2º BIMESTRE - 2015 1 Texto Base: Período Napoleônico (1799

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2º BIMESTRE - 2015
Disciplina: História
Professor: Otto Terra
Série: 2º Ano
Texto Base: Período Napoleônico (1799-1815)
Parte II
Império Napoleônico (1804-1815)
A coroação de Napoleão Bonaparte ocorreria em Páris, capital francesa, na
igreja de Notre Dame. Napoleão pressiona o Papa Pio VII a comparecer à cerimônia
para apoiá-lo e mostrar sua força sobre a Europa. Foi a primeira vez na história em
que um Papa “consagraria” um monarca fora do território da Igreja. Tal ato, mostrava
o poder que Napoleão possuía e o temor que os demais estado tinham sobre ele. A
cerimônia contava com a presença de várias casa dinásticas europeias, além de
outras autoridades – momento em que napoleão se alto proclamava senhor de todos
os franceses.
Após o evento, e temerosos sobre o poder de Napoleão, forças externas
criaram a 3ª Coligação – para impedir a expansão do Estado francês. Napoleão então,
declarou guerra contra a Inglaterra – a qual ele entendia como um entrave ao
domínio francês sobre a Europa – além da Áustria e Prússia.
Além disso, Napoleão tentou invadir a Inglaterra com auxílio da Espanha
através do uso das forças navais – fato este que teve sua principal embate: a Batalha
de Trafalgar -
a qual, praticamente, dizimou as frotas navais francesas e
espanholas e consolidou o domínio inglês sobre os mares – com a vitória do Almirante
Nelson para a Coroa britânica. No entanto, criou-se na Europa uma espécie de
balança militar – uma vez que consolidava a Inglaterra como “Rainha dos Mares”,
mas reconhecia a predominância do poderio francês como maior e mais forte exército
da Europa, com cerca de 600 mil homens. Tal situação, fez com que Napoleão se
voltasse contra os inimigos do continente, vencendo a Áustria, Prússia, Itália e
posteriormente, o Império Russo – impondo, assim, o Tratado de Berlim, ou
também chamado: Bloqueio Continental à Inglaterra – como forma de sufocar sua
economia e invadi-la posteriormente.
Além disso, Napoleão se voltou contra outros membros da 3ª Coligação
(composta pela Áustria e Rússia), além da Prússia, do Sacro Império RomanoGermânico e de reinos da Península Itálica. Como o exército napoleônico detinha
imensa superioridade aos demais, Napoleão conseguiu impor importantes vitórias:
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Derrotou o Sacro Império Romano-Germânico criando em seu lugar a Confederação
do Reno, Dominou a Prússia na Batalha de Ulm, e venceu a Áustria na Batalha
de Austerlitz – fazendo com estes passassem a apoiá-lo no Bloqueio Continental à
Inglaterra. A Rússia e Portugal buscavam saídas para não adesão ao bloqueio, uma
vez que tinham grande dependência comercial com a Inglaterra.
A partir de 1807 Napoleão Bonaparte, ameaçando a Rússia, consegue o apoio
de seu monarca Alexander I (da dinastia Romanov) ao Bloqueio Continental à
Inglaterra – adesão conquistada com a vitória sobre a 4ª Coligação no Tratado de
Tilsit. Cabe ressaltar que o Bloqueio Continental à Inglaterra, além de tentar
enfraquecer sua economia, buscava o domínio econômico francês sobre a Europa,
uma vez que tentava suprir as demandas dos países europeus que aderiram ao
bloqueio com a produção francesa – fato este que se mostrava ineficiente, pois, a
França não conseguia absorver toda a demanda, gerando fragilidades sobre o
embargo.
No caso de Portugal, a fragilidade era maior ainda, pois se sofria ameaça por
parte do exército napoleônico, também era pressionado pelas forças ingleses – o que
fez com que seu Regente, o príncipe herdeiro, Dom João, optasse por uma saída
impensada por Napoleão: O refúgio na principal colônia de Portugal: o Brasil. Assim,
em 1808 a corte portuguesa composta por cerca de 15 mil nobres, mais a família
real lusitana foram escoltadas por navios ingleses pelo Oceano Atlântico até o Brasil
– fato esse que possibilitaria a estruturação das primeiras instituições do Brasil.
A política expansionista de Napoleão ao mesmo tempo que impunha às
monarquias europeias valores burgueses e, a princípio, trazia às respectivas
populações a sensação de liberdade pelos ideais burgueses e pela queda de velhas
estruturas aristocráticas e pelo fim dos privilégios do modelo absolutista, passava
pouco a pouco por trazer sentimentos nacionalistas sobre as nações invadidas – pois
a França demonstrava a que vinha: explorar e subjugar os povos invadidos – gerando
assim, uma série de revoltas.
