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Enriquecendo o ensino de ciências através do uso de modelos didáticos:
uma abordagem com o sistema circulatório humano
Fernanda Martins Alves
Os temas relacionados ao ensino de ciências despertam motivações e interesses
espontâneos no aluno. Todavia, o que podemos observar em algumas instituições de ensino é
a falta da relação entre a prática pedagógica e a proposta educativa; a escola trata os
conteúdos de ciências sem aprofundamento e proximidade da realidade do aluno.
Esses fatores revelam a urgente necessidade de contextualizar o ensino de ciências,
com metodologias que desafiem os educandos, fazendo-os parte do processo ensinoaprendizagem de forma ativa, interativa e a provocar o questionamento: por que não ensinar
ciências através de modelos didáticos?
O importante é propor medidas simples e práticas, que potencializem a eficiência e
coerência com o que é ensinado aos alunos. Uma metodologia que desafie os alunos, e
também motive os professores, a trabalharem diferente, além de ser desafiante, motivadora e
prazerosa para o aluno. Permitindo, assim, que ele possa construir o conhecimento e interagir
com o seu cotidiano. As mais simples ações podem resultar em melhorias consideráveis no
processo de ensino-aprendizagem.
A escola é um lugar de aprendizagem, ou seja, de mudanças relativamente permanente
na conduta e conhecimento do sujeito, como resultado da experiência, dos processos de
associação e condicionamento (COLL, 1995).
O educador propõe o conhecimento, ao invés de transmiti-lo sem a participação do
estudante. Sendo assim, o aluno passa a participar do processo de construção do
conhecimento de forma ativa. Ao fazer a utilização de diferentes técnicas pedagógicas, os
seus conteúdos começam a ter significado e sentido. “O aluno, portanto, dá significado ao
novo conhecimento a partir do conhecimento prévio existente na sua estrutura cognitiva”.
(OSTERMANN, F.; REZENDE, F. 2009)
O aluno que antes esperava de forma passiva, um conhecimento, pronto, sem a sua
participação, agora se sente desafiado e motivado, acreditando que ele pode ser ator neste
processo. Tal fato pode ser desencadeado, quando o educador motiva-o a ser partícipe deste
processo.
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O objetivo deste trabalho é desenvolver modelos didáticos do sistema circulatório
humano, visando um maior aprendizado dos alunos em sala de aula e disponibilizar uma
metodologia alternativa para o ensino desse sistema.
Usando como modelo o corpo humano, pautado na teoria de Garcia Perez, propomos
despertar o aluno a trabalhar de forma concreta com a confecção de um modelo didático do
sistema circulatório. Segundo Garcia Pérez (2000), um modelo didático é um produto
constituído pelas crenças, pela cultura, pelas relações sociais que permeiam o processo de
ensino e aprendizagem e a intencionalidade do professor em ensinar a seus alunos.
Segundo Moreira (2004 apud OSTERMANN, F. e REZENDE, F. 2009), o trabalho
final do Mestrado Profissional em Ensino deve ser uma pesquisa aplicada, descrevendo o
desenvolvimento de processos ou produtos de natureza educacional, visando à melhoria do
ensino na área específica, sugerindo-se fortemente que, em forma e conteúdo, este trabalho se
constitua em material que possa ser utilizado por outros profissionais. “Uma das debilidades
e/ou dificuldades identificadas anteriormente é que há pouca transferência do conhecimento
produzido pela pesquisa em educação em ciências à sala de aula. (MOREIRA, 1993)
O estudo está sendo realizado em duas instituições públicas de ensino, localizadas no
Estado do Rio de Janeiro, com turmas do 8°ano do ensino fundamental.
O trabalho está dividido em duas etapas, a saber: a construção do modelo didático do
sistema circulatório, a partir da visão do aluno. Em seguida, o confronto deste modelo com o
modelo anatômico, a fim de se verificar com o modelo construído traduz o cotidiano e se
confronta com o anatômico, gerando assim os desdobramentos no aprendizado a partir deste
confronto.
A coleta de dados será realizada por meio de observação participante e questionário. O
questionário servirá para avaliar o conhecimento adquirido, a metodologia desenvolvida, em
quais aspectos contribuiu para o aluno e possíveis melhorias.
Em parceria com duas alunas da Iniciação Científica do Colégio de Aplicação da
Unigranrio, estamos testando os materiais que melhor se aplicam para confecção do modelo
didático com o aluno. Foi construído um modelo com argila e mangueiras de plástico e
testaremos com massa de biscuit, mangueiras mais flexíveis e cabos.
De acordo com as alunas essa metodologia é mais interessante e, para quem aprende
dessa forma é mais fácil do que o modo convencional.
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REFERÊNCIAS
COLL, C.; PALÁCIOS, J.; MARCHESI, Á. (Org). Desenvolvimento psicológico e
educação: Psicologia evolutiva. Porto alegre: Artes Médicas, 1995, v1. 356p.
GARCÍA PÉREZ, F.F. (2000). Los modelos didácticos como instrumento de análisis y e
intervención en la realidad educativa. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias
Sociales. Universidad de Barcelona, n.207.http://www.ub.es/geocrit/b3w-207.htm.
MOREIRA, M. A. Pesquisa básica em educação em ciências: uma visão pessoal. 1993.
Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/pesquisa.pdf.
OSTERMANN, F. e REZENDE, F. Projetos de desenvolvimento e de pesquisa na área de
ensino de ciências e matemática: uma reflexão sobre os mestrados profissionais. Caderno
Brasileiro de Ensino de Física, v.26, n.1, p.66-80, abr. 2009.
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