Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA TURMA PDE/2013 Título: O uso de novas tecnologias no ensino de Geografia humana Paulo César da Silva Autor Geografia Disciplina/Área (ingresso no PDE) CEAD Polo Poty Lazzaroto Escola de implementação do projeto e sua localização NR Curitiba Núcleo da escola NR Curitiba Núcleo Regional de Educação Prof Elaine de Cacia de Lima Frick Professor orientador Instituiçâo de ensino Universidade Federal Do Paraná Resumo A presente produção didático-pedagógica (PDP) aborda o uso de novas tecnologias de ensino da Geografia Humana, objetivando o desenvolvimento de competências dos professores da Educação de Jovens e Adultos – EJA, objetivando a capacitação para o ensino de alunos no uso das ferramentas disponíveis nos ambientes virtuais. A metodologia de trabalho compreende a pesquisa bibliográfica feita em fontes primárias e secundárias, pesquisa de campo e aplicação do projeto de intervenção junto a professores de Geografia que atuam no CEAD Polo Poty Lazzarotto. Espera-se, com a realização desta PDP, promover o uso de novas tecnologias no ensino da Geografia Humana, tornando as aulas mais interessantes e significativas, pela utilização de diferentes recursos tecnológicos numa perspectiva pedagógica; e que dominando essas ferramentas, esses professores possam conduzir os processos educacionais em sala de aula/laboratório de forma cada vez mais produtiva, ante as inúmeras possibilidades desses recursos. Geografia Humana. Novas Tecnologias. Desenvolvimento de Professores da EJA. Caderno Temático Professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Palavras-chave Formato do material Público-Alvo SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA HUMANA PAULO CÉSAR DA SILVA CURITIBA 2013 PAULO CÉSAR DA SILVA O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA HUMANA Produção Didático Pedagógica apresentada como parte dos requisitos do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE da Secretaria Estadual de Educação SEED. Orientador: Prof. Elaine de Cácia de Lima Frick CURITIBA 2013 Ao contrário do que ocorria na educação tradicional, em que os métodos eram dominados pelos professores, hoje, na educação digital e interativa os alunos dominam a técnica, enquanto muitos professores resistem ao novo. Camila Xavier Nunes Carmen Lúcia Figueredo Razoni Rivas Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era possível – e depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Paulo Freire SUMÁRIO APRESENTAÇÃO SEÇÃO 1: SÍNTESE DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS E ORIENTAÇÕES GERAIS 1.1 MATERIAIS E MÉTODOS SEÇÃO 2: O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA HUMANA UNIDADE 1: AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO (TI) E O ENSINO DA GEOGRAFIA HUMANA Atividade 1: Como pesquisar sites na Internet Atividade 2: A Geografia e as TIs Atividade 3: Os desafios à prática docente (de Geografia) na sociedade da informação UNIDADE 2: SENSORIAMENTO REMOTO NO ENSINO DE GEOGRAFIA Atividade 4: Como trabalhar com fotografias aéreas Atividade 5: O Mosaico como recurso didático-pedagógico Atividade 6: Conhecendo o Google Earth REFERÊNCIAS Apresentação A ideia de desenvolver o presente caderno temático se deve ao fato de que as facilidades trazidas pelas Tecnologias de Informação (TI) promoveram uma grande transformação na educação. Destacam-se nesse processo o ingresso dos computadores nas escolas, a difusão da internet que trouxe a possibilidade de acesso à rede mundial de computadores e a gama de informações de interesse educacional. Hoje, de forma geral, os conteúdos de todas as disciplinas podem ser acessados, consultados e pesquisados rapidamente e, exatamente essa conjugação de novidade e agilidade nas informações que desperta o interesse dos alunos. No caso da disciplina de Geografia, inúmeras possibilidades podem ser exploradas, notadamente na Geografia Humana, que trata da dinâmica populacional e suas particularidades, cujo estudo exige o acesso e o manuseio de dados estatísticos, imagens aéreas, de