Napoleão chegou a destituir o antes aliado, Rei da Espanha, Fernando VII e
colocar em seu lugar seu irmão: José Bonaparte – ativando na Península Ibérica
revoltas populares através de guerrilhas que eram financiadas pelo capital inglês, e
que lentamente desgastava as forças napoleônicas na Europa.
Neste processo, a Rússia, que antes comercializava sua grande produção de
trigo com a Inglaterra e se via prejudicada com a incapacidade de absorção por parte
da França pós bloqueio continental, pressionou Napoleão ao informar que abriria os
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portos russos aos navios ingleses – fato este que era entendido por Napoleão como
algo maior que uma afronta: representava o desprestígio das forças francesas no
continente – ato este que deveria ser suprimido exemplarmente.
A atitude de Alexander I da Rússia fez com que Napoleão movesse seu
exército de cerca de 600 mil homens para as fronteiras russas em 1811. O que fez
com que os russos, militarmente inferiores, utilizassem a tática da terra arrasada
– que consistia na destruição de todos os recursos possíveis de serem utilizados pelas
tropas franceses frente a uma iminente invasão – impedindo a apropriação dos
suprimentos necessários ao avanço francês e abatendo as tropas inimigas com a
escassez de recursos, entre eles, o próprio alimento. Além disso, a Rússia utilizavase de guerrilhas que combatiam as famigeradas tropas napoleônicas que já
permaneciam em território russo durante o rigoroso inverno- fazendo com que as
tropas francesas perdessem um significativo contingente – mortos pelo frio, pela
fome e pelas guerrilhas.
Ao chegar em Moscou, acreditando ter vencido a guerra contra os russos,
Napoleão encontra a cidade arrasada, e vê parte de seus soldados sendo mortos pela
água envenenada. Napoleão não vê outra saída além de retirar-se da campanha
desmoralizado e com menos de 80 mil homens. O exército russo se posiciona e
aproveita o momento para avançar sobre os franceses e junto com outras nações
forma a 6ª Coligação (composta por Rússia, Inglaterra, Áustria e Prússia) e
conseguem em 1813 derrotar Napoleão – que ficaria exilado na ilha de Elba, situada
próximo a Córsega – na costa da Itália. Napoleão assina o Tratado de
Fontainebleau e abre mão dos direitos sobre o trono francês, em troca receberia
uma pensão anual dos vencedores e se manteria em Elba vigiado por cerca de dois
mil soldados franceses sob ordem de Luís XVIII, um Bourbon, irmão e herdeiro de
Luís XVI (o rei guilhotinado).
No entanto, Napoleão consegue convencer os soldados franceses que o
vigiavam e ruma à França para retomar o poder. Lá, consegue apoio de parte da
população e do exército e provoca a fuga de Luís XVIII para a Bélgica.
Napoleão faria um governo de cem dias, que culminaria na 7ª Coligação e
na derradeira Batalha de Waterloo – que marcaria sua derrota final. A partir disso,
Napoleão seria exilado na Ilha de Santa Helena (entre a costa da África e a América
do Sul) onde morreria em 1821.
Com a derrota de Napoleão instituiu-se o Congresso de Viena, composta
pela Áustria, Inglaterra, Rússia, Prússia e França (restaurada a monarquia com Luís
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XVIII) – que buscava restaurar as monarquias da Europa e os valores aristocráticos
eram baseados em princípios como a legitimidade e do equilíbrio europeu, além das
fronteiras antes do processo revolucionário da França.
Após isso, ocorreu a Santa Aliança, da qual a Inglaterra não participara, pois
sob o pretexto do Czar Alexander I da Rússia, serviria para proteger a paz, a justiça
e a religião católica e buscava combater os valores liberais, e as ideias nacionalistas
implantadas com a Revolução Francesa, além de buscar resgatar as colônias e impor
novamente a escravidão sobre elas. Este conjunto de medidas iria de encontro aos
interesses ingleses que já avançavam na Revolução Industrial e não tinham interesse
neste retrocesso.
No entanto, o contexto econômico mundial já não favorecia os interesses do
Congresso de Viena e da Santa Aliança e o modelo capitalista fortalecido com a
Revolução Industrial ganharia espaço, além dos novos modelos políticos fortificados
pela ideologia liberal.
BIBLIOGRAFIA
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2ª Ed.. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
CAMPOS, Flávio. CLARO, Regina. Oficina de História. Volume Único. 1ª Ed.. São Paulo:
Leya, 2012.
COTRIN, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Volume Único – 10ª ed. São Paulo:
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VICENTINO, Cláudio. História Geral – ed. Atual e ampliada. São Paulo: Scipione, 2002.
_____________. História para o ensino médio: história Geral e do Brasil. E. Atual. São
Paulo: Scipione, 2008.
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