APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. NOME DO MEDICAMENTO Letrozol Azevedos 2,5 mg Comprimidos revestidos por película 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Letrozol Azevedos 2,5 mg comprimidos revestidos por película Cada comprimido contém 2,5 mg de letrozol. Excipiente(s): Cada comprimido contém 62,000 mg de lactose. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido revestido por película. Os comprimidos de letrozol são amarelos, redondos e biconvexos. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Terapêutica adjuvante em mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama positivo para receptores hormonais, em fase inicial. Terapêutica adjuvante tardia do cancro da mama hormono-dependente em fase inicial, em mulheres pós-menopáusicas previamente sujeitas a terapêutica adjuvante padrão com tamoxifeno durante 5 anos. Tratamento de primeira linha do cancro da mama hormono-dependente avançado, em mulheres pós-menopáusicas. Tratamento do cancro da mama avançado em mulheres em estado pósmenopáusico, natural ou artificialmente induzido, com recidiva ou progressão da doença após tratamento com antiestrogénios. A eficácia não foi demonstrada em doentes com cancro da mama negativo para receptores hormonais. 4.2 Posologia e modo de administração Crianças O Letrozol Azevedos não é recomendado em crianças. Doentes adultas e idosas A dose recomendada de letrozol é de 2,5 mg uma vez por dia. Não é necessário ajuste de dose em doentes idosas. Na terapêutica adjuvante, é recomendado um tratamento durante 5 anos ou até ocorrer recidiva do tumor. Na terapêutica adjuvante, a experiência clínica disponível é de 2 anos (a mediana de duração do tratamento foi de 25 meses). A experiência clínica relativa à terapêutica adjuvante tardia é de 3 anos (mediana do período de tratamento). APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED Em doentes com doença avançada ou metastática, o tratamento com letrozol deve continuar até a progressão do tumor ser evidente. Doentes com insuficiência hepática e/ou renal Não é necessário ajuste de dose no caso de doentes com insuficiência renal em que a depuração da creatinina seja superior a 30 ml/min. A experiência clínica em casos de insuficiência renal, com depuração da creatinina inferior a 30 ml/min, ou em doentes com insuficiência hepática grave é limitada (ver secções 4.4 e 5.2). 4.3 Contra-indicações O letrozol está contra-indicado em doentes com: Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes Estado endócrino pré-menopáusico; gravidez, lactação (ver secção 5.3). 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização O letrozol não foi estudado num número suficiente de doentes com depuração da creatinina inferior a 30 ml/min. O letrozol foi estudado somente num número limitado de doentes sem metástases e com vários graus de insuficiência hepática: ligeira a moderada e grave. Em voluntários do sexo masculino, sem neoplasias, com insuficiência hepática grave (cirrose hepática e Escala Child-Pugh C), a exposição sistémica e o tempo de semivida terminal aumentaram 2-3 vezes comparativamente a voluntários saudáveis. Assim, recomenda-se cautela e avaliação cuidadosa da relação risco/benefício previamente à utilização de letrozol nestes doentes (ver secção 5.2). O letrozol tem uma potente acção redutora dos níveis de estrogénios. Na terapêutica adjuvante e na terapêutica adjuvante tardia, a mediana da duração do período de seguimento de 30 e 39 meses respectivamente, não é suficiente para avaliar completamente o risco de fractura óssea associado ao tratamento a longo prazo com letrozol. Recomenda-se avaliação formal da densidade mineral óssea por densitometria óssea previamente ao início do tratamento adjuvante ou adjuvante tardio em doentes com história clínica de osteoporose, e/ou fracturas, ou que tenham risco acrescido de osteoporose; estas doentes deverão ser monitorizadas em relação à probabilidade de desenvolvimento de osteoporose durante, e após, o tratamento com letrozol. O tratamento ou profilaxia da osteoporose deverão ser iniciados conforme considerado adequado, recomendando-se monitorização cuidadosa das doentes. Os comprimidos de letrozol contêm lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência grave de lactase ou malabsorção da glucose-galactose não devem tomar este medicamento. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os estudos de interacção clínica com cimetidina e varfarina indicam que a administração concomitante de letrozol com estes fármacos não resulta em interacções clinicamente significativas. A revisão do banco de dados dos ensaios clínicos não revelou outras interacções clinicamente relevantes com outros fármacos habitualmente prescritos. Até ao momento, não há dados de experiência clínica sobre a utilização de letrozol em associação com outros agentes anti-cancerígenos. APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED In vitro, o letrozol inibe o isoenzima 2A6 e, moderadamente, o 2C19 do citocromo P450. O CYP2A6 e CYP3A4 não desempenha um papel relevante no metabolismo do fármaco. Assim, recomenda-se precaução na administração concomitante de fármacos cuja biodisponibilidade é significativamente dependente daqueles isoenzimas e cujo índice terapêutico é baixo. 