1º de dezembro: Dia Mundial da Luta Contra Aids “Camisinha. Quando um se previne todos se protegem”. O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1987, sendo adotado no Brasil, em 1988. Importante marco para direcionar a atenção sobre a doença e sua forma de transmissão, este dia oferece a oportunidade de se ampliar o diálogo entre os serviços de saúde e a população, criando uma rede de informações que desperte nas pessoas a necessidade de se prevenir do HIV. À despeito do rápido avanço no conhecimento sobre HIV e a aids, com inúmeras pesquisas científicas publicadas e do desenvolvimento de medicamentos altamente eficazes no tratamento dos doentes, ainda não conseguimos eliminar a Aids do mundo. O número de pessoas que, a cada ano, se descobre com a doença continua preocupando a saúde pública, mesmo com maior acesso à informação, diagnóstico e tratamento. Todavia, se no início da epidemia o diagnóstico da doença era associado à condenação à morte, hoje considera-se a aids uma doença crônica, controlável com o uso regular de medicamentos (o chamado “coquetel” anti-aids), elevando a expectativa de vida do soropositivo de forma potencialmente equivalente a de uma pessoa saudável. Assim, a prevenção adotou novas estratégias, trazendo outros elementos para as ações de combate a doença, um deles, essencial ao prognóstico em longo prazo, é o conhecimento da condição de portador da infecção. Quanto mais cedo o indivíduo souber o seu diagnóstico, melhor é a sua condição de saúde. Vários são os estudos científicos que reforçam a tese de que com o uso do coquetel de maneira regular, o paciente tem o benefício direto da recuperação, ao reduzir a carga viral (a “quantidade de vírus” na corrente sanguínea e em outros líquidos corporais) ocorrendo assim, a redução do risco de contaminar outras pessoas. Diante deste cenário, a Gerência de Vigilância das DST/HIV/Aids por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica aderiu este ano à Mobilização Nacional de Testagem da Campanha Fique Sabendo, coordenada pelo Ministério da Saúde. Esta estratégia será realizada nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das secretarias municipais de saúde que decidirem pela adesão da campanha, na semana que antecede o dia mundial, 1° de dezembro. A iniciativa visa estimular o diagnóstico precoce, através de um teste prático e rápido, “os testes rápidos para diagnóstico”, que são gratuitos e contam aval do Ministério da Saúde. Metodologia esta que permite obter o resultado em menos de 30 minutos, conferindo rapidez nas ações Em uma só consulta a pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame, e em caso positivo, é encaminhada para o serviço especializado. Então: Cuide do seu futuro. Faça o teste hoje! Perfil Epidemiológico Santa Catarina figura, pelo Boletim Epidemiológico divulgado pelo Departamento de DST/HIV/Aids do Ministério da Saúde divulgado em 2012, entre os estados com maior incidência da doença. Em 2011 este indicador chegou a 31,6 casos por 100.000 habitantes, ficando atrás, apenas, do estado do Rio Grande do Sul. Entre as capitais e aqueles municípios com mais de 50.000 habitantes, o estado registrou entre os maiores em incidência, a capital e mais 10 municípios da categoria analisada. Em relação à mortalidade o estado está presente também no início da lista, sendo reportado ao 4º lugar, com um coeficiente de mortalidade de 7,7 óbitos por 100.000 habitantes em 2011. Coeficiente este que obteve uma leve redução em relação ao ano anterior, mas que está estabilizado ao longo dos anos no estado. Desde o primeiro caso em 1984 até 2011, foram notificados no estado 26.074 casos, sendo que 29,8% já foram a óbito. Em relação ao sexo foram registradas 16.414 no sexo masculino e 9.660 no sexo feminino, representando uma razão de sexo de 1,7 casos em homem para cada mulher. Uma das hipóteses para a feminização da epidemia é a heterossexualização, que correspondeu até 2011, à 62,5% dos casos. Se avaliarmos a faixa etária predominante – 20 a 49 anos (83,8%), a que obtém maior frequência é a faixa dos 30 a 39 anos com 37% dos casos, correspondendo à faixa etária da população sexualmente ativa. Das crianças notificadas com a doença até 2011, registrou-se 933 casos, sendo 98,6% pela transmissão perinatal. Até 2007 esta categoria declinava, porém nos últimos anos houve leve aumento, atingindo no primeiro semestre (jan a Jun) de 2012, 20% a menos que o ano fechado de 2011. Através da notificação, identifica-se a criança infectada com o HIV, cabendo atenção especial aos serviços de atendimento para as medidas de prevenção secundária e a observância precoce de início do tratamento. Em relação à mesma categoria de exposição, foram registradas até 2011, 4555 gestantes, com uma média de casos no período de 2000 a 2011, em torno de 380 gestantes/ano. No primeiro semestre (jan-Jun) de 2012 já se notificou 214 gestantes com o vírus, destas 205 (95,7%) realizaram pré-natal, 127 (59,4%) delas obtiveram o diagnóstico anteriormente ao pré-natal e 81 (37%) diagnosticaram-se como casos novos de HIV nesta gestação. O diagnóstico do HIV no pré-natal é uma importante ação de prevenção, por permitir o conhecimento da doença em tempo oportuno, e aplicar medidas para prevenção da transmissão vertical. De acordo com o banco de registro de investigação das crianças expostas, realizado por esta Gerência a partir deste ano, o qual acompanha a evolução da gestante e a criança até 1ano e 6 meses de idade, das 1470 crianças notificadas e investigadas, 1292 (88,5%) não foram infectadas pelo HIV. Pelos dados acumulados a taxa de transmissão vertical do vírus corresponde a 3,5%. As demais são perdas de seguimentos e transferência que estão sendo reinvestigadas. Outros segmentos específicos também chamam atenção no perfil epidemiológico do estado, como a categoria de usuários de drogas injetáveis, que permanece com alta exposição, correspondendo até 2011, 20,3% dos casos. No ano de 1991, correspondia à 54% dos casos notificados, após 20 anos esta categoria representou em 2011, 6,4%, uma redução de quase 90% nos casos. Os homossexuais que eram tão atingidos no começo da doença, nos dados acumulados figuram-se com a terceira categoria de exposição representando 9,1% dos casos. Pela análise de tendência anual, a categoria oscilou nos últimos 20 anos, chegando em 2011 com leve aumento, representada por 14,1% dos casos daquele ano. No perfil sócio demográfico (1984-2011), 41,5% dos casos apresentaram nível fundamental (5 a 8º série de escolaridade) e predomina entre a raça branca com 65% dos casos. Na análise por região, em 2011, as macrorregiões litorâneas (Foz do Itajaí, Sul e Grande Florianópolis) apresentaram as maiores taxas de incidência, predominando a maior na Foz do Rio Itajaí com 55,1 por 100.000 hab, coincidindo com as regiões com maior estruturação de serviço voltado ao DST/Aids. A menor incidência foi registrada na macrorregião do Planalto Norte 5,3 por 100.000 hab. Todos os dados https://www.dive.sc.gov.br utilizados – Gerência na análise DST/Aids – estão disponíveis Perfil Epidemiológico www.aids.gov.br – Publicações – Perfil Epidemiológico 2012 – preliminar. GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA DAS DST/HIV/AIDS/HV DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - SC nos e sítios: https: