Aluno (a): __________________________________________________________________________________ Série: Disciplina: Sociologia. Professor (a): Data: ____/_____/__________. Valor: Nota: ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA Leia o texto do sociólogo Octavio Ianni. Raça e cultura Na América Latina e no Caribe, o africano transformou-se em negro e mulato. Ao longo de vários séculos, e sob as mais variadas condições sociais, o africano passa por personificações ou figurações sociais como as seguintes: escravo, boçal, crioulo, ladino, ingênuo, liberto, mulato ou negro. No confronto com o branco, o indígena, o mestiço, o imigrante europeu, o imigrante asiático e outros tipos sociais, paulatinamente, o africano é transformado em negro e mulato. Na trama das relações sociais, o branco e o próprio negro acabam por penar e agir como se o negro possuísse outra cultura, outro modo de avaliar as relações dos homens entre si, com a natureza e o sobrenatural. Não é como o branco, é diferente, outro, estranho. Esse é o significado sociológico de raça negra. As diferenças raciais, socialmente re-elaboradas, engedradas ou codificadas, são continuamente recriadas e reproduzidas, preservando, alterando, reduzindo ou mesmo acentuando os característicos físicos, fenotípicos, psicológicos ou culturais que distinguiram característicos físicos, fenotípicos, psicológicos ou culturais que distinguiram o branco do negro. As distinções e diferenças biológicas, nacionais, culturais, linguísticas, religiosas ou outras são continuamente recriadas e reproduzidas nas relações entre as pessoas, as famílias, os grupos e as classes sociais. Nas várias esferas da organização social, nas relações de trabalho, na prática religiosa, nas relações entre os sexos, na família, na produção artística, no lazer e em outras situações, as raças são seguidamente recriadas e reproduzidas como socialmente distintas e desiguais. Nesses termos é que o negro surge no horizonte da análise científica. Ele aparece ao branco, e a si mesmo, como um tipo social cuja sociabilidade e cultura apresentam características que o diferenciam do branco. Algumas das atividades, bem como os valores que organizam essas atividades, parecem diferenciar e discriminar o negro, a ponto de transformá-lo num problema, ou desafio, para o branco e a si mesmo. O branco procura encontrar no próprio negro os motivos da distância social, do preconceito e das tensões que revelam nas relações entre ambos. O negro, por seu lado, procura situar-se e movimentar-se na trama das relações sociais, nas quais ele surge como diferente, afastado ou discriminado pelo branco. IANNI, Octavio. Scravidão e racismo. São Paulo: Hucitec, 1978, p. 51-52. Responda as questões a seguir, baseando-se no texto: 1. Leia com atenção o primeiro parágrafo. Considerando a trama das relações sociais, que ideia está por trás da transformação do africano em negro ou mulato? 2. Pode-se afirmar que a raça negra é uma construção sociológica? Justifique sua resposta com argumentos presentes no texto. 3. De acordo com o autor, como são recriadas e reproduzidas as raças nas relações (segundo parágrafo)? 4. Conforme Octavio Ianni, qual é a consequência do fato de os negros serem encarados “como tipo social cuja sociabilidade e cultura apresentam características que o diferenciam do branco” (terceiro parágrafo)? 5. Que postura dos brancos diante dos negros o autor vê como um fato comum? 6. Que postura o autor considera comum entre os negros diante da recriação das diferenças raciais?