paisagens rurais e urbanas, dentre outros recursos que possibilitam conhecer, compreender e analisar as transformações provocadas pelo homem no meio em que vive e nos espaços com os quais interage. Mas, ao passo que se percebe o quanto a internet e a TI podem facilitar as atividades do dia a dia das pessoas em diferentes áreas da sociedade, não se pode negar que muitas pessoas ainda não dominam a competência de buscar, acessar e selecionar os dados necessários para seu uso. E essa é uma responsabilidade da escola, ou seja, trata-se de uma habilidade que precisa ser desenvolvida dentro da escola, haja vista a necessidade de preparar os alunos para interagir de forma positiva e autônoma com a sociedade e suas transformações. No entanto, muitos professores não estão preparados para desenvolver tais habilidades em seus alunos, mesmo porque, alguns desses professores têm dificuldades para utilizar os recursos informatizados. Por essa razão, a presente Produção Didático Pedagógica - apresentada na forma de Caderno Temático aborda as tecnologias e linguagens no ensino de Geografia e delimitado para o uso da internet no ensino da Geografia Humana - tem como público-alvo os professores de Geografia, em especial aqueles que atuam na Educação de Jovens e Adultos; notadamente pelo fato de que as novas tecnologias vêm modificando o cenário educacional e possibilitando o uso de diversificados recursos. Mas, nesse contexto, é preciso considerar uma especificidade presente nos grupos de alunos de EJA, que é o fato de que esses alunos, por diferentes razões, não puderam concluir os estudos no tempo adequado. Trata-se de um grupo heterogêneo, todos acima de quinze anos de idade e com diferentes expectativas de vida, mas que têm em comum a necessidade de recuperar o tempo perdido e construir conhecimentos fundamentais para o ingresso e/ou permanência no mercado de trabalho; assim como de desenvolver habilidades que ampliem as possibilidades de exercício da cidadania. Cada um a seu jeito, com mais ou menos acesso aos recursos tecnológicos, esses cidadãos estão interagindo com o mundo ao seu redor; influenciando e se deixando influenciar pelas transformações que ocorrem no meio em que se encontram inseridos. Por isso a de a escola, por meio do trabalho de seus professores, proporcionar a esses alunos, situações de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento de competências indispensáveis a uma participação mais produtiva na sociedade tecnológica. Assim, o presente Caderno Temático foi organizado em duas partes distintas. A primeira traz orientações que visam situar o professor na temática delimitada: o uso de novas tecnologias no ensino da Geografia humana, e na forma como o trabalho será desenvolvido em termos de metodologia e calendário das oficinas. A segunda constituiu um manual passo a passo sobre como realizar as oficinas de capacitação; contendo descrição dos objetivos a serem alcançados; aspectos que fundamentam e respaldam a estratégia; materiais e recursos necessários e um detalhamento sobre como os encontros deverão ser conduzidos. Como o professor de Geografia poderá perceber, esta PDP é dedicada àqueles que atuam na EJA e visa à melhoria do processo de ensino da disciplina nessa modalidade. Portanto, boa leitura e sucesso! Seção 1: Síntese das atividades a serem desenvolvidas e orientações gerais O Caderno Temático tem como linha de ação proporcionar aos professores de Geografia da EJA, vivência e experimentação de estratégias voltadas ao desenvolvimento de habilidades dos seus alunos, em pesquisa em bancos de dados virtuais disponíveis na rede mundial de computadores; ampliando, dessa forma as possibilidades de compreensão dos alunos da EJA sobre transformações provocadas pelo homem no espaço social, numa perspectiva de aprendizagem significativa. Para tanto, serão realizadas atividades de pesquisa com fotografias aéreas, fotos antigas de Curitiba disponíveis em sites especializados, e utilização da ferramenta de busca de imagens de satélite, Google Earth, visando ampliar as