4.6 Gravidez e aleitamento O letrozol está contra indicado em mulheres grávidas ou em período de aleitamento (ver secção 4.3 e 5.3). 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Os efeitos de Letrozol Azevedos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são consideráveis, tendo ocorrido casos de fadiga e tonturas durante o tratamento com letrozol, Foram ainda relatados casos pouco frequentes de sonolência. 4.8 Efeitos indesejáveis O letrozol foi geralmente bem tolerado em todos os estudos, como tratamento de primeira linha e de segunda linha para o cancro da mama avançado e como tratamento adjuvante no cancro da mama em fase inicial. Até cerca de um terço das doentes tratadas com letrozol na doença metastática, até cerca de 70-75% das doentes na terapêutica adjuvante (em ambos os braços com letrozol e com tamoxifeno) e até, cerca de 40% das doentes em terapêutica adjuvante tardia (ambos os braços tratados com letrozol ou com placebo) tiveram reacções adversas. Geralmente, as reacções adversas observadas são principalmente de natureza ligeira ou moderada. A maioria das reacções adversas pode ser atribuída às consequências farmacológicas normais associadas à privação de estrogénios (por exemplo, os afrontamentos). As reacções adversas mais frequentemente relatadas nos ensaios clínicos realizados na doença metastática foram afrontamentos (10,8%), náuseas (6,9%) e fadiga (5,0%). Muitas reacções adversas podem ser atribuídas às consequências farmacológicas normais decorrentes da privação de estrogénios (por ex., afrontamentos, alopecia e hemorragia vaginal). Na terapêutica adjuvante tardia, os seguintes eventos adversos, independentemente da sua causalidade, foram significativamente mais frequentes no tratamento com letrozol comparativamente ao placebo: afrontamentos (50,7% vs 44,3%), artralgia/artrite (28,5% vs. 23,2%) e mialgia (10,2% vs. 7,0%). A maioria destes efeitos adversos foram observados durante o primeiro ano de tratamento. A incidência de osteoporose e fracturas ósseas foi superior nas doentes tratadas com letrozol comparativamente às doentes tratadas com placebo (7,5% vs. 6,3% e 6,7% vs. 5,9%, respectivamente), no entanto as diferenças não foram estatisticamente significativas. Na terapêutica adjuvante, os seguintes eventos adversos, independentemente da sua causalidade, ocorreram em qualquer altura após a aleatorização das doentes nos grupos tratadas com letrozol e com tamoxifeno, respectivamente: acontecimentos tromboembólicos (1,2% vs. 2,8%, P<0,001), angina pectoris (0,8% vs. 0,8%), enfarte do miocárdio (0,7% vs. 0,4%) e falência cardíaca (0,9% vs. 0,4%, P=0,006). As seguintes reacções adversas, listadas na Tabela 1, foram relatadas nos ensaios clínicos com letrozol e no âmbito da farmacovigilância do medicamento: APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED Tabela 1 Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência: Infecções e infestações Pouco frequentes (≥ 1/1000 < 1/100): infecções do tracto urinário Neoplasias benignas, malignas e não especificadas (incluindo quistos e pólipos) Pouco frequentes (≥ 1/1000<1/100): dor de natureza tumoral (não aplicável na terapêutica adjuvante e terapêutica adjuvante tardia) Doenças do sangue e do sistema linfático Pouco frequentes (≥1/1000,<1/100): leucopenia Doenças do metabolismo e da nutrição Frequentes (≥ 1/100 <1/10): Anorexia, aumento do apetite, hipercolesterolemia Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): edema generalizado Perturbações do foro psiquiátrico Frequentes (≥ 1/100, <1/10): depressão Pouco frequentes (≥1/1000<1/100): ansiedade incluindo nervosismo, irritabilidade Doenças do sistema nervoso Frequentes (≥ 1/100, <1/10): cefaleias, tonturas Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): sonolência, insónia, alterações da memória, disestesia incluindo parestesia, hipoestesia, alterações do paladar, acidente vascular cerebral Afecções oculares Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): cataratas, irritação ocular, visão desfocada Cardiopatias Pouco frequentes (≥1/1000 < /100): palpitações, taquicardia Vasculopatias Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): tromboflebite incluindo tromboflebite superficial e profunda, hipertensão, acontecimentos isquémicos cardíacos Raros (≥1/10000 <1/1000): embolia pulmonar, trombose arterial, enfarte cerebrovascular Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): dispneia, tosse Doenças gastrointestinais Frequentes (≥ 1/100 <1/10): náuseas, vómitos, dispepsia, obstipação, diarreia Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): dor abdominal, estomatite, xerostomia Afecções hepatobiliares Pouco frequentes (≥1/1000,<1/100): aumento nos valores das enzimas hepáticas Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Muito frequentes ( ≥1/10): aumento da sudação Frequentes (≥ 1/100<1/10):alopecia, exantema incluindo exantema eritematoso, maculopapular, psoriforme e vesicular Pouco frequentes (≥1/1000<1/100): Prurido, pele seca, urticária Afecções músculo-esqueléticas e dos tecidos conjuntivos Muito frequentes ( ≥1/10): artralgia Frequentes (≥ 1/100 <1/10): mialgia, dor óssea, osteoporose, fracturas ósseas Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): artrite Doenças renais e urinárias Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): aumento da frequência miccional Doenças dos órgãos genitais e da mama Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): hemorragia vaginal, leucorreia, secura da mucosa vaginal, dor mamária Perturbações gerais e alterações no local de administração APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED Muito frequentes ( ≥1/10): afrontamentos, fadiga incluindo, astenia Frequentes (≥ 1/100 <1/10): mal-estar geral, edema periférico Pouco frequentes (≥1/1000<1/100): pirexia, secura das mucosas, sede Exames complementares de diagnóstico Frequentes (≥ 1/100<1/10): aumento de peso Pouco frequentes (≥1/1000 <1/100): diminuição de peso 4.9 Sobredosagem Foram relatados casos isolados de sobredosagem com letrozol. Não se conhece qualquer tratamento específico para a sobredosagem; o tratamento deve ser sintomático e de suporte. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Classificação farmacoterapêutico: 16.2.2.3 – Medicamentos antineoplásicos e imunomoduladores. Hormonas e anti-hormonas. Anti-hormonas. Inibidores da aromatase Código ATC: L02BG04 Efeitos farmacodinâmicos A supressão da estimulação do crescimento mediada por estrogénios constitui um pré-requisito para a resposta tumoral, em casos em que o crescimento do tecido do tumor depende da presença de estrogénios e a terapêutica endócrina é utilizada. Em mulheres pós-menopáusicas, os estrogénios são principalmente resultantes da acção da enzima aromatase, que converte os androgénios das supra-renais (principalmente androstenediona e testosterona) em estrona e estradiol. Deste modo, a supressão da biossíntese de estrogénios nos tecidos periféricos e no próprio tecido cancerígeno pode ser conseguida através da inibição específica da enzima aromatase. O letrozol é um inibidor não esteróide da aromatase. Inibe esta enzima ligando-se competitivamente ao grupo heme do citocromo P450 da aromatase, resultando numa redução da biossíntese de estrogénios em todos os tecidos onde se encontre. Em mulheres pós-menopáusicas saudáveis, doses únicas de 0,1 mg, 0,5 mg e 2,5 mg de letrozol reduzem os níveis séricos de estrona e de estradiol, em 75-78% e 78%, respectivamente, em relação aos valores basais. A supressão máxima é conseguida em 48-78h. Em doentes pós-menopáusicas com cancro da mama avançado, a administração de doses diárias de 0,1 mg a 5 mg diminuem a concentração plasmática de estradiol, estrona e sulfato de estrona em 75-95%, relativamente aos valores basais, em todas as doentes tratadas. Com doses iguais ou superiores a 0,5 mg, os níveis de estrona e de sulfato de estrona estão, em muitas doentes, abaixo do limite de detecção nos doseamentos, indicando que se obtém uma maior supressão de estrogénios com estas doses. A supressão dos estrogénios foi mantida durante todo o tratamento, na totalidade das doentes. O letrozol é extremamente específico na inibição da actividade da aromatase. Não se observou redução da produção de esteróides a nível supra-renal. Não se observaram quaisquer alterações clinicamente relevantes nas concentrações plasmáticas de cortisol, aldosterona, 11- desoxicortisol, 17-hidroxi-progesterona e ACTH ou na actividade da renina plasmática em doentes pós-menopáusicas, tratadas com uma dose diária de letrozol de 0,1 mg a 5 mg. O teste de estimulação de ACTH realizado APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED após 6 e 12 semanas de tratamento com doses diárias de 0,1 mg, 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg, 2,5 mg e 5 mg não revelou qualquer diminuição da produção de aldosterona ou de cortisol. Não é, deste modo, necessária a suplementação com glucocorticóide e mineralocorticóide. Não se observaram quaisquer alterações nas concentrações plasmáticas de androgénios (androstenodiona e testosterona) em mulheres pós-menopáusicas saudáveis após a administração de doses únicas de 0,1 mg, 0,5 mg e 2,5 mg de letrozol ou nas concentrações plasmáticas de androstenodiona em doentes pósmenopáusicas tratadas com doses diárias de 0,1 mg a 5 mg, o que indica que o bloqueio da biossíntese de estrogénios não leva