular, a diferença é que cada um sabia melhor o seu gosto, coisa tão óbvia que custa escrever.” In: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora Mérito, 1962. p. 78. No segundo período desse texto reconheça as classes de palavras a que pertence o a, respectivamente, em “a fruta” e “a ia buscar”. IMPRIMIR 39. UEMS Ao comparar as diversas cidades do mundo com a cidade do Rio de Janeiro, defendia com ardume e paixão a beleza... sobre cada uma... a) dessa – daquelas. b) daquelas – destas. c) destas – dessa. d) desta – daquelas. e) desta – dessas. 40. UFPB-PSS No verso “Ao coração que sofre, separado...”, o vocábulo que refere-se ao termo antecedente. Observa-se esta mesma relação em: a) “Não me basta saber que sou amado.” b) “...no exílio em que a chorar me vejo.” c) “Não há que a terra pelo céu trocar.” d) “Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza.” e) “Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras...” Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 41. Unifor-CE “É bem provável que freqüentadores de museus não procurem essa instituição.” Substituindo-se a expressão em negrito na frase acima pelo pronome que lhe é correspondente, obtém-se: a) não lhe procurem; b) não a procurem; c) não procurem-a; d) não procurem-lhe; e) não procurem-na. 10 42. UFF-RJ Assinale a opção em que a reformulação da frase abaixo apresenta um emprego de pronome não compatível com o uso formal da língua: “E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.” a) E em tal maneira é graciosa que, se a quisermos aproveitar, dar-se-á nela tudo por causa das águas que tem. b) E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. c) E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, tudo nela se dará, por causa das águas que tem. d) E em tal maneira é graciosa que, ao querer-se aproveitá-la, tudo dar-se-á nela, por bem das águas que tem. e) E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitar ela, tudo dar-se-á por bem das águas que tem. IMPRIMIR GABARITO 43. UFF-RJ Assinale a opção em que a palavra em negrito é um pronome pessoal. a) “Muitos deles ou quase a maior parte dos que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos beiços.” b) “E alguns, que andavam sem eles, tinham os beiços furados.” c) “outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio e os dois nos cabos.” d) “assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho.” e) “porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.” 44. UFSC Observe o período abaixo e assinale a(s) proposição(ões) em que ele foi reescrito corretamente. “— Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” 01. — Os homens esqueceram dessa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. 02. — Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deves esquecêla. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. 04. — Disse a raposa: —Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. 08. — Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que você cativa. Os homens esqueceram-se essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. 16. — Os homens esqueceram essa verdade: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecê-la. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 45. Unifor-CE-Adaptada “Alguns cientistas já se preocupam em garantir que os robôs do futuro tragam em seus programas, em todos eles, um ‘chip’ da bondade que os impeça de fazer mal aos homens...” O pronome os em “que os impeça” refere-se a: a) alguns cientistas; b) robôs do futuro; c) seus programas; d) todos eles; e) homens. 46. Emescam-ES A substituição do termo em negrito não se fez adequadamente em: a) Acharam os livros muito interessantes. Acharam-los muito interessantes. b) Fizemos o trabalho como você orientou. Fizemo-lo como você orientou. c) Daremos a ele todas as oportunidades. Dar-lhe-emos todas as oportunidades. d) Refiz a lição que estava errada. Refi-la, que estava errada. e) Enviamos cartas a vocês. Enviamos-lhes cartas. IMPRIMIR GABARITO 11 47. UFR-RJ “...fica um mote que agradeço a Paulo Freire: ‘a leitura do mundo parece sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele’” Uma das funções dos pronomes demonstrativos é retomar, dentro de um enunciado, elementos anteriormente citados. A análise do fragmento acima revela que os demonstrativos esta e aquele referem-se, respectivamente, aos vocábulos: a) palavra e mote. b) leitura e mote. c) palavra e mundo. d) leitura e daquele. e) continuidade e mundo. 48. Univali-SC Ao ler jornais de circulação regional, percebe-se, algumas vezes, a incorreção no emprego do pronome oblíquo átono. Dentre as frases a seguir, assinale aquela em que o pronome foi empregado adequadamente. a) A ativação desse setor da economia, conhecido por seus efeitos rápidos na área de emprego e por seu contágio imediato sobre áreas de indústria e de serviços, se aproveitará dos atuais sinais de aquecimento da atividade econômica. b) Informamos que encontra-se em fase de conclusão uma nova escola. c) Felizmente, ao ver minha caixa de correspondência, havia um e-mail do promotor público de Itapema, me informando que iria nesta segunda-feira pela manhã receber a nós pais para conversar. d) Ele vai ocupar a vaga aberta pelo advogado que também já se desincompatibilizou do cargo. e) O comportamento dos jovens é um sintoma. Impõe-se que, sem descuidar-se das conseqüências, ataque-se primordialmente as causas. 49. UEMS I. O lugar...moro é muito pacato. II. Esse foi o número...gostei menos. III. A peça ...enredo é humorístico, tem sido sucesso. a) onde - que - cujo. b) em que – de que – cujo o. c) no qual – o qual – do qual o. d) que – que – cujo o. e) em que – de que – cujo. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 50. Unifor-CE Na frase “não tivessem presente, nem futuro”, as palavras em negrito estão corretamente substituídas pelo pronome que lhes é correspondente em: a) não os tivessem; b) não tivessem-los; c) não o tivessem; d) não tivessem-o; e) não tivessem-no. 51. UFR-RJ “O homem ainda faz O que macaco fazia” Do ponto de vista morfológico, o termo destacado no verso acima é um: a) pronome de tratamento; b) artigo definido; c) pronome oblíquo átono; d) pronome oblíquo tônico; e) pronome demonstrativo. 12 A questão 52 refere-se ao texto a seguir. IMPRIMIR GABARITO “O Padeiro (fragmento) (Rubem Braga) Tomo meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: – Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo? ‘Então você não é ninguém?’. Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou uma pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era: e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ‘Não é ninguém, não senhora, é o padeiro’. Assim ficara sabendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.” In: Ai de ti, Copacabana, 4ª ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964, pp. 44, 45. 52. UFRJ a) Que sentido assume o pronome indefinido ninguém no texto? b) Quando esse pronome indefinido é usado na função sintática de sujeito, a dupla negação pode ou não ocorrer. Justifique essa afirmativa, exemplificando-a. 53. U.E. Londrina-PR Assinale a alternativa que está estruturada de acordo com a norma culta. a) Originárias da África do Sul, as abelhas africanas são agressivas, cuja criação é feita geralmente em apiários. b) As agressivas abelhas africanas, cuja criação é feita geralmente em apiários, são originárias da África do Sul. c) As agressivas abelhas africanas, que a criação delas é feita geralmente em apiários, originaram-se na África do Sul. d) As agressivas abelhas africanas, cuja a criação é feita geralmente em apiários, originou-se na África do Sul. e) As abelhas africanas, cujas quais são agressivas e criadas em apiários, originaram-se na África do Sul. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar Texto para a questão 54. “Música Uma coisa triste no fundo da sala. Me disseram que era Chopin. A mulher de braços redondos que nem coxas martelava na dentadura dura sob o lustre complacente. Eu considerei as contas que era preciso pagar, os passos que era preciso dar, as dificuldades… Enquadrei o Chopin na minha tristeza meus cuidados voaram como borboletas.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia. 13 54. FATEC-SP O tratamento poético da linguagem apresenta, por vezs, certas possibilidades que a norma gramatical não admite ou não recomenda; é possível afirmar que, no poema Música, é exemplo disso: a) “Me disseram que era Chopin”. b) “dentadura dura”. c) “enquadrei o Chopin”. d) “que era preciso pagar”. e) “braços redondos”. 55. Unifor-CE O período cuja redação está inteiramente clara e correta é: a) Todos os meninos menores de dois anos sofreram os efeitos dos elementos radioativos que lhes foram distribuídos a mando de Herodes. b) A recepção que a Virgem e o carpinteiro José puderam desfrutar ironicamente, foi de um boi branco e de um burro cansado. GABARITO c) A poderosa nuvem que o autor se refere foi a visão que também vitimou os habitantes das duas cidades japonesas que recaíram as bombas atômicas. d) Nem bem chegaram ao hotel em cujo se realizava um congresso internacional o dono escorraçou os viajantes. e) A súbita explosão de cuja se formou uma poderosa nuvem em forma de cogumelo deve de ter sido uma visão aterrorizadora. 56. UFRJ “Esaú e Jacó (fragmento) (Machado de Assis) IMPRIMIR – Que estranhos? Não vou viver com ninguém. Viverei com o Catete, o Largo do Machado, a Praia de Botafogo e a do Flamengo, não falo das pessoas que lá moram, mas das ruas, das casas, dos chafarizes e das lojas.” In: Obra Completa. vol. 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985, p. 987. Vimos que, no texto da questão 52, Rubem Braga fez uso expressivo do indefinido ninguém. Diga com que sentido o mesmo termo é usado por Machado de Assis no texto acima, relacionando tal significado com um posicionamento marcante na obra do autor. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 57. UFRJ “O impossível carinho Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo Quero apenas contar-te a minha ternura Ah se em troca de tanta felicidade que me dás Eu te pudesse repor – Eu soubesse repor– No coração despedaçado As mais puras alegrias da tua infância!” BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 9ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982. p. 118. O poema de Bandeira constrói-se com base na relação entre o eu-lírico e seu interlocutor. A existência desse interlocutor é evidenciada em vocábulos que pertencem a duas diferentes classes gramaticais. a) Identifique essas duas classes gramaticais. b) Diga que traço gramatical comum aos vocábulos indica a presença do interlocutor. IMPRIMIR GABARITO 14 Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar LÍNGUA PORTUGUESA PRONO M E S IMPRIMIR GABARITO 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. F–F–V–V–F d d b d b b c F–V–F–V c a d a e b b c a) Só se emprega o pronome pessoal do caso reto eu na função de sujeito. O pronome em questão possui função completiva, sendo regido pela preposição entre; desta forma, está correto o uso do pronome mim, pronome pessoal do caso oblíquo. b) Na função completiva, que é o caso, o pronome adequado da 2ª pessoa do singular a ser empregado é o ti. F–F–V–V d d b c c A fim de desfazer o desvio em relação à norma culta, pode-se reescrever o trecho da seguinte forma: Entre os motivos que a ligaram à carreira está o gosto por inglês, que estuda há oito anos, e por literatura. b F–V–F c c e c d V–V c a c c Em “a fruta”, o a é artigo definido feminino e em “a ia buscar”, a é pronome pessoal do caso oblíquo (retomando fruta). d Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 2 53. 54. 55. 56. IMPRIMIR GABARITO 57. b b e b 06 b d c d e a e a) O pronome “ninguém” significa “pessoa sem importância”. b) Se o pronome (sujeito) é anteposto ao verbo, não ocorre a dupla negação: “Ninguém veio”. Se, porém, ele é posposto ao verbo, a dupla negação ocorre: “Não veio ninguém”. b a a No texto de Machado, o pronome é usado com o sentido de ‘pessoa alguma’ / ‘pessoa nenhuma’. Ao preferir a paisagem física da cidade aos seus semelhantes, o autor revela seu ceticismo em relação ao ser humano, uma atitude marcante na sua obra madura. a) Classe gramatical dos verbos e classe gramatical dos pronomes. b) O traço gramatical comum é a 2ª pessoa. Voltar Língua Portuguesa - Pronomes Avançar LÍNGUA PORTUGUESA NO Ç ÕE S D E L IT E R A T U R A Texto para as questões 1 a 3. 1 2 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 “Muita coisa se poderia fazer em favor da poesia: Esfregar pedras na paisagem. Perder a inteligência das coisas para vê-las. (Colhida em Rimbaud) Esconder-se por trás das palavras para mostrar-se. Mesmo sem fome, comer as botas. O resto em Carlitos. Perguntar distraído: – O que há de você na água? Não usar colarinho duro. A fala de furnas brenhentas de Mário-pega-sapo era na rua. Por isso as crianças e as putas no jardim o entendiam. Nos versos mais transparentes enfiar pregos sujos, teréns de rua e de música, cisco de olho, moscas de pensão... Aprender a capinar com enxada cega. Nos dias de lazer compor um muro podre para os caramujos. Deixar os substantivos passarem anos no esterco, deitados de barriga, até que eles possam carrear para o poema um gosto de chão – como cabelos desfeitos no chão – ou como uma bule de Braque – áspero de ferrugem, mistura de azuis e ouro – um amarelo grosso de ouro da terra, carvão de folhas. Jogar pedrinhas nim moscas...” IMPRIMIR GABARITO BARROS, Manoel de. Matéria de Poesias, 3 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999. 1. UFMS Esse poema é uma espécie de manifesto, uma tomada de posição ante o fazer poético; propõe que a palavra seja descarregada de seus significados já prontos, automatizados, portanto. Nessa concepção, o verso 10 ressalta que na poesia a palavra deve ser: a) exata. d) vaga. b) impermeável. e) cristalina. c) fecunda. 2. UFMS O poema cita Rimbaud, poeta francês do século passado, e Carlitos, personagem dos filmes de Charles Chaplin. “Perder a inteligência das coisas para vê-las”, de acordo com o texto de Manuel de Barros é olhar as coisas: a) em seu significado mais moderno. b) com objetividade, deixando de lado o sujeito que olha. c) recusando seu invólucro utilitário. d) pelo ponto de vista do especialista. e) sem se preocupar com sua carga simbólica. 3. UFMS “Mesmo sem fome, comer as botas” é uma referência a Carlitos que, em um filme, com fome, isolado na neve e não tendo com que se alimentar, cozinhou as botas e as comeu, até os cadarços. A expressão mesmo sem fome muda a situação. Se consideramos o poema uma espécie de “conselho a um aprendiz de poeta”, o verso citado propõe que, em favor da poesia, é necessário: a) duvidar das imagens carregadas de sugestões. b) apropriar-se de realidades aparentemente estéreis. c) sofrer privações materiais. d) alimentar-se bem para ter boas idéias. e) isolar-se do resto da humanidade. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar Texto para as questões 4 a 7. “Soneto do amor total 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 2 Amo te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade. Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim muito e amiúde, É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude.” MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. RJ: Nova Aguilar, 1986, p. 336. IMPRIMIR GABARITO 4. UFPI Completam-se no soneto os elementos do dualismo: a) amizade – inimizade; b) pureza – impureza; c) verdade – mentira; d) vício – virtude; e) vida – morte. 5. UFPI Na seqüência “... não cante / O humano coração com mais verdade...”, existe: a) a surpresa de se ver amando tanto; b) a sensação de que o amor é indescritível; c) a pretensão de cantar como ninguém o amor; d) o desencanto com a impossibilidade de cantar o amor; e) o temor de que outro poeta cante o amor mais fielmente. 6. UFPI Dos versos 3 e 4, pode-se inferir que: a) O poeta confunde as formas de amar. b) A realidade é diferente para quem ama pouco. c) O amante experimenta formas diferentes de amar. d) O amor do amigo vale mais que a paixão do amante. e) O artista recria a realidade usando palavras de amor. 7. UFPI Sobre a última estrofe é correto afirmar que: a) o amor culmina com a morte; b) o amor destrói o corpo amado; c) o amante dá a vida pela amada; d) o amor se esgota no próprio desejo; e) o amante vive a descrever o ser amado. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar Texto para as questões 8 e 9. “POÉTICA 1 Que é Poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados. 2 Que é o Poeta? um homem que trabalha o poema com o suor do seu rosto. Um homem que tem fome como qualquer outro homem.” RICARDO, Cassiano. Jeremias Sem-Chorar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964. GABARITO 3 8. UERJ A repetição da palavra “homem” na segunda estrofe exemplifica a seguinte característica: a) variação semântica; c) reiteração expressiva; b) vício de linguagem; d) onomatopéia modernista. 9. UERJ O eu-lírico no texto de Cassiano Ricardo expressa uma definição sobre a elaboração da poesia. Essa definição é semelhante ao conteúdo do seguinte fragmento: a) “Como varia o vento – o céu – o dia, / Como estrelas e nuvens e mulheres, / Pela regra geral de todos seres, / Minha lira também seus tons varia, / e sem fazer esforço ou maravilha.” (Álvares de Azevedo). b) “O artista intelectual sabe que o trabalho é a fonte da criação e que a uma maior quantidade de trabalho corresponderá uma maior densidade de riquezas.” (João Cabral de Melo Neto). c) “[Minhas poesias] não têm unidade de pensamento entre si, porque foram compostas em épocas diversas – debaixo de céu diverso – e sob a influência de impressões momentâneas.” (Gonçalves Dias). d) “Um dia (...) tive saudades da casa paterna e chorei. As lágrimas correram e fiz os primeiros versos da minha vida, que intitulei – As Ave-Maria – a saudade havia sido a minha primeira musa.” (Casimiro de Abreu). 10. UFRS Leia as estrofes abaixo, de Vinícius de Moraes, e a afirmação que as segue. IMPRIMIR 01 02 03 04 05 06 07 08 “Uma lua no céu apareceu cheia e branca; foi quando, emocionada a mulher a meu lado estremeceu e se entregou sem que eu dissesse nada. Larguei-as pela jovem madrugada ambas cheias e brancas e sem véu perdida uma, a outra abandonada uma nua na terra, outra no céu.” Por meio de versos ............... em que é perceptível um lirismo ..............., típico de sua poesia, Vinícius de Moraes aproxima a mulher e a lua, fundindo-as, em alguns momentos, como acontece no verso de número ............... . Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. a) octossílabos – amoroso – 06 d) octossílabos – despojado – 07 b) heptassílabos – social – 07 e) decassílabos – sensual – 06 c) decassílabos – moralizante – 08 Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 11. PUC-RS-Modificada “Donzela! Se tu quiseras Ser a flor das primaveras Que tenho no coração! E se ouviras o desejo Do amoroso sertanejo Que descora de paixão! Se tu viesses comigo Das serras ao desabrigo 4 Aprender o que é amar Ouvi-lo no frio vento, Das aves no sentimento, Nas águas e no luar! (...) Ah! vem! amemos! vivamos! O enlevo do amor bebamos Nos perfumes do sertão!” Analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto. I. As metáforas associadas aos elementos da natureza expressam o extravasamento do sentimento amoroso. II. A mulher é convidada a buscar nos elementos circundantes o sentido do amor. III. O ritmo cadenciado do poema sintoniza-se com o tom melancólico das imagens. IV. O medo da rejeição amorosa, tema reincidente na poesia romântica, determina o tom pessimista do texto. Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa: a) I e II d) III e IV b) II e III e) I, II, III e IV c) II e IV 12. UnB-DF 1 4 7 10 GABARITO 13 16 19 “A vida muda como a cor dos frutos lentamente e para sempre A vida muda como a flor em fruto velozmente A vida muda como a água em folhas o sonho em luz elétrica a rosa desembrulha do carbono o pássaro, da boca mas quando for tempo E é tempo todo tempo mas não basta um século para fazer a pétala que um só minuto faz ou não mas a vida muda a vida muda o morto em multidão” IMPRIMIR GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Relacionando as idéias do texto a outras áreas do conhecimento, julgue os itens a seguir. ( ) A distribuição dos versos no espaço de papel, as imagens utilizadas e o uso recorrente de repetições, entre outros recursos poéticos, inserem o texto no conjunto de obras literárias do Modernismo. ( ) No verso 7, o poeta alude à importante conquista científica obtida por Thomas Edison na primeira metade do século XIX: a lâmpada fluorescente. ( ) No verso 8, há uma homenagem explícita a Carlos Drummond de Andrade, pelo poema Rosa do Povo, com que se inaugura a poesia moderna brasileira. ( ) O poeta, nos versos 14 e 15, alude à capacidade que o ser humano tem de fazer, em muito mais tempo que a natureza, o que esta rapidamente consegue realizar. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar Questões de 13 a 17. Introdução: Para responder a essas questões, associe os fragmentos transcritos em cada uma às afirmativas apresentadas nas alternativas indicadas em destaque. Em seguida, identifique apenas uma única alternativa correta e marque o número correspondente. a) Sentimento de angústia, por parte do sujeito poético, em face de um mundo conturbado. b) Personagem-narrador movido por um sentimento que provoca a distorção da realidade. c) Alusão a uma natureza não convencionada pelo estilo árcade. d) Acontecimento circunstancial como revelador de estados psicológicos. e) Personagem consciente da necessidade de igualdade social. 13. Uneb-BA “Tu não verás, Marília, cem cativos tirarem o cascalho e a rica terra, ou dos cercos dos rios caudalosos, ou da minada serra. Não verás separar ao hábil negro do pesado esmeril a grossa areia, e já brilharem os granetes de oiro no fundo da bateia. Não verás enrolar negros pacotes das secas folhas do cheiroso fumo; nem espremer entre as dentadas rodas da doce cana o sumo.” 5 GONZAGA, Tomás Antônio. In: Tomás Antônio Gonzaga. Org. por Lúcia Helena. Rio de Janeiro: Agir, 1985. p. 85-6. (Nossos Clássicos, v. 114.) 14. Uneb-BA “Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me? IMPRIMIR GABARITO Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.” ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Antologia poética (Org. pelo autor). 36. ed. Rio de Janeiro São Paulo: Record, 1997. p. 24. 15. Uneb-BA “Um dia saí para o meu passeio habitual quando ele, o pedinte, surgiu inesperadamente. Inferno, como foi que ele descobriu o meu endereço? ‘Doutor, não me abandone!’ Sua voz era de mágoa e ressentimento. ‘Só tenho o senhor no mundo, não faça isso de novo comigo, estou precisando de um dinheiro, esta é a última vez, eu juro!’ – e ele encostou o seu corpo bem junto ao meu, enquanto caminhávamos, e eu podia sentir o seu hálito azedo e podre de faminto. Ele era mais alto do que eu, forte e ameaçador. Fui na direção da minha casa, ele me acompanhando, o rosto fixo virado para o meu, me vigiando curioso, desconfiado, implacável, até que chegamos na minha casa. Eu disse, ‘espere aqui’. Fechei a porta, fui ao meu quarto. Voltei, abri a porta e ele ao me ver disse ‘não faça isso, doutor, só tenho o senhor no mundo’. Não acabou de falar, ou se falou eu não ouvi, com o barulho do tiro. Ele caiu no chão, então vi que era um menino franzino, de espinhas no rosto, e de uma palidez tão grande que nem mesmo o sangue, que foi cobrindo a sua face, conseguia esconder.” FONSECA, Rubem. Feliz ano novo. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 90. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 16. Uneb-BA “Boa-Vida estendeu a mão numa saudação quando ela falou em Omolu, o deus da bexiga. A tarde caía. Um homem comprou cocada. As luzes se acenderam de repente. A negra se levantou, Boa-Vida ajudou a que ela botasse o tabuleiro na cabeça. Ao longe, Pirulito apontava com o Querido-de-Deus. Pedro Bala olhou mais uma vez os homens que nas docas carregavam fardos para o navio holandês. Nas largas costas negras e mestiças brilhavam gotas de suor. Os pescoços musculosos iam curvados sob os fardos. E os guindastes rodavam ruidosamente. Um dia iria fazer uma greve como seu pai... Lutar pelo direito... Um dia um homem assim como João de Adão poderia contar a outros meninos na porta das docas a sua história, como contavam a de seu pai. Seus olhos tinham um intenso brilho na noite recém-chegada.” AMADO, Jorge. Capitães da areia. 85. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 79. 17. Uneb-BA “– Não esqueci de nada..., recomeçou a mãe, quando uma freada súbita do carro lançou-as uma contra a outra e fez despencarem as malas. Ah! ah!, exclamou a mãe como a um desastre irremediável, ah! dizia balançando a cabeça em surpresa, de repente envelhecida e pobre. E Catarina? Catarina olhava a mãe, e a mãe olhava a filha, e também a Catarina acontecera um desastre? seus olhos piscaram surpreendidos, ela ajeitava depressa as malas, a bolsa, procurando o mais rapidamente possível remediar a catástrofe.” LISPECTOR, Clarice. Laços e família: contos. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982. p. 111. 6 Com base no texto abaixo, responda às questões de números 18 a 20. IMPRIMIR GABARITO “(...) Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável? Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos, gemidos. Mas que significa isso? Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco, pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade. (...) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas: conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade. (...)” RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, 1984. 18. UERJ O fragmento transcrito expressa uma reflexão do autor-narrador quanto à escrita de seu livro contanto a experiência que viveu como preso político, durante o Estado Novo. No que diz respeito às relações entre escrita literária e realidade, é possível depreender, da leitura do texto, a seguinte característica da literatura: a) revela ao leitor vivências humanas concretas e reais; b) representa uma conscientização do artista sobre a realidade; c) dispensa elementos da realidade social exterior à arte literária; d) constitui uma interpretação de dados da realidade conhecida. 19. UERJ Por causa da perda das anotações, relatada pelo narrador, o texto é impregnado de dúvidas acerca da exatidão do que será levantado no livro. O trecho que melhor representa um exemplo dessas dúvidas é: a) “Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material” b) “Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las” c) “neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado” d) “Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas” Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 20. UERJ A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Podese dizer que tal relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo feito por ele mesmo. A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido pelo leitor em virtude de: a) conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas; b) identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal; c) possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados; d) notoriedade do autor e de sua história junto ao público e à sociedade. Leia o seguinte poema para responder às questões 21 e 22. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 7 ”Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci! oh quem cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei; que amor tirano, Onde há mais resistência, mais se apura.” IMPRIMIR GABARITO Vocabulário: penhas – penhascos 21. U.F. Santa Maria-RS Nesse poema, de Cláudio Manuel da Costa, a) há presença de um elemento típico da paisagem natural mineira, a pedra, mostrando que há obediência à regra principal do Arcadismo, que é a exaltação dos penhascos; b) nota-se, nos versos 9 e 11, a presença de antítese, o que mostra a influência do Barroco na lírica do poeta mineiro; c) o sujeito lírico, nos versos 12, 13 e 14, dirige-se aos penhascos, um elemento típico da paisagem mineira, que representa seu berço; d) o sujeito lírico se compara aos penhascos de Minas, pois é tão duro e resistente quanto eles; e) o sujeito lírico usa as pedras como símbolo do amor à pátria e como seu próprio símbolo, pois é tão duro quanto elas. 22. U.F. Santa Maria-RS Esse poema árcade é um soneto que apresenta: a) os quartetos com rima alternada; b) versos brancos e decassílabos (10 sílabas); c) rima e versos alexandrinos (11 sílabas); d) os versos dos tercetos em redondilha maior; e) rima e versos decassílabos. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos dois textos, julgue os itens das questões de 23 a 26. Texto I “VIII O pobre leito meu desfeito ainda A febre aponta da noturna insônia. Aqui lânguido à noite debati-me Em vãos delírios anelando um beijo... E a donzela ideal nos róseos lábios, No doce berço do moreno seio Minha vida embalou estremecendo... Foram sonhos contudo. A minha vida Se esgota em ilusões. E quando a fada Que diviniza meu pensar ardente Um instante em seus braços me descansa E roça a medo em meus ardentes lábios Um beijo que de amor me turva os olhos, Me ateia o sangue, me enlanguece a fronte, Um espírito negro me desperta, O encanto do meu sonho se evapora E das nuvens de nacar da ventura Rolo tremendo à solidão da vida!” Álvares de Azevedo - Lira dos Vinte Anos. 8 IMPRIMIR GABARITO Texto II “Doce Mistério Eu não sei de onde vem Esse amor que chega e domina Viva luz a brilhar, Nesse olhar que o meu ilumina Vou flutuando na paixão Não, não sei aonde vou chegar Que será essa ilusão Que eu vivo a buscar Diz pra mim se é você Esse alguém que eu tanto quero Eu preciso descobrir Se é você meu doce mistério de amor O que eu quero é viver você Quero sorrir o teu sorriso Quero pensar os pensamentos teus Você é tudo que eu preciso” BARBOSA, Bernardes e Schiavon. In: Leandro & Leonardo, Vol. 10. 1997. 23. UFMT ( ) Figura central da 2ª geração romântica, Álvares de Azevedo apresenta, nesse texto, exemplo da tendência mórbida desse movimento. ( ) No texto I, a figura feminina se constrói entre dois pólos, o da virgindade idealizada e o da projeção da sensualidade do “eu-lírico”. ( ) Esse caráter de duplicidade é incomum na produção da geração “mal-do-século”. ( ) São características do “eu-lírico” do texto I a realização pelo sonho e a inadaptação à realidade. 24. UFMT ( ) Os dois textos apresentam temática comum: a busca da realização amorosa. ( ) O “eu-lírico” do texto II projeta sua passividade, colocando-se como sujeito submisso em seu desejo de amor. ( ) A mulher do texto II é apresentada por meio de seus atributos físicos. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 25. UFMT ( ) No texto II, o desejo de encontrar a amada é enfatizado pela repetição do verbo querer. ( ) Escritos em séculos diferentes, ambos os textos primam pela obediência às normas da variedade culta da língua portuguesa. ( ) Ambos os textos apresentam construções metafóricas, como “vou flutuando na paixão” (texto II) e “no doce berço do moreno seio” (texto I). 26. UFMT ( ) Quanto à métrica, os dois poemas são decassílabos. ( ) Em ambos, ocorrem rimas pobres organizadas irregularmente. ( ) Nos textos I e II, cada estrofe é independente nos planos semântico e sintático. ( ) Neles, há ocorrência de inversão sintática, frases em ordem indireta. Questões de 27 a 29. “A Ausente Amiga, infinitamente amiga Em algum lugar teu coração bate por mim Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas Como se cega ao meu encontro... Amiga, última doçura A tranqüilidade suavizou a minha pele E os meus cabelos. Só meu ventre Te espera cheio de raízes e de sombras. Vem, amiga Minha nudez é absoluta Meus olhos são espelhos para o teu desejo E meu peito é tábua de suplícios Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim Como no mar, vem nadar em mim como no mar Vem te afogar em mim, amiga minha Em mim como no mar...” GABARITO 9 MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. 11. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 196. IMPRIMIR 27. F. Católica de Salvador-BA No poema, o eu-lírico: a) queixa-se de um amor não correspondido; b) demonstra sentimento de possessividade amorosa; c) assemelha-se à “amiga”, como um espelho e sua imagem; d) invoca a mulher para compartilhar de seus apelos sensuais; e) vê a figura feminina sob uma perspectiva dualista: angelical e sensual. 28. F. Católica de Salvador-BA Sobre o poema, é correto afirmar: a) O amor físico revela-se isento de sofrimento. b) A realidade focalizada é vista de uma forma objetiva. c) A mulher, na visão do eu-lírico, aparece envolta em sensualidade e erotismo. d) A voz poética não encontra eco no coração do ser desejado. e) O sujeito poético – com a lembrança do mar – reprime a intensidade de seu desejo. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 29. F. Católica de Salvador-BA Do ponto de vista estético, trata-se de um texto modernista porque: a) apresenta uma linguagem aproximada à da prosa, livre de rima e de métrica; b) adota uma atitude combativa a valores considerados falsos; c) tenta conciliar o presente com o passado; d) busca a originalidade a qualquer preço; e) valoriza fatos e coisas do cotidiano. Texto para as questões 30 e 31. 10 “Namorados O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: – Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. – Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada? A moça se lembrava: – A gente fica olhando... A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: – Antônia, você parece uma lagarta listada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: – Antônia, você é engraçada! Você parece louca.” BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio, José Olympio, 1979. GABARITO 30. UFR-RJ Analise as afirmativas a seguir e depois assinale a opção correta. I. Lançando mão de um procedimento moderno, o poeta torna tênue o limite entre prosa e poesia. II. A métrica rígida do poema é um procedimento comum do estilo de época ao qual se filia o texto. III. O título do poema encerra uma ironia, pois não há no texto o lirismo que caracteriza as composições poéticas românticas. a) I e III são corretas; d) somente I é correta; b) somente III é correta; e) I e II são corretas. c) II e III são corretas; 31. UFR-RJ A pergunta feita pelo rapaz provocou na moça: a) a constatação da fugacidade do tempo; b) a lembrança de um certo namorado de infância; c) um brilho amargo e saudoso no olhar de menina; d) um retorno ao comportamento infantil diante do inusitado; e) a descoberta da efemeridade dos namoros da sua infância. IMPRIMIR Texto para as questões 32 e 33: “Porque minhas tranças estavam macias e lustrosas, a pele de meu rosto sabia a fruta veludosa, fresca e furta-cor, deitei-me naquele dia sob a telha de vidro da gaiola, na longa rede cheirosa de sabão preto feito em casa mesmo. Foi esse o início de um destino esquerdo, que me marcou a testa a fogo e me fez arrastar uma banda do coração como um toco de carne empedrado pela vida afora. Daí mais um pouco fui embranquecendo os fios do cabelo da fronte, e meus olhos acharam por bem esburacarem-se parecendo por fim a dois lagos meio verdes meio azuis, esfumaçados pela neblina que saía da chaminé daquela casa onde, à beira do fogão encostei meu umbigo temperando as sopas dos meninos e pondo o leite pra ferver, porque desde cedo me secaram as tetas e o jeito era recorrer ao leite das cabras do quintalão de pedras e, também, porque minha bisavó, que ainda falava e orava com um fio da voz e se cobria num canto do quarto escuro, como uma mancha no ermo, dizia e repetia que crianças de dentes fortes e olhos devem beber leite de cabra já que as mães se secam muito cedo, põe dentro e fora de tanto arrancarem pedacinhos de carne e sustança do suco de ossos e sangue para sovar o dia do marido que vem chegando, levantando a voz como se nascesse rei e o bando de filhos seus primeiros súditos.” Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 32. U. Católica-GO ( ) No texto, a personagem, ao mesmo tempo em que descreve suas mudanças físicas, faz também um desabafo de uma mulher que teve sua vida destruída pelo casamento. ( ) De acordo com o que se lê no período do texto, a personagem deitou-se em uma rede preta e cheirosa. ( ) Em “a pele de meu rosto sabia a fruta veludosa, fresca e furta-cor...”, o verbo saber foi usado no mesmo sentido que na frase seguinte: “Naquele atropelo, nem sabia mais se seria eu aquela de tranças macias, com enormes riscos de ouro...” ( ) Para expor a opinião da bisavó da personagem, foram utilizados dois tipos de discursos: o indireto, marcado pelos verbos de elocução e pelas orações substantivas, e o indireto livre, marcado por expressões como “... sovar o dia do marido que vem chegando, levantando a voz como se nascesse rei...”. ( ) Em “... levantando a voz como se nascesse rei”, é correto afirmar que, a utilização do verbo nascer no subjuntivo e do operador como se permite a leitura de uma crítica ao estereotipo do homem como senhor absoluto da casa, a quem todos deveriam se submeter e jamais questionar. 11 ( ) “... e o bando de filhos seus primeiros súditos.” Percebe-se nessa frase, claramente, a elipse do verbo ser. Caso o verbo estivesse presente deveria, de acordo com as normas da língua padrão, estar no mais-que-perfeito do subjuntivo e, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular. 33. U. Católica-GO ( ) Pela leitura do texto, é correto afirmar que a personagem, embora incapaz de modificar uma situação socialmente imposta às mulheres, não se mostra tão conformada como a avó, que ainda demonstra sua submissão ao homem. ( ) De acordo com o texto, a vida de sofrimento iniciou-se com o casamento, que ocorreu porque a personagem era jovem e bela. ( ) Na frase “... porque me secaram as tetas...” considerando-se o contexto, o verbo secaram usado na terceira pessoa do plural pode estar relacionado e, portanto, ter como agentes tanto “meninos” como “tetas”. ( ) Em relação à linguagem utilizada no texto, é correto afirmar que predominam o nível padrão e a denotação. ( ) Em “Foi esse o início de um destino esquerdo, que me marcou a testa a fogo e me fez arrastar uma banda do coração como um toco de carne empedrado pela a vida a fora.”, ‘destino esquerdo’, ‘que’ (= destino esquerdo) e ‘como um toco de carne’, são respectivamente: hipérbole, metáfora e prosopopéia. IMPRIMIR GABARITO ( ) A personagem demonstra que, apesar de trabalhar muito, cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos, continuava a ser uma pessoa vaidosa, e que se preocupava em tingir os cabelos com tons mais claros, pois afirma: “Daí mais um pouco fui embranquecendo os fios do cabelo da fronte...” Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 34. U. Salvador-BA “Enche de estranhas vibrações sonoras a tua Estrofe, majestosamente... põe nela todo o incêndio das auroras para torná-la emocional e ardente.” 12 Identifique com V os fragmentos que pertencem à mesma estética da estrofe em evidência e com F os demais. ( ) “Tudo, entre sombras, – o ar e o chão, a fauna e a flora / A erva e o pássaro, a pedra e o tronco, os ninhos e a hera, / A água e o reptil, a folha e o inseto, a flor e a fera, / – Tudo vozeia e estala em estos de pletora.” ( ) “Entre as trêmulas mornas ardentias, / A noite no alto-mar anima as ondas. / Sobem das fundas úmidas Golcondas, / Pérolas vivas, as nereidas frias.” ( ) “Ela vem, (sororal) vibrante como um sino, / Despertar-me no leito: ouro em tudo, – na face / De anjo morto, na voz, no olhar sobredivino. // Nasce a manhã, a luz tem cheiro... Ei-la que assoma / Pelo ar sutil... Tem cheiro a luz, a manhã nasce... / Oh sonora audição colorida do aroma!” ( ) “Foste de branco e vens de branco ainda trajada. / A túnica nupcial que em níveas dobras desce / Pelo teu corpo, tem a brancura sagrada / Dos alvos corporais do altar exposto à prece.” ( ) “O luar, sonora barcarola, / Aroma de argental caçoula, / Azul, azul em fora... // Como lençóis claros de neve, / Que o sol filtrando em luz esteve, / É transparente, é branco, é leve. As questões 35 e 36 referem-se ao seguinte texto: GABARITO “Com que gana me entrego, com que ânsia, José, à tarefa, ou por outra, ao suplício, de outro poema preto em verso branco. Língua vernácula entre os dentes, dor no cotovelo e tu, merda, na mente, recursos de estilo a esmo destilo e figuras de linguagem pra tratar de teu sorriso eletrônico e teu cabelo. Com que gana! E que suplício: não há ponto final, não há remate, que me livre de vez desses poemas, e me livre de ti em paralelo. E eu quero? É Sísifo o meu modelo, merda: Amo o poema assim como ele ama a pedra.” NEVES, Reinaldo Santos. In: Muito Soneto por nada. Vitória: Cultural, 1998, p. 58. IMPRIMIR 35. F.I. Vitória-ES Pode-se afirmar a respeito do texto acima, com exceção de: a) é literário, pela linguagem coloquial e referencial; b) não é literário, pela presença de termos chulos, vulgares; c) é literário, pelo trabalho estético e jogo verbal estabelecido; d) não é literário, pois não é prosa nem poesia; e) é um misto de literário e não literário, próprio do texto contemporâneo. 36. F.I. Vitória-ES Quanto ao gênero e modalidade literária, só é possível afirmar sobre o texto acima: a) é lírico, construído em prosa poética; b) é narrativo, um poema épico; c) é dramático, pela intensidade do sentimento do eu poético; d) é lírico, um soneto de versos, predominantemente, decassílabos; e) não é um soneto, pois os versos não estão distribuídos em tercetos e quartetos. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 37. UFRS Leia os dois fragmentos abaixo: I. 1 2 3 4 5 6 7 8 “Todo dia ela faz tudo sempre igual me acorda às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher Diz que está me esperando pro jantar E me beija com a boca de café (...)” Chico Buarque de Holanda. II. 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 “quando eu chego em casa nada me consola você está sempre aflita com lágrimas nos olhos de cortar cebola você está tão bonita você traz a coca-cola eu tomo você bota a mesa eu como eu como eu como eu como eu como você não tá entendendo nada do que eu digo eu quero é ir-me embora eu quero é dar o fora (...)” Caetano Veloso. Considere as seguintes afirmações sobre os fragmentos acima. I. As duas canções apresentam, em comum, a tematização do cotidiano e dos atos automatizados da existência banal. II. Nos versos selecionados, há uma preocupação com os procedimentos poéticos, como rimas, repetições e paralelismos. III. O verbo “como” (v.8 ) e o pronome “você” (v. 9), da canção de Caetano, permitem uma dupla leitura, respectivamente, quanto ao significado e à função sintática. Quais estão corretas? a) Apenas I. d) Apenas II e III. b) Apenas II. e) I, II e III. c) Apenas I e II. GABARITO 38. UnB-DF “A moenda Na remansosa paz da rústica moenda, À luz quente do sol e à fria luz do luar, Vive como a expiar uma culpa tremenda, O engenho de madeira a gemer e a chorar. Ringe e range, rouquenha, a rígida moenda; E ringindo e rangendo, a cana a triturar Parece que tem alma adivinha e desvenda A ruína, a dor, o mal que vai, talvez, causar...” IMPRIMIR Da Costa e Silva. Poemas. Considerando o poema acima, julgue os itens a seguir. ( ) Os dois primeiros versos da segunda estrofe recuperam, com a repetição de recursos poéticos, a sonoridade da moenda a trabalhar. ( ) O poeta utiliza a figura de linguagem denominada prosopopéia quando afirma que a moenda “tem alma adivinha e desvenda” (v.7). ( ) A época áurea da cana-de-açúcar, em que a economia brasileira dependia, principalmente, dessa atividade extrativa vegetal, é o assunto desse poema. ( ) A inserção de uma vírgula após “alma” (v.7) mantém a correção gramatical sem alterar o sentido do verso. ( ) O poema alude a problemas que podem advir do consumo de bebida alcoólica. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 39. U. Salvador-BA “A Transação Vaguei pelas ruas e recolhi-me às nove horas. Não podendo dormir, atirei-me a ler e escrever. Às onze horas estava arrependido de não ter ido ao teatro, consultei o relógio, quis vestir-me, e sair. Julguei, porém, que chegaria tarde; demais, era dar prova de fraqueza. Evidentemente, Virgília começava a aborrecer-se de mim, pensava eu. E esta idéia fez-me sucessivamente desesperado e frio, disposto a esquecê-la e a matá-la. Via-a dali mesmo, reclinada no camarote, com os seus magníficos braços nus, – braços que eram meus, – fascinando os olhos de todos, com vestido soberbo que havia de ter, o colo de leite, os cabelos postos em à maneira do tempo, e os brilhantes, menos luzidios que os olhos dela... Via-a assim, e doía-me que a vissem outros. Depois, começava a despi-la, a pôr de lado as jóias e sedas, a despenteá-la com as minhas mãos sôfregas e lascivas, a torná-la, – não sei se mais bela, se mais natural, – torná-la minha, somente minha, unicamente minha.” ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 18 ed. São Paulo: Ática, 1992, p. 96. Marque com V as características comprováveis com o texto e com F, as demais. ( ) Atitude reflexiva do narrador em face da realidade. ( ) Ser humano revelado como contraditório. ( ) Relação amorosa caracterizada pela possessividade. ( ) Sublimação do amor. ( ) Imagem da mulher amada envolvida pelo tom irônico. 14 Leia o texto a seguir e responda às questões de 40 a 42. 1 5 GABARITO 10 15 20 IMPRIMIR 25 30 “Biblioteca verde Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras de Célebres. São só 24 volumes encadernados em percalina verde. Meu filho, é livro demais para uma criança. Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo. Quando crescer eu compro. Agora não. Papai me compra agora. É em percalina verde, só 24 volumes. Compra, compra, compra. Fica quieto, menino, eu vou comprar. Chega cheirando a papel novo, mata de pinheiros toda verde. Sou o mais rico menino destas redondezas. (Orgulho, não; inveja de mim mesmo.) Ninguém mais aqui possui a coleção das Obras Célebres. Tenho de ler tudo. Antes de ler, que bom passar a mão no som da percalina, esse cristal de fluida transparência: verde, verde. Amanhã começo a ler. Agora não. Mas leio, leio. Em filosofias tropeço e caio, cavalgo de novo meu verde livro, em cavalarias me perco, medievo; em contos, poemas me vejo viver. Como te devoro, verde pastagem. Ou antes carruagem de fugir de mim e me trazer de volta à casa a qualquer hora num fechar de páginas? Tudo que sei é que ela que me ensina. O que saberei, o que não saberei nunca, está na Biblioteca em verde murmúrio de flauta-percalina eternamente.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro, José Olympio, 1983. p.672-673. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 40. UFR-RJ No texto deparamo-nos com um leitor que “devora” os livros que lê. Mas se a biblioteca é para esse eu-lírico um manancial de saber, por outro lado, decifrar o que nela está escrito não assegura a seu leitor um conhecimento de tudo o que ela traduz. A leitura não está unicamente inscrita no texto, pois ela depende da capacidade do leitor de atribuir sentidos ao que lê. O(s) verso(s) que melhor traduz(em) esta afirmação é (são): a) “ Meu filho, é livro demais para uma criança Compra assim mesmo, pai eu cresço logo.” -v. 4-5. b) “Antes de ler, que bom passar a mão no som da percalina, esse cristal”. -v. 6-7. c) “Tudo que sei é ela que me ensina. O que saberei, o que não saberei nunca, está na biblioteca em verde murmúrio”. -v. 29-32. d) “(...) Como te devoro, verde pastagem. Ou antes carruagem de fugir de mim e me trazer de volta”. -v. 25-26. e) “Amanhã começo a ler. Agora não”. -v. 19. 15 41. UFR-RJ A expressão que se refere à Biblioteca Verde no plano denotativo é: a) “mata/ de pinheiros toda verde” -v. 10-11. b) “coleção/ de Obras Célebres.” -v. 14-15. c) “cristal/ de fluida transparência” -v. 17-18. d) “verde pastagem” -v. 25. e) “carruagem/ de fugir de mim” -v. 25-26. 42. UFR-RJ O recurso gramatical utilizado pelo autor para reproduzir um diálogo pode ser demonstrado através: a) do emprego de verbos irregulares. b) das construções com uso de vocativos. c) da predominância de orações coordenadas. d) do emprego de verbos no modo imperativo. e) do uso do pronome oblíquo na primeira pessoa do singular. GABARITO 43. U.F. Santa Maria-RS Observe a postura do narrador no seguinte fragmento de Dom Casmurro, de Machado de Assis: “LXIII Metades de um Sonho Fiquei ansioso pelo sábado. Até lá os sonhos perseguiam-me, ainda acordado, e não os digo aqui para não alongar esta parte do livro. Um só ponho, e no menor número de palavras, ou antes porei dois, porque um nasceu de outro, a não ser que ambos formem duas metades de um só. Tudo isto é obscuro, dona leitora, mas a culpa é do vosso sexo, que perturbava assim a adolescência de um pobre seminarista. Não fosse ele, e este livro seria talvez uma simples prática paroquial, se eu fosse padre, ou uma pastoral, se bispo, ou uma encíclica47, se papa, como me recomendara tio Cosme. ‘Anda lá, meu rapaz, volta-me papa!’ Ah! por que não cumpri esse desejo? Depois de Napoleão, tenente e imperador, todos os destinos estão neste século.” Vocabulário: Encíclica – Carta solene dirigida pelo Papa ao clero do mundo católico ou unicamente aos bispos de uma nação. (N.E.) IMPRIMIR 47 É correto afirmar que o narrador: a) em terceira pessoa culpa a leitora por ele não ter sido padre e não ter escrito uma encíclica, como era seu sonho de adolescência; b) Machado de Assis culpa as mulheres, por ter sido escritor de romances, e tio Cosme, por tê-lo induzido a casar cedo; c) é machista e culpa as mulheres pelas mudanças nos destinos dos homens que não querem escrever romances; d) em primeira pessoa dirige-se a uma leitora, culpando as mulheres de terem perturbado sua adolescência e mudado, não só a sua vocação, como também o enredo da narrativa; e) em primeira pessoa culpa as mulheres por não ter sido Napoleão, dirigindo-se a uma leitora que, nesse caso, torna-se também culpada pelo destino dele. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar As questões 44 e 45 referem-se ao seguinte texto: 1 4 7 10 13 16 16 19 22 “2ª Ladainha Por que o raciocínio, os músculos, os ossos? A automação, ócio dourado, O cérebro eletrônico, o músculo mecânico mais fáceis que um sorriso. Por que o coração? O de metal não tornará o homem mais cordial, dando-lhe um ritmo estracorporal? Por que levantar o braço para colher o fruto? A máquina o fará por nós. Por que labutar no campo, na cidade? A máquina o fará por nós. Por que pensar, imaginar? A máquina o fará por nós. Por que fazer um poema? A máquina o fará por nós. Por que subir a escada de Jacó? A máquina o fará por nós. Ó máquina, orai por nós.” RICARDO, Cassiano. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: José Olympio, INL, 1972, p. 85-6. 44. UnB-DF IMPRIMIR GABARITO “Ladainha (a-í) (Do grego litaneia, pelo lat. litania) S.f.1. Oração formada por uma série de invocações curtas e respostas repetidas. 2. Fig. Relação, narração, discurso, ou conversa longa e fastidiosa; lengalenga, cantilena. Bras. Cap. Canto do ritual de abertura de uma roda de capoeira. (Sin. (ant.) nesta acepção: reza da capoeira.)” Considerando o verbete acima, reproduzido do Novo Aurélio Século XXI: dicionário da língua portuguesa, e o texto III, julgue os itens que se seguem. ( ) De acordo com a acepção 1 do verbete, o texto 2ª Ladainha tem a forma de uma prece, uma oração. ( ) Como obra poética, o texto estabelece ambigüidade de sentido entre as acepções 1 e 2 do verbete. ( ) Segundo a acepção 1 do verbete, no poema a resposta repetida é o refrão “A máquina o fará por nós”. ( ) Esse poema, na forma como se apresenta, corresponde, em um contexto de capoeira, ao “ritual de abertura” mencionado na acepção 2 do verbete. 45. UnB-DF Acerca das idéias do texto, julgue os itens seguintes. ( ) Ao longo do poema, o autor vai associando partes da anatomia humana aos sistemas fisiológicos por ela dinamizados, da seguinte forma: primeira estrofe, sistema neurovegetativo; segunda, sistema circulatório; terceira, sistemas motor, digestivo e respiratório; quarta e quinta, sistema lingüístico. ( ) Todas as ocorrências do vocábulo “máquina” desempenham a função de vocativo. ( ) O pronome “o”, que aparece várias vezes no poema, refere-se, no verso 15, a “labutar no campo, na cidade”, no verso 17, a “pensar, imaginar”, no verso 19, a “fazer um poema” e, no verso 21, a “subir a escada de Jacó”. ( ) A voz do poeta, no último verso, desvela a ironia com que se estrutura o poema. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 46. U. Potiguar-RN “Luísa Rua espada nua bóia no céu imensa e amarela tão redonda, a lua como flutua vem navegando o azul do firmamento e, no silêncio, lento um trovador cheio de estrelas escuta, agora, a canção que eu fiz pra te esquecer, Luísa eu sou apenas um pobre amador apaixonado um aprendiz do teu amor acorda, amor que eu sei que embaixo desta neve mora um coração. Vem cá, Luísa me dá tua mão o teu desejo é sempre o meu desejo vem, me exorciza me dá tua boca e a rosa louca vem me dar um beijo e um raio de sol nos teus cabelos como um brilhante que partindo a luz explode em sete cores revelando, então, os sete mil amores que eu guardei somente pra te dar Luísa...” 17 Antônio Carlos Jobim. Indique a opção que apresenta uma afirmação correta: b) Esta é uma composição escrita nos moldes camonianos de Os Lusíadas, que descreve a paisagem, a fauna e flora, os costumes e tradições do indianismo. c) O autor, Antônio Carlos Jobim, sofre a forte influência poética de Lord Byron e Musset, que também é conhecida como influência da Geração de Orpheu. d) O lirismo amoroso constitui a fonte de todo o lirismo europeu e, conseqüentemente, brasileiro, percebendo-se a sua influência ainda hoje, como vemos nesta canção de Antônio Carlos Jobim. IMPRIMIR GABARITO a) Antônio Carlos Jobim apresenta grandes influências da literatura ocidental em seus versos, já que os mesmos são inspirados na produção poética greco-parnasiana. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar Texto para as questões 47 e 48: “O relógio 1 Ao redor da vida do homem há certas caixas de vidro, dentro das quais, como em jaula, se ouve palpitar um bicho. Se são jaulas não é certo; mais perto estão das gaiolas ao menos, pelo tamanho e quebradiço da forma. Umas vezes, tais gaiolas vão penduradas nos muros; outras vezes, mais privadas, vão num bolso, num dos pulsos. Mas onde esteja: a gaiola será de pássaro ou pássara: é alada a palpitação, a saltação que ela guarda; 18 e de pássaro cantor, não pássaro de plumagem: pois delas se emite um canto de uma tal continuidade que continua cantando se deixa de ouvi-lo a gente: como a agente às vezes canta para sentir-se existente. 2 O que eles cantam, se pássaros, é diferente de todos: cantam numa linha baixa, com voz de pássaro rouco; GABARITO desconhecem as variantes e o estilo numeroso dos pássaros que sabemos, estejam presos ou soltos; têm sempre o mesmo compasso horizontal e monótono, e nunca, em nenhum momento, variam de repertório: dir-se-ia que não importa a nenhum ser escutado. Assim, que não são artistas nem artesãos, mas operários IMPRIMIR para quem tudo o que cantam é simplesmente trabalho, trabalho rotina, em série, impessoal, não assinado, de operário que executa seu martelo regular proibido (ou sem querer) do mínimo variar.” NETO, João Cabral de Melo. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 324-6. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 47. UnB-DF Em relação ao texto, julgue os itens que se seguem. ( ) O entendimento do poema é facilitado pelo fato de o título permitir que o sentido metafórico da terceira estrofe se associe à idéia de relógio. ( ) A utilização de estrofes que são quartetos e de versos de sete sílabas (redondilha maior) comprova que o Modernismo desprezou totalmente as formas tradicionais de construção de poemas. ( ) A noção de trabalho no texto apresenta as oposições: artistas e artesãos versus operários; produção variada, criativa versus produção em série, rotineira; a produção pessoal versus produção impessoal. 19 48. UnB-DF Ainda em relação ao texto, julgue os itens seguintes. ( ) No primeiro verso do poema, a contagem das sílabas métricas exige a elisão de uma das vogais idênticas em “do homem” e a desconsideração da última sílaba gramatical do verso, por ser átona. ( ) A ocorrência próxima dos substantivos “jaula”, “jaulas”, “gaiolas”, “gaiola” e “pássaro” e das palavras com o mesmo radical “cantor”, “canto”, “cantando”, “canta” e “cantar” constitui um recurso próprio da construção em versos que intensifica a sonoridade, a coesão e também a convergência e a densidade semântica do texto. ( ) Na interpretação de poemas, deve existir sempre uma margem de flexibilidade em conseqüência da multiplicidade de sentidos. Assim, na sexta estrofe, as duas ocorrências da expressão “a gente” podem ser interpretadas como nós (eu lírico e leitores) ou como as pessoas, o povo. 49. UFSE-PSS Considere as seguintes estrofes do Romanceiro da Inconfidência: “Mil bateias vão rodando sobre córregos escuros; a terra vai sendo aberta por intermináveis sulcos; infinitas galerias penetram morros profundos. IMPRIMIR GABARITO De seu calmo esconderijo, o ouro vem, dócil e ingênuo; torna-se pó, folha, barra, prestígio, poder, engenho... É tão claro! – e turva tudo: honra, amor e pensamento.” MEIRELES, Cecília. Romance II. Assinale como verdadeiras as frases que fazem uma afirmação correta em relação ao que se observa no trecho acima e como falsas aquelas em que isso não ocorre. ( ) Em ambas as estrofes predominam tanto aspectos descritivos quanto líricos. ( ) A linguagem é poética, quer dizer, seu foco principal está na mensagem que é transmitida. ( ) Na 2ª estrofe encontram-se metáfora (3º e 4º versos) e antítese (5º verso). ( ) Quanto à posição da sílaba tônica, esses versos são graves e redondilha maior é o nome dado a eles, considerando-se o número de sílabas em cada verso. ( ) As estrofes acima comprovam que o poema de onde eles foram extraídos é uma obra do Arcadismo brasileiro, em função de seu assunto e da linguagem despojada, em ordem direta. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar Texto para as questões 50 e 51. “Homem comum Sou um homem comum de carne e de memória de osso e esquecimento. Ando a pé, de ônibus, de táxi, de avião e a vida sopra dentro de mim pânica feito a chama de um maçarico e pode subitamente cessar. Sou como você feito de coisas lembradas e esquecidas rostos e mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia em Pastos-Bons, defuntas alegrias flores passarinhos facho da tarde luminosa nomes que já nem sei bocas bafos bacias bandejas bandeiras bananeiras tudo misturado essa lenha perfumada que se acende e me faz caminhar sou um homem comum brasileiro, maior, casado, reservista, e não vejo na vida, amigo, nenhum sentido, senão lutarmos juntos por um mundo melhor.” IMPRIMIR GABARITO 20 GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1987. p. 229. 50. U. Santa Úrsula-RJ Para alargar e definir a imagem de “homem comum”, o autor não se utiliza: a) de comparações; b) do efeito dos adjetivos; c) da construção de versos livres; d) da força dos verbos; e) da beleza dos substantivos saudosistas. 51. U. Santa Úrsula-RJ Nos últimos 5 versos, o poeta faz um hino de louvor a: a) sermos pessoas comuns, do dia-a-dia; b) vermos algum sentido na vida; c) não nos desesperarmos; d) sermos pessoas ajustadas e felizes; e) sermos gente, povo solidário e unido. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 52. U.E. Maringá-PR Leia o poema a seguir e assinale o que for correto. “Interpretação As palavras aí estão, uma por uma: porém minha alma sabe mais. De muito inverossímil se perfuma o lábio fatigado de ais. Falai! que estou distante e distraída, com meu tédio sem voz. Falai! meu mundo é feito de outra vida. Talvez nós não sejamos nós.” MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1977, p. 256. 01. O eu-lírico volta-se para dentro de si mesmo, promovendo uma espécie de autosondagem no domínio do mundo interior. Pode-se dizer que, no poema, existe uma intenção de busca da verdade subjetiva, daquilo que não pode ser observado no mundo exterior. 21 02. Nos dois primeiros versos, há uma constatação de que a linguagem não é um instrumento suficiente para expressar aquilo que habita o universo interior do eu-lírico. Esta insuficiência sugere que a vida humana marca-se, por vezes, pela incomunicabilidade e, conseqüentemente, pelo isolacionismo e pela solidão – aspectos que caracterizam o sentido deste poema. 04. Os versos “De muito inverossímil se perfuma / o lábio fatigado de ais” fazem referência à própria criação artística. A arte pode ser “inverossímil”, ou seja, ela se permite dizer “inverdades”. O poeta pode criar mundos e fingir sentimentos – o que fica evidenciado na expressão “lábio fatigado de ais”. GABARITO 08. Percebe-se, no poema, a existência de dois universos: o da exterioridade, representado por expressões como “palavras” e “Falai!”, e o da interioridade, revelado em expressões como “alma” e “tédio sem voz”. Há, portanto, nesse poema, um “eu” bipartido entre dois mundos e que se reconhece como ser diferenciado dos demais seres, quando afirma: “meu mundo é feito de outra vida”. 16. O verso “Falai! que estou distante e distraída”, indica o desrespeito do eu-lírico para com as outras pessoas. O eu-lírico experimenta uma introspecção tão imensa que, mesmo chamando o interlocutor pelo tratamento cerimonioso “vós”, trata-o com desdém, revelando seu egoísmo e seu desinteresse para com as necessidades do “outro”. 32. O verso “Talvez nós não sejamos nós” revela o estado de total conflito em que se encontra o eu-lírico. Isso porque, profundamente interiorizado, o eu-lírico só poderia falar sobre si mesmo e não sobre “nós”. O último verso indica, portanto, o delírio, a perda da percepção dos limites da realidade, que são conseqüências diretas do processo de introspecção do “eu”. IMPRIMIR Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens das questões 53 a 56. IMPRIMIR GABARITO 22 “O Colocador de Pronomes Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo dum cartório. Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos e pai duns acrósticos dados à luz no Itaoquense, com bastante sucesso. Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa, Laurinha, do escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota, histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada. Triburtino não era homem de brincadeiras. Esgüelara um vereador oposicionista em plena sessão da câmara, e desd’aí transformou-se no tutu da terra. Toda a gente lhe tinha um vago medo; mas o amor, que é mais forte que a morte, não receia sobrecenhos enfarruscados, nem tufos de cabelos no nariz. Ousou o escrevente namorar-lhe a filha, apesar da distância hierárquica que os separava. Namoro à moda velha, já se vê, que nesse tempo não existia a gostosura dos cinemas. Encontros na igreja, à missa, troca de olhares, diálogos de flores – o que havia de inocente e puro. Depois, roupa nova, ponta de lenço de seda a entremostrar-se no bolsinho de cima e medição de passos na rua d’Ela, nos dias de folga. Depois, a serenata fatal à esquina, com o Acorda, donzela... sapecado a medo num velho pinho de empréstimo. Depois, bilhetinho perfumado. Aqui se estrepou... Escrevera nesse bilhetinho, entretanto, apenas quatro palavras, afora pontos exclamativos e reticências: Anjo adorado! Amo-lhe! ... ... Para abrir o jogo, bastava esse movimento de peão. Ora, aconteceu que o pai do anjo apanhou o bilhetinho celestial e, depois de três dias de sobrecenho carregado, mandou chamá-lo à sua presença, com disfarce de pretexto – para umas certidõezinhas, explicou. Apesar disso, o moço veio um tanto ressabiado, com a pulga atrás da orelha. Não lhe erravam os pressentimentos. Mal o pilhou portas aquém, o coronel trancou o escritório, fechou a carranca e disse: — A família Triburtino de Mendonça é a mais honrada desta terra, e eu, seu chefe natural, não permitirei nunca, – nunca, ouviu? que contra ela se cometa o menor deslize. Parou. Abriu uma gaveta. Tirou de dentro um bilhetinho cor-de-rosa, desdobrou-o. — É sua esta peça de flagrante delito? O escrevente, a tremer, balbuciou medrosa confirmação. — Muito bem! continuou o coronel em tom mais sereno. Ama, então, minha filha e tem a audácia de o declarar... Pois agora... O escrevente, por instinto, ergueu o braço para defender a cabeça e relanceou os olhos para a rua, sondando uma retirada estratégica. — ... é casar! concluiu de improviso o vingativo pai. O escrevente ressuscitou. Abriu os olhos e a boca, num pasmo. Depois, tornando a si, comoveu-se e com lágrimas nos olhos disse gaguejante: — Beijo-lhe as mãos, coronel! Nunca imaginei tanta generosidade em peito humano! Agora vejo com que injustiça o julgam aí fora!... Velhacamente o velho cortou-lhe o fio das expansões. — Nada de frases, moço, vamos ao que serve: declaro-o solenemente noivo de minha filha! E, voltando-se para dentro, gritou: — Do Carmo! Venha abraçar o teu noivo! O escrevente piscou seis vezes e, enchendo-se de coragem, corrigiu o erro. — Laurinha, quer o coronel dizer... O velho fechou de novo a carranca. — Sei onde trago o meu nariz, moço. Vassuncê escreveu este bilhete à Laurinha dizendo que ama‘lhe’. Se amasse a ela deveria dizer amo-‘te’. Dizendo amo-‘lhe’ declara que ama a uma terceira pessoa, a qual não pode ser senão a Maria do Carmo. Salvo se declara amor à minha mulher!... — Oh, coronel... — ... ou à preta Luzia, cozinheira. Escolha! O escrevente, vencido, derrubou a cabeça, com uma lágrima a escorrer rumo à asa do nariz. Silenciaram ambos, em pausa de tragédia. Por fim o coronel, batendo-lhe no ombro paternalmente, repetiu a boa lição da sua gramática matrimonial. — Os pronomes, como sabe, são três: da primeira pessoa – quem fala, e neste caso vassuncê; da segunda pessoa – a quem se fala, e neste caso Laurinha; da terceira pessoa – de quem se fala, e neste caso Maria do Carmo, minha mulher ou a preta. Escolha!” LOBATO, Monteiro. O Colocador de pronomes. In: Contos pesados. Urupês, Negrinha e O macaco que se fez homem. São Paulo: Editora Nacional, 1940. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 53. UFMT ( ) A narrativa de Lobato explora caricatualmente o mundo dos coronéis – forças políticas locais caracterizadas pelo autoritarismo e arbitrariedade. ( ) A interpretação que o coronel dá ao bilhete mostra que equívocos gramaticais podem resultar em equívocos de sentido. ( ) Na narrativa, o coronel Triburtino é uma personagem contraditória: colérico, mas cordial e receptivo a bajulações. ( ) O namoro entre o escrevente e Laurinha é descrito pelo narrador por meio de estereótipos e clichês. 54. UFMT ( ) A intercalação do parágrafo descritivo entre “Pois agora... e... é casar!” , interrompendo o fluxo da narrativa, é um recurso usado pelo narrador para recriar a ansiedade do escrevente e para produzir um efeito de suspense. ( ) Nessa narrativa, a seqüência temporal é interrompida pelas constantes evocações da memória das personagens. ( ) O narrador pode ser classificado como objetivo ou neutro, pois apresenta personagens e acontecimentos sem manifestar opinião. ( ) O narrador é contemporâneo dos acontecimentos e os relata à medida em que vão ocorrendo. 23 55. UFMT ( ) No trecho Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma, as frases nominais são usadas para compor o perfil da personagem. ( ) No trecho sapecado a medo num velho pinho de empréstimo, há um exemplo de metonímia. ( ) As expressões pai duns acrósticos e quando o frechou venenosa seta de cupido são casos de metáfora. ( ) O adjetivo celestial descreve objetivamente o aspecto sublime e superior da linguagem e do conteúdo do bilhetinho. ( ) O uso da letra maiúscula na forma Ela sugere o endeusamento da mulher amada. IMPRIMIR GABARITO 56. UFMT ( ) Monteiro Lobato usa a forma frechou para transgredir as normas ortográficas, com o intuito de criar uma escrita brasileira. ( ) A forma frechou é uma variante ortográfica de flechou, ambas dicionarizadas. ( ) A substituição de (l) por (r) é um fenômeno comum no português não-padrão, produzindo formas como ingreis, craru, parma, sar. ( ) A troca de (l) por (r) é a troca de uma consoante lateral por consoante vibrante. 57. UFMG Leia estes trechos de dois poemas de Gonçalves Dias. “Meu Deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo Que não seja sofrer? O homem nasce, e vive um só instante, E sofre até morrer! (Sofrimento) Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto Com denso velâmen de penas gentis; E jazem teus filhos clamando vingança Dos bens que lhes deste da perda infeliz! Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobre: Bastante sofremos com tua vingança! Já lágrimas tristes choram teus filhos, Teus filhos que choram tão grande mudança.” (Deprecação) Com base nessa leitura, é incorreto afirmar que, em ambos os trechos, a) o eu poético enuncia uma proposta de mudança; b) o eu poético se dirige a Deus; c) o eu poético fala de um estado de sofrimento; d) o eu poético se refere a uma situação que não é apenas individual. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 58. Univali-SC Chico Buarque de Holanda compôs, entre outras tantas letras para suas músicas, o poema a seguir, também musicado. “Construção E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contramão atrapalhando o sábado.” 