TAXIDERMIA TÁTIL: UMA OPÇÃO PARA O ENSINO DA - cepae-ufu

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TAXIDERMIA TÁTIL: UMA OPÇÃO PARA O ENSINO DA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
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Eduardo Venâncio Rocha; 2Adriany de Ávila de Melo Sampaio
Introdução
No contexto do ensino aprendizagem é latente a necessidade de buscarem-se
novos recursos didáticos como alternativas para a compreensão e a sensibilização das
pessoas para as questões ambientais a Taxidermia surge como mais uma opção para o
ensino da Educação Ambiental, para pessoas com deficiência visual.
A pesquisa “EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM AUXÍLIO DE ANIMAIS
TAXIDERMIZADOS DO BIOMA CERRADO: formação continuada de professores
que trabalham com pessoas cegas ou de baixa visão foi realizada Instituto de Cegos do
Brasil Central - ICBC, na cidade de Uberaba/MG.
Antes do inicio dos trabalhos o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética
em Pesquisa - CEP e à Comissão de Ética na Utilização de Animais - CEUA da
Universidade Federal de Uberlândia, sendo ambos aprovados.
O termo Taxidermia é formado por duas palavras de origem grega, sendo taxis
que se refere à forma e derma que faz menção a pele. Nas palavras de Antônio Aldrighi
(1957, p.3) “Taxidermia é a arte de conservar a pele dos animais vertebrados, com suas
formas características e com aparência de vida”.
Para o enchimento do interior dos corpos de animais, utilizava-se a palha, daí a
antiga nomenclatura “empalhar” sendo uma técnica aplicada em animais vertebrados.
Atualmente pode ser utilizada uma mistura de serragem de madeira e parafina ralada.
A Taxidermia pode ser trabalhada pelos próprios professores, sendo uma opção
a mais para ser usada em sala de aula ou outros espaços educativos. Vale ressaltar que
somente animais já mortos, encontrados em rodovias ou doados por criadores
credenciados por órgão competente são utilizados.
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Mestrando em Geografia no Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia
Profª. Drª orientadora do programa de Pós Graduação do Instituto de Geografia da Universidade Federal
de Uberlândia
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Teve como objeto de investigação a viabilidade de verificar se os animais
taxidermizados do Bioma Cerrado, como recuso didático para a Educação Ambiental
para pessoas com deficiência visual.
O foi destinado para as pessoas com deficiência visual, a proposta da
Taxidermia Tátil tem como principal característica a possibilidade de ser trabalhada
pelos próprios educadores e colaboradores, nos próprios espaços educativos, o que é
possível após um curso básico de Taxidermia para que os profissionais continuem com
formação continuada.
As atividades de E.A no âmbito da educação formal, aliadas às atividades e
métodos auxiliares como a Taxidermia de animais do Bioma Cerrado, pode resultar na
sensibilização dos alunos sobre questões sobre o Meio Ambiente e um melhor
aprendizado, possibilitando o tato no animal silvestre com todas suas características em
escala real: pelagem, dentição, dentre outras características anatômicas, sem ter que
abatê-lo. Conforme figura 01, abaixo:
Figura 1- Fotografias de animais do Bioma Cerrado taxidermizados, com características táteis.
Autor: ROCHA, E. V.2011.
Metodologia
A metodologia adotada foi à abordagem qualitativa, com a aplicação de
questionário aos participantes, como forma de analisar e interpretar o comportamento
humano e sua complexidade, conforme trecho abaixo:
“Metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e
interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a
complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais
detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências
de comportamento, etc.” (MARCONI; LAKATOS, 2006 p. 269)
Foi oferecido um curso de extensão aos docentes do ICBC intitulado
“Questões ambientais: da teoria à prática”, utilizando-se um acervo de animais
taxidermizados sendo: um Tamanduá Bandeira Myrmecophaga tridactyla, um
Tamanduá Mirim Tamandua tetradactyla, duas Capivaras Hidrochoerus hidrochoeris,
um Jabuti gerochelone carbonaria , um Lobo Guará Chrysocyon brachyurus, uma
Jaguatirica Leopardus pardalis, um Furão Galictis vittata e três Tatus Peba Euphractus
sexcintus para ser utilizados pelos docentes, juntos as pessoas com deficiência visual.
O curso tratou de várias temáticas relativas ao Meio Ambiente sendo elas:
Legislação Ambiental Básica, Fauna e Flora Silvestres, Direitos dos Animais, Recursos
Hídricos, Possibilidades da Cartografia, Introdução a Educação Ambiental, Bioma
Cerrado, Animais Silvestres, Noções de Taxidermia teórica e prática, Geografia
Histórica do Município de Uberaba/MG, Cartografia tátil, todos os assuntos foram
abordados por especialistas para que após a conclusão do curso os docentes do ICBC
possam multiplicar os conhecimentos adquiridos.
Resultados
Encerrado os trabalhos todos os docentes do ICBC receberam um CD
personalizado com todo o conteúdo do curso de extensão, para serem multiplicadores da
temática. O acervo de animais taxidermizados utilizados na pesquisa foram
disponibilizados por meio cessão para o ICBC, para que a E.A seja continuada.
Interessante destacar que os animais cedidos têm características físicas, que resistem ao
tato, para que alunos da instituição, juntamente professores possam interagir com
animais, fortalecendo a proposta da Taxidemia Tátil.
Analisando os dados da pesquisa, constatou-se que os professores do ICBC
ampliaram os seus conhecimentos sobre e temática ambiental, a metodologia utilizada
proporcionou além da parte teórica, também a prática na montagem de animais
taxidemizados e contato direto com estes animais, sem barreiras físicas como cercas ou
redomas de vidro.
Referências
ALDRIGHI, Antonio Domingos. Ministério da agricultura, divisão de caça e pesca.
Taxidermia. Rio de janeiro: 1957.
AURICCHIO, Paulo. Mamíferos. In: AURICCHIO, Paulo; SALOMÃO, Maria da
Graça. Técnicas de coleta e preparação de vertebrados: para fins científicos e
didáticos. São Paulo: Arujá, 2002.
HJORTAA, Harry. Taxidermia - embalsamento de aves e mamíferos. 1º Ed. Lisboa:
Editorial Presença, 1986.100p.
IBAMA. Instrução Normativa nº 154, de 1 de março, 2007.Brasília, 2007.
IBAMA. Portaria nº 93, de 7 de julho, 1998.Brasília, 1998.
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica.
4ªed revista e ampliada. São Paulo. Atlas, 2006.
MINAYO, M.C. de S. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22 ed. Rio
de Janeiro: Vozes, 2003
PONTES, José Lélis e LOPES, José Demerval Saraiva. Taxidermia: Empalhamento de
Aves e Mamíferos. Viçosa, CPT, 2001.
UNESCO. Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Bruxelas, 1978.
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