à acumulação de precursores androgénicos. Nas doentes, os níveis plasmáticos de LH e FSH não são afectados pelo letrozol, o mesmo ocorrendo com a função tiroideia, conforme avaliação realizada através da captação de TSH, T4 e T3. Terapêutica adjuvante: Foi realizado um estudo multicêntrico, com dupla ocultação, em mais de 8.000 mulheres com cancro da mama positivo para os receptores hormonais em fase inicial, aleatorizadas para uma das seguintes opções: 1ª opção: A. tamoxifeno durante 5 anos B. letrozol durante 5 anos C. tamoxifeno durante 2 anos seguido por letrozol durante 3 anos D. letrozol durante 2 anos seguido por tamoxifeno durante 3 anos 2ª opção: tamoxifeno durante 5 anos letrozol durante 5 anos Os dados na Tabela 2 reflectem os resultados baseados na informação dos braços em monoterapia, em cada opção de aleatorização e na informação dos dois braços cruzados até 30 dias após a troca. A análise da monoterapia vs. sequência de tratamentos endócrinos será conduzida quando o número necessário de acontecimentos for atingido. As doentes foram seguidas durante um tempo médio de 26 meses, 76% das doentes por mais de 2 anos e 16% (1.252 doentes) durante 5 anos ou mais. O objectivo primário do ensaio clínico foi a Sobrevida Sem Doença (SSD) que foi avaliada como o tempo desde a aleatorização até ao primeiro acontecimento de recorrência (metástase) locoregional ou distante da doenças primária, desenvolvimento de cancro da mama contra-lateral invasivo, aparecimento de um segundo tumor primário situado fora da mama ou morte por qualquer causa sem um evento neoplásico anterior. O letrozol reduziu o risco de recorrência em 19%, comparativamente com o tamoxifeno (risco relativo 0,81; P=0,003). As taxas de SSD a 5 anos foram de 84,0% para letrozol e de 81,4% para o tamoxifeno. A melhoria na SSD com letrozol foi observada aos 12 meses e foi mantida para além dos 5 anos. O letrozol também reduziu significativamente o risco de recorrência comparativamente com o tamoxifeno quer antes da administração de quimioterapia adjuvante (risco relativo 0,72; P=0,18) quer quando esta não foi administrada (risco relativo 0,84; P=0,044). No que respeita ao objectivo secundário, sobrevida global, foi reportado um total de 358 mortes (166 com letrozol e 192 com tamoxifeno). Não existiu uma diferença significativa entre os tratamentos no que respeita à sobrevida global (risco relativo 0,86; P=0,15). A sobrevida sem doença à distância (metástases distantes), um marcador de substituição da sobrevida global, diferiu significativamente em termos globais (risco relativo 0,73; P=0,001) e em grupos de estratificação préespecificados.O letrozol reduziu significativamente o risco de falha sistémica em 17% APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED comparativamente com o tamoxifeno (risco relativo 0,83; P=0,02). Contudo, apesar de favorável ao letrozol não se obtiveram diferenças significativas no cancro da mama contra-lateral (risco relativo 0,61; P=0,09). Uma análise exploratória de SSD pelo estado do nódulo revelou que letrozol foi significativamente superior ao tamoxifeno na redução do risco de recorrência nas doentes com doença do nódulo positivo (RR 0,71; 95% IC0,59; 0,85; p=0,0002), contudo não se observaram diferenças significativas no tratamento das doentes com doença negativa do nódulo (RR 0,98;95%IC 0,77, 1,25; p=0,89). Este benefício reduzido nas doentes com nódulo negativo foi confirmado numa análise exploratória de interacção (p=0,03). As doentes tratadas com letrozol, tiveram menos neoplasias secundárias (1,9% vs 2,4%) comparativamente com as doentes tratadas com o tamoxifeno. Em particular, a incidência de cancro do endométrio foi menor com letrozol comparativamente com tamoxifeno (0,2% vs 0,4%). Ver Tabelas 2 e 3 que resumem os resultados. A análise sumarizada na tabela nº4 omite os 2 braços sequenciais da 1ª opção de aleatorização, isto é, tomar só em consideração os braços de monoterapia. Tabela 2 Sobrevida sem doença e sobrevida global (população ITT) Letrozol n=4003 Tamoxifen Risco relativo o Valor P 1 n=4007 (95% IC) 0,81 (0,70; 0,0030 428 0,93) Sobrevida sem doença (primário) acontecimentos 351 (definição do protocolo, total) Sobrevida sem doença à 0,73 (0,60; 0,0012 249 distância (metástases) 184 0,88) (secundário) Sobrevida global (secundário) – 166 0,86 (0,70; 0,1546 192 número de mortes (total) 1,06) Sobrevida sem doença sistémica 323 0,83 (0,72; 0,0172 383 (secundário) 0,97) Cancro da mama contra-lateral 19 0,61 (0,35; 0,0910 31 (invasivo) (secundário) 1,08) IC = intervalo de confiança Teste de logrank, estratificado por opção de aleatorização e quimioterapia adjuvante anterior Tabela 3 Sobrevida sem doença e sobrevida global por status de nódulo e antes de quimioterapia adjuvante (população IIT) Risco relativo, 95% IC para Valor P1 risco relativo Sobrevida sem doença Estado do nódulo - Positivo 0,71 (0,59; 