24 Sobre o texto está correto a alternativa: a) Embora massacrado pela rotina, o operário da construção civil consegue, nos últimos instantes de sua vida, tornar seu mundo musical leve. b) Escrito em versos alexandrinos, segue o modelo clássico de composição poética para falar da rotina de um operário e de seus sonhos não-realizados. c) O amor, o sonho e a fantasia fazem com que o operário se transporte para um mundo mágico, metaforizando tal passagem com a morte. d) O início de alguns versos se repete, para dar ao ouvinte/leitor a idéia da rotina contra a qual ele se revolta, provocando a própria morte para interromper a repetição do seu dia-a-dia. e) São versos dodecassílabos, com severa crítica social, destacando, através da repetição de alguns versos, a falta de perspectivas de um operário da construção civil. INSTRUÇÃO: Leia o texto e julgue os itens da questão 59. IMPRIMIR GABARITO “Está tudo muito bem, estou muito esperançado Mas, enquanto não aparece negócio, ô mulher, traz meu lençol, que eu estou no banco, deitado!” SUASSANA, Ariano. Farsa da Boa Preguiça. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979. 59. UFMT ( ) O texto defende a idéia de que o valor do ócio é superior ao do trabalho. ( ) O narrador utiliza-se do discurso direto para registrar a fala espontânea das personagens. ( ) Há indicações, no texto, de que as personagens pertencem à elite burguesa. 60. U.F. Uberlândia-MG Assinale a alternativa correta. a) No Barroco a religiosidade aparece como em um cenário idealizado onde todos são felizes e os poetas são pastores. b) A ficção é um produto da imaginação criadora que lida com fatos verossímeis, isto é, fatos passíveis de serem verdade. c) A prosa existe em função da confissão amorosa, pessoal; e a poesia, para a criação de personagens. d) Enredo, tempo e espaço são elementos que não podem entrar na composição de um texto do gênero lírico. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 61. U.F. Santa Maria-RS Leia o poema que se segue. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 (...) 21 22 23 24 25 26 27 28 25 “Leito de folhas verdes Por que tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas, Já nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala. Brilha a lua no céu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mágico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! A flor que desabrocha ao romper d’alva Um só giro do sol, não mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me dê vida. Do tamarindo a flor jaz entreaberta, Já solta o bogari mais doce aroma; Também meu coração, como estas flores, Melhor perfume ao pé da noite exala! Não me escutas, Jatir! nem tardo acordes À voz do meu amor, que em vão te chama! Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil A brisa da manhã sacuda as folhas!” DIAS, Gonçalves. Poesia. Rio de Janeiro, Agir. GABARITO Pode-se afirmar sobre o poema: a) O verso 24 faz referência ao eu-lírico; o verso 20, à pessoa amada; o verso 27, ao rival de Jatir. b) É registrada a passagem do tempo na natureza: desde a noite até a manhã seguinte. c) O poema é todo escrito em versos brancos e pode ser classificado como poesia simbolista. d) O eu-lírico é masculino e espera a sua amada, que não chega. IMPRIMIR e) A natureza, no poema, não desempenha nenhuma função específica. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar A questão 62 reporta-se ao romance Lucíola, de José Alencar. IMPRIMIR GABARITO 26 “Apenas o médico saiu, ela olhou-me tristemente: Era o primeiro! Mas o tato das entranhas maternas, sejam elas virgens ainda, não engana. Nosso filho, Paulo, o teu, porque ele era mais teu do que meu, já não existe. À noite declarou-se a febre; uma febre intensa que a fez delirar. Foi então que conheci quanto eu vivia no seu pensamento: ela não disse no delírio uma só palavra que não se referisse a mim e alguma circunstância de nossa vida mútua, desde o primeiro dia em que nos encontramos. Pela manhã, depois de um sono curto e agitado, achei-a mais tranqüila: — Tu me prometes, Paulo, casar com Ana! — Não tratemos disso agora, minha amiga! Quando ficares boa, tudo o que tu quiseres eu farei para a tua felicidade. — Mas essa promessa me daria tanto alívio agora! — Escuta, Maria, esse casamento nos tornaria infelizes a ti, à tua irmã, e a mim, que não poderia amá-la, mesmo por causa dessa semelhança! Tu viverias sempre entre mim e ela! — Pois bem, promete-me que se ela não for tua mulher, lhe servirás de pai. — Juro-te! Beijou-me as mãos: — Ela vai ter tanta necessidade de um pai! Os acessos da febre repetiram-se durante três dias, e sempre mais graves. Uma tarde em que o médico apresentou a Lúcia um remédio: — Para que é isso? perguntou ela com brandura. — Para aliviá-la do seu incômodo. Logo que lançar o aborto, ficará inteiramente boa. — Lançar!... Expelir meu filho de mim? E o copo que Lúcia sustentava na mão trêmula, impelido com violência, voou pelo aposento e espedaçou-se de encontro à parede. — Iremos juntos!... murmurou descaindo inerte sobre as almofadas do leito. Sua mãe lhe servirá de túmulo. De joelhos à cabeceira eu suplicava-lhe que bebesse o remédio que a devia salvar. — Queres acompanhar teu filho, Maria, e abandonar-me só neste mundo. Vive por mim! — Se eu pudesse viver, haveria forças que me separassem de ti? Haveria sacrifício que eu não fizesse para comprar mais alguns dias da minha felicidade? Mas Deus não quis. Sinto que a vida me foge! A instâncias minhas bebeu finalmente o remédio, que nenhum efeito produziu. A febre lavrava com intensidade: eu já não tinha esperanças. — O remédio de que eu preciso é o da religião. Quero confessar-me, Paulo. Lúcia tomou os sacramentos com uma resignação angélica; e abraçando a irmã, disse-lhe: — Perdes uma irmã, Ana; fica-te um pai. Ama-o por ele, por ti e por mim. O dia se passou na cruel agonia que só compreendem aqueles que, ajoelhados à borda de um leito, viram finar-se gradualmente uma vida querida.” 62. UEGO Assinale V, para as afirmações verdadeiras, e F, para as falsas: ( ) Em “– Pois bem, promete-me que se ela não for tua mulher, lhe servirás de pai.” Neste período, evidencia-se um desrespeito às convenções gramaticais quanto ao uso do pronome oblíquo “lhe”, exemplificando assim um caso de próclise, que também ilustra a oralidade ou a espontaneidade da fala. ( ) É artifício da produção de textos o uso das reticências. Nesse texto em foco, elas foram usadas por duas vezes indicando então que o narrador imprime ao enredo a hesitação, a surpresa e estupefação da personagem ante a situação nova com que se defronta. ( ) Estas frases: “E o copo que Lúcia sustentava ..., voou pelo aposento...”, “A febre lavrava com intensidade...” e em “Sua mãe lhe servirá de túmulo”, os termos grifados exemplificam metáforas. ( ) O texto apresentado enquadra-se como narrativo-descritivo. ( ) Nos trechos: “– Queres acompanhar teu filho, Maria, e abandonar-me só neste mundo. Vive por mim!” e em: “O dia se passou, na cruel agonia que só compreendem aqueles...”, a palavra “só” tem equivalente função morfológica em ambas as situações. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar 63. UnB-DF 27 “O Horácio prepara o cafezinho. Desde que o governo suspendeu a verba pra o cafezinho, que este é custeado pelos funcionários. Custa um tostão. Naziazeno não quer café. Já tomou um há pouco. Ele se dirige para a sua carteira. Na sala, pequena, trabalham mais dois: o primeiro escriturário e o datilógrafo. Ambos muito quietos. O primeiro escriturário confere contas. É um serviço que faz há muito tempo. Dispõe de grande prática. Faz cálculos, usa tinta encarnada, bate muitos carimbos. Depois, quando tem já um grupo de contas respeitável, ergue-se e repassa-as uma a uma (com todas as suas ‘primeiras’, ‘segundas’ e ‘terceiras vias’ nos dedos – que ele a cada passo molha nos lábios com um certo ruído. O datilógrafo, quando não está ‘batendo’, lê um livro, aberto dentro da gavetinha ao lado. Naziazeno interroga o datilógrafo: — O diretor saiu? O funcionário levanta os olhos do livro, relanceia-os lentamente pela janela, pousa-os no escriturário: — Está na Secretaria – responde este, sem interromper a conferência das contas. ‘— O Cipriano certamente foi buscá-lo. Não tarda, estará aí ’ – conjetura mentalmente Naziazeno. O trabalho de Naziazeno é monótono: consiste em copiar num grande livro cheio de ‘grades’ certos papéis, em forma de faturas. É preciso antes submetê-los a uma conferência, ver se as operações de cálculo estão certas. São ‘notas’ de consumo de materiais, há sempre multiplicações e adições a fazer. O serviço, porém, não exige pressa, não necessita ‘estar em dia’. –Naziazeno ‘leva um atraso’ de uns bons dez meses. Ele hoje não tem ‘assento’ pra um serviço desses. É preciso classificar as notas, dispô-las por ordem cronológica e pelas várias ‘verbas’, calcular; depois então ‘lançá-las’ com capricho, ‘puxar’ cuidadosamente as somas... Ele já se ‘refugiou’ nesse trabalho em outras ocasiões. Era então uma simples contrariedade a esquecer... uma preterição... injustiça ou grosseria dos homens... Mesmo assim, quando, nesses momentos, se surpreendia ‘entusiasmado’ nesse trabalho, ordenado e sistemático como ‘um jogo de armar’, não era raro vir-lhe um remorso, uma acusação contra si mesmo, contra esse espírito inferior de esquecer prontamente, de ‘achar’ no ambiente aspectos compensadores, quadros risonhos... Todos aqueles indivíduos que lhe pareciam realizar o tipo médio normal eram obstinados, emperrados, não tinham, não, essa compreensão inteligente e leviana das coisas...” De acordo com o texto acima, julgue os seguintes itens. ( ) Pelo texto apresentado, infere-se que a obra da qual ele foi retirado é um romance rural. ( ) A narrativa focaliza uma personagem que se opõe ao herói tradicional, pois, embora seja o protagonista, não se destaca pelas características elevadas de homem extraordinário por seus feitos, seu valor ou sua magnanimidade, mas por sua mediocridade, seu anonimato e sua alienação. ( ) Muitas das aspas utilizadas no texto revelam a intenção do narrador de ironizar a atividade pelo uso do jargão burocrático ou de destacar um segundo sentido para as expressões utilizadas. ( ) O último parágrafo do texto revela um conceito de trabalho como momento de evasão dos problemas individuais. ( ) O texto é construído pelo foco de um narrador onisciente, que penetra na mente da personagem, decifrando-lhe pensamentos, lembranças, sentimentos e sensações. IMPRIMIR GABARITO MACHADO, Dyonelio. Os ratos. 12ª ed. São Paulo: Ática, 1992, p. 26-7. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar LÍNGUA PORTUGUESA NO Ç ÕE S D E L IT E R A T U R A c c b b c c d c b e e V–F–F–V a b e d d d c b d e F–V–F–V V–V–F V–F–V F–V–F–V d a c d d 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. V–F–F–V–V–F V–V–F–V–F–F V–V–V–F–F c d a V–V–F–F–V F–V–V–F–F c b b d V–V–V–V F–F–V–V d F–F–V F–F–V V–V–F–V–F a b 10 V–V–F–V V–F–F–F V–V–V–F–V F–V–V–V a e F–V–F b e V–V–V–V–F F–V–V–V–V IMPRIMIR GABARITO 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. Voltar Língua Portuguesa - Noções de literatura Avançar LÍNGUA PORTUGUESA L IT E R A T U R A N O P E R ÍO D O C O L O N IA L 1. U. Potiguar-RN A carta escrita pelo Padre Manuel da Nóbrega, notificando a chegada da primeira missão jesuítica, por ele chefiada, em 1549, inaugura que tipo de literatura no Brasil? a) Hábitos da cultura européia. b) A das relações estabelecidas entre os românticos. c) Informativa dos jesuítas no Brasil. d) A das influências que Luís de Camões exerce sobre os escritores de Língua Portuguesa. GABARITO 1 2. UFBA A idéia do trecho transcrito de A Carta de Pero Vaz de Caminha está devidamente indicada em: 01. “E uma daquelas moças era toda tingida (...) tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições, provocaria vergonha” – Idealização da mulher indígena. 02. “No domingo de Páscoa, pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu (...) Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu e dentro dele foi levantado um altar muito bem preparado.” – Difusão do cristianismo. 04. “melhor e muito melhor informação da terra dariam dois homens dentre os degredados que aqui fossem deixados, do que eles dariam se os levassem, por ser gente que ninguém entende. Nem certamente eles aprenderiam a falar como nós” – Dominação lingüística. 08. “O velho falou enquanto o Capitão estava com ele, diante de nós; mas ninguém o entendia e nem ele a nós, por mais pergunta que lhe fizéssemos com respeito a ouro, porque desejávamos saber se o havia na terra.” – Interesse mercantil. 16. “Andamos por ali vendo o ribeirão o qual é de muita água e muito boa. Ao longo dele há muitas palmeiras, não muito altas, de muito bons palmitos. Colhemos e comemos muitos deles.” – Visão paradisíaca. 32. “eles passavam de uma confraternização a um retraimento, como pardais, com medo do cevadoiro. Ninguém não lhe deve falar de rijo, porque então logo se esquivam” – Animosidade inter-racial. 64. “Aqueles outros, que estiveram sempre presentes à pregação, estavam assim como nós olhando para o nosso pregador. E aquele de quem falei antes, chamava alguns para que viessem até ali.” – Submissão religiosa. CASTRO, Sílvio. O descobrimento do Brasil: A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L & PM. 1997. p. 83, 85, 87, 88 e 96. IMPRIMIR Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 3. UFSE Nas manifestações literárias dos dois primeiros séculos de nossa história podem estar presentes as seguintes características: I. intenção catequética e informação sobre a terra; II. relato de viagem e pregação religiosa; III. sentimento nacionalista e participação em campanha republicana. Estão corretas somente as características indicadas em: a) I. d) I e II. b) II. e) II e III. c) III. Voltar Língua Portuguesa - Literatura no período colonial Avançar 4. Unifor-CE A obra catequética de José de Anchieta, os sermões do Padre Antônio Vieira e a lírica de Tomás Antônio Gonzaga: a) representam gêneros e estilos diversos da literatura do período colonial; b) constituem o que se costuma caracterizar como literatura de informação; c) constituem obras do mesmo gênero, distribuídas em períodos diversos; d) representam os momentos mais altos do estilo barroco; e) constituem obras de gêneros diferentes, produzidas no século XVII. 5. Unifor-CE No período colonial, verificam-se os seguintes fenômenos de nossa vida literária: a) Constituição de um exigente público leitor e surgimento das primeiras editoras nacionais. b) Manifestação de sentimentos nacionalistas e consolidação do romance de temática urbana. c) Surgimento dos nossos primeiros grandes críticos literários e consolidação de um público de leitores. d) reflexos de princípios estéticos do Barroco e do Arcadismo europeus e manifestação de sentimentos nativistas. e) surgimento dos primeiros manifestos românticos e exploração de temas indianistas. 2 6. UFSE Assinale como verdadeiras as frases que fazem uma afirmação correta e como falsas aquelas em que isso não ocorre. ( ) Na época colonial, como os escritores tinham a formação cultural da metrópole, as manifestações literárias foram marcadas pela necessidade de se libertarem dessas raízes culturais e criarem uma literatura de acordo com a realidade brasileira. ( ) No Barroco brasileiro observa-se a consciência de que a vida é efêmera, o que se traduz num problema para os poetas: gozar intensamente as delícias da vida terrena e, ao mesmo tempo, buscar a espiritualidade, o perdão divino. ( ) Encontra-se nos Sermões do Padre Antônio Vieira a tendência conceptista do Barroco, que se manifesta na preocupação com o conteúdo e o desdobramento das idéias por meio do jogo de contrastes. ( ) Na poesia arcádica observa-se, apesar da linguagem rebuscada, plena de inversões e de figuras, a imitação dos modelos greco-latinos e o ideal de uma vida simples, junto à natureza. ( ) Parte da obra do Pe. José de Anchieta insere-se no objetivo geral da literatura dos jesuítas: informar aos superiores da Companhia de Jesus a situação geral do Brasilcolônia, o andamento e as condições da obra de catequese, com as dificuldades e os sucessos. Mas ao mesmo tempo, outra parte se destaca desse conjunto, porque se reveste em muitos casos de verdadeiro valor literário. GABARITO 7. Uneb-BA “Toda a cidade derrota esta fome universal, uns dão a culpa total à Câmara, outros à frota: a frota tudo abarrota dentro dos escotilhões, a carne, o peixe, os feijões; e se a Câmara olha e ri, porque anda farta até aqui, é coisa que me não toca: Ponto em boca. A fome me tem já mudo, que é muda a boca esfaimada, mas se a frota não traz nada, por que razão leva tudo? Que o povo por ser sisudo largue o ouro e largue a prata a uma frota patarata, que entrando co’a vela cheia, o lastro que traz de areia, por lastro de açúcar troca: Ponto em boca.” IMPRIMIR MATOS, Gregório de. Décimas. In: Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro, s/d. p. 46-7. É uma idéia comprovável no texto: a) A indiferença do sujeito poético diante do que ocorre na cidade. b) A sensatez do povo da Bahia por defender as riquezas da terra. c) O equilíbrio de interesses pautando o comércio da Bahia com o exterior. d) A denúncia da omissão do poder político em face do problema da cidade. e) O temor, por parte do sujeito poético, da reação do povo faminto, declarando daí: “Ponto em boca”. Voltar Língua Portuguesa - Literatura no período colonial Avançar 8. U. Salvador-BA “Porque não conhecia, o que lograva, Deixei como ignorante o bem, que tinha, Vim sem considerar, aonde vinha, Deixei sem atender, o que deixava. Suspiro agora em vão, o que gozava, Quando não me aproveita a pena minha, Que quem errou, sem ver, o que convinha, Ou entendia pouco, ou pouco amava. 3 Padeça agora, e morra suspirando O mal, que passo, o bem, que possuía, Pague no mal presente o bem passado. Que quem podia, e não quis, viver gozando, Confesse, que esta pena merecia, E morra, quando menos confessado.” MATOS, Gregório de. Soneto. In: Obras completas de Gregório de Matos. Salvador: Janaína, s/d. v. IV, p. 1015. De acordo com o texto, marque com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas. ( ) O sujeito poético revela consciência do motivo que o levou ao sofrimento. ( ) A trajetória do eu-lírico é caracterizada pela busca incessante do prazer. ( ) O sujeito poético desconhecia os riscos que envolviam a sua escolha. ( ) A saudade do bem perdido serve de consolo e de compensação para o eu-lírico. ( ) A dor daquele que, por ignorância, afastou-se da felicidade é injusta para o sujeito poético. ( ) A problemática focalizada no texto restringe-se a uma esfera particular. ( ) O poema enquadra-se no Barroco por apresentar o jogo de contrastes e o rigor formal. 9. Unifor-CE “Cada dia vos cresce a formosura, Babu, e tanto cresce, que me embaça: Se cresce contra mim, alta desgraça, Se cresce para mim, alta ventura.” Na estrofe acima, dirige-se o poeta à sua amada Babu, valendo-se de antíteses (“contra mim” / “para mim”, “alta desgraça” / “alta ventura”), procedimento que costuma estruturar os poemas realizados nesse estilo de época, ou seja, o estilo: a) barroco, adotado por Gregório de Matos nesses versos satíricos; b) neoclássico, adotado por Gregório de Matos nesses versos líricos; c) barroco, adotado por Gregório de Matos nesses versos líricos; GABARITO d) barroco, adotado por Cláudio Manuel da Costa nesses versos paródicos; e) neoclássico, adotado por Cláudio Manuel da Costa nesses versos paródicos. 10. UFPB-PSS “Sermão vigésimo sétimo Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão e espetáculos da extrema miséria.” IMPRIMIR VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão vigésimo sétimo. In: AMORA, Antônio Soares, org. Sermões, 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1981, p. 58. No texto, verificam-se os seguintes traços do barroco: I. A presença de um grande número de antíteses. II. A predominância dos aspectos denotativos da linguagem. III. A utilização do recurso da hipérbole para melhor traduzir o sofrimento dos escravos. IV. O envolvimento político do jesuíta. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. Voltar b) III e IV. c) II e III. d) I e IV. e) I e III. Língua Portuguesa - Literatura no período colonial Avançar 11. UFBA “Volta a criticar o mau governo da Bahia Que falta nesta cidade? Que mais por sua desonra? Falta mais que se lhe ponha? Verdade Honra Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, Honra, Vergonha. Quem a pôs neste socrócio? Quem causa tal perdição? E o maior desta loucura? Negócio Ambição Usura. Notável desaventura de um povo néscio, e sandeu, que não sabe que o perdeu Negócio, Ambição, Usura. 4 Quais são os seus doces objetos? Tem outros bens mais maciços? Quais destes lhe são mais gratos? Pretos Mestiços Mulatos. Dou ao demo os insensatos, dou ao demo a gente asnal, que estima por cabedal Pretos, Mestiços, Mulatos. (...)” IMPRIMIR GABARITO MENDES, Cleise Furtado. Senhora Dona Bahia. Poesia satírica de Gregório de Matos. Salvador: EDUFBA, 1998. p. 54. A leitura do fragmento e os conhecimentos sobre o autor e sua obra satírica permitem afirmar: 01. O autor se identifica com os poetas de sua época pelo uso da sátira e pelo exercício da crítica aos costumes da sociedade em que vive. 02. Esse fragmento inicial do poema tem como conteúdo uma crítica ao governo da Bahia, inicialmente abordando aspectos éticos, financeiros e étnicos. 04. Pretos, mestiços e mulatos são o alvo preferido pelo autor, por constituírem um grupo em franco processo de ascensão social e econômica, ameaçando sua própria posição. 08. A estrutura formal dos tercetos organiza-se em perguntas e respostas, enquanto o conteúdo, ao longo do poema, desenvolve-se em pares de estrofes, com fatos e comentário. 16. As respostas, nos tercetos, são retomadas e confirmadas nas conclusões dos quartetos. 32. O ritmo do poema, nos tercetos, é marcado, em cada verso, por rimas internas. 64. A expressão “povo néscio, e sandeu”, nesse contexto, é uma alusão aos portugueses e seus descendentes, que então viviam na cidade de Salvador. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 12. U. Potiguar-RN O Neoclassicismo ou Arcadismo que representa na literatura uma reação aos excessos do movimento Barroco, procura, tanto no aspecto formal quanto ideológico, um retorno à: a) ciência impulsionada pela Física de Newton; b) revolução industrial e à ascensão do capitalismo; c) antecipação da estética do Romantismo; d) simplicidade clássica. Voltar Língua Portuguesa - Literatura no período colonial Avançar 13. U. Potiguar-RN “Já rompe, Nise, a matutina aurora o negro manto, com que a noite escura, sufocando do sol a face pura, tinha escondido a chama brilhadora. Que alegre, que suave, que sonora, aquela fontezinha aqui murmura! E nestes campos cheios de verdura; que avultado prazer tanto melhora? Só minha alma em fatal melancolia, por te não ver, Nise adorada não sabe inda, que coisa é alegria, E a suavidade do prazer trocada, tanto mais aborrece a luz do dia, quanto a sombra da noite mais lhe agrada.” COSTA, Cláudio Manuel da. No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a oposição claro/escuro e a antítese dia/noite revelam a permanência de características da estética: a) realista. b) barroca. c) romântica. d) simbolista. 5 14. Unifor-CE Considere as seguintes afirmações: I. A carta de Caminha, o teatro catequético de Anchieta e a poesia de Gregório de Matos são criações culturais exemplares do estilo barroco. II. A poesia de Tomás Antônio Gonzaga, em Marília de Dirceu, vale-se do bucolismo arcádico ao colocar, no espaço de uma natureza amena, a amada representada por uma pastora. III. Na obra de Gregório de Matos, os temas históricos e os detalhes de época são mais visíveis na poesia satírica do que na lírica. Está correto o que afirma em: a) I, somente; d) II e III, somente; b) I e II, somente; e) I, II e III. c) I e III, somente; 15. UFPB-PSS Leia o terceto extraído de um soneto de Cláudio Manuel da Costa. GABARITO “Oh quão lembrado estou de haver subido Aquele monte, e às vezes, que baixando Deixei do pranto o vale umedecido!” Com relação ao fragmento apresentado, afirma-se: I. A referência à natureza relaciona-se ao Carpe diem, que é o gozo do tempo presente. II. A natureza é descrita de forma objetiva, sem qualquer identificação com o espírito do eu-lírico. III. A ordem inversa do último verso confirma o traço neoclássico do poema. IV. O último verso apresenta uma hipérbole. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II; b) II e III; c) III e IV; d) I, II e II; e) II, III e IV. 16. UFSE IMPRIMIR “Sou pastor, não te nego; os meus montados São esses, que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a selva florescente A doce companhia dos meus gados.” A estrofe acima ilustra o cenário e o modo de viver idealizados na poesia: a) que José de Anchieta dedicou à Virgem; b) lírica barroca de Gregório de Matos; c) em que foi mestre o árcade Cláudio Manuel da Costa; d) amorosa do indianismo de Gonçalves Dias; e) épica de Basílio da Gama. Voltar Língua Portuguesa - Literatura no período colonial Avançar LÍNGUA PORTUGUESA L IT E R A T U R A N O P E R ÍO D O C O L O N IA L IMPRIMIR GABARITO 1 1. c 2. 62 3. d 4. b 5. d 6. F – V – V – F – V 7. d 8. V – F – V – F – F – F – V 9. c 10. d 11. 58 12. d 13. b 14. d 15. c 16. b Voltar Língua Portuguesa - Literatura no período colonial Avançar LÍNGUA PORTUGUESA H U M A N IS M O , Q U IN H E N T IS M O , B A R R O C O E A R C A D IS M O Texto para as questões 1 e 2: GABARITO 1 “Senhor: Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que nesta navegação agora se achou, não deixarei também de dar minha conta disso a Vossa Alteza, o melhor que eu puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba fazer pior que todos. Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre-Doiro-e-Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruito que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm nem entendem em nenhuma crença. Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e fruitos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, pois o desejo que tinha de tudo vos dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha.” IMPRIMIR CORTESÃO, Jaime. A carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal 1943. p. 199-241. Coleção Clássicos e Contemporâneos. 1. UnB-DF Evidenciando a leitura compreensiva do texto, julgue os itens abaixo. ( ) Diferentemente de outros documentos do século XVI acerca da descoberta do Brasil, hoje esquecidos, a carta de Pero Vaz de Caminha continua a ser lida devido à sua importância histórica e, também, por conter elementos da função poética da linguagem. ( ) A carta de Pero Vaz de Caminha é considerada pela história brasileira o primeiro documento publicitário oficial do país. ( ) A carta de Caminha é um texto essencialmente descritivo. ( ) Pero Vaz de Caminha foi o único português a enviar notícias da descoberta do Brasil ao rei de Portugal. ( ) Segundo Caminha, os habitantes da Ilha de Vera Cruz eram desavergonhados. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 2. UnB-DF Ainda com relação ao texto, julgue os seguintes itens. ( ) Substituindo-se “Posto que” por Haja vista, mantêm-se as mesmas relações de idéias. ( ) O nono parágrafo do texto ressalta uma prática dos silvícolas brasileiros: o extrativismo vegetal, que era a única forma de obtenção dos alimentos necessários à subsistência. Ressalta também que, apesar dessa prática, os silvícolas aparentavam ser mais fortes e bonitos que os conquistadores, mesmo sendo estes mais bem alimentados. ( ) No nono parágrafo do texto, as expressões “inhame” e “semente e fruitos” são repetitivas, pois, para a Biologia, a primeira contém a segunda. Além disso, a associação estabelecida entre “semente e fruitos” e “trigo e legumes” é biologicamente incoerente, pois legumes são sementes e trigo é fruto. ( ) As expressões de tratamento com que a correspondência é aberta e fechada revelam o respeito e a sujeição do remetente ao destinatário. 3. Uniube-MG Assinale a afirmativa correta a respeito do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: 2 a) O que mais se evidencia é o propósito de sátira social, de tal modo que a intenção religiosa vê-se sufocada ou pelo menos minimizada pelo gosto de sátira da própria sociedade. b) O elemento religioso oferece apenas um pretexto, um quadro exterior para a apresentação no palco de sátiras ou caricaturas profanas. c) A sátira social se liga de modo nítido ao objetivo de edificação espiritual, colocandose a questão da salvação post mortem (após a morte), o que demostra que a intenção religiosa é ainda aqui dominante. GABARITO d) As personagens são personificações alegóricas (tipos reais caricaturizados), o que evidencia o propósito de sátira social que, nesta peça, substitui o propósito de edificação espiritual. 4. UFRS Em relação ao Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, considere as seguintes afirmações. I. Trata-se de um grande painel que satiriza a sociedade portuguesa do seu tempo. II. Representa a transição da Idade Média para o Renascimento, guardando traços dos dois períodos. III. Sugere que o diabo, ao julgar justos e pecadores, tem poderes maiores que Deus. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 5. PUC-SP O argumento da peça A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, consiste na demonstração do refrão popular “Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube”. Identifique a alternativa que não corresponde ao provérbio, na construção da farsa. IMPRIMIR a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência desastrosa do primeiro casamento. b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, animal nobre, que a derruba. c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo, asno que a carrega. d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro pretendente e segundo marido de Inês. e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar Texto para as questões 6 e 7. “CARTA (Pero Vaz de Caminha) IMPRIMIR GABARITO 3 Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanho, que haver nela, bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz ao longo do mar em algumas partes longas barreiras, umas vermelhas e outras brancas; e a terra de cima, toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda a praia muito chã e muito formosa. Pelo sertão, nos pareceu vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver, senão terra e arvoredos terra que nos parecia muito extensa. Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro, nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como o de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo de agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas, infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar, parece-me que será salvar esta gente, e esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa alteza aqui esta pousada para esta navegação de Calicute bastava; quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentando da nossa fé! E desta maneira, dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe, porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo. É pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que me elevo como em outra qualquer coisa que de Vossos serviços for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir a ilha de São Tomé a Jorge Osório, meu genro - o que d’Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.” 6. AEU-DF Julgue os itens abaixo em relação à compreensão e à interpretação do texto. ( ) O texto lido é uma descrição bem objetiva da terra descoberta. ( ) Nele, Caminha menciona as duas principais finalidades das expedições marítimas portuguesas: a expansão da fé católica e a descoberta de ouro e prata. ( ) Por não terem os portugueses se aventurado, até então, terra a dentro, as únicas informações que nos dá do interior são as transmitidas pelos indígenas. ( ) No entender do autor, mesmo que Portugal não explorasse e colonizasse a nova terra, tê-la unicamente como suporte das viagens às Indias, já seria uma grande dádiva. ( ) Para Caminha, o maior bem a que se deviam dedicar os portugueses é aquele que deriva das águas, tamanha a sua abundância na nova terra. ( ) O “será salvar a gente” é o que os soldados portugueses deveriam fazer para evitar que tribos indígenas mais fortes dizimassem outras menores e mais frágeis. 7. AUE-DF Julgue os itens que seguem, em relação à teoria literária e aos estilos de época na Literatura Brasileira. ( ) Este texto, por se tratar de uma missiva, tem característica oratórias. ( ) A Carta, de Pero Vaz de Caminha, é o primeiro de uma série de textos no nosso primeiro século, que constituem a “Literatura de Informação” do Brasil. ( ) As constantes inversões e a sintaxe rebuscada da Carta é uma característica da literatura clássica do período, quase já uma transição do Renascimento para o Barroco. ( ) Ainda dentro do Humanismo renascentista, que tinha o homem no centro de tudo, vemos a preocupação de Caminha com o silvícola brasileiro e a preservação de sua cultura. 8. UFR-RJ “Não há mais a moralidade do pecado, na qual o pecador vivia um conflito interno entre ceder ou não à tentação.” O fragmento destacado reflete uma temática recorrente durante o: a) Barroco. d) Simbolismo. b) Arcadismo. e) Modernismo. c) Realismo. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 9. Uniube-MG Compare as descrições de Marília: Texto I “Vivos olhos, e faces cor-de-rosa, Com crespos fios de ouro: Meus olhos se vêem graças e loureiros.” Tomás Antônio de Gonzaga – “Marília de Dirceu”. Texto II “O seu semblante é redondo, Sobrancelhas arqueadas, Negros e finos cabelos, Carnes de neve formadas.” Tomás Antônio de Gonzaga – “Marília de Dirceu”. Texto III “Papoula, ou rosa delicada, e fina, Te cobre as faces, que são cor de neve. Os teus cabelos são uns fios d’ouro; Teu lindo corpo bálsamo vapora.” Tomás Antônio de Gonzaga – “Marília de Dirceu”. A pastora Marília, conforme é apresentada nas liras de Tomás Antônio Gonzaga, carece de unidade de enfoques; ora é descrita como tendo cabelos negros, ora loiros. A oscilação que se observa nas descrições de Marília permite ao leitor concluir que: a) Embora Marília corresponda a um ser real, Maria Dorotéia, ligado à vida do poeta, ele é, antes de tudo, uma idealização poética. As descrições apenas atendem à idealização da mulher, exigida pelas convenções neoclássicas. 4 b) O autor das liras está preocupado com a coerência dessas descrições, com o padrão poético realizado em cada composição, por isso a amada do poeta deixa de ser associada à figura convencional da pastora. c) O sujeito lírico, caracterizado como pastor, descreve sua amada, a pastora Marília, na atmosfera atormentada dos conflitos da paixão, fugindo às convenções bucólicas e pastoris do Arcadismo. GABARITO d) Apesar de o autor invocar a pastora Marília, suas liras são destinadas a afirmar a dignidade e a valia do pastor Dirceu. As descrições mostram a intenção do autor em não revelar o objeto de seu amor. 10. AEU-DF Julgue os itens seguintes, em relação à semântica e à estilística. (Para esta questão, utilize o texto das questões 6 e 7.) ( ) Por “contra o sul vimos... contra o norte vem”, deduzimos que os conquistadores se movimentaram do litoral norte para o sul. ( ) A palavra chã que aparece no texto em “toda chã” e “muito chã” é a grafia da época para chão. ( ) Ao citar o “Entre-Douro-e-Minho”, para dar a idéia do clima da nova terra, estabelece-se um raciocínio analógico. ( ) Os termos “fruto” e “semente”, no texto, estão empregados em sentido figurado. ( ) A expressão “pelo miúdo” poderia, sem equívoco semântico, ser substituída por detalhadamente. 11. Cefet-RJ “A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estima nenhuma coisa cobrir nem mostrar suas vergonhas; e estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (...) Porém a terra em si é de muito bons ares, (...). E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, darse-á nela tudo, por bem das águas que tem.” IMPRIMIR O texto acima apresenta fragmentos: a) do “Diálogo sobre a conversão dos gentios”, do Pe. Manuel da Nóbrega. b) das “Cartas” dos missionários jesuítas, escritas nos dois primeiros séculos. c) da “Carta” de Pero Vaz de Caminha a El-Rey D. Manuel, referindo-se ao descobrimento de uma nova terra e às primeiras impressões do aborígene. d) da “Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil”, do jesuíta Fernão Cardim. e) do “Diário de Navegações”, de Pero Lopes de Souza, escrivão do primeiro colonizador, o de Martim Afonso de Souza. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 12. Cefet-RJ “Lira I (1ª parte) Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, que viva de guardar alheio gado, de tosco trato, de expressões grosseiro, dos frios gelos e dos sóis queimado. tenho próprio casal e nele assisto; dá-me vinho, legume, frutas, azeite; das brancas ovelhinhas tiro o leite, e mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha estrela.” GONZAGA, Tomás Antonio. Marília de Dirceu. In: NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.p. 116. “O Arcadismo, Setecentismo ou Neoclassicismo é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa.” NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999.p. 106. IMPRIMIR GABARITO 5 Assinale a alternativa que não caracteriza este período literário. a) Os modelos seguidos são os clássicos greco-latinos e os renascentistas, embora a mitologia pagã não venha a construir-se como elemento estético. b) Os árcades, inspirados na frase de Horácio, fugere urbem (“fugir da cidade”), voltamse para a natureza em busca de uma nova vida simples, bucólica, pastoril. c) O fingimento poético justifica-se pela contradição entre a realidade do progresso urbano e o mundo bucólico idealizado pelos árcades. d) O uso de pseudônimos pastoris transparece: o pobre pastor Dirceu é o Dr. Tomás Antonio Gonzaga. e) O carpe diem (“gozar o dia”) horaciano, que consiste no princípio de viver o presente, é uma postura típica também dos árcades. 13. U.F. Santa Maria-RS A respeito da poesia de Gregório de Matos, assinale a alternativa incorreta. a) Tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta viveu. b) A lírica religiosa apresenta culpa pelo pecado cometido. c) As composições satíricas atacam governantes da colônia. d) O lirismo amoroso é marcado por sensível carga erótica. e) Apresenta uma divisão entre prazeres terrenos e salvação eterna. 14. UFRS Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do barroco brasileiro. ( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo. ( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens desdobradas em numerosos exemplos que visam a enfatizar o conteúdo da pregação. ( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em linguagem barroca. ( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil. ( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia. A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – F – F – F – F. d) F – F – V – V – V. b) V – V – V – V – F. e) F – F – F – V – V. c) V – V – F – V – F. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 15. UNICAMP-SP Leia agora as seguintes estrofes, que se encontram em passagens diversas de A farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente: “Inês: Andar! Pero Marques seja! Quero tomar por esposo quem se tenha por ditoso de cada vez que me veja. Por usar de siso mero, asno que leve quero, e não cavalo folão; antes lebre que leão, antes lavrador que Nero. Pero: I onde quiserdes ir vinde quando quiserdes vir, estai quando quiserdes estar. Com que podeis vós folgar que eu não deva consentir?” (nota: folão, no caso, significa “bravo”, “fogoso”) 6 a) A fala de Inês ocorre no momento em que aceita casar-se com Pero Marques, após o malogrado matrimônio com o escudeiro. Há um trecho nessa fala que se relaciona literalmente com o final da peça. Que trecho é esse? Qual é o pormenor da cena final da peça que ele está antecipando? b) A fala de Pero, dirigida a Inês, revela uma atitude contrária a uma característica atribuída ao seu primeiro marido. Qual é essa característica? c) Considerando o desfecho dos dois casamentos de Inês, explique por que essa peça de Gil Vicente pode ser considerada uma sátira moral. 16. F.I. Viória-ES –“Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade!... A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória; eu discordo, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento; eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade”. O fragmento é próprio do estilo: GABARITO a) medieval, por sua religiosidade; b) clássico-renascentista, pelas comparações; c) barroco, pelo conceitismo e cultismos; d) árcade, pelo bucolismo; e) romântico, pelo sentimentalismo. Instrução: As questões de números 16 e 17 referem-se a Os Lusíadas, de Camões. 17. UFRS Assinale a alternativa correta. No canto I, na passagem que narra o concílio dos deuses, Júpiter: IMPRIMIR a) conclama os deuses a auxiliarem os portugueses na Ásia, como recompensa pelos ásperos perigos da viagem; b) encontra acolhida a suas palavras entre os deuses maiores e menores; c) reconhece a grandeza do povo lusitano, que enfrenta o mar desconhecido em frágeis embarcações; d) aceita as justificativas de Baco para impedir a chegada dos navegadores portugueses à Índia. e) mostra dúvidas quanto à possibilidade de que os feitos do povo lusitano venham a suplantar a glória dos gregos e romanos. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 18. UFRS Assinale a alternativa incorreta. No canto V de Os Lusíadas, a) Adamastor representa os perigos enfrentados pelos navegadores lusitanos na travessia do oceano Atlântico para o oceano Índico; b) os portugueses assistem à transformação do gigante Adamastor em penedo quando tentam ultrapassar a parte mais meridional da África; c) apesar das ameaças do gigante, os navegantes prosseguem, esperando ardentemente que os perigos e castigos profetizados sejam afastados; d) a nuvem negra que se desfaz, antes associada ao Cabo das Tormentas, abre novas esperanças em relação aos objetivos da viagem; e) a voz de “tom horrendo e grosso” do gigante Adamastor, ao dar lugar a um “medonho choro”, deixa ver aos navegadores que o perigo já foi afastado. 7 19. U.E. Ponta Grossa-PR O termo Barroco denominou manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. Entre as vozes do Barroco brasileiro figuram: 01. Cláudio Manuel da Costa 08. Tomás Antônio Gonzaga 02. Gregório de Matos 16. Padre Antônio Vieira 04. Manuel Botelho de Oliveira Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 20. F.M. Itajubá-MG Na fase quase inicial de nossa literatura, uma nova tendência, de traços bem definidos, fazendo ressaltar ..............., bem como aspirações religiosas, e que se convencionou chamar de ..............., tem como representante maior no Brasil o poeta baiano ............... . Marque a opção que preenche adequadamente o enunciado. a) Sonhos – Romantismo – Bento Teixeira. b) Figuras – Dadaísmo – Emiliano Perneta. c) Contraste – Barroco – Gregório de Matos. d) Silepses – Parnasianismo – Castro Alves. e) A métrica – Concretismo – Caetano Veloso. 21. F.M. Triângulo Mineiro-MG Sobre Gregório de Matos, é correto afirmar que: GABARITO a) se insere no Arcadismo brasileiro, ao qual imprimiu características barrocas, por ser um poeta de transição; b) pertenceu ao Barroco brasileiro e tematizou, sobretudo, a natureza mineira; c) pertenceu ao Barroco brasileiro e sua veia crítica valeu-lhe a alcunha de “Boca do Inferno”; d) se insere no Barroco brasileiro e sua produção literária abrange, basicamente, textos em prosa; e) narra, nos seus poemas de contestação social, episódios da Inconfidência Mineira, da qual participou. 22. U.F. Santa Maria-RS O poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama, é uma: IMPRIMIR a) composição que narra as lutas dos índios de Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra o exército espanhol, sediado lá para pôr em prática o Tratado de Madri; b) das obras mais importantes do Arcadismo no Brasil, pois foi a precursora das Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa; c) exaltação à terra brasileira, que o poeta compara ao paraíso, o que pode ser comprovado nas descrições, principalmente do Ceará e da Bahia; d) crítica a Diogo Álvares Correia, misto de missionário e colono português, que comanda um dos maiores extermínios de índios da história; e) exaltação à índia Lindóia, que morre após Diogo Álvares decidir-se por Moema, que ajudava os espanhóis na luta contra os índios. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 23. UFMG Leia o poema de Gregório de Matos. “Triste Bahia! Oh quão dessemelhante Estás, e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante. A ti trocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado Tanto negócio, e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote. Oh se quisera Deus, que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote!” Com base nessa leitura, é incorreto afirmar que: a) o eu poético, no poema, mantém-se distanciado do objeto criticado; b) o poema compara o presente e o passado da cidade; 8 c) o futuro desejado revela, no poema, a presença de uma voz moralizadora; d) o poema faz referência ao contexto da época. 24. FUVEST-SP Em Os Lusíadas, as falas de Inês de Castro e do Velho do Restelo têm em comum a) a ausência de elementos de mitologia da Antigüidade clássica. b) a presença de recursos expressivos de natureza oratória. c) a manifestação de apego a Portugal, cujo território essas personagens se recusavam a abandonar. d) a condenação enfática do heroísmo guerreiro e conquistador. e) o emprego de uma linguagem simples e direta, que se contrapõe à solenidade do poema épico. IMPRIMIR GABARITO 25. UFRS Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões. “Um mover de olhos, brando e piedoso, sem ver de quê; um riso brando e honesto, quase forçado, um doce e humilde gesto, de qualquer alegria duvidoso; um despejo quieto e vergonhoso; um desejo gravíssimo e modesto; uma pura bondade manifesto indício da alma, limpo e gracioso; um encolhido ousar, uma brandura; um medo sem ter culpa, um ar sereno; um longo e obediente sofrimento: Esta foi a celeste formosura da minha Circe, e o mágico veneno que pôde transformar meu pensamento.” Em relação ao poema acima, considere as seguintes afirmações. I. O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior, idealizando a figura feminina. II. O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina, assumindo uma atitude de insensibilidade. III. O poeta sugere o desejo erótico ao referir a figura mitológica de Circe. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III e) I, II e III. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 26. U.E. Maringá-PR Assinale o que for correto em relação aos poemas, ao autor e à sua obra. 1) “A uma freira, que satirizando a delgada fisionomia do poeta lhe chamou “Pica-flor” 9 Décima Se Pica-flor me chamais, Pica-flor aceito ser, mas resta saber, se no nome que me dais, meteis a flor, que guardais no passarinho melhor! Se me dais este favor, Sendo só de mim o Pica, e o mais vosso, claro fica, que fico então Pica-flor. Vocabulário: pica-flor – beija-flor, passarinho. décima – composição poética de 10 versos. GABARITO 2) Aos Senhores Governadores do Mundo em Seco da Cidade da Bahia, e seus Costumes A cada canto um grande conselheiro, que nos quer governar cabana e vinha: não sabem governar sua cozinha, e querem governar o mundo inteiro! Em cada porta um bem freqüente olheiro da vida do vizinho e da vizinha, pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha para a levar à praça e ao terreiro Muitos mulatos desavergonhados, trazendo pelos pés os homens nobres: posta nas palmas toda a picardia. Estupendas usuras nos mercados: todos os que não furtam, muito pobres: eis aqui a cidade da Bahia.” Vocabulário: vinha – terreno plantando de videiras (uvas). picardia – velhacaria, patifaria. usura – juro de capital, juro excessivo. IMPRIMIR MATOS GUERRA, Gregório de. In: MEGALE, Heitor e MATSUOKA, Marilena. s. 4. ed. São Paulo. Nacional, 1977, p. 179-80. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar GABARITO 10 01. Os dois poemas pertencem à poesia cultista cultivada por Gregório de Matos Guerra. Neles, notam-se as seguintes características do Cultismo: a) linguagem rebuscada, culta, extravagante; b) valorização de pormenores (detalhes) mediante jogos de palavras. Tais características tornam-se evidentes no jogo poético realizado com o termo “Pica-flor”, no primeiro poema, e na utilização de palavras rebuscadas e extravagantes que caracterizam o segundo poema. 02. Os dois poemas pertencem, respectivamente, às poesias religiosa e lírica cultivadas por Gregório de Matos Guerra. No primeiro, notam-se as seguintes características: a) o gosto por jogos de palavras; b) a tentativa de conciliar pólos opostos da experiência humana (o sagrado e o profano); c) a tensão entre o teocentrismo e o antropocentrismo. No segundo, notam-se os seguintes recursos: a) a ênfase no uso do verso decassílabo para a composição de sonetos; b) a forte presença do paradoxo e do oxímoro, usados para expressar a tensa harmonia de aspectos contrários da vida humana; c) a técnica da disseminação e recolha, característica do Barroco. 04. Os dois poemas pertencem à poesia satírica cultivada por Gregório de Matos Guerra. No primeiro, há um jogo poético com o termo “Pica-flor”, que ganha o sentido de um convite erótico claramente profano, já que é dirigido a uma freira. No segundo, a descrição dos tipos humanos e dos costumes que caracterizam a cidade da Bahia revela a ironia do poeta para com uma sociedade marcada pela incompetência dos governantes, pela prática cotidiana da fofoca e da bisbilhotice, pela desonestidade e pela prática generalizada do roubo no comércio. 08. Os dois poemas pertencem, respectivamente, às poesias religiosa e satírica cultivadas por Gregório de Matos Guerra. No primeiro, há um jogo poético com o termo “Pica-flor” que marca a harmonia do relacionamento estabelecido entre o poeta (representante do mundo profano) e a freira (representante do mundo sagrado). No segundo, há uma crítica ácida aos tipos humanos e aos costumes que caracterizam a cidade da Bahia: incompetência das autoridades, gosto pela maledicência, corrupção e roubo generalizados. 16. No primeiro poema, ocorrem elisões nos versos 2, 9 e 10. Tais elisões fazem que o poema apresente versos isométricos, caracterizados pelo uso da redondilha maior (verso de 7 sílabas poéticas). A estrutura de rimas apresentada pelo poema é abbaccdde, estrutura comumente utilizada na composição da décima. As principais figuras de linguagem presentes no poema são a metáfora e a ironia, evidentes, sobretudo, no conjunto formado pelos versos 3, 4, 5 e 6. 32. No primeiro poema, ocorre elisão apenas no verso 2. Isso faz que o poema apresente versos heterométricos, que variam entre a redondilha maior (7 sílabas poéticas) e o verso de 8 sílabas poéticas. A estrutura de rimas apresentada pelo poema é abbaabbddb, estrutura característica da décima. As principais figuras de linguagem presentes no poema são a metonímia e a ironia, evidentes, sobretudo, no conjunto formado pelos versos 3, 4, 5 e 6. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 27. U.F. Santa Maria-RS IMPRIMIR “As águas são muitas, infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar pareceme que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve alcançar.” Visões otimistas sobre as potencialidades da natureza e dos indivíduos, a exemplo do que se verifica no trecho transcrito, são comuns durante o período colonial. Assinale a alternativa que identifica os textos que transmitiam esse tipo de mensagem. a) Biografias de santos. b) Sermões eucarísticos. c) Ficção regionalista. d) Literatura informativa. e) Gênero lírico. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 28. FUVEST-SP Considere as seguintes afirmações sobre a fala do velho do Restelo, em Os Lusíadas: I. No seu teor de crítica às navegações e conquistas, encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram, experiência esta já acumulada na época em que o poema foi escrito. II. As críticas aí dirigidas às grandes navegações e às conquistas são relativizadas pelo pouco crédito atribuído a seu emissor, já velho e com um “saber só de experiência feito”. III. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto criticou o feito quanto o exaltou. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. 29. U.F. Santa Maria-RS Observe a charge de Chico Caruso: 11 – Espelho meu, existe alguém mais ACM do que eu? IMPRIMIR GABARITO Veja, 24 de maio de 2000. A crítica a personagens baianas com influência nos meios políticos pode também ser identificada na poesia satírica de: a) Padre José de Anchieta. b) Tomás Antonio Gonzaga. c) Cláudio Manuel da Costa. d) Gregório de Matos Guerra. e) Bento Teixeira Pinto. 30. U.F. Santa Maria-RS O Quinhentismo, enquanto manifestação literária, pode ser definido como uma época em que: I. não se pode falar, ainda, na existência de uma literatura brasileira, pois a cultura portuguesa estabelecia as formas de pensamento e expressão para os escritores na colônia; II. se pode falar na existência de uma literatura brasileira porque, ao descreverem o Brasil, os textos mostram um forte instinto de nacionalidade, na medida em que todos os escritores eram nativos da terra; III. a produção escrita se prende à descrição da terra e do índio ou a textos escritos pelos jesuítas, ou seja, uma produção informativa e doutrinária. Está(ão) correta(s): a) Apenas I. d) Apenas II e III. b) Apenas II. e) Apenas III. c) Apenas I e III. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 31. PUC-SP “Tu, só tu, puro amor, com força crua Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas, O nome que no peito escrito tinhas.” 12 Os Lusíadas, obra de Camões, exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa. Entretanto, oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um todo, pode afirmar-se que seu núcleo central a) personifica e exalta o Amor, mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês. b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos. c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro, legítima herdeira do trono de Portugal. d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha. e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português. IMPRIMIR GABARITO 32. UFRS Leia o texto abaixo, extraído da Carta de Pero Vaz de Caminha. “O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa* por estrado. (...) Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. (...) Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.” Vocabulário: *alcatifa – tapete. Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I. As palavras de Caminha evidenciam o confronto entre civilização e barbárie vivenciado pelos portugueses na chegada ao Brasil. II. A interpretação que o escrivão dá aos gestos do índio em relação ao colar do Capitão corrobora a intenção dos portugueses em explorar as possíveis jazidas de ouro da terra recém descoberta. III. No trecho selecionado, Caminha sugere uma prática que viria a se tornar corrente nas relações entre portugueses e selvícolas: o escambo (a permuta) de produtos da terra por artigos manufaturados europeus. Quais estão corretas: a) Apenas I. d) Apenas II e III. b) Apenas II. e) I, II e III. c) Apenas I e II. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 33. U.E. Londrina-PR Leia os fragmentos a seguir e assinale o que for correto. 1) “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-seá nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, isso bastaria. Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.” 13 Vocabulário: infindo – infinito, muito grande, muito numeroso. pousada – local onde se descansa durante uma viagem. Calecute – primeira cidade da Índia em que desembarcou Vasco da Gama, na sua viagem de descobrimento do caminho marítimo da Índia, em 1498. acrescentamento – aumento, adição, acréscimo. GABARITO A Carta de Pero Vaz de Caminha. In: TUFANO, Douglas. Estudos de Língua e Literatura. 5. ed. São Paulo, Moderna, 1998. 2) “À Santa Inês Cordeirinha linda, Como folga o povo Porque vossa vinda Lhe dá lume novo! Cordeirinha santa, De Jesus querida, Vossa santa vinda O diabo espanta. Por isso vos canta, Com prazer, o povo, Porque vossa vinda Lhe dá lume novo.” Vocabulário: folgar: alegrar. lume: luz, orientação. IMPRIMIR ANCHIETA, José de. Poesia. In: TUFANO, Douglas. Estudos de Língua e Literatura. 5. ed. São Paulo, Moderna, 1998. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 14 01. Os dois fragmentos pertencem à chamada literatura informativa que representa o Brasil do século XVI. Caracterizam esses fragmentos: 1) a beleza da nova terra descoberta; 2) a necessidade de revigorar a fé cristã do povo que aqui habitava. Tais características esclarecem os objetivos dos primeiros colonizadores portugueses: usufruir das riquezas e, ao mesmo tempo, catequizar os índios. 02. Os dois fragmentos pertencem à literatura informativa e jesuítica do Brasil do século XVI. No primeiro excerto, Pero Vaz de Caminha nos permite perceber as expectativas dos portugueses com relação ao Brasil (“dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”). No segundo excerto, José de Anchieta exalta a figura de Santa Inês e incentiva o povo a praticar a fé religiosa cristã (“Cordeirinha linda, / como folga o povo / porque vossa vinda / lhe dá lume novo”). Evidenciam-se, portanto, as informações que a Coroa Portuguesa desejava obter, confirmando, desse modo, as reais intenções de expansão do comércio, de conquista de novas fontes de riquezas e de trabalho escravo. 04. Nos dois excertos, evidenciam-se as primeiras manifestações literárias do BrasilColônia, denominado “ciclo dos descobrimentos”, compreendido por um conjunto de obras cujo objetivo era divulgar os descobrimentos marítimos e terrestres, a conquista e a colonização dos territórios ultramarinos, a vida no mar e as conseqüências morais e políticas desses fatos. 08. Nos dois excertos, fica muito evidente o objetivo maior do expansionismo marítimo de Portugal e da Espanha: “dilatar a fé e o império”. No primeiro, a terra brasileira confrontada com a paisagem desoladora da África, já conhecida dos portugueses, mais parecia um paraíso intacto (“Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”). No segundo, a cruz do cristianismo e a preocupação em “dilatar a fé” escondem objetivos mercantilistas e expansionistas da coroa portuguesa. 16. Nos dois excertos, o primeiro escrito por Pero Vaz de Caminha e o segundo pelo Padre José de Anchieta, confirmam-se as afirmações dos historiadores: nos primórdios do século XVI, não se pode falar em literatura no Brasil. O que existia eram relatos de viagem (de escasso valor literário), informando sobre a natureza, o índio, documentando o processo de conquista e colonização; as obras dos jesuítas aparecem, paralelamente às obras dos cronistas e viajantes, igualmente ricas de informações, mas acrescidas de um dado novo: a intenção pedagógica, moral e cristã. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. GABARITO 34. FGV-SP Leia o texto abaixo e as afirmações que a ele se seguem. “Que falta nessa cidade? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.” IMPRIMIR MATOS, Gregório de. Os melhores poemas de Gregório de Matos Guerra. Rio de Janeiro: Record, 1990. O poema I. mantém uma estrutura formal e rítmica regular. II. enfatiza as idéias opostas. III. emprega a ordem direta. IV. refere-se à cidade de São Paulo. V. emprega a gradação. Então, pode-se dizer que são verdadeiras a) apenas I, II, IV. d) apenas I, IV, V. b) apenas I, II, V. e) todas. c) apenas I, III, V. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 35. U.F. Santa Maria-RS Autor de Obras Poéticas, apresenta, em suas composições, motivos árcades. Assinale a alternativa que identifica esse autor, associando, corretamente, seu nome à característica presente nessa obra. a) Cláudio Manuel da Costa – desencanto e brevidade do amor. b) Basílio da Gama – preocupação com feito histórico. c) Tomás Antônio Gonzaga – celebração da natureza. d) Basílio da Gama – inspiração religiosa. e) Tomás Antônio Gonzaga – celebração da amada. 36. U.F. Santa Maria-RS Leia o texto a seguir. 15 “Eles não usam barba, elas têm cabelos compridos e tranças. Esguios, alimentados a peixe moqueado com biju, mingau de amendoim e frutas. Falam baixo, dormem cedo e só têm uma conversa: índio. É a tribo dos brancos composta de cientistas sociais, médicos, pedagogos, enfermeiras, biólogas e engenheiros agrônomos, vindos de diversas regiões brasileiras. Boa parte da engenhosa engenharia social e cultural que mantém o Parque do Xingu funcionando em harmonia se deve ao trabalho desses especialistas. O foco agora é preparar os índios para o inevitável confronto com a civilização que um dia ocorrerá. As cidadezinhas vizinhas do parque vão transformar-se em municípios de porte médio, a urbanização baterá às portas da reserva. Os moradores do parque, cada vez mais, dependerão de produtos fabricados pelo branco. Em todos os momentos da humanidade, sempre que o choque ocorreu, o mais forte sobrepujou o mais fraco. Quase sempre de forma violenta. Neste canto do Brasil, um punhado de brancos está conseguindo driblar essa inevitabilidade. Procuram transformar o abraço sufocante em um caminhar de mãos dadas de culturas tão diferentes.” FERRAZ, Silvio. Do Xingu. In: Veja, 30 de junho de 1999. IMPRIMIR GABARITO Relacione o texto com a carta de Pero Vaz de Caminha e indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas quanto à preocupação do homem branco em relação ao índio: ( ) O texto tem o mesmo objetivo da carta, pois ambos destacam, várias vezes, que o rei de Portugal deveria cuidar da salvação dos índios. ( ) O texto tem o mesmo objetivo que a carta de Caminha, na medida em que tanto a “tribo de brancos” quanto o escrivão da esquadra de Cabral mostram preocupação com os índios do Xingu. ( ) O texto não tem o mesmo objetivo da carta pois Caminha, ao destacar que o rei deveria cuidar da salvação dos índios, usa “salvação” no sentido religioso, de converter o índio à fé católica, ou seja, no sentido de salvação da alma. A seqüência correta é: a) F – F – V. b) V – V – F. c) F – V – F. d) V – F – V. e) F – V – V. Leia o seguinte fragmento do “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda”, do Padre Antonio Vieira, para responder às questões 128 e 129: “Enfim, Senhor, despojados os templos e derrubados os altares, acabar-se-á no Brasil a cristandade católica; acabar-se-á o culto divino, nascerá erva nas igrejas, como nos campos; não haverá quem entre nelas. Passará um dia de Natal, e não haverá memória de vosso nascimento; passará a Quaresma e a Semana Santa, e não se celebrarão os mistérios de vossa Paixão. Chorarão as pedras das ruas como diz Jeremias que chorava as de Jerusalém destruída: chorarão as ruas de Sião, porque não há quem venha à solenidade. Ver-se-ão ermas e solitárias, e que as não pisa a devoção dos fiéis, como costumava em semelhantes dias.” 37. U.F. Santa Maria-RS O texto relaciona-se à invasão holandesa no Brasil, em 1640; nele, o orador: a) considera os holandeses hereges e violentos com aqueles que não fossem seus compatriotas; b) dirige-se a Deus e prevê o esvaziamento da religião católica, caso o Brasil fosse entregue aos holandeses; c) pede a Deus que evite a invasão de ervas nos templos, a fim de preservar o patrimônio da Igreja; d) é um profeta e previu o que realmente aconteceria com a religião católica no Brasil, quase três séculos depois; e) dirige-se ao rei de Portugal, a fim de salvar o país da invasão holandesa, que já começava a destruir as igrejas da cidade. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 38. U.F. Santa Maria-RS Padre Antonio Vieira, ao afirmar que “Chorarão as pedras das ruas”, utiliza uma: a) ironia. d) onomatopéia. b) antítese. e) prosopopéia. c) gradação. 39. U.E. Londrina-PR O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma entram em confronto com a Contra-Reforma católica, ocasionando no plano das artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo e o antropocentrismo. A alternativa que contém os versos que melhor expressam este conflito é: a) Um paiá de Monal, bonzo bramá, Primaz da Cafraria do Pegu, Que sem ser do Pequim, por ser do Açu, Quer ser filho do sol, nascendo cá. (Gregório de Matos) b) Temerária, soberba, confiada, Por altiva, por densa, por lustrosa, A exaltação, a névoa, a mariposa, Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada. 16 (Botelho de Oliveira) c) Fábio, que pouco entendes de finezas! Quem faz só o que pode a pouco obriga: Quem contra os impossíveis se afadiga, A esse cede amor em mil ternezas. (Gregório de Matos) d) Luzes qual sol entre astros brilhadores, Se bem rei mais propício, e mais amado; Que ele estrelas desterra em régio estado, Em régio estado não desterras flores. (Botelho de Oliveira) e) Pequei Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; GABARITO Porque quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. (Gregório de Matos) 40. UFRS Assinale a afirmativa incorreta em relação à obra O Uraguai, de Basílio da Gama. a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de Andrada, Governador do Rio de Janeiro, às missões jesuíticas espanholas da banda oriental do rio Uruguai. b) O Uraguai segue os padrões estéticos dos poemas épicos da tradição ocidental, como a Odisséia, a Eneida e Os Lusíadas. IMPRIMIR c) Basílio da Gama expressa uma visão européia em relação aos indígenas, acentuando seu caráter bárbaro, incapaz de sentimentos nobres e humanitários. d) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju está representado o povo autóctone que defende o solo natal. e) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de amor após o desaparecimento de seu amado Cacambo. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar Texto para responder às questões 41 e 42: “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Lua se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.” Gregório de Matos. 17 41. CEETPS-SP Sobre as características barrocas desse soneto, considere as afirmações abaixo: I. Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso por pares antagônicos como Sol/ Lua, dia/noite, luz/sombra, tristeza/alegria, etc., que compõem a figura da antítese. II. Esse é um soneto oitocentista, que cumpre os padrões da forma fixa, que são: rimas ricas, interpoladas nas quadras (“A-B-A-B”) e alternadas nos tercetos (“AB-B-A”). III. O tema do eterno combate entre elementos mundanos e forças sagradas é indicado, ali, por “ignorância do mundo” e “qualquer dos bens”, por um lado, e por “constância”, “alegria” e “firmeza”, de outro. A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que: a) somente I está correta. b) somente II está correta. c) somente III está correta. GABARITO d) somente I e III estão corretas. e) todas estão corretas. 42. CEETPS-SP Assinale a alternativa que aponta a afirmação correta a partir do que se lê no texto. a) O texto afirma que a alegria é encontrada em contínuas tristezas, devido ao desapontamento sentido pelo poeta, diante do curso seguido pelas forças naturais, tais como o findar do dia e o início da noite. IMPRIMIR b) O alternar de dias e noites serve de expressão a um estranho desejo do poeta de que, na tristeza, se desfrutem as alegrias e, nas sombras da noite, a formosura do dia. c) O tema central do soneto de Gregório de Matos revela-se em sua última estrofe, e pode ser definido como uma reflexão acerca da transitoriedade dos bens do mundo, cuja última firmeza é a inconstância. d) O poema focaliza e acentua a ignorância do ser humano que, ao vivenciar a alegria, não sabe retê-la, preferindo, como o Sol, esconder-se nos próprios sofrimentos. e) O poema toca também na questão da inocência, pois, ao falar do mundo que se inicia pela ignorância, está fazendo referência à pureza primordial da infância, que se opõe à degradação dos bens materiais. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar O texto abaixo refere-se às questões de 43 a 48. Trata-se de um sermão do quinto domingo da Quaresma, do Padre Antônio Vieira: 18 “Como estamos na corte, onde das casas dos pequenos não se faz caso, nem têm nome de casas, busquemos esta fé em alguma casa grande e dos grandes. Deus me guie. (…) Entremos e vamos examinando o que virmos, parte por parte. Primeiro que tudo vejo cavalos, liteiras e coches; vejo criados de diversos calibres, uns com libré, outros sem ela; vejo galas, vejo jóias, vejo baixelas; as paredes vejo-as cobertas de ricos tapizes; das janelas vejo ao perto jardins, e ao longe quintas; enfim, vejo todo o palácio e também o oratório; mas não vejo a fé. E por que não aparece a fé nesta casa: eu o direi ao dono dela. Se o que vestem os lacaios e os pajens, e os socorros do outro exército doméstico masculino e feminino depende do mercador que vos assiste, e no princípio do ano lhe pagais com esperanças e no fim com desesperações, a risco de quebrar, como se há de ver a fé na vossa família? Se as galas, as jóias e as baixelas, ou no Reino, ou fora dele, foram adquiridas com tanta injustiça ou crueldade, que o ouro e a prata derretidos, e as sedas se se espremeram, haviam de verter sangue, como se há de ver a fé nessa falsa riqueza? Se as pedras da mesma casa em que viveis, desde os telhados até os alicerces estão chovendo os suores dos jornaleiros, a quem não fazíeis a féria, e, se queriam ir buscar a vida a outra parte, os prendíeis e obrigáveis por força, como se há de ver a fé, nem sombra dela na vossa casa?” Vocabulário: libré: uniforme de criados de casas nobres os socorros do outro exército doméstico: a vestimenta dos outros serviçais jornaleiros: trabalhadores que recebiam pagamento ao final do dia a quem não fazíeis a féria: a quem não concedíeis dias de folga 43. FEI-SP O autor do texto, Padre Vieira, pertence à escola literária conhecida como: a) Baroco. d) Realismo. b) Trovadorismo. e) Romantismo. c) Arcadismo. IMPRIMIR GABARITO 44. FEI-SP Não é característica da escola literária a que Padre Vieira pertence: a) emprego freqüente de palavras que designam cores, perfumes e sensações táteis. b) uso constante da metáfora e da antítese. c) união de duas idéias contrárias em um único pensamento. d) composição de cantigas de amor e cantigas de amigo. e) utilização de muitas frases interrogativas. 45. FEI-SP Padre Vieira é freqüentemente estudado como um autor contemporâneo a: a) Luís de Camões. d) Carlos Drummond de Andrade. b) Gregório de Matos. e) Fernando Sabino. c) José de Alencar. 46. FEI-SP O sermão pode ser definido como: a) composição em versos recitados nos palácios para divertir os nobres. b) texto curto, em que predomina o desenvolvimento de um único conflito. c) narrativa longa em que são apresentados diversos conflitos paralelos. d) soneto com versos decassílabos. e) discurso religioso cujo objetivo principal é a edificação moral dos ouvintes. 47. FEI-SP Sobre o fragmento do sermão acima transcrito, é possível afirmar que: a) o autor discorre sobre a inabalável fé da corte e da nobreza. b) Padre Vieira critica o povo por não ter a fé que os nobres possuem. c) o autor conclui que não é possível encontrar a fé em uma casa onde se encontram aqueles que exploram e maltratam os homens do povo. d) o sermão é um elogio à corte pela maneira como trata os seus serviçais, dignificandoos e humanizando as relações entre os nobres e o povo. e) segundo o autor, a fé não tem qualquer relação com as ações desenvolvidas pelos homens. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar 48. FEI-SP Verifica-se nesse fragmento a franca intenção de o autor: a) divertir a platéia. b) convencer e ensinar o seu público. c) afastar os homens da verdadeira fé cristã. d) provocar fortes emoções em seu público. e) confundir seus ouvintes. “À Ilha de Maré – Termo desta Cidade da Bahia 19 Aqui se cria o peixe regalado Com tal sustância, e gosto preparado, Que sem tempero algum para apetite Faz gostoso convite, E se pode dizer em graça rara Que a mesma natureza os temperara. …………………………………………… As plantas sempre nela reverdecem, E nas folhas parecem, Desterrando do Inverno os desfavores, Esmeraldas de Abril em seus verdores, E delas por adorno apetecido Faz a divina Flora seu vestido. As fruitas se produzem copiosas, E são tão deleitosas, Que como junto ao mar o sítio é posto, Lhes dá salgado o mar o sal do gosto. …………………………………………… As laranjas da terra Poucas azedas são, antes se encerra Tal doce nestes pomos, Que o têm clarificado nos seus gomos; Mas as de Portugal entre alamedas São primas dos limões, todas azedas. Nas que chamam da China Grande sabor se afina, Mais que as da Europa doces, e melhores, E têm sempre a vantagem de maiores, E nesta maioria, Como maiores são, têm mais valia. …………………………………………… Tenho explicado as fruitas e legumes, Que dão a Portugal muitos ciúmes; Tenho recopilado O que o Brasil contém para invejado, E para preferir a toda a terra, Em si perfeitos quatro AA encerra. Tem o primeiro A, nos arvoredos Sempre verdes aos olhos, sempre ledos; Tem o segundo A, nos ares puros Na tempérie agradáveis e seguros; Tem o terceiro A, nas águas frias, Que refrescam o peito, e são sadias; O quarto A, no açúcar deleitoso, Que é do Mundo o regalo mais mimoso. São pois os quatro AA por singulares Arvoredos, Açúcar, Águas, Ares.” GABARITO OLIVEIRA, Manuel Botelho de. Música do Parnasso. Rio de Janeiro: INL, 1953. Tomo I, p. 127-135. 49. VUNESP A técnica de disseminação e recolha, característica do estilo barroco, aparece em À Ilha de Maré a partir do verso 31: consiste em alinhar palavras e descrever poeticamente seus conceitos, para recolhê-las num só verso, no final. Um exame atento desse procedimento no poema revela, todavia, certa assimetria entre a disseminação e a recolha. Analise o procedimento na passagem mencionada e responda: a) Qual a assimetria que se observa entre o processo de disseminação e recolha utilizado pelo poeta? IMPRIMIR b) O que levou o poeta a essa solução? Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar LÍNGUA PORTUGUESA H U M A N IS M O , Q U IN H E N T IS M O , B A R R O C O E A R C A D IS M O IMPRIMIR GABARITO 1 1. V – F – V – F – F 2. F – F – F – V 3. a 4. e 5. e 6. F – V – F – V – F – F 7. F – V – F – F 8. a 9. a 10. F – F – V – V – V 11. c 12. a 13. e 14. c 15. a) Trata-se do seguinte trecho: “asno que me leve quero”. O marido de Inês, na cena final, a leva em seus ombros para que atravesse o rio. Não sabe, mas o encontro com o ermitão, para o qual ela se encaminha, é um encontro adúltero. Pero Marques se comporta como um asno: por servir de montaria à mulher, colaborando, ingenuamente, para ser traído por ela, e por não ter conhecimento dessa traição. b) A característica contrária à do primeiro marido é o fato de que, em sua fala, Pero Marques diz dar plena liberdade à esposa. Seu primeiro marido era um repressor proibindoa de sair de casa até mesmo para ir a igreja. c) A Farsa de Inês Pereira é considerada uma sátira moral porque reflete, na vida privada, a decadente sociedade portuguesa. Pode-se dizer que Inês comporta-se maquiavelicamente (os fins justificam os meios), pois para conseguir uma vida folgada abandona seus próprios ideais. 16. c 17. b 18. e 19. 18 20. c 21. c 22. b 23. a 24. b 25. b 26. 04 27. d 28. e 29. d 30. c 31. a Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar IMPRIMIR GABARITO 2 32. e 33. 24 34. b 35. e 36. a 37. b 38. e 39. e 40. c 41. a 42. c 43. a 44. d 45. b 46. e 47. c 48. b 49. a) Disseminação: “Tem o primeiro A, nos arvoredos (…) Tem o segundo A, nos ares puros (…) Tem o terceiro A, nas águas frias, (…) O quarto A, no açúcar deleitoso” No momento de recolha o poeta não manteve a mesma ordem da disseminação, ou seja, retomou os elementos assimetricamente. b) Como se trata de um poema, pode-se dizer que o poeta agiu dessa forma com o intuito de preservar a rima. Ou ainda, pode-se também dizer que ele optou por seguir a seqüência Terra (arvoredos e açúcar) — Água — Ar. Voltar Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo Avançar LÍNGUA PORTUGUESA R O M A N T IS M O INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens da questão 1. “Portanto, ilustres e não ilustres representantes da crítica, não se constranjam. Censurem, piquem, ou calem-se como lhes aprouver. Não alcançarão jamais que eu escreva neste meu Brasil cousa que pareça vinda em conserva lá da outra banda, como a fruta que nos mandam em lata. (...) O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pêra, o damasco e a nêspera?” ALENCAR, José de. Benção Paterna. In: Sonhos de Ouro. São Paulo: Melhoramentos, s.d. 1 1. UFMT ( ) Envolvidos pelo ideário político da independência, Alencar e outros escritores românticos empenham-se na construção da nação brasileira, através da luta pela emancipação da língua e da literatura nacionais. ( ) Na história da literatura brasileira, no percurso que vai do Romantismo ao Modernismo, a bandeira da ruptura com o princípio da imitação aos clássicos é empunhada por todas as escolas literárias. ( ) No segundo parágrafo, Alencar opõe, metonimicamente, por meio das frutas, o ambiente brasileiro ao ambiente europeu. ( ) O texto dá a entender que a língua se adapta ao meio para onde foi levada, mais precisamente aos órgãos fonadores e à alma do povo que fala. Texto para as questões 2 e 3. GABARITO “Não me Deixes! Debruçada nas águas dum regato A flor dizia em vão A corrente, onde bela se mirava... ‘Ai, não me deixes, não! ‘Comigo fica ou leva-me contigo ‘Dos mares à amplidão, Límpido ou turvo, te amarei constante ‘Mas não me deixes, não!’ E a corrente passava; novas águas Após as outras vão; E a flor sempre a dizer curva na fonte: ‘Ai, não me deixes, não!’ E das águas que fogem incessantes À eterna sucessão Dizia sempre a flor, e sempre embalde: ‘Ai, não me deixes, não! Por fim desfalecida e a cor murchada, Quase a lamber o chão, Buscava inda a corrente por dizer-lhe Que a não deixasse, não. A corrente impiedosa a flor enleia, Leva-a do seu torrão; A afundar-se dizia a pobrezinha: ‘Não me deixaste, não!’” IMPRIMIR DIAS, Gonçalves. In: MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira através de textos. 21. ed. rev. e aum. São Paulo: Cultrix, 1998. p. 135-6. 2. F. Católica de Salvador-BA O lamento da flor representa fielmente o sentimento romântico de: a) evasão no tempo; b) amor incondicional ao outro; c) supervalorização da natureza; d) exaltação do sonho, da fantasia; e) desejo de morte pelo amor não correspondido. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 3. F. Católica de Salvador-BA Observa-se a inversão, como recurso estilístico, no verso: a) “A flor dizia em vão” b) “Mas não me deixes, não.” c) “E a corrente passava” d) “Dizia sempre a flor, e sempre embalde” e) “Leva-a do seu torrão” Para responder as questões 4 e 5, leia atentamente os textos abaixo: “Lira XXII Nesta triste masmorra, de um semi-vivo corpo sepultura, inda, Marília, adoro a tua formosura. Amor na minha idéia te retrata; busca, extremoso, que eu assim resista À dor imensa, que me cerca e mata.” Tomás Antônio Gonzaga. “Perdoa-me, visão de meus amores Perdoa-me, visão dos meus amores, Se a ti ergui meus olhos suspirando!... Se eu pensava num beijo desmaiando Gozar contigo uma estação de flores! De minhas faces os mortais palores, Minha febre noturna delirando, Meus ais, meus tristes ais vão revelando Que peno e morro de amorosas dores...” 2 IMPRIMIR GABARITO Álvares de Azevedo. 4. U.F. Juiz de Fora-MG Depois de ler comparativamente os dois textos acima, assinale a alternativa inaceitável: a) Em ambos os poemas o eu sucumbe e morre em conseqüência do sofrimento amoroso. b) No poema de Gonzaga, a idéia funciona como uma tentativa racional de vencer a dor. c) No poema de Álvares de Azevedo, a razão nada pode contra o sentimentalismo exacerbado. d) Em ambos os poemas, o eu refere-se ao passado a partir da dor do presente. 5. U.F. Juiz de Fora-MG Em que verso se encontra referência direta ao contexto histórico biográfico? a) “Que peno e morro de amorosas dores”. b) “À dor imensa que me cerca e mata”. c) “Nesta triste masmorra”. d) “Se a ti ergui meus olhos suspirando”. 6. U.E. Ponta Grossa-PR A poesia romântica brasileira, em seus diversos momentos, apresenta como características: 01. escapismo e subjetivismo; 02. naturalismo e pitoresco; 04. nacionalismo e religiosidade; 08. socialismo e ilogismo; 16. imaginação criadora e amor à natureza. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar Instrução: Para responder às questões 7 e 8, ler o texto que segue. “As Três Irmãs do Poeta É noite! As sombras correm nebulosas. Vão três pálidas virgens silenciosas Através da procela irriquieta. Vão três pálidas virgens... vão sombrias Rindo colar um beijo as bocas frias... Na fronte cismadora do – Poeta – ‘Saúde, irmão! Eu sou a Indiferença. Sou eu quem te sepulta a idéia imensa, Quem no teu nome a escuridão projeta... Fui eu que te vesti do meu sudário..., Que vais fazer tão triste e solitário?...’ – ‘Eu lutarei’ – responde-lhe o Poeta. ‘Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome. Sou eu quem o teu negro pão consome... O teu mísero pão, mísero atleta! Hoje, amanhã, depois... depois (qu’importa?) Virei sempre sentar-me à tua porta... 3 – ‘Eu sofrerei’ – responde-lhe o Poeta. ‘Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte. Suspende em meio o hino augusto e forte. Volve ao nada! Não sentes neste enleio Teu cântico gelar-se no meu seio?!’ IMPRIMIR GABARITO – ‘Eu cantarei no céu’ – diz-lhe o Poeta!” Instrução: Para responder à questão 7, analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto. I. Mostra a estreita convivência do poeta com a indiferença, com a fome e com a morte. II. Expressa a força do poeta através de sua capacidade de superar mesmo a morte. III. Idealiza a função do poeta, uma vez que esta ultrapassa a condição humana. IV. Pertence ao movimento literário denominado Romantismo. 7. PUC-RS Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa: a) I e II. b) II e III. c) II e IV. d) III e IV. e) I, II, III e IV. 8. PUC-RS O texto pode ser vinculado a uma tendência de expressão poética denominada: a) subjetivismo. b) ufanismo. c) nacionalismo. d) futurismo. e) condoreirismo. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar Texto para a questão 9. “Leito de folhas verdes Por que tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas, Já nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bagari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala. Brilha a lua no céu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mágico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! 4 A flor que desabrocha ao romper dalva Um só giro do sol, não mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me dê vida. Sejam vales ou montes, lago ou terra, Onde quer que tu vás, ou dia ou noite, Vai seguindo após ti meu pensamento; Outro amor nunca tive: és meu, sou tua! Meus olhos outros olhos nunca viram, Não sentiram meus lábios outros lábios, Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas A arasóia na cinta me apertaram. GABARITO Do tamarindo a flor jaz entreaberta, Já solta o bogari mais doce aroma; Também meu coração, como estas flores, Melhor perfume ao pé da noite exala! Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes À voz do meu amor, que em vão te chama! Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil A brisa da manhã sacuda as folhas!” IMPRIMIR Gonçalves Dias. 9. CEETPS-SP Assinale a alternativa correta com relação ao texto. a) Principalmente pela manifestação de elementos simbólicos, tais como “luar”, “vales”, “bosque” e “perfumes”, pode-se dizer que o poema muito se aproxima da estética simbolista. b) O poema romântico indianista recupera as antigas cantigas de amigo medievais, para expressar o amor por meio da espera. c) O poema de Gonçalves Dias demonstra profunda influência renascentista, recebida principalmente de Camões. d) Apesar da intensa presença da natureza, o poema em questão já se aproxima do parnasianismo, pela presença dos elementos mitológicos. e) Mesmo sendo romântico, notam-se ainda no poema, os aspectos marcantes do Arcadismo, principalmente no que diz respeito ao bucolismo. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 10. UEGO Assinale V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos. O romance Lucíola, de José de Alencar permite entrever várias características do Romantismo: ( ) Observa-se uma preocupação em não ferir o tradicionalismo e as convenções familiares da época, realçando seus preceitos e preconceitos. ( ) O amor é visto unicamente sob o aspecto da sexualidade e apresentado como uma mera satisfação de instintos animais. ( ) Uma das formas com que Alencar conciliou a impossibilidade de união entre os dois grupos distintos, o marginal e o burguês, foi trabalhar a dualidade, colocando na mesma mulher as imagens de virgem, de Maria da Glória e da cortesã, Lúcia. ( ) O romance Lucíola ambienta-se na época do autor e retrata os costumes da sociedade carioca do Segundo Reinado. ( ) Observa-se neste romance a atitude romântica de eleger a prostituta como centro da narrativa, procurando justificar suas dores e compreendendo o tipo de vida que levava. IMPRIMIR GABARITO 5 11. Unifor-CE Nossos primeiros escritores nacionalistas – Gonçalves Dias e José de Alencar entre eles – voltaram seus olhos sobre nossas raízes históricas-culturais, buscando nelas aspectos heróicos, dignos de alta expressão literária. É o que se pode verificar quando se lêem, dos dois autores citados, respectivamente, as obras: a) Senhora e Lira dos Vinte Anos; b) Quincas Borba e Os Escravos; c) Ressurreição e O Navio Negreiro; d) O Mulato e Canção do Exílio; e) I - Juca Pirama e O Guarani. 12. UFSE No período romântico brasileiro, os aspectos estéticos e os históricos ligaram-se de modo especialmente estreito e original: entre nós, o Romantismo deu expressão à consolidação da Independência, à afirmação de uma nova Nação e à busca das raízes históricas e míticas de nossa cultura – características que se encontram amplamente: a) na poesia de Gonçalves de Magalhães influenciada pela de Gonçalves Dias; b) nos romances urbanos da primeira fase de Machado de Assis; c) nos romances de costumes de Joaquim Manuel de Macedo; d) na lírica confidencial de Álvares de Azevedo e de Casimiro de Abreu; e) na ficção regionalista e indianista de José de Alencar. 13. U.F. Uberlândia-MG Existem diferenças básicas entre a paisagem retratada pelos árcades e a paisagem retratada pelos românticos. Escolha a alternativa correta que define essas duas paisagens: a) A paisagem romântica é amena e monótona e a paisagem árcade é sempre graciosa e fulgurante. b) A paisagem árcade é bucólica e a paisagem romântica é ainda mais bucólica, devido aos exageros do eu-lírico. c) A paisagem romântica reflete os sentimentos do eu-lírico, enquanto a paisagem árcade é harmoniosa, alheia ao eu-lírico. d) A paisagem árcade é mais visual enquanto a paisagem romântica só é perceptível através da leitura. 14. UFF-RJ Assinale o fragmento que não corresponde ao indianismo romântico: a) “As leis da cavalaria no tempo em que floresceu em Europa não excediam por certo em pundonor e brios à bizarria dos selvagens brasileiros.” (José de Alencar). b) “Não há hoje a menor razão porque desconheçamos a importância da parte indígena na população do Brasil; e menos ainda para que apaixonados declamemos contra selvagens que por direito natural defendiam a sua liberdade, independência e as terras que ocupavam.” (Gonçalves de Magalhães). c) “Imaginei um poema... como nunca ouviste falar de outro: guerreiros diabólicos, mulheres feiticeiras, sapos e jacarés sem conta: enfim, um gênesis americano, uma Ilídia Brasileira, uma criação recriada.” (Gonçalves Dias). d) “É certo que a civilização brasileira não está ligada ao elemento indiano nem dele recebeu influxo algum; e isto basta para não ir buscar entre as tribos vencidas os títulos da nossa personalidade literária.” (Machado de Assis). e) “O maravilhoso, tão necessário à poesia, encontrar-se-á nos antigos costumes desses povos [indígenas], como na força incompreensível de uma natureza constantemente mutável em seus fenômenos.” (Ferdinand Denis). Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 15. UFRS Leia o texto abaixo. ............... é um tema dominante na poesia ............... de cunho romântico no Brasil; nela, a mulher é freqüentemente ............... sob o olhar apaixonado do poeta, que usa ............... como termo de comparação capaz de expressar a intensidade dos seus sentimentos. Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas desse texto. a) O amor – nacionalista – homenageada – a religião b) A pátria – sentimental – martirizada – o mito c) O amor – intimista – idealizada – a natureza d) A infância – histórica – divinizada – a Idade Média e) A morte – nacionalista – humilhada – a música 16. UFRS Leia o texto abaixo. “Uma das facetas do Romantismo é conceber o poeta como um gênio inspirado, dono de uma sensibilidade extraordinária. Isso faz com que ele expresse suas idéias e emoções de uma forma original e seja capaz de revelar realidades inacessíveis ao homem comum.” IMPRIMIR GABARITO 6 Dos exemplos citados abaixo, identifique aquele(s) que expressa(m) a concepção acima. I. “Meia-noite soou na floresta No relógio de sino de pau; E a velhinha, rainha da festa, Se assentou sobre o grande jirau.” (Bernardo Guimarães) II. “Se é vate quem acesa a fantasia Tem de divina luz na chama eterna; Se é vate quem do mundo o movimento Co’o movimento das canções governa; (...) Se é vate quem dos povos, quando fala, As paixões vivifica, excita o pasmo.” (Laurindo Rabelo) III. “Tenho medo de mim, de ti, de tudo, Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes, Das folhas secas, do chorar das fontes, Das horas longas a correr velozes. (...) O véu da noite me atormenta em dores, A luz da aurora me intumesce os seios,” (Casemiro de Abreu) Quais exemplos correspondem à concepção citada? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 17. FUVEST-SP “Assim, o amor se transformava tão completamente nessas organizações*, que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião. …………… desejava; …………… amava; …………… adorava.” (*organizações = personalidades) ALENCAR, José de. O Guarani. Neste excerto de O Guarani, o narrador caracteriza os diferentes tipos de amor que três personagens masculinas do romance sentem por Ceci. Mantida a seqüência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente com os nomes de a) Álvaro / Peri / D. Diogo. b) Loredano / Álvaro / Peri. c) Loredano / Peri / D. Diogo. d) Álvaro / D. Diogo / Peri. e) Loredano / D. Diogo / Peri. 7 18. UEMS Assinale a única alternativa verdadeira sobre José de Alencar e sua obra Senhora: a) ainda que considerando romântico, através da Senhora, Alencar revela traços realistas; constrói uma personagem feminina sem tantas idealizações e já indica o caminho da crítica social; b) juntamente com Diva e Iracema, Senhora completa a série considerada de perfis femininos que o autor utiliza para a composição da crônica de costumes brasileiros; c) O enredo de Senhora baseia-se na história de uma moça pobre, Lúcia Camargo que, após ser abandonada por Fernando Seixas, recebe uma herança e vinga-se: “compra” de volta o ambicioso noivo; d) Fernando, após o casamento, vê-se desprezado e humilhado pela esposa; arrependido, trabalha e consegue juntar os mil contos do dote para devolução, mas o casamento, já comprometido, é desfeito; e) Alencar, numa tentativa de representar por completo o Brasil, escreveu romances indianistas e urbanos, porém nunca se valeu da composição regionalista e, assim, não atingiu seu intento. IMPRIMIR GABARITO Texto para as questões 19 e 20. “Logo após a vitória, o cristão tornara às praias do mar, onde havia construído sua cabana e onde o esperava a terna esposa. De novo sentiu em sua alma a sede do amor; e tremia de pensar que Iracema houvesse partido, deixando ermo aquele sítio tão povoado outrora pela felicidade. Como a seca várzea com a vinda do inverno reverdece e se matiza de flores, a formosa filha do sertão com a volta do esposo reanimou-se; e sua beleza esmaltou-se de meigos e ternos sorrisos. Outra vez sua graça encheu os olhos do cristão, e a alegria voltou a habitar em sua alma. O cristão amou a filha do sertão como nos primeiros dias, quando parece que o tempo nunca poderá estancar o coração. Mas breves sóis bastaram para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria. O imbu, filho da serra, se nasce da várzea porque o vento ou as aves trouxeram a semente, vinga, achando boa terra e fresca a sombra; talvez um dia cope a verde folhagem e enflore. Mas basta um sopro do mar, para tudo murchar. As folhas lastram o chão; as flores, leva-as a brisa. Como o imbu na várzea, era o coração do guerreiro branco na terra selvagem. A amizade e o amor o acompanharam e fortaleceram durante algum tempo, mas agora longe de sua casa e de seus irmãos, sentia-se no ermo. O amigo e a esposa não bastavam mais à sua existência, cheia de grandes desejos e nobres ambições. Passava os já tão breves, agora longos sóis, na praia, ouvindo gemer o vento e soluçar as ondas. Com os olhos engolfados na imensidade do horizonte, buscava, mas embalde, descobrir no azul diáfano a alvura de uma vela perdida nos mares.” ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione. 1994. p. 56. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 19. UFBA A leitura do fragmento e do romance de onde foi extraído permite afirmar: 01. O aproveitamento da fauna e da flora americana fixa e valoriza a cor local, seguindo uma tendência da época em que a obra foi escrita. 02. Os personagens atuam impulsionados por sentimentos que os levam à prática de atos grandiosos ou de ações aviltantes que os caracterizam, respectivamente, como heróis ou como vilões. 04. A amizade entre Poti e Martim é reveladora do objetivo do autor de mostrar o colonizador como amistoso e cordial. 08. O movimento da narrativa é retardado pela inserção desse episódio de reencontro entre Iracema e Martim, fato inteiramente alheio à seqüência dos acontecimentos que constituem o enredo. 16. A atitude contemplativa de Martim pode ser considerada fortuita, sem qualquer conseqüência para o desenrolar da trama. 32. A ação se transfere das praias do mar para o seio da floresta, onde ocorre o desfecho da história de amor de que trata o romance. 64. A razão que leva a filha da floresta e o guerreiro branco a se exilarem justifica, para ambos, a firmeza de permanecer em terra estranha. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 8 20. UFBA Com relação à linguagem, existe uma explicação adequada em: 01. A expressão “sede do amor” difere de sede de amor, já que a primeira dá idéia de concretude, enquanto a segunda, de abstração do sentimento amoroso. 02. A comparação entre a várzea e a filha do sertão remete, respectivamente, à chegada do inverno e à volta do esposo, ambas com função revitalizadora. 04. A oração “para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria” exprime a conseqüência da ação do tempo no estado de ânimo do guerreiro branco. 08. A comparação presente no primeiro período do penúltimo parágrafo, evidencia a fragilidade do amor do guerreiro por sua pátria e a resistência do imbu na várzea. 16. O trecho “os já tão breves, agora longos sóis” contém idéias antitéticas que estão relacionadas com a mudança de estado de espírito experimentada pelo cristão. 32. O termo “embalde” expressa a incerteza da realização da ação de “buscava”. 64. As palavras “diáfano” e “alvura” referem-se a um mesmo nome. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 21. UFF-RJ Na literatura, a visão romântica representativa da mulher é a de uma figura idealizada, frágil e inatingível. Assinale a opção em que a visão da mulher não se enquadra nesta característica: a) “Ah! Vem, pálida virgem, se tens pena De quem morre por ti, e morre amando. Dá vida em teu alento à minha vida, Une nos lábios meus minha alma à tua!” (Álvares de Azevedo) b) “Anjos longiformes De faces rosadas E pernas enormes Quem vos acompanha?” (Vinícius de Moraes) c) “Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor e anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara.” (Gregório de Matos) d) “Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava.” (Adélia Prado) e) “Baixas do céu num vôo harmonioso! ... Quem és tu bela e branca desposada? Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte ó ser misterioso! ...” (Castro Alves) Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 22. Cefet-PR Assinale a alternativa incorreta sobre o Romantismo. a) O romance indianista de José de Alencar representa contestação política ao domínio português. b) Bernardo Guimarães foi o primeiro escritor regionalista brasileiro com o romance Ermitão de Muquém. c) O aproveitamento da linguagem do sertão é um dos traços marcantes da obra do Visconde de Taunay. d) A Moreninha garante a Joaquim Manuel de Macedo o pioneirismo na prosa romântica brasileira. e) Franklin Távora é considerado o criador da Literatura do Norte, região tida por ele como a mais autenticamente brasileira. 9 23. UFRS Considere as afirmações abaixo, referentes ao romance romântico no Brasil. I. A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, insere-se na linha primitivista da corrente romântica, em que as personagens vivem em contato constante com a natureza. II. Uma das fontes de inspiração do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, é a novela picaresca espanhola. III. A heroína de A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, é mestiça; porém, na sua apresentação inicial, são destacadas sua tez clara “como marfim” e sua beleza “branca”. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. O fragmento abaixo foi retirado do romance O Guarani. Leia-o com atenção e responda às questões 24 a 27. IMPRIMIR GABARITO “O índio, antes de partir, circulou a alguma distância o lugar onde se achava Cecília, de uma corda de pequenas fogueiras feitas de louro, de canela, urataí e outras árvores aromáticas. Desta maneira tornava aquele retiro impenetrável; o rio de um lado, e do outro as chamas que afugentariam os animais daninhos, e sobretudo os répteis; o fumo odorífero que se escapava das fogueiras afastaria até mesmo os insetos. Peri não sofreria que uma vespa e uma mosca sequer ofendesse a cútis de sua senhora, e sugasse uma gota desse sangue precioso; por isso tomara todas essas precauções.” 24. FEI-SP O Guarani foi publicado em 1857 e na época gerou uma grande repercussão. O autor desse romance é: a) Machado de Assis. b) Álvares de Azevedo. c) José Lins do Rego. d) José de Alencar. e) Gonçalves Dias. 25. FEI-SP Sobre o romance, é possível afirmar que: a) projeta um futuro trágico para o Brasil. b) aponta para um tempo em que os indígenas recuperarão o território brasileiro e expulsarão os brancos e negros. c) defende a união entre negros e índios contra os colonizadores portugueses. d) reconstitui acontecimentos históricos verídicos do período inicial da colonização do Brasil. e) pretende narrar a fundação de uma nova nação a partir da miscigenação entre brancos e indígenas. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 26. FEI-SP A propósito do trecho transcrito, é correto afirmar que: I. A descrição do amor que Peri nutre por Ceci visa a criar uma imagem idealizada do índio brasileiro. II. O trecho descreve os conflitos entre o homem branco e o negro. III. O autor pretende demonstrar a inferioridade do indígena brasileiro frente ao colonizador europeu. a) somente I está correta. d) I e III estão corretas. b) somente III está correta. e) II e III estão corretas. c) I e II estão corretas. 27. FEI-SP Em O Guarani, o autor procura valorizar as origens do povo brasileiro e transformar certos personagens em heróis, com traços do caráter do “bom selvagem”: pureza, valentia e brio. Essa tendência é típica do: a) romance urbano. b) romance regionalista. c) romance indianista. d) poemas épicos. e) poemas históricos. 28. UEMS 10 “Maldição baudelaire macalé luiz melodia/ quanta maldição/ o meu coração não quer dinheiro/quer poesia/ baudelaire e macalé luiz melodia/ rimbaud a missão/ poeta e ladrão/ escravo da paixão sem guia/ edgar allan poe tua mão na pia/ lava com sabão/ tua solidão/ tão infinita quanto o dia/ vicentinho van gogh luiza erundina/ voltem pro sertão/ pra plantar feijão/ tulipas para a burguesia/ baudelaire macalé luiz melodia/ waly salomão/ itamar assumpção/ o resto é perfumaria” BALEIRO, Zeca. In: Vô imbolá, 1999. GABARITO Em sua música “Maldição”, Zeca Baleiro menciona Edgar Allan Poe (grande influência para muitos escritores brasileiros, especialmente para uma das gerações do Romantismo). Uma das obras em que podemos observar tal influência é Noite na taverna e seu autor foi um dos mais influenciados por Poe. Referimo-nos a: a) Álvares de Azevedo. b) Gonçalves Dias. c) Casimiro de Abreu. d) Castro Alves. e) Olavo Bilac. 29. Uneb-BA “Quando Seixas convenceu-se que não podia casar com Aurélia, revoltou-se contra si próprio. Não se perdoava a imprudência de apaixonar-se por uma moça pobre e quase órfã, imprudência a que pusera remate o pedido do casamento. O rompimento deste enlace irrefletido era para ele uma coisa irremediável, fatal; mas o seu procedimento o indignava. Aurélia percebeu imediatamente a mudança que se havia operado em seu noivo, e inquiriu do motivo. Fernando disfarçou; a moça não insistiu; e até pareceu esquecer a sua observação. Uma noite porém, em que Seixas se mostrara mais preocupado, na despedida ela disse-lhe: — A sua promessa de casamento o está afligindo, Fernando; eu lha restituo. A mim basta-me o seu amor, já lho disse uma vez; desde que mo deu, não lhe pedi nada mais.” IMPRIMIR ALENCAR, José de. Senhora: perfil de mulher. São Paulo: FTD, 1992. p. 104-6. Considerando-se o fragmento inserido no contexto da obra, é verdadeira a afirmativa: a) O personagem Seixas revela-se guiado por sentimentos nobres. b) Aurélia Camargo, na narrativa, desempenha, quanto à relação amorosa, o papel da mulher fraca, sem força de vontade. c) A obra, enquanto romântica, vê com naturalidade o casamento de conveniência. d) Os personagens são desprovidos de idealizações, enfocados como pessoas comuns. e) A obra apresenta o final feliz, típico desfecho da narrativa romântica. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 30. UFF-RJ As estrofes abaixo, partes do poema Canção do Tamoio, representam um momento da literatura brasileira em que se buscou, através do sentimento nativista, inspiração em elementos nacionais, especialmente nos índios e em sua civilização. “Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida; Viver é lutar. A vida é combate Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos, Só pode exaltar. Um dia vivemos! O homem que é forte Não teme da morte; Só teme fugir; No arco que entesa Tem certa uma presa, Quer seja tapuia, Condor ou tapir. E pois que és meu filho, Meus brios reveste; Tamoio nasceste, Valente serás. Sê duro guerreiro Robusto, fragueiro, Brasão dos tamoios Na guerra e na paz. As armas ensaia, Penetra na vida: Pesada ou querida, Viver é lutar. Se o duro combate Os fracos abate, Aos fortes, aos bravos, Só pode exaltar.” 11 GABARITO DIAS, Gonçalves. Poesia Completa. Rio de Janeiro: José Aguilar Ltda., 1959, p. 372. Identifique o momento literário a que pertence o poema Canção do Tamoio. a) Barroco. d) Naturalismo. b) Realismo. e) Romantismo. c) Modernismo. 31. UFF-RJ O sofrimento amoroso é freqüente nas obras dos poetas românticos, como se pode observar abaixo: IMPRIMIR “Se Se Morre de Amor! Sentir, sem que se veja, a quem se adora, Compr’ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos, Segui-la, sem poder fitar seus olhos, Amá-la, sem ousar dizer que amamos, E, temendo roçar os seus vestidos, Arder por afogá-la em mil abraços: Isso é amor, e desse amor se morre!” DIAS, Gonçalves. Poemas de Gonçalves Dias. São Paulo, Cultrix, [s/d]. A característica que situa o fragmento dentro da poética romântica é: a) evasão no espaço, transportando o eu-lírico para um lugar ideal, junto à natureza; b) forte subjetivismo, revelando uma visão pessimista da vida; c) idealização do amor, transcendendo os limites da vida física; d) realização de poemas lírico-amorosos, valorizando o idioma nacional; e) idealização da mulher, conduzindo o eu-lírico à depressão. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 32. UFRS Leia as afirmações abaixo sobre os romances O Guarani e Iracema, de José de Alencar. I. Em O Guarani, tanto a casa de Mariz, representante dos valores lusitanos, quanto os Aimorés, que retratam o lado negativo da terra americana, são destruídos. II. Em Iracema, a guardiã do “segredo da jurema” abandona sua tribo para seguir Martim, o homem branco por quem se apaixonara. III. Em O Guarani e Iracema, as personagens indígenas – Peri e Iracema – morrem em circunstâncias trágicas, na certeza de que serão vingadas. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 33. UFRS Leia o texto abaixo. No romance ..............., de José de Alencar, uma ............... apaixona-se por um provinciano recém chegado ao Rio de Janeiro, experimentando, a partir daí, um processo gradativo de ................ 12 Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto acima. a) Lucíola – cortesã – purificação espiritual. b) A Pata da Gazela – camponesa – degeneração física. c) Lucíola – aristocrata – degradação moral. d) Senhora – adolescente – enriquecimento material. e) Senhora – adolescente – ascensão social. IMPRIMIR GABARITO 34. Unicamp-SP Em Ubirajara, tal como em Iracema e em O Guarani, José de Alencar propõe uma interpretação de Brasil em que o índio exerce um papel central. a) Que sentido têm as sucessivas mudanças de nome do protagonista no romance? b) Qual o papel das notas explicativas nesse romance? Do que elas tratam em sua maior parte? c) Como o romance e suas notas tratam o ritual antropofágico, no empenho de construir uma visão do período pré-cabralino? 35. UFMS Considerando a leitura do romance Inocência, do Visconde de Taunay, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01. Às descrições da natureza típica do cerrado brasileiro, palco da história do amor de Inocência e Meyer, misturam-se cenas da Guerra do Paraguai, conflito que traz para a cena do romance o soldado Cirino, que se apaixona pela bela sertaneja, tentanto tirá-la dos braços de seu amado. 02. Apesar do afeto que Pereira sente pela filha, ela é motivo de constante preocupação para o pai, uma vez que, por obra de qualquer descuido, pode pôr a perder a honra familiar, aliás uma opinião estendível a outras mulheres em idade casadoura. Segundo Pereira: “Ih, meu Deus, mulheres numa casa, é coisa de meter medo...São redomas de vidro que tudo pode quebrar...” 04. Durante um almoço, Pereira enaltece a fartura do Brasil, ao ouvir de Meyer notícias sobre a morte de pessoas, à míngua, durante o inverno europeu. Essa exaltação dos recursos alimentares do país, sinônimo dos recursos naturais do Brasil, é um reflexo da busca e aclamação dos elementos constitutivos de uma nação brasileira, independente do julgo da metrópole portuguesa. 08. De acordo com a narrativa, são ressaltados aspectos pitorescos do sertão brasileiro, em contraste com a vida na corte, mais precisamente no Rio de Janeiro, sob a influência das culturas européias, em especial a francesa. Essa comparação visa a demonstrar a superioridade do modo de vida na corte e a pobreza e a ignorância do sertanejo. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 36. Unifor-CE Considere as seguintes afirmações sobre o romance Iracema, de José de Alencar: I. Ao apresentar esta obra como “lenda do Ceará”, o autor já indica a combinação que fará entre elementos históricos e fantasia. II. O autor valeu-se de uma narrativa, mas não deixou de explorar sistematicamente recursos típicos da linguagem poética. III. Aqui, diferentemente do que ocorre na obra de Gonçalves Dias, a personalidade, os costumes, os valores e a cultura do índio real estão fielmente retratados. Está correto somente o que se afirma em: a) I. d) I e II. b) II. e) II e III. c) III. Para responder às questões 37 e 38, leia os textos a seguir: “Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais!” Casimiro de Abreu. 13 “Nasci no campo, e ao desprender-me das faixas infantis, ao saltar do berço, vi quase ao mesmo tempo o céu e o mar, os campos e as matas. Não foi na cidade, onde se morre abafado, não; foi ao ar livre, e, infante ainda, senti a brisa da praia brincar com meus cabelos e o vento da montanha trazer-me de longe o perfume das florestas. Que deliciosa vida aquela! Como eu corria por aqueles prados! Que colheita que fazia de flores! Que destemido caçador de borboletas! Ah! meus oito anos! Quem me dera tornar a tê-los!... Mas... nada, não queria, não; aos oito anos ia eu para a escola, e confesso francamente que a palmatória não me deixou grandes saudades.” ABREU, Casimiro de. Obras completas. Rio de Janeiro: Edição de Ouro, 1965. p. 203. 37. UFRJ O texto de Casimiro de Abreu apresenta um tema relevante no Romantismo: a infância. A abordagem desse tema é integralmente feita de acordo com o padrão romântico na literatura brasileira? Justifique a resposta, com suas palavras. IMPRIMIR GABARITO 38. UFRJ Associado ao tema da infância, o texto de Casimiro de Abreu aborda ainda outro tema significativo na literatura romântica: a relação entre o homem e a natureza. Ao tratar desse tema, o texto segue o padrão literário romântico? Justifique a resposta, com suas palavras. 39. UFPR Sobre o romance Senhora, de José de Alencar, é correto afirmar. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, trata-se de caso de exceção na ficção do autor, uma vez que o restante de sua obra romanesca é dedicado à reelaboração das origens históricas do país ou à apresentação romântica de cenários regionais. ( ) Heroína romântica, Aurélia recusa-se a utilizar-se do dinheiro para alcançar seus objetivos, servindo como porta-voz direta das críticas do autor aos valores burgueses. ( ) Em sua trajetória ao longo da narrativa, Fernando passa por uma transformação que o redime de suas atitudes iniciais, oferecendo condições para um desfecho feliz ao lado de Aurélia. ( ) Escrito na forma de um relato de memórias da protagonista, o romance apresenta os fatos do enredo em ordem cronológica, iniciando-se a narrativa com as recordações da infância de Aurélia. ( ) Até o final do romance, o autor consegue sustentar a atenção dos leitores, ocultando habilmente as razões que levaram ao desentendimento entre os protagonistas. ( ) A escassez de detalhes descritivos e a incorporação de elementos da cultura popular são algumas das características fundamentais do estilo de Alencar, o que o opõe aos autores da geração literária que sucedeu à sua. ( ) A transação que resulta no vínculo entre Aurélia e Fernando acaba por permitir que outro casal, ligado por laços afetivos sinceros, mas divididos por razões econômicas, possa encontrar sua felicidade. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 40. Unioeste-PR Com respeito à leitura de O Guarani, assinale a(s) alternativa(s) procedente(s). 01. O tom confidencial da narrativa, focalizado em primeira pessoa, reforça a grandeza do índio Peri. 02. A natureza age como mediadora: o óleo da cabuíba, como um bálsamo poderoso, salva Peri da morte. 04. A descrição que o narrador faz de Álvaro (cap. III – “A Bandeira”) é representativa da tese de Rousseau sobre a bondade natural do selvagem. 08. O brasão escondido de Loredano e sua devoção a Dom Antônio de Mariz são exemplos da presença do medievalismo na literatura romântica. 16. A apresentação que o narrador faz do rio Paquequer registra um típico processo de animização, incorporado a uma atmosfera metaforicamente medieval. 32. A ação do romance, em termos históricos, transcorre no século XVII, apesar do autor ter escrito a obra na segunda metade do século XIX. 64. A elevação de sentimentos e nobreza de caracteres, em oposição à vilania e à maldade, é ilustrada através da oposição entre Cecília e Isabel, no cap. V, intitulado “Loura e Morena”. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 14 41. PUC-SP A questão central proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento. Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance. a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes: preço, quitação, posse, resgate. b) Aurélia Camargo, preterida por Fernando Seixas, compra-o e ele contumaz caça-dote, sujeita-se ao constrangimento de uma união por interesse. c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências sociais devem ser mantidas. d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante governado pelo dinheiro. e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele, o amor tudo vence. 42. UFMS Sobre o romance Inocência, de Visconde de Taunay, é correto afirmar que: 01. o pitoresco da paisagem sertaneja recebe especial atenção do narrador: os elementos da natureza são descritos minuciosamente, inclusive através de nomes científicos em notas de rodapé, como também as relações do homem com essa mesma natureza. 02. é um romance regionalista, de tendência sertanista, cuja linguagem possui os elementos necessários para a descrição da paisagem do interior brasileiro, além de explorar o conflito amoroso próprio da vertente romântica. 04. a austeridade do pai de Inocência é quebrada pela intensidade do amor que a filha devota a Cirino, levando-o a acobertar a fuga dos amantes da ira de Manecão. 08. Tico, o anão que vigia Inocência o tempo todo, é um dos tipos humanos descritos por Taunay que dá à narrativa um colorido especial. 16. Inocência é noiva de Manecão, por promessa de seu pai, Pereira. A jovem, no entanto, apaixona-se por Cirino, uma espécie de curandeiro ambulante que tenta salvá-la da febre. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 43. Unifor-CE “Palmares! A ti meu grito! A ti, barca de granito, Que no soçobro infinito Abriste a vela ao trovão, E provocaste a rajada, Solta a flâmula agitada aos uivos da marujada, Nas ondas da escravidão.” Está incorreta a seguinte afirmação sobre a estrofe acima: a) O tom, o tema e o sentimento predominante indicam tratar-se de versos de Álvares de Azevedo. b) O estilo e o elemento histórico remetem ao autor de Navio Negreiro e Vozes d’África. c) Essa estrofe é uma oitava, com versos de sete sílabas que cumprem um padrão de rimas. d) A expressão “barca de granito” é uma metáfora de “Palmares”, a comunidade dos escravos que resistiram ao cativeiro. e) São versos típicos de uma poesia que, romântica e exaltada, identificou-se plenamente com a causa dos abolicionistas. 15 44. Cefet-RJ “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros do que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.” ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione, 1994,. p. 10. “Após a independência, século XIX, a nova nação ‘precisava ajustar-se aos padrões de modernidade da época. (...) Havia a necessidade de auto-afirmação da Pátria que se formava.’” GABARITO NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998. p. 125. No texto de José de Alencar, temos uma das formas significativas do nacionalismo, sintetizado pelo: a) realismo naturalista; b) sentimentalismo realista; c) romantismo indianista; d) bucolismo neoclassicista; e) nativismo modernista. IMPRIMIR Instrução: Para responder às questões 45 e 46, ler o texto que segue. “(...) florestas virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias de verdura e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras. Tudo era grande e pomposo no cenário que a natureza, sublime artista, tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos, em que o homem é apenas um simples comparsa. No ano da graça de 1604, o lugar que acabamos de descrever estava deserto e inculto; a cidade do Rio de Janeiro tinha-se fundado havia menos de meio século, e a civilização não tivera tempo de penetrar o interior. Entretanto, via-se à margem direta do rio uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma eminência e protegida de todos os lados por uma muralha de rocha cortada a pique. (...) A habitação (...) pertencia a D. Antônio de Mariz, fidalgo português cota d’armas e um dos fundadores da cidade do Rio de Janeiro.” Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 45. PUC-RS O Brasil português revela-se no trecho da obra ..............., de José de Alencar, através da fundação daquela que se tornaria a sua capital. A personagem referida, ............... de Cecília, que é a protagonista da obra, ............... o poder e a audácia dos novos habitantes. a) O Guarani – irmão – mitifica b) Iracema – tutor – critica c) O Guarani – pai – representa d) Iracema – tio – retrata e) Ubirajara – progenitor – rejeita 46. PUC-RS A obra em questão ............... o passado histórico por meio de uma visão ............... da ideologia dominante, como se pode observar, por exemplo, em relação ao processo de ............... à cultura europeizada por que passa Peri. a) rejeita – pessimista – adaptação b) redimensiona – inovadora – rejeição c) enaltece – ufanista – conformação d) idealiza – conservadora – rejeição e) recupera – comprometida – adaptação Texto para a questão 47. 16 “Ossian o bardo é triste como a sombra Que seus cantos povoa. O Lamartine É monótono e belo como a noite, Como a lua no mar e o som das ondas… Mas pranteia uma eterna monodia, Tem na lira do gênio uma só corda; Fibra de amor e Deus que um sopro agita: Se desmaia de amor a Deus se volta, Se pranteia por Deus de amor suspira. Basta de Shakespeare. Vem tu agora, Fantástico alemão, poeta ardente Que ilumina o clarão das gotas pálidas Do nobre Johannisberg! Nos teus romances Meu coração deleita-se… Contudo, Parece-me que vou perdendo o gosto, (…)” GABARITO AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. 47. FUVEST-SP Considerando-se este excerto no contexto do poema a que pertence (“Idéias íntimas”), é correto afirmar que, nele, a) o eu-lírico manifesta tanto seu apreço quanto sua insatisfação em relação aos escritores que evoca. b) a dispersão do eu-lírico, própria da ironia romântica, exprime-se na métrica irregular dos versos. c) o eu-lírico rejeita a literatura e os demais poetas porque se identifica inteiramente com a natureza. d) a recusa dos autores estrangeiros manifesta o projeto nacionalista típico da segunda geração romântica brasileira. e) Lamartine é criticado por sua irreverência para com Deus e a religião, muito respeitados pela segunda geração romântica. 48. UEMS “O major tinha razão: o Leonardo não parecia ter nascido para emendas. Durante o primeiros tempos de serviço tudo correu às mil maravilhas; só algum mal-intencionado poderia notar em casa de Vidinha uma certa fartura desusada na despensa; mas isso não era coisa em que alguém fizesse conta.” IMPRIMIR Memórias de um sargento de milícias. Com base no texto acima, é correto afirmar: a) Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, foi o primeiro escrito no Brasil. b) Romance de Manuel Antônio de Almeida, possui pouco valor como documentário ou crônica de uma época. c) A crítica vê em seu romance um caráter regionalista. d) Escrito na época do Romantismo, Memórias de um sargento de milícias está totalmente de acordo com as características do momento. e) Não há como negar o tom realístico do qual se carrega a narrativa, evidenciado na linguagem simples e na representação de pessoas comuns. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar As questões 49 e 50 referem-se ao seguinte texto: “O primeiro navio destacado da conserva para levar a Portugal a notícia do descobrimento do Brasil, e com instâncias ao rei de Portugal para que por amor da religião se apoderasse d’esta descoberta, cometera a violência de arrancar de suas terras, sem que a sua vontade fosse consultada, a dois índios, ato contra o qual se tinham pronunciado os capitães da frota de Pedro Álvares. Fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia: era a cobiça disfarçada com pretextos da religião, era o ataque aos senhores da terra, à liberdade dos índios; eram colonos degradados, condenados à morte, ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para darem largas às depravações do instinto bruto.” DIAS, Gonçalves. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 4º trim. 1867, p. 274. GABARITO 50. UFF-RJ Índice é tudo aquilo que indica ou denota uma qualidade ou característica especial. No texto, Gonçalves Dias afirma que “fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia” porque aquela história: a) seria produzida por pessoas moralmente condenáveis, que alegavam razões religiosas para seus atos, mas que eram movidas pela ganância; b) seria conduzida por personagens da mais alta idoneidade moral, que se dedicavam intensamente à causa da conversão do indígena brasileiro; c) seria arquitetada por colonos degradados, condenados à morte ou espíritos baixos, que buscavam no Brasil a redenção de seus pecados; d) seria derivada da cobiça disfarçada com pretextos da religião, que evitava o ataque dos colonos degradados aos senhores da terra e à liberdade dos índios; e) seria causada pelos condenados à morte, ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para se redimirem, convertendo os índios. IMPRIMIR 17 49. UFF-RJ A visão de Gonçalves Dias no texto: a) reforça a posição dos brasileiros que desejam comemorar os 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, como se esta tivesse sido um evento relevante e benéfico para os habitantes de nossa terra; b) insere-se no contexto do Romantismo, que busca ressaltar os aspectos negativos da colonização portuguesa, como elemento motivador para um distanciamento e uma diferenciação em relação a Portugal; c) recusa a idéia da violência que teria caracterizado a colonização portuguesa no Brasil, como se a esquadra de Pedro Álvares não houvesse enviado dois índios a Portugal, contra a vontade deles; d) ressalta a concordância a que os capitães da frota de Pedro Álvares teriam chegado, como se o consenso de todos estes comandantes justificasse a atitude de enviar os dois índios ao rei português; e) valoriza e confirma a iniciativa de alguns órgãos de imprensa que celebram a conquista portuguesa como fator importante para nosso posterior desenvolvimento como nação. 51. PUC-RS Além dos romances históricos e/ou indianistas, José de Alencar retratou, em obras como ..............., contextos e temáticas urbanas, bem como criou romances de tendência ............... . A preocupação em retratar a ............... do país através de temas nacionais configura-se como um dos aspectos mais significativos do Romantismo brasileiro, apesar do tom artificial de alguns romances. a) A Moreninha – realista – desigualdade. b) Senhora – abolicionista – simplicidade. c) A Escrava Isaura – regionalista – diversidade. d) O Moço Loiro – realista – complexidade. e) Lúciola – regionalista – diversidade. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 52. UFRS Leia as estrofes seguintes, extraídas do poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias. “Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. (...) Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.” 18 Em relação à Canção do Exílio é correto afirmar que: a) exalta a natureza brasileira em sua fauna e sua flora, destacando-se pela temática regionalista; b) se trata de um soneto clássico que celebrizou o poeta como um dos mais importantes do Romantismo brasileiro; c) é um canto de amor à pátria e teve alguns dos seus versos incorporados à letra do Hino Nacional; d) as estrelas e as flores, referidas na segunda estrofe, simbolizam a falta de preocupação com os problemas do período colonial; e) os versos da última estrofe acentuam o sentimento do exílio e expressam o desejo do poeta de morrer em Portugal. 53. FUVEST-SP “Teu romantismo bebo, ó minha lua, A teus raios divinos me abandono, Torno-me vaporoso… e só de ver-te Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.” IMPRIMIR GABARITO AZEVEDO, Álvares de. “Luar de verão”, Lira dos vinte anos. Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a a) ironia romântica. b) tendência romântica ao misticismo. c) melancolia romântica. d) aversão dos românticos à natureza. e) fuga romântica para o sonho. 54. UFMS Com relação às Memórias de um Sargento de Milícias, é correto afirmar que: 01. uma das características da obra é a utilização da linguagem oral, característica das classes de alta cultura e condição social confortável. 02. o personagem principal, Leonardo, é um anti-herói, um aventureiro, contrariando as convenções literárias da época, o Romantismo, que previa heróis moralmente elevados, capazes de atos de bravura e coragem. 04. o narrador interrompe com freqüência a narrativa, comentando as ações dos personagens, tornando a obra uma espécie de crônica da época, aproximando-a da estética realista. 08. é um romance urbano que apresenta grande variedade de tipos humanos (a parteira, a comadre, o compadre, o barbeiro, o chefe de polícia) e os problemas morais e sociais do Rio de Janeiro sob o reinado de D. João VI. 16. Leonardo, o personagem central, é filho de Leonardo Pataca e de Maria da Hortaliça, fruto de “uma pisadela e de um beliscão”, que mais tarde se casa com Vidinha e, por méritos próprios, torna-se sargento. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 55. UFSE “Quando junto de ti sinto às vezes Em doce enleio desvairar-me o siso, Nos meus olhos incertos sinto lágrimas... mas da lágrima em troca eu temo um riso!” Na estrofe acima, de Álvares de Azevedo, revela-se um traço forte de sua poesia, a: a) idealização da amada, retratada como musa etérea, solene e distante; b) projeção da própria morte, a um tempo temida e desejada; c) sátira impiedosa, pela qual se rebaixa a linguagem ao plano do cômico; d) insegurança amorosa, por temor de que a realidade rechace o devaneio lírico; e) força material do cotidiano, expressa num detalhismo quase realista. 56. U.F. Vitória-ES Observe com atenção o fragmento abaixo: “I- Juca -Pirama No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! (...)” 19 IMPRIMIR GABARITO DIAS, Gonçalves. I- Juca-Pirama. In: RIEDEL, Dirce. Literatura brasileira em curso. Rio de Janeiro: Bloch, 1969. p. 311 Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e assinale a alternativa que não confirma a visão idealizada do poeta em relação ao indígena brasileiro: a) O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo. b) “I-Juca-Pirama” expressa o nacionalismo de seu autor, que, ao idealizar a coragem e o heroísmo do índio brasileiro, atribuiu-lhe também alguns distúrbios de personalidade. c) O poema gonçalvino enalteceu e preservou as tradições indígenas brasileiras, incorporando-as ao orgulho nacional. d) O poeta romântico transformou o silvícola em um dos símbolos da autonomia cultural e da superioridade da nação brasileira. e) A poesia romântica indianista resgatou o passado histórico do Brasil e valorizou a bravura de seus habitantes naturais. 57. UFMG Em relação ao poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, é incorreto afirmar que ele pertence: a) ao projeto nacionalista romântico; b) à tendência romântica para a utopia; c) à temática romântica da nostalgia; d) à vertente romântica indianista. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 58. U.F. Santa Maria-RS Considere os versos de “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias. “Um dia vivemos! O homem que é forte Não teme da morte; Só teme fugir; No arco que entesa Tem certa uma presa, Quer seja tapuia, Condor ou tapir.” Vocabulário: Tapuia – identificação dada a tribos inimigas. Condor – ave semelhante à águia. Tapir – anta. Conforme os versos transcritos, a) quem erra o alvo precisa fugir da caça; b) os índios estão em guerra contra os tapuias; c) a covardia é o único sentimento a ser temido pelos fortes; d) quem não tem boa pontaria é excluído do grupo de guerreiros; e) o bom índio se conhece pela qualidade do seu arco. 20 59. U.E. Ponta Grossa-PR Espumas flutuantes, de Castro Alves, é um conjunto de poemas que apresentam: 01. exaltação da natureza; 02. linguagem coloquial; 04. expressão de ideais românticos; 08. imaginação criadora; 16. satanismo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO Texto para a questão 60. “Idéias Íntimas (fragmento) VII XIII Em frente do meu leito, em negro quadro Havia uma outra imagem que eu sonhava A minha amante dorme. É uma estampa No meu peito na vida e no sepulcro. De bela adormecida. A rósea face Mas ela não o quis… rompeu a tela Parece em visos de um amor lascivo Onde eu pintara meus doirados sonhos. De fogos vagabundos acender-se… Se posso no viver sonhar com ela, E com a nívea mão recata o seio… Essa trança beijar de seus cabelos Oh! quantas vezes, ideal mimoso, E essas violetas inodoras, murchas, Não encheste minh’alma de ventura, Nos lábios frios comprimir chorando, Quando louco, sedento e arquejante, Não poderei na sepultura, ao menos, Meus tristes lábios imprimi ardentes Sua imagem divina ter no peito. No poento vidro que te guarda o sono! Álvares de Azevedo. (…) 60. CEETPS-SP Assinale a alternativa correta com relação ao texto. a) O idealismo, o sonho, a presença da morte, a imagem da mulher amada, presentes no poema, revelam o seu caráter romântico de segunda geração. b) Filiado ao Simbolismo, o poema recorre a imagens nebulosas e sugestivas, tais como: ventura e tristeza, vida e morte. c) Ao dizer “É uma estampa/de bela adormecida”, o poema denuncia sua familiaridade com relatos infantis, característica primordial do Romantismo. d) As referências ao universo da pintura, “negro quadro”, “rompeu a tela”, “onde eu pintara”, criam efeitos sinestésicos, confirmando a filiação do poema à estética simbolista. e) As marcas do erotismo, da loucura e do sonho presentes no poema serão retomadas de maneira similar na poesia parnasiana. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 61. UFMS Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, foi uma obra inicialmente publicada em folhetins, entre os anos de 1852 e 1853. Dentre as proposições abaixo, assinale a(s) correta(s) em relação ao romance em questão. 01. A obra pode ser classificada como um romance de costumes, uma vez que registra traços dos hábitos, tradições e falas de pessoas simples, do povo que vivia no Rio de Janeiro no começo do século XIX. 02. Apresenta-se, no romance, um nítido contraste entre as personagens masculinas e as femininas: enquanto os homens se distinguem pela honestidade, a retidão de caráter, a coragem e a fidelidade, as mulheres são devassas, vulneráveis e desonestas. 04. Embora o romance esteja inserido entre as produções do Romantismo, não se pode negar o teor realístico do qual se carrega a narrativa, seja no plano da forma - linguagem simples e direta -, seja no processo de construção das personagens - representação de pessoas comuns, de baixa renda e seus dramas cotidianos -, seja no espaço onde essas personagens circulam - a periferia do Rio de Janeiro. 08. As personagens do romance pertencem à classe dominante, à elite de sua época, e vivem situações idealizadas, características da estética romântica. 16. O desfecho da obra apresenta histórias de luto, dor e sofrimento, contrariando todo o desenvolvimento orientado pela narrativa. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. As questões 62 e 63 referem-se ao fragmento abaixo: 21 “Iracema, sentindo que se lhe rompia o seio, buscou a margem do rio onde crescia o coqueiro. Estreitou-se com a haste da palmeira. A dor lacerou suas entranhas; porém logo o choro infantil inundou sua alma de júbilo. (...) – Tu és Moacir, o nascido do meu sofrimento.” ALENCAR, José de. Iracema. GABARITO 62. U.F. Juiz de Fora-MG Sobre o romance Iracema, de José de Alencar, é incorreto afirmar que: a) destaca o elemento indígena como a verdadeira origem do povo brasileiro; b) o sentimento amoroso justifica as duras ações colonizadoras; c) a linguagem é um misto de narração e descrição lírica; d) é uma obra de teor nacionalista em que há uso da cor local. 63. U.F. Juiz de Fora-MG A partir do fragmento acima, e considerando a obra como um todo, assinale a alternativa incorreta: a) O amor entre Iracema e Martim desculpa simbolicamente a colonização, na perspectiva do idealismo romântico. b) Iracema entrega-se a Martim sem resistência, consciente da sua missão de gerar a nova raça, o mestiço povo brasileiro. c) A expressão “nascido do meu sofrimento” pode ser lida como índice da origem violenta da formação social brasileira. d) Alencar justifica, a seu modo, a morte da terra virgem pela necessidade se implantar nela uma civilização. 64. U.F. Santa Maria-RS IMPRIMIR “Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite Horrendos a dançar.” Assinale a alternativa que identifica, corretamente, autor, título da obra e período literário dos versos citados. a) Álvares de Azevedo – Noite na Taverna – Romantismo. b) Castro Alves – O Navio Negreiro – Romantismo. c) Aluísio Azevedo – O Mulato – Naturalismo. d) Álvares de Azevedo – Conde Lopo – Romantismo. e) Castro Alves – Vozes d’África – Romantismo. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 65. Cefet-PR O excerto a seguir foi extraído da obra Noite na Taverna, livro de contos escrito pelo poeta ultra-romântico Álvares de Azevedo (1831 – 1852). “Uma noite, e após uma orgia, eu deixara dormida no leito dela a condessa Bárbara. Dei um último olhar àquela forma nua e adormecida com a febre nas faces e a lascívia nos lábios úmidos, gemendo ainda nos sonhos como na agonia voluptuosa do amor. Saí. Não sei se a noite era límpida ou negra; sei apenas que a cabeça me escaldava de embriaguez. As taças tinham ficado vazias na mesa: aos lábios daquela criatura eu bebera até a última gota o vinho do deleite... Quando dei acordo de mim estava num lugar escuro: as estrelas passavam seus raios brancos entre as vidraças de um templo. As luzes de quatro círios batiam num caixão entreaberto. Abri-o: era o de uma moça. Aquele branco da mortalha, as grinaldas da morte na fronte dela, naquela tez lívida e embaçada, o vidrento dos olhos mal-apertados... Era uma defunta!... e aqueles traços todos me lembravam uma idéia perdida... – era o anjo do cemitério! Cerrei as portas da igreja, que, eu ignoro por quê, eu achara abertas. Tomei o cadáver nos meus braços para fora do caixão. Pesava como chumbo...” IMPRIMIR GABARITO 22 Com relação ao fragmento acima, afirma-se: I. Acentua traços característicos da literatura romântica, como o subjetivismo, o egocentrismo e o sentimentalismo; ao contrário, despreza o nacionalismo e o indianismo, temas característicos da primeira geração romântica. II. Idealiza figuras imaginárias, mulheres incorpóreas ou virgens, personagens que confirmam o amor inatingível, idealizado na literatura ultra-romântica. Desta forma, no 1º. parágrafo, o amor platônico não é superado pelo amor físico. III. Tematiza a morte, presente em grande parte da obra do autor. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. d) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. e) Apenas I e III estão corretas. c) I, II e III estão corretas. 66. UFGO Martins Pena foi o fundador da comédia de costumes do teatro brasileiro, da qual faz parte a peça O Noviço. Nessa obra, pode-se encontrar (Assinale V, para os itens verdadeiros, e F para os falsos) ( ) o predomínio da caricatura na concepção das personagens, baseada na exploração de tipos sociais facilmente identificados, o que leva ao efeito cômico desejado. ( ) o Brasil Colonial como pano de fundo histórico-social, época em que a influência jesuítica foi decisiva na política, na economia e principalmente na educação dos jovens, direcionando-os para a vida religiosa. ( ) a utilização de recursos dramáticos considerados primários, como o esconderijo, o disfarce e o erro de identificação, demonstrando a ingenuidade e a simplicidade que permeiam a edificação da trama. ( ) uma vinculação nítida com o contexto romântico, uma vez que a resolução dos conflitos se encaminha para o final feliz e a conseqüente realização amorosa dos dois jovens e, ainda, a punição do violão, recursos ostensivamente colhidos nos romances de folhetim da época. 67. Uniube-MG Marque (V) para as declarações que estão de acordo com o romance Senhora, de José de Alencar e (F) para as que não se aplicam adequadamente ao romance: ( ) O autor coloca no centro do romance não mais um herói, mas um ser venal inferior como é o caso de Seixas, que se casa pelo dote, em virtude da educação que recebera. ( ) Nesta obra, o equilíbrio, rompido temporariamente, acaba por restabelecer-se na medida em que o autor arranja uma solene redenção fazendo Seixas resgatar-se na segunda parte da história. ( ) Este romance testemunha que Alencar crê nas “razões do coração” e se seu moralismo se abate sobre as mazelas de um mundo antinatural (o casamento por dinheiro), sempre se salva a dignidade última dos protagonistas, e se redimem as transações vis repondo de pé herói e heroína. ( ) Embora existam personagens más em seu romance (Seixas, por exemplo), elas só o são aparentemente, pois Alencar acredita que pode operar-se nesse caráter uma transformação capaz de restituí-lo gradualmente à sua natureza generosa. A alternativa que contém a seqüência correta é: a) F – V – V – V. c) V – F – F – V. b) V – V – F – F. d) F – V – V – F. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 68. U.E. Ponta Grossa-PR “Se eu morresse amanhã”, com certeza, é um dos poemas mais lembrados de Álvares de Azevedo. “Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!” 23 Nele estão contemplados temas recorrentes em sua poesia e na estética romântica, como: 01. a exaltação de sentimentos pessoais, com desespero e pessimismo; 02. a análise crítica e científica dos fenômenos sociais brasileiros; 04. o desajustamento do indivíduo ao meio social, que conduz à dor, à aflição e à busca da solidão; 08. a valorização de elementos ligados à natureza, em poesia simples, pastoril, bucolicamente ingênua e inocente. 16. a morte como alívio para o “mal-do-século”. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 69. PUC-SP “Fragmento I Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Fragmento II É ela! é ela! — murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou — é ela! Eu a vi — minha fada aérea e pura — A minha lavadeira na janela! (…) Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!… Tinha na mão o ferro do engomado… Como roncava maviosa e pura!… Quase caí na rua desmaiado! (…) É ela! é ela! — repeti tremendo; Mas cantou nesse instante uma coruja… Abri cioso a página secreta… Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!” Os fragmentos acima são de Álvares de Azevedo e desenvolvem o tema da mulher e do amor. Caracterizam duas faces diferentes da obra do poeta. Comparando os dois fragmentos, podemos afirmar que, a) no primeiro, manifesta-se o desejo de amar e a realização amorosa se dá plenamente entre os amantes. b) no segundo, apesar de haver um tom de humor e sátira, não se caracteriza o rebaixamento do tema amoroso. c) no primeiro, o poeta figura a mulher adormecida e a toma como objeto de amor jamais realizado. d) no segundo, o poeta expressa as condições mais rasteiras de seu cotidiano, porém, atribui à mulher traços de idealização iguais aos do primeiro fragmento. e) no segundo, ao substituir a musa virginal pela lavadeira entretida com o rol de roupa suja, o poeta confere ao tema amoroso tratamento idêntico ao verificado no primeiro fragmento. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 70. UFGO A poesia de Gonçalves Dias pode ser dividida em três grandes vertentes temáticas: a indianista, a saudosista e a lírico-amorosa. A produção poética desse autor pode ser caracterizada da seguinte forma: ( ) na poesia indianista, predomina uma sensibilidade plástica singular, moldada por um cenário natural tipicamente brasileiro, no qual está inserido o primeiro habitante do País, o índio, numa representação quase sempre épica. ( ) na poesia saudosista, o poeta demonstra acentuadas marcas do nacionalismo vigente no Romantismo, como a exaltação do pitoresco nacional, em que se sobressai o tratamento exótico da natureza tropical. ( ) na poesia lírico-amorosa, pode-se encontrar um ultraromantismo já convencional, detectado no sentimentalismo exagerado, que deforma os encantos da mulher amada, e em lamentos melodramáticos, provocados pelo sofrimento do amor irrealizado. ( ) em todas as vertentes da poesia de Gonçalves Dias, a natureza tem um caráter expressivo e dinâmico. Ela é o refúgio acolhedor e o ideal de evasão do eu-poético, estabelecendo, assim, uma interdependência entre paisagem e estado de alma. 24 71. U.F. Uberlândia-MG-Modificada Sobre Iracema, de José de Alencar, podemos dizer que: 1. as cenas de amor carnal entre Iracema e Martim são de tal forma construídas que o leitor as percebe com vivacidade, porque tudo é narrado de forma explícita. 2. em Iracema temos o nascimento lendário do Ceará, a história de amor entre Iracema e Martim e as manifestações de ódio das tribos tabajara e potiguara. 3. Moacir é o filho nascido da união de Iracema e Martim. De maneira simbólica ele representa o homem brasileiro, fruto do negro e do branco. 4. A linguagem do romance Iracema é altamente poética, embora o texto esteja em prosa. Alencar consegue belos efeitos lingüísticos ao abusar de imagens sobre imagens, comparações sobre comparações. Assinale: a) se apenas 2 e 4 estiverem corretas; b) se apenas 2 e 3 estiverem corretas; c) se 2, 3 e 4 estiverem corretas; d) se 1, 3 e 4 estiverem corretas. IMPRIMIR GABARITO 72. UFRS Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. “Desta vez, porém, Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.” Considere as afirmações abaixo sobre o comentário feito em relação à palavra ingenuamente na última frase do texto. I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor. II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções. III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar LÍNGUA PORTUGUESA R O M A N T IS M O IMPRIMIR GABARITO 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 17. b 18. a 19. 23 20. 05 21. d 22. e 23. d 24. d 25. e 26. a 27. c 28. a 29. d 30. e 31. c 32. c 33. a a) Como todo povo, o índio brasileiro também tem suas tradições, sua cultura, a qual passa por diferentes estágios. Tais estágios são refletidos na mudança de nome do protagonista: Jaguaré é o nome do caçador, Ubirajara é o nome do guerreiro e Jurandir é o nome do hóspede. b) As notas tratam da língua e dos costumes dos índios. Considerando-se que as notas são objetivas e a narrativa é subjetiva, pode-se dizer que servem de complemento à narrativa. c) O ritual antropofágico é tratado sob a perspectiva indígena, e não européia. As notas contribuem tratando o ritual, não com o preconceito europeu, mas com benevolência. O romance confirma isso quando Pojucã pergunta se não é digno deste sacrifício, já que, tendo sido derrotado no combate com Ubirajara, a escravidão causaria mais vergonha que a própria morte. 06 a Não segue integralmente, pois, no último parágrafo, atribuem-se à infância traços negativos, que desmitificam sua imagem de passado idealizado a que se desejaria retornar. Sim, segue, pois a relação entre o homem e a natureza é apresentada de forma idealizada, já que, no texto, a natureza é lugar paradisíaco, de experiências positivas. F–F–V–F–F–F–V 50 c 27 d c c a a e b V–F–V–V d e a c 21 e a e V–F–V–V–V e c c d c d Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. a e c a 14 a b b c 13 a 05 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. a b e c V–F–V–V a 17 c V–V–F–V a e IMPRIMIR GABARITO 2 Voltar Língua Portuguesa - Romantismo Avançar LÍNGUA PORTUGUESA C L A S S IC IS M O 1. FUVEST-SP Em Os Lusíadas, as falas de Inês de Castro e do Velho do Restelo têm em comum a) a ausência de elementos de mitologia da Antigüidade clássica. b) a presença de recursos expressivos de natureza oratória. c) a manifestação de apego a Portugal, cujo território essas personagens se recusavam a abandonar. d) a condenação enfática do heroísmo guerreiro e conquistador. e) o emprego de uma linguagem simples e direta, que se contrapõe à solenidade do poema épico. 1 2. FUVEST-SP Considere as seguintes afirmações sobre a fala do velho do Restelo, em Os Lusíadas: I. No seu teor de crítica às navegações e conquistas, encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram, experiência esta já acumulada na época em que o poema foi escrito. II. As críticas aí dirigidas às grandes navegações e às conquistas são relativizadas pelo pouco crédito atribuído a seu emissor, já velho e com um “saber só de experiência feito”. III. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto criticou o feito quanto o exaltou. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. GABARITO 3. PUC-SP “Tu só, tu, puro amor, com força crua Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas, O nome que no peito escrito tinhas.” Os Lusíadas, obra de Camões, exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa. Entretanto, oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano, inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um todo, pode afirmar-se que seu núcleo central IMPRIMIR a) personifica e exalta o Amor, mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês. b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos. c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro, legítima herdeira do trono de Portugal. d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha. e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português. Voltar Língua Portuguesa - Classicismo Avançar LÍNGUA PORTUGUESA C L A S S IC IS M O 1. b 2. e 3. a IMPRIMIR GABARITO 1 Voltar Língua Portuguesa - Classicismo Avançar LÍNGUA PORTUGUESA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO II 1. UFMS Apresentamos, a seguir, dois trechos de uma reportagem publicada na revista Veja (30/08/00, p. 86-7), em que João Gabriel de Lima discute o projeto de lei nº 1676, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B, São Paulo), que proíbe o uso de palavras estrangeiras. O texto traz a opinião do articulista de Veja. IMPRIMIR GABARITO 1 Trecho 1: “O projeto é fruto de uma idéia fora do lugar (mais uma): a de que o português falado no Brasil estaria ameaçado de extinção, assim como o mico-leão-dourado e a arara-azul. Repete-se no terreno do idioma a mesma lengalenga que se desenrola no campo da economia. A invasão do inglês (o avanço do neoliberalismo) resultaria na derrocada da nossa inculta e bela língua (a empresa nacional). Para ilustrar essa tese, seus defensores sempre utilizam o mesmo e surrado exemplo: cartazes de lojas de shopping centers (ops, centros comerciais). Está certo que os abusos beiram o ridículo. Entre eles, estampar nas vitrines “sale” e “50% off” em vez de “liquidação” e “50% de desconto”. No entanto, multar um lojista por uma caipirice que depõe unicamente contra ele próprio é um exagero. Seria mais ou menos como cobrar uma pena pecuniária (gostou dessa, Rebelo?) de pagodeiros a cada erro de gramática que cometem.” Trecho 2: “Para os especialistas, o projeto mostra total ignorância do fenômeno lingüístico. ‘Um idioma evolui quando entra em contato com outros, e só alguém que não entende nada do assunto pode achar que é possível bloquear esse intercâmbio’, diz o professor John Robert Schmitz, americano naturalizado brasileiro, que leciona Lingüística Aplicada na Universidade de Campinas. É normal que uma língua se nutra de outras. Também é comum — e fato antigo — que os vocábulos a atravessar fronteiras venham, em geral, de uma cultura dominante. Até o início do século XX, era o francês o responsável pela maior parte das palavras ditas internacionais. Agora, essa primazia pertence ao inglês. A tal ponto que nem os esforços da Academia Francesa de Letras impediram que os conterrâneos de Gustave Flaubert adotassem o termo ‘week-end’ para fim de semana.” Segundo o texto, é correto afirmar que: (01) o exemplo utilizado pelos defensores da pureza do idioma — os cartazes de lojas de shopping centers — não prima exatamente pela originalidade. (02) o projeto de Aldo Rebelo limita-se a tentar impedir que a língua falada seja invadida por estrangeirismos, não fazendo qualquer referência ao emprego de tais termos na língua escrita. (04) os lojistas que exibem cartazes com termos estrangeiros em suas vitrines prejudicam apenas a si mesmos, não devendo, por isso, ser multados. (08) é possível detectar a presença de duas “vozes” que dialogam com o discurso sobre a língua: a “voz” da ecologia e a “voz” da economia. (16) ao contrário dos lojistas, os pagodeiros deveriam ser penalizados porque cometem erros absurdos de gramática que corrompem o idioma. (32) no terceiro período: A invasão do inglês (o avanço do neoliberalismo) resultaria na derrocada de nossa inculta e bela língua (a empresa nacional). As informações entre parênteses têm por função explicar os termos que os antecedem. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 2. UFMS Veja, agora, como o escritor Machado de Assis aborda a questão da língua, já explorada no texto acima. “Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.” In: Crítica literária, p. 47. 3. UFMS Todas as proposições a seguir, referentes aos trechos da questão 1, estão corretas, exceto: (01) a evolução de um idioma, através do intercâmbio com outras línguas, é um processo normal, que não se pode impedir. (02) para os especialistas, projetos e atitudes como os de Aldo Rebelo revelam-se absurdos porque traduzem um desconhecimento completo sobre a língua portuguesa e suas origens. (04) os vocábulos de uma dada língua que se incorporam a outras originam-se sempre de uma cultura dominante, o que pode ser observado desde tempos mais remotos. (08) em A tal ponto que nem os esforços da Academia Francesa de Letras impediram que os conterrâneos de Gustave Flaubert…, a expressão em negrito remete ao termo franceses, que não vem explicitado no texto, mas pode ser facilmente recuperado pelo leitor. (16) até o início do século XX, o francês foi o principal idioma a “exportar” palavras para os demais porque pertencia à cultura dominante da época, tendo sido, a partir de então, suplantado pelo inglês. (32) o trecho atribuído ao professor John Robert Schmitz vem em discurso direto, criando, com isso, um efeito de sentido de verdade e constituindo um importante argumento de autoridade para fundamentar a tese do intercâmbio lingüístico. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 2 Entre o ponto de vista do escritor e a opinião de especialistas, podemos fazer as seguintes comparações: (01) da mesma forma que o escritor fala de riquezas que se acrescentariam à língua, os estudiosos tomam os estrangeirismos como elementos positivos que fariam o idioma evoluir para melhor. (02) tanto Machado de Assis quanto especialistas aceitam, com naturalidade, a evolução das línguas. (04) afirma-se categoricamente que as mudanças ocorrem primeiro na fala para, só então, serem incorporadas à escrita. (08) ignora-se a influência do povo como propulsor das transformações ocorridas na língua. (16) enquanto Machado de Assis vincula as alterações por que um idioma passa ao fator tempo e às necessidades advindas dos usos e costumes, especialistas enfocam a questão do ponto de vista do intercâmbio com outras línguas. (32) posições contrárias à evolução de uma língua são duramente criticadas, ao passo que Machado de Assis assume uma atitude complacente em relação a seus opositores. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 4. PUC-RS Texto Carlos Drummond de Andrade “Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de [aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada Ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os [negócios, Garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às [cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma [insegura. […] Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” 3 O texto sugere que: a) as plantas não devem ser cultivadas nos centros urbanos. b) a flor nasce sem as marcas da urbanidade. c) a capacidade de resistência possibilita o inusitado surgimento da flor. d) nada pode interferir no fluxo da vida urbana. e) a convivência do homem com a natureza não deve ser estimulada. GABARITO 5. ITA-SP O texto a seguir foi publicado na seção “Cartas do leitor” da Folha de S. Paulo de 30/08/2000. Referida a um crime que teve repercussão na imprensa escrita e falada, esta carta dá uma notável demonstração de machismo e desprezo pelas mulheres. “A recente morte violenta de uma jornalista choca a todos porque, nesse fato, o assassino foge ao perfil comum de tais tipos, mas certas situações que levam a isso estão aí, nos círculos milionários, meios artísticos, esportivos e de poder. Tudo porque o homem não aprende. Há milênios, gosta de passar aos demais uma imagem de eterna juventude e virilidade, posando com fêmeas muito mais jovens. Fingem acreditar que elas estão aí por amá-los. São poucas vezes atraídas pelo seu intelecto, e muitas pela fama, poder e dinheiro. A durabilidade de tais ligações, no geral, termina quando tal fêmea atinge seu objetivo. Pior ainda, quando essa fêmea mostra também intelecto e capacidade de sobrevivência sem seu protetor. Duro, triste, real.” IMPRIMIR ZANINI, Laércio. Garça, SP. a) O texto usa, em relação às mulheres, um termo fortemente conotado, e lhes atribui um comportamento que as desqualifica. Transcreva uma frase em que o termo ocorre, associado à descrição de comportamentos que desqualificariam as mulheres. Sublinhe o termo em questão na sua frase. b) Quais os traços de caráter das mulheres em relação aos quais os homens deveriam se precaver, segundo o autor dessa carta? c) A quem se refere o autor da carta, na frase “o homem não aprende”? Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 6. Unicamp-SP (nota: o título de “ministro” é dado aos juízes do Supremo Tribunal Federal) “Pela diferença de um voto, o governo saiu vitorioso ontem no julgamento do pedido de liminar contra o artigo 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Uma retificação no voto do ministro Marco Aurélio de Mello garantiu a decisão do STF, que confirmou a constitucionalidade do artigo que estabelece os limites de gastos com pessoal para os três poderes. A revisão promovida pelo ministro Marco Aurélio favoreceu o governo, que corria o risco de ficar impedido de aplicar cortes de despesas com folha de pagamento previstas na lei, especialmente em relação aos Poderes Legislativo e Judiciário no âmbito dos Estados e Municípios. Existem ainda no STF outras cinco ações propostas pela oposição contra dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal.” O Estado de S. Paulo, 12/10/2000. a) No texto acima, ocorrem vários termos de jargão técnico que remetem a diversas fases do andamento de um processo no judiciário. Transcreva pelo menos três. b) O que os termos “retificação” e “revisão” informam sobre a participação do juiz Marco Aurélio de Mello no julgamento da questão? c) Do que trata o artigo 20 da lei de Responsabilidade Fiscal? Responda, com base no texto. 4 Texto para as questões 7 e 8. “A explosão dos computadores pessoais, as ‘infovias’, as grandes redes — a Internet e a World Wide Web — atropelaram o mundo. Tornaram as leis antiquadas, reformularam a economia, reordenaram prioridades, redefiniram os locais de trabalho, desafiaram constituições, mudaram o conceito de realidade e obrigaram as pessoas a ficar sentadas, durante longos períodos de tempo, diante de telas de computadores, enquanto o CD-Rom trabalha. Não há dúvida de que vivemos a revolução da informação e, diz o professor do MIT, Nicholas Negroponte, revoluções não são sutis.” 7. Fuvest-SP No texto, a expressão que sintetiza os efeitos da revolução operada pela informática é a) “atropelaram o mundo”. b) “tornaram as leis antiquadas”. c) “reformularam a economia”. d) “redefiniram os locais de trabalho”. e) “desafiaram constituições”. 8. Fuvest-SP A expressão “revoluções não são sutis” indica a) a natureza efêmera das revoluções. b) a negação dos benefícios decorrentes das revoluções. c) a natureza precária das revoluções. d) o caráter radical das revoluções. e) o traço progressista das revoluções. IMPRIMIR GABARITO Jornal do Brasil, 13/02/96. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 9. UFMS Leia o seguinte texto da propaganda de calçados da coleção Primavera-Verão da Picadilly: “Chega um momento que você pára de acreditar em príncipes encantados e passa a exigir homens de verdade. Tem um momento que você percebe que não é você que não entra no sapatinho de cristal. É o maldito sapatinho que não serve para você.” Caras, 15/9/00. 5 De acordo com o material publicitário reproduzido acima, é incorreto afirmar que: (01) no primeiro período, os verbos parar (de) e passar (a) indicam, como conteúdos pressupostos, que a interlocutora anteriormente acreditava em príncipes encantados, apesar de gostar de homens de verdade. (02) com o objetivo de opor realidade e fantasia, recorre-se à intertextualidade com o popular conto de fadas Gata Borralheira, também conhecido como Cinderela. (04) o uso de você é um recurso típico do texto publicitário, sugerindo maior proximidade com o interlocutor/leitor. (08) a figura de linguagem que aparece no segundo período é a metonímia, uma vez que se toma o todo (a pessoa) pela parte (os pés). (16) os anunciantes da coleção Primavera-Verão da Picadilly utilizam argumentos genéricos para seduzir o grande público, não se voltando, portanto, para um segmento específico da sociedade. (32) a atribuição de uma qualidade negativa ao sapatinho (de cristal) sugere, por oposição, a valorização dos calçados anunciados. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 10. UnB-DF Um anúncio publicitário tem por finalidade influenciar o público, estimulandoo a adquirir um produto ou a contratar um serviço. Alguns anúncios são sabidamente enganosos, pois ludibriam o cliente, que acaba comprando gato por lebre, e, por isso, são proibidos pelo Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. Há, entretanto, anúncios que apresentam apenas informações verídicas. Todavia, mesmo um anúncio honesto pode apresentar alguma impropriedade lingüística que comprometa a qualidade da mensagem transmitida, ludibriando involuntariamente o consumidor. Tendo em vista essa observação, leia o anúncio que se segue. “O XYZ é o primeiro com airbags laterais na categoria. É o primeiro carro brasileiro com acoustic parking system. Tem carroceria 100% galvanizada, 12 anos de garantia anticorrosão, freios ABS de 5ª geração, ar-condicionado inteligente, motor com 5 válvulas por cilindro, direção hidráulica e coluna de direção ajustável em altura e profundidade. E ainda foi considerado o carro mais seguro do segmento pelo Clube do Automóvel. XYZ. O design é compacto. Mas a tecnologia é imensa.” Época, nº 82, 13/12/99, p. 53 (com adaptações). Com relação a esse anúncio, julgue os itens a seguir como verdadeiros ou falsos. ( ) O primeiro período do anúncio não apresentará alteração de sentido se for assim reescrito: O XYZ é o primeiro na categoria e tem airbags laterais. ( ) Se o trecho “Tem carroceria 100% galvanizada” estivesse redigido como Tem 100% da carroceria galvanizada, a mensagem do anúncio estaria preservada. ( ) O trecho “Tem carroceria 100% galvanizada, 12 anos de garantia anticorrosão” permite dupla interpretação: ou todas as peças metálicas do XYZ têm 12 anos de garantia anticorrosão ou apenas a carroceria a tem. Dessa forma, é possível considerar que o anúncio poderá ludibriar o consumidor que der a ele a primeira interpretação. ( ) No trecho final, iniciado em “E ainda” o anúncio afronta o Código Brasileiro de Defesa do Consumidor porque lança uma auto-avaliação sem informar que sistema antifurto a sustenta. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 11. Univali-SC “Deusa grega decidia julgamentos empatados De onde veio a expressão ‘voto de Minerva’? Da Grécia antiga. Minerva é o nome romano da deusa da sabedoria, Atena. ‘O episódio que deu origem à expressão está narrado na peça Eumênides, de Ésquilo (525 a.C. - 456 a.C.)’, conta o professor de Língua Portuguesa Francisco Platão Savioli, da Universidade de São Paulo. Nessa tragédia, Clitemnestra, ajudada pelo amante, Egisto, assassina o marido, Agamênon. Orestes, o filho dela, mata os dois para vingar o pai e é perseguido pelas Fúrias, três monstruosas divindades aladas que puniam os criminosos. Para julgar o crime, Atena funda um tribunal chamado Areópago (que realmente existiu, na Antigüidade, em Atenas). Só que o julgamento terminou empatado e a deusa decidiu pela absolvição de Orestes. A tragédia de Ésquilo, o primeiro dos grandes dramaturgos clássicos gregos, projetou o mito muito além da sua época. Com a posterior elaboração e consolidação da jurisprudência romana, Atena virou Minerva e a instituição do voto de desempate, dado pelo presidente de um tribunal, passou para outras civilizações.” Superinteressante, julho de 1998. 6 Podemos concluir do texto acima que: a) Eumênides é a peça escrita por Ésquilo, grande dramaturgo grego, que inventou a expressão. b) O professor Francisco Platão Savioli explica em um texto descritivo a origem da expressão. c) O texto contém uma explicação histórico-científica para a expressão “voto de Minerva”. d) Atualmente, quando acontece empate em julgamento, o juiz se utiliza do voto de Minerva para absolver o réu. e) Tudo o que foi narrado pelo escritor do artigo não passa de ficção. 12. U. Metodista-SP Texto 1 “Por isso, a empresa está informatizando todo o seu sistema, para resolver os pepinos em tempo.” NP, 07.07.91, p. 2 F.35, apud DIAS, Ana Rosa Ferreira. O discurso da violência — as marcas da oralidade no jornalismo popular. S. Paulo: editora EDUC/Cortez, 1996 Texto 2 “Os malacos tinham arrombado a escola Paradigma, que fica na mesma rua. Quando sacaram que pintou sujeira, fugiram. Nessa hora, Christi estava tirando seu Santana da garagem. Os malacos chegaram junto dela e mandaram-na passar as chaves.” NP, 24.07.91, p. 6. F. 298, apud, op. cit. Texto 3 IMPRIMIR GABARITO “Liberado pelos médicos, o preso entrou no carro de polícia para voltar ao distrito. Aí, pintou confusão. Segundo os soldados, o malaco tentou roubar o revólver de Antônio Carlos. Rolou uma briga e Eudes sacou o berro, detonando três pipocos em Cícero. O cara morreu na hora.” NP, 27.07.91, p. 5, F. 339, apud, op. cit. Texto 4 “Um aviãozinho monomotor (de um motor só) caiu ontem de manhã na Baía da Guanabara…” NP, 27.07.91, p. 4, F. 230, apud, op. cit. Considerando somente os fragmentos de Notícias Populares acima, pode-se dizer que, no discurso jornalístico em questão, predomina I. uma oralidade bem marcada da qual se projetam elementos emocionais para envolver o leitor. II. a transformação de notícias em narrativas, em que não faltam, inclusive, marcas de oralidade. III. a mistura freqüente de linguagem culta e popular (oral), ou de linguagem popular e técnica. IV. uma preocupação de fundo metalingüístico. V. uma tendência para a hipérbole. VI. uma deformação dos significantes, perceptível em nível morfológico, para melhor se aproximar da língua padrão. Quanto às afirmações anteriores, estão corretas a) todas as afirmações. d) I, II, III, IV e VI. b) somente III e IV. e) I, II, III, IV e V. c) somente I e IV. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 13. “Modos brasileiros de escapar do ‘não’ Universalmente, as pessoas se escondem atrás de expressões comprometedoras para evitar a responsabilidade pelos atos ou opiniões e para fugir dos confrontos embaraçosos. Se essa ‘esquiva retórica’ fosse uma disciplina acadêmica, os brasileiros seriam PhDs nela. Seu talento nesse campo vem de eles terem aprendido como navegar em torno dos negativos. Veja as expressões propositadamente vagas como ‘pode ser’, ‘vamos ver’, ‘se der’, das quais os brasileiros diariamente se apropriam para desviar da palavra ‘não’. É por essa razão que frases igualmente descompromissadas como ‘eu te ligo’, ‘a gente se vê’ e ‘apareça lá em casa’ normalmente são escapadas e não promessas de um novo encontro. (…). Esses hábitos já estão enraizados nessa cultura. Sérgio Buarque de Holanda os flagrou mais de meio século atrás no seu estudo do ‘homem cordial’, um tipo de enganador charmoso. Membros dessa espécie híbrida, meio malandra, meio diplomata, podem ser classificados como ‘morde-e-assopra brasiliensis’. Eles se comunicam por meio de frases como ‘eu fico devendo’. Essa declaração faz com que qualquer trato não cumprido soe como um acordo amistoso. (…).” KEPP, Michael, correspondente no Brasil do jornal dominical The Observer, de Londres e da Fairchild Publications. In Folha de São Paulo, 1996. 7 13. U. Metodista-SP Assinale a alternativa que mais traduz o conceito de homem cordial no texto. a) o homem capaz de empreender encontros amistosos. b) aquele que, pela gentileza de seus atos, está honestamente preocupado com as regras sociais. c) o homem perspicaz, híbrido e, por essa razão, intencionalmente incapaz de magoar os outros. d) um “camaleão social”, inteligente frente aos obstáculos impostos pelo cotidiano. e) um “camaleão social” ironicamente analisado pela sua conduta. 14. PUC/Campinas-SP GABARITO “Na prática política, a palavra negociação associa-se ora ao requisito clássico da democracia, que é a busca do ‘acordo entre partes’, ora ao fundamento mercantilista dos ‘negócios’, ou mesmo das ‘negociatas’. Vários políticos valem-se dessa duplicidade de significados: sendo, de fato, espertos negociantes, justificam-se como hábeis negociadores.” Considere as seguintes afirmações sobre o texto acima: I. O tema explorado é o do duplo sentido que a palavra negociação ganha no âmbito da prática política. II. A tese defendida é a de que a acepção mercantilista do termo negociação pode ser maliciosamente encoberta pela acepção democrática. III. O tema é a prática da má política, e a tese é a de que as palavras deixam de ter sentido por causa dessa prática. Em relação ao texto, está correto o que vem afirmado em II somente. I e II somente. I e III somente. II e III somente. I, II e III. IMPRIMIR a) b) c) d) e) Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Instrução: as questões de números 15 e 16 referem-se ao texto. Texto 8 “Quais são, mesmo, os afluentes do Amazonas? Há pouco tempo faleceu um dos melhores professores que tive, Alfredo Steinbruch, que lecionava Física no Julinho. Lembro muito bem a primeira aula que nos deu, e que foi cercada da maior expectativa: como tinha fama de ralador, todos nós estávamos ansiosos. O professor Alfredo entrou na sala, foi direto para o quadro e escreveu: Calor → dilatação. Assim mesmo: calor – flechinha – dilatação. E todos nós imediatamente copiamos: calor – flechinha – dilatação. Ele pousou o giz, olhou-nos e fez uma pergunta que nos deixou a todos perplexos. Perguntou por que havíamos copiado aquilo. Ninguém soube responder. O professor então passou o resto da aula explicando: é mais importante entender do que copiar. Não sei como será a escola no futuro, mas de uma coisa estou seguro: a regra do professor Steinbruch será mais válida do que nunca. Durante muito tempo, ensino foi sinônimo de informação: nomes, datas, batalhas, lugares. Coisas que os alunos copiavam, ou liam nos livros, e memorizavam — porque aquilo caía no exame. Nada mais paradigmático a esse respeito do que a lista de afluentes do Amazonas. Trata-se de um rio longo, e portanto cheio de afluentes. Era preciso recitá-los de memória, os da margem esquerda e os da margem direita. Nós nunca tínhamos ido à Amazônia, nunca tínhamos visto os rios da região, mas sabíamos seus nomes. Por que é um mistério que nunca esclareci. Informação memorizada é algo que, daqui em diante, ficará cada vez mais por conta do computador. Não é preciso lembrar, é preciso saber como acessar. A memória do computador nos dará todo tipo de informações. O que o computador não nos ensinará é como entender as coisas. E também não nos ensinará o valor das emoções. Nesse binômio, entendimento e emoção, está o objetivo maior da educação. Exemplar, a esse respeito, é o ensino da literatura. A pergunta que, em geral, se faz a respeito de um texto é: o que quis o autor dizer com isso? Pergunta difícil, para a qual o próprio escritor muitas vezes não tem resposta. Eu perguntaria ao leitor, em primeiro lugar: o que sentiste lendo esse texto? Em que ele aumentou a tua compreensão do mundo, da vida? No futuro, os escolares saberão dos afluentes do Amazonas não recitando os nomes, mas indo até lá, conhecendo como é o lugar, como vivem os habitantes da região. E aí os nomes surgirão naturalmente. A propósito, como se chamam os afluentes da margem direita?” IMPRIMIR GABARITO Zero Hora, 26 set. 1999. Revista ZH. 15. U. F. Rio Grande-RS Assinale a alternativa cujo teor é incompatível com as idéias veiculadas pela crônica. a) No texto, é criticado o ensino que visa, basicamente, ao acúmulo de informações memorizadas. b) Entre outras idéias, o texto aponta o computador como o grande mestre do futuro, ao qual caberá a intransferível tarefa de educar gerações. c) O texto é portador da idéia de que o ensino desvinculado da realidade e das vivências do aprendiz, não cumpre seu real objetivo. d) Numa perspectiva otimista e confiante, o comentário do autor faz referência a um futuro em que inovações metodológicas tornarão o ensino mais produtivo e eficaz. e) Segundo o texto, é essencial que a educação contemple globalmente o ser, isto é, que o conceba como alguém dotado de inteligência e afetividade. 16. U. F. Rio Grande-RS A expressão Nada mais paradigmático é, no contexto, equivalente a: a) Nada é mais enfatizado. b) Nenhuma idéia é mais relevante. c) Nada é comparável. d) Não há exemplo mais adequado. e) Nenhuma informação memorizada é mais importante. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 17 e 18. “Um dos traços marcantes do atual período histórico é (…) o papel verdadeiramente despótico da informação. (…) As novas condições técnicas deveriam permitir a ampliação do conhecimento do planeta, dos objetos que o formam, das sociedades que o habitam e dos homens em sua realidade intrínseca. Todavia, nas condições atuais, as técnicas da informação são principalmente utilizadas por um punhado de atores em função de seus objetivos particulares. Essas técnicas da informação (por enquanto) são apropriadas por alguns Estados e por algumas empresas, aprofundando assim os processos de criação de desigualdades. É desse modo que a periferia do sistema capitalista acaba se tornando ainda mais periférica, seja porque não dispõe totalmente dos novos meios de produção, seja porque lhe escapa a possibilidade de controle. O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.” SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 9 17. Fuvest-SP No contexto em que ocorrem, estão em relação de oposição os segmentos transcritos em: a) novas condições técnicas / técnicas da informação. b) punhado de atores / objetivos particulares. c) ampliação do conhecimento / informação manipulada. d) apropriadas por alguns Estados / criação de desigualdades. e) atual período histórico / periferia do sistema capitalista. 18. Fuvest-SP Deduz-se corretamente do texto que a) a humanidade, por mais que avance tecnologicamente, não será capaz de superar o egoísmo. b) o crescente avanço da técnica terminará por superar o atraso das relações políticas. c) é da natureza do progresso que, a cada avanço tecnológico, corresponda um retrocesso político. d) o alcance universal do progresso técnico está em oposição à sua utilização para fins particulares. e) é próprio da informação atualizada que ela seja acessível somente às minorias mais ricas. GABARITO Texto para a questão 19: “O processo intenso de metropolização sofrido no Brasil a partir da instalação dos parques industriais e os surtos migratórios a eles associados inviabilizariam qualquer projeto de perpetuar o controle das formas de moradia e vizinhança nas grandes capitais. Espaços públicos e privados passaram a se fundir a contragosto das intenções normativas, não apenas nas ruas e na configuração heterogênea dos bairros, mas no avanço sobre mananciais — fonte para todas as pias, chuveiros e vasos sanitários das cidades — ou na própria violência que passaria a assaltar ruas e casas.” IMPRIMIR MARINS, Paulo César Garcez. História da vida privada no Brasil. 19. Fuvest-SP Segundo o texto, a) as novas formas de vizinhança e de moradia resultaram de uma política de urbanização progressiva e organizada. b) a urbanização das grandes metrópoles originou-se em modelos institucionais, estruturados segundo os padrões da época. c) as mudanças na organização de espaços públicos e privados foram conseqüência da industrialização e da migração. d) o abastecimento de água das grandes cidades, embora realizado de maneira desordenada, resultou de projetos governamentais. e) a violência urbana, decorrente da industrialização, intensificou-se nos bairros mais populares. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 20 e 21. “Domingo, 30 de maio de 1893 MORLEY, Helena. Minha vida de menina. 20. Fuvest-SP Leia, a seguir, algumas afirmações críticas acerca do texto. Assinale, entre elas, a incorreta. a) O texto põe a nu os desdobramentos de um sistema de desigualdades marcado por bloqueios e limitações sociais impostos a escravos recém-libertos. b) A narradora descreve em seu diário a possibilidade de efetiva ascensão social propiciada pelo regime político do Império, no Brasil do século XIX. c) Desvenda-se no discurso da menina narradora uma ótica de classe que parece apontar para a idéia de que os pobres não sabem como usar o dinheiro. d) As situações pitorescas de uma festa servem como pano de fundo às reflexões da narradora sobre o desejo de propriedade da gente-livre recém-liberta e as dificuldades para sua realização. e) Observa-se uma mescla de compaixão e ironia no discurso da narradora, ao reconhecer a festa popular como possibilidade imaginária de redefinição social pela superação fantasiosa das barreiras advindas da escravidão. 21. Fuvest-SP “Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na Igreja do Rosário, que é quase pegada à Chácara de vovó, eu gosto ainda mais.” Nesse primeiro período do texto, as palavras “mas”, “quando” e “que” podem ser substituídas, respectivamente e sem prejuízo do sentido, por: a) contudo; na época em que; as quais. b) pois; caso; a qual. c) porém; se; a qual. d) entretanto; se; da qual. e) porque; se; na qual. IMPRIMIR GABARITO 10 Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na Igreja do Rosário, que é quase pegada à Chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a festa é nossa. E este ano foi mesmo. Foi sorteada para rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia e para rei um negro muito entusiasmado que eu não conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há muito tempo ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou tudo na festa e ainda ficou devendo. Agora é que vi como fica caro para os pobres dos negros serem reis por um dia. Júlia com o vestido e a coroa já gastou muito. Além disso teve de dar um jantar para a corte toda. A rainha tem uma caudatária que vai atrás segurando na capa que tem uma grande cauda. Esta também é negra da Chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no entusiasmo dos pretos neste reinado tão curto. Nenhum rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá!” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 22: “A garota-propaganda, coitadinha! GABARITO 11 Já passava das oito horas da manhã e a garota-propaganda dormia gostosamente sobre o seu colchão Vulcaspuma, macio e confortável, que não enruga nem encolhe, facilmente removível e lavável. Foi quando o relógio despertador começou a tilintar irritantemente. (Você nunca dará corda num Mido). A pobrezinha, que tivera de agüentar a cantada de um patrocinador de programa (Agência Galo de Ouro — quem não anuncia se esconde) que prometera um cachê melhor, caso ela ficasse efetiva na programação, levantou-se meio tonta. Fora dormir inda agorinha. Estremunhada, entrou no banheiro, colocou pasta de dentes na escova e pôs-se a escovar com força. Ah… que agradável sensação de bem-estar! Depois do banho, abriu a cortina do boxe, que parece linho mas é linholene, e foi até a cozinha tomar um copo de leite. Tinha de estar pronta em seguida, para decorar páginas e páginas de texto que apanhara na véspera, no departamento comercial da televisão. Abriu a geladeira de 7 pés, toda impermeável, com muito mais espaço interior e que você pode adquirir dando a sua velha de entrada (a sua velha geladeira, naturalmente). Dentro não havia leite: — Não faz mal — pensou. (Tudo que se faz com leite, com Pulvolaque se faz.) O diabo é que também não tinha Pulvolaque. Procurou no armário uma lata daquele outro que se dissolve sem bater, mas também não achou. Tomou então um cafezinho mesmo e correu ao quarto para se vestir e arrumar o cômodo o mais depressa possível. Iria à cidade apanhar os textos de uma outra agência que precisavam ser decorados até as três; além disso, tinha de almoçar com um diretor de TV, a quem fingia aceitar a corte para poder ser escalada nos programas. Arrumou as coisas assim na base do mais ou menos. Fechou o sofá-cama, um lindo móvel que ocupa muito menos espaço em sua residência, e procurou o vestido verde que comprara no Credifácil, onde você adquire agora e só começa a pagar muito depois. O vestido não estava no armário. Lembrou-se então que o deixara na véspera dentro da pia, embebida na água com Rinso e o diabo é que o vestido, como ficou dito, era verde. Se fosse branco, depois ficaria explicado porque a roupa dela é muito mais branca do que a minha. Eram onze e meia quando chegou à cidade, graças à carona que pegara. Saltou da camioneta com tração dianteira e muito mais resistente, fez todas as coisas que precisava fazer em uma velocidade espantosa e entregou-se ao suplício de almoçar com o diretor de TV. Ali estão os dois escolhendo o menu. Ele pediu massa e perguntou se ela também queria (Aimoré você conhece — pensou ela), mas preferiu outra coisa. Garota-propaganda não pode engordar. Comeu rapidamente e aceitou o copo de leite que o garçom sugeriu. Afinal, não o tomara pela manhã. Foi botar na boca e ver logo que era leite em pó, em pó, em pó… Às três horas o programa das donas-de-casa. Às quatro, o teleteste que distribui brindes para você. De 5 às 8, decorar outros textos, de 8 e meia às 10, tome de sorriso na frente da câmara, a jurar que a liquidação anunciada era uma ma-ra-vi-lha. Aceite o meu conselho e vá verificar pessoalmente. Mas note bem. É só até o dia 30. Quase meia-noite e ela tendo de dançar com ‘seu’ Pereira, do ‘Espetáculo Biscoiteste’. Um velho chato, mas muito bonzinho. O diabo era aquele perfume que saía do cangote do seu par. Um perfume inebriante, que deixa saudade. Já eram quase três da matina, quando ela voltou para o seu apartamento com sala, quarto, banheiro, boxe, copa, quitinete e área interna, tudo conjugado, que comprara dando apenas trinta por cento na entrada e começando a pagar as prestações na entrega das chaves. Finalmente, vai poder dormir um pouquinho. E, aos pés do sofá-cama, faz a oração da noite: ‘Padre Nosso, que estais no Céu, muito obrigada pela atenção dispensada e até amanhã, quando voltaremos com novas atrações. Boa noite.’” IMPRIMIR PONTE PRETA, Stanislau. In: Primo Altamirando e elas. Rio de Janeiro: 1962 (com adaptações). 22. UnB-DF A partir da leitura compreensiva do texto, julgue os itens a seguir como verdadeiros ou falsos. ( ) A garota é chamada de “coitadinha” por ser vítima constante do assédio sexual dos patrocinadores. ( ) A garota-propaganda, vítima da sociedade de consumo, não conseguia mais separar sua vida privada de sua vida profissional. ( ) Quando não estava em frente das câmaras de televisão, a garota-propaganda passava seu tempo correndo de um lado para outro, decorando textos, saindo com pessoas desagradáveis e dormindo pouco. ( ) O nível de abrangência e a forma da narrativa permitem que se caracterize a postura do narrador como externa e restrita. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 23. ITA-SP Assinale a opção que melhor traduz o trecho em destaque do texto abaixo: ”O novo livro de Ubaldo pode ser visto como um belo exercício de retórica. Utiliza-se de Itaparica, da radioatividade natural e da história da ilha baiana para defender uma tese: a de que homens e mulheres podem ser igualmente grandes em suas realizações e virtudes, mas não podem escapar de seus pecadilhos e prevaricações, se se querem grandes.” SEREZA, H. D. Caderno 2/Cultura. O Estado de S. Paulo, 16/7/2000. a) Os pequenos erros são inevitáveis e essenciais para a grandeza de homens e mulheres. b) Os pequenos erros são importantes, mas não essenciais, para a grandeza de homens e mulheres. c) Ainda que os pequenos erros sejam inevitáveis, não contribuem para a grandeza de homens e mulheres. d) Não são os pequenos erros que tornam homens e mulheres grandes em suas realizações e virtudes. e) Os pequenos erros são inevitáveis para a grandeza de homens e mulheres. Texto para as questões de 24 a 26: 12 “Business Intercontinental da Iberia. Mais espaço entre as poltronas. IMPRIMIR GABARITO Viajar virou sinônimo de relaxar. Principalmente quando você tem à sua disposição uma poltrona de design ergonômico com maior capacidade para reclinar e 132 cm de espaço entre a sua poltrona e a da frente. Além disso, você conta com mais de 300 salas VIP em aeroportos no mundo todo e pode acumular e utilizar pontos no seu programa de milhagens voando com qualquer linha aérea da aliança oneworld. Business Intercontinental da Iberia. Sorria.” 24. Fuvest-SP No mesmo anúncio, a relação entre o texto verbal e a imagem fotográfica caracteriza-se principalmente a) pelo sarcasmo. b) pelo sentimentalismo. c) pela incoerência. d) pelo humor. e) pelo sensacionalismo. 25. Fuvest-SP Neste anúncio, a imagem fotográfica associa-se mais diretamente à palavra sorria e à expressão a) “mais de 300 salas VIP”. b) “acumular e utilizar pontos”. c) “Mais espaço entre as poltronas”. d) “aeroportos no mundo todo”. e) “programa de milhagens”. 26. Fuvest-SP Entre os recursos de persuasão empregados no texto verbal do anúncio, só NÃO ocorre o uso de a) termos técnicos. b) trocadilhos. c) apelo direto ao leitor. d) enumeração acumulativa de vantagens. e) expressões em inglês. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 27 a 29: “Uma pessoa que não sabe nada sobre segurança convenceu-me a fazer um Itauvida 13 Responda sinceramente: você não é completamente louco por aquele sujeito que chegou na sua casa, tirou seu sossego e ainda vive nos braços da sua mulher? Então faça um Itauvida. Por uma mensalidade equivalente a um pacote de fraldas descartáveis, você faz um seguro de vida que pode durar sempre. E dá menos trabalho do que trocar um bebê. Porque o Itauvida dispensa exame médico (basta uma declaração de saúde na proposta), você escolhe a forma de pagamento, mensal ou anual, e o débito é automático para os correntistas do Itaú, com todos os valores do seguro atualizados pelo TRD. Um Itauvida não rouba suas noites de sono. Pelo contrário: suas garantias são válidas 24 horas por dia em qualquer parte do mundo, além de a indenização não ficar presa a inventários nem responder por eventuais dívidas do segurado. E para esclarecer suas dúvidas, o SOS Seguro Itaú é como um pediatra: sabe tudo. Precisou de ajuda, é só ligar para ele a qualquer hora do dia ou da noite. Procure o seu corretor ou uma agência Itaú e faça hoje mesmo o seu Itauvida. Porque quem é louco por alguém, não é louco de deixar essas coisas para amanhã.” Texto publicitário produzido pela Agência DM9. IMPRIMIR GABARITO 27. Fuvest-SP No texto encontram-se as seguintes estratégias de persuasão: a) recurso à complementação de sentido pela relação entre texto verbal e imagem; recorrência no uso da hipérbole e da metáfora; predomínio de verbos no futuro do indicativo. b) uso sistemático da linguagem denotativa; opção pelos verbos no modo imperativo; seleção de imagens sensacionalistas para mobilizar a emoção do leitor. c) presença funcional de um slogan curto, criativo e de fácil memorização; comparação com produtos similares; apelo à sensibilidade do leitor. d) apresentação das vantagens oferecidas pelo produto; definição e explicitação do público-alvo (no caso, as crianças); repetição exaustiva do nome do produto. e) presença de verbos no modo imperativo; enumeração acumulativa das qualidades e vantagens oferecidas pelo produto; apelo direto ao leitor pelo uso repetido do pronome “você”. 28. Fuvest-SP Segundo o texto, são vantagens de quem adquire o seguro anunciado: a) dispensa de exame médico pré-contratação; escolha da forma de pagamento; possibilidade de o segurado vincular eventuais dívidas a seu inventário. b) débito automático em conta para correntistas de diversos bancos; baixo custo e facilidades de pagamento; desvinculação entre indenização e inventário. c) preço acessível; possibilidade de escolha quanto à duração do plano (mensal, anual ou vitalício); grande número de postos de venda/contratação. d) baixo custo; desobrigação da realização de exame médico prévio; facilidade de pagamento; garantia de agilidade e segurança na indenização. e) garantia de a indenização ser vinculada a inventários; serviço de informações 24 horas; opção dupla para a forma de pagamento; preço acessível. 29. Fuvest-SP A única alternativa em que aparece um trecho do texto que NÃO remete ao campo semântico mais diretamente sugerido pela fotografia é a) “o SOS Seguro Itaú é como um pediatra”. b) “menos trabalho do que trocar um bebê”. c) “equivalente a um pacote de fraldas descartáveis”. d) “deixar essas coisas para amanhã”. e) “alguém que não sabe nada sobre segurança”. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 30. U. F. Pelotas-RS Leia o texto a seguir (Diário Popular, 8/6/1999). “UTI-Móvel sofre acidente/Veículo-ambulância usado em socorro atropela ciclista Quando lemos um texto, podemos fazer leituras com diferenciados graus de profundidade. O texto acima comporta leituras, dentre tantas outras possíveis, como as que seguem. I. O texto refere-se a um acidente que envolveu a nova UTI Móvel da Polícia Rodoviária Federal e um ciclista, que morreu vítima do atropelamento; houve, em conseqüência do acidente, danos de pequeno valor no veículo. Em virtude do acontecimento, a ambulância não será usada em serviço, mas as demais unidades da PRF estão em condições de transportar feridos. II. O texto foi construído para informar que a nova UTI Móvel da PRF ficou danificada em acidente. Há muitas informações sobre a ambulância, mas da vítima não sabemos sequer o nome: é apresentada apenas como ‘um ciclista’. A matéria não coloca a vida humana em primeiro lugar. III. No texto fica implícito que o motorista não ficou ferido. IV. O texto permite-nos inferir que provavelmente um policial rodoviário estivesse conduzindo o veículo. Se reordenássemos os itens acima expressos, do nível de leitura menos profundo ao mais profundo, ou seja, dos itens mais explícitos aos menos explícitos, a ordem seria: a) I, II, IV, III. b) I, IV, III. II. c) III, I, II, IV. d) II, III, IV, I. e) IV, I. III, II. IMPRIMIR GABARITO 14 O acidente envolvendo a nova UTI Móvel da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que resultou na morte de um ciclista sexta-feira à noite, atropelado pelo veículo enquanto transitava no quilômetro 512 da BR-116, resultará em inquérito para averiguar as circunstâncias do caso. É o procedimento adotado neste tipo de situação, informou o inspetor Carlos Alberto Bahr Fernandes. A ambulância havia sido acionada para atender a acidente no quilômetro 524. No deslocamento, um ciclista atravessou a pista e foi colhido pelo carro, morrendo na hora. Os danos na UTI Móvel foram de pequena CARRO da PRF mata ciclista e fica bastante monta, na parte dianteira do veículo. Segundanificado do o policial rodoviário, o pára-brisa ficou quebrado. O conserto, agora, dependerá de autorização do comando, que receberá, também, relatório e fotos do acidente. Por enquanto, a ambulância não será usada em serviço. As demais unidades da frota da PRF dispõem de equipamentos para o transporte de feridos.” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 31. Unb-DF “beba babe beba babe caco cola coca coca cola cola cola caco cloaca” PIGNATARI, Décio. Coca-Cola. In: PIGNATARI, Décio; CAMPOS, Augusto e CAMPOS, Haroldo de. Teoria da poesia concreta: textos críticos e manifestos. 1950-1960. 2ª ed. São Paulo: Duas Cidades, 1975. p. 85. 15 A partir das informações do poema acima, julgue os seguintes itens como verdadeiros ou falsos. ( ) Pode-se inferir que o texto foi, originalmente, uma propaganda encomendada para divulgar as qualidades do principal produto de uma fábrica de refrigerantes. ( ) O poema foi construído a partir de alterações semânticas decorrentes de inversões fônicas de um grupo pequeno de fonemas. ( ) Os vocábulos “babe” (v.2), “caco” (v.5) e “cloaca” (v.7) têm em comum um sentido negativo. ( ) Uma síntese possível do texto é Beba coca, babe cola e excrete caco pela cloaca. 32. Unioeste-PR “O destino do Kursk IMPRIMIR GABARITO A informação é triste para os parentes dos marinheiros, mas, do ponto de vista ambiental, o melhor a fazer com o Kursk é deixá-lo onde está: no fundo do oceano. A conclusão segue as recomendações da Agência Internacional de Energia Atômica e baseia-se em estudo realizado com outros dejetos nucleares que repousam no fundo de mares árticos. A razão é simples. Desde que não haja vazamento de radioatividade vindo dos reatores do Kursk, e os primeiros testes apontam para isso, o ideal é não mexer na carcaça naufragada. Uma operação de resgate, além de muito cara, é arriscada: o submarino pode rachar no processo, o que provocaria vazamento perigoso para as pessoas envolvidas e para o meio ambiente. A profundidade em que se encontra a embarcação, 108 metros, também é segura. Há lixo nuclear suportável em águas bem mais rasas, a até 20 metros da superfície. Nesses lugares não foram detectados traços perigosos de radiação.” Fragmento de texto, retirado da Revista Veja, agosto de 2000, p. 52. Em relação ao texto, dê, como resposta, a soma das afirmações corretas. (01) Em A informação há uma remissão para um dado que está fora do texto. (02) A carcaça do Kursk não será uma preocupação constante para o governo russo, porque é impossível ocorrer vazamento de radioatividade. (04) A informação triste para os parentes significa que o não resgate dos corpos é necessário para o bem comum, o que se sobrepõe às expectativas dos parentes. (08) O conector desde que impõe uma negação do que foi dito anteriormente. (16) A expressão além de muito cara é um argumento a mais para contrariar a solicitação de retirada dos corpos, desejada pela opinião pública e, principalmente, pelas famílias das vítimas. (32) O adjetivo perigosos deixa subentendido que existem traços de radiação. (64) O pronome isso retoma a idéia de que há vazamento de radiação vindo dos reatores do Kursk. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 33: “Idéias sustentáveis A biodiversidade, as águas doces estão todas nas terras indígenas. Nós, os índios, que estamos cuidando deste patrimônio ao longo do tempo, nunca tivemos a oportunidade de contar e de compartilhar o que significa para nós esse patrimônio, em termos de vida. Em nossas aldeias, não temos academia de ginástica. Tudo é feito de acordo com o movimento da noite, do dia e do tempo. Lá não temos problema de emagrecer. Lá, no meio do mato, lá, no canto das terras indígenas, há plantinhas e árvores grandes, para que nós, os seres humanos, as olhemos e dali tiremos a água, o remédio, a alimentação e, principalmente (o que às vezes vocês não percebem), a magia da vida, a magia de tentar entender este Criador: o espírito da floresta, o espírito da sabedoria com quem os pajés podem conversar. Estes podem compreender e transformar aquelas plantas no nosso sustento. Muitos pesquisadores já foram a nossas aldeias, estudaram, copiaram e discutiram. Queremos dizer isso a vocês, no sentido de mostrar que a ciência do homem branco precisa conversar com a ciência indígena.” MORIN, Edgard. Saberes globais e saberes locais — o olhar transdisciplinar. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (com adaptações). 16 33. UnB-DF Com referência às idéias do texto e sua relação com outras áreas do conhecimento, julgue os itens que se seguem como verdadeiros ou falsos. ( ) O texto é narrado em primeira pessoa, pelo foco do silvícola, que não está nas terras indígenas no momento da fala. ( ) Infere-se do texto que viver de acordo com o movimento do dia e da noite deu origem a academias de ginástica para emagrecer. ( ) Pelo segundo período do texto, é correto concluir que, na opinião do autor, quem realmente precisa aprender com os indígenas é a “ciência do homem branco”. ( ) o culto do corpo são em mente sã, comum entre os vikings, contraria os hábitos das colônias indígenas remanescentes no território nacional. Texto para as questões 34 e 35: “O Brasil precisa arrumar novas fontes IMPRIMIR GABARITO de energia para ver a luz no fim do túnel A relação entre crescimento econômico e energia é direta. Se a geração de energia não for suficiente, o país não pode crescer. Se ela faltar, a economia pára, entra em colapso. Simples assim. Há um cálculo mundial para detectar a probabilidade de um país ficar no escuro. O índice internacionalmente aceitável é de 3%. Ou seja, uma nação está segura quando há três chances em 100 de faltar energia. Em 1997, essa taxa no Brasil era de 5%. Subiu para 15% no início de 2000 e deve chegar a 20% no fim do ano. Em energizês, o país tem sete vezes mais possibilidade de sofrer com a falta de energia do que seria aceitável. Dificilmente a falta de energia atinge as pessoas diretamente, pois o consumo doméstico é irrisório no cômputo geral. O que pesa são os gastos industriais. Quando falta luz em casa, em geral, o motivo é uma falha nas linhas de transmissão, não um colapso na geração. Desde que o preço do petróleo começou a subir teimosa e implacavelmente, no ano passado, o mundo parece ter atentado para o problema da extrema dependência em relação a poucas fontes de energia, que estão nas mãos de um número reduzido de controladores e que ninguém sabe por quanto tempo serão suficientes para suprir as necessidades globais. No que diz respeito ao petróleo, são todas meio improvisadas as estimativas a respeito das reservas, da capacidade de produção e do crescimento do consumo. É difícil prever por quanto tempo a humanidade poderá contar com o fornecimento de petróleo a um custo compensador, mesmo com novas tecnologias de extração sendo desenvolvidas a cada dia. O sistema brasileiro opera próximo ao limite da capacidade instalada, com uma pequena margem de sobra. A prova de que há uma certa angústia no ar em relação ao suprimento energético é a atitude dos grandes consumidores. Cada um deles está em busca da chamada luz no final do túnel.” RAMIRO, Denise. Veja, 6/9/2000, p. 135 (com adaptações). Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 34. UnB-DF A propósito das idéias e expressões do texto, julgue os seguintes itens como verdadeiros ou falsos. ( ) No terceiro período, o pronome “ela” pode referir-se tanto a “energia” como a “geração”. ( ) O tom de preocupação acerca do tema e a redação de trechos como “Simples assim” e “busca da chamada luz no final do túnel” indicam que a linguagem predominante no texto é a coloquial. ( ) Devido a novas tecnologias, a situação brasileira é altamente favorável, pois o país conta com potenciais energéticos imensuráveis, ainda não-explorados. ( ) No período final, a expressão “luz no final do túnel” foi explorada duplamente: com o sentido conotativo, significando solução para o problema, e denotativamente, com referência à luz como energia luminosa. 17 35. UnB-DF No que se refere às idéias do texto e sua vinculação com outras áreas do conhecimento, julgue os itens que se seguem como verdadeiros ou falsos. ( ) Ao mencionar “a geração de energia”, o texto argumenta contrariamente ao princípio da Física segundo o qual energia não pode ser criada, mas apenas transformada. ( ) O termo “energizês” é uma criação vocabular formada a partir de energia para designar a linguagem técnica internacional do setor da Bolsa de Valores de São Paulo que trata da economia de energia. ( ) As porcentagens no primeiro parágrafo permitem afirmar que, se em 1997 a população brasileira era de 140 milhões de habitantes, havia chance de faltar energia para 7 milhões de pessoas; para uma população estimada em 167 milhões no final de 2000, a falta deverá atingir 33,4 milhões de pessoas. ( ) As idéias do texto permitem inferir que os colapsos na geração de energia estão relacionados ao consumo industrial. IMPRIMIR GABARITO 36. UFRS Leia o trecho abaixo de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. “— Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvores no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser — se viu —, e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, esse figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, cara de cão: determinaram — era o demo. Povo prascóvio. Mataram. Dono dele nem sei quem for. Vieram emprestar minhas armas, cedi. Não tenho abusões. O senhor ri certas risadas… Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente — depois, então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão.” Assinale a afirmativa correta em relação ao trecho. a) “Nonada” remete a uma situação anterior, pressuposta no início do romance, sobre a qual o narrador e o ouvinte estariam conversando. b) As palavras do narrador indicam que o “senhor” compreendeu adequadamente o ocorrido. c) A interpretação do interlocutor sobre os tiros está equivocada, pois aquilo que ele pensou não poderia ocorrer no sertão. d) O aparecimento do bezerro com máscara de cachorro não causa estranhamento entre os sertanejos. e) Para o narrador, os tiros sempre indicam que houve morte de homens. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 37. UFGO O trecho abaixo, de Alcino Leite Neto, foi publicado na TVFolha, de 30 jul. 2000. “Muito do que se condena na televisão brasileira como sendo obtuso, reacionário ou malfeito é apenas popular, demasiadamente popular. A televisão foi implantada no Brasil em 1950, mas durante muito tempo aparelhos de TV foram privilégio das classes alta e média. No início da década de 60, no interior do país, então predominantemente rural, apenas os mais ricos possuíam um televisor.” 18 A respeito da forma de ordenação de idéias empregada pelo autor, é possível afirmar que ( ) prevalece, no fragmento, um tipo de ordenação muito utilizado nos textos jornalísticos: a ordenação por contraste de conceitos. ( ) a ordenação por tempo e espaço favorece um raciocínio que opera com noções de transformação e mudança, consideradas num certo período e em determinado lugar. ( ) o argumento de que, no Brasil, a televisão esteve associada a privilégio de classe é demonstrado por meio de um tipo de ordenação: a enumeração de fatos. ( ) sobressai, no fragmento, a especificação de conceitos, já que o autor define a TV como um meio de comunicação demasiadamente popular. Texto para a questão 38: “A VIDA MODERNA OFERECE TV DIGITAL, CELULAR, INTERNET E O JEEP GRAND CHEROKEE PARA VOCÊ FUGIR DISSO TUDO. Veja, 11/10/98. 38. UFMT Com base no texto acima, julgue os itens que seguem como verdadeiros ou falsos: ( ) A propaganda defende a idéia de que a tecnologia é insuficiente para o homem ser feliz na vida moderna. ( ) A tese que sustenta o texto é a de que a vida moderna propicia não só alta tecnologia como também possibilidades de se fugir dela. ( ) A expressão “onde ninguém chegou” pode significar sucesso profissional. ( ) Os argumentos utilizados para convencer o leitor se baseiam nos atrativos da vida moderna e não no objeto em si da propaganda. ( ) A palavra trilha refere-se unicamente a caminhos pouco percorridos. IMPRIMIR GABARITO Jeep Grand Cherokee. A partir de R$ 55.400 O mundo tem lugares onde você pode viver emoções muito maiores do que ir e vir do trabalho. E o Jeep Grand Cherokee dá liberdade para você seguir qualquer trilha. Ele tem motor 4.0 L High Output, tração Quadra-Trac® 4x4 permanente, duplo air-bag, freios a disco nas quatro rodas com ABS e suspensão ‘Up Country’ para você chegar onde ninguém chegou. Além de câmbio automático e ar-condicionado para você chegar lá inteiro. Jeep Grand Cherokee. A vida moderna em favor da vida de verdade. Jeep® Só Existe Um.” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 39. U. E. Maringá-PR Leia o texto a seguir e assinale o que for correto. “Circuito fechado Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga; pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.” RAMOS, Ricardo. In: LADEIRA, J. de G. Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1995, p. 71. IMPRIMIR GABARITO 19 (01) Trata-se de um texto em prosa, marcado por uma das características fundamentais do realismo do século XIX: o determinismo social, a explicação do comportamento humano baseada na idéia de que o homem é um produto do meio em que vive. Prova disso é o fato de que importa menos a forma pela qual são construídos os elementos da narrativa (personagem, espaço, tempo, etc.) do que a determinação que o personagem principal sofre do meio social, no caso, exemplificado pelo escritório da agência de publicidade em que trabalha e pela classe social a que pertence: a classe média. (02) Trata-se de um texto em prosa, marcado por uma das características fundamentais da arte moderna e contemporânea: a pesquisa de novas formas de expressão estética criadas a partir do experimentalismo lingüístico. Prova disso é que todos os elementos da narrativa (personagem, espaço, tempo, etc.) são construídos a partir do uso exclusivo de substantivos. (04) Trata-se de um texto em prosa, marcado por uma das características fundamentais do romantismo: a solidão do homem que, singular e diferenciado dos demais, não consegue adaptar-se à mediocridade que caracteriza a vida dos seus semelhantes. Prova disso é que o que se destaca são os sentimentos do personagem, que exerce uma função criativa, provavelmente artística, no isolamento de sua casa e do escritório da agência de publicidade em que trabalha. Tal isolamento é necessário para que o personagem desenvolva suas idéias e realize as suas obras. (08) Trata-se de um texto em prosa em que as ações e a situação dramática são reduzidas ao contato com objetos do cotidiano, evidenciando que o personagem vive uma vida tediosa e aborrecida, limitada à rotina da polaridade casa-trabalho, marcada pela solidão e pelo automatismo. Prova disso é o fato de que as ações e a situação dramática, construídas por meio do uso exclusivo de substantivos, convertem-se no seu contrário, evidenciando a passividade (não-ação) e a desumanização do personagem. (16) Trata-se de um texto em prosa em que a construção do personagem não permite uma universalização da experiência por ele vivida. Provas disso são, por exemplo, a falta de nome próprio e de descrição física do personagem. (32) As principais figuras de linguagem presentes no texto são a antítese e a metáfora. Prova disso é o fato de que a primeira contrapõe a rotina massacrante do trabalho à imprevisibilidade característica da vida doméstica; a segunda é o recurso por meio do qual as ações mecânicas do personagem são identificadas, inclusive no que se refere ao tempo cronológico. (64) As principais figuras de linguagem presentes no texto são a repetição e a metonímia. Prova disso é o fato de que a primeira enfatiza a idéia de rotina, esclarecendo o título do texto; a segunda é o recurso por meio do qual as ações mecânicas do personagem são identificadas, inclusive no que se refere ao tempo cronológico. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 40 e 41: “Escola Pública e Demagogia GABARITO 20 O Senado acaba de reservar 59% das vagas das universidades públicas para estudantes que fizeram seus cursos fundamental e médio apenas nas escolas públicas. Resta a aprovação da Câmara para que a criação de cotas no ensino superior e uma benevolência demagógica se tornem lei. A reação imediata diante desse tipo de iniciativa é lembrar aos parlamentares que universidade é centro de excelência, de formação dos melhores e mais capacitados quadros do país. Mas apenas esse argumento não mostra quão desinformada é a atitude dos que defendem tal medida. Na justificação do projeto senatorial, alega-se que a lei é ‘medida de ação afirmativa’ que quer ‘atenuar a discriminação imposta às camadas mais pobres’. Apenas 45% dos alunos das universidades federais viriam de escolas públicas, justificam. Os senadores poderiam até acenar com dados de duas das melhores universidades do Brasil, USP e Unicamp, nas quais apenas 25% dos aprovados no vestibular, em 98, cursaram o ensino médio, em escola do Estado. Um exame em detalhe da questão revela as inconsistências do projeto. Por que as vagas serão reservadas apenas aos que fizeram integralmente seus estudos na escola pública? Quem a duras penas teve estudos pagos por um ou dois anos em uma barata e ineficaz escola privada, que há aos milhares, deve ser excluído? É uma minoria seleta de grandes escolas privadas que coloca seus alunos nas melhores universidades. Mesmo assim, 20% dos estudantes da Unicamp provêm de famílias com rendimento inferior a dez salários mínimos. Embora a grande maioria dos brasileiros tenha renda inferior a essa, ainda assim ela não basta para pagar mensalidades de escolas de elite. De resto, vestibulandos bem-sucedidos de escolas públicas cursaram estabelecimentos que muitas vezes estão em bairros de classe média, cujos pais têm boa formação educacional, auxiliam as escolas até com dinheiro e participam da comunidade escolar. São poucos os de fato pobres que furam a barreira da ‘discriminação’, como justifica o projeto do Senado. Alguma aritmética pode dar ainda a medida da inocuidade do projeto de cotas, ademais se considerada a ambição de propósitos senatoriais. Com a nova lei, aumentaria em 7.000 o número de alunos de escolas públicas na USP, na Unicamp e nas instituições federais que matriculam por ano 107 mil novos alunos, de resto em detrimento de estudantes mais preparados. Vale lembrar ainda que são 5 milhões os que cursam o ensino médio público. Segundo o Mec, 53% estão atrasados nos estudos. Apenas 25% dos brasileiros, em idade de estudar no ensino médio, estão em escolas desse nível de instrução. Em 1999, 27% dos novos alunos da USP vieram de escola pública. Há cinco anos, eles eram 32%. Há 20 anos eles foram 57%. Os ainda poucos brasileiros que chegam ao ensino médio público estudam em escolas cujo nível claramente se degrada. Parece evidente que o enfoque sério do problema deve ser o da melhoria da educação pública. Reservar cotas para estudantes do Estado não ataca o problema, mas pode reservar votos para os defensores de tal projeto.” Folha de S. Paulo, 05/09/99, Cad. 1, p. 2. 40. UEGO A partir da leitura do texto, podemos afirmar que ( ) a palavra demagogia, presente no título, permite-nos estabelecer a oposição “democracia versus demagogia”, uma vez que a escola pública concretiza o termo democracia; ( ) o enunciador apresenta o fato no primeiro parágrafo e já, a partir do segundo, começa construir a oposição ao que foi afirmado; IMPRIMIR ( ) nos cinco parágrafos entre o início e a conclusão do texto, o enunciador constrói argumentos que se apóiam em comprovações que, num processo decrescente vão reafirmar, no parágrafo final, a oposição estabelecida nos dois primeiros; ( ) a frase “Reservar cotas para estudantes… pode reservar votos para os defensores de tal projeto” (último parágrafo) é sinônimo de democracia; ( ) falta vontade política para a solução de problemas cruciantes da sociedade brasileira, pois os políticos só se interessam por soluções paliativas e que provocam impacto, uma vez que são elas que lhes renderão votos nas urnas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 41. UEGO Em relação à estrutura e ao conteúdo dos parágrafos, pode-se afirmar que: ( ) o enunciador apresenta o fato no primeiro parágrafo, ao mesmo tempo em que acena com a possibilidade de que a proposta não chegue a ser lei; ( ) no segundo parágrafo, temos uma primeira oposição ao proposto no primeiro e uma introdução ao terceiro; ( ) no terceiro parágrafo, o enunciador apresenta os argumentos de seu opositor, esclarecendo e conquistando a adesão do leitor às suas idéias; ( ) no quarto, quinto e sexto parágrafos são fornecidos detalhamentos da afirmação feita no terceiro e esses detalhamentos contribuem para dimensionar a inocuidade do projeto; ( ) no último parágrafo, o autor apresenta a degradação crescente do nível de ensino da escola pública, comprovando o caráter demagógico da medida, uma vez que sua conclusão é incontestável. 