possibilidades de ensino sobre as transformações provocadas pelo homem no espaço social, como agressões ambientais, superpopulação e consequências da urbanização desordenada e da impermeabilização do solo, expressas pelos alagamentos e deslizamentos de terras, dentre outros fenômenos; utilizando-se de imagens e dados estatísticos disponíveis na internet para promover uma análise sobre a dinâmica populacional e suas particularidades. Materiais e Métodos A metodologia empregada neste caderno será do método dialético que compreende o estudo e o debate de uma tese, num processo de articulação teóricoprática, para estabelecer uma antítese e se chegar a uma nova tese – uma síntese (LAKATOS, 1979). Para tanto, serão utilizadas técnicas de trabalho coletivo, indicadas para situações em que se visa à troca de experiências, o debate saudável, a oportunidade de ver o assunto estudado sob a ótica de outros. De acordo com Amaral (2011), são estratégias que “preenchem perfeitamente a expectativa de quem comunga do princípio de que a aprendizagem é um fenômeno social e se enriquece mediante a experiência coletivamente partilhada”, razão pela qual devem ser usadas quando o objetivo é promover um debate sobre temas de relevância. A adoção dessa metodologia aliada a técnicas de trabalho coletivo confere uma abordagem sociocultural à proposta de trabalho, posto que essa objetiva contribuir para a mudança da sociedade. E, nesse sentido, ressalta-se o papel do docente no processo, relativamente à escolha das melhores estratégias de ensino para a tratativa de determinadas questões que exigem um processo reflexivo e amplamente fundamentado para favorecer a análise, a desconstrução de conceitos já superados e sua necessária reconstrução ”para fazer coisas diferentes das que sempre faz” (SILVA et al., 2011, p. 16). Os autores enfatizam as mudanças sociais e culturais como fatos que não ocorrem isoladamente, mas resultam de um trabalho coletivo, no qual os profissionais da educação juntam-se ao processo de desenvolvimento para refletir em grupo; o que requer participação, envolvimento e clima de aprendizagem profissional, tendo por base a compreensão da prática na aula e orientado para facilitar a compreensão e transformação da própria prática (ibidem). Essa abordagem evidencia o caráter transformador da educação, que deve iniciar pela constante atualização dos profissionais da educação, estratégia necessária para que esses possam preparar seus alunos para interagir com o meio em que vivem, e utilizar de forma produtiva e positiva os recursos disponíveis e acessíveis dentro da escola. De forma prática, o trabalho compreende uma pesquisa de campo feita com professores de Geografia que atuam na EJA e pesquisa bibliográfica feita em fontes primárias e secundárias (MARCONI, LAKATOS, 2009); estratégias essas que constituem as bases para o trabalho com professores visando conhecer aspectos gerais de sua prática e informações sobre a dinâmica da sala de aula de Geografia na EJA. A obtenção de informações que permitam delinear um perfil dos professores e sua prática é necessária para a avaliação sobre o aproveitamento dos capacitandos, a ser realizada ao final da intervenção. As oficinas de capacitação serão realizadas em encontros de 4 horas de duração em datas pré-definidas, conforme disposto no Quadro 1. Número de encontros no mês Fev 1 Datas Unidades Temáticas Semana Pedagógica Seção I Apresentação do Projeto Abordagem inicial: 21/03/2014 Levantamento sobre a prática docente em Geografia na EJA 3 28/03/2014 04/04/2014 Abr 3 16/05/2014 Mai 3 Unidade 1: 11/04/2014 25/04/2014 23/05/2014 Seção II AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO (TIS) E O ENSINO DA GEOGRAFIA HUMANA 30/05/2014 06/066/2014 Jun 3 13/06/2014 Unidade 2: 27/06/2014 SENSORIAMENTO REMOTO NO ENSINO DE GEOGRAFIA 04/07/2014 Jul 3 11/07/2014 Apresentação do projeto no Encontro Pedagógico para o 1° Semestre de 2014 Realização da pesquisa com professores de Geografia que atuam na EJA 14/03/2014 Mar Conteúdos 18/07/2014 Tabulação dos dados Coletados Análise e tratamento dos dados: representação gráfica e considerações sobre as repostas elaboradas à luz de Conceitos Atividade 1: A Geografia está na Internet Atividade 2: A Geografia e as TIs Atividade 3: Os desafios à prática docente (de Geografia) na sociedade da Informação Atividade 4: Como trabalhar com fotografias aéreas Atividade 5: O Mosaico como recursos didático-pedagógico Atividade 6: Conhecendo o Google Earth 64 h QUADRO 1 – CRONOGRAMA DAS OFICINAS FONTE: O AUTOR (2013) Seção 2: O uso de novas tecnologias no ensino da Geografia Humana Caro professor, Antes de começar o trabalho de capacitação dos professores que atuam no ensino de Geografia na EJA, torna-se necessário delinear o perfil desses profissionais e conhecer determinados aspectos de sua prática docente, notadamente no que se refere ao uso de recursos tecnológico em sala de aula. O modelo de questionário apresentado na sequência traz uma série de perguntas que o auxiliarão nesse processo. 1) Nome 2) Idade 3) Por gentileza, indique a sua formação educacional: ( ) Licenciatura em Geografia: ano de conclusão _________________________________________ ( ) Pós-graduação na área de sua formação: ano de conclusão ___________________________ ( ) Pós-graduação/Especialização em EJA: ano de conclusão______________________________ ( ) Outros: especificar (curso/ano de conclusão) _________________________________________ 4) Há quanto você é professor de Geografia? 5) Há quanto tempo você atua na Educação de Jovens e Adultos? 6) Qual o seu nível de conhecimento e habilidades no uso de recursos informatizados? ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Bom ( ) Muito bom 7) Em sua prática docente, você faz uso de recursos tecnológicos? ( ) Sim ( ) Nao 8) Se SIM, indique quais os recursos utilizados e a frequência de sua utilização 9) Recursos utilizados: 10) Frequência: ( ) computador ( ) sites educacionais ( ) sempre ( ) fotos ( ) softwares internacionais ( ) raramente ( ) mapas ( ) TV + DVD ( ) nunca 11) Se você respondeu NÃO à pergunta 6, ou “raramente”/“nunca” à pergunta 9, por favor, justifique: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 12) Quanto ao uso da internet por seus alunos, Você poderia dizer que esse é... ( ) Frequente ( ) Muito raro ( ) Esporádico ( ) Nunca 13) Quanto à qualidade das pesquisas feitas por seus alunos, você poderia dizer que essa é... ( ) Satisfatória ( ) Mediana ( ) Baixa Após a aplicação do questionário e do recolhimento das folhas, faça a tabulação dos dados, alocando as respostas de acordo com o número das questões 1 e, preferencialmente, fazendo uma demonstração gráfica dos resultados de forma a permitir uma melhor visualização do perfil da maioria dos professores e da tendência que orienta sua prática docente. Agora sim. Vamos às atividades! 1 Nessa atividade preliminar, excepcionalmente, alguma habilidade no uso de planilha eletrônica e de gráficos é desejável. Unidade 1: As Tecnologias de Informação (Tis) e o ensino da Geografia Humana Atividade 1: Como pesquisar sites na internet Nesta unidade os professores serão orientados para desenvolver habilidades de busca em sites de pesquisa, de forma que possam ensinar seus alunos a realizarem pesquisas mais produtivas e em sites recomendados. Por que esta atividade é importante? Neste primeiro encontro os professores deverão ser sensibilizados para as competências necessárias à participação produtiva no século XXI, o que implica em desenvolver competências na utilização das TIs e, em especial, da Internet. Esses professores serão convidados a refletir sobre as habilidades que acreditam dominar e sobre as que precisar aprimorar para tornar as aulas de Geografia na EJA mais interessantes e para poder ensinar seus alunos de forma clara, objetiva e eficaz a utilizar os recursos da internet, tornando-os, também, autossuficientes nesse campo. Metodologia Para essa atividade o professor deverá apresentar aos seus colegas os conteúdos abaixo descritos, para estudo, reflexão e debate. Em seguida, de forma participativa, os capacitandos deverão apontar o atual cenário de sua escola no tocante ao uso das TIs no ensino de Geografia da EJA, as necessidades existentes nesse contexto e o que precisa ser feito; registrando, individualmente, seus pontos de vistas em produções textuais que integrarão os documentos que servirão de subsídios à avaliação, a ser realizada ao final do ciclo de oficinas. Conteúdos a serem trabalhados nos encontros (fundamentação teórica) Os professores sabem que a sociedade contemporânea tem como sua principal característica o acentuado desenvolvimento tecnológico na área de informação e comunicação, na forma de um processo contínuo e crescente que promoveu transformações no mundo do trabalho, tanto nos sistemas produtivos quanto nas tarefas, exigindo o desenvolvimento de diferentes habilidades. E que assim como a competência em cálculos e o letramento, o domínio da TIs é um requisito básico para acessar esse universo novo que se descortina a cada dia, como bem explica Jose Bernardo Toro 2 (apud Marangon e Lima, 2002) quando estabelece aptidões mínimas para a participação produtiva e a inserção social do ser humano no século XXI. Mas, para desenvolver tais capacidades, o ensino deve ser contextualizado e, nesse sentido, o domínio de tecnologias e linguagens é fundamental, assim como o domínio da leitura e da escrita; a habilidade com cálculos e resolver problemas, analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações; compreender e atuar em seu entorno social; receber criticamente os meios de comunicação; localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada; assim como de planejar, trabalhar e decidir em grupo. Na atualidade, falar em tecnologia de informação implica pensar em termos de internet. E seu uso veio transformar, inclusive, a forma de ensinar e aprender. Por essa razão, o uso da internet como recurso auxiliar no processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos da Geografia Humana é relevante, pois permite o acesso a diferentes fontes de dados e informações e possibilita articulá-las na perspectiva de uma melhor compreensão do mundo. 2 TORO, José Bernardo. Filósofo e educador colombiano, vice-presidente de relações públicas da Fundação Social, entidade civil cuja missão é combater a pobreza na Colômbia. Dirige há oito anos um programa de educação social e preside a Confederação Colombiana de ONGs. No ano de 1997, criou os Códigos da Modernidade, teoria na qual estabelece as capacidades e competências mínimas para participação produtiva no século XXI. No entanto, percebe-se que muitos alunos da EJA não conseguem êxito em suas pesquisas devido à falta de direcionamento que privilegie essa vinculação e facilite a análise populacional e das relações socioeconômicas no espaço, o conhecimento sobre distribuição dos aspectos originados pelas atividades humanas (CHRISTOFOLETTI, 1985, p. 12). Exercícios de revisão e fixação Primeiramente, os professores serão orientados a trabalhar com descritores e qualificadores: termo, descritor do assunto, unitermo ou palavras-chave (GISMONDI, 2013) que orientarão a pesquisa em buscadores como Google e Google Acadêmico. Esses descritores são palavras de livre escolha pelo usuário, que quando combinadas. Por exemplo: Artigo; Geografia; Metodologia de ensino; pesquisa; internet – sempre separadas pelo sinal gráfico: “;” (ponto-e-vírgula). Esse conjunto de descritores relacionados entre si conduzem a pesquisa de forma mais eficientes, ou seja, à obtenção de um número menor de referências bibliográficas, mais estreitamente relacionadas com o objetivo da pesquisa. Os professores deverão experimentar o trabalho de pesquisa com descritores e selecionar, cada um, ao menos três endereços obtidos com essas coordenadas, fazer a leitura dos conteúdos e produzir um resumo indicativo, descrevendo: o autor do artigo; o título; o problema elegido para estudo; objetivo da pesquisa, a metodologia utilizada pelo autor, e os resultados encontrados. Em seguida, divididos em grupos ou individualmente, os professores deverão explorar ao menos 12 dos 36 sites citados abaixo que oferecem conteúdos específicos para o ensino de Geografia: 1. http://www.sogeografia.com.br/ 2. http://www.suapesquisa.com/geografia/ 3. http://www.sobresites.com/pesquisa/geografia.htm 4. http://miltonsantos.com.br/site/de-milton-santos/ 5. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaPeriodicoForm.jsp 6. http://www.alunosonline.com.br/geografia/geografia-humana-brasil.html 7. http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php 8. http://www.uvanet.br/rhet/artigos_setembro_2008/uso_internet.pdf 9. http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia 10. http://www.inpe.br/ 11. http://www.ibge.gov.br/home/ 12. http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/index.htm/ 13. http://mapas.ibge.gov.br/ 14. http://revistaescola.abril.com.br/ 15. http://revistaescola.abril.com.br/geografia/ 16. http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/geografia-conhecimento-meionatureza-sociedade-linguagem-geografica-cartografia-542892.shtml 17. http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/leitura-mapas-paisagens526502.shtml 18. http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/serie-especial-cartografia-636527.shtml 19. http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/mundo-dentro-fora-escola426476.shtml?page=1 20. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia 21. http://www.infoescola.com/geografia/ 22. http://www.mundoeducacao.com/geografia/ 23. http://geografia.uol.com.br/geografia/ 24. http://www.ippuc.org.br/default.php 25. http://planosregionais.ippuc.pr.org.br 26. objetoseducacionais2.mec.gov.br 27. wwwcdbrasil.cnpm.embrapa.br 28. wwwrelevobr.cnpm.embrapa.br 29. www.aguasdoparana.pr.gov.br 30. www.itcg.pr.gov.br,www.inpe.com.br 31. www.ctgeo.com.br 32. http://www.meioambiente.pr.gov.br/ 33. http://www.ipardes.gov.br/ 34. http://tvescola.mec.gov.br/index.php?item_id=5300&option=com_zoo&vie w=item 35. https://maps.google.com.br/ 36. http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_itcg2.html É possível acessar cada um dos 36 sites indicados, copiando o endereço e colando no site de busca (control+C; control+V). Para melhor orientação dos professores, é apresentada uma sequência (passo a passo) que mostra como acessar mapas em sites. Para o exemplo dado, foi utilizado o site oficial de mapas do IBGE (2013). Passo 1: Copiar (no caso, do Caderno Temático), o endereço do site que se deseja pesquisar Passo 2: Colar o endereço copiado no espaço para inclusão do termos desejado para a pesquisa (exemplo: Mapa; Paraná), ou o endereço do site Passo 3: Posiciona-se o mouse sobre o endereço que aparece na tela e clica, confirmando a pesquisa. Abre-se, então, a página de mapas do IBGE (conforme exemplo proposto) e clica na opção “Mapas Físicos” Passo 4: Clica na opção “Estaduais” Passo 5: Abre a lista de opções, organizada pelo nome dos estados da federação (em ordem alfabética). Passo 6: Clica na opção “Paraná”. Passo 7: Para baixar o mapa, pode-se fazer o download do documento diretamente no computador (com os comandos disponibilizados pelo aplicativo de PDF instalado na máquina); ou fazendo uma captura de tela utilizando o recurso ”print screen” do teclado e colar em documento próprio. Depois desse exercício de experimentação, os professores deverão organizar ao menos uma atividade para seus alunos (plano de aula padrão), utilizando os recursos do site visitado; explicitando os objetivos educacionais a serem atingidos; a metodologia de trabalho; as atividades a serem propostas e a forma de avaliação. Enseja-se, assim, a reflexão do professor sobre como utilizar sites disponíveis na internet para tornar suas aulas mais interessantes aos alunos e agregar valor ao trabalho didático a partir do uso de informações disponíveis na rede mundial de computadores. Atividade 2: A Geografia e as Tis Nesta atividade, os professores terão a oportunidade de se aproximar de conceitos da Geografia, a partir de uma visão mais atual, alinhada com as transformações sociais e tecnológicas. Porque essa atividade é importante? Ressignificar o ensino da disciplina a partir do ingresso das TIs nos ambientes educacionais, despertando para a importância de introduzir esse recurso nas suas aulas e ensinar aos seus alunos formas de obter o maior proveito com o uso desses recursos. Metodologia Os professores capacitandos deverão ser orientados a estudar a fundamentação teórica constante no tópico abaixo, a refletir sobre as questões ali colocadas e sobre a necessidade de rever sua prática docente, considerando a importância de atualizar-se e de instrumentalizar-se – no sentido de desenvolver competências específicas – para oferecer aos seus alunos, maiores e melhores condições de exploração dos conteúdos, sempre na perspectiva da aprendizagem significativa, utilitária, capaz de promover a redescoberta do próprio meio e ensejar diferentes formas de interpretação dessa realidade. Como de praxe, essa conscientização deverá emanar do próprio grupo, numa perspectiva dialética, tal como se observa na metodologia de ensino adotada para a Educação de Jovens e Adultos. Após, a leitura, reflexão e debate, os professores capacitandos deverão registrar suas conclusões em produções textuais, as quais integrarão os documentos avaliativos, ao final do processo. Conteúdos a serem trabalhados nos encontros (fundamentação teórica) Entender o espaço geográfico é fundamental para compreender e analisar a organização e a realidade social, sua configuração espacial (OLIVEIRA et al., 2013). Analisando o desenvolvimento da sociedade da informação, Vlach (2007, p. 3), destaca que “desde a institucionalização da sociedade capitalista e moderna, a ciência produziu muito conhecimento sobre o mundo, aí incluída a civilização que o homem estava disseminando pela superfície da Terra [...]”; contexto no qual a Geografia moderna se afirmou como recurso fundamental para a “descrição científica do território e seu mapeamento cartográfico”, ou seja, para a “organização do espaço geográfico, qualquer que fosse a sua escala” (ibidem). A participação do homem no espaço onde vive e interage é compreendida tanto na ótica da Geografia 3 Física quanto na Geografia Humana, como explica Silva (apud PARANÁ, 2008, p. 52), para quem o objeto de estudo da Geografia é espaço geográfico “[...] entendido como interdependente do sujeito que o constrói”. Na ótica do autor, é preciso reconhecer e compreender a relação entre o homem e o objeto, no caso o espaço físico, “[...] entendendo-os como dois polos no processo do conhecimento”. Assim, o ensino de Geografia, na perspectiva do homem, deve, [...] proporcionar alternativas para a elaboração de “raciocínios geográficos” a todos os cidadãos na escola, na perspectiva de contribuir na compreensão de problemas do mundo atual, muitos dos quais estão ligados à convivência social no seu sentido mais amplo. Lembrando que a Terra é o planeta vivo e da vida, entende-se que tal convivência coloca em relação indivíduo-sociedade-natureza, com tudo o que isso comporta em termos de diversidade, desigualdade, contradição, harmonia, etc (VLACH, 2007, p. 4). Para compreender o espaço geográfico, suas transformações e a participação do homem nesse processo, faz-se necessário colocar algumas questões básicas: ______________________ 3 SILVA, M. C. T. da O método e a abordagem dialética em Geografia. Revista Geografia. Campo Grande: Editora UFMS, set/dez 1995; citado in Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Geografia, Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Curitiba, 2008. Onde? Como é este lugar? Por que este lugar é assim? Por que aqui e não em outro lugar? Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico? Qual o significado deste ordenamento espacial? Quais as consequências deste ordenamento espacial? Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros? (PARANÀ, 2008, p. 52). E para responder a essas perguntas, para alcançar o conhecimento a elas relacionado, torna-se necessário lançar mão de recursos que possibilitem o acesso a dados, estatísticas e imagens. Condição essa proporcionada com larga vantagem em relação aos