0,85) - Negativo 0,98 (0,77; 1,25) Quimioterapia adjuvante 0,0002 0,8875 APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED anterior - Sim 0,72 (0,55; 0,95) 0,0178 - Não 0,84 (0,71; 1,00) 0,0435 Sobrevida global Estado do nódulo - Positivo 0,81 (0,63; 1,05) 0,1127 - Negativo 0,88 (0,59; 1,30) 0,5070 Quimioterapia adjuvante anterior - Sim 0,76 (0,51; 1,14) 0,1848 - Não 0,90 (0,71; 1,15) 0,3951 Sobrevida sem doença à distância Estado do nódulo - Positivo 0,67 (0,54; 0,84) 0,0005 - Negativo 0,90 (0,60; 1,34) 0,5973 Quimioterapia adjuvante anterior - Sim 0,69 (0,50; 0,95) 0,0242 - Não 0,75 (0,60; 0,95) 0,0184 IC = Intervalo de Confiança 1 Modelo de significância de Cox Tabela 4 Análise primária principal: endpoints de eficácia de acordo com a opção de aleatorização dos braços de monoterapia (população IIT) Endpoint Opção Estatística Letrozol SSD (primária, 1 Eventos/número 100/1546 definição do protocolo) RR (IC 95%), p 0,73 (0,56, 0,94) 2 Eventos/número 177/917 RR (IC 95%), p 0,85 (0, 69, 1, 04) Total Eventos/número 277/2463 RR (IC 95%), p 0,80 (0, 68, 0,94) SSD (excluindo 1 malignidades secundárias) Eventos/número 80/ 1546 2 Eventos/número 159/917 RR (IC 95%), p 0,73 0,97) Tamoxifeno 137/1548 0,0159 202/911 0,1128 339/2459 0,0061 110/1548 (0,54, 0.0285 187/911 APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED Total Sobrevida sem 1 doença à distância (secundária) 2 Total Sobrevida 1 total (secundária) RR (IC 95%), p 0,82 (0, 67, 1,02) Eventos/número 239/2463 RR (IC 95%), p 0,79 (0,66, 0,93) Eventos/número 57/1546 RR (IC 95%), p 0,79 (0, 56, 1,12) Eventos/número 98/917 RR (IC 95%), p 0,77 (0, 59, 1, 00) Eventos/número 155/2463 RR (IC 95%), p 0,78 (0, 63, 0,96) Eventos/número 41/1546 0,0753 297/2459 0,0063 72/1548 0,1913 124/911 0,0532 196/2459 0,0195 48/1548 RR (IC 95%), p 0,86 (0, 56, 1, 0,4617 30) 2 Eventos/número 98/917 116/911 RR (IC 95%), p 0, 84 (0, 64, 1, 0,1907 10) Eventos/número 139/2463 164/2459 RR (IC 95%), p 0,84 (0,67, 0,1340 1.06) O valor de P é dado com base no teste de logrank, estratificaficado pela quimioterapia adjuvante para cada opção de aleatorização, e pela opção de aleatorização e quimioterapia adjuvante para a análise total A mediana da duração do tratamento (população segura) foi de 25 meses, 73% das doentes foram tratadas num período de tempo superior a 2 anos, 22% das doentes foram tratadas num período de tempo superior a 4 anos. A mediana do período de seguimento foi de 30 meses tanto no letrozol e no tamoxifeno. Os efeitos adversos suspeitos de estarem relacionados com o ensaio clínico foram relatados em 78% das doentes tratadas com letrozol comparativamente com 73% das doentes tratadas com tamoxifeno. Os efeitos adversos mais comuns com letrozol foram os afrontamentos, suores nocturnos, artralgia, aumento do peso e náuseas. Destes, só a artralgia ocorreu mais significativamente nas doentes tratadas com Letrozol comparativamente com as doentes tratadas com tamoxifeno (20% vs 13% para tamoxifeno). O tratamento com letrozol esteve associado com o aumento de risco de osteoporose ( 2,2% vs 1,2% com tamoxifeno). No total, independentemente da causalidade, os eventos cardiovasculares/ cerebrovasculares foram relatados em qualquer altura após a aleatorização em proporções similares de doentes de ambos os braços do tratamento (10, 8% para o letrozol, 12,2 % para o tamoxifeno). Entre estes, os eventos tromboembólicos foram significativamente menos frequentes com Letrozol (1,5%) comparativamente com o tamoxifeno (3,2%) (P <0,001), enquanto a falência cardíaca foi relatada significativamente mais com letrozol (0,9%) APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED comparativamente com tamoxifeno (0,4%) (p=0,006). Entre as doentes que obtiveram valores basais de colesterol total sérico nos valores normais, foi observado um aumento no colesterol total sérico 1,5x superior comparativamente ao UNL em 5,4% das doentes no braço de letrozol, comparativamente com 1,1% das doentes no braço de tamoxifeno. Terapêutica adjuvante tardia: Num estudo multicêntrico controlado por placebo, aleatorizado e em dupla ocultação, em mais de 5100 mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama em fase inicial e receptores estrogénicos positivos ou de estado desconhecido e mulheres com ausência de doença após finalização da terapêutica adjuvante com tamoxifeno (4,5 a 6 anos), as quais foram tratadas aleatoriamente com letrozol ou placebo. A análise actualizada dos resultados, efectuada após um período de seguimento mediano de, cerca de 39 meses (70% das doentes foram seguidas durante, pelo menos, até 3 anos), mostrou que letrozol reduziu o risco de recorrência do tumor em cerca de 44%, comparativamente ao placebo [risco relativo (RR) 0,56; P<0,00001]. O benefício estatisticamente significativo na sobrevida sem doença a favor do letrozol foi observado independentemente do estado dos nódulos – negativo para nódulos: RR de 0,49, P = 0,0004; positivo: RR de 0,58, P = 0,00007. Em relação ao objectivo secundário, sobrevida global (SG), foi relatado um total de 224 mortes (109 para letrozol , 100 para placebo e 15 que passaram de placebo para letrozol). No global, não houve diferença significativa entre os tratamentos relativamente à SG (RR 0,80; P = 0,10). Com esta actualização, os resultados (a mediana da duração do seguimento foi de 3 anos) do sub-estudo da densidade mineral óssea (DMO) (222 doentes incluídas) demonstraram que, após 3 anos de tratamento, comparados com os valores de base, o grupo de doentes tratadas com letrozol foi associado a reduções maiores na DMO total ao nível das ancas [(mediana da diminuição de 4% na DMO da anca comparativamente a mediana da diminuição de 1,7% no grupo placebo (P = 0,131, ajustado para o uso do bifosfonato p=0,645 )]. As doentes que recebem letrozol foram associadas a uma diminuição elevada da DMO da coluna lombar, apesar de não ser significativamente diferente. Foi obrigatória a administração concomitante de suplementos de cálcio e vitamina D no sub-estudo da DMO. Na mesma actualização, os resultados (duração mediana do seguimento de 47 meses) do sub estudo dos lípidos (310 doentes incluídas) não mostraram diferenças significativas entre o braço tratado com letrozol e o braço placebo no colesterol total e na fracção lipídica. Na análise actualizada 7,7% das doentes no braço de letrozol relataram eventos cardiovasculares durante o tratamento comparativamente 6, 1% do braço de placebo. Estes eventos incluíram enfarte miocárdio (letrozol 0,8% vs placebo 0,6%), angina que requerer intervenção cirúrgica (0,6% em cada braço do tratamento), agravamento ou um novo caso de angina (letrozol 1,3% vs placebo 1,0%), eventos tromboembólicos (Letrozol 0,6% vs placebo 0,3%) e acidente cerebrovascular (letrozol 1% vs placebo 0,7%). Não se observou diferença estatisticamente significativa nas escalas relativas ao estado físico global e ao estado mental sugerindo que o letrozol não agravou a qualidade de vida comparativamente ao placebo. As diferenças a favor do grupo tratado com placebo foram observadas na avaliação das doentes, particularmente no que concerne o funcionamento do organismo, dor corporal, vitalidade, sexualidade e parâmetros vasomotores. Apesar de estatisticamente significativas, as diferenças não foram consideradas clinicamente relevantes. Tratamento de primeira linha: Foi realizado um ensaio clínico controlado em dupla ocultação, comparando 2,5 mg de letrozol (letrozol) com 20 mg de tamoxifeno, como terapêutica de primeira linha APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED em mulheres pós menopáusicas com cancro da mama avançado. Em 907 mulheres, o letrozol foi superior ao tamoxifeno no que respeita ao tempo para progressão (objectivo primário) e na resposta objectiva global ao tumor, tempo até falência terapêutica e benefício clínico. Os resultados específicos são apresentados na tabela 5. Tabela 5 Resultados do seguimento aos 32 meses (mediana) Letrozol Tamoxifeno N = 453 N = 454 mediana 9,4 meses 6,0 meses (IC 95% para a mediana) (8,9; 11,6 (5,4; 6,3 meses) meses) Tempo para Redução do risco relativo 0,72 progressão (RRR) (IC 95% para RRR) (0,62; 0,83) P <0,0001 Resposta completa + 145 (32%) 95 (21%) Taxa de resposta parcial (IC 95%) (28, 36%) (17, 25%) resposta objectiva risco relativo (RR) 1,78 (TRO) (IC 95% para RR) (1,32; 2,40) P 0,0002 Resposta completa + parcial + não 226 (50%) 173 (38%) Taxa clínica resposta alteração ou estabilização de ≥24 meses benefício RR 1,62 global (IC 95% para RR) (1,24; 2,11) P 0,0004 mediana 9,1 meses 5,7 meses 9,7) (3,7; 6,1 meses) Tempo até (IC 95% para a mediana) (8,6; meses) falência do Redução do RR 0,73 tratamento (IC 95% para RR) (0,64; 0,84) P < 0,0001 O tempo para progressão e a taxa de resposta foram significativamente superiores nas doentes tratadas com letrozol e com tumores em que o estado dos receptores era desconhecido ou com tumores com receptores positivos, comparativamente às doentes tratadas com tamoxifeno. Da mesma forma, o tempo para progressão e a taxa de resposta foram significativamente superiores nas doentes tratadas com letrozol independentemente da administração, ou não, de terapêutica antiestrogénica adjuvante. O tempo para progressão obtido para o letrozol foi significativamente superior, independentemente da localização dominante da doença. O valor da mediana do tempo para progressão foi quase o dobro em doentes tratadas com letrozol e que tinham somente doença dos tecidos moles (mediana de 12,1 meses para letrozol e de 6,4 meses para tamoxifeno), e em doentes com Variável Estatística APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED metástases viscerais (mediana de 8,3 meses para letrozol e de 4,6 meses para tamoxifeno). A taxa de resposta foi significativamente superior nas doentes