42. I.E.Superior de Brasília-DF IMPRIMIR GABARITO 21 “A Nona Conferência Internacional Americana e os Direitos Humanos Os Estados americanos, no livre exercício de suas próprias soberanias, mediante um processo evolutivo que resultou na adoção de diferentes instrumentos internacionais, estruturaram um sistema regional de promoção e proteção dos direitos humanos, no qual se reconhecem e definem com precisão a existência desses direitos; se estabelecem normas de conduta obrigatórias destinadas a sua promoção e proteção, e se criam os órgãos destinados a velar pela fiel observância desses direitos. Esse sistema interamericano de promoção e proteção dos direitos fundamentais do homem teve seu início formal com a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, aprovada pela Nona Conferência Internacional Americana (Bogotá, Colômbia, 1948), durante a qual também foi criada a Organização dos Estados Americanos, cuja Carta proclama os ‘direitos fundamentais da pessoa humana’ como um dos princípios em que se fundamenta a Organização. Além disso, foram aprovadas algumas resoluções que se enquadram no campo dos direitos humanos, tais como as convenções sobre concessão dos direitos civis e políticos à mulher, a resolução sobre ‘Condição Econômica da Mulher Trabalhadora’ e a ‘Carta Internacional Americana de Garantias Sociais’, na qual os Governos da América estabelecem ‘os princípios fundamentais que devem proteger os trabalhadores de toda classe’ e que ‘estabelece os direitos mínimos de que devem eles gozar nos Estados americanos, sem prejuízo da possibilidade de que as leis de cada um possam ampliar esses direitos ou reconhecer outros mais favoráveis’, pois reconhecem que ‘as finalidades do Estado não se cumprem apenas com o reconhecimento dos direitos do cidadão’, mas também ‘com a preocupação pelo destino dos homens e das mulheres, considerados não como cidadãos mas como pessoas’ e, conseqüentemente, deve-se garantir ‘simultaneamente tanto o respeito às liberdades políticas e do espírito, como a realização dos postulados da justiça social’.” Julgue os itens a seguir, de acordo com a leitura, compreensão e interpretação textuais: ( ) Desses, esses são anafóricos e, como tal, fatores de coesão textual. ( ) Os membros da OEA se obrigam a seguir as normas de promoção e proteção dos direitos do homem. ( ) Cada país membro encarrega-se, no interior de suas fronteiras, de velar pela observância das normas criadas internacionalmente. ( ) Infere-se que os direitos configurados na Carta Internacional de Garantias Individuais sofrem alguma espécie de limitação. ( ) Infere-se que se estabele uma diferença entre liberdade política e liberdade de espírito. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 43 e 44: “(…) Eu deixara o visitante falar, sem interrompê-lo. Nariz de Ferro, que era um anão, mas tinha a postura de um gigante presunçoso, levantou-se e, virando sua enorme cabeça de cabelos encarapinhados, exibiu o perfil para mim. Seu nariz imenso, de linhas perfeitas, era um pouco mais negro do que o rosto. ‘Eu me preparei para enfrentar a adversidade. Estou acabando de escrever o Manual dos frustrados, fodidos e oprimidos. Nele descrevo, minuciosa e sistematicamente, os métodos mais sujos e destruidores para se ir à forra de qualquer inimigo, seja ele quem for, forças armadas, imposto de renda, companhias de serviços públicos, companhias de cartões de crédito, bancos, a polícia, o proprietário senhorio, a loja comercial, qualquer pessoa ou instituição que tem força e sacaneia os outros. Ensino a técnica adequada para devassar, desmoralizar, arruinar, aniquilar, exterminar indivíduos e organizações odiosas, mostro como atacar saindo das sombras, como atormentar e destruir sem misericórdia. Pela sua cara vejo que não gosta de mim’. (Esse livro, na verdade, nunca foi escrito. Nariz de Ferro gostava de jactar-se não apenas das coisas que havia feito, mas também das que ainda pretendia fazer.) ‘Está enganado. Gosto das pessoas que não sabem qual é a verdadeira altura delas’, eu disse. (…)” IMPRIMIR GABARITO 22 43. U.Católica-GO Levando em consideração as relações de sentido na construção do texto, julgue as proposições a seguir como verdadeiras ou falsas. ( ) De acordo com a fala da primeira personagem, os nossos inimigos podem ser pessoas ou instituições, basta terem o poder. ( ) À fala de Nariz de Ferro aplica-se a conhecida expressão “olho por olho, dente por dente”. ( ) No fragmento em análise, percebe-se, com relação ao modo de narrar, a presença de um narrador personagem e, com relação ao modo de citação do discurso, o predomínio do diálogo, o qual se constrói com uso do discurso direto. ( ) De acordo com o texto, o referido Manual é escrito para as pessoas que têm poderes — como financeiro e político — e apresenta métodos para destruir aqueles que não têm esses poderes. ( ) Em “Nariz de Ferro gostava de jactar-se não apenas das coisas que havia feito, mas também das que ainda pretendia fazer, a intromissão do narrador apresenta sutilmente uma característica negativa do caráter da personagem. Essa afirmação é reforçada por meio do vocábulo “jactar-se”, que significa “gabar-se, vangloriar-se”. ( ) O uso da palavra “ainda”, em “Nariz de Ferro gostava de jactar-se não apenas das coisas que havia feito, mas também das que ainda pretendia fazer”, introduz o pressuposto de que Nariz de Ferro não escreveu o Manual, mas admite a possibilidade de o livro ser escrito futuramente. 44. U.Católica-GO Com base na construção e organização gramatical do texto, julgue as proposições a seguir como verdadeiras ou falsas. ( ) No fragmento em análise, há a mistura dos dois níveis de linguagem: o formal e o informal. O nível formal evidencia-se pela predominância de uma construção sintática adequada à norma padrão; o nível informal, pela presença de alguns vocábulos mais utilizados na linguagem oral. ( ) Em “Estou acabando de escrever o Manual dos frustrados, fodidos e oprimidos”, os verbos em destaque exercem a função sintática de predicativo do sujeito. ( ) O período “Nariz de Ferro, que era um anão, mas tinha a postura de um gigante presunçoso.” não teria o sentido de contraposição alterado, se fosse assim reescrito: Nariz de Ferro, que era um anão, embora tivesse a postura de um gigante presunçoso… ( ) O vocábulo “altura” em “Gosto de pessoas que não sabem qual é a verdadeira altura delas”, levando-se em consideração outras informações contidas no texto, é ambíguo e provoca um efeito de sentido que permite uma referência tanto a aspectos psicológicos quanto físicos. ( ) O pronome “me” em “Em me preparei para enfrentar a adversidade” teria de vir, de acordo com a regra de colocação pronominal, depois do verbo por anteceder a preposição “para”. ( ) Em “Eu deixara o visitante falar…”, o verbo “deixara” poderia ser substituído por seu correspondente composto, mais utilizado na linguagem oral: Eu tinha deixado o visitante falar… Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 45. U.Católica-GO As proposições que se seguem referem-se ao texto. Julgue-as. “Macunaíma aproveitava e esperava se aperfeiçoando nas duas línguas da terra, o brasileiro falado e o português escrito. Já sabia o nome de tudo. Uma feita era dia da Flor, festa inventada pros brasileiros serem caridosos e tinha tantos mosquitos carapanãs que Macunaíma largou o estudo e foi na cidade refrescar as idéias. Foi e viu um despropósito de coisas. Parava em cada vitrina, e examinava dentro dela aquela porção de monstros, tanto que até parecia a serra do Ererê onde tudo se refugiou quando a enchente grande inundou o mundo. Macunaíma passeava e encontrou uma cunhatã com uma urupema carregadinha de rosas. A mocica fez ele parar e botou uma flor na lapela dele, falando: Custa mil réis.” ANDRADE, Mário. Macunaíma. IMPRIMIR GABARITO 23 ( ) Em “se aperfeiçoando nas duas línguas da terra, o brasileiro falado e o português escrito”, percebe-se uma referência explícita às variedades lingüísticas em nosso país, dividindo a língua em dois registros: o falado e o escrito. ( ) A referência à festa da Flor configura-se no texto como uma crítica ao sentido capitalista da criação de determinadas datas comemorativas. Essa afirmação confirma-se nos dois últimos períodos do texto, em contraposição ao conceito inicial dado à festa da Flor; “Uma feita era dia da Flor, festa inventada pros brasileiros serem caridosos…” ( ) A mocica fez ele parar… O uso do pronome do caso reto como complemento não é adequado, de acordo com as normas da língua padrão. ( ) Em … “até parecia a serra do Ererê onde tudo se refugiou quando a enchente grande inundou o mundo.”, observa-se uma intertextualização com a passagem bíblica referente ao Dilúvio. ( ) Em “Foi e viu um despropósito de coisas”, o complemento verbal refere-se aos dois verbos empregados: foi e viu. ( ) A palavra “vitrina”, em “Parava em cada vitrina”, é de origem francesa e está grafada de acordo com a regra ortográfica vigente. No entanto, o emprego dessa forma contraria uma característica do texto — a oralidade — uma vez que a forma utilizada na linguagem coloquial é vitrine. 46. U.Católica-GO Considere a charge que segue e julgue as afirmativas como verdadeiras ou falsas. ( ) A charge apresenta uma Imagina, louro… Aqui diz que situação de crítica ao apeas pessoas que passam muito tempo conectadas à Internet go excessivo das pessoas acabam menosprezando seus ao mundo virtual e um laços de amizade… alerta em relação à utilização das informações que deveriam servir para colocá-las em sintonia com seu mundo real. ( ) No texto, fica clara a consideração e a amizade do internauta por seu animal de estimação. ( ) A expressão facial do internauta e outros elementos icônicos presentes na charge reforçam e exemplificam a mensagem verbal. ( ) O imperativo do verbo “imaginar” e o pronome “seus”, no texto verbal da charge, têm como referente um mesmo elemento nominal: a palavra “louro”. ( ) O emprego do acento grave em “conectadas à Internet” está adequado por ter a palavra — “Internet” — sido considerada do gênero feminino em língua portuguesa. ( ) Em “Aqui diz que as pessoas que passam…”, o segundo “que” é pronome relativo e, como pronome relativo, exerce função sintática na frase em que aparece. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 47 e 48: “No Brasil, mas de passagem O processo de abertura econômica do país produziu mudanças na vida dos brasileiros, mas mexeu também com a rotina de milhares de estrangeiros. Desde 1990, grupos cada vez maiores de executivos oriundos de outros países mudaram-se com a família para o Brasil para trabalhar. O processo se intensificou com as privatizações ocorridas no setor de telecomunicações, com a venda de bancos para grupos estrangeiros e com a chegada da nova safra de montadoras de automóveis. Hoje, existem colônias de franceses no Paraná, graças à Renault. Em São Paulo, muitos espanhóis na esteira da Telefônica. A Bahia recebeu uma recente onda de americanos por causa da transferência da Ford, ‘roubada’ do Rio Grande do Sul. Das 500 maiores companhias transnacionais, mais de 400 estão instaladas no país. Como o Brasil ganhou espaço no mundo dos negócios, nada mais natural que essas empresas transfiram para o país alguns executivos da matriz. Para as companhias, essa transferência representa um reforço na filial. Para os executivos e a família, a mudança é um sacolejo completo na vida.” BUCHALLA, Anna Paula. Veja, 26/04/2000. 47. UEMS “Como o Brasil ganhou espaço no mundo dos negócios, nada mais natural que essas empresas transfiram para o país alguns executivos da matriz. Para as companhias, essa transferência representa um reforço na filial”. GABARITO 24 No fragmento anterior, os termos sublinhados referem-se respectivamente às seguintes passagens do texto: a) companhias transnacionais, mudança dos executivos estrangeiros. b) mudança dos executivos, companhias transnacionais. c) empresas da Ford; transferência dos brasileiros. d) empresas da Renault; mudança dos executivos estrangeiros. e) companhias transnacionais; transferência dos brasileiros. 48. UEMS Na passagem A Bahia recebeu uma recente onda de americanos por causa da transferência da Ford, ‘roubada’ do Rio Grande do Sul. Podemos inferir que: a) o governo da Bahia convenceu o governo do Rio Grande do Sul a deixar a Ford naquele Estado. b) o governo da Bahia ofereceu mais incentivos à Ford, por isso esta empresa instalou-se lá. c) o governo da Bahia trapaceou o governo do Rio Grande do Sul. d) o governo do Rio Grande do Sul não quis a Ford em seu estado. e) o governo do Rio Grande do Sul não colocou guardas na Ford, por isso a Bahia rouboulhe esta empresa. 49. UEMS A partir da leitura do poema abaixo podemos afirmar: IMPRIMIR “Cobras cegas são notívagas. O orangotango é profundamente solitário. Macacos também preferem o isolamento. Certas árvores só frutificam de 25 em 25 anos. Andorinhas copulam no vôo. O mundo não é o que pensamos.” Carlos Drummond de Andrade. a) b) c) d) e) o poema não é coerente, pois as frases estão soltas. o poema é coerente, pois não possui “elos” entre um verso e outro. o poema não possui “elos” conectivos, mas possui significação. os versos do poema estão justapostos, e isto garante a sua coerência. um poeta, ao construir um poema, não se preocupa com sua coerência. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 50. UFPR No texto abaixo, várias expressões retomam ou antecipam outras para conferir coesão ao texto. Marque a(s) alternativa(s) que aponta(m) corretamente essas ligações, assinalando V (verdadeira) ou F (falsa). “A cidade das calçadas jurássicas O padre italiano Giuseppe Leonardi, um dos maiores paleontólogos do mundo, estava viajando pelo interior paulista em 1976 quando uma súbita dor de dente o obrigou a fazer uma parada em Araraquara. Ao pisar nas lajes cor-de-rosa usadas como calçamento na cidade reparou em algo estranho. Ficou tão entusiasmado que até se esqueceu de ir ao dentista. A análise das marcas confirmou o seu palpite. Ali estavam impressas pegadas de répteis que habitaram a região de Araraquara 180 milhões de anos atrás. As lajes tinham sido arrancadas das rochas de uma pedreira, nos arredores da cidade. Lá ficaram gravados os únicos registros de dinossauros brasileiros do período jurássico. Leonardi explicou ao prefeito que precisava arrancar os trechos de calçadas com pegadas de dinos. O prefeito riu da cara dele e negou o pedido. Mas o padre-cientista não se abalou. Esperou o Carnaval, quando a cidade inteira estava muito ocupada em se divertir, para meter a picareta no calçamento e levar o tesouro para o Departamento Nacional de Produção Mineral, no Rio de Janeiro, que o guarda até hoje.” Superinteressante, Abril, 1999. 25 ( ) Ali estavam impressas pegadas de répteis… → lajes cor-de-rosa usadas como calçamento na cidade. ( ) Lá ficaram gravados os únicos registros de dinossauros brasileiros… → rochas de uma pedreira, nos arredores da cidade. ( ) … levar o tesouro para o Departamento Nacional de Produção Mineral, no Rio de Janeiro, que o guarda até hoje. → Rio de Janeiro. ( ) O prefeito riu da cara dele e negou o pedido. → o padre Giuseppe Leonardi. ( ) … quando uma súbita dor de dente o obrigou a fazer uma parada em Araraquara. → o interior paulista. ( ) … levar o tesouro para o Departamento Nacional de Produção Mineral, no Rio de Janeiro, que o guarda até hoje. → os répteis que habitavam a região. ( ) Ao pisar nas lajes cor-de-rosa usadas como calçamento na cidade, reparou em algo estranho. → pegadas de répteis. IMPRIMIR GABARITO Texto para as questões 51 e 52: “Alguns cientistas já se preocupam em garantir que os robôs do futuro tragam em seus programas, em todos eles, um ‘chip’ da bondade que os impeça de fazer mal aos homens, assumindo, assim, que não seja possível sequer desligá-los. Talvez estejam sonhando, como pensam alguns. Talvez não. Lembremos: quando um dos primeiros computadores do mundo, o Eniac, foi produzido, em 1946, a revista Popular Mechanics escreveu que a nova maravilha eletrônica tinha 18 mil válvulas e pesava 30 toneladas, fazendo o que pareceu, na época, uma previsão tresloucada: ‘Os computadores do futuro talvez usem apenas mil válvulas e pesem em torno de uma tonelada’. Hoje, um computador bem mais poderoso do que o Eniac cabe no bolso da camisa. Esse fato autoriza a reiteração da dúvida: estarão os cientistas sonhando? Talvez sim. Talvez não.” 51. Unifor-CE O texto explora como idéia central: a) a incerteza que envolve o julgamento de alguns acerca da garantia dos cientistas a respeito dos robôs do futuro. b) a crítica que considera tresloucada a previsão da revista Popular Mechanics em 1946. c) a potência do computador de hoje, que supera o Eniac, um dos primeiros computadores do mundo. d) a possibilidade de que, no futuro, todos os robôs venham a ser desligados. e) a comparação entre o peso dos primeiros computadores do mundo e o dos computadores na atualidade. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 52. Unifor-CE Infere-se do texto que: a) qualquer ameaça dos robôs do futuro ao homem será detida pelo simples gesto de desconectá-los. b) a eficiência do computador independe de suas dimensões. c) ainda hoje há previsões tresloucadas a respeito dos computadores. d) o computador é a expressão mais aprimorada do avanço da tecnologia. e) robôs e computadores condicionam o poder da tecnologia. Texto para as questões de 53 a 56: 26 “Um triste espetáculo é a alegria feroz com que os políticos e cidadãos que se dizem democratas, os jornais, o rádio, a TV descrevem as dificuldades de Cuba, na alvoroçada esperança de uma derrocada do seu regime. Parece que lhes dá prazer noticiar e comentar que falta alimento e roupa, as máquinas agrícolas estão sendo puxadas por animais, a bicicleta substitui o automóvel. Com certeza esperam que o regime odiado acabe na fome, na miséria e na desgraça coletiva, a fim de pagar os sustos que deu. Um dos pressupostos dessa atitude é que o socialismo não funciona. Provavelmente, para esses críticos eufóricos o que funciona é a ‘democracia’ brasileira, que só pode ser mencionada entre aspas, pois tem não apenas mantido, mas cultivado e agravado a miséria de um povo que, cinco séculos depois do Descobrimento, não sabe ler, vive doente, sofre todas as privações e, portanto, serve de boa massa para os demagogos elegerem quanto aventureiro consiga vender a sua deteriorada mercadoria política. Isso, quando as classes dominantes não resolvem salvar a pátria por meio do singular instrumento ‘democrático’ que são os golpes mais ou menos militares. Mas o fato é que (repita-se pela milésima vez) o regime cubano conseguiu o que nenhum outro tinha conseguido na América Latina: tirar o povo da sujeição torpe e dar-lhe o sentimento da própria dignidade, graças à aquisição dos requisitos indispensáveis — saúde, alimentação, relativa equivalência de oportunidades, afastamento mínimo possível entre os salários mais altos e os mais baixos. Note-se que isso não é uma vaga esperança: é uma realidade. E mesmo que o regime cubano dure apenas o tempo de uma geração, ele terá mostrado que o socialismo é possível nesta parte do mundo, permitindo uma vida de teor humano em contraste com a iniqüidade mantida pelas oligarquias.” IMPRIMIR GABARITO CANDIDO, Antonio. Recortes. 53. Fuvest-SP Considerando-se o contexto em que aparece, a frase que está reconstruída de modo a preservar seu sentido é: a)“Um dos pressupostos dessa atitude é que o socialismo não funciona” = pressupõe-se que essa atitude implique o funcionamento do socialismo. b)“tirar o povo da sujeição torpe e dar-lhe o sentimento da própria dignidade” = livrar o povo de quem o sujeita e fazê-lo crer na ilusão de que seja digno. c)“permitindo uma vida de teor humano em contraste com a iniqüidade mantida pelas oligarquias” = possibilitando uma vida menos humanitária, ao invés da opressão política imposta pelas elites. d)“na alvoroçada esperança de uma derrocada do seu regime” = em face da intuição de que o regime está perdendo força. e)“que só pode ser mencionada entre aspas” = cuja menção deve vir sempre ressalvada. 54. Fuvest-SP O autor identifica os opositores do regime cubano entre a) os membros da oligarquia cubana, cuja principal preocupação é gerar a instabilidade do regime socialista. b) os entusiastas de um conceito superado de democracia, segundo o qual as eleições consolidam o poder político do povo. c) todos os que sentem prazer em derrotar o socialismo cubano, tendo em vista a influência que já exerce em nosso país. d) os defensores de uma falsa democracia, que impede o povo de superar a opressão social e política. e) os cidadãos, políticos e jornalistas que se dizem democratas, mas se submetem a todo e qualquer tipo de ditadura. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 55. Fuvest-SP Considere as seguintes afirmações: I. A veracidade das informações de que em Cuba “falta alimento e roupa, as máquinas agrícolas estão sendo puxadas por animais, a bicicleta substitui o automóvel” é contestada pelo autor. II. No segundo parágrafo, a qualificação de “eufóricos”, atribuída a “esses críticos”, deve-se à convicção de que eles avaliam com pessimismo as possibilidades da democracia no Brasil. III. Nas expressões “relativa equivalência de oportunidades” e “afastamento mínimo possível entre os salários mais altos e os mais baixos”, os elementos sublinhados indicam a preocupação do autor em manter sua objetividade diante dos dados que analisa. Em relação ao texto, está correto somente o que se afirma em a) I. 27 b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 56. Fuvest-SP No terceiro parágrafo, estão articuladas numa relação de causa (I) e efeito (II) as seguintes expressões: a) I. dar-lhe o sentimento da própria dignidade; II. tirar o povo da sujeição torpe. b) I. aquisição dos requisitos indispensáveis; II. dar-lhe o sentimento da própria dignidade. c) I. terá mostrado que o socialismo é possível; II. mesmo que o regime cubano dure apenas o tempo de uma geração. d) I. a iniqüidade mantida pelas oligarquias; II. terá mostrado que o socialismo é possível. e) I. tirar o povo da sujeição torpe: II. aquisição dos requisitos indispensáveis. GABARITO Texto para as questões de 57 a 60: “Um amigo meu estava ofendido porque um jornal o chamou de boa-vida. Vejam que país, que tempo, que situação! A vida deveria ser boa para toda gente; o que é insultuoso é que ela o seja apenas para alguns. ‘Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.’ Quem escreveu isso não foi nenhum de nossos estimados agiotas. Foi um homem que a vida inteira viveu de seu trabalho, e se chamava Bernard Shaw. Não era um cínico, mas um homem de vigorosa fé social, que passou a vida lutando, a seu modo, para tornar melhor a sociedade em que vivia — e em certa medida o conseguiu. Ele nos fala de alguns homens ricos: ‘Homens ricos ou aristocratas com um desenvolvido senso de vida — homens como Ruskin, William Morris, Kropotkin — têm enormes apetites sociais... não se contentam com belas casas, querem belas cidades... não se contentam com esposas cheias de diamantes e filhas em flor; queixam-se porque a operária está mal vestida, a lavadeira cheira a gim, a costureira é anêmica, e porque todo homem que encontram não é um amigo e toda mulher não é romance... sofrem com a arquitetura da casa do vizinho...’ Esse ‘apetite social’ é raríssimo entre os nossos homens ricos; a não ser ‘social’ seja tomado no sentido de ‘mundano’. E nossos homens de governo têm uma pasmosa desambição de governar.” Rubem Braga. 57. Unifor-CE A expressão “apetite social” significa, no texto, para alguns homens: a) o usufruto de uma condição econômica bastante favorável, na posse de bens particulares e influência pessoal. IMPRIMIR b) uma preocupação mais ampla, tendo em vista o bem da sociedade em geral, não apenas o daqueles mais ricos. c) a discrepância entre a visão que um escritor tem da vida em sociedade e a realidade vivida por algumas camadas sociais. d) uma possibilidade de exploração, pela camada mais alta da população, da mão-de-obra oferecida por algumas profissões bastante desvalorizadas. e) a ambição de possuir sempre mais, além daquilo que já faz parte de seu patrimônio, que não é percebido como suficiente. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 58. Unifor-CE Depreende-se corretamente do texto que o cronista: a) defende sua própria opinião de que as pessoas mais ricas só vivem preocupadas com sua vida particular e com o bem-estar de sua família. b) enfatiza a necessidade do dinheiro, que possibilita a um escritor dedicar-se plenamente ao seu trabalho, sem preocupar-se com sua sobrevivência. c) reconhece as razões de pessoas que preferem viver sua vida discretamente, sem se deixar expor pela imprensa à opinião pública. 28 d) aceita a postura de várias figuras ilustres, inclusive Bernard Shaw, de que tomar-se rico deve ser o objetivo final daqueles cujo trabalho é reconhecido publicamente. e) compartilha a opinião de Bernard Shaw, de que ricos são aqueles que buscam melhorar as condições de vida para todos os que compõem uma sociedade. 60. Unifor-CE “Homens ricos ou aristocratas com um desenvolvido senso de vida têm enormes apetites sociais...” Essa afirmação estabelece, no texto, um paralelo positivo entre: a) percepção das dificuldades de algumas camadas sociais e justiça social. b) prestação de serviços básicos e trabalho intelectual. c) senso estético de determinados grupos sociais e seu poder econômico. d) relacionamento afetivo e condições socioeconômicas de preservá-lo. e) propriedades particulares e vida familiar organizada. IMPRIMIR GABARITO 59. Unifor-CE Conclui-se corretamente do texto que: a) a vida mundana se torna, habitualmente, o objetivo principal e a forma de que dispõem os homens ricos de exibir tudo aquilo de que desfrutam. b) não há mérito social algum em pessoas que vivem apenas de seu trabalho, especialmente os considerados pouco dignos dentro da sociedade. c) caberia à camada mais rica da sociedade, a par dos órgãos governamentais, estabelecer condições para a igualdade social. d) jornalistas devem ter sempre o cuidado necessário para não expor publicamente a situação econômica e social de algumas pessoas. e) agiotas e escritores podem ter opiniões idênticas quanto ao real valor do dinheiro, único meio de as pessoas desfrutarem de uma vida digna na sociedade. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 61 e 62. “Apelo Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa da esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite pela primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda. E comecei a sentir falta das primeiras brigas por causa do tempero na salada — o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.” TREVISAN, Dalton. In BOSI, A. (org.) O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1997, p. 190. IMPRIMIR GABARITO 29 61. PUC-SP Assinale a alternativa correta: a) O autor do texto explicita seu sentimento de liberdade por perceber que, sozinho, pode agir como seus amigos: chegando tarde a casa, deixando os jornais no chão e comendo a salada sem tempero. b) Os interlocutores do texto são os amigos do autor que conversam com ele na esquina, bebem com ele à noite no bar e acompanham-no nas refeições diárias. c) O autor do texto explicita seu sentimento de solidão por perceber que a ausência da Senhora foi aos poucos provocando uma desordem em sua vida cotidiana, tanto no que diz respeito à organização da casa, quanto ao que diz respeito à organização do convívio dele consigo mesmo e dele com os demais. d) O autor do texto explicita seu sentimento de alegria por perceber que a ausência da Senhora foi aos poucos provocando uma inversão de valores em sua vida cotidiana, tanto no que diz respeito às camisas e meias, quanto ao que diz respeito às pessoas e aos animais. e) O autor do texto explicita seu apelo por perceber que, sozinho, não pode agir como seus amigos: chegando tarde a casa, deixando os jornais no chão e comendo a salada sem tempero. 62. PUC-SP Considere as seguintes afirmações: I. O texto apresenta uma visão da vida cotidiana de um homem que, acostumado a viver com uma mulher, desorganiza-se ao estar sozinho por um período superior a uma semana. II. A subjetividade presente no texto é marcada pela presença do pronome de tratamento Senhora. III. A ausência da Senhora desencadeia um processo de descontentamento para o autor que menciona problemas com a ordem da casa e com a desordem dos sentimentos. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas I e III estão corretas. c) Apenas II está correta. d) Apenas II e III estão corretas. e) Apenas III está correta. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 63. U. Salvador-BA “O Ferrageiro de Carmona Um ferrageiro de Carmona que me informava de um balcão: ‘Aquilo? É de ferro fundido, foi a forma que fez, não a mão. Só trabalho em ferro forjado que é quando se trabalha ferro; então, corpo a corpo com ele; domo-o, dobro-o, até o onde quero. O ferro fundido é sem luta, é só derramá-lo na forma. Não há nele a queda-de-braço e o cara-a-cara de uma forja. Existe grande diferença do ferro forjado ao fundido; é uma distância tão enorme que não pode medir-se a gritos. 30 Conhece a Giralda em Sevilha? Decerto subiu lá em cima. Reparou nas flores de ferro dos quatro jarros das esquinas? Pois aquilo é ferro forjado. Flores criadas numa outra língua. Nada têm das flores de forma moldadas pelas das Campinas. Dou-lhe aqui humilde receita, ao senhor que dizem ser poeta: o ferro não deve fundir-se nem deve a voz ter diarréia. IMPRIMIR GABARITO Forjar: domar o ferro à força, não até uma flor já sabida, mas ao que pode até ser flor se flor parece a quem o diga.” NETO, João Cabral de Melo. In: Obra Completa. Organizada por Marly de Oliveira com assistência do autor. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 595-6. O poema mostra: ( ) o fazer poético como um processo racional, fundamentado em modelos preexistentes. ( ) a relação criador-criatura enfocada sob uma perspectiva irônica. ( ) uma analogia entre o ofício do ferrageiro e o do poeta. ( ) a “flor” forjada como exemplo de obra de arte criativa. ( ) a criação da poesia como um processo cuja marca é a fluência das palavras, sem controle seletivo. ( ) a verossimilhança, o efeito de verdade na obra de arte, ligada à ação persuasiva do artefato sobre o objeto natural. ( ) a ação de forjar ligada à marca da pessoalidade no processo criativo, contrapondo-se ao plano do fundir, cuja marca é a ausência do sujeito. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 64. “Os Músicos Faz calor. Os grandes espelhos da parede vieram da Europa no fundo do porão; cristal puro. ‘Tua vó fez risinhos e boquinhas, namorou dentro desse espelho’. Respondo: ‘Minha avó nunca viu esse espelho, ela veio noutro porão’. Nesse instante chegam os músicos, três: piano, violino, bateria; o mais moço, o pianista tem quarenta anos, mas é também o mais triste, um rosto de quem vai perder as últimas esperanças, ainda tem um restinho mas sabe que vai perdê-las num dia de calor tocando os Contos dos Bosques de Viena, enquanto lá embaixo as pessoas comem bebem suam sem ao menos por um instante levantar os olhos para o balcão onde ele trabalha com os outros dois: Stein, no violino — cinqüenta e seis anos, meio século atrás: espancado com uma vara fina, trancado no banheiro, privado de comida ‘nem que eu morra você vai ser um grande concertista’ e quando Sara, sua mãe, morreu, ele tocou Strauss no restaurante com o coração cheio de alegria — Elpídio na bateria, cinqüenta anos, mulato, coloca um lenço no pescoço para proteger o colarinho, o gerente não gosta mas ele não pode mudar de camisa todos os dias, tem oito filhos, se fosse rico — ‘fazia filho na mulher dos outros, mas sou pobre e faço na minha mesmo’ — e todos começam, não exatamente ao mesmo tempo, a tocar a valsa da Viúva Alegre. Na mesa ao lado está o sujeito que é casado com a Miss Brasil. Todas as mesas estão ocupadas. Os garçons passam apressados carregando pratos e travessas. No ar, um grande borborinho.” FONSECA, Rubem. Lúcia McCartney. 31 64. Ceetps-SP Com base nesse texto é correto afirmar que a) as ações ganham relevo e determinam a estrutura do texto, em que as personagens se colocam vivas diante do processo narrativo. b) o que mais determina o texto são as reflexões, as idéias discutidas ao longo dele, o que lhe confere teor dissertativo. c) trata-se de um misto de narração e dissertação em que as ações das personagens servem como apoio para as argumentações do comentarista. d) predomina o caráter descritivo, o que se constata sobretudo pelos substantivos, adjetivos e mesmo verbos que auxiliam na caracterização do ambiente. e) apesar dos aspectos descritivos, o elemento determinante do texto é a narração, principalmente no que diz respeito à caracterização física dos músicos. 65. UFMA IMPRIMIR GABARITO “Toda essa história de carinho acaba quando boto as luvas. O único afeto que sinto pelos meus adversários é antes de subir no ringue e depois de terminada a luta. Durante, só sinto vontade de ganhar, vontade de vencer. O afeto antes é de boa sorte, que nada de mau aconteça. Depois da luta, parabéns, continue.” A alternativa que melhor expressa a idéia contida na fala do lutador de boxe Acelino — Popó — de Freitas, de forma mais concisa e coesa, é: a) Toda essa história de carinho quando boto as lutas, a fim de que o único afeto que sinto pelos meus adversários é antes de subir no ringue e depois de terminada a luta. Durante, só sinto vontade de ganhar, vontade de vencer, ainda que antes o afeto seja de boa sorte, que nada de mau aconteça e, depois da luta, parabéns, continue. b) Toda essa história de carinho acaba quando boto as luvas e, desse modo, o único afeto que sinto pelos meus adversários é antes de subir no ringue e depois de terminada a luta. Durante a luta, só sinto vontade de ganhar, vontade de vencer e, quanto ao afeto, antes é de boa sorte, que nada de mau aconteça. Depois da luta, parabéns, e tudo continua no mesmo. c) Toda essa história de carinho acaba quando boto as luvas, pois o único afeto que sinto pelos meus adversários é antes de subir no ringue e depois de terminada a luta. Durante, só sinto vontade de ganhar e de vencer, visto que o afeto antes é de boa sorte, que nada de mau aconteça; depois, parabéns, continue. d) Toda essa história de carinho acaba quando boto as luvas, embora o único afeto que sinto pelos meus adversários seja antes de subir no ringue e depois de terminada a luta. Durante a luta, sinto vontade de ganhar e vontade de vencer, já que o afeto antes é de boa sorte e que nada de mau aconteça. Depois de terminada a luta, parabéns, continue. e) Toda essa história de carinho acaba quando boto as lutas onde o único afeto que sinto pelos meus adversários é antes de subir no ringue e depois de terminada a luta. Durante, só sinto vontade de ganhar e vencer porque o afeto antes é de boa sorte, que nada de mau aconteça. Depois da luta, parabéns, continue. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 66: “Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala.” RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 32 66. Fuvest-SP Reestruturando-se o terceiro período do texto, mantém-se o sentido original apenas em: a) A viagem progredira bem três léguas, uma vez que haviam repousado bastante na areia do rio seco, dado que ordinariamente andavam pouco. b) haviam repousado bastante na areia do rio seco; a viagem progredira bem três léguas porque ordinariamente andavam pouco. c) Porque haviam repousado bastante na areia do rio seco, ordinariamente andavam pouco, e a viagem progredira bem três léguas. d) Ainda que ordinariamente andassem pouco, a viagem progredira bem três léguas, pois haviam repousado bastante na areia do rio seco. e) Em virtude de andarem ordinariamente pouco e de haverem repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Texto para as questões de 67 a 68: GABARITO “Rico vive mais Nos últimos cinco anos, respeitados centros de pesquisas científicas do mundo produziram nada menos do que 193 estudos sobre a relação entre condição socioeconômica e saúde (...). A princípio pode parecer óbvio: os ricos dispõem de mais recursos para pagar os melhores médicos, os exames mais sofisticados e os hospitais mais bem estruturados. A ciência descobriu uma realidade mais complexa. Pequenas diferenças de salário, educação e status social pesam quando o assunto é qualidade de vida e longevidade. Até entre pessoas do mesmo estrato social. (...) Médicos conscientes da tese ‘ricos, importantes e portanto, saudáveis’ consideram o saldo bancário, o currículo escolar e o sucesso profissional tão importantes — ou até mais — quanto a genética, a dieta alimentar, a prática de exercícios e a exposição a substâncias tóxicas, entre elas o cigarro. Um clássico do tema é a pesquisa do médico inglês Michael Marmot, que por mais de 25 anos mapeou a saúde de 17 530 funcionários públicos e constatou que, quanto mais alto o nível hierárquico, menor a taxa de mortalidade. (...) Todos tinham emprego garantido e contavam com o mesmo padrão de assistência médica. Os registros de morte entre os trabalhadores menos qualificados, porém, eram três vezes maiores do que os anotados entre os de cargos superiores. Estudos conduzidos nos Estados Unidos chegaram a conclusões semelhantes: (...) quanto menor o nível social, maior o desgaste emocional e maior o número de situações estressantes. E, como se sabe, o esgotamento psíquico mina o sistema imunológico do organismo humano.” IMPRIMIR JUNQUEIRA, Eduardo. In: Veja, ano 32, n. 23, p. 134, 9 jun. 1999. 67. F. Católica de Salvador-BA O texto: a) evidencia a existência de diferenças abismais entre as várias classes sociais. b) destaca o grande desenvolvimento da atividade de pesquisa científica nos últimos anos. c) objetiva conscientizar a população da necessidade de levar uma vida saudável, afastando-se do fumo e de outras drogas. d) visa demonstrar a existência de uma preocupação, por parte das autoridades, pela saúde das camadas mais pobres. e) mostra como saúde e qualidade de vida estão vinculadas a variáveis socioeconômicas e culturais. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 68. F. Católica de Salvador-BA Ao analisar os resultados das pesquisas a que o texto se refere, pode-se afirmar: a) Os abastados são mais otimistas, pois sabem que, com dinheiro, acabarão resolvendo seus problemas de saúde. b) Os que têm cargos superiores são menos atingidos por preocupações de ordem financeira, podendo, assim, conservar melhor suas defesas. c) A classe operária é mais propensa à doença por herança porque nela são mais freqüentes os maus hábitos. d) As pessoas com cargos de menor responsabilidade não se estressam tanto e, por isso, vivem mais. e) Os empresários, mesmo trabalhando sob maior pressão, têm mais acesso à medicina preventiva e a outras válvulas de escape. 33 69. F. Católica de Salvador-BA Da leitura do texto, pode-se inferir: a) A facilidade de acesso aos melhores hospitais pela classe privilegiada pode ser um fator importante, mas não é determinante quando se trata de saúde. b) O que faz uma pessoa desfrutar de uma boa saúde é a adoção de hábitos físicos e alimentares sadios. c) A falta de cuidados adequados com a saúde é, invariavelmente, a principal causa da mortalidade, que é maior entre as pessoas de poucos recursos. d) O grau de escolaridade é o que realmente faz diferença quando se fala em saúde, pois as pessoas cultas se cuidam mais. e) As condições ambientais em que trabalham as classes privilegiadas as tornam menos vulneráveis às doenças. Texto para responder a questão 70. IMPRIMIR GABARITO “A borboleta preta NO DIA SEGUINTE, como eu estivesse a preparar-me para descer entrou no meu quarto uma borboleta, tão negra como a outra, e muito maior do que ela. Lembrou-me o caso da véspera, e ri-me; entrei logo a pensar na filha de D. Eusébia, no susto que tivera, e na dignidade que, apesar dele, soube conservar. A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa. Sacudi-a, ela foi pousar na vidraça; e, porque eu a sacudisse de novo, saiu dali e veio parar em cima de um velho retrato de meu pai. Era negra como a noite. O gesto brando com que, uma vez posta, começou a mover as asas, tinha um certo ar escarninho, que me aborreceu muito. Dei de ombros, saí do quarto; mas tornando lá, minutos depois, e achando-a ainda no mesmo lugar, senti um repelão dos nervos, lancei mão de uma toalha, bati-lhe e ela caiu. Não caiu morta; ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabeça. Apiedei-me; tomei-a na palma da mão e fui depô-la no peitoril da janela. Era tarde; a infeliz expirou dentro de alguns segundos. Fiquei um pouco aborrecido, incomodado. — Também por que diabo não era ela azul? disse comigo. E esta reflexão, — uma das mais profundas que se tem feito, desde a invenção das borboletas, — me consolou do malefício, e me reconciliou comigo mesmo. Deixei-me estar a contemplar o cadáver, com alguma simpatia, confesso. Imaginei que ela saíra do mato, almoçada e feliz. A manhã era linda. Veio por ali fora, modesta e negra, espairecendo as suas borboletices, sob a vasta cúpula de um céu azul, que é sempre azul, para todas as asas. Passa pela minha janela, entra e dá comigo. Suponho que nunca teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem; descreveu infinitas voltas em torno do meu corpo, e viu que me movia, que tinha olhos, braços, pernas, um ar divino, uma estatura colossal. Então disse consigo: ‘Este é provavelmente o inventor das borboletas’. A idéia subjugou-a, aterrou-a; mas o medo, que é também sugestivo, insinuou-lhe que o melhor modo de agradar ao seu criador era beijá-lo na testa, e beijou-me na testa. Quando enxotada por mim, foi pousar na vidraça, viu dali o retrato de meu pai, e não é impossível que descobrisse meia verdade, a saber, que estava ali o pai do inventor das borboletas, e voou a pedir-lhe misericórdia. Pois um golpe de toalha rematou a aventura. Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a pompa das folhas verdes, contra uma toalha de rosto, dous palmos de linho cru. Vejam como é bom ser superior às borboletas! Porque, é justo dizê-lo, se ela fosse azul, ou cor de laranja, não teria mais segura a vida; não era impossível que eu a atravessasse com um alfinete, para recreio dos olhos. Não era. Esta última idéia restitui-me a consolação; uni o dedo grande ao polegar, despedi um piparote e o cadáver caiu no jardim. Era tempo; aí vinham já as próvidas formigas… Não, volto à primeira idéia; creio que para ela era melhor ter nascido azul.” ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 70. Fatec-SP Da leitura do texto é correto afirmar que o narrador a) se vale da imagem de uma borboleta para mostrar tanto as ações impulsivas do homem como sua capacidade de racionalização. b) fala de uma borboleta para representar a importância de pequenos momentos na vida dos homens. c) elabora uma comparação entre o susto que tivera ao ver a borboleta e o que tivera ao ver a filha de D. Eusébia. d) se surpreende com a relatividade das coisas, ao constatar-se um gigante e, talvez, um deus em relação à borboleta. e) se sente desorientado com a borboleta que descreve infinitas voltas em torno de seu corpo, querendo confundi-lo. Texto para as questões 71 e 72: “Eles sobraram 34 Os números do IBGE, o principal órgão de pesquisas sociais do país, mostram um retrato dramático da realidade do trabalhador brasileiro. Segundo o Instituto, 36 milhões de brasileiros em idade de trabalhar têm só o 1º grau completo ou nem isso. Essa população equivale a quase a metade de toda a força de trabalho do país e coloca para a sociedade um enorme problema. Para garantir a sobrevivência, muitos deles ainda conseguem emprego na economia informal com algum êxito. Para os outros, o horizonte é desolador. Isso porque as empresas, com a modernização, já não precisam tanto de força física, que é o que eles têm a oferecer se não forem educados. O rosto dessa gente apareceu quando o governo de São Paulo abriu inscrições, um mês atrás, para as chamadas frentes de trabalho. A idéia era selecionar 50 000 pessoas para cumprir um contrato de seis meses, recebendo salário mensal de 150 reais, cesta básica e seguro de acidentes pessoais. Exigências: ter acima de 16 anos de idade e estar desempregado há mais de um ano. Uma multidão de 460 000 pessoas lotou os locais de inscrição. Foram selecionados apenas os chefes de famílias numerosas, os mais velhos e aqueles que estavam por mais tempo na fila do desemprego. (...) O Brasil ainda tem uma vantagem a oferecer a esses trabalhadores, por uma ironia do seu passado recente. Durante mais de uma década, o governo abandonou estradas, viadutos, deixou ruas se esburacarem. Assim que a economia voltar a crescer, isso tudo vai ser consertado e haverá trabalho para essa massa de gente. O problema é saber durante quanto tempo eles poderão sobreviver à custa desses serviços. E o desafio, para o país, é evitar que continue crescendo a população de subtrabalhadores.” IMPRIMIR GABARITO VALENTINI, Cíntia. In: Veja, ano 32, n. 29, p. 105, 21 jul. 1999. 71. F. Católica de Salvador-BA De acordo com o texto, pode-se afirmar: a) A realidade do trabalhador brasileiro era desconhecida até a formação das frentes de trabalho. b) As dificuldades do trabalhador desqualificado, no Brasil, não serão sanadas a longo prazo, uma vez que o trabalho físico tende a desaparecer. c) A situação do trabalhador braçal, embora difícil, é alentadora, uma vez que ele sempre pode contar com a economia informal. d) A infra-estrutura deficiente do Brasil possibilitará trabalho constante, pelo menos na área de construção civil. e) Os problemas de mão-de-obra desqualificada — frutos da atual conjuntura econômica do País — se resolverão definitivamente, assim que a economia brasileira voltar a crescer. 72. F. Católica de Salvador-BA A partir da leitura do texto, pode-se inferir que o problema de emprego, no Brasil, será otimizado com: a) a manutenção da economia informal. b) a abertura de constantes frentes de trabalho. c) a implementação de um programa de educação. d) o controle da natalidade nas camadas mais baixas. e) a criação de postos de trabalho na área da construção civil. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar INSTRUÇÃO: As questões de números 73 a 76 referem-se ao seguinte texto de Rubem Braga: “Luto da família Silva 35 A Assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava deitado na calçada. Uma poça de sangue. A Assistência voltou vazia. O homem estava morto. O cadáver foi removido para o necrotério. Na seção dos ‘Fatos Diversos’ do Diário de Pernambuco, leio o nome do sujeito: João da Silva. Morava na rua da Alegria. Morreu de hemoptise. (…) João da Silva — Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome. Você não possuía sangue azul. O sangue que saía de sua boca era vermelho — vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família, entretanto, é que trabalha para os homens importantes. A família Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miranda, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são sustentadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes na América do Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos balcões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha. Nossa família quebra pedra, faz telhas de barro, laça os bois, levanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche os porões dos navios, conta o dinheiro dos bancos, faz os jornais, serve no Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca: faz tudo. Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é mesmo na vala comum. Na vala comum da miséria. Na vala comum da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na política…” BRAGA, Rubem. Luto da família Silva. Apud: Para gostar de ler. 4. ed. São Paulo: Ática, 1984, v. 5, p. 44-5. IMPRIMIR GABARITO 73. U. F. São Carlos-SP A leitura do texto permite afirmar que o autor a) quis desqualificar as famílias não importantes, como a Silva. b) pretendeu enaltecer a tradição de famílias importantes na história brasileira. c) explicitou a submissão dos países da América do Sul aos da América do Norte. d) propôs uma reflexão sobre diferenças sociais, sugeridas também pelos nomes de família. e) enfatizou a importância de se melhorarem os Silva para entrarem na política. 74. U. F. São Carlos-SP No texto, a expressão “vermelhinho da silva” traduz a idéia de a) intensidade. b) carinho. c) pequenez. d) ironia. e) desprezo. 75. U. F. São Carlos-SP O texto estrutura-se na oposição entre os Silva e as demais famílias. Essa relação releva-se em a) “vai mal em política” e “há de subir na política”. b) “em todo lugar onde se trabalha” e “a gente de nossa família trabalha nas plantações de mate”. c) “vermelhinho da silva” e “sangue azul”. d) “vala comum da miséria” e “vala comum da glória”. e) “vermelho” e “vermelhinho da silva”. 76. U. F. São Carlos-SP A oração faz tudo, em destaque no texto, assume a função de a) resumir e comentar informações anteriores. b) retomar e sintetizar informações anteriores. c) expandir e explicar informações anteriores. d) explicar e comentar informações anteriores. e) retomar e explicar informações anteriores. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 77. U. Salvador-BA “As Palavras Ressuscitarão GABARITO 36 As palavras envelheceram dentro dos homens separadas em ilhas, as palavras se mumificaram na boca dos legisladores; as palavras apodreceram nas promessas dos tiranos; as palavras nada significam nos discursos dos homens [públicos. E o Verbo de Deus é uno mesmo com a profanação [dos homens de Babel, mesmo com a profanação dos homens de hoje. E, por acaso, a palavra imortal há de adoecer? E, por acaso, as grandes palavras semitas podem [desaparecer? E, por acaso, o poeta não foi designado para vivificar a [palavra de novo? Para colhê-la de cima das águas e oferecê-la outra vez [aos homens do continente? E, não foi ele apontado para restituir-lhe a sua essência, e reconstituir seu conteúdo mágico? Acaso o poeta não prevê a comunhão das línguas, quando o homem reconquistar os atributos perdidos [com a Queda, e quando se desfizerem as nações instaladas ao depois [de Babel. Quando toda a confusão for desfeita, o poeta não falará, do ponto em que se encontrar, a todos os homens da terra numa só língua — a [linguagem do Espírito? Se por acaso viveis mergulhados no momento e no [limite, não me compreendereis, irmão!” LIMA, Jorge de. In: Poesia Completa. Organização de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 388-9. O poema apresenta: ( ) a poesia como instrumento de redenção do homem. ( ) a palavra divina tornada vazia de significação para o homem. ( ) o poeta como reinventor da linguagem, construtor da palavra perene. IMPRIMIR ( ) o homem comum como elemento responsável pela perda do poder expressivo da palavra no seu uso cotidiano. ( ) a linguagem poética, na sua universalidade, como promotora do entendimento entre os homens. ( ) o poder mágico da palavra só atingível por aquele que ultrapassar a compreensão do “Verbo de Deus”. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números 78 a 81, leia os versos de Fernando Pessoa. “Lisbon Revisited Não: não quero nada, Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me [enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) Das ciências, das artes, da civilização moderna! Que mal fiz eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica [só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus! Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário [de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, [a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos? Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero [ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! Ó céu azul — o mesmo da minha infância — Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois [que eu me sinta. Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo… E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero [estar sozinho!” GABARITO 37 IMPRIMIR PESSOA, Fernando. Obra Poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1981, p. 290-1. 78. U. F. São Carlos-SP A penúltima estrofe do poema permite considerar que o eu-lírico sente a) uma saudade carinhosa da infância, pois em Lisboa ainda pode viver bons momentos. b) uma mágoa de Lisboa, pois lá passou uma infância vazia e sem sentimentos. c) um medo de revisitar Lisboa, pois a cidade nunca lhe proporcionou boas lembranças. d) uma mágoa de sua cidade (Lisboa), pois ela tirou-lhe todos os bons sentimentos. e) uma saudade melancólica da infância, pois trata-se de uma época remota e irrecuperável. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 79. U. F. São Carlos-SP Pela leitura do poema, pode-se dizer que o poeta a) recusa-se a aceitar os valores que a sociedade tenta inculcar-lhe. b) encontra na morte a única solução para os problemas. c) tenta tornar-se uma outra pessoa, para agradar a todos. d) sente-se solitário e, por essa razão, almeja fazer parte da companhia. e) aparta-se da sociedade, para desenvolver sua arte. 80. U. F. São Carlos-SP Os dois últimos versos do poema revelam a) a conscientização do poeta em relação a seus problemas e à breve solução que lhes dará. b) a irritação do poeta com aqueles que pretendem ajudá-lo em seus problemas. c) a vontade do poeta de poder compartilhar da paz que outras pessoas sentem. d) o desejo do poeta de manter-se afastado e isolado das pessoas. e) a inquietude gerada na alma do poeta, em virtude da sua solidão. 38 81. U. F. São Carlos-SP A forma verbal macem, destacada no poema, significa a) desprezem. b) importunem. c) ofendam d) maltratem. e) abandonem. GABARITO 82. U. Salvador-BA “Passava as noites em claro, metido no laranjal e procurando uma solução a tanta dificuldade; atordoavam-no ainda aqueles dois assobios que não podia explicar e sobretudo aquela pedrada tão bem dirigida, que por pouco talvez o houvesse estendido por terra. Numa dessas noites de ansiedade, viu afinal reabrir-se a janela de Inocência. A pobrezinha, abrasada também de amor, queria respirar o ar da noite e beber na viração do sertão um pouco de tranqüilidade para sua alma não afeita ao tumultuar dos sentimentos que a agitavam e, quem sabe? verificar se por aí não andava rondando aquele que no seio lhe inoculara tamanho desassossego, ímpetos tão desconhecidos e violentos, superiores a todas as suas tentativas de resistência. Cirino, rápido como uma seta, rápido como aquela pedra arrojada tão rigorosamente, achou-se ao pé da janela e cobriu de beijos as mãos da sua amada. — O grito? balbuciou ela. Dois gritos... e a pedrada... Que foi? — Ah! não foi nada, respondeu apressadamente Cirino; fui ver no laranjal... era um macauã. O que pareceu pedrada era um noitibó que frechou para mim e veio dar com a cabeça na parede. — Deveras? perguntou ela incrédula. — Deveras. A princípio tomei também um grande susto. Depois, verifiquei que não passava de miragem. De noite, a gente em tudo vê maravilhas... Para mim, a única que vi era você, minha vida, meu anjo do céu... Com este madrigal encetou Cirino uma conversação como a da primeira noite, como a que balbuciam duas cândidas almas na eterna e sempre nova declaração de amor, desde que Adão e Eva a trocaram, à sombra das maravilhosas árvores do Éden.” IMPRIMIR TAUNAY, Visconde de. Inocência. 24. ed. São Paulo: Ática, 1996, p. 99-100. Marque V para as afirmativas que podem ser comprovadas com o texto e F para as que não podem. ( ) Dimensão hiperbólica do sentimento amoroso. ( ) Concepção idealizada de mulher. ( ) Atitude de vassalagem amorosa. ( ) Escapismo para o sonho. ( ) Íntima relação entre o nome da personagem feminina e o seu jeito de ser. ( ) Atitude de irreverência do narrador, no último parágrafo, em face do religioso. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 83 a 85: “Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos, é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destroem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e a dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte de influência a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão. Feitas as exceções devidas, não se lêem muito os clássicos no Brasil. Entre as exceções, poderia eu citar até alguns escritores cuja opinião é diversa da minha neste ponto, mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se lêem, o que é um mal. Escrever como Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempo tem seu estilo.” Machado de Assis. IMPRIMIR GABARITO 39 83. Unifor-CE De acordo com o texto, é função do escritor: a) inovar sempre a língua — registro de suas obras — criando as novidades a partir da influência popular, que é importantíssima nesse processo. b) dominar com segurança a norma culta da língua e empregá-la fluentemente, não admitindo as alterações que ocorrem por influência popular. c) aceitar as inovações trazidas pelo povo — aquelas que dão vivacidade à língua — exercendo, porém, um controle sobre elas e inibindo os abusos. d) usar exclusivamente a linguagem do povo, o que vai permitir uma aceitação maior de suas obras, pois a leitura se torna mais agradável e compreensível. e) estudar sempre os autores clássicos, pois somente eles, com seus ensinamentos, são os modelos adequados para a produção das obras consideradas modernas. 84. Unifor-CE Conclui-se corretamente do texto que: a) o reconhecimento de um escritor nem sempre se baseia em sua competência, pois muitos deles até mesmo ignoram as estruturas da língua que utilizam. b) as obras clássicas são aquelas em que a linguagem é imutável, sem as indevidas interferências surgidas em cada época ou de acordo com a vontade de seu autor. c) o povo de uma nação é a fonte incontestável de todas as alterações da língua, que devem ser incorporadas pelos escritores em suas obras. d) o mérito de um livro será maior quanto mais inovações ele apresentar, acompanhando sua época e abandonando o estilo de autores antigos e defasados. e) a língua reflete a história de cada época e sujeita-se a receber tanto a influência de seus escritores quanto a popular. 85. Unifor-CE A idéia central do texto é: a) a influência, sempre atual, dos autores clássicos da língua. b) a necessidade de um equilíbrio entre tradição e renovação na língua. c) a divulgação das obras de escritores que gozam da aceitação popular. d) as opiniões divergentes entre escritores a respeito do uso correto da língua em suas obras. e) a ausência de mérito literário em muitas obras consagradas pelo público. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 86. Unicamp-SP Considere o poema a seguir: “Inventário 40 Povoam o escritório vários utensílios uns bastante sóbrios outros indiscretos Aparentemente peças quase iguais às demais: os mesmos modos funcionais Por exemplo: a mesa é sóbria. Rumina todos os papéis no oco das gavetas Contudo é preciso vê-las em sua marca: no rastro dos dedos no selo do gesto O que a mesa expele para a superfície é simples dejeto livre de mistério Ali onde transgridem a ética da classe que proíbe os objetos de serem pessoais O arquivo também é móvel discreto e diz muito pouco de interesse humano Onde desconhecem o acordo em vigor que as coisas transforma em armas submissas A caneta, o lápis o papel, o cesto são só instrumentos sem vontade própria Não pactuam — hostis minhas duas mãos acidulam o ar da repartição” Dois os indiscretos: minhas duas mãos — úlcera no estômago da repartição IMPRIMIR GABARITO ALVIM, Francisco. Amostra Grátis. In: Poesias Reunidas (1968-1988). São Paulo: Duas Cidades, 1988. a) De qual critério se serve o poeta para classificar as diferenças entre os “vários utensílios” que “povoam o escritório”? Por que essa classificação destoa tanto da nossa percepção habitual? b) Como aparece a presença humana em meio ao ambiente da repartição? 87. Unicamp-SP Na coluna “De zero a dez”, de Rubem Tavares, publicada na revista Business Travell, 34, no primeiro semestre de 2000, p. 13, encontram-se, entre outras, as seguintes notas, parcialmente adaptadas: “Para os lunáticos que insistem em soltar balões de grande porte, causando incêndios e sérios riscos à segurança dos vôos: segundo o Controle de Tráfego Aéreo, em 1998 foram registradas 99 ocorrências em Guarulhos. Em todo o ano passado foram registradas 33 ocorrências e, neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31. As autoridades deveriam enquadrar os responsáveis por crime inafiançável e trancafiá-los em presídios por longos anos.” “Não seria o caso de a Prefeitura pagar por cada nova pichação feita na cidade? É claro que sim. Se todos entrassem com uma ação simultaneamente, com certeza o prefeito encontraria novas atribuições para a Guarda Municipal. Vide sugestão na nota anterior que também poderia ser aplicada nestes casos.” a) Qual é a conclusão implícita na seqüência “neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31”, que se encontra na primeira nota? b) Explicite a sugestão dada no final da segunda nota. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 88. “Música Uma coisa triste no fundo da sala. Me disseram que era Chopin. A mulher de braços redondos que nem coxas martelava na dentadura dura sob o lustre complacente. Eu considerei as contas que era preciso pagar, os passos que era preciso dar, as dificuldades… Enquadrei o Chopin na minha tristeza e na dentadura amarela e preta maus cuidados voaram como borboletas.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia. GABARITO 41 88. Fatec-SP A leitura de Música torna possível afirmar que a atenção do narrador a) tem suas preocupações ordinárias postas de lado pela sensualidade da música e da pianista de braços redondos. b) se apega aos “passos que era preciso dar”, apesar dos apelos tristonhos que a música de um piano lhe fazia do fundo da sala. c) foi despertada pela relação material entre as teclas de um piano (“dentadura dura”) e sua própria dentadura (“dentadura amarela e preta”). d) é atraída pela música de um provável Chopin, que, apesar de triste, afasta o narrador de suas preocupações cotidianas. e) se fixa na tristeza e na solidão, levando-o ao desatino da existência, o que se constata pela evocação de um “lustre complacente”. 89. Fatec-SP A expressão que mais claramente remete à liberação das preocupações do narrador, sob o efeito da música de Chopin é: a) “braços redondos que nem coxas”. b) “sob o lustre complacente”. c) “meus cuidados voaram como borboletas”. d) “Enquadrei o Chopin na minha tristeza”. e) “as dificuldades…” 90. UEPA IMPRIMIR “É nesse aspecto que a histeria sobre a biopirataria na Amazônia corre o risco de não levar a lugar nenhum. A existência de uma fronteira terrestre muito vasta para evitar contrabando, a presença de turistas internacionais, estrangeiros residentes, estudantes e pesquisadores estrangeiros que vêm desenvolver pesquisas, professores e consultores, além do fluxo de brasileiros para o exterior, impossibilitam qualquer aparato de fiscalização.” Neste texto divulgado na Internet, na enumeração de situações que favorecem a biopirataria na Amazônia, o coesivo “além” possibilitou: a) a inclusão de mais uma situação. b) a reiteração das situações apresentadas. c) a retificação das situações anteriores. d) somente a ratificação das situações já apresentadas. e) a exclusão das situações expostas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 91 a 93: “UM MERGULHO NO BRASIL Manaus IMPRIMIR GABARITO 42 Às duas da tarde do verão de 1984, no meio de um longo engarrafamento no centro da cidade, o motorista apontou para o carro à frente, e perguntou: ‘O senhor sabe por que aquele Volks está com todos os vidros fechados?’ Antes que eu dissesse não, ele respondeu: ‘Para que todos pensem que tem ar condicionado.’ Como aquele motorista, os demais brasileiros sacrificam demais o conforto possível, para dar a impressão de dispor dos instrumentos do conforto. Aquele encontro, no meio de um engarrafamento, permitiu um conhecimento maior da realidade brasileira do que quadros estatísticos e formulações teóricas da economia. Tomar contato com aquela realidade foi como mergulhar no âmago da lógica da economia brasileira. Um mergulho no Brasil que, para descrever e entender o país, deve começar pelo entendimento da alma do conjunto de sua população. Tem que ser um mergulho na lógica que faz o Brasil mover-se. Não pode se limitar a ver o Brasil. Tem que entender como o Brasil vê o Brasil. Como o homem dentro de um carro fechado, no calor sem ar condicionado, vê a si mesmo, graças ao fato de se ver pelos olhos dos outros. Como gostaria que os outros o vissem: como o confortado dono de um carro com ar condicionado. Pervertendo o processo econômico. Fazendo do ar que deveria ser usado para dominar o calor da tarde o símbolo do poder de não sentir calor. Mesmo que às custas de sofrer um calor maior. Aquele comportamento era similar ao de toda a população brasileira que, em território tropical, se submete a uma economia desadaptada a suas necessidades, incompatível com seus recursos, desvinculada de sua cultura, com a finalidade de dar ao mundo a impressão de riqueza. Não apenas os consumidores se comportam como gostariam de ser vistos. Os cientistas sociais que tentam mergulhar na realidade brasileira produzem teorias conforme imaginam que seus colegas desejam. Prendem-se a modelos já preparados, usam linguagens especiais, para que os outros pensem que eles têm o ar condicionado do saber academicamente oficial. Mesmo quando se atrevem a desnudar o real, denunciar que o carro não tem ar condicionado e estamos todos morrendo de calor, os cientistas tendem a não expor as idéias que pareçam romper com o comodismo teórico do consumismo de escolas estabelecidas. Temem abrir as janelas e demonstrar a todos a incompetência de formulações, teorias e linguagens pouco acuradas. Sobretudo quando, além de dúvidas, eles não têm teorias alternativas. Mas um mergulho no caos da consciência coletiva brasileira dificilmente se faz se usamos o escafandro das teorias formuladas para explicar, como se tivessem lógica, o caos e a irracionalidade. A realidade de um motorista suando para dar a impressão de que não sente calor não pode ser explicada buscando uma lógica no seu comportamento, mas sim mostrando que por trás deste há uma loucura geral. A teoria econômica diria que o consumidor obtém, com o carro e as janelas fechadas, um nível de satisfação maior do que o grau de conforto das janelas abertas. A inconseqüência não é apenas do consumidor. A teoria que se diz científica, trabalhando na inconseqüência, influi na divulgação e na legitimação do absurdo. Mergulhar na realidade do país exige um mergulho nas teorias que mais fortemente vêm influenciando a consciência dos brasileiros. Para tanto é preciso desvencilhar-se dos preconceitos, tentando usar o sentimento, arriscando incoerências, aventurando-se, como em qualquer mergulho. É preciso explicar por que os brasileiros fecham os vidros do país, para dar a impressão do bemestar do progresso.” BUARQUE, Cristovam. A Desordem do Progresso. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1993. p. 5-6. 91. UFBA O texto sugere que “um mergulho no Brasil”: (01) revelaria a distorção das teorias dos sociólogos, construídas em torno de questões ultrapassadas, o que constituiria entrave cultural. (02) desvendaria submissão a comportamentos sociais padronizados, a partir de valores desvinculados das reais necessidades do indivíduo. (04) traria à tona subsídios para uma insurreição do povo brasileiro contra teorias sociais acadêmicas em prática na sociedade atual. (08) implicaria uma avaliação de como o brasileiro age e de como ele se auto-avalia, no sentido de apreender a lógica que rege suas ações. (16) denunciaria o artificialismo das teorias utilizadas pelos cientistas sociais por vaidade intelectual e busca de prestígio acadêmico. (32) evidenciaria a necessidade de se promover a reabilitação das profissões diretamente relacionadas com o desenvolvimento socioeconômico e científico do país. (64) subentenderia uma análise criteriosa dos fatores que contribuem para que se passe uma visão fantasiosa do país e dos seus habitantes. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar IMPRIMIR GABARITO 43 92. UFBA O sentido do enunciado está devidamente apreendido em: (01) “Para que todos pensem que tem ar condicionado.” — A resposta do motorista demonstra seu ponto de vista preconceituoso, falso, a respeito do fato que então se comenta. (02) “para dar a impressão de dispor dos instrumentos do conforto” e “para que os outros pensem que eles têm o ar condicionado do saber academicamente oficial” — Indicam que o objetivo do consumidor e do cientista social decorrem de pressões que os manipulam. (04) “não sentir calor” e “sofrer um calor maior” — As expressões estão usadas para enfatizar o contraste existente no comportamento do brasileiro. (08) “Aquele comportamento era similar ao de toda a população brasileira que, em território tropical, se submete a uma economia desadaptada a suas necessidades, incompatível com seus recursos” — O autor se fundamenta num fato para avaliar criticamente o comportamento do povo brasileiro no seu todo. (16) “Mas um mergulho no caos da consciência coletiva brasileira dificilmente se faz se usamos o escafandro das teorias formuladas para explicar, como se tivessem lógica, o caos a irracionalidade.” — Isso quer dizer que o “caos e a irracionalidade” são uma conseqüência do ilogismo das teorias que se propõem interpretar a índole do povo brasileiro, com argumentos falseadores. (32) “A teoria econômica diria que o consumidor obtém, com o carro e as janelas fechadas, um nível de satisfação maior do que o grau de conforto das janelas abertas.” — Os economistas, dentro da ótica do consumismo, subestimam a aparência em favor da realidade. (64) “É preciso explicar por que os brasileiros fecham os vidros do país, para dar a impressão do bem-estar do progresso.” — Isso significa que uma análise da identidade do povo brasileiro deve fundamentar-se, antes, no desvendamento dos fatores externos que a constroem. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 93. UFBA Há uma explicação coerente em: (01) O termo “ar condicionado” (1o destacado) está usado em sentido denotativo, diferentemente de “ar condicionado” (2o destacado). (02) A expressão “Tem que” remete a uma possibilidade remota de análise da realidade. (04) A forma verbal “entender” tem o mesmo sentido de “Mergulhar”. (08) A expressão “se ver pelos olhos dos outros” conota um falseamento da realidade individual. (16) O uso do “escafandro” sugere mascaramento do real objetivo do “mergulho” (1o destacado). (32) Os pontos de vista dos economistas e do autor coincidem com relação ao grau de funcionalidade das “janelas fechadas” e “das janelas abertas”. (64) A expressão “Para tanto” estabelece um relação de conseqüência com referência a “mergulho” (2o destacado). Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 94. Unicamp-SP Quando o treinador Leão foi escolhido para dirigir a seleção brasileira de futebol, o jornal Correio Popular publicou um texto com muitas imprecisões, do qual consta a seguinte passagem: “Durante sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada declaração eram pensadas com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos, Edmílson, 53 anos, e Édson, 58, são médicos.” Correio Popular. Campinas, 20/10/2000. a) O que aconteceria com Leão se ele, efetivamente, ficasse aprimorando seus defeitos”? Reescreva o trecho de maneira a eliminar o equívoco. b) A expressão “por outro lado”, no início do segundo período, contribui para tornar o trecho incoerente. Por quê? c) Por que o emprego da palavra “racionalismo” é inadequado nessa passagem? As questões 95 a 97 referem-se ao seguinte texto: IMPRIMIR GABARITO 44 “Certos mitos são repetidos tantas e tantas vezes que muitos acabam se convencendo de que eles são de fato verdadeiros. Um desses casos é o que envolve a palavra ‘saudade’, que seria uma exclusividade mundial da língua portuguesa. Trata-se de uma grande e pretensiosa balela. Todas as línguas do mundo exprimem com maior ou menor grau de complexidade todos os sentimentos humanos. E seria uma grande pretensão acreditar que o sentimento que batizamos de ‘saudade’ seja exclusivo dos povos lusófonos. Embora línguas que nos são mais familiares como o inglês e o francês tenham de recorrer a mais de uma expressão (seus equivalentes de ‘nostalgia’ e ‘falta’) para exprimir o que chamamos de saudade em todas as circunstâncias, existem outros idiomas que o fazem de forma até mais sintética que o português. Em uma de suas colunas semanais nesta Folha, o professor Josué Machado lembrou pelo menos dez equivalentes da palavra ‘saudade’. Os russos têm ‘tosca’; alemães, ‘Sehnsucht’; árabes, ‘shauck’ e também ‘hanim’; armênios, ‘garod’; sérvios e croatas, ‘jal’; letões, ‘ilgas’; japoneses, ‘natsukashi’; macedônios, ‘nedôstatok’; e húngaros, ‘sóvárgás’. Pode-se ainda acrescentar a essa lista o ‘desiderium’ latino, o ‘póthos’ dos antigos gregos e sabe-se lá quantas mais expressões equivalentes nas cerca de 6 mil línguas atualmente faladas no planeta ou nas 10 mil que já existiram. Ora, se até os cães demonstram sentir saudades de seus donos quando ficam separados por um motivo qualquer, seria de um etnocentrismo digno de fazer inveja à Alemanha nazista acreditar que esse sentimento é próprio apenas aos que falam português. Desde que o homem é homem, ou talvez mesmo antes, ele sente saudade; desde que aprendeu a falar aprendeu também, de uma forma ou de outra, a dizê-lo.” Saudade. Folha de S. Paulo, 6/4/1996, adaptado. 95. ITA-SP No texto, a tese é que a) todos os povos têm os mesmos sentimentos e têm palavras para designá-los. b) os cães, assim como os seres humanos, sentem saudade. c) trata-se de um mito a crença de que apenas os povos lusófonos têm uma palavra para designar o sentimento “saudade”. d) há línguas que são mais sintéticas que outras para exprimir os sentimentos. e) há línguas que são mais sintéticas que o português para expressar o sentimento que os povos lusófonos designam “saudade”. 96. ITA-SP NÃO se pode afirmar que a noção do sentimento saudade no texto seja a) atribuída exclusivamente ao ser humano. b) uma prova de que a espécie humana é fruto da mutabilidade de espécies. c) comum a todos os seres humanos, mas a maneira de expressá-lo é diferente. d) comum a todos os seres humanos e remonta aos tempos antigos. e) talvez anterior à razão. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 97. ITA-SP NÃO se pode dizer que no texto haja a) uma declaração inicial que sintetiza a tese a ser defendida. b) a exclusividade da forma impessoal, que é marcada apenas pelo emprego de orações na voz passiva. c) uma equiparação do sentimento saudade dos cães ao dos seres humanos. d) a generalização de uma idéia após a apresentação de exemplos. e) exemplos de vocábulos de outras línguas para designar o sentimento “saudade”, que funcionam como argumentos para a tese defendida. Para as questões 98 e 99 considere o texto das questões de 27 a 29. 98. Fuvest-SP I. “/…/ você não é completamente louco por aquele sujeito que chegou na sua casa /…/”. II. “Porque quem é louco por alguém, não é louco de deixar essas coisas para amanhã”. 45 Quanto ao sentido que o vocábulo “louco” assume nas três ocorrências destacadas no quadro acima, é correto afirmar que a) em II, o segundo uso da palavra “louco” assume sentido negativo. b) em I, a palavra “louco” pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por “delinqüente”. c) nas três ocorrências, a palavra destacada tem o mesmo sentido. d) em II, os usos da palavra “louco” assumem sentido oposto àquele verificado em I. e) em II, a repetição da palavra “louco” é redundante, já que não acrescenta nenhum sentido à frase. IMPRIMIR GABARITO 99. Fuvest-SP Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre o texto: a) a única palavra que se refere diretamente à idéia de morte é “inventários”, evitando-se assim reações negativas do leitor diante desse tema. b) a imagem da criança reforça uma sugestão já presente no texto e no nome do produto. c) o autor usa conotativamente a palavra “noite” para simbolizar a idéia da morte. d) no trecho “você faz um seguro de vida que pode durar sempre”, o autor sugere a idéia de longevidade do titular do seguro. e) a fotografia e a frase em maiúsculas desviam a atenção do leitor da idéia de morte, focalizando o principal beneficiário do seguro. 100. Mackenzie-SP “A moça não era formosa, talvez nem tivesse graça; os cabelos caíam despenteados, e as lágrimas faziam-lhe encarquilhar os olhos.” Assinale a alternativa correta em relação ao fragmento acima. a) Formosa e graça são, sintaticamente, predicativos do sujeito moça. b) Na estrutura sintática predomina a subordinação. c) A anteposição do adjetivo despenteados ao verbo alteraria o sentido da oração. d) O pronome oblíquo refere-se a lágrimas. e) O ponto e vírgula estabelece a relação de concessão entre as orações. 101. PUC/Campinas-SP A revista Veja anunciou-se a si mesma, utilizando a seguinte frase: “Histórias muito mal contadas em reportagens muito bem escritas” Está implícito, nesse anúncio, que a revista Veja se dispõe a a) corrigir a redação confusa de notícias publicadas em outros periódicos. b) contornar as histórias mal contadas, por meio da clareza e da elegância do estilo. c) denunciar, em estilo preciso, os vícios de linguagem que costumam prejudicar as reportagens. d) criticar certas histórias que, por serem mal contadas, redundam em más reportagens. e) analisar casos nebulosos e apresentá-los em matérias de redação clara e precisa. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 102. Fuvest-SP I. Para se candidatar a um emprego, o recém-formado compete com levas de executivos de altíssimo gabarito, desempregados. O jovem, sem experiência, literalmente, dança. II. Acostumados às apagadas, às vezes literalmente, mulheres dos dirigentes do Kremlin, os russos achavam que ela era influente demais, exibida, arrogante. a) O advérbio “literalmente” está adequadamente empregado nos dois textos? Justifique sua resposta. b) A que palavra, em II, se refere a expressão “às vezes literalmente”? Qual o duplo sentido produzido pela relação que aí se estabeleceu? 103. Fuvest-SP Leia as seguintes manchetes de dois jornais paulistas, ambas do dia 15/5/ 2000: “Governo suspende verba para a reforma agrária.” Folha de S. Paulo. “Incra suspende crédito para assentamentos.” O Estado de S. Paulo. 46 Considere as seguintes afirmações: I. As duas manchetes apresentam o mesmo fato, sob idêntico ponto de vista, embora empregando palavras diferentes. II. Na 1ª manchete, o fato parece mais grave que na segunda. III. Na 2ª manchete, o emprego dos termos “INCRA” e “assentamento” particularizam a informação. Está correto, em relação às manchetes, apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 104. Fatec-SP Para determinar o valor sintático-semântico do substantivo “poltrona” na expressão “sentam poltrona”, pode-se considerar que seu equivalente mais próximo seria: IMPRIMIR GABARITO a) sentam a pua em alguém. b) sentam tijolos na parede. c) sentam-se numa poltrona. d) sentam praça em algum lugar. e) sentam orgulhosamente. 105. U. Metodista-SP Observe a imagem que segue: A partir da composição acima, o autor demonstra a) que a independência política possibilitou a autonomia econômica do país com o ingresso das multinacionais e do capital estrangeiro. b) a relação de dependência econômica do país, invadido pelas multinacionais e pelo capital estrangeiro, estabelecendo um paradoxo com a data da independência em 1822. c) que a independência política é responsável indireta pela verdadeira revolução industrial que se desencadearia no país no século XX. d) de forma criativa o progresso econômico que a abertura ao capital estrangeiro trouxe ao país, a partir de 1822. e) que as origens do mercado publicitário no Brasil remontam à época de sua independência em 1822. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 106 a 108: “A menina e a cantiga 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 … trarilarára… traríla… A meninota esganiçada margirça com a sáia voejando por cima dos joelhos em nó vinha meia dansando cantando no crepúsculo escuro. Batia compasso com a varinha na poeira da calçada. … trarilarára… traríla… De repente voltou-se prá negra velha que vinha trôpega atrás, enorme trouxa de roupas na cabeça: — Qué mi dá, vó? — Naão. … trarilarára… traríla…” Mário de Andrade. 47 106. Mackenzie-SP Assinale a alternativa correta sobre o fragmento que vai da linha 2 à linha 3. a) Revela-se poético, apesar de aproximar-se da prosa. b) Expressa por meio de clichê o movimento dado à saia. c) Apresenta erros de ortografia que impedem a clareza do texto. d) Enriquece a descrição da menina por meio de prefixos ligados a nomes. e) Tem a coerência prejudicada por falta de pontuação. 107. Mackenzie-SP A característica da poesia modernista que NÃO se encontra no texto é: a) liberdade formal. b) sintaxe elíptica. c) recriação de cena cotidiana. d) linguagem coloquial. e) ironia. 108. Mackenzie-SP Assinale a alternativa correta. a) O título já anuncia a importância da relação entre as duas mulheres. b) O modo de reproduzir a cantiga indica sua variação rítmica à medida que a cena se desenvolve. c) A resposta da avó explicita a sua indiferença para com a menina. d) A expressão enorme trouxa justifica o adjetivo trôpega que caracteriza negra velha. e) Há total descaso pela oralidade da expressão, como compete à poesia. IMPRIMIR GABARITO Texto para responder a questão 109. “Sobre o sentar-/estar-no-mundo Ondequer que certos homens se sentem por afetuoso e diplomata o estofado, sentam poltrona, qualquer o assento. os ferem nós debaixo, senão pregos, Sentam poltrona: ou tábua-de-latrina, e mesmo a tábua-de-latrina lhes nega assento além de anatômico, ecumênico, o abaulado amigo, as curvas de afeto. exemplo único de concepção universal, A vida toda, se sentam mal sentados, onde cabe qualquer homem e a contento. e mesmo de pé algum assento os fere: * eles levam em si os nós-senão-pregos, Ondequer que certos homens se sentem nas nádegas da alma, em efes e erres.” NETO, João Cabral de Melo. A educação pela pedra. sentam bancos ferrenhos, de colégio; 109. Fatec-SP Da leitura de Sobre o Sentar-/Estar-no-mundo, pode-se afirmar que a) o sentido nuclear do poema se dá na relação entre poltrona e banco de colégio. b) aponta para os incômodos causados pelos bancos de colégio que são pouco anatômicos. c) revela que o fato de certos homens ficarem a vida toda sentados causa-lhes um malestar indescritível para o corpo e para a alma. d) a tábua-de-latrina, por ser anatômica, confere ao homem uma postura universalizante. e) o poema satiriza a prepotência de certos homens, tomando como ponto central as oposições entre o sentir e o sentar. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar O texto seguinte, escrito por Luís Fernando Veríssimo, foi publicado no Jornal O Globo, de 28/10/99. Leia-o e responda, depois, as questões 110 e 111. “O que vem por aí 48 Pouco depois de ler a notícia sobre o americano que está oferecendo óvulos de modelos na Internet para quem quer ter filhos bonitos, li no Libération uma matéria sobre Linn Ullmann, que está em Paris para lançar um livro. Ela é filha da Liv Ullmann e do Ingmar Bergmann. E pensei: está aí. Se alguém quisesse planejar uma loira superior, não poderia fazer uma encomenda melhor ao laboratório: os óvulos da bela e inteligente Liv Ullmann fertilizados pelos genes geniais do Ingmar Bergmann. Pela fotografia no jornal, Linn Ullmann teve sorte: herdou a beleza da mãe. Não sei o que herdou do pai. Como dizem que Bergmann é um gênio com um gênio violento e difícil – e a última é que ele foi um simpatizante do nazismo até o fim da Segunda Guerra – Linn pode ter herdado mais do que queria. Todos os avanços na área da reprodução programada não mudam a situação da criança, que não tem qualquer opinião no assunto. Os pais já podem escolher o tipo de filho que querem, o filho continua não podendo escolher os pais que o terão. Eu, se fosse nascer hoje, preferiria ter os tipos de pais que nunca escolheriam um filho de um catálogo, mesmo que fosse eu. Há algumas ironias, se esta é a palavra, implícitas nessa questão de engenharia genética, que promete ser a questão do novo milênio. Para começar, está redimida a eugenia, que no passado era coisa de cientistas loucos e fascistas. Mesmo com toda reação contra e a discussão ética, o cientificismo totalitário para fins de ‘melhorar a raça’ mudou de vocabulário e ganhou respeitabilidade, ou aquela respeitabilidade forçada do inevitável. Mas esta vitória da mentalidade ‘de direita’ redime a tese da ‘esquerda’ na velha discussão sobre o que determina caráter e destino, a genética ou a cultura, a qualidade do sangue ou do ambiente. Na comercialização de genes saudáveis e bonitos está subentendido que a personalidade não vai junto, que os bebês serão o que o mundo fizer deles. Não há garantia que entre os óvulos e os espermatozóides de modelos, atletas e gênios não exista um serial killer, um cantor country – ou um simpatizante do nazismo. E um mundo só de gente bonita e inteligente não seria necessariamente um mundo de gente melhor. Mas desconfio que, pelo menos no Brasil, encontrarão uma forma de assegurar que os genes comprados tenham o destino desejado. As pessoas pedirão: ‘Quero um surfista loiro bom em física quântica e uma modelo com PhD – mas um tem que ser de Capricórnio e o outro de Libra’.” 110. U. F. Juiz de Fora-MG Indique a única alternativa incompatível com a interpretação global do texto: a) a beleza de Linn Ullmann deve-se ao fato de ela ser fruto de reprodução programada. GABARITO b) a reprodução programada baseada em genes de indivíduos saudáveis e bonitos é uma nova edição do cientificismo totalitário para fins de “melhorar a raça”. c) na comercialização de genes saudáveis e bonitos subentende-se que apenas as características físicas são geneticamente transmitidas. d) a reprodução programada permite que os pais escolham o filho que querem ter, mas não o inverso. 111. U. F. Juiz de Fora-MG O principal objetivo comunicativo do autor do texto é: a) ironizar a comercialização de genes no Brasil. b) questionar a reprodução programada e, em especial, a comercialização de genes de pessoas saudáveis e bonitas. IMPRIMIR c) demonstrar que a engenharia genética promete ser a questão do novo milênio. d) argumentar que entre óvulos e espermatozóides de modelos, atletas e gênios há sempre um simpatizante do nazismo. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 112 e 113: “Hoje, a erotização televisivamente monitorada faz da criança um consumidor precoce. Mormente por não possuir suficiente discernimento e ser capaz de seduzir os adultos, que cedem aos caprichos do desejo para se verem livres da insistência pirralha. Aos quatro anos, eis o menino revestido de grifes e a menina embotelhada em danças da esquizofrenia que distancia a idade fisiológica da psicológica, corpo de criança e alma de mulher. O sonho é substituído pela TV, as histórias cedem lugar aos programas de auditório, e as fadas, bruxas e reis, aos brinquedos eletrônicos. O armário é tão cheio quanto o espírito vazio. (...) Há crianças assustadoramente gordas de açúcar e sem afeto, cansadas perante um futuro que ainda não viveram, viciadas em indigência intelectual e espiritual.” Excerto de BETO, Frei. Memórias de um Dinossauro. In: A Gazeta. Vitória, 08 set. 98. p. 05. 112. Emescam-ES A frase que melhor sintetiza as idéias do texto acima encontra-se em: a) Hoje, as crianças são levadas precocemente ao consumo, sem sonhos, sem afeto e sem cultura. b) Os adultos cedem facilmente aos desejos das crianças. c) Os tempos modernos eliminam os sonhos da criança. d) As crianças engordam muito porque ficam muito tempo em frente da tevê. e) Atualmente as crianças não se preocupam com o futuro. 49 113. Emescam-ES Um dos itens abaixo apresenta explicação inadequada de alguns termos usados no texto; isso ocorre em: a) ‘suficiente discernimento’ – necessária competência para avaliar ou julgar com bom senso. b) ‘insistência pirralha’ – teima persistente da criança. c) ‘embotelhada em danças’ – especialista em danças. d) ‘ritmo da esquizofrenia’ – ritmo que revela psicopatias e distúrbios mentais. e) ‘indigência intelectual e espiritual’ – pobreza de cultura e de espírito. GABARITO Texto para a questão 114: “Madalena entrou aqui cheia de bons sentimentos e bons propósitos. Os sentimentos e os propósitos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo. Creio que nem sempre fui egoísta e brutal. A profissão é que me deu qualidades tão ruins. E a desconfiança terrível, que me aponta inimigos em toda a parte! A desconfiança é também conseqüência da profissão. Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes. Se Madalena me via assim, com certeza me achava extraordinariamente feio. Fecho os olhos, agito a cabeça para repelir a visão que me exige essas deformidades monstruosas. A vela está quase a extinguir-se. Julgo que delirei e sonhei com atoleiros, rios cheios e uma figura de lobisomem. Lá fora há uma treva dos diabos, um grande silêncio. Entretanto o luar entra por uma janela fechada e o nordeste furioso espalha folhas secas no chão. É horrível! Se aparecesse alguém... Estão todos dormindo. Se ao menos a criança chorasse... Nem sequer tenho amizade a meu filho. Que miséria! Casimiro Lopes está dormindo. Marciano está dormindo. Patifes! E eu vou ficar aqui, às escuras, até não sei que hora, até que, morto de fadiga, encoste a cabeça à mesa e descanse uns minutos.” IMPRIMIR Graciliano Ramos. 114. Cesgranrio Analisando o texto, no seu sentido geral, podemos afirmar que se trata de um texto psicológico porque: a) mostra a solidão em que vive o narrador. b) contrasta o modo de ser de Madalena com as ações do narrador. c) retrata o conflito íntimo da personagem. d) caracteriza o mundo exterior como hostil. e) enfatiza as dificuldades de relacionamento da personagem com as pessoas que a cercam. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 115. UERJ Em 1648, um químico holandês, chamado Jean Baptista von Helmont, argumentando indutivamente, relatou a seguinte experiência, para comprovar a tese da geração espontânea: “Faça um buraco num tijolo, ponha ali erva de manjericão bem triturada. Aplique um segundo tijolo sobre o primeiro e exponha tudo ao sol. Alguns dias mais tarde, tendo o manjericão agido como fermento, você verá nascer pequenos escorpiões.” Hoje, sabemos que escorpiões não nascem assim. A conclusão do químico pode ser refutada logicamente pelo argumento indicado em: a) a experiência não resistiu à passagem do tempo. b) uma hipótese alternativa para o fenômeno não foi lembrada. c) o químico não tinha competência para a realização da experiência. d) a geração espontânea não pode ser comprovada com experimentos. 116. UFR-RJ “O primeiro grande poeta que se firmou depois das estréias modernistas foi Carlos Drummond de Andrade. Definindo-lhe lucidamente o caráter, disse Otto Maria Carpeaux da sua obra que, ‘expressão duma alma muito pessoal, é poesia objetiva.’ Parece-me que alma muito pessoal significa, no caso, a aguda percepção de um intervalo entre as convenções e a realidade; aquele hiato entre o parecer e o ser dos homens e dos fatos que acaba virando matéria privilegiada do humor, traço constante na poesia de Drummond”. 50 BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1989. p. 494. Segundo Bosi, em relação ao humor de Drummond pode-se afirmar que é um riso: a) que assinala uma ruptura com a geração que o antecede. b) escarnecedor, semelhante ao de Gregório de Matos. c) irônico, distanciado e lúdico, atividade da razão. d) tímido, sem qualquer reflexão, fruto da inspiração poética. e) característico da primeira geração modernista, da qual fazia parte. Texto para as questões 117 e 118: IMPRIMIR GABARITO “Namorado: ter ou não, é uma questão Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado. (...) Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. (...) Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. (...) Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguillar, 1982. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 117. UFR-RJ Para o autor, só sabe o que é namorar quem: a) cultiva o hábito de fazer poesia. b) entra em sintonia com o outro no plano das sensações. c) distingue o que é concreto do que é abstrato. d) vivencia as sensações do amor sem se entregar. e) sabe teorizar sobre os seus sentimentos. 118. UFR-RJ “Enlou-cresça.” O neologismo em questão sintetiza o seguinte pensamento: a) só é possível crescer se a vida não fizer nenhum sentido. b) o sentido da vida se constrói a partir do crescimento intelectual. c) o crescimento e loucura são considerados processos incompatíveis. d) o sentido da vida se dá pela tensão entre crescimento e loucura. e) o sentido da vida é construído por meio da loucura. Textos para as questões 119 e 120: GABARITO 119. UFMG De acordo com o texto, é correto afirmar que: a) a língua não oprime os artistas quando os submete à vontade do Estado. b) os artistas revelam o caráter transitório da norma culta ao infringirem-na. c) os escritores contrariam as regras gramaticais porque as desconhecem. d) os gramáticos impõem normas para os artistas não as transgredirem. IMPRIMIR 51 “Pode um escritor, em nome de sua arte, contrariar as regras da gramática? Essa é uma das principais questões levantadas pelo poeta português Fernando Pessoa. A língua existe para servir o indivíduo, e não para escravizá-lo, pensa o poeta. Sendo uma aventura intelectual, o ato de grafar não deveria submeter-se à vontade unificadora do Estado, assim como uma pessoa jamais deveria aceitar a imposição de uma religião que seu espírito recusasse. Esse tipo de postura gerou um impasse. De um lado, ficam os gramáticos, impondo normas. De outro, os artistas, clamando por liberdade. A resposta à questão inicial é simples. Os artistas da língua não passam para a posteridade porque rompem com a norma, mas porque sabem tirar proveito da ruptura. A transgressão, para ser bem-sucedida, deve possuir função estrutural. Tanto no texto como no comportamento. Ela pode dar impressão de firmeza, de precisão, de ambigüidade, de ironia ou sugerir diversas coisas ao mesmo tempo. Na maioria dos casos, indica novas propostas para o futuro. Pela perspectiva dos artistas, os gramáticos não passam de meros guardiães de uma inutilidade consagrada pelo poder constituído. Para eles, dominar a norma culta do idioma não excede, em valor, o conhecimento do código de trânsito, por natureza convencional e efêmero: num dia, certa rua dá mão; no outro, não dá; e, na próxima semana, pode ser que a mesma rua não exista. Observa-se o mesmo nas normas da gramática, que variam conforme as convenções gerais de cada época. Acontece que os artistas pretendem escrever para as gerações futuras.” 120. UFMG Em todas as alternativas, o emprego do termo, ou expressão, destacado, está corretamente explicado pela frase entre parênteses, exceto em: a) … assim como uma pessoa jamais deveria aceitar a imposição de uma religião que seu espírito recusasse. (Introduz uma comparação). b) Ela pode dar impressão de firmeza, […] de ironia ou sugerir diversas coisas ao mesmo tempo. (Refere-se à transgressão de função estrutural). c) Para eles, dominar a norma culta do idioma não excede, em valor, o conhecimento do código de trânsito... (Refere-se aos gramáticos, guardiães da língua). d) Observa-se o mesmo nas normas da gramática, que variam conforme as convenções gerais de cada época. (Remete à efemeridade do conhecimento do código de trânsito). Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 121: “Silogismo Um salário-mínimo maior do que o que vão dar desarrumaria as contas públicas, comprometeria o programa de estabilização do Governo, quebraria a Previdência, inviabilizaria o país e provavelmente desmancharia o penteado do Malan. Quem prega um salário-mínimo maior o faz por demagogia, oportunismo político ou desinformação. Sérios, sensatos, adultos e responsáveis são os que defendem o reajuste possível, nas circunstâncias, mesmo reconhecendo que é pouco. Como boa parte da população brasileira vive de um mínimo que não dá para viver e as circunstâncias que o impedem de ser maior não vão mudar tão cedo, eis-nos num silogismo bárbaro: se o país só sobrevive com mais da metade da sua população condenada a uma subvida perpétua, estamos todos condenados a uma lógica do absurdo. Aqui o sério é temerário, o sensato é insensato, o adulto é irreal e o responsável é criminoso. A nossa estabilidade e o nosso prestígio com a comunidade financeira internacional se devem à tenacidade com que homens honrados e capazes, resistindo a apelos emocionais, mantêm uma política econômica solidamente fundeada na miséria alheia e uma admirável coerência baseada na fome dos outros. O país só é viável se metade da sua população não for. (...)” VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/03/2000. 121. UERJ 52 silogismo. S. m. Lóg. Dedução formal tal que, postas duas proposições, chamadas premissas, delas se tira uma terceira, nelas logicamente implicada, chamada conclusão. FERREIRA, A. B. de Holanda. Novo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1986. Considerando essa definição, pode-se concluir que o silogismo a que se refere o título do texto é encontrado em: a) Boa parte da população sobrevive com apenas um salário-mínimo e o salário-mínimo não dá para viver; então, há circunstâncias que impedem o salário de ser maior. b) Precisamos manter nosso prestígio com a comunidade financeira internacional; temos homens honrados e capazes; então, é preciso resistir a apelos emocionais da sociedade. c) Um salário-mínimo maior prejudicaria o país; o salário-mínimo impõe miséria a grande parte da população; então, o país necessita da miséria de grande parte da sua população. d) O salário-mínimo não garante vida digna para a maioria da população; o salário não aumenta mais por exigência do mercado internacional; então, é preciso alterar esse modelo econômico. IMPRIMIR GABARITO Texto para as questões 122 e 123: “Ética para meu filho (...) Veja: alguém pode lamentar ter procedido mal mesmo estando razoavelmente certo de que não sofrerá represálias por parte de nada nem de ninguém. É que, ao agirmos mal e nos darmos conta disso, compreendemos que já estamos sendo castigados, que lesamos a nós mesmos — pouco ou muito — voluntariamente. Não há pior castigo do que perceber que por nossos atos estamos boicotando o que na verdade queremos ser... De onde vêm os remorsos? Para mim está claro: de nossa liberdade. Se não fôssemos livres, não nos poderíamos sentir culpados (nem orgulhosos, é claro) de nada e evitaríamos os remorsos. Por isso, quando sabemos que fizemos algo vergonhoso procuramos afirmar que não tivemos outro remédio senão agir assim, que não pudemos escolher: ‘cumpri ordens de meus superiores’, ‘vi que todo o mundo fazia a mesma coisa’, ‘perdi a cabeça’, ‘é mais forte do que eu’, ‘não percebi o que estava fazendo’, etc. Do mesmo modo, quando o pote da geléia que estava em cima do armário cai e quebra, a criança pequena grita chorosa: ‘Não fui eu!’. Grita exatamente porque sabe que foi ela, se não fosse assim, nem se daria ao trabalho de dizer nada, ou talvez até risse e pronto. Em compensação, ao fazer um desenho muito bonito essa mesma criança irá proclamar: ‘Fiz sozinho, ninguém me ajudou!’ Do mesmo modo, ao crescermos, queremos sempre ser livres para nos atribuir o mérito do que realizamos, mas preferimos confessar-nos ‘escravos das circunstâncias’ quando nossos atos não são exatamente gloriosos.” SAVATER, Fernando. Ética para meu filho. Trad. Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 122. UERJ O texto lido faz parte de um ensaio filosófico sobre ética, no qual o autor expõe seus argumentos em tom de conversa. Essa estratégia tem o seguinte objetivo: a) provocar a resposta direta do interlocutor. b) ressaltar uma discussão teórica entre iguais. c) diminuir a assimetria entre o filósofo e o leitor. d) revelar opiniões compartilhadas pelos interlocutores. 123. UERJ Ao trazer para seu texto a citação de outras falas — por meio do emprego das aspas —, o autor obtém o seguinte efeito: a) valoriza o argumento das outras falas. b) delimita o que é defendido e o que é atacado. c) identifica um embate como reforço do campo da sinceridade. d) destaca a palavra dos outros como argumento de autoridade. 124. F. M. Triângulo Mineiro-MG 53 “A superfície do Brasil, incluindo lagos, rios e montanhas, é de 850 milhões de hectares. Mais ou menos metade desta superfície, uns 400 milhões de hectares, é geralmente apropriada ao uso e ao desenvolvimento agrícola. Ora, actualmente, apenas uns 60 milhões desses hectares estão a ser utilizados na cultura regular de grãos. O restante (...) encontra-se em estado de improdutividade, de abandono, sem fruto”. José Saramago. “Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa! Como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca”. Vidas Secas, de Graciliano Ramos. IMPRIMIR GABARITO A respeito dos textos, pode-se afirmar que: a) o texto II constitui uma representação estética da realidade contida no texto I. b) o texto II faz uma reflexão sobre os fatos narrados no texto I. c) ambos os textos propõem o uso racional das terras no Brasil. d) o texto I discorre sobre o aproveitamento agrícola das terras brasileiras, que é negado no texto II. e) as perspectivas pessimistas quanto ao uso do solo brasileiro, no texto I, caem por terra, considerando-se o sentido do texto II. 125. PUC-RJ Leia o texto abaixo, em que se comenta o modo como o escritor alemão J. W. Goethe e o físico inglês Isaac Newton compreenderam o fenômeno da cor. “Goethe estava interessado nas condições necessárias para que o fenômeno das cores se manifeste. Para ele, não basta dizer que a cor surge da luz, mas como aparece junto à luz. Na verdade já estava procurando distinguir as condições ou esferas mediante as quais o fenômeno da cor se apresenta. Schopenhauer, continuando o caminho de Goethe, é o primeiro a distingui-las claramente: ‘Do ponto de vista do sentido visual, luz e cores são fenômenos de consciência (sensações e percepções) cujas condições são ocorrências fisiológicas na retina e no sistema nervoso, sendo provocadas por sua vez por processos físicos.’ A identidade da cor varia de acordo com os critérios estabelecidos para sua compreensão enquanto fenômeno de consciência, fenômeno na retina ou fenômeno físico. Newton, ao contrário de Goethe e Schopenhauer, preocupou-se somente em estabelecer os critérios para a produção da cor enquanto fenômeno físico. Nesse aspecto, embora as críticas de Goethe se revelassem posteriormente inconseqüentes, o principal mérito de sua análise é ter mostrado que a cor também existe como fenômeno que escapa à física. Assim, essas duas interpretações diversas do fenômeno cromático não devem ser pensadas como necessariamente incompatíveis, mas como pontos de vista que se baseiam em critérios, ou métodos de comparação, inteiramente distintos.” GIANNOTTI, M. Prefácio à edição brasileira de A Doutrina das Cores, de GOETHE, J. W., São Paulo: Nova Alexandria, 1993. No que diz respeito ao fenômeno da cor, o que distingue basicamente a abordagem de Newton daquela de Goethe, mais tarde desenvolvida por Schopenhauer? Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 126. U. F. Viçosa-MG Leia atentamente o texto: “Mãos dadas Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 118. 54 Todas as alternativas seguintes correspondem a uma leitura possível do poema drummondiano, exceto: a) O autor de “Mãos dadas” quer unir-se a seus semelhantes para libertar-se do passado, do presente, e do futuro de um mundo caduco que o sufoca. b) O poeta renuncia ao isolamento voluntário e reafirma sua solidariedade aos companheiros, dos quais não pretende mais se afastar. c) O poema revela-nos um eu-lírico que, ignorando o passado e o futuro, opta por conhecer a realidade de seu próprio tempo. d) O poeta busca a convivência com os outros homens à sua volta, não pretendendo, pois, entregar-se aos devaneios e à solidão. e) Ao voltar-se para a vida presente o poeta demonstra uma preocupação maior com o seu momento histórico. GABARITO 127. UnB-DF “O trabalho é a principal atividade do ser humano? Quase todas as pessoas responderiam afirmativamente a essa questão. Vivemos hoje um modelo de vida tão assentado sobre o trabalho, que raramente o questionamos. Mas será que sempre foi assim? Sem dúvida, não! Ou que sempre será assim? Esperemos que não! Na verdade, estamos chegando ao final de um ciclo civilizatório durante o qual nunca se trabalhou tanto e em que, pela primeira vez na História, o trabalho converteu-se efetivamente na primeira necessidade humana. Nesse período, surgiram jornadas de trabalho brutais, devastou-se a natureza, destruíram-se símbolos preciosos da civilização e as cidades passaram a ser vistas apenas como espaços de trabalho e produção. A diversão, o lazer, o entretenimento — ideais de vida de algumas civilizações antigas, como a grega, a romana e, de certa forma, a chinesa — foram esquecidos. Mas, neste final de milênio, voltam com força total, assustando algumas autoridades, trazendo preocupações novas, muito novas mesmo…” IMPRIMIR LIMA CAMARGO, Luiz Octávio de. “Introdução”. In: Educação para o lazer. São Paulo: Moderna, 1998, p. 9. A partir do texto, julgue os itens que se seguem. ( ) O autor responsabiliza as jornadas de trabalho brutais pela devastação da natureza. ( ) Atualmente, as cidades apresentam dificuldades de se organizarem em formas que não sejam pelo trabalho. ( ) Algumas autoridades estão assustadas com a possibilidade de que o homem atual possa vir a ter diversão, lazer e entretenimento como ideais de vida, porque isso significa que, em breve, não haverá mais quem trabalhe. ( ) Infere-se que, nesse texto, o autor tece comentários acerca de fatos históricos ocorridos na segunda metade do século XVIII, tendo em vista que as “jornadas de trabalho brutais — fazem alusão ao início da Revolução Industrial na Inglaterra e que os “símbolos preciosos da civilização” incluem a Bastilha, fortaleza francesa que foi destruída em 1789. ( ) Entre as “preocupações novas” das autoridades, pode-se incluir a de buscar meios de viabilizar o acesso da população, principalmente a urbana, à diversão, ao lazer, ao entretenimento, tendo em vista a existência de graves problemas, como a recessão e a violência. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 128 a 131: “Segunda-feirite aguda João Ubaldo Ribeiro. 55 Trabalho desde os 17 anos — já lá se vão 41 do que começou como primaveras, chegou a verões, já está em outonos e, logo, logo, se transmuta em invernos. Podia estar aposentado, mas não só levantar a papelada me infunde pânico, como também não quero ser chamado de vagabundo, especialmente por um ex-colega de magistério, se bem que ele próprio aposentado. Além disso, como não está a meu alcance aspirar ao marajanato (sei que esta palavra não existe, mas posso perfeitamente inventá-la, é necessária na atual conjuntura; e, se o ex-ministro Magri, dos saudosos 30 mil dólares, pôde, eu também posso), aposentar-me provavelmente me levaria a ter de estabelecer uma banca de camelô ou a pleitear uma vaguinha no Retiro dos Artistas, com base em minha memorável participação nas peças do jardim de infância em Aracaju, onde certa feita interpretei ‘Tatu subiu no pau’, sem muito sucesso, mas com inquestionável empenho. E manda a ética que me recuse a recorrer a pretensas vantagens derivadas de relacionamentos pessoais, eis que, se não me engabelam outra vez os neurônios carunchados, o ministro Ornélas ou foi meu aluno ou quase foi — é o segundo ou terceiro ministro que foi meu aluno, fico um pouco melancólico. E o dr. Antônio Carlos, eu também podia recorrer ao dr. Antônio Carlos, que me conhece desde rapazinho (eu, não ele), sempre é afável comigo, morre de rir quando o crítico e, pondo a mão no meu ombro, me chama de ‘ilustre representante da esquerda democrática’. Não, não, nada disso. Nada de aposentadoria, nem de tentar facilitar a vida, procurando pistolões. Ao trabalho. Não tenho queixa, mas a verdade é que, já depois de muito tempo trabalhando em casa, com meus próprios horários e sem chefe ou patrão por perto, também padeço de segundafeirite que acomete todos os trabalhadores. Alguns, como sabemos, começam a ficar macambúzios na hora em que ouvem a musiquinha de encerramento do Fantástico. Eu, apesar de não sofrer as mesmas pressões que um trabalhador sujeito a horários e normas rígidas, começo na manhã da própria segunda. Lá vêm outra semana, outra crônica, outros compromissos, outras chateações, lá vem a segunda-feira, enfim. Quis muitas vezes descondicionar-me, argumentando comigo mesmo que desfruto de certa liberdade, mas não adianta, a síndrome ataca de igual maneira. (…)” IMPRIMIR GABARITO O Globo, 5/7/99. Cad. Opinião, p. 7. 128. UFMS Na construção do sentido de um texto, o leitor competente deve saber ler nas entrelinhas, a fim de recuperar o que não foi dito explicitamente, ou seja, deve ser capaz de fazer inferências. Por exemplo, quando João Ubaldo diz “…se não me engabelam outra vez os neurônios carunchados…”, quem lê deve ser capaz de inferir que a memória do escritor já o traiu pelo menos uma vez antes. Com base nessas explicações, reconheça, entre as alternativas apresentadas abaixo, aquela(s) em que a inferência feita não se sustenta a partir do fato mencionado. (01) “Veja: uma revista tão boa que as notícias nem precisam ser ruins.” (Veja, 29/9/99, p. 103) – Inf.: O leitor lê Veja porque a revista não traz notícias ruins. (02)“Vinho Mercosul no mundo. Argentina em primeiro lugar e Brasil em terceiro são premiados na Turquia.” (Revista do Mercosul, jun./jul. 1998, p. 28) – Inf.: Os demais países do Mercosul não se inscreveram no Festival de Vinhos na Turquia. (04)“A dupla jeans e camiseta e roupa feita em série acabaram com a elegância do povo.” (Raça, ago. 1999, p. 29) – Inf.: Quando usava outros tipos de vestimentas, que não os mencionados, o povo era elegante. (08)“Continuamos incapazes de duas coisas: ligar causa e efeito e aprender do passado.” (Roberto Campos, O Globo, 5/9/99. Cad. Opinião, p. 7) – Inf.: Para o autor, a incapacidade de ligar causa e efeito e aprender do passado são características imutáveis de nossa mentalidade. (16)“Sem alarde, a Internet deixou de ser novidade e 5 milhões de brasileiros já não podem mais viver sem computador.” (Época, 27/9/99, p. 84) – Inf.: Antes a Internet era novidade e 5 milhões de brasileiros podiam viver sem computador. (32)“Max Floc. O único clarificante e floculante de piscina com a garantia HTP.” (Istoé, 6/10/99, p. 57) – Inf.: Os outros produtos do mesmo tipo não têm a garantia HTP. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 129. UFMS Assinale abaixo a(s) alternativa(s) verdadeira(s). (01)Os conectores não só… como também e além disso são utilizados para ligar enunciados que constituem argumentos para uma mesma conclusão, ou seja, no caso do texto, eles somam argumentos para apoiar ou justificar a não-aposentadoria do autor. (02)Em “…se bem que ele próprio aposentado.”, o conector se estabelece uma relação de condicionalidade com o que foi dito anteriormente. (04)A forma verbal pôde é um dos casos de palavras que admitem dupla acentuação, o que significa que poderia ser substituída por pode indiferentemente. (08)Em “…um trabalhador sujeito a horários e normas rígidas…”, a concordância do adjetivo com os substantivos que o antecedem poderia ter sido feita também no masculino plural. (16)Para construir o vocábulo marajanato, João Ubaldo Ribeiro faz uso do sufixo latino ato que forma substantivos a partir de adjetivos, como em baronato. (32)Já para criar segunda-feirite, o autor emprega o sufixo grego -ite, que indica inflamação e que está presente também em bronquite, rinite e gastrite. (64)Se em “…não está ao meu alcance aspirar ao marajanato…” utilizássemos um pronome pessoal para substituir o objeto indireto, o resultado seria “…não está ao meu alcance aspirar-lhe…”. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. IMPRIMIR GABARITO 56 130. UFMS Marque a(s) proposição(ões) que não está(ão) correta(s). (01)No início do primeiro parágrafo, identificam-se as várias fases da vida humana às estações do ano. (02)Em “…aposentar-me provavelmente me levaria a ter de estabelecer uma banca de camelô…” o advérbio provavelmente acrescenta ao conteúdo proposicional do enunciado a indicação da modalidade sob a qual ele deve ser interpretado. (04)As aspas em “ilustre representante da esquerda democrática” têm por função indicar uma expressão atribuída a uma outra voz, que não a do locutor. (08)Em “…eu também podia recorrer ao dr. Antônio Carlos, que me conhece desde rapazinho (eu, não ele)…” a informação entre parênteses vem corrigir uma possível ambigüidade de sentido. (16)A figura de linguagem presente em “…morre de rir quando o crítico…” é a metonímia, uma vez que foi usada uma palavra no lugar de outra, ou seja, o verbo morrer pelo advérbio de intensidade muito. (32)A palavra macambúzio significa revoltado, inconformado, desesperado. (64)João Ubaldo Ribeiro assume um tom irônico que perpassa todo o texto. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 131. UFMS Dentre os enunciados abaixo, identifique aquele(s) que seja(m) adequado(s) ao texto lido. (01)Sendo quase sexagenário, o escritor admite estar caminhando para o inverno da vida. (02)O autor afirma que ainda não pediu aposentadoria apenas porque não tem condições financeiras para se sustentar. (04)Embora a peça “Tatu subiu no pau” tenha tido êxito de público, a performance do menino João Ubaldo não foi das melhores. (08)O direito de inventar palavras que o autor se atribui apóia-se no exemplo do exministro Magri, também ele inventor de palavras, e na necessidade da situação atual. (16)O escritor não admite recorrer a favores de ex-alunos ilustres, como o dr. Antônio Carlos, pelo fato de obedecer a princípios éticos. (32)A segunda-feirite ataca todos os trabalhadores já no final da noite de domingo. (64)Pessoas que exercem determinadas profissões, como, por exemplo, a de escritor, acabam sendo menos afetadas pela síndrome da segunda-feira do que os trabalhadores comuns, sujeitos a horários e normas rígidas. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 132. UnB-DF “Notícias da Califórnia 57 Aqui são quatro horas mais cedo, os dias estão azuis dignos de uma crônica de Rubem Braga, faz calor mas não muito, de noite esfria, comem-se muita verdura e fruta, as frutas são coloridas mas sem sabor, tudo aqui tem o mesmo gosto, a maçã tem gosto de melancia que tem gosto de cereais que têm gosto de macarrão que tem gosto de waffle que tem gosto de vinho de Napa Valley que tem gosto de graveto que tem gosto de pão que tem gosto de ceasar salad que tem gosto de syrup que tem gosto de nescafé, a cidade é calmíssima, as ruas espalhadas, não há edifícios de mais de três andares, apenas alguns, a arquitetura do medo, por causa dos terremotos, e as estruturas levíssimas, parece uma cidade de papel onde tudo é florido e arrumado e limpo e vigiado, a polícia passa a cada instante, o imigrante passa a cada instante, o chicano passa a cada instante, todo mundo de carro, claro, (…) eles mesmos lavam o carro num posto de gasolina, pagam 1,75 dólar, as geladeiras são repletas de guloseimas, tudo aqui é em quantidades vertiginosas, o suco de laranja (que tem gosto de beterraba que tem gosto de pastel) vem num galão, assim como o leite, a massa de pizza vem num saco com sessenta, fomos a um mercadão de varejo, tudo era apavorante, ameaçador, a garrafa de champagne era mais alta do que eu, o tubo de pasta de dentes era maior do que um tênis do Shaquille O’Neal, o desodorante era maior do que um pão de forma que era maior do que a presuntada que era maior do que um garrafão de suco de tomate maior do que o vidrão de peanut butter, eu me sentia uma liliputiana no país de Gulliver, (…) filmo o nascimento do Raphael, a nurse midwife chamada Joyce faz o parto, em vez de dizer Push diz Purra! Purra! pois ouviu meu filho dizer, ‘Empurra!’ Fotografo até cansar de gastar os sessenta filmes do pacote, a mãe sofre dores atrozes e mia feito um gatinho abandonado, corta o meu coração, o neném nasce e chora, ah, é lindo! He’s pretty and pink diz a nurse, fazemos de noite uma ceia para comemorar o nascimento, tomamos vinho e comemos bolo de nozes, hot-dogs e fumamos charutos e tudo nos embriaga de felicidade, um sentimento vitorioso, de eternidade, ouvindo música clássica de um disco que o Raphael ganhou na maternidade given to over a million new parents in hospitals across America, Smart Symphonies, classic music to help stimulate your baby’s brain development, enquanto ouço vou também desenvolvendo o meu cérebro e aprendendo a aferir os encantamentos na máquina de um amigo, poeta.” MIRANDA, Ana. Caros Amigos. nº 30. 9/99. p. 19 (com adaptações). A partir do texto acima, de Ana Miranda, escritora brasileira, autora de Boca do Inferno, entre outros romances, julgue os itens seguintes. GABARITO ( ) A exemplo da tipologia textual, associada a Rubem Braga, o texto de Ana Miranda classifica-se como crônica. ( ) Assim como Gregório de Matos Guerra fez uma crítica da sociedade baiana do século XVII, a autora faz uma crítica da sociedade californiana do século XX. ( ) A seqüência “a polícia passa a cada instante, o imigrante passa a cada instante, o chicano passa a cada instante” pode ser substituída, com vantagem estilística e sem prejuízo de qualquer natureza, por a polícia, o imigrante e o chicano passam a cada instante. ( ) A menção reiterada de grandes quantidades e o uso do grau comparativo de superioridade constituem um recurso estilístico que demonstra a profunda admiração da autora pelos hábitos californiamos. IMPRIMIR ( ) Com a metáfora final do texto, a autora informa ao leitor que ela escreve seu texto ouvindo música. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 133. UnB-DF “Rondó de Efeito Olhei pra ela com toda a força. Disse que ela era boa. Que ela era gostosa, Que ela era bonita pra burro: Não fez efeito. Virei pirata: Dei em cima dela de todas as maneiras, Utilizei o bonde, o automóvel, o passeio a pé, Falei de macumba, ofereci pó… À toa: não fez efeito. Então banquei o sentimental Fiquei com olheiras, Ajoelhei, Chorei, Me rasguei todo, Fiz versinhos, Cantei as modinhas mais tristes do repertório do Nôzinho. 58 Escrevi cartinhas e pra acertar a mão, li Elvira a Morta [Virgem, romance primoroso e por tal forma comovente [que ninguém pode lê-lo sem derramar copiosas lágrimas… Perdi meu tempo: não fez efeito. Meu Deus que mulher durinha! Foi um buraco na minha vida. Mas eu mato ela na cabeça: Vou lhe mandar uma caixinha de Minorativas, Pastilhas purgativas: É impossível que não faça efeito!” Com base no texto acima, julgue os itens que se seguem. ( ) Para conquistar sua amada, o narrador faz três investidas sucessivas que podem ser assim resumidas: elogio da beleza física da mulher; oferecimento de vantagens materiais e chantagem emocional. ( ) No verso 9, fica claro que o narrador oferece à jovem uma caixa de pó-de-arroz, produto de maquilagem muito usado pelas moças de pele alva. ( ) Apesar de se tratar de construções sintáticas diferentes, em “À toa” (v.10) e “Perdi meu tempo” (v.19) há a mesma informação semântica. ( ) Entre os versos 11 e 15, o autor emprega, simultaneamente, duas figuras de linguagem da retórica tradicional: um hipérbato e um clímax. IMPRIMIR GABARITO BANDEIRA, Manuel. Mafuá do malungo. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974, p. 406-7. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto de referência para as questões 134 a 136: ”ELES SOBRARAM Os números do IBGE, o principal órgão de pesquisas sociais do país, mostram um retrato dramático da realidade do trabalhador brasileiro. Segundo o Instituto, 36 milhões de brasileiros em idade de trabalhar têm só o 1o grau completo ou nem isso. Essa população equivale a quase a metade de toda a força de trabalho do país e coloca para a sociedade um enorme problema. Para garantir a sobrevivência, muitos deles ainda conseguem emprego na economia informal com algum êxito. Para os outros, o horizonte é desolador. Isso porque as empresas, com a modernização, já não precisam tanto de força física, que é o que eles têm a oferecer se não forem educados. O Brasil ainda tem uma vantagem a oferecer a esses trabalhadores, por uma ironia de seu passado recente. Durante mais de uma década, o governo abandonou estradas, viadutos, deixou ruas se esburacarem. Assim que a economia voltar a crescer, isso tudo vai ser consertado e haverá trabalho para essa massa de gente. O problema é saber durante quanto tempo eles poderão sobreviver à custa desses serviços. E o desafio, para o país, é evitar que continue crescendo a população de subtrabalhadores.“ VALENTINI, Cintia. Veja, 21 de julho, 1999. p. 105. 59 134. Fempar Segundo o texto, a principal causa do “retrato dramático da realidade do trabalhador brasileiro” é: a) a existência de quase metade da população brasileira sem escolaridade mínima e, por isso, subempregada. b) o avanço da economia informal, única saída para os desempregados, mas que os deixa desassistidos. c) a modernização das empresas que, hoje, empregam menos trabalhadores com escolaridade mínima. d) o desaquecimento da economia que não permite a contratação da força física do trabalhador. e) o descompasso entre modernização e economia. GABARITO 135. Fempar A ironia, à qual o texto se refere, está no fato de: a) graças a sua ineficiência, o governo poder oferecer trabalho para a massa de subtrabalhadores. b) a economia brasileira ter estagnado e voltado a crescer pela influência do governo. c) a intervenção do governo na economia ter sido devastadora. d) empregar e desempregar serem tarefas do governo. e) o governo ter aquecido e desaquecido a economia. 136. Fempar Pela essência do texto, a palavra que melhor traduz “enorme problema” é: a) sobrevivência. d) educação. b) desemprego. e) modernização. c) globalização. IMPRIMIR INSTRUÇÃO: Responder às questões 137 a 139 com base no texto. ”Uma reflexão sobre o ensino de todo e qualquer conteúdo pode e deve ser feita de várias e diferentes perspectivas: a perspectiva da própria ciência de que se recortou o conteúdo para constituir uma disciplina curricular; uma perspectiva psicológica, que considera os processos de aprendizagem de um conteúdo específico; uma perspectiva política, que busca identificar os pressupostos ideológicos que levam a instituir um certo conteúdo em disciplina curricular e que subjazem aos objetivos e procedimentos de ensino dessa disciplina; uma perspectiva social, que considera as condições sociais de produção de um determinado conhecimento, as condições sociais daqueles a quem se destina o ensino e daqueles encarregados de ensinar, o papel e função atribuídos pela sociedade à instituição em que ensino e aprendizagem ocorrem, isto é, a escola; uma perspectiva cultural, que relaciona a disciplina e seu conteúdo com as características, as expectativas, as necessidades do grupo cultural a que se destina seu ensino; uma perspectiva histórica, que reconstrói os processos por meio dos quais um certo conhecimento vai-se configurando como saber escolar e, conseqüentemente, vai-se constituindo em disciplina curricular, ao longo do tempo.“ SOARES, Magda. Concepções de linguagem e o ensino da língua portuguesa. Apud: BASTOS, Neusa (org.). Língua portuguesa: história, perspectivas, ensino. São Paulo: Educ, 1998. p. 53. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 137. U. F. Pelotas-RS Sobre as diferentes perspectivas apresentadas no texto, só não é correto afirmar que a perspectiva: a) histórica precisa o momento em que determinado conteúdo passou a ser ensinado. b) social envolve professor, aluno e o contexto em que interagem. c) política se refere ao modo de pensar dos responsáveis pela definição dos conteúdos a serem ensinado. d) psicológica diz respeito, prioritariamente, ao “como” se aprende determinado conteúdo. e) da própria ciência se relaciona à área de conhecimento específica do conteúdo a ser ensinado. 138. U. F. Pelotas-RS INSTRUÇÃO: Responder a questão com base nas afirmativas abaixo, sobre a forma como as perspectivas são apresentadas. 60 I. A estrutura do parágrafo apresenta paralelismo, ou seja, estruturas de natureza semelhante. II. O uso do ponto-e-vírgula entre as diferentes perspectivas hierarquiza as informações, facilitando a leitura. III. Cada uma das perspectivas é caracterizada por uma ou mais orações adjetivas. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa: a) I e II. b) I e III. c) I, II e III. d) II e III. e) III. 139. U. F. Pelotas-RS 1. “todo e qualquer conteúdo” equivale à totalidade de um conteúdo. 2. “pode e deve” sugere uma gradação. 3. “objetivos e procedimentos” correspondem, respectivamente, a metas e ações. 4. “ensino e aprendizagem” relacionam-se como causa-conseqüência. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa: a) 1 – 2 – 3 – 4. b) 1 – 2 – 4. c) 1 – 2 – 3. d) 2 – 3 – 4. e) 3 – 4. IMPRIMIR GABARITO INSTRUÇÃO: Responder a questão considerando a veracidade das afirmativas apresentadas de 1 a 4. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar As questões 140 e 141 baseiam-se no texto a seguir: ”Um túnel no fim da luz O fantasma do blecaute ronda o Brasil. (...) Sem dizer com todas as letras, isso é o que o governo federal dá a entender. Para exorcizar a ameaça, o Ministro das Minas e Energia quer antecipar as datas do programa de implantação de termelétricas. Alimentadas principalmente pelo gás natural boliviano (...), essas usinas deverão somar mais de 15 mil MW ao sistema elétrico. A iniciativa vem sendo debatida por especialistas da área. Segundo afirmam, embora ela diminua o peso das hidrelétricas, no total da produção de energia brasileira, a iniciativa tende a levar o país a utilizar um combustível cuja queima deverá lançar na atmosfera grandes quantidades de poluentes. (...) O programa de gás natural, defendido por muitos especialistas, prevê a utilização de um combustível fóssil, o que, para certos críticos, equivale a embarcar com todas as malas numa canoa furada. A palavra fóssil tem, para eles, um significado preciso. (...) A energia solar é outra fonte a ser considerada. Nesse caso, existem dois tipos de solução: as células fotovoltaicas e os aquecedores solares de água (...).” Revista Galileu. (Adaptado). 140. U. F. Pelotas-RS De acordo com o texto e seus conhecimentos, é possível afirmar que: a) o pronome “isso” remete a uma expressão que aparece depois dele. 61 b) a palavra “fóssil”, na expressão “combustível fóssil”, tem, para os críticos do programa de gás natural, um significado preciso, porque são ilimitadas as reservas desse combustível. c) a existência de nexos de concessão ao longo do texto justifica-se pela necessidade de o autor apresentar apenas argumentos convergentes às idéias apresentadas. d) a expressão “sem dizer com todas as letras”, que significa “embora não declare explicitamente”, remete à necessidade de a população encarar a possibilidade de um blecaute. e) a expressão “energia solar” remete à idéia de energia proveniente da reflexão total dos raios luminosos por parte da Terra. 141. U. F. Pelotas-RS O título do texto — Um túnel no fim da luz – inverte uma expressão de uso popular. GABARITO Assinale a alternativa com a frase que, contendo informações cientificamente corretas, conduz a uma leitura oposta a essa expressão popular. a) A inevitável falta de energia não virá de imediato, porque a Bolívia, país não limítrofe com o Brasil, fornece uma quantidade significativa de gás natural. b) A energia eólica e a energia solar – provenientes de combustíveis fósseis – não evitarão o blecaute no Brasil. c) O fantasma do blecaute ronda o Brasil, por causa do não aproveitamento de todos os nossos recursos energéticos. d) Os programas do governo federal representam a esperança de que o blecaute não chegue ao Brasil. IMPRIMIR e) O problema da falta de energia, no Brasil, ficará sob controle com a aplicação de programas adequados. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 142 e 143. ”O que diz a letra Em 1995, Sérgio Lírio tinha 23 anos e era tido como um repórter promissor. Estava prestes a ser contratado pelo diário A Tribuna, de Vitória. Um diretor do jornal gostara dele e do seu currículo e a vaga parecia certa. Faltava apenas uma etapa: escrever um texto de trinta e poucas linhas com tema livre. Tarefa simples. Pois Lírio acabou reprovado. A folha foi enviada a uma empresa do Recife, a 2000 quilômetros da sede de A Tribuna, e um psicólogo que nem o conhecia decretou: o candidato não tinha a agilidade, a criatividade e a intuição que o cargo exigia. Como ele soube? Simples. As linhas de Lírio não chegavam ao fim da folha, suas letras não se curvavam impetuosamente, a pressão da caneta no papel não era suficiente para um repórter audacioso. Pronto. Com essas inferências duvidosas, Lírio foi descartado. Seu caso está longe de ser isolado – segundo pesquisa da empresa de consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, cerca de 30% das empresas grandes e médias usam grafologia para filtrar o preenchimento de cargos executivos, técnicos e administrativos. Lírio hoje trabalha em um dos maiores jornais do país. Este ano, ganhou menção honrosa no Prêmio Icatu de Jornalismo por denunciar o escândalo do Banco Marka, aquele que culminou com a queda do presidente do Banco Central, Francisco Lopes. A grafologia pode até acertar algumas vezes. Mas errou com Sérgio Lírio.“ Superinteressante, julho de 2000, p. 55. IMPRIMIR GABARITO 62 142. Unioeste-PR Observe que a expressão essas inferências duvidosas retoma um recorte textual anterior. Com base nessa afirmação, indique a(s) alternativa(s) incorreta(s). 01) As inferências duvidosas atribuídas a Lírio decorrem da sua pouca idade. 02) Se o psicólogo não conhecia Lírio, como podia estabelecer seu perfil negativo? Por isso, as inferências são duvidosas. 04) As inferências são duvidosas porque alguns psicólogos condenam o uso da grafologia como técnica de avaliação. 08) As inferências são duvidosas porque o teste de caligrafia não é um dispositivo científico. 16) As inferências não são duvidosas porque 30% das empresas grandes e médias usam a grafologia para selecionar candidatos. 32) As inferências são duvidosas mediante o que está disposto na análise da letra de Lírio. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 143. Unioeste-PR Segundo o texto, é correto afirmar que: 01) a grafologia é um teste altamente eficaz para avaliar a profissão de repórter. 02) Lírio deve ter melhorado a forma de escrever, pois conseguiu emprego em um jornal importante. 04) a denúncia sobre o Banco Marka, feita por Lírio, foi um sinal de audácia. Portanto, o mesmo deve ter melhorado suas potencialidades como repórter após ter se submetido ao teste da grafologia. Ou seja, procurou dar contornos mais adequados a sua letra. 08) o êxito de Lírio comprova que a grafologia não é um método justo de avaliação. 16) as habilidades das pessoas para as mais diversas profissões não podem ser avaliadas exclusivamente pelo tipo de letra. 32) o tipo de letra é um item que deve ser considerado somente durante a entrevista. 64) a forma como lírio escreve, muito pelo contrário, fez com que se sobressaísse a ponto de ganhar menção honrosa no Prêmio Icatu de Jornalismo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 144 a 146: GABARITO 63 “Nestes tempos ‘pré-milenares’, em que tudo se transforma tão rapidamente, o apetite das pessoas por verdades e certezas mais permanentes vem atingindo níveis jamais vistos ou mesmo previstos. O acesso fácil aos computadores e às telecomunicações criou uma aldeia global, onde a troca de informação entre diferentes culturas e pessoas do mundo é mais fácil e barata do que era em qualquer outro período da história humana. Esse excesso de informação, ao mesmo tempo inspirador e aterrorizador, causa muita confusão e estresse na cabeça das pessoas. A tecnologia é muitas vezes percebida como uma espécie de monstro, capaz de curas milagrosas e de viagens interplanetárias, mas também de produzir armas que poderiam aniquilar a vida na Terra. Inevitavelmente, surgem teorias de conspirações clandestinas e o governo (em muitos casos, merecidamente!) perde a sua credibilidade, enquanto uma intolerância generalizada ameaça polarizar ainda mais a sociedade. O resultado é uma sensação de pânico e abandono avidamente explorada por oportunistas que se apresentam como a única alternativa em um ‘mundo louco’. Com isso, observamos a proliferação de seitas da ‘Nova Era’, de várias superstições (gnomos, anjos, fadas e outras criaturas fantásticas) e de pregadores da ‘verdade’. Observamos também o crescimento do desprezo pela ciência e pelo que ela tem a dizer sobre o mundo. A ciência é considerada a antítese da espiritualidade, uma atividade fria e manipuladora, dedicada a tirar Deus das pessoas. Ou as pessoas de Deus. Acredito que essa concepção completamente errônea do que é a ciência e de como ela funciona seja a responsável por sua impopularidade, descontados os fãs, claro. Parte da culpa pertence, sem dúvida, à comunidade científica: historicamente, poucos cientistas dedicaram parte do seu tempo à divulgação, ao público, de suas idéias e descobertas. Essa situação está gradualmente se transformando, mas muito ainda precisa ser feito, especialmente nos meios de comunicação de maior penetração, como a televisão ou o cinema. O que ainda vemos, na maior parte desses veículos, depende do sensacionalismo barato e de distorções da imagem do cientista ou de seu trabalho. Como, então, podemos reconciliar a ciência com o grande público, fazendo com que sua divulgação não traga, necessariamente, sua distorção? Vários livros de divulgação científica tiveram sucesso por revelar uma conexão entre ciência e espiritualidade, como ‘O Tao da Física’ de Fritjot Capra. A julgar por esses livros, a resposta deve revolver em torno de uma reconciliação entre ciência e espiritualidade. Infelizmente, não creio que o caminho usado por esses autores revele a espiritualidade da ciência de forma correta; não creio que a ciência esteja simplesmente redescobrindo ‘verdades’ descobertas através da meditação ou de uma conexão mística com o mundo, como nas religiões orientais. A espiritualidade da ciência não é encontrada através de comparações entre suas descobertas e as práticas e ensinamentos de diversas religiões. Ela é encontrada na paixão com que os cientistas devotam toda uma vida na tentativa de desvendar os mistérios do mundo à sua volta. Ela é encontrada no próprio ato criativo, aquele momento de autotranscendência que desafia qualquer explicação racional. Ela é encontrada em sua humanidade e na poesia que revela. Enquanto a ciência tenta entender o ‘como’, deixando de lado o ‘porquê’, a religião aceita o ‘porquê’ baseada na fé, pouco se preocupando com o ‘como’. Certas questões são exclusivas da ciência, enquanto outras pertencem somente à religião. O fundamental é saber discernir os limites de ambas, suas diferentes missões e o simples fato de elas serem necessárias para a nossa existência.” IMPRIMIR GLEISER, Marcelo. Ciência e espiritualidade. In: Folha de S. Paulo. 18 jul. 1999, Caderno 5, Folha Mais. p. 12. 144. Uneb-BA É comprovável no texto a afirmação: a) O homem da virada do milênio está ávido por uma compreensão da realidade metafísica. b) Os diferentes períodos históricos vividos pelo homem têm sido marcados por uma constante necessidade de integração cultural entre diferentes povos. c) A massificação do conhecimento, proporcionada pelas telecomunicações, tem levado o homem a aprofundar o seu autoconhecimento. d) O avanço tecnológico propicia ao ser humano uma melhor qualidade de vida, desenvolvendo-lhe a espiritualidade. e) Os governos têm sido intolerantes com a comunidade científica. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 145. Uneb-BA Para o autor, a ciência: a) caracteriza-se por ser uma atividade exercida pelo cientista com impessoalidade e impassibilidade. b) é mal interpretada pelas pessoas por causa da ação exclusiva dos oportunistas. c) distancia-se cada vez mais do homem, já que está se perdendo no materialismo científico. d) cria uma situação de desconfiança entre os homens, ao revelar conhecimentos sobre as primeiras causas das coisas. e) ultrapassa os limites do racional, pois busca o desvendamento do desconhecido através “do ato criativo.” 146. Uneb-BA Segundo o autor, a espiritualidade da ciência consiste em: a) haver a necessidade de os cientistas serem religiosos. b) aplicar, na ciência, conhecimentos do mundo oriental, ligados à meditação. c) criar ela o seu próprio universo, de caráter inteiramente voltado para a essência das coisas. d) comprovar as verdades de natureza mística, pregadas por diferentes religiões. e) ter ela por objetivo a busca do desvendamento de um mundo desconhecido, através de ações não só de caráter objetivo, mas também subjetivo. 147. UFBA IMPRIMIR GABARITO 64 “Da janela do meu quarto vi, iluminado pelo claro brilho da lua cheia, o carro de Ermê, com a capota arriada, entrar lentamente pelo portão de pedra, subir o caminho ladeado de hortênsias e parar em frente à alta casuarina que se erguia no centro do gramado. A brisa fresca da noite de maio punha em desalinho os seus finos cabelos louros. Por instantes Ermê pareceu ouvir o som do vento na árvore; depois olhou na direção da casa, como se soubesse que eu a estava observando, e passou o cachecol em torno do pescoço, varada por um frio que não existia, a não ser dentro dela. Com um gesto abrupto, acelerou o carro e partiu, agora resolutamente, em direção à casa. Desci para recebê-la. Estou com medo, disse Ermê, não sei por que mas estou com medo. Acho que é esta casa, ela é muito bonita mas é tão sombria! Você está com medo é das tias, eu disse. Levei Ermê para a Sala Pequena, onde as tias estavam. Elas ficaram impressionadas com a beleza e a educação de Ermê, e trataram-na com muito carinho. Vi logo que Ermê havia recebido a aprovação de todas. Será nesta noite mesmo, eu disse a tia Helena, avise às outras. Eu queria terminar logo a minha missão. …………………………………… Da janela do meu quarto vi que a madrugada começava a raiar. Vesti minha casaca, como mandava o Decálogo, e esperei que me viessem chamar. Na mesa grande do Salão de Banquetes, que eu nunca vira ser usado em toda minha vida, foi cumprida a minha missão, com muita pompa e cerimônia. As luzes do imenso lustre estavam todas acesas, fazendo brilhar os negros trajes a rigor que as tias e dona Maria Nunes usavam. …………………………………… Quando engoli o primeiro bocado, tia Julieta, que me observava atentamente, sentada, como as outras, em volta da mesa, retirou o Anel de seu dedo indicador, colocando-o no meu.” FONSECA, Rubem. Nau Catrineta. In: Feliz ano novo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 129, 135 e 136. Os fragmentos acima e a trama do conto permitem afirmar: (01)O narrador-personagem evidencia plena consciência e domínio da situação em que Ermê se vai envolver. (02)A cena em destaque é ilustrativa do momento de passagem do protagonista para um outro estágio de vida: o de auto-afirmação através do casamento. (04)O texto se estrutura dentro de uma ambivalência traduzida no espaço físico iluminado, contrastando com o espaço interior sombrio das personagens. (08)A luta entre as forças do bem e do mal é evidente, e o final da narrativa é maniqueísta. (16)As personagens membros da família estão presas a princípios conservadores, não importando, para preservá-los, ações ardilosas e desumanas. (32)O Salão de Banquetes é um espaço sombrio destinado à prática de ações humilhantes contra os transgressores da hierarquia familiar. (64)O fato de a tia Julieta passar o anel para o dedo do primogênito simboliza o rompimento de uma tradição familiar prescrita no Decálogo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 148. UFBA “E se benzeu e disse que não precisava dizer aquilo. É que a situação mudou, diz o padre, não sei se vosmecê vai poder levar o homem para Aracaju, porque lá está uma novidade de gente e uma porção de jornais e dizem que quando vosmecê chegar vão lhe encher o couro e soltar o homem. Não acredito que Antunes possa lhe sustentar. Ah, isso não, se Antunes não me sustenta, o que é que me sustenta? Não sei, disse o padre, e enfiou as duas mãos pelo meio da batina, com as pernas escarranchadas e ficou com a cabeça pendurada. Essa terra, diz ele depois de muito tempo, já foi uma boa terra, porque havia mais homens e quem era homem não tinha de que temer. Hoje essa terra não vale mais nada, não vale quase mais nada, está uma frouxidão e um homem não sabe de quem depende e querem mudar tudo e nunca vai adiantar. Porque, se tiram os recursos do homem, o que é que deixam com o homem? Nada. Uma vida, possa ser, e isso não é vida de homem, é um enterro. Não sei, não sei, diz o padre, sacudindo a cabeça e fazendo um bico com a boca. Por que vosmecê não some? Eu sumir, eu sumir? Como que eu posso sumir, se primeiro eu sou eu e fico aí me vendo sempre, não posso sumir de mim e eu estando aí sempre estou, nunca que eu posso sumir. Quem some é os outros, a gente nunca. (…) Quero ver esse bom em Aracaju que me diz que eu não posso, porque eu sou Getúlio Santos Bezerra e igual a mim ainda não nasceu.” RIBEIRO, João Ubaldo. Sargento Getúlio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. p. 83-4. 65 Com base no fragmento e no romance como um todo, é correto afirmar que Getúlio: (01)cede aos apelos da Igreja e reafirma a sua religiosidade salvadora, diante de um impasse de ordem política. (02)tenta reatar o seu passado ao presente, com intermediação do padre, ao perceber que está se distanciando do seu espaço de origem. (04)tem um caráter de herói épico e simboliza uma cultura em processo de destruição. (08)não consegue acompanhar a transformação por que passa o mundo, pois está imbuído de valores relegados pelo processo civilizatório. (16)simboliza o indivíduo que tem a violência como afirmação de sua identidade. (32)mantém, com Ancrísio Antunes, uma relação de dependência econômica, que muda por questões de ordem religiosa. (64)age com determinação e rejeita imposições de qualquer natureza por valorizar sua liberdade. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. Texto para as questões de 149 a 151: IMPRIMIR GABARITO “Vozes conhecidas É assim como quem tomasse uma providência banal, nem merecedora de maior divulgação, que o governo dos Estados Unidos decide criar um serviço oficial de notícias para combater reações da opinião pública, lá e no mundo, que se mostre contra intervenções militares e outras operações do poder americano. Temos o que esperar com apreensão, com maus pressentimentos mesmo. Desde o genocídio que foi a guerra do Vietnã e, ainda mais acentuadamente, desde o esmorecer da Guerra Fria afinal extinta, a opinião pública tomou consciência da desumanidade implícita nas intervenções militares e da costumeira falsidade de suas motivações. É possível que isso tenha contido o ímpeto americano uma ou outra vez, mas não o inibiu: Panamá, Haiti, Granada, Iraque, Iugoslávia, sem contar as muitas intervenções menos demonstradas. A criação da nova agência — IPI, International Public Information — sugere projetos tendentes a chocar a opinião pública e suscitar reações, muito mais do que aquelas intervenções militares causadoras de algum amargor, mas não de conseqüências na política ou na sociedade dos Estados Unidos. Nem da Europa, nos dois casos, Iraque e Iugoslávia, em que europeus se sujeitaram à pressão para integrar-se às ações militares. O caráter do serviço a ser feito pela IPI (o nome lembra, apropriadamente, a agência UPI, peça de destaque na engrenagem da Guerra Fria) já se denota nos setores do governo incumbidos por Clinton de formulá-lo: CIA, FBI, Pentágono e Departamento de Estado. Os jornalistas que viveram as redações no período da Guerra Fria, anterior à guerra do Vietnã, não vão ter surpresas com a IPI. O principal tema do governo dos Estados Unidos é, agora, a América Latina, região que, depois da Europa, mais sensibiliza a opinião pública americana. Quintal embora, é América ainda. Um governo esperto tomaria precauções para que, passando do discurso à ação, não fizesse disso um problema interno. Ainda mais com tão grande presença índio-latina em sua população.” FREITAS, Janio de. Vozes conhecidas. In: Folha de S. Paulo. 17 ago. 1999. Caderno 1, p. 5. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 149. U. Salvador-BA Com base no ponto de vista do autor, pode-se inferir: a) O poder americano, no mundo, prima pelo reconhecimento da democracia autêntica. b) O intervencionismo americano tem-se caracterizado como extremamente necessário. c) Uma política inteligente e nacionalista deveria coibir a intervenção estrangeira em assuntos latinoamericanos. d) A importância alcançada pela América Latina, superando a Europa, é consenso nos Estados Unidos. e) O mundo, sem o paternalismo americano, pode vir a desmoronar, pois se vive uma nova Guerra Fria. 66 150. U. Salvador-BA No segundo parágrafo, o autor faz uma declaração que é justificada, de acordo com a sua visão, na afirmativa a) As experiências passadas podem ser indícios de que os Estados Unidos querem angariar solidariedade para novas intervenções militares. b) O mundo caminha para um estado de guerra, conseqüente de um desequilíbrio de forças entre países periféricos. c) Os exemplos do Vietnã e da Guerra Fria são indicativos de quanto o futuro é incerto, sem a criação de um “serviço oficial de notícias” sob controle americano. d) A América Latina, por ser ainda um território de relações amistosas com outros continentes, tende a se manter afastada de conflitos ideológicos. e) Os Estados Unidos vêm mudando as suas estratégias no sentido de reativar a Guerra Fria. 151. U. Salvador-BA A leitura do texto permite inferir que os jornalistas referidos no quinto parágrafo “não vão ter surpresas com a IPI” porque a) a tendência atual é de um futuro sem conflitos significativos para a imprensa mundial. b) os vários órgãos de imprensa ligados ao jornalismo internacional estão mais voltados para as questões latino-americanas. c) o mundo globalizado não acredita haver possibilidade de conflitos de proporções alarmantes. d) eles sabem das intenções da criação do IPI, em face de uma vivência com a prática da ideologia americana. e) todos conhecem a fundo a estrutura dos governos dos países latino-americanos no contexto atual. Texto para as questões de 152 a 154: IMPRIMIR GABARITO “Cidadãs do mundo As línguas mais globalizadas, segundo o levantamento de um ensaísta brasileiro Diz a lenda que Deus condenou os homens a falar diversas línguas em Babel para puni-los pelo desejo de atingir o paraíso construindo uma enorme torre. Mas, a julgar pelo livro Palavras sem Fronteira (Editora Record), do ensaísta e ex-diplomata brasileiro Sergio Corrêa da Costa, alguns termos pelo menos conseguiram escapar da ira divina. São as chamadas ‘palavras universais’, aquelas usadas em vários idiomas além daquele que lhes deu origem. Elas mostram que, muito antes de o conceito de globalização entrar em voga nos campos da política e da economia, ele já existia, de certa forma, no plano lingüístico. Quem não entende o que é pizza, hambúrguer, iogurte ou caviar? (…) Corrêa da Costa, durante dois anos, consultou 130 publicações de quinze países, coligindo nada menos do que 3000 palavras que mantêm a grafia e o significado de origem em publicações de outras nacionalidades. Se a surpresa quanto ao número de palavras foi grande, o espanto foi ainda maior quando ele se deu conta de que as palavras francesas continuam a superar as inglesas. Imaginava-se que a hegemonia americana já se tivesse estendido ao universo das línguas. Nada disso. Embora Corrêa da Costa acredite que os fast foods e scanners surgidos na vida moderna levarão a língua inglesa à liderança, o levantamento não deixa dúvida. ‘Neste fin-de-siècle high tech, ainda é o clássico francês que causa frisson’, diz Corrêa da Costa, brincando com os estrangeirismos. (…) Ainda no campo das surpresas, o vetusto latim persiste em terceiro lugar no pódio dos idiomas mais presentes no mundo. Mas é bom notar que, se a maioria das palavras globalizadas seguiu o rastro dos conquistadores, houve aquelas que andaram na contramão. É o caso de ‘piranha’, globalizada a partir do tupi. Uma prova de que o reinado das palavras não segue rigorosamente a lógica do poder político e econômico.” DIEGUEZ, Consuelo. Veja, 22/03/2000. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 152. UFPE Considerando aspectos globais da composição do texto, pode-se afirmar que: 1) O texto tem uma função predominantemente expressiva. Por isso, prevalece a linguagem figurada. 2) O texto, na verdade, tem como suporte um outro texto anterior, o que está indicado no subtítulo. 3) O título personaliza o objeto de que trata o comentário. 4) O ‘mas’ com que se inicia o segundo período aponta a direção contrária em que prosseguirá a argumentação. 5) ‘globalização’, ‘mundo’, ‘palavras universais’, ‘atravessar barreiras’ são expressões cujos significados estão em harmonia com a temática do texto. Estão corretas: a) 2, 3, 4 e 5 b) 1, 2, 4 e 5 c) 2 e 3 d) 1 e 2 e) 1, 3 e 5 67 153. UFPE Assinale a alternativa que corresponde ao tema central do texto. a) A diversidade lingüística proveio da ira divina contra a pretensão do homem de alcançar o paraíso. b) A globalização lingüística é um fato e antecede a outra globalização em voga nos campos da política e da economia. c) A hegemonia americana, como se pôde constatar, se estendeu também ao universo das línguas. d) As palavras superam fronteiras geográficas e culturais, conforme as perspectivas do poder político e econômico. e) A globalização das palavras respeitou, na íntegra, as pegadas dos povos conquistadores. GABARITO 154. UFPE A alternativa que corresponde à estratégia utilizada pelo autor na passagem destacada é: a) “Deus condenou os homens a falar diversas línguas.” O autor do comentário introduz o tema a ser tratado com apoio de argumentos científicos. b) “A julgar pelo livro Palavras sem Fronteira (…), alguns termos pelo menos escaparam da ira divina.” O autor reitera sua crença no poder absoluto de Deus sobre todas as palavras. c) “Quem não entende o que é pizza, hambúrguer, iogurte ou caviar?” A pergunta do autor constitui uma estratégia retórica para confirmar o argumento em questão. d) “Ainda no campo das surpresas, o vetusto latim persiste em terceiro lugar no pódio dos idiomas mais presentes no mundo.” O comentarista declara que as expectativas do autor em relação a sua pesquisa se confirmaram. IMPRIMIR e) “houve aquelas (palavras) que andaram na contramão. É o caso de “piranha”, globalizada a partir do tupi.” O autor reitera argumento de que as palavras emigraram conforme a rota dos colonizadores. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 155 a 157: “Uma visão do futuro 68 Estamos às portas de um milênio miraculoso. A pessoa tem a mão decepada por uma serra elétrica, e os médicos conseguirão fazer crescer uma nova no mesmo lugar. Casas e carros serão feitos de materiais que podem consertar-se a si próprios. Um alimento em pó incolor com 90% de proteína em sua fórmula poderá ser modificado para ter o sabor que se deseje. As previsões acima podem parecer ousadas, mas, no fundo, são até conservadoras. Membros reimplantáveis? Os cientistas começaram a regenerar a pele humana ainda nos anos 70, e atualmente alguns laboratórios conseguem produzir válvulas cardíacas com base em algumas poucas células. O dia chegará em que substituir órgãos humanos defeituosos será rotina. No campo dos materiais, já existe um metal, o nitinol, que consegue desamassar sua própria superfície sem esforço. Basta aplicar um pouco de calor. A comida milagrosa? Já existe. É um derivado da soja produzido pela empresa Archer Daniels Midland desde meados dos anos 80. Pouca coisa se pode dizer com certeza sobre o futuro. Não sabemos se nossos bisnetos vão passear ou, um dia, viver em Marte. Também não sabemos se será possível reanimar alguém que já morreu. Não sabemos quando teremos robôs escravos, máquinas de orgasmo ou naves para viajar no tempo. Sabemos apenas que, sejam quais forem os milagres que o próximo milênio trouxer, eles serão possíveis graças ao mesmo gênio: o computador. Estamos chegando bem próximos de uma época em que os computadores serão capazes de desenhar cópias de si mesmos. Ou seja, eles não precisarão da ajuda humana para se reproduzir. Assustador? Talvez. Será uma época em que, pela primeira vez na história da humanidade, não seremos os seres mais inteligentes sobre a face do planeta. Para alguns cientistas, estaremos entrando no paraíso. Para outros, no inferno. Todos concordam que estamos cruzando rapidamente a fronteira do desconhecido. Computadores já ensaiam formas primitivas de pensamento autônomo. Alguns cientistas já se preocupam em garantir que os robôs do futuro tragam em sua programação um chip da bondade que os impeça de fazer mal à humanidade. Assumem, assim, que não nos será possível sequer desligá-los. Talvez estejam apenas sonhando. Talvez não.” [Adaptado de] Especial do Milênio (parte integrante da Veja, ano 31, n. 51, 23 dez. 1998, p. 126.) GABARITO 155. UFRN O milênio miraculoso será fruto do(a): a) genialidade dos homens. b) avanço da tecnologia. c) progresso da Medicina. d) otimização dos laboratórios. 156. UFRN Para alguns cientistas, o homem estará entrando no inferno quando os computadores forem capazes de: a) prejudicar os seres humanos. b) aprimorar formas de pensamento. c) suplantar a inteligência humana. d) desenhar cópias de si mesmos. IMPRIMIR 157. UFRN De acordo com o texto: a) o homem tem pelo menos uma certeza acerca do futuro. b) os cientistas perderam o controle sobre o computador. c) o homem vem perdendo sua inteligência aos poucos. d) os cientistas temem cruzar fronteiras desconhecidas. 158. U. Potiguar-RN Observe estas duas orações: “Tive de lutar contra o técnico e contra o pugilista.” “É uma medida favorável ao professor e diretor.” Ambas têm em comum: a) Tudo. Na primeira oração há dois adversários; na segunda oração apenas um. b) Tudo. Na primeira oração há um só adversário; na segunda oração há dois. c) Nada. Na primeira oração há um adversário; na segunda oração há dois. d) Nada. Na primeira oração há dois adversários; na segunda oração apenas um. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 159 a 162: “Onde a lei não vale 69 É comum que educadores louvem o esporte por uma suposta capacidade de transmitir ao jovem as virtudes da disciplina e do companheirismo, valores úteis para a vida em sociedade. Esse tipo de raciocínio faz com que a prática de esportes nas escolas leve o nome até um pouco pomposo de Educação Física. Mas o educador que parasse para observar um pouco mais de perto o futebol profissional brasileiro provavelmente proibiria os jovens até de pisar num gramado. Uma série de denúncias relativamente recentes escancarou o que muitos já desconfiavam: tráfico de influência, sonegação e formação de quadrilha. Os problemas de jogadores e dirigentes com o Fisco não são novidade. Em 94, dirigentes providenciaram para que toneladas de bagagem trazidas pela vitoriosa seleção brasileira não fossem objeto de vistoria alfandegária, o que leva o nome técnico de contrabando. Há pouco, o então treinador da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, admitiu não ter informado ao Fisco o recebimento de milhares de reais. O técnico inovou outra vez ao tentar criar a figura da sonegação culposa, declarando que não tivera a intenção de burlar a lei. E Luxemburgo confessou seus crimes fiscais para rebater a acusação de que recebia comissão sobre a venda de jogadores. Em termos penais, uma falta bem menos grave do que a sonegação, mas de forte estigma ético no meio futebolístico. Para coroar, tornou-se público que uma associação de grandes times brasileiros mantinha acordo para, anticonstitucionalmente, boicotar jogadores que fossem à Justiça defender seus direitos. A principal queixa relaciona-se ao anacrônico e absurdo instituto do passe, que recende a escravismo. Talvez seja exagero, baseado apenas no futebol, concluir que o esporte não cumpre os propósitos apregoados por educadores. Mas, olhando para o futebol, é inescapável a tese de que a prática esportiva não é garantia do exercício da ética.” Editorial da Folha de S. Paulo, 29/8/2000. Com adaptações. IMPRIMIR GABARITO Culposo, na linguagem do Direito, por exemplo em “crime culposo”, significa o que é resultante de imprudência, negligência ou imperícia da pessoa, não do seu desejo de praticar um ato não legal. 159. UFSE Considerando-se o primeiro e o segundo parágrafos, é correto afirmar que o autor: a) partilha da crença de que o esporte é comprovadamente útil para desenvolver nos jovens valores como a disciplina e companheirismo. b) demonstra uma certa reserva ao fato de existir nas escolas a disciplina Educação Física. c) deixa transparecer que sua defesa da proibição de os jovens freqüentarem campos de futebol se deve ao fato de o esporte ter sido profissionalizado. d) assinala que os educadores exaltam o valor educativo do esporte baseados numa hipótese que nem sempre é comprovada na prática. e) evidencia que os crimes recentemente cometidos no futebol chocam pelo seu ineditismo. 160. UFSE Percebe-se o tom irônico do autor quando ele: a) dá uma informação, “o que leva o nome técnico de contrabando”, para indicar que tudo o que veio antes na frase corresponde a um eufemismo para suavizar o significado do ato praticado. b) comprova que os “problemas de jogadores e dirigentes com o Fisco não são novidade”, explicando detalhada e tecnicamente tudo o que ocorreu com a seleção brasileira vitoriosa em 94. c) cita que Wanderley Luxemburgo “admitiu não ter informado ao Fisco o recebimento de milhares de reais”. d) afirma que receber comissão sobre a venda de jogadores é, “em termos penais, uma falta bem menos grave do que a sonegação”. e) avalia que o passe, contrato de vinculação exclusiva de um atleta profissional a um clube, é anacrônico e absurdo. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 161. UFSE Há pouco, o então treinador da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, admitiu não ter informado ao Fisco o recebimento de milhares de reais. Está subentendido na frase acima que: a) faz pouco tempo que Wanderley Luxemburgo deixou de reconhecer sua omissão. b) a seleção brasileira não tem mais treinador. c) a seleção brasileira é hoje diferente daquela do tempo de Luxemburgo. d) Wanderley Luxemburgo não é mais treinador da seleção brasileira. e) o Fisco não sabe que Luxemburgo recebeu milhares de reais. 70 162. UFSE … “olhando para o futebol, é inescapável a tese de que a prática esportiva não é garantia do exercício da ética”. Vista no contexto, esta frase significa que: a) os jogadores de futebol deixam muito a desejar no que se refere a “bom comportamento”, exemplificando a tese de que não há ética na vida nacional. b) é inaceitável a tese de que esportistas nem sempre apresentam comportamento ético, apesar do que se vê no futebol. c) a atuação dos profissionais brasileiros do futebol comprova a idéia de que o esporte nem sempre assegura a seus praticantes comportamentos desejáveis de um ponto de vista moral. d) o futebol mostra que a Educação Física defende valores éticos, por isso é inadmissível que os jogadores não os garantam na prática. e) é importante a defesa da idéia de que o esporte desenvolve valores úteis para a cidadania, mesmo quando não se pode garantir sua eficácia entre os praticantes de futebol. GABARITO Texto para as questões 163 e 164: “Bons tempos aqueles em que espadas de pau e pistolas de plástico garantiam uma distância saudável entre a inocência e a malícia. Desde que esses brinquedos foram substituídos por escopetas eletrônicas e inimigos que sangram, brincar passou a ser uma atividade passiva e solitária. ‘Em um videogame, o jovem vira um autômato que transforma impulsos visuais em movimentos motores limitados’, diz o professor de Ciência da Computação Valdemar Setzer, que pesquisa efeitos da informática no comportamento. Para Setzer, os videogames induzem à passividade porque inibem a vontade: com movimentos repetitivos e predefinidos, não se raciocina. Aliás, usar a cabeça só atrapalharia. É necessário ter rapidez de reflexos para dar conta de atirar primeiro e nunca fazer perguntas. ‘Os videogames são projetados para que o jovem fique excitado a ponto de não ter de esforçarse para continuar jogando. Na verdade, ele precisa de empenho para parar’, diz o professor. O pior é que isso pode levar a uma espiral sem fim, inclusive com o risco de vício. Ele vai se acostumando a um certo padrão de excitação e, para provocar sensações mais intensas, precisa de jogos cada vez mais violentos e cruéis. Assim, o jovem tende ao retraimento, isolando-se e trocando o mundo real pelo virtual. Uma troca perigosa. Atividades físicas e em grupo são um antídoto. As vantagens são tanto físicas quanto emocionais. A diversão em grupo ensina o jovem a se relacionar.” IMPRIMIR Adaptado de Superinteressante, junho/99, p. 32. 163. Unifor-CE De acordo com o texto, os videogames: a) transformaram-se, atualmente, em excelentes meios de controle do comportamento de crianças e jovens muito agitados, estimulando sua atenção. b) podem tornar-se facilmente um vício, tão prejudicial para a formação da criança e do jovem, quanto qualquer outro instrumento. c) constituem-se no melhor exemplo de brincadeiras infantis, numa época caracterizada pelo desenvolvimento tecnológico. d) representam o mais eficiente tipo de exercício para o desenvolvimento da agilidade mental de crianças e jovens. e) podem causar aborrecimentos e frustrações em jovens e crianças que não possuam a necessária rapidez de reflexos para esse divertimento. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 164. Unifor-CE Infere-se do texto que: a) no mundo atual, marcado por situações de extrema violência, os videogames significam proteção para os jovens. b) a tendência a viver em grupo leva o jovem, muitas vezes, a um tipo de diversão violento e cruel. c) o costume de não fazer perguntas induz o jovem a isolar-se do mundo, tanto dos adultos quanto dos outros jovens como ele. d) é possível desenvolver-se um tipo de videogame que ensine às crianças como viver e divertir-se em grupo. e) o relacionamento social é necessário para que se desenvolvam comportamentos considerados normais e sadios. Texto para as questões de 165 a 168: “Um sonho de simplicidade GABARITO 71 Então, de repente, no meio dessa desarrumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem falta. São uma necessidade que inventei. Por que beber uísque, por que procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para dizer coisas vãs, brilhar um pouco, saber intrigas? Uma vez, entrando numa loja para comprar uma gravata, tive de repente um ataque de pudor, me surpreendendo, assim, a escolher um pano colorido para amarrar no pescoço. A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede, nem frio. Para que beber tanta coisa gelada? Antes eu tomava a água fresca da talha, e a água era boa. E quando precisava de um pouco de evasão, meu trago de cachaça. Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca — foi um carinho ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe moqueado e meia caneca de cachaça. Que prazer em comer aquele peixe, que calor bom em tomar aquela cachaça e ficar algum tempo a conversar, entre grilos e vozes distantes de animais noturnos. ……………………………………… Mas para instaurar uma vida mais simples e sábia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas, dizer coisas… Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas deixasse a alma sossegada e limpa. Todo mundo, com certeza, tem de repente um sonho assim. É apenas um instante. O telefone toca. Um momento! Tiramos um lápis do bolso para tomar nota de um nome, um número… Para que tomar nota? Não precisamos tomar nota de nada, precisamos apenas viver — sem nome, nem número, fortes, doces, distraídos, bons, como os bois, as mangueiras e o ribeirão.” BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. São Paulo: Círculo do Livro. s/d, p. 3267. IMPRIMIR 165. Uneb-BA No texto, o narrador: a) questiona o artificialismo do convívio social. b) revela-se cauteloso na defesa de um outro estilo de vida. c) cobra do ser humano uma atitude em face da vida que coincide com o Carpe Diem. d) estabelece proximidade entre o viver urbano e o viver rural. e) requer da sociedade uma postura mais solidária no convívio social. 166. Uneb-BA “Um sonho de simplicidade”, para o narrador, seria ter uma vida: a) ligada aos bens/riquezas materiais. b) despojada, cuidando tão-somente de um viver filantrópico. c) em que o relacionamento entre as pessoas atendesse a convenções. d) em que a atividade física fosse intensa e servisse de bálsamo para a alma. e) de evasão para um mundo de sonhos, em detrimento do mundo real. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 167. Uneb-BA O narrador: a) no primeiro parágrafo, afirma a inutilidade de sonhar com outras formas de viver. b) no segundo parágrafo, revela uma consciência crítica do seu comportamento urbano. c) no terceiro parágrafo, põe em destaque a necessidade de afeto no relacionamento humano. d) no quarto parágrafo, enfatiza as dificuldades que o homem enfrenta na vida rural. e) no penúltimo parágrafo, apresenta a quebra da rotina da vida como inviável. 168. Uneb-BA A alternativa cujo fragmento apresenta a mesma idéia do narrador no parágrafo final, é: a) “Os livros são objetos transcendentes / Mas podemos amá-los do amor táctil”. b) “Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso / (E, sem dúvida, sobretudo o verso) / É o que pode lançar mundos no mundo”. c) “Caminhando contra o vento / sem lenço, sem documento / No sol de quase dezembro / Eu vou”. d) “Enquanto os homens exercem seus podres poderes / Índios e padres e bichos, negros e mulheres / E adolescente / Fazem o carnaval”. e) “Sei que a arte é irmã da ciência / Ambas filhas de um Deus fugaz / Que faz num momento e o mesmo momento desfaz”. 72 Texto para as questões de 169 e 170: “Vida menor GABARITO A fuga do real, ainda mais longe a fuga do feérico, mais longe de tudo, a fuga de si mesmo, a fuga da fuga, o exílio sem água e palavra, a perda voluntária de amor e memória, o eco já não correspondendo ao apelo, e este fundindo-se, a mão tornando-se enorme e desaparecendo desfigurada, todos os gestos afinal impossíveis, senão inúteis, a desnecessidade do canto, a limpeza da cor, nem braço a mover-se nem unha crescendo. Não a morte, contudo. IMPRIMIR Mas a vida: captada em sua forma irredutível, já sem ornato ou comentário melódico, vida a que aspiramos como paz no cansaço (não a morte), vida mínima, essencial; um início; um sono; menos que terra, sem calor; sem ciência nem ironia; o que se possa desejar de menos cruel: vida em que o ar, não respirado, mais me envolva; nenhum gasto de tecidos; ausência deles; confusão entre manhã e tarde, já sem dor, porque o tempo não mais se divide em sessões; o tempo elidido, domado. Não o morto nem o eterno ou o divino, apenas o vivo, o pequenino, calado, indiferente e solitário vivo. Isso eu procuro.” ANDRADE Carlos Drummond de. In: Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 234-5. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 169. U. Salvador-BA De acordo com o ideal de vida do sujeito poético, a existência humana: ( ) deve ser simples e desapegada de valores materiais. ( ) constitui-se um breve espaço da vida humana marcado pela vulgaridade. ( ) tem seu verdadeiro sentido quando associada à realidade sobrenatural e divina. ( ) deve estar isenta da preocupação com a passagem do tempo, eliminando, assim, as angústias do homem. ( ) deve ser desvinculada de envolvimentos com a realidade social. 170. U. Salvador-BA O poema apresenta: ( ) enumeração e reiteração de idéias, visando à expressividade. ( ) funções emotiva e poética da linguagem. ( ) liberdade formal. ( ) temática de caráter social, representando bem uma arte engajada. ( ) uma linguagem referencial, daí a objetividade no enfoque do tema. Texto para as questões de 171 e 172: 73 “Quando a aprendizagem, a educação e a socialização se verificam, desde a infância, numa mesma sociedade, a integração nela é denominada endoculturação: cada indivíduo adquire, pela transmissão por agentes sociais significativos (aqueles que têm autoridade — e esta autoridade é reconhecida pela pessoa sobre a qual a exercem, como pais, professores, vizinhos, amigos, representantes do poder público, político, econômico etc), as crenças, o comportamento, os modos de vida da sociedade a que pertence. É evidente que ninguém aprende toda a cultura, mas encontrase condicionado a certos aspectos particulares da transmissão realizada pelos grupos de que faz parte.” 171. Unifor-CE Este texto: a) valoriza a aprendizagem ligada à educação. b) enfatiza a importância dos representantes do poder público. c) compara o indivíduo ao grupo social de que faz parte. GABARITO d) centraliza-se na definição de endoculturação. e) encara a diversidade de modos de vida da sociedade. 172. Unifor-CE De acordo com o texto: a) a educação integral do indivíduo está condicionada a diversas influências. b) os grupos sociais se firmam à sombra do comportamento dos indivíduos. c) pais e professores são os responsáveis mais diretos pela formação do indivíduo. d) a transmissão da cultura é dever de qualquer educador. IMPRIMIR e) a aquisição da cultura depende do grau de socialização. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões de 173 e 174: “A tecnologia pode fazer muito para atenuar os problemas decorrentes da poluição, mas o aumento da população e a melhoria do nível de vida, sobretudo nas grandes cidades, os agrava e, até o momento, parece estar levando a melhor. Contudo, o que vai salvar a humanidade da bomba populacional é o efeito que o uso de melhores tecnologias tem no próprio aumento populacional. A razão pela qual a população nas sociedades rurais primitivas aumenta — o que ocorreu até recentemente, e ainda ocorre em algumas regiões — é bem compreendida: nas zonas rurais muitos filhos são a garantia de mais braços para ajudar na agricultura e uma forma de apoio aos velhos quando não puderem mais trabalhar; como a mortalidade infantil, no passado, era muito grande, ter muitos filhos era uma garantia para o futuro. À medida que as sociedades se tornam mais ricas, o uso de máquinas na agricultura reduz a necessidade de mão-de-obra; por conseguinte, a demanda por muitos filhos diminui e a ênfase passa a ser melhor qualidade de vida para eles. Fatores culturais são também importantes. Um número menor de filhos significa maior cuidado com cada um, melhor educação e melhores expectativas de sobrevivência. Essas razões levaram à ‘transição demográfica’ que se iniciou há mais de um século na Europa e estabilizou a taxa populacional nas nações mais ricas. Contudo, a transição demográfica ainda não atingiu boa parte da Ásia, África e América Latina, porque certas tarefas essenciais para a sobrevivência — tais como obter água potável, combustível para cozinhar ou para aquecimento — utilizam o trabalho das crianças, tornando-as mão-de-obra desejável. Além disso exigem das mulheres um esforço desnecessariamente grande, reduzindo suas oportunidades de obter melhor educação, que levaria ao planejamento familiar.” Trecho adaptado de GOLDEMBERG, José. O Estado de S. Paulo, 1/1/2000. GABARITO 74 173. Unifor-CE De acordo com o texto, um dos resultados decorrentes do uso da tecnologia tem sido: a) o aumento da exploração da mão-de-obra infantil nas zonas rurais, principalmente. b) a explosão populacional, especialmente nas grandes cidades, em vários países. c) o controle da população nas regiões mais desenvolvidas do planeta. d) a participação maior e mais efetiva das mulheres nas tarefas rotineiras da família. e) o desenvolvimento acelerado de todas as regiões do globo, nos vários continentes. 174. Unifor-CE Conclui-se do texto que: a) a agricultura sempre exigiu e continua exigindo mão-de-obra numerosa, mesmo em alguns países mais adiantados. b) os idosos recebem mais apoio familiar em zonas rurais, em que a economia se baseia especialmente na agricultura. c) a prática de uma agricultura mecanizada tem como conseqüência o aumento da mãode-obra avulsa, sem ocupação fixa. d) o controle da população mundial baseia-se numa educação mais ampla e no uso da tecnologia nas tarefas cotidianas. e) a falta de conhecimento que atinge as zonas rurais dificulta o progresso da agricultura, na medida em que limita o uso da tecnologia. Texto para as questões de 175 a 178: IMPRIMIR “Lasar Segall: um museu de portas abertas É bem provável que grande parte dos freqüentadores de museus no Brasil não procure voluntariamente essa instituição artístico-cultural. Ao contrário, as visitas a museus, no Brasil, parecem estar invariavelmente associadas a trabalhos e obrigações escolares, em excursões ‘protegidas’ por uma escolta de professores e funcionários em missão obrigatória. É compreensível, então, que nessas circunstâncias reste pouca simpatia de parte do estudante para com o acervo dos museus; o resto dessa disposição vai ser pulverizado por todo um aparato que sugere quais devem ser as atitudes e comportamentos adequados ao ambiente. Ao visitante dos museus é transmitida a noção de que nesse local carregado de responsabilidade o melhor a ser feito é observar ‘muito respeito’, ‘pouca conversa’ e lembrar que ‘esse é um lugar de contemplação’. Atitude semelhante à que se tem numa igreja, só que nesse caso esse conjunto de normas várias vai contribuir decisivamente para estabelecer preconceitos em relação à obra de arte que dificilmente serão eliminados.” SEGALL, Lasar. Um museu de portas abertas. Movimento n. 3, 1988, p. 31-2. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 175. Unifor-CE O texto: a) prova que o acervo dos museus reúne condições insatisfatórias para atrair a atenção dos visitantes. b) caracteriza as circunstâncias que, no Brasil, mais comumente levam aos museus seus freqüentadores habituais. c) define os museus no Brasil como instituições artístico-culturais desprovidas do apoio dos governantes. d) condena os preconceitos ligados ao acervo artístico-cultural dos museus. e) encara o museu como elemento mistificador da criação artística. 176. Unifor-CE I. Os museus, no Brasil, vêm sendo pouco prestigiados, como instituição artísticocultural, pelos órgãos governamentais. II. Professores e funcionários representam a classe que freqüenta de maneira regular e voluntária os museus. III. Não há espontaneidade de iniciativa em relação a visitas a museus no Brasil. A respeito dos enunciados acima, está correto o que se afirma SOMENTE em: 75 a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III. 177. Unifor-CE A pouca simpatia de parte do estudante para com o acervo dos museus explica-se: a) pela abundância de preconceitos em relação ao valor da obra de arte. b) pelo fato de ser o museu um “lugar de contemplação”. c) pelo excesso de tarefas impostas a partir de visitas aos museus. d) pelo cunho de obrigatoriedade de que se revestem as visitas aos museus. GABARITO e) pela impressão de se sentir como se estivesse numa igreja. 178. Unifor-CE As aspas em “muito respeito”, “pouca conversa”, “esse é um lugar de contemplação” estão empregadas para: a) distinguir a citação do resto do contexto. b) realçar ironicamente as metáforas. c) acentuar o valor significativo das expressões no contexto. d) eliminar qualquer tomada de posição do narrador. IMPRIMIR e) fazer sobressair expressões pouco usuais. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 179. U. F. Viçosa-MG Leia atentamente os seguintes versos: “Não faças versos sobre os acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.” ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 95s. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma leitura correta do poema “Procura da poesia”, de Carlos Drummond de Andrade: a) O autor defende um lirismo subjetivo, intensamente elaborado, preocupado em exaltar os mais nobres sentimentos humanos. b) Segundo o poeta, a poesia não deve limitar-se a uma temática voltada para os simples acontecimentos da vida. c) O autor defende a transcendência da poesia, superior à própria vida e à morte. 76 d) Para o autor, a poesia ultrapassa os limites do corpo e da própria vida cotidiana. e) O poeta, em seu discurso metalingüístico, trata da essência da própria poesia. Texto para a questão 180: “Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo. ‘Lá estão eles’, disse comigo. Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro. Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda, tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei parado alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.” GABARITO ASSIS, Machado. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1989. 180. UFR-RJ No texto o narrador descreve o quadro formado pelo casal de velhos com: a) impaciente ironia. b) suavidade e melancolia. c) desgosto e censura. d) velado humorismo. IMPRIMIR e) ceticismo e desesperança. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para a questão 181: 77 “Acompanho com assombro o que andam dizendo sobre os primeiros 500 anos do brasileiro. Concordo com todas as opiniões emitidas e com as minhas em primeiríssimo lugar. Tenho para mim que há dois referenciais literários para nos definir. De um lado, o produto daquilo que Gilberto Freyre chamou de casa-grande e senzala, o homem miscigenado, potente e tendendo a ser feliz. De outro, o Macunaíma, herói sem nenhuma definição, ou sem nenhum caráter — como queria o próprio Mário de Andrade. Fomos e seremos assim, em nossa essência, embora as circunstâncias mudem e nós mudemos com elas. Retomando a imagem literária, citemos a Capitu menina — e teremos como sempre a intervençao soberana de Machado de Assis. Um rapaz da platéia me perguntou onde ficaria o homem de Guimarães Rosa — outra coordenada que nos ajuda a definir o brasileiro. Evidente que o universo de Rosa é sobretudo verbal, mas o homem é causa e efeito do verbo. Por isso mesmo, o personagem rosiano tem a ver com o homem de Gilberto Freyre e de Mário de Andrade. É um refugo consciente da casa-grande e da senzala, o opositor de uma e de outra, criando a sua própria vereda mas sem esquecer o ressentimento social do qual se afastou e contra o qual procura lutar. É também macunaímico, pois sem definição catalogada na escala de valores culturais oriundos de sua formação racial. Nem por acaso um dos personagens mais importantes do mundo de Rosa é uma mulher que se faz passar por jagunço. Ou seja, um herói — ou heroína — sem nenhum caráter. Tomando Gilberto Freyre como a linha vertical e Mário de Andrade como a linha horizontal de um ângulo reto, teríamos Guimarães Rosa como a hipotenusa fechando o triângulo. A imagem geométrica pode ser forçada, mas foi a que me veio na hora — e acho que fui entendido.” CONY, Carlos Heitor. Folha Ilustrada, 5º Caderno. São Paulo, 21/04/2000, p. 12. 181. UFF-RJ Assinale a opção que apresenta a afirmativa adequada sobre a relação entre o brasileiro de Guimarães Rosa, de Gilberto Freyre e de Mário de Andrade explicitada no texto I. a) O homem de Guimarães Rosa, por ser um refugo da casa-grande e da senzala, tomou sua própria vereda, afastando-se do convívio social apontado por Gilberto Freyre e Mário de Andrade. b) O brasileiro de Guimarães Rosa se opõe ao de Freyre por não ter lugar nem na casagrande, nem na senzala e se aproxima de Macunaíma por sua indefinição na escala de valores culturais. d) O homem de Guimarães Rosa, por ser sobretudo uma criação verbal, torna-se um refugo da casa-grande e da senzala, e uma antítese do brasileiro de Mário de Andrade. e) O brasileiro de Guimarães Rosa se aproxima do de Freyre por sua exclusão social e se distancia de Macunaíma por não ter definição na escala de valores culturais. IMPRIMIR GABARITO c) O homem de Gilberto Freyre e de Mário de Andrade não apresenta nenhuma oposição à concepção do brasileiro de Guimarães Rosa, apesar do ressentimento social que o caracteriza. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 182 a 184: “A estrela é o índio Histórias de um Brasil com mais de 500 anos 78 Na contramão do vento que move as comemorações dos 500 anos, uma programação alternativa está deixando de lado a caravela para se embrenhar no Brasil de antes de Cabral. E está dando ao índio lugar de destaque na festa. As atividades incluem encontros com integrantes de tribos variadas, debates e uma exposição com trabalhos do fotógrafo Sebastião Salgado e textos do poeta Thiago de Mello. Desde o início da semana, no foyer do Centro Cultural Banco do Brasil, crianças de diferentes idades vêm aprendendo história e deixando preconceitos de lado com a ajuda de Thini-á — um índio de 29 anos, da tribo fulni-ô, de Pernambuco, que abandonou a aldeia ainda menino após uma invasão de terra em que perdeu vários parentes. Do massacre nasceu o desejo de falar aos pequenos homens brancos — os ‘filhos da elite’, como dizia — e impedir conflitos futuros. Há três anos Thini-á percorre escolas do Rio (…). Fala das tribos e da memória de seus ancestrais, apresenta danças e ritos, mostra arcos, flechas e seduz o público com a fala mansa e um ótimo humor. Agora, como centro dos 500 Anos de Resistência das Populações Indígenas no Brasil, organizado pela Cineduc: Cinema e Educação, ele fala para mais crianças e adultos. ‘As comemorações dos 500 anos, de certa forma, até expõem a cultura indígena, mas de maneira muito romântica. Essa atividade pretende desmistificar isso e deixar uma semente para que o contato com a cultura indígena continue e se torne corriqueiro’, diz Ricardo Paes, coordenador do projeto. (…)” GABARITO SÁ, Fátima. Veja, 22/03/2000. 182. UERJ O subtítulo do texto — “Histórias de um Brasil com mais de 500 anos” — é construído de modo a anunciar o caráter alternativo e mesmo crítico do evento que será comentado. O emprego da palavra ou expressão com essa finalidade está corretamente justificado em: a) “Histórias”, no plural, revela que um discurso oficial, nem sempre verdadeiro, predomina na sociedade. b) “um”, referindo-se ao nome “Brasil”, demonstra que a indefinida identidade social do país é formada pelo encontro de três raças. c) “mais de”, antecedendo a expressão “500 anos”, contesta a prioridade dada à chegada do colonizador para a constituição do Brasil. d) “500 anos”, expressão ligada ao nome “Brasil”, indica a necessidade de uma reflexão mais cuidadosa acerca de alguns dos marcos históricos do país. IMPRIMIR 183. UERJ Na construção “comemorações dos 500 anos”, a expressão sublinhada mantém com o termo núcleo — “comemorações” — a mesma relação sintática verificada em: a) “uma invasão de terra”. b) “Brasil de antes de Cabral”. c) “crianças de diferentes idades”. d) “deixando preconceitos de lado”. 184. UERJ A linguagem figurada, conhecida característica de textos literários, encontra-se também em outros tipos de texto. Verifica-se um exemplo de metonímia no seguinte fragmento da reportagem: a) “… apresenta danças e ritos, mostra arcos, flechas…” b) “… expõem a cultura indígena, mas de maneira muito romântica…” c) “… uma programação alternativa está deixando de lado a caravela…” d) “… e deixar uma semente para que o contato com a cultura indígena continue…” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 185 e 186: “À televisão Teu boletim meteorológico me diz aqui e agora se chove ou se faz sol. Para que ir lá fora? A comida suculenta que pões à minha frente como-a toda com os olhos. Aposentei os dentes. Nos dramalhões que encenas há tamanho poder de vida que eu próprio nem me canso em viver. Guerra, sexo, esporte — me dás tudo, tudo. Vou pregar minha porta: já não preciso do mundo. 79 PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. 185. UERJ No poema, a televisão é humanizada, assumindo o papel de interlocutor do eu poético. Identifique o elemento lingüístico que melhor caracteriza essa humanização e transcreva um verso em que ele apareça. 186. UERJ Indique o tema geral do poema e explique como ele é abordado criticamente por José Paulo Paes. Texto para as questões 187 e 188: IMPRIMIR GABARITO “O Império das Lentes Nas cerimônias de casamento, as retinas das testemunhas foram substituídas pela camcorder1 do sujeito de terno gasto que grava o enlace andando de um lado para o outro (o distinto padre pode dar licença, por favor?). Cônscia de sua relevância mística, a madrinha chora no exato instante em que os refletores lhe incandescem a maquiagem. Nas festas de escolas primárias, os alunos aprenderam a se apresentar para filmadoras e não mais para pais e mães. Sob o foco automático, a criança já não enxerga o sorriso de orgulho ou de apreensão na face do pai; vê apenas a handycam2 que mascara o seu rosto. Se a televisão é a arena da história contemporânea, as câmaras de vídeo domésticas se tornaram o olhar autorizado da intimidade familiar (e de outras intimidades nem tão familiares assim). Nas férias, o estranho fenômeno se generaliza, escancarando em público o vazio em que existimos. O viajante já não é aquele que contempla o desconhecido, que se reserva a chance do inesperado, que vive, enfim. Protegido por sua máscara eletrônica, que o poupa de estar exposto ao destino, ele apenas grava imagens, e normalmente muito rápido, como quem ainda tem uma longa lista a cumprir. O turista é um apressado. Depois, claro, jamais terá tempo de rever o que filmou. Continuará com pressa. De bom grado, ele substitui a própria memória pela fita magnética, mas esta também logo se perderá numa estante empoeirada, guardando imagens sem nexo. São as imagens do espetáculo que não foi vivido, pois quem poderia vivê-lo se ocupou em gravá-lo (ou em posar para a gravação). Ali jaz a vida que poderia ter sido. Ali jaz o desejo que não se satisfez, pois entre ele e o turista havia um muro transparente, um vidro, uma câmara, essa engenhoca que reina soberana no espaço exíguo que separa o homem de si mesmo.” BUCCI, Eugênio. Veja, 03/12/1996. 1 2 camcorder – filmadora handycam – filmadora de mão Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 187. UERJ Cônscia de sua relevância mística, a madrinha chora no exato instante em que os refletores lhe incandescem a maquiagem. No trecho citado, o autor emprega a ironia para intensificar sua crítica à situação descrita. Explique como esse recurso de linguagem intensifica a referida crítica. 188. UERJ Ali jaz a vida que poderia ter sido. Esta sentença, no primeiro momento, parece uma contradição. Identifique, em uma frase completa, essa contradição aparente. Texto para a questão 189: “Poética I Que é a Poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados. 80 2 Que é o Poeta? um homem que trabalha o poema com o suor do seu rosto. Um homem que tem fome como qualquer outro homem.” RICARDO, Cassiano. Jeremias Sem-Chorar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964. GABARITO 189. UERJ O eu-lírico no texto de Cassiano Ricardo expressa uma definição sobre a elaboração da poesia. Essa definição é semelhante ao conteúdo do seguinte fragmento: a) “Como varia o vento – o céu – o dia, / Como estrelas e nuvens e mulheres, / Pela regra geral de todos seres, / Minha lira também seus tons varia, / e sem fazer esforço ou maravilha.” (Álvares de Azevedo) b) “O artista intelectual sabe que o trabalho é a fonte da criação e que a uma maior quantidade de trabalho corresponderá uma maior densidade de riquezas.” (João Cabral de Melo Neto) c) “[Minhas poesias] não têm unidade de pensamento entre si, porque foram compostas em épocas diversas — debaixo de céu diverso — e sob a influência de impressões momentâneas.” (Gonçalves Dias) IMPRIMIR d) “Um dia (…) tive saudades da casa paterna e chorei. As lágrimas correram e fiz os primeiros versos da minha vida, que intitulei — Às Ave-Maria: — a saudade havia sido a minha primeira musa.” (Casimiro de Abreu) Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 190 a 193: 81 “No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras. Houve um tempo em que, romântica, ela batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha. Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos. A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem. Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto. A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro. Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros. Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica. Os telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía. Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma. A miséria não bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços distraídos. Acuada, a cidade passou de opressora a vítima dos morros. No Brasil de hoje, a riqueza é refém da miséria. A constituição do perfil da miséria no Brasil está diretamente relacionada com a crescente modernização do país.” GABARITO 190. UFMG A partir da leitura desse texto, é CORRETO afirmar que ele tem por objetivo a) criticar a ação governamental no trato com a miséria. b) defender práticas de maior justiça social. c) denunciar a culpa sentida pelas classes privilegiadas. d) mostrar a evolução da situação de miséria no Brasil. 191. UFMG “Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.” Essa frase é uma síntese de todas as seguintes passagens do texto, EXCETO a) A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica. b) Continuávamos de bem com nossos travesseiros. c) Dormíamos o sono dos justos. d) Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada. IMPRIMIR 192. UFMG O último parágrafo do texto tem todas as seguintes funções, EXCETO a) Ampliar o desenvolvimento das idéias. b) Reafirmar as idéias da introdução. c) Rearticular o parágrafo introdutório. d) Reorganizar as idéias desenvolvidas no texto. 193. UFMG De acordo com o texto, a miséria no Brasil assume uma posição crescentemente agressiva. Todas as seguintes passagens do texto comprovam essa afirmação, EXCETO a) Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. b) Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma. c) Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem. d) Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 194 a 197: “Troca de e-mails THE NEW YORK TIMES Seguem abaixo trechos das mensagens de e-mail trocadas na terça-feira e ontem entre o VicePresidente Al Gore e o Governador George W. Bush, do Texas: Do: Sr. Gore Para: Sr. Bush Assunto: Campanha eleitoral Congratulações por sua indicação partidária. Penso que as vitórias mútuas desta noite nos proporcionam uma chance rara para a mudança no modo de se conduzir campanhas eleitorais e de se restabelecer a confiança dos eleitores em nosso processo eleitoral. Assim sendo, eu o desafio a aceitar minha proposta de que nós dois rejeitemos o uso do chamado ‘dinheiro fácil’ na veiculação de propaganda eleitoral. Eu darei o primeiro passo pedindo ao Comitê Nacional Democrático para não veicular nenhuma propaganda eleitoral não regulamentada através do uso de verbas de procedência ignorada, a menos que o Partido Republicano passe a agir nesse sentido. Portanto, está nas mãos do senhor e de seu partido o início eventual de uma guerra acirrada de propaganda; o senhor tem o poder de unir-se a mim na proibição do ‘dinheiro fácil’. Se o senhor estiver disposto a fazer a coisa certa, nós podemos mudar a política para sempre. 82 Do: Sr. Bush Para: Sr. Gore Assunto: Re: Campanha eleitoral Obrigado por seu e-mail e seus cumprimentos. Eu o felicito também, e anseio por uma campanha que trate das questões importantes do nosso tempo — a reforma educacional, a modernização de nossas forças armadas e o resgate de padrões de qualidade no nosso governo. O senhor e eu fizemos várias propostas de reforma de financiamento de campanha. Mas antes de debatermos estas mudanças, é importante que os americanos saibam se as leis de financiamento de campanha atuais foram obedecidas. Assim sendo, eu o desafio a esclarecer acusações graves. Eu espero que o senhor interfira junto à Casa Branca e ao Departamento de Justiça para a liberação de todos os registros e fotos relativos à investigaçao sobre abusos no financiamento da sua própria campanha. Em seu e-mail, o senhor falou em restabelecer “a confiança em nosso processo eleitoral”. E isso é o ponto central da questão. São necessárias novas leis de financiamento de campanha. O que é até mesmo mais importante é o dever dos funcionários públicos de obedecer às leis existentes, e eu receio que seu próprio histórico não inspire confiança. Agradeço seu e-mail. Esta sua Internet é uma invenção maravilhosa.” IMPRIMIR GABARITO Traduzido do New York Times on-line, 16/03/2000. 194. UERJ O vice-presidente Gore propõe em seu e-mail uma rejeição, de parte a parte, do chamado “dinheiro fácil”, usado de maneira não regulamentada na veiculação de propagandas eleitorais. O tom da mensagem-réplica do governador Bush reflete basicamente as seguintes atitudes: a) crítica e desconfiança pela indicação do democrata Gore à sucessão presidencial. b) animosidade e distanciamento do processo de moralização da campanha eleitoral. c) ceticismo e ironia no tocante à seriedade das palavras e intenções de seu oponente. d) ressentimento e desdém quanto às instruções dadas por Gore ao Comitê Democrático. 195. UERJ O discurso político é marcado por estratégias de distanciamento que ressaltam a autoridade do locutor, e por traços de solidariedade que buscam o envolvimento dos interlocutores. Tais procedimentos retóricos são verificados em: a) “Eu espero que o senhor interfira junto à Casa Branca…” b) “Se o senhor estiver disposto a fazer a coisa certa, nós podemos mudar…” c) “Eu darei o primeiro passo, pedindo ao Comitê Nacional Democrático…” d) “Eu o felicito também, e anseio por uma campanha que trate das questões…” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 196. UERJ A mensagem-desafio de Al Gore tem como destinatário o seu adversário político, mas é possível interpretar que ela tenha sido tornada pública propositalmente. Considerando o conteúdo da mensagem e o seu contexto, a melhor explicação para que Al Gore tenha desejado torná-la pública é: a) provocar uma declaração desastrada de George Bush. b) contribuir para a moralização da política através da Internet. c) acusar seu adversário do uso de dinheiro ilícito na campanha. d) convencer o eleitor do caráter desonesto do outro candidato. Texto para as questões de 197 a 200: “A revolução digital 83 Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro. Disse ‘pareciam’, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação. Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde. O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose. Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons. A mudança conduz a veredas ainda inexploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita. E isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma. Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos devãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de idéias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente arriscar textos próprios. Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: ‘Mando-te uma carta qualquer dia desses’. Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico. O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla ‘enter’.” IMPRIMIR GABARITO SOUZA, Josias de. A revolução digital. In: Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de maio de 1996. Caderno Brasil, p. 2. 197. UFMG Observe as expressões destacadas nestas frases: … falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro… … vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico. Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação CORRETA dessas três expressões, na ordem em que aparecem nas frases acima. a) apesar de ser falada / apesar de ser impressa / se estivesse vivo. b) quando é falada / quando é impressa/ se estivesse vivo. c) porque é falada / porque é impressa / ainda que estivesse vivo. d) se é falada / se é impressa / ainda que estivesse vivo. 198. UFMG Com base na leitura feita, é CORRETO afirmar que o objetivo do texto é a) defender a parceria entre o papel e o texto como uma história de êxitos. b) discutir as implicações da era digital no uso da escrita. c) descrever as vantagens e desvantagens da Internet na atualidade. d) narrar a história do papel e do texto desde a antigüidade. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 199. UFMG Considerando a argumentação do autor quanto à relação entre palavra falada e palavra escrita, é CORRETO afirmar que, a) na comunicação interpessoal, a palavra falada pode emocionar, sensibilizar, convencer, fazer pensar e, com isso, suscitar um grande movimento de idéias e valores. b) no processo social de divulgação de conhecimentos, a palavra falada, associada à escrita, exerce um papel fundamental na educação e na formação de opiniões. c) na produção cultural de ciência e arte, a palavra escrita tem função marcante, porque sua permanência material independe da memória humana e sua circulação instiga a reflexão. d) no processo social de produção e circulação de crenças, a palavra escrita, ao lado da falada, tem papel significativo no desenvolvimento da espiritualidade. 84 200. UFMG Considerando os procedimentos lingüísticos de articulação entre o primeiro parágrafo e os outros parágrafos do texto, é INCORRETO afirmar que a) o segundo, o terceiro e o quarto parágrafos se articulam com o primeiro pelo emprego linear do tempo cronológico. b) o terceiro parágrafo está articulado com o primeiro pelo uso de palavras que explicitam significados presentes no primeiro. c) o segundo parágrafo está articulado com o primeiro pelo emprego de palavra que se repetem. d) o quarto parágrafo se articula com o primeiro pelo uso de frase que explicita uma idéia sugerida no primeiro. Texto para a questão 201: GABARITO “O idioma, vivo ou morto? O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou na letra de ‘Pedro Pedreiro’ o neologismo ‘penseiro’, teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a expressão ‘segura o tcham’. Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam. O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o ‘erro’ propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua. Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões de ‘desletrados’ que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão ‘vendese à praso’, em vez de ‘vende-se a prazo’; ou ‘meio-dia e meio’, em vez de como é mesmo? O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia-a-dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo. Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?” IMPRIMIR SANTOS, Jorge Fernando dos. Estado de Minas, Belo Horizonte, 10 jun. 1996. (Texto adaptado) 201. UFMG Em todas as seguintes passagens, o autor deixa transparecer idéias que ele mesmo considera puristas, EXCETO em a) Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação. b) … não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. c) Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores. d) Pena que o Brasil seja um país de analfabetos, […] Por isso, é comum ver nas placas a expressão “vende-se à praso”… Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 202 e 203: “Amor GABARITO 85 A verdade é que devemos tudo aos amores infelizes, aos amores que não dão certo. A poesia se faz antes ou depois do amor, ninguém jamais fez um bom poema durante um amor feliz. Pois se o amor está tão bom, pra que interrompê-lo? O amor feliz não é assunto de poesia. Literatura é quando o amor ainda não veio ou quando já acabou, literatura durante é mentira. Ou ela é empolgação ou é remorso, revolta, saudade, tédio, divagação desesperada — enfim, tudo que dá bom texto. Desconfie de quem explica um estado de exaltação criativa dizendo que está amando. Algo deve estar errado. — Você está amando, mas ela não está correspondendo, é isso? — Não, não. Ela também me ama. É maravilhoso. — É maravilhoso, mas você sabe que não pode durar, é isso? Seu poema é sobre a transitoriedade de todas as coisas, sobre o efêmero, sobre o fim inevitável da felicidade num mundo em que… — Não! É sobre a felicidade sem fim! — Não pode ser. — Mas é. Acabei o poema e vou fazer uma canção. Depois, talvez, uma cantata. E estou pensando num romance. Tudo inspirado no nosso amor. Não posso parar de criar. Estou transbordando de amor e idéia. Crio dia e noite. — E a mulher amada? — Quem? Ah, ela. Bom, ela sabe que a atenção que não lhe dou, dou ao nosso amor perfeito. Está explicado. Ele não canta a amada ou seu amor. Está fascinado por ele mesmo, amando. E o poema certamente é ruim. Porque o amor, para ser de verdade, tem de emburrecer. Só devem lhe ocorrer bobagens para dizer ou escrever durante um caso de amor. Ou é kitch, de mau gosto, piegas ou copiado, ou não é amor. Qualquer sinal de originalidade pode até ser suspeito. — Esses seus versos para mim… Estão ótimos. — Obrigado. — Essas juras de amor, essas rimas, essa métrica… De onde você tirou tudo isso? — Eu mesmo inventei. Pensando em você. — Seu falso! — O quê? — Só deixando de pensar em mim por algumas horas você faria uma coisa assim pensando em mim. Só tomando distância, escrevendo e reescrevendo, raciocinando e burilando, você faria isto. Um verso plagiado do Vinícius eu entenderia. Um verso original, e bom desse jeito é traição. Só não sendo sincero você seria tão inteligente! — Mas… — Não fale mais comigo. Pronto. O amor acabou, agora você pode ser criativo sem remorso. Você está infeliz, mas console-se. Pense em como isso melhorará o seu estilo.” Adap.: VERÍSSIMO, Luís Fernando. O Estado de São Paulo: 25/07/1999. IMPRIMIR 202. UFR-RJ A partir da leitura do texto, depreende-se que a) os textos literários cujo tema é o amor tratam de um sentimento utópico. b) os poemas feitos nos momentos de amor são criativos e interessantes. c) fazer poemas sobre o amor exige um afastamento da relação amorosa. d) só a reciprocidade no relacionamento amoroso enseja um bom texto poético. e) os textos verdadeiramente literários são os que tratam da temática amorosa. 203. UFR-RJ Os diálogos, nesse texto, têm a função de a) caracterizar o discurso indireto na narrativa. b) refutar o ponto de vista do autor por meio dos personagens. c) reproduzir o ponto de vista dos personagens sobre o amor. d) servir de recurso para a argumentação às idéias do autor. e) demonstrar o alto grau de alienação daquele que se sente amando. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 204 a 206: “LE NOUVEL OBSERVATEUR ’Internet est à la merci DE N’IMPORTE QUI!’ Le web est la Terre promise de la nouvelle èconomie, mais reste aussi habóné par l’espirit libertaire de ses origines. Anatomie d’un champ de bataille… ‘Internet está à mercê de qualquer um!’ 86 Em 7 de fevereiro, o portal americano Yahoo! foi a primeira vítima de uma série de ataques. Damien Bancal, especialista em pirataria e responsável por um dos melhores sites franceses dedicados a esse assunto, Taz (www.zataz.com), não acredita que os piratas estejam na origem do ataque. Mas ele destaca a extrema vulnerabilidade da Internet. Le Nouvel Observateur — Os comentários falam de ciberterrorismo, embora não tenha havido saque propriamente dito. O que aconteceu realmente? Damien Bancal — Até o momento, tinha-se assistido principalmente a incidentes isolados (…) Esta onda de ataques é muito mais impressionante porque os sites foram bombardeados numa extensão inédita. É como se 50 milhões de pessoas tivessem me telefonado ao mesmo tempo para me desejar Feliz Dia dos Namorados: minha central telefônica teria explodido. L. N. O. — Uma das hipóteses atribui os fatos a um pirata isolado. Outras acusam as empresas de segurança de informática e, até mesmo, o governo americano, que deseja impor uma ciberpolícia… D. Bancal — Se isso é obra de um pirata isolado, ele é um gênio que dispõe de meios impressionantes. Não acredito nisso. Para o ano novo, esperava-se ‘a grande peste’, um desafio lançado por um russo a todos os outros piratas do planeta. Talvez essa peste tenha chegado com atraso… mas ainda continuo descrente. Pois se os autores são hackers, eles planejaram as ações com muito tempo de antecedência. O mais desconcertante é a ausência de assinatura. Os piratas geralmente têm sede de reconhecimento. Nesse caso, não há nenhuma reivindicação. Fala-se também de uma operação conduzida pelos concorrentes das vítimas. Seria suicídio: abalar a imagem da rede é como dar um tiro no próprio pé… Eu acho, na verdade, que esses ataques podem ser responsabilidade das empresas especializadas em segurança, pois é preciso ter um poder de fogo colossal [NR: as ações dessas empresas deram um salto na Bolsa no dia seguinte]. IMPRIMIR GABARITO Entrevistador: Stéphane Arteta.” Traduzido de Le Nouvel Observateur, du 17 au 23 février 2000. 204. UERJ A característica do texto que mais contribui para causar no leitor a impressão de uma transcrição exata do que foi dito é a seguinte: a) utilização do discurso direto. b) introdução sobre o assunto. c) inclusão de Nota de Redação. d) indicação de marcas temporais. 205. UERJ A primeira pergunta de Stéphane Arteta solicita a explicação de um fato. Para respondê-la de forma clara, Damien Bancal utiliza basicamente o seguinte recurso: a) dedução. c) comparação. b) suposição. d) quantificação. 206. UERJ Damien Bancal rejeita a primeira hipótese indicada pelo entrevistador. Para justificar sua opinião, utiliza uma estratégia argumentativa dividida em três momentos: 1º – parte do princípio de que a hipótese do entrevistador seria válida; 2º – deduz uma hipótese improvável; 3º – manifesta sua opinião discordante. A alternativa que apresenta um exemplo do 2º momento desse raciocínio é: a) “… mas ainda continuo descrente.” b) “Para o ano novo esperava-se a ‘grande peste’…” c) “O mais desconcertante é a ausênia de assinatura.” d) “… ele é um gênio que dispõe de meios impressionantes.” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 207 a 209: “DUAS CARTAS Do deputado X à dona Eponina, sua esposa 87 Prezada Eponina. Acusam-me de tantas coisas nos jornais (que fúteis engenhocas!) que sinto-me no dever de informar-te da verdade, já que não posso fazê-lo pessoalmente, indo à vossa fazenda, pela qual zelas com tão justa severidade. Aqui, em Brasília, só misérias. Opõem-se as gentes às coisas mais honestas. Bem as compreendo — o povo é ignorante. Mas não compreende ele as coisas do Brasil. Como sobreviveria ele se não o tutelássemos? Como pais severos e indulgentes, que, na sombra, zelam por seus filhos? Mas não é só em Brasília. No Rio houve grande gritaria por causa do salário-moradia. Quanta injustiça! E quão profunda incompreensão da vida! Se não zelássemos por nós, quem zelaria por esse pobre povo? E só estando ao abrigo das necessidades (e do mau tempo) é que poderemos, com calma e sapiência, manipular os peões, os cavalos e as rainhas deste grande país. (Pena que os bispos sejam tão renitentes.) O que o povo quer é pão e circo, como bem o sabiam os romanos. Mas é que pão anda pela hora da morte. Penso, às vezes — dado que sou a divagações patrióticas — como seria benéfico ao país se instituíssemos, como na antigüidade, jogos de circo. Há tanta gente inútil pelas ruas! Tantos criminosos nas prisões, onerando o erário. Tanto vagabundo bem nutrido e desocupado! Se as puséssemos a lutar nos estádios, entre si e com animais selvagens — que sucesso seria! A Espanha não tem suas touradas? Teríamos nossos new-gladiadores. Os turistas choveriam. Os cofres públicos se encheriam e também os privados. Acho que nenhum patriota sincero se oporia a esta medida tão salutar e higiênica. Espero que tudo corra bem na fazenda. Conto com teu bom senso para tratar com severidade os trabalhadores, sem deixar-te levar por pieguices. Pelo Natal estarei aí, com minha secretária Eunice. Moça muito fina e prendada e que tanto me ajuda por aqui. Beijos carinhosos de seu Gatão IMPRIMIR GABARITO Do chimpanzé Jimmy à alma de Elizabeth Christiansen Zoológico de Copenhagne, agosto de 2000. Cara amiga, Ontem o juiz Christian Potlevsen nos leu seu testamento pelo qual herdamos 65 mil dólares, eu e meus colegas de cativeiro, Trunte, Fifi, Trine, Grinni e Gigi. Ficamos satisfeitos e surpresos. Mas Fifi, que é mais rebelde (você se lembra dela, aí onde você está?), disse que nada adiantava esse dinheiro, já que continuamos atrás das grades. ‘Lugar de macaco é no seu galho’, disse ela. Acho que tem razão. Mas Trunte retrucou que já era alguma coisa. E rimos muito da cara do juiz, que, acho, ficou com vontade de ser macaco para ganhar herança de alguma velha bondosa. (Acho que você não se importa de que eu a chame assim. Afinal de contas, já tinha 83 anos e aí, pelo que me contam, não há tempo.) Não sei o que vamos fazer com esse dinheiro. Fifi quer um vestido de baile, Grinni, uma cartola e Trine, uma tartaruga. Eu quero uma passagem para o Brasil, onde o clima é mais quente. Lá penso em me eleger deputado. Já entrei em contato com membros do Partido Verde que me apoiarão. Um deles me disse que há vários macacos no Congresso. A notícia me entusiasmou. Deve ser um país bem governado. Seu agradecido Jimmy” Jornal do Brasil, 10 de setembro de 2000. 207. U. Uberaba-MG O confronto dos dois textos permite-nos afirmar que o autor: a) acha que os políticos são os tutores do povo. b) tem grande admiração pelos macacos. c) apresenta razões para o povo não acreditar em alguns políticos. d) mostra D. Eponina e Elizabeth Christiansen como exemplos de mulheres. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 208. U. Uberaba-MG Assinale a única alternativa que não corresponde às idéias apresentadas pelo deputado X. a) O povo tem anulado seu voto, para mostrar insatisfação com seus representantes. b) Ao denunciar abusos políticos, os jornais apresentam-se como entidades levianas. c) O povo hoje, da mesma forma que na antigüidade, quer comida e diversão. d) Os deputados devem assegurar o seu próprio bem-estar para depois se preocuparem com o povo. 209. U. Uberaba-MG Observe o trecho abaixo: “Opõem-se as gentes às coisas mais honestas. Bem as compreendo — o povo é ignorante. Mas não compreende ele as coisas do Brasil.” Assinale a alternativa que melhor corresponde ao trecho acima. a) As pessoas opõem-se às coisas honestas porque são ignorantes. b) Por ser ignorante, o povo não sabe o que é bom para o Brasil. c) O deputado X compreende a oposição que as pessoas fazem a tudo, até às coisas mais honestas, uma vez que ele sabe que o povo é ignorante. d) O deputado X e o povo opõem-se às coisas honestas, mas aquele sabe o que é bom para o Brasil e este, não. IMPRIMIR GABARITO 88 Texto para as questões 210 e 211: “A Revista Ciência Hoje (volume 16, nº 94, set/out de 1993) promoveu e publicou um debate sobre a causa e a cura das doenças mentais, do qual participaram profissionais ligados à psicanálise, à psiquiatria e à psicofarmacologia. Reproduzimos abaixo a resposta de alguns dos participantes à pergunta ‘há cura para doenças mentais?’ Jurandir Freire (psicanalista): ‘A cura, entendida como restabelecimento de um equilíbrio prévio, é uma definição médica, e isso não existe na psiquiatria. A pessoa pode ter uma experiência psicopatológica e sair dela desejando um equilíbrio diferente do que tinha antes. Normalmente, o que entendo por cura? É a abolição dos sintomas que vêm fazendo a pessoa sofrer e, em seguida, a identificação com os próprios ideais, os propósitos de vida ou a busca de equilíbrio e a satisfação efetiva. Nesse aspecto, há códigos psíquicos que são mais complicados de se atingirem; outros, pouco menos. A resposta é sempre singularizada. Quanto à promessa do que podemos fazer, posso ser taxativo. A gente melhora bastante o sofrimento das pessoas que estão atingidas mentalmente. Com o arsenal que temos em neuroclínica, no plano institucional-hospitalar, no atendimento individualizado, conseguimos muitas vezes favorecer a pessoa’. Joel Birman (psicanalista): ‘Na psicanálise a cura é problemática por causa dessa idéia de restauração do estado anterior ao acontecimento. No estado de perturbação, o sujeito perde sua capacidade de produção de normas, tanto biológicas quanto psíquicas. A função do tratamento nas perturbações psíquicas é restaurar uma certa plasticidade do sujeito, para que ele tenha novamente a possibilidade de novas produções normativas. Tentamos fazer com que ele se torne mais elástico, com maior capacidade de superação dos obstáculos que se impõem, tanto em nível social quanto pessoal.’ Marcio Versiani (psiquiatra): ‘A ‘cura’, o restitutio ad integrum, na medicina como um todo, apesar de todo o progresso atual, ainda é rara. Isso é particularmente válido para as doenças crônicas, e a maioria dos transtornos mentais se enquadram nessa categoria. Contudo, se considerarmos que, até a década de 70, a maior parte dos transtornos mentais resultava em importantes graus de permanente incapacitação — e isso não é mais verdade —, há motivo para otimismo. Nas depressões e nas diferentes formas de ansiedade, o avanço foi maior. Com o lítio e os antidepressores, obtêm-se remissões em dois terços dos casos. No terço restante, há graus variáveis de melhora. Na esquizofrenia, o quadro, infelizmente, é mais sombrio — diferentes níveis de melhora sim, mas raramente a recuperação total. Essas ‘curas’ ou graus de melhora significativos têm sido obtidos graças à inserção da psiquiatria no modelo médico moderno. Resultados de pesquisa com números representativos de pacientes e metodologia adequada (escalas operacionais de avaliação, entrevistas, diagnósticos computadorizados, métodos duplo-cego com controle de placebo etc.) têm permitido e corroborado esses avanços terapêuticos.’” Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 210. PUC-RJ Considerando os comentários feitos pelos debatedores, podemos afirmar que há consenso em torno da idéia de que: a) o tratamento das perturbações mentais deve visar ao enquadramento do paciente em certos padrões gerais de normalidade e equilíbrio. b) no campo das doenças psíquicas, o sucesso do tratamento depende apenas de sua aptidão para corrigir disfunções biológicas que acometem o organismo do paciente. c) o tratamento mais adequado para curar doentes mentais é aquele em que se emprega lítio e antidepressores. d) a noção psiquiátrica de cura está vinculada à recuperação do estado anterior à doença, não sendo, portanto, fácil obtê-la. e) no que tange às doenças mentais, é em geral inadequado pensar em “cura” como um retorno do paciente ao estado em que se encontrava anteriormente à manifestação do problema. 211. PUC-RJ Comparando as posições dos debatedores, podemos afirmar que: a) enquanto Versiani defende o uso de remédios no tratamento das doenças mentais, Freire se mostra descrente quanto à sua eficácia. 89 b) ao contrário de Joel Birman, Márcio Versiani é contra o uso da psicanálise no tratamento dos problemas mentais. c) em consonância com Márcio Versiani, Joel Birman acredita que a função do médico é ensinar ao doente determinadas produções normativas. d) Jurandir Freire e Joel Birman compartilham a opinião de que é pouco o que se pode fazer para minorar o sofrimento do doente mental. e) Freire enfatiza a importância de se considerar, no tratamento da doença mental, a dimensão singular de cada paciente; já Versiani destaca a contribuição do uso de medicamentos. GABARITO 212. U. Alfenas-MG “O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes saltos fazendo acrobacias. É mamífero e, como todos os mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em grupos e comunica-se com outros golfinhos através de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de distância. É assim que o golfinho pede ajuda quando está em perigo ou avisa os golfinhos onde há comida. O golfinho aprende facilmente os truques que o homem ensina e é por isso que muitos golfinhos são aprisionados, treinados e exibidos em espetáculos em todo o mundo”. Para restabelecer a coesão do excerto, que melhor recurso se deve usar? a) o emprego adequado dos tempos e modos verbais. b) o emprego adequado de conjunções e numerais. c) o emprego adequado de palavras sinônimas ou quase — sinônimas, ou expressões substitutas. d) o emprego de construções por coordenação e subordinação. IMPRIMIR e) o emprego adequado de elipses e advérbios pronominais. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar Texto para as questões 213 e 214: “Falada, escrita, mal dita Maria Lúcia de Moura Iwanow IMPRIMIR GABARITO 90 A comunicação, em qualquer língua, pode ser feita com clareza ou não. Para se restringir a compreensão das mensagens a uns poucos detentores do código lingüístico, têm-se utilizado cada vez mais, no Brasil, estranhos dialetos como o economês, o sindicalês, o publicitês, o mequês (do MEC), etc… Discursos, palestras e correspondências expedidas por órgãos públicos, incluindose as emanadas de gabinete de Ministros, são bons exemplos. Há invenções primorosas: em primeiro lugar, a nível de (ou em nível de), que quer dizer rigorosamente nada. Serve para não ir direto ao assunto como seria, em vez de ‘a nível de Brasil’ dizer-se simplesmente, ‘no Brasil’. O Legislativo e o movimento sindical se apropriaram dessa maravilha. Outra, é o uso da palavra através. Ao se enviar uma carta através de alguém, imagina-se a pobre pessoa, com uma carta atravessada no corpo. Nesse item, ninguém supera a televisão no ranking, pois ela bate todos os records. O emprego de enquanto, conjunção subordinada temporal: ‘eu, enquanto representante do governo…’, ‘sicrano, enquanto pessoa’, ao invés de como representante, como pessoas, etc., ou seja despe-se a pessoa de seu cargo na representação, ou de sua condição humana, para reduzi-la a um advérbio de tempo. Virou praga o uso indevido do gerúndio. No lugar de ‘enviaremos os formulários para todos os municípios’, costuma-se ouvir: — ‘vamos estar enviando…’; em vez de ‘divulgaremos a data da próxima assembléia…’ ouve-se: — ‘vamos estar divulgando a data…’. Como o gerúndio indica ação contínua, há pessoas que ficarão, por todo o resto de suas vidas, passando os formulários para os municípios, ou divulgando a data da assembléia. Destaque-se, ainda, elencar, operacionalizar, disponibilizar, inicializar, publicização, penalizar (no lugar de apenar), protagonismo e, por fim, o máximo: ‘debates sobre o tema vertebrador.’ Uns querem reinventar o idioma com o aportuguesamento — ou abrasileiramento — de palavras como: start ao invés de iniciar; atachar, no lugar de anexar; deletar, em vez de apagar, etc… Seria arrogância o que leva alguns a imaginarem que tudo podem, até mudar o idioma, só porque venceram uma eleição? Para pior, é claro! Talvez apenas desconheçam a própria língua. O uso correto do idioma não é um refinamento, bem como a formulação de políticas contrárias aos interesses da maioria não depende do registro da língua utilizado. Porém, o oficialismo deveria, pelo menos, abster-se de usar estrangeirismos para evitar o ridículo de ser brega: workshops (oficina), coffeebreak (pausa para o café), paper (documento) e por aí vai. Para quem um dos índices de nacionalidade não é a moeda e sim a língua, o enxerto de estrangeirismos em textos oficiais é prova do despreparo de algumas pessoas para exercerem cargos públicos, pois sendo colonizadas e subservientes — a preferência pelo inglês não é gratuita — acabam por contribuir para que, no processo de globalização, entremos completamente desqualificados, sem rosto, sem contribuição cultural, não bastasse nossa calamitosa subserviência econômica. Em Brasília, uma escola, a UNEB, escreve ‘College’ ao lado de sua marca, ou seja, virou piada. Nesse momento de discussão da proposta do deputado Aldo Rebelo, proibindo o emprego de termos estrangeiros — expediente radical, se considerarmos as contribuições já incorporadas e a serem incorporadas ao nosso idioma, mas de preocupação completamente procedente — seria bom lembrar uma norma usada em Portugal: — palavras ou expressões em outros idiomas devem ser acompanhadas da sua tradução. Não se trata de xenofobia. Além de ser essa uma forma de preservar a nacionalidade, expõe-se o quanto o uso abusivo desse recurso é ridículo, ao invés de culto. Na França, admite-se termo estrangeiro se não houver, no francês, palavra com o mesmo significado. Seria ótimo que todos os brasileiros falassem mais de uma língua; porém, resultado das posições educacionais adotadas ao longo de 500 anos, existem milhões de analfabetos de todas as gerações e alguns semi-alfabetizados tentando-se passar por muito sabidos. Ser universal faz parte da cidadania, assim como conhecer outras culturas, falar outras línguas, respeitar as diferenças. Isto é completamente diferente de macaqueá-las. É verdade que a norma-padrão, que somos obrigados a usar ao escrever, é cheia de regras que muitas vezes não correspondem mais às necessidades expressivas dos falantes. Este texto pode conter — certamente contém — erros, cometidos por distração ou ignorância, jamais no afã de mostrar falsa cultura, doença que assola a mídia, o oficialismo, os novos ricos de nosso pobre Brasil. Mensagens, ‘para a base ou para o público’, devem primar por clareza e simplicidade. Fora disso, o que existe é discurso balofo, que nada comunica a não ser a incompetência de quem o faz. É o falar muito para dizer nada, é o enfeitar gralha com penas de pavão. No caso dos órgãos públicos, a clareza, a simplicidade, a transparência, em discursos, correspondências internas ou externas são exigência ética. A coisa pública é pública em qualquer governo. Textos em código, jargão técnico ou coisa semelhante denotam falta de transparência o que, nos dias de hoje, pode acabar em CPI, mesmo que esta acabe em pizza.” In: InformANDES, março/2000. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 213. U. F. Uberlândia Assinale a ÚNICA alternativa que NÃO corresponde às idéias expressas no texto. a) Criar novas expressões na língua demonstra falsa cultura. b) A clareza na comunicação não exige o emprego de estrangeirismos. c) O uso indevido de estrangeirismos demonstra despreparo para exercer cargos públicos. d) A norma padrão nem sempre atende as nossas necessidades de comunicação. 214. U. F. Uberlândia Assinale a ÚNICA alternativa em que o referente dos elementos em destaque NÃO está adequadamente identificado (interpretado). a) “… expõe-se o quanto o uso abusivo desse recurso é ridículo, ao invés de culto.” = palavras ou expressões de outros idiomas. b) “O Legislativo e o movimento sindical se apropriaram dessa maravilha.” = a expressão “a nível de” c) “Nesse item, ninguém supera a televisão no ranking, pois ela bate todos os records.” = o uso de “através de” d) “Outra, é o uso da palavra através”. = essa maravilha IMPRIMIR GABARITO 91 Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar LÍNGUA PORTUGUESA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO II IMPRIMIR GABARITO 1 1. 2. 3. 4. 5. 13 18 06 C a) “A durabilidade de tais ligações, no geral, termina quando tal fêmea atinge seu objetivo.” (Sendo que o objetivo em questão é a fama, o poder e o dinheiro.) b) Segundo o autor da carta os homens deveriam tomar certo cuidado no que diz respeito à astúcia e à ambição das mulheres, visto que a ambição leva as mulheres a aproximar-se dos homens para conseguir fama, poder e dinheiro e, uma vez atingidos seus objetivos, podem libertar-se do protetor. c) A todos os seres humanos do sexo masculino. 6. a) Podem ser indicados os seguintes termos do vocabulário técnico de um processo judiciário: “pedido de liminar”, “revisão promovida”, “retificação no voto” e “decisão do STF”. b) Informam que o juiz havia votado contra os interesses do governo, já que, após revisar e retificar seu voto, este acabou sendo a favor do governo. c) Segundo o texto, esse artigo “estabelece os limites de gastos com pessoal para os três poderes”. 30. B 7. A 31. F-V-V-V 8. D 32. 52 9. 17 33. V-F-V-F 10. F-F-V-F 34. V-F-F-V 11. A 35. V-F-V-V 12. B 36. A 13. E 37. F-V-F-F 14. B 38. V-V-F-F-F 15. B 39. 74 16. D 40. V-V-F-F-V 17. C 41. V-V-V-V-V 18. D 42. V-V-F-F-V 19. C 43. F-V-V-F-V-V 20. B 44. V-F-V-V-F-V 21. C 45. V-V-V-V-F-V 22. F-V-V-F 46. V-F-V-F-V-V 23. A 47. A 24. D 48. B 25. C 49. C 26. B 50. V-V-F-V-F-F-V 27. E 51. A 28. D 52. B 29. D Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar IMPRIMIR GABARITO 2 53. E 70. A 54. D 71. B 55. C 72. C 56. B 73. D 57. B 74. A 58. E 75. C 59. C 76. B 60. A 77. V-F-V-V-V-F 61. C 78. E 62. B 79. A 63. F-F-V-V-F-V-V 80. D 64. C 81. B 65. C 82. V-V-V-F-V-F 66. D 83. C 67. E 84. E 68. B 85. B 69. A 86. a) Através do eu lírico, o poeta personifica os objetos, atribuindo-lhes características de um ser vivo, sobressaindo-se a discrição e a indiscrição, visto que os utensílios que “povoam” o escritório, são caracterizados como sendo sóbrios. Excetuam-se, porém, as mãos do eu lírico, cuja principal característica é a indiscrição, principalmente em comparação com os objetos do escritório. Suas mãos são voluntariosas, pessoais, enquanto os objetos são impessoais, discretos. Essa classificação dos objetos destoa de nossa percepção habitual porque contrasta com a impessoalidade com a qual os vemos. Pode-se notar no poema uma percepção de que a poesia humaniza o espaço circundante, o qual é automatizado, impregnado por uma rotina que impede uma visão mais humana da vida. b) A presença humana se dá no poema por meio das mãos do eu lírico. Elas possuem um poder transformador, visto que, embora aparentemente sigam as mesmas regras da rotina de trabalho dos objetos que a circundam, podem interferir na realidade do ambiente em que se encontram. Como as mãos são características humanas, pode-se dizer que no poema é destacada a importância do homem, que se sobressai na repartição, sendo o responsável pela existência das coisas que o cercam e por sua presença aí, já que com elas se relaciona. 87. a) Considerando-se os quatro meses de janeiro a abril, em que ocorreram 31 ocorrências, e os doze meses do ano anterior, no qual ocorreram 33 ocorrências, entende-se que a situação piorou muito, já que se prevêem 93 ocorrências para o ano atual. b) O final da segunda nota sugere que os pichadores, tanto quanto os baloeiros, sejam enquadrados como “responsáveis por crime inafiançável” e trancafiados “em presídios por longos anos”. 88. D 89. C 90. A 91. 90 92. 74 93. 31 Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar IMPRIMIR GABARITO 3 94. a) Se Leão aprimorasse seus defeitos acabaria, com o tempo, se tornando um péssimo goleiro. Para que o equívoco fosse eliminado a frase deveria ser escrita da seguinte maneira: “…costumava ficar horas aprimorando sua técnica, procurando corrigir seus defeitos”. b) O trecho se torna incoerente porque a expressão “por outro lado” leva a supor que será tratado um mesmo assunto de um ponto de vista diferente do inicial. Como se diz, num primeiro momento, que Leão “sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado”, esperasse que ele “corrija seus defeitos” e “aprimore sua técnica”, e não que “aprimore seus defeitos”. c) O sistema filosófico racionalista considera única e exclusivamente a razão e o raciocínio lógico como critérios de verdade e, por isso, a palavra “racionalismo” foi empregada inadequadamente. 95. C 96. A 97. B 98. A 99. C 100. C 101. E 102. a) Não, o advérbio “literalmente” não está adequadamente empregado nos textos. O termo “literal” é utilizado quando o sentido da palavra a que se refere é exatamente o que a palavra diz, não podendo ser ampliado e ela não podendo ser interpretada de outra forma. b) A expressão se refere às mulheres dos dirigentes. O duplo sentido se deve ao fato de que pode-se interpretar ou que as mulheres eram mesmo apagadas ou que nem sempre eram as esposas dos dirigentes. 103. E 104. E 105. B 106. A 107. E 108. D 109. E 110. A 111. B 112. A 113. C 114. C 115. B 116. C 117. B 118. D 119. B 120. C 121. C 122. C 123. B 124. A 125. Segundo o autor do texto, Newton interpreta a cor apenas enquanto fenômeno físico, ao passo que Goethe e Schopenhauer consideram-na como um fenômeno que tem também outras dimensões, que escapam à física. 126. B 127. F-F-F-F-F 128. 11 129. 41 130. 48 131. 09 132. V-V-F-F-V 133. V-F-V-F 134. C 135. A 136. B 137. A 138. C Voltar 139. D 140. D 141. C 142. 31 143. 24 144. A 145. E 146. E 147. 21 148. 92 149. C 150. A 151. D Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar 189. B 190. D 191. A 192. A 193. C 194. C 195. B 196. D 197. B 198. B 199. C 200. A 201. C 202. C 203. D 204. A 205. C 206. D 207. C 208. A 209. C 210. E 211. E 212. C 213. A 214. D IMPRIMIR GABARITO 4 152. A 169. V-F-F-V-V 153. B 170. V-V-V-F-F 154. C 171. D 155. B 172. A 156. C 173. C 157. D 174. D 158. D 175. D 159. D 176. C 160. A 177. D 161. D 178. C 162. C 179. C 163. B 180. B 164. E 181. B 165. A 182. C 166. B 183. A 167. B 184. C 168. C 185. O uso da segunda pessoa gramatical. Um dentre os versos: • Teu boletim meteorológico • que pões à minha frente • nos dramalhões que encenas • me dás tudo, tudo. 186. O tema geral é a sociedade do espetáculo ou a presença da tecnologia na vida do homem. No texto a televisão representa esse tema geral, simbolizando a solidão humana. 187. A ironia é empregada para desmascarar atitudes e poses produzidas exclusivamente para as câmeras. 188. A contradição está em usar para o sujeito “a vida” o predicado “jaz”, que se associa à morte. Voltar Língua Portuguesa - Interpretação de texto II Avançar LÍNGUA PORTUGUESA FIGURAS DE LINGUAGEM 1. U. E. Maringá-PR ”FUTURO Benefícios só para os filhos de nossos filhos Ana Santa Cruz e Bia Barbosa IMPRIMIR GABARITO 1 A conclusão da primeira etapa de decodificação do genoma humano pode ser comparada ao trabalho de cartógrafos numa enorme cidade desconhecida. O rascunho do mapa, com cerca de 98% das informações para se achar o caminho, está pronto. Já se conseguiu descobrir e desenhar todas as ruas e avenidas do grande aglomerado urbano. Também se tem nas mãos a identificação de 10% a 20% dos imóveis espalhados pelas ruas. A complicação é que se desconhecem quantas casas e edifícios existem de fato na metrópole e qual a função de cada um dos imóveis. Ou seja, por enquanto, os geneticistas ainda são incapazes de encontrar a padaria ou a delegacia de polícia no complexo DNA do ser humano. Os estudiosos de biologia molecular sabem tão pouco sobre o genoma humano que, apesar de o seqüenciamento já estar na internet à disposição de todos, ninguém tem certeza sobre quantos são os genes do corpo. As estimativas variam de 38.000 a 120.000. Agora parece que são 50.000. ‘Nós temos o livro. Agora precisamos aprender como lê-lo’, diz James Watson, cuja descoberta da estrutura do DNA em 1953 marca o início da genética moderna. Ele foi ex-presidente do Projeto Genoma Humano. (...) Identificar os genes será uma tarefa árdua e mais complexa do que foi decifrar o próprio genoma. A principal razão: o processo não poderá contar com a preciosa ajuda dos computadores que foram usados até agora. As poderosas máquinas da Celera Genomics e do Projeto Genoma Humano ordenaram as seqüências de letras e as estocaram num banco de dados, mas são incapazes de apontar em quais regiões da fita de DNA estão os genes. ‘Será preciso colocar o cérebro humano à frente desses computadores’, diz o geneticista Salmo Raskin, representante do Projeto Genoma Humano no Brasil. ‘É a única forma de encontrarmos o ouro dentro do palheiro genético.’ (...) O Projeto Genoma é um desses raros momentos na História em que o conhecimento dá realmente um salto. Isso provavelmente será conhecido no tempo dos filhos de nossos filhos.“ Excerto do texto da Revista Veja, nº 27, 5 de julho de 2000. p. 118-20. Sobre o texto “Futuro”, pode-se afirmar que: 01) as autoras, fazendo uso da hipérbole, comparam subentendidamente os genes humanos a imóveis e o corpo humano à metrópole em “A complicação é que se desconhecem quantas casas e edifícios existem de fato na metrópole e qual a função de cada um dos imóveis”. 02) o uso repetitivo de figuras de linguagem permite dizer que o texto é metafórico. 04) uma das figuras que se apresentam no texto é a contradição, como é o caso de “A conclusão da primeira etapa de decodificação do genoma humano pode ser comparada ao trabalho de cartógrafos numa enorme cidade desconhecida”. 08) “O rascunho do mapa, com cerca de 98% das informações para se achar o caminho, está pronto” quer dizer que o esboço das seqüências dos genes do corpo humano já está pronto. 16) as autoras, em “os geneticistas ainda são incapazes de encontrar a padaria ou a delegacia de polícia no complexo DNA do ser humano”, usam uma metáfora para dizer que os especialistas em genética ainda não conseguem identificar as funções dos genes no corpo humano. 32) as autoras, visando dar mais expressividade aos fatos e coisas a que se referem, valem-se de figuras de linguagem. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar 2. Fempar “Frederico Paciência vinha me trazer até casa. Sofríamos tanto que parece impossível sofrer com tamanha felicidade. E toda noite era aquilo: a boca rindo, os olhos cheios de lágrimas.” ANDRADE, Mário de. Contos novos. Assinale a alternativa que não pode significar uma das figuras de linguagem presentes no trecho acima. a) Antítese. b) Eufemismo. c) Metáfora. d) Paradoxo. e) Contraste. 3. Unipar ”PNEUMOTÓRAX 2 Febre, hemoptises, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira, que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: — Diga trinta e três. — Trinta e três. — Trinta e três... trinta e três... trinta e três... — Respire... ..................................................................... — O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. — Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? — Não, a única coisa a fazer é tocar um tango argentino.” A expressão tosse ... tosse ... é um exemplo do emprego de uma expressão: a) metafórica. b) metonímica. c) antitética. d) eufemística. e) onomatopaica. GABARITO 4. PUC-PR “Apesar de morar nos Estados Unidos há dezessete anos, ser casado com uma americana e ter dois filhos nascidos em San Diego, Califórnia, Joaquim Cruz preserva o cordão umbilical com o seu Brasil. Não com o andar de cima de Brasília, às voltas com grampos e contas misteriosas no exterior, mas com o andar de baixo da cidade-satélite de Taguatinga, onde seu pai, carpinteiro, foi tentar a vida nos anos 60, vindo do Piauí. Ali, a garotada cresce descalça ainda hoje. Joaquim está com 35 anos de idade, tem lugar cativo na história do esporte mundial, além de uma medalha de ouro olímpico (com quebra de recorde) e outra de prata na gaveta. Mas não esquece o quanto um par de tênis na hora certa, com o incentivo correto, pode tirar da rua um menino como o que ele foi. Ele se lembra do primeiro tênis Conga, que ganhou do técnico Luís Alberto de Oliveira, como muitos se lembram da primeira namorada.” IMPRIMIR HARAZIM, Dorrit. O tênis do Joaquim. Veja, 2 dez. 1998. Tomando como base o mesmo texto, assinale a alternativa que identifica a característica que aproxima essa reportagem do discurso literário: a) A transformação do atleta real, Joaquim Cruz, em herói, uma espécie de protetor dos desvalidos. b) O uso freqüente de metáforas e imagens como, por exemplo, “andar de cima/andar de baixo”, “primeira namorada”. c) O conflito existente entre o passado de miséria e o presente de riqueza e fama. d) O jogo temporal entre presente e passado, visando a mostrar a vida como surpreendente. e) A atitude do narrador que toma o partido do protagonista e mostra nos adjetivos e nas comparações o quanto Joaquim Cruz é diferente dos atletas em geral. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar 5. U. Metodista-SP Texto 1 “‘Foi uma fatalidade’ ou ‘o elemento faleceu’ é como um policial, que atirou fatalmente em um suspeito, se pronuncia, ante a imprensa. Tradução: ‘Deus tirou-lhe a vida’. ‘Eu só fiz o furo’. E locutores de futebol driblam o erro do seu jogador preferido, que chutou uma bola para fora, narrando: ‘O campo estreitou’ ou ‘o campo acabou’. (…).” Texto 2 3 Estabeleça aspectos comuns nos textos: a) hipérbole e ambigüidade. b) hipérbole e eufemismo. c) eufemismo e ambigüidade. d) eufemismo e ironia. e) ironia. GABARITO 6. U. E. Londrina-PR A questão refere-se ao texto que segue. ”Durante todo o século XX, a cultura brasileira oscilou entre a busca de uma identidade nacional e o desejo de integração cosmopolita na ponta do mundo contemporâneo. Essa busca de identidade não foi só um esforço de poetas e artistas, mas também de pensadores que centram nossa originalidade na idéia de um brasileirismo afetivo e gentil, retrato construído por nós mesmos e vendido ‘lá fora’ com muito sucesso, até recentemente. Essa idéia de afetividade é recorrente em quase todos os nossos melhores intelectuais do período, do luso-tropicalismo de Gilberto Freyre ao homem cordial de Sérgio Buarque de Hollanda; do macunaimismo de Mário de Andrade à civilização gozosa de Darcy Ribeiro; do populismo carinhoso de Jorge Amado aos malandros e heróis de Roberto da Matta. Talvez devamos levantar a hipótese de que, embora essa afetividade nunca tenha se manifestado verdadeiramente em nossa história social, pode ser que ela seja o mais belo, profundo e secreto projeto inconsciente do povo desse país, sempre inviabilizado pelo Brasil dos infernos, mas detectado e textualizado por mestres mediúnicos. O mistério do galo não está na ilusão de que ele seja capaz de fazer nascer o sol, mas em que seu canto anuncia a existência do sol, mesmo ainda por nascer.” IMPRIMIR DIEGUES, Carlos. Reflexões para o futuro. Veja 25 anos, 1993. p. 55. Na última frase do texto, o autor usa as metáforas do galo e do nascer do sol para representar, respectivamente: a) Um grupo de pensadores – a manifestação da afetividade na história social do Brasil. b) Os mestres mediúnicos – a integração do Brasil com o mundo. c) Poetas e artistas – a revelação da identidade nacional. d) Jorge Amado e Mário de Andrade – o projeto inconsciente do povo brasileiro. e) A busca de identidade – os textos dos intelectuais brasileiros do século XX. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar 7. FGV-SP Assinale a alternativa que indica a correta seqüência das figuras encontradas nas frases abaixo. — O bom rapaz buscava, no fim do dia, negociar com os traficantes de drogas. — Naquele dia, o presidente entregou a alma a Deus. — Os operários sofriam, naquela mina, pelo frio em julho e pelo calor em dezembro. — A população deste bairro corre grande risco de ser soterrada por esta montanha de lixo. — A neve convidava os turistas que, receosos, a olhavam de longe. a) Ironia, eufemismo, antítese, hipérbole, prosopopéia. b) Reticências, retificação, gradação, apóstrofe, ironia. c) Antítese, hipérbole, personificação, ironia, eufemismo. d) Gradação, apóstrofe, personificação, reticências, retificação. e) Ironia, eufemismo, antítese, apóstrofe, gradação. 4 8. Fuvest-SP A metáfora presente em “a campa foi outro berço” baseia-se a) na relação abstrato/concreto que há em campa/berço. b) no sentido conotativo que assume a palavra campa. c) na relação de similaridade estabelecida entre campa e berço. d) no sentido denotativo que tem a palavra berço. e) na relação todo/parte que existe em campa berço. 9. U. E. Maringá-PR Leia o texto a seguir e assinale o que for correto. IMPRIMIR GABARITO “Agosto 1964 Entre lojas de flores e de sapatos, bares, mercados, butiques, viajo num ônibus Estrada de Ferro-Leblon. Volto do trabalho, a noite em meio, Fatigado de mentiras. O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud, Relógio de lilases, concretismo, Neoconcretismo, ficções da juventude, adeus, que a vida eu a compro à vista dos donos do mundo. Ao peso dos impostos, o verso sufoca, a poesia agora responde a inquérito policial-militar. Digo adeus à ilusão Mas não ao mundo. Mas não à vida, Meu reduto e meu reino. Do salário injusto, da punição injusta, da humilhação, da tortura, do terror, retiramos algo e com ele construímos um artefato um poema uma bandeira” GULLAR, Ferreira. In: Toda Poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s/d. p. 233. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar IMPRIMIR GABARITO 5 01) Algumas figuras de linguagem que se destacam nesse poema são: a) a gradação (1a e 2a estrofes), por meio da qual o eu-lírico lista elementos que caracterizam a sua vida particular e os fatos que caracterizam a vida sob a ditadura; b) a hipérbole (3a estrofe), evidente sobretudo na listagem dos fatos que exageram a caracterização da violência vivida sob a ditadura militar; c) a personificação (versos 12 e 13), por meio da qual o eu-lírico denuncia a situação de opressão. 02) Algumas figuras de linguagem que se destacam nesse poema são: a) a enumeração (1a, 2a e 3a estrofes), por meio da qual o eu-lírico lista elementos que caracterizam a vida sob a ditadura; b) a gradação (3a estrofe), evidente sobretudo na listagem dos fatos que, caracterizando uma progressão da violência, marcam a vida sob a ditadura militar; c) a personificação (versos 12 e 13), por meio da qual o eu-lírico denuncia a situação de opressão. 04) Os versos “Ao peso dos impostos, o verso sufoca, / a poesia agora responde a inquérito policial-militar” sintetizam a temática e o objetivo de crítica social do poema: a denúncia e o protesto contra um estado de exploração econômica, de opressão política, de ameaça à liberdade de expressão. Além disso, estabelece-se uma identificação entre o eu-lírico e o autor do poema, evidente sobretudo nas duas últimas estrofes. 08) Os versos “Ao peso dos impostos, o verso sufoca, / a poesia agora responde a inquérito policial-militar” não sintetizam a temática e o objetivo de crítica social do poema porque o alvo dessa crítica é o derrotismo daqueles que, diante de uma situação difícil, desistem de lutar. Isso se torna evidente sobretudo nas duas últimas estrofes, em que o eu-lírico afirma o adeus à ilusão juvenil de mudar o mundo, valorizando o que há de bom nas experiências difíceis. 16) No que se refere à métrica, o poema apresenta os seguintes tipos de verso: redondilha maior (versos 06, 14 e 19), redondilha menor (versos 02, 17), alexandrino (verso 12). A presença de tais tipos de verso evidencia que o poema remete à poesia popular por meio das redondilhas e se filia aos valores da estética barroca por meio do verso alexandrino. A filiação ao Barroco torna-se, no poema, um modo de estabelecer uma comparação da situação atual do eu-lírico (agosto de 1964, ditadura militar) com a situação de opressão política que o Brasil viveu, na condição de colônia, sob o domínio de Portugal. 32) Trata-se de um poema de 04 estrofes irregulares quanto ao número de versos e que faz uso de versos livres e brancos – elementos formais característicos da poesia moderna e contemporânea. A utilização desse tipo de verso confere ao poema um caráter prosaico, voltado para a reflexão sobre o cotidiano banal e desprovido de ilusões vivido pelo eu-lírico, que vê na criação poética uma via de enfrentamento e de crítica da situação de opressão política. 10. UFSC Marque a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S) e dê, como resposta, a soma delas. (01) Decorrem, em 1998, 90 anos da morte do escritor Machado de Assis, que atingiu o posto de maior escritor brasileiro com os romances da segunda fase de sua vida. (02) O Romantismo valoriza a emoção, a individualidade e a libertação de normas, bem como a iniciativa e a capacidade criadora de cada indivíduo. No Brasil, coincide com o processo de independência política e assume caráter nacionalista. São representantes, na prosa, José de Alencar, Bernardo Guimarães e Joaquim Manuel de Macedo, entre outros. (04) A produção literária brasileira, no século XVI, limitou-se, essencialmente, às literaturas de viagem e jesuítica de caráter religioso. (08) A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar. (Vinícius de Moraes) Nos versos acima, o autor, na parte destacada, emprega uma metáfora. (16) Em As casas espiam os homens / que correm atrás das mulheres (Carlos Drummond de Andrade), ocorre um pleonasmo. (32) No verso Vozes veladas, veludosas vozes, ocorre aliteração. (64) Em Vou morrer de tanto rir há uma comparação. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar 11. FEI-SP “Em tristes sombras morre a formosura, em contínuas tristezas a alegria” Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de linguagem é: a) metáfora. b) aliteração. c) eufemismo. 6 d) antítese. e) sinédoque. 12. Ceetps-SP Denomina-se oxímoro ou paradoxo a figura que permite aproximar significados contrários numa mesma unidade de sentido. Essa figura traduz a oscilação da personagem, dividida entre o desprendimento solidário e o interesse individual. A alternativa em que se apresenta exemplo de paradoxo é a) … aquele homem tinha má sorte! (…) E no entanto eu era feliz! b) … sorriu por trás dos bigodões portugas, um sorriso desacostumado, não falou nada felizmente. c) … ele nem media a extensão do meu sacrifício! e a mão calosa apenas roçou por meus cabelos cortados. d) Aquele homem enorme com tantos filhos e uma mulher paralítica na cama! (…) Depois: o operário não era bem vestido como papai. e) Bem que podia dar a menor, era tão feia mesmo, faltava uma das pontas (…) E eu tinha que me desligar de uma delas, da menorzinha estragada, tão linda! 13. ITA-SP Leia o texto seguinte: “A aposentada A. S., 68, tomou na semana passada uma decisão macabra em relação ao seu futuro. Ela pegou o dinheiro de sua aposentadoria (um salário-mínimo) e comprou um caixão. A. mora com a irmã, M. F., 70, que também é aposentada. Elas não têm parentes. A. diz que está investindo no futuro. Sua irmã a apóia. A. também comprou a mortalha — roupa que quer usar quando morrer. O caixão fica guardado na sala da casa.” GABARITO Aposentada compra caixão para o futuro. Folha de S. Paulo, 22/8/1992, adaptado. a) Localize um trecho que revela ironia. b) Explique como se dá esse efeito de ironia. 14. ITA-SP Leia abaixo a tira de Luís Fernando Veríssimo, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 16/7/2000, e explique como se dá o efeito cômico. FAMÍLIA BRASIL EU ESTAVA LENDO AS NOTÍCIAS DO BRASIL NO JORNAL E… IMPRIMIR LAVA AS MÃOS ANTES DE VIR PARA A MESA Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar 15. Fatec-SP O seguinte trecho do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas — “E esta reflexão, […] e voou a pedir-lhe misericórdia.” — revela interferência do narrador, Brás Cubas, nas ações da personagem, uma borboleta, conferindo-lhe pensamentos e sentimentos que não lhe seriam próprios. O recurso estilístico utilizado para atingir o efeito desejado foi a) a alusão. b) a personificação. c) o paralelismo. d) a comparação. e) a preterição. INSTRUÇÃO: A questão de número 16 se baseia no seguinte trecho do romance Canaã, do escritor maranhense Graça Aranha (José Pereira da Graça Aranha, 1868-1931). GABARITO 7 “O agrimensor olhou a árvore. — Faz pena — disse compassivo — botar tudo isso abaixo. Eu, por mim — acudiu Milkau, levado pelo mesmo sentimento —, preferiria um lote onde não fosse preciso esse sacrifício. — Não há nenhum — respondeu Felicíssimo. — O homem — notou Lentz a sorrir com ar de triunfo — há de sempre destruir a vida para criar a vida. E depois, que alma tem esta árvore? E que tivesse… Nós a eliminaríamos para nos expandirmos. E Milkau disse com a calma da resignação: — Compreendo bem que é ainda a nossa contingência essa necessidade de ferir a Terra, de arrancar do seu seio pela força e pela violência a nossa alimentação; mas virá o dia em que o homem, adaptando-se ao meio cósmico por uma extraordinária longevidade da espécie, receberá a força orgânica da sua própria e pacífica harmonia com o ambiente, como sucede com os vegetais; e então dispensará para subsistir o sacrifício dos animais e das plantas. Por ora nos conformaremos com este momento de transição… Sinto dolorosamente que, atacando a Terra, ofendo a fonte da nossa própria vida, e firo menos o que há de material nela do que o seu prestígio religioso e imortal na alma humana… Enquanto os outros assim discursavam, Felicíssimo, no seu amor ingênuo à Natureza, mirava as velhas árvores, e com a mão meiga festejava-lhes os troncos, como os últimos afagos dados às vítimas do momento do sacrifício. Dentro da mata penetrava o vento da manhã e nas folhas passava brandamente, levantando um murmúrio baixo, humilde, que se escapava de todas as árvores, como as queixas surdas dos moribundos.” In: ARANHA, Graça. Obra completa. Rio de Janeiro: MEC-Instituto Nacional do Livro, 1969. p. 106-107. IMPRIMIR 16. Vunesp A metagoge, recurso expressivo bastante usado pelos escritores de todos os tempos, consiste em atribuir atitudes, qualidades e sentimentos humanos a outros seres. No trecho de Canaã encontramos tal procedimento, que reforça a dramaticidade dos fatos narrados. De posse destas informações, indique uma passagem do último parágrafo do texto em que ocorre esse recurso expressivo. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar Texto para a questão 17: “(…) e tudo ficou sob a guarda de Dona Plácida, suposta, e, a certos respeitos, verdadeira dona da casa. Custou-lhe muito a aceitar a casa; farejara a intenção, e doía-lhe o ofício; mas afinal cedeu. Creio que chorava, a princípio: tinha nojo de si mesma. Ao menos, é certo que não levantou os olhos para mim durante os primeiros dois meses; falava-me com eles baixos, séria, carrancuda, às vezes triste. Eu queria angariá-la, e não me dava por ofendido, tratava-a com carinho e respeito; forcejava por obter-lhe a benevolência, depois a confiança. Quando obtive a confiança, imaginei uma história patética dos meus amores com Virgília, um caso anterior ao casamento, a resistência do pai, a dureza do marido, e não sei que outros toques de novela. Dona Plácida não rejeitou uma só página da novela; aceitou-as todas. Era uma necessidade da consciência. Ao cabo de seis meses quem nos visse a todos três juntos diria que Dona Plácida era minha sogra. Não fui ingrato; fiz-lhe um pecúlio de cinco contos, — os cinco contos achados em Botafogo, — como um pão para a velhice. Dona Plácida agradeceu-me com lágrimas nos olhos, e nunca mais deixou de rezar por mim, todas as noites, diante de uma imagem da Virgem, que tinha no quarto. Foi assim que lhe acabou o nojo.” ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. IMPRIMIR GABARITO 8 17. Fuvest-SP O recurso da gradação, presente em “obter-lhe a benevolência, depois a confiança”, também ocorre em: a) “A ostentação da riqueza e da elegância se torna mais do que vulgar: obscena”. b) “Sentindo a deslocação do ar e a crepitação dos gravetos, Baleia despertou”. c) “(…) o passado de Rezende era só imitação do passado, uma espécie de carbono (…)”. d) “Um caso desses pode acontecer em qualquer ambiente de trabalho, num banco, numa repartição, numa igreja, num time de futebol”. e) “Não admiro os envolvidos, nem os desdenho”. Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar LÍNGUA PORTUGUESA FIGURAS DE LINGUAGEM IMPRIMIR GABARITO 1 1. 58 2. B 3. E 4. B 5. D 6. A 7. A 8. C 9. 38 10. 39 11. D 12. D 13. a) “diz que está investindo no futuro.” b) O efeito irônico se dá pelo fato de que A. considera um investimento comprar um caixão. Considera-se como investimento aquilo que é positivo e, com o salário-mínimo que o Brasil paga a seus aposentados, não há nada de positivo no futuro de um aposentado, apenas a ausência de futuro, ou seja, a morte. 14. O efeito cômico reside na dupla possibilidade de interpretação da segunda fala, que são: — A segunda personagem da tira exige que a primeira siga normas de higiene, especificamente a de lavar as mãos antes da refeição, já que estavam sujas pela tinta do jornal. Ou: — As notícias do Brasil são sujas e, por ter tocado nelas, é preciso lavar as mãos. 15. B 16. O recurso expressivo da metagoge, ou prosopopéia, ou personificação, pode ser ilustrado com a seguinte passagem do texto: “…levantando um murmúrio baixo e humilde, que se escapava de todas as árvores, como as queixas surdas dos moribundos”, ou ainda com “…mirava as velhas árvores, e com a mão meiga festejava-lhes os troncos, como os últimos afagos dados às vítimas do momento do sacrifício”. 17. A Voltar Língua Portuguesa - Figuras de linguagem Avançar LÍNGUA PORTUGUESA PERÍODOS SIMPLES E COMPOSTO 1. I.E.Superior de Brasília-DF “A Paz Vieram famintos, Desnudos, Cansados. Alforjes vazios, Os olhos opacos, Sentaram-se à mesa. Vieram vestidos De linho, De seda. Alforjes tão cheios Os olhos tão ávidos, Sentaram-se à mesa. E ele chegou. Na branca toalha, Ao longo estendida, Nem vinho, nem peixe, Nem água, nem pão. Olhou-os nos olhos. Sentiu-lhes a fome, Sentiu-lhes o frio, Chamou-os meus filhos, Serviu-lhes a paz.” IMPRIMIR GABARITO 1 Neusa Peçanha. Julgue os itens a seguir, do ponto de vista morfossintático. ( ) As quatro primeiras orações são exemplos de oração sem sujeito. ( ) Os quatro primeiros adjetivos do texto exercem função sintática equivalente. ( ) De linho e De seda (vv.8 e 9) exercem funcão sintática equivalente a tão cheios (v.10). ( ) No verso 14, a posposição do adjetivo não altera a semântica nem a função sintática. ( ) O pronome lhes (vv. 19 e 20), tem a função sintática de objeto indireto. 2. UFMT ( ) No período Toda a gente lhe tinha um vago medo; mas o amor (…) não receia sobrecenhos enfarruscados, nem tufos de cabelos no nariz, a segunda oração estabelece com a primeira uma relação de conseqüência. ( ) No trecho Parou. Abriu a gaveta. Tirou de dentro o bilhetinho cor de rosa, desdobrou-o, os períodos coordenados expressam uma sucessão de ações. ( ) Em Acorda, donzela e Anjo adorado! Amo-lhe!… as locuções grifadas assumem diferentes funções sintáticas. ( ) O emprego de lhe na oração Amo-lhe! obedece à regência do verbo amar de acordo com as normas gramaticais. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 3. UFMS Dentre os enunciados a seguir, identifique o(s) correto(s). (01) Até conserva o mesmo valor semântico em “…Afonso Ribeiro seguiu os tupiniquins até sua aldeia…” (Eduardo Bueno, A viagem do descobrimento, p. 101) e em “Doença associada à elite, a anorexia começa a fazer vítimas na periferia e até no sertão nordestino.” (Época, 20/09/99, p. 54). (02) A mensagem: “Movimento estudantil: é pau, é pedra, mas não é o fim do caminho.”, encontrada em um panfleto direcionado a estudantes de Comunicação Social, mantém relações intertextuais com conhecida canção da MPB. (04) O uso do futuro do pretérito em “Os cientistas vão ligar uma máquina que seria capaz de dissolver o planeta?” (Superinteressante, out. 1999, p. 7) cria um efeito de sentido de incerteza, de irrealidade. (08) “Temendo o mau cheiro iminente, o proprietário do cabaré ordenou ao empregado que pegasse o cavalo para levar o morto.” (Abílio Leite de Barros, Campo Grande — 100 anos de construção, p. 16) é um período composto por subordinação e coordenação. (16) No período “A idéia da teletaxa evoluiu a partir da constatação de que a sociedade paulista estaria disposta a contar com uma política de Primeiro Mundo.” (Folha de S. Paulo, 6/11/99. Cad. 1, p. 3), há duas orações que exercem a função sintática de objeto indireto. 2 (32) Em “Foi ele que levou a Costa e Silva a notícia de que seu governo estava extinto e seu cargo, vago.” (Manchete, 14/8/99, p. 61), a vírgula foi empregada para indicar a omissão de um termo. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 4. F. Católica de Salvador-BA “Foram selecionados apenas os chefes de famílias numerosas” No fragmento em destaque, a expressão em negrito: a) exerce função subjetiva. b) modifica o sentido do nome. c) completa o sentido do verbo. d) modifica o sentido do verbo. e) complementa o sentido do nome. 5. UFPB Considere os termos oracionais sublinhados nas sentenças: I. “... e fecha os olhos às sardas e espinhas.” GABARITO II. “... aquele corpinho ligeiro como abelha perderia metade do que vale.” III. “..., cheia de uns ímpetos misteriosos.” IV. “Era bonita, fresca, caía das mãos da natureza, ...” Verifica-se a presença de dois complementos verbais apenas em: a) I. b) II. c) I e II. d) III e IV. e) II e IV. 6. UFSE IMPRIMIR “Antes de calculares os lucros da seara” A função sintática do termo grifado no verso acima se repete no termo também grifado em: a) sempre brotando da árvore. b) o pastor tocando a sua gaita. c) que vais dar a tua noiva. d) à procura dos ninhos escondidos. e) ou secando nas pedras. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 7. Unifor-CE “Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” Os termos grifados, tanto na frase acima quanto nas alternativas, exercem a mesma função sintática, EXCETO em: a) A vida deveria ser boa para toda gente. b) Esse apetite social é raríssimo. c) Um amigo meu estava ofendido. d) Homens ricos têm enormes apetites sociais. e) Toda mulher não é um romance. 8. Cefet-RJ “É com imenso prazer que entrego em suas mãos os Parâmetros1 Curriculares Nacionais de quinta a oitava séries. Um trabalho que foi cuidadosamente elaborado e discutido com educadores de todo o país para atualizar e dar um novo impulso2 à educação fundamental. Cumprimos, com este ato, a obrigação3 de oferecer aos professores4 brasileiros as informações5 necessárias para a organização do processo de ensino-aprendizagem e uma ajuda concreta para sua prática cotidiana.” MEC. 3 Não é núcleo de objeto direto: a) “Parâmetros” (1). b) “impulso” (2). c) “obrigação” (3). d) “professores” (4). e) “informações” (5). GABARITO 9. U. F. Uberlândia-MG Assinale a alternativa em que a palavra em destaque está determinando o sujeito. a) “Sem olhar para o Félix, sentia-o subjugado.” (M. de Assis) b) “... e foi esse livro que me meteu em brios. Achei-o seguramente medíocre...” (M. de Assis) c) “Pretas e moleques espiavam-me, curiosos, e creio que sem espanto...” (M. de Assis) d) “Aqui teve ele um gesto quase imperceptível de orgulho molestado; achou naturalmente esquisita a curiosidade de um estranho.” (M. de Assis) 10. U. Alfenas-MG Em “... só respira fora da água.”, a expressão sublinhada é: a) adjunto adnominal. b) complemento nominal. c) adjunto adverbial. d) objeto indireto. e) aposto. 11. U. Santa Úrsula-RJ Observe o seguinte trecho do poema “Homem comum”, de Ferreira Gullar: IMPRIMIR “Ando a pé, de ônibus, de táxi, de avião e a vida sopra dentro de mim pânica feito a chama de um maçarico.” No trecho lido, o termo “pânica” tem o seguinte valor sintático e semântico: a) predicativo do sujeito — sentido de assustada. b) predicativo do sujeito — sentido de estática. c) adjunto adnominal — sentido de amedrontada. d) adjunto adverbial de modo — sentido de apavorada. e) predicativo do sujeito — sentido de esquecida. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 12. U. F. Juiz de Fora-MG Indique o item em que ocorre o mesmo tipo sintático de complementação nominal que em “estudioso das relações de trabalho”: a) apaixonada pela música popular brasileira. b) sinais de mudanças. c) teorias de administração. d) fórmulas de organização. 13. U. E. Ponta Grossa-PR Considerando os aspectos morfossintáticos na seqüência “Para comer coquinhos, seu prato preferido, usam uma ferramenta: ajeitam o fruto cuidadosamente numa pedra e jogam uma outra em cima, com força. Se não houver frutas nem insetos à mão, eles mudam a dieta e podem atacar plantações ou mesmo assaltar casas”, é correto afirmar que: 01) “cuidadosamente” é adjunto modificador do nome “fruto”. 02) “se” é um pronome reflexivo. 04) “seu prato preferido” é um aposto explicativo para “coquinhos”. 08) a locução “com força” é modificadora de “jogam”. 16) “frutas” e “insetos” são complementos de “houver”. IMPRIMIR GABARITO 4 14. U. E. Ponta Grossa-PR O sujeito oracional foi analisado corretamente em: 01) “As formas estranhas dos aeroplanos experimentais invadiam as páginas dos jornais”— sujeito simples anteposto ao verbo. 02) “Nos dez primeiros anos deste século havia uma mania pop em Paris” – sujeito simples posposto ao verbo. 04) “Em conseqüência, proliferaram os fotógrafos profissionais e amadores” – sujeito indeterminado. 08) “Os pilotos e os inventores eram reconhecidos nas ruas” – sujeito composto anteposto ao verbo. 16) “Surgiram câmeras modernas, mais sensíveis à luz” – sujeito simples posposto ao verbo. 15. U.F. Santa Maria-RS O padrão frasal de “A reportagem esclarece um problema a seus leitores” é o seguinte: sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto. Assinale a alternativa em que ocorre o mesmo padrão oracional, sendo um dos termos enriquecidos por um aposto. a) Exame, uma conceituada revista, informa os leitores de questões nacionais relevantes. b) Leitores, a revista está dedicada à discussão dos problemas brasileiros. c) Exame, em uma reportagem extensa, discute problemas de interesse nacional. d) Exame, uma revista para executivos, parece confiável a todos. e) Os leitores, interessados, leram a reportagem de capa em primeiro lugar. 16. U.F. Santa Maria-RS “Da reunião em Londres participaram produtores de moda, jornalistas, representantes de agências de modelos e um seleto grupinho de adolescentes normais.” Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações relacionadas ao período em destaque. ( ) O verbo empregado na terceira pessoa do plural sinaliza a indeterminação do sujeito. ( ) Houve antecipação do objeto indireto do período como forma de realçá-lo. ( ) As vírgulas foram usadas para separar termos deslocados. A seqüência correta é: a) F – V – V. b) V – V – F. c) F – F – V. d) F – V – F. e) V – F – F. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 17. U.F. Santa Maria-RS Em “Previsivelmente, a intervenção oficial animou o eterno debate ideológico” o período simples apresenta sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto + adjunto adverbial. A mesma estrutura sintática ocorre em: a) Todas reclamaram, fortemente, da figura “impossível” das modelos. b) Insistentemente, a ministra pediu à comissão um ajuste nas programações. c) Na quinta-feira, o senado argentino aprovou um importante projeto de lei. d) Na semana passada, as revistas de moda concordaram com as exigências do governo. e) Por birra, a direita alinhou-se à facção das magérrimas. 18. UEMS Na oração: “O processo de abertura econômica do país produziu mudanças na vida dos brasileiros, mas mexeu também com a rotina de milhares de estrangeiros”, a conjunção destacada pode ser adequadamente substituída por: a) e. b) pois. c) embora. d) portanto. e) consoante. Texto para a questão 19: 5 “Tão novo e já pendurou as chuteiras GABARITO I E não foi só ele. Milhares de brasileiros pendurarão as chuteiras mais cedo por problemas cardiovasculares. II Hoje, 20% da população adulta brasileira é hipertensa, 12% é diabética e 30% tem colesterol elevado. III Essas doenças, associadas a tabagismo, obesidade, estresse e vida sedentária levam ao óbito por problemas cardiovasculares, que correspondem a 32% de todos os óbitos. IV Não seja mais uma vítima das doenças cardiovasculares. V Procure seu médico e siga a sua orientação.” Produtos Farmacêuticos Líder em soluções cardiovasculares IMPRIMIR Veja. 23/06/99, p. 153. 19. UFMT ( ) A regra “Quando o sujeito é expresso por número percentual ou fracionário, o verbo concorda com o numeral” justifica as concordâncias verbais que ocorrem na 2ª parte do texto. ( ) A regência do verbo corresponder em …correspondem a 32% de todos os óbitos, na 3ª parte do texto, é a mesma que a gramática normativa indica para o verbo obedecer. ( ) A conjunção e, usada na primeira e na última frase, estabelece, em ambos os casos, uma relação de explicação da oração anterior. ( ) A locução por problemas cardiovasculares expressa uma relação de causalidade nas duas situações em que é usada (linhas 4 e 12). Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 20. UFR-RJ “Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-los de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária.” Em relação às ocorrências do pronome pessoal oblíquo los, considerando-se os períodos isoladamente, destacadas no fragmento acima, é correto afirmar que, do ponto de vista sintático, a) em ambas as ocorrências o pronome exerce a função de objeto indireto. b) na primeira ocorrência o pronome exerce a função de objeto direto e na segunda, de objeto indireto. c) na primeira ocorrência o pronome exerce a função de objeto indireto e na segunda, de sujeito. d) em ambas as ocorrências o pronome exerce a função de objeto direto. e) na primeira ocorrência o pronome exerce a função de sujeito e na segunda, de objeto direto. IMPRIMIR GABARITO 6 21. UFF-RJ Assinale a opção em que o termo sublinhado não se vincula sintaticamente ao substantivo que o antecede: a) “esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis” b) “Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão” c) “a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela” d) “quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos” e) “trate-a como uma companheira da sua vida” 22. U. F. Uberlândia-MG Observe as orações em destaque nos trechos transcritos abaixo, extraídos de Machado de Assis. I. “Tinha todas as horas livres, e quando não me ajudava é porque saíra a caçar, ou estava lendo…” II. “… fez com que o coronel nos dissesse de repente que estava no mundo da lua, que não viera da roça para ficar casmurro, e que, ou jogássemos ou ele ia às francesas da Rua do Ouvidor.” III. “No primeiro dia recusei, mas a dona da casa declarou-me que era condição do obséquio prestado. Ou jantaria com eles, ou retirava-me a licença.” IV. “Mas, ou fosse da índole dele, ou do meu caráter sacerdotal, vi desaparecer-lhe logo esse pequeno assomo…” V. “Voltei à casa delas, e instei novamente, ou só com ela, ou com a tia; ela mantinha-se no mesmo pé, para o fim com alguma impaciência.” A seguir, assinale a seqüência correta que indica que a ação expressa na segunda oração, em destaque, representa uma ação indesejável ou uma ameaça. a) II e V b) I e IV c) II e III d) III e IV 23. PUC-RJ Assinale a opção em que a oração sublinhada é uma oração adverbial com valor de conseqüência. a) A psiquiatria tem repensado a noção de cura, sem que obtenha resultados mais eficazes. b) A psiquiatria tem repensado a noção de cura, para obter resultados mais eficazes. c) A psiquiatria tem repensado a noção de cura, obtendo, assim, resultados mais eficazes. d) Como a psiquiatria tem repensado a noção de cura, tem obtido melhores resultados. e) Sempre que a psiquiatria repensa a noção de cura, obtém resultados mais eficazes. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 24. U. F. Juiz de Fora-MG A relação semântica implícita entre as orações coordenadas “Os pais já podem escolher o tipo de filho que querem, o filho continua não podendo escolher os pais que o terão é de: a) adição. c) condição. b) causa. d) oposição. 25. F. M. Triângulo Mineiro-MG No período — “Embora o porta-voz do Vaticano tenha declarado que a viagem do Papa à Terra Santa é uma peregrinação pelos caminhos de Cristo, é impossível não identificar nela um nítido significado político”. — está contida uma idéia de: a) fim. d) oposição. b) causa. e) modo. c) tempo. 7 26. U. F. Uberlândia-MG “Ao se enviar uma carta através de alguém, imagina-se a pobre pessoa, com uma carta atravessada no corpo.” Assinale a alternativa que melhor corresponde ao trecho destacado acima. a) Logo que se envia uma carta através de alguém… b) Quando se envia uma carta através de alguém… c) À medida que se envia uma carta através de alguém… d) Como se envia uma carta através de alguém… IMPRIMIR GABARITO 27. UFR-RJ Em “… explica que o indivíduo contemporâneo obedece essencialmente a ordens externas, enquanto suas demandas caem no vazio e dão origem às compulsões:”, o termo destacado introduz duas orações coordenadas, que estabelecem com a anterior uma relação de: a) causa. b) concessão. c) comparação. d) finalidade. e) tempo. 28. U. F. Juiz de Fora-MG No período “Vivemos ainda num ritmo de trabalho da época industrial, quando a sociedade está na era dos serviços…”, a oração introduzida por “quando” estabelece com a oração anterior uma relação semântica de: a) causalidade. b) concessividade. c) condicionalidade. d) anterioridade. 29. UFF-RJ “Fomos e seremos assim, em nossa essência, embora as circunstâncias mudem e nós mudemos com elas.” Assinale a opção em que, ao reescrever-se o fragmento acima, substituiu-se o conectivo sublinhado por outro de valor condicional, fazendo-se alterações aceitáveis. a) Fomos e seremos assim em nossa essência, porque as circunstâncias mudaram e nós mudamos com elas. b) Fomos e seremos assim em nossa essência, enquanto as circunstâncias mudarem e nós mudarmos com elas. c) Éramos e somos assim em nossa essência, à medida que as circunstâncias mudaram e nós mudamos com elas. d) Teríamos sido e seríamos assim em nossa essência, se as circunstâncias mudassem e nós mudássemos com elas. e) Temos sido e somos assim em nossa essência, conforme as circunstâncias têm mudado e nós temos mudado com elas. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 30. UEPG-PR Quanto à sintaxe interna da estrutura “Os parisienses acompanhavam fascinados as audácias dos aviadores”, é correto afirmar que: (01) “parisienses” é um substantivo em função de sujeito. (02) o verbo é transitivo direto. (04) o predicado é verbo-nominal pois tem um verbo e um nome como núcleos. (08) “fascinados” funciona como predicativo do sujeito. (16) o sintagma “as audácias dos aviadores” tem função de objeto direto. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 31. UFSC Assinale, dentre as proposições a seguir aquelas que apresentam correspondência entre o(s) termo(s) sublinhado(s) e aquele que está entre parênteses e dê, como resposta, a soma das proposições assinaladas. (01) A nova Lei de Trânsito impõe aos motoristas novas regras. (objeto indireto) (02) O processo foi-lhe favorável. (complemento nominal) (04) A prova terminou muito cedo. (adjunto adverbial de intensidade) (08) Dorme, cidade maldita, teu sono de escravidão. (aposto) (16) Loja com nome estrangeiro paga mais imposto. (objeto direto) 8 (32) Estou certo de que ela passará nos exames (oração subordinada substantiva completiva nominal) 32. U. E. Londrina-PR “Como alguns moradores do vilarejo contam, muitos forasteiros perderam suas vidas tentando encontrar pedras preciosas.” Em que alternativa a palavra como expressa a mesma relação de sentido que apresenta acima? a) O grande pacificador morreu como herói. b) Como era um garoto muito peralta, acabou espatifando-se no chão. c) Félix e o advogado encontraram-se ao amanhecer como haviam combinado ontem. d) Como o céu estivesse recoberto de nuvens escuras, não fomos à praia. GABARITO e) O garoto voltou para a cidade como quem vai para a prisão. 33. U. E. Londrina-PR “Muitos resultados são imprevisíveis, mas os dados já obtidos, diz a pesquisadora, ‘sem dúvida permitirão um desenvolvimento extraordinário, tanto na medicina e na biotecnologia quanto na bioinformática’.” Os conectivos grifados podem ser substituídos, sem alteração do significado, respectivamente, por: a) porém – não só – mas também; b) entretanto – ora – ora; c) portanto – não só – mas também; d) porque – seja – seja; IMPRIMIR e) contudo – ora – ora. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 34. U. F. Pelotas-RS Diário Popular, 5/6/1999. 9 A partir do período “O café é 35 mas só precisa tomar 5 para ganhar 1 de graça.”, da propaganda acima, foram formulados os argumentos que seguem. I. A partícula mas expressa condição; seu emprego, entretanto, está inadequado ao sentido pretendido pela propaganda, pois mas não está precedido de vírgula. II. Há um jogo intencional com os números 35 e 5, que somente é percebido se entendermos o período como: “É o Café 35, mas você não precisa beber 35 cafezinhos para ganhar 1 de graça, basta que você beba 5.” III. Há ambigüidade quanto ao sujeito do verbo precisa, porém ela pode ser desfeita pelo contexto da propaganda. IV. Há redundância na expressão ganhar 1 de graça, pois ganhar já contém o sentido expresso por de graça, mas seu uso é justificado porque dá ênfase ao prêmio oferecido na propaganda. V. É possível perceber que a palavra só significa “somente” porque segue a partícula mas. Com relação aos argumentos acima, de acordo com o que foi pretendido pela propaganda, as afirmativas: a) I, IV e V está corretas. b) I, II e III estão corretas. c) III, IV e V estão corretas. d) I, II e IV estão corretas. e) II, III e IV estão corretas. GABARITO 35. Univali-SC “Eles também ficam grávidos Acabou o privilégio feminino. Os homens também passam por alterações hormonais durante a gravidez da companheira. De acordo com um estudo canadense feito com 34 casais, quando a mulher está grávida o homem sofre uma diminuição do hormônio testosterona (influencia a agressividade masculina) e um aumento da prolactina, do estradiol — considerados hormônios femininos, e do cortisol. Essas alterações são progressivas e normalizam após o parto. A função delas, segundo os pesquisadores, seria a de tornar os futuros papais mais preparados para acompanhar a gestação e cuidar do bebê.” IMPRIMIR Istoé, 12 de janeiro de 2000. Assinale a alternativa que apresenta a correta relação de sentido que a oração “De acordo com um estudo canadense feito com 34 casais” exerce no texto apresentado. a) Concessão. b) Conformidade. c) Proporção. d) Conseqüência. e) Condição. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 36. FEI-SP Em “os prendíeis e obrigáveis por força”, o termo em destaque exerce a função de: a) sujeito. b) objeto direto. c) complemento nominal. d) agente da passiva. e) objeto indireto. 37. FGV-SP Nos períodos abaixo, estão sublinhadas quatro orações subordinadas, na forma reduzida. Sendo o agregado homem de poucas palavras, entrou ele mudo e saiu calado. Acabada a missa, o gerente do banco retornou a seu trabalho. Conhecendo melhor a jovem, não a teria recomendado para o cargo. Mesmo chorando a menina, seus lábios se abriram em amplo sorriso. Assinale a alternativa que, na ordem, corresponda ao sentido das orações sublinhadas. a) Embora o agregado fosse… / Depois que… / Porque conhecia… / Porque chorava… 10 b) Se o agregado fosse… / Porque a missa tinha acabado… / Embora conhecesse … / Embora chorasse… c) Porque o agregado era… / Quando a missa acabou… / Ainda que conhecesse… / Se chorasse… d) À medida que… / Quando a missa acabou… / Embora conhecesse… / Ainda que chorasse… e) Como o agregado era… / Logo que a missa acabou… / Se conhecesse… / Embora chorasse… 38. Ceetps-SP Assinale a alternativa em que se encontra a oração subordinada grifada com o mesmo valor semântico de “ao despedir-se do sol frio e gasto, o derradeiro homem há de ter um relógio na algibeira”: a) “sentado entre dous sacos, o da vida e o da morte, imaginava então um velho diabo”. b) “porque o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca”. GABARITO c) “quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal”. d) “para que não deixasse de bater nunca, eu dava-lhe corda”. e) “invenções há, que se transformam ou acabam; o relógio é definitivo e perpétuo”. 39. FEI-SP Observe o trecho “(…) mas não vejo a fé. E por que não aparece a fé nesta casa?” Os sujeitos dos verbos grifados são respectivamente: a) sujeito inexistente e sujeito oculto. b) sujeito composto e sujeito simples. c) sujeito simples e sujeito composto. d) sujeito simples e sujeito oculto. IMPRIMIR e) sujeito oculto e sujeito simples. Voltar Língua Portuguesa - Períodos simples e composto Avançar 40. Ceetps-SP Assinale a alternativa que integra corretamente as frases I, II e III num único período: I. Havia provas escritas e orais. II. A prova escrita já dava nervosismo. III. Da prova oral muitos nunca se recuperaram. a) Havia provas escritas, às quais já davam nervosismo, e orais, nas quais muitos nunca se recuperaram. b) Havia provas escritas, a que já davam nervosismo, e orais, de que muitos nunca se recuperaram. c) Havia provas escritas, as quais já davam nervosismo, e orais, as quais muitos nunca se recuperaram. d) Havia provas escritas, que já davam nervosismo, e orais, das quais muitos nunca se recuperaram. e) Havia provas escritas, em que já davam nervosismo, e orais, que muitos nunca se recuperaram. IMPRIMIR GABARITO 11 41. Ceetps-SP Sobre a construção dos períodos é correto afirmar: I. O emprego da conjunção “mas” em “o pianista tem quarenta anos (o mais novo dentre três pianistas), mas é também o mais triste” explica-se pelo sentido opositivo que há entre ser ele o mais moço dos três e quase já não ter esperança. II. Em “enquanto lá embaixo as pessoas comem bebem suam”, a conjunção marca a seqüência de ações que se desenrolam. III. O sentido da frase “minha avó nunca viu esse espelho, ela veio noutro porão” fica inteiramente preservado se ela for reescrita como segue: “minha avó nunca viu esse espelho, porque ela veio noutro porão”. IV. O sentido da frase “os garçons passam apressados carregando pratos e travessas” fica inteiramente preservado se ela for reescrita como segue: “os garçons passam apressados, se bem que carregando pratos e travessas”. a) Somente a I e a III estão corretas. b) Somente a I e a II estão corretas. c) Somente a III e a IV estão corretas. d) Somente a I e a IV estão corretas. e) Somente a II e a IV estão corretas. Texto para a questão 42: “A importância do conto popular em nossa cultura é tão forte que precisamos ter muito claro o que se deve entender por popular, quando se trata de estudar gêneros literários. Geralmente se entende por popular um tipo de criação rústica, caracterizada pela simplicidade e pobreza expressiva. Talvez você mesmo pense assim. Mas, veja bem, se assim fosse, como se justificaria a influência que a tradição popular exerceu e continua exercendo sobre a literatura e as outras manifestações artísticas e culturais, inclusive aquelas de caráter eminentemente técnico? Se este legado existe, é porque a cultura popular é algo muito mais rico do que podemos imaginar. Popular é, portanto, uma manifestação cultural de caráter universal, nascida de modo espontâneo e totalmente indiferente a tudo que seja imposto pela cultura oficial. Também não pode ser entendido como sinônimo de regional, pois isto eliminaria a tendência universalizante das manifestações populares. Quer dizer, as criações populares não conhecem normas nem limites. Elas estão acima de qualquer tipo de aprovação social. O conto popular, embora te