tratadas com letrozol e que tinham somente com doença dos tecidos moles (50% versus 34% para letrozol e tamoxifeno, respectivamente), e em doentes com metástases viscerais (28% para letrozol vs 17% para tamoxifeno) O desenho do estudo permitiu às doentes mudar para a outra terapêutica, em caso de progressão da doença, ou abandonar o estudo. Aproximadamente 50% das doentes mudou de braço, tendo a mudança de braço de tratamento ficado completa cerca dos 36 meses. A mediana do tempo para a mudança de braço de tratamento foi de 17 meses (letrozol para tamoxifeno) e 13 meses (tamoxifeno para letrozol). O tratamento com letrozol como terapêutica de primeira linha do cancro da mama avançado resultou numa mediana de 34 meses de sobrevida comparativamente a 30 meses para o tamoxifeno (teste logrank P = 0,53, não significativo). O tratamento com letrozol permitiu melhores resultados em termos de sobrevida, pelo menos até aos 24 meses. A taxa de sobrevida aos 24 meses foi de 64% para o grupo tratado com Letrozol vs 58% para o grupo tratado com tamoxifeno. A ausência de vantagem para Letrozol relativamente à sobrevida global pode justificar-se pelo facto do estudo ter sido cruzado. A duração total da terapêutica endócrina (“tempo para quimioterapia”) foi significativamente superior para letrozol (mediana de 16,3 meses, IC 95% de 15 a 18 meses) comparativamente a tamoxifeno (mediana de 9,3 meses, IC 95% de 8 a 12 meses) (P=0,0047, teste de logrank). A duração total da terapêutica endócrina «tempo de quimioterapia» foi significativamente mais longa para letrozol (mediana de 16, 3 meses, 95 IC 15 a 18 meses) comparativamente com tamoxifeno (mediana 9, 3 meses, 95 IC a 12 meses) (logrank P=0,0047). Tratamento de segunda linha: Foram realizados dois ensaios clínicos controlados, comparando duas doses de letrozol (0,5 mg e 2,5 mg) com acetato de megestrol e com aminoglutetimida, respectivamente, em mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama avançado, previamente tratadas com anti-estrogéneos. O tempo para progressão não foi significativamente diferente entre o letrozol 2,5 mg e o acetato de megestrol (P=0,07). Foram observadas diferenças estatisticamente significativas a favor do letrozol 2,5 mg comparativamente ao acetato de megestrol na taxa de resposta objectiva global ao tumor (24% vs. 16%, P=0,04) e no tempo para falência do tratamento (P=0,04). A sobrevida global não foi significativamente diferente entre os dois braços (P=0,2). No segundo ensaio, a taxa de resposta não foi significativamente diferente entre o letrozol 2,5 mg e a aminoglutetimida (P=0,06). Os resultados para o tratamento com 2,5 mg de letrozol foram estatisticamente superiores aos obtidos para a aminoglutetimida no que concerne o tempo para progressão (P=0,008), tempo para falência do tratamento (P=0,003) e sobrevida global (P=0,002). 5.2 Propriedades farmacocinéticas Absorção O letrozol é rápida e completamente absorvido a partir do tracto gastrointestinal (biodisponibilidade absoluta média: 99,9%). A alimentação reduz ligeiramente a taxa de absorção (tmax mediana: 1 hora de jejum vs 2 horas após uma refeição; e Cmax média: 129 ± 20,3 nmol/litro em jejum vs 98,7 ± 18,6 nmol/litro após uma refeição) mas o nível de absorção (AUC) não sofre alteração. O efeito pouco significativo na APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED taxa de absorção não é considerado clinicamente relevante e, por conseguinte, o letrozol pode ser administrado independentemente das refeições. Distribuição A ligação do letrozol às proteínas plasmáticas é de cerca de 60%, principalmente à albumina (55%). A concentração de letrozol nos eritrócitos é de cerca de 80% relativamente à verificada no plasma. Após a administração de 2,5 mg de letrozol marcado com 14C, aproximadamente 82% da radioactividade no plasma era composto inalterado. A exposição sistémica a metabolitos é, portanto, pequena. O letrozol é rápida e largamente distribuído nos tecidos. O seu volume de distribuição aparente em estado estacionário é de cerca de 1,87 ± 0,47 l/kg. Metabolismo e eliminação A depuração metabólica com formação de um metabolito carbinol farmacologicamente inactivo constitui a principal via de eliminação do letrozol (CLm = 2,1 l/h), sendo, contudo, relativamente lenta quando comparada com o fluxo de sangue hepático (cerca de 90 l/h). Os isoenzimas 3A4 e 2A6 do citocromo P450 são capazes de converter o letrozol no seu metabolito. A formação de metabolitos menores não identificados e a excreção renal e fecal directa desempenham um papel pouco importante na eliminação global do letrozol. Duas semanas após a administração de 2,5 mg de letrozol marcado com 14C em voluntárias pósmenopáusicas saudáveis, 88,2 ± 7,6% da radioactividade foi recuperada na urina e 3,8 ± 0,9% nas fezes. Pelo menos 75% da radioactividade recuperada na urina até às 216 horas (84,7 ± 7,8% da dose) foi atribuída ao glucuronido do metabolito carbinol, cerca de 9% a dois metabolitos não identificados e 6% a letrozol inalterado. O tempo de semi-vida de eliminação terminal aparente no plasma é de cerca de 2 dias. Após administração diária de 2,5 mg, atingem-se os níveis de estado estacionário no período de 2 a 6 semanas. As concentrações plasmáticas em estado estacionário são cerca de 7 vezes superiores às concentrações medidas após uma dose única de 2,5 mg, enquanto estas são 1,5 a 2 vezes superiores aos valores do estado estacionário previstos a partir das concentrações medidas após uma dose única, indicando uma ligeira não-linearidade na farmacocinética do letrozol quando administrado diariamente na dose de 2,5 mg. Uma vez que os estados estacionários se mantêm ao longo do tempo, podemos concluir que não se verifica uma acumulação contínua de letrozol. A idade não teve qualquer efeito sobre a farmacocinética do letrozol. Populações especiais Num estudo envolvendo 19 voluntários com diferentes níveis de função renal (depuração da creatinina de 24 h de 9-116 ml/min), não se verificou qualquer efeito na farmacocinética do letrozol após uma dose única de 2,5 mg. Num estudo semelhante envolvendo indivíduos com diferentes níveis de função hepática, os valores AUC médios dos voluntários com insuficiência hepática moderada (Escala Child-Pugh B) foram 37% mais elevados relativamente a indivíduos normais, embora ainda dentro dos níveis observados em indivíduos sem insuficiência. Num estudo comparando a farmacocinética do letrozol após uma dose oral única em 8 indivíduos do sexo masculino com cirrose hepática e insuficiência hepática grave (Escala ChildPugh C) com voluntários saudáveis (N=8), a AUC e o t1/2 aumentaram 95 e 187%, respectivamente. Assim, o letrozol deve ser administrado com precaução e após consideração do potencial risco/benefício nestas doentes. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em vários estudos de segurança pré-clínicos realizados em espécies animais padrão, não se observaram quaisquer sinais de toxicidade sistémica ou no orgão-alvo. APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED O letrozol apresentou um baixo nível de toxicidade aguda em roedores expostos a uma dose até 2000 mg/kg. No cão, o letrozol provocou sinais de toxicidade moderada com a administração de 100 mg/kg. Em estudos de toxicidade reiterada realizados no rato e no cão, em períodos até 12 meses, os principais efeitos observados podem ser atribuídos à acção farmacológica do composto. A dose sem efeitos adversos (NOAEL) foi de 0,3 mg/kg em ambas as espécies. As investigações, quer in vitro quer in vivo, sobre o potencial mutagénico do letrozol não revelaram qualquer potencial genotóxico. Num estudo de carcinogenicidade de 104 semanas realizado no rato, não se observaram quaisquer tumores relacionados com o tratamento nos ratos macho. Nos ratos fêmea, observou-se uma incidência reduzida de tumores mamários benignos e malignos com todas as doses de letrozol. A administração de letrozol por via oral a ratos fêmeas grávidas resultou num ligeiro aumento da incidência de malformação fetal nos animais tratados. Contudo, não foi possível demonstrar se tal foi uma consequência indirecta das propriedades farmacológicas (inibição da biossíntese estrogénica) ou um efeito directo do letrozol por si só. As observações pré-clínicas limitaram-se àquelas associadas à acção farmacológica reconhecida, que constitui a única preocupação de segurança para o uso humano derivada de estudos em animais. Estes resultados reforçam as contra-indicações propostas nas secções 4.3 e 4.6. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Lactose mono-hidratada; Celulose microcristalina; Amido de milho; Carboxilmetilamido sódico (tipo A) Talco Estearato de magnésio. Revestimento Hidroxipropilmetilcelulose; Dióxido de titânio; Talco; Hidroxipropilcelulose; Óleo de semente de algodão. Óxido de ferro amarelo; Óxido de ferro vermelho; 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 48 meses. 6.4 Precauções especiais de conservação APROVADO EM 21-11-2009 INFARMED O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. Conservar na embalagem de origem para proteger da humidade. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagens de 10, 30 e 100 comprimidos em blisters de PVC-ALU É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação Não existem requisitos especiais. Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Laboratórios Azevedos - Indústria Farmacêutica, S.A. Edifícios Azevedos - Estrada Nacional 117-Km2 Alfragide 2614-503 Amadora 8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO xxxxxxx – Letrozol Azevedos 2,5 mg - embalagem de 10comprimidos xxxxxxx – Letrozol Azevedos 2,5 mg - embalagem de 30 comprimidos xxxxxxx– Letrozol Azevedos 2,5 mg - embalagem de 100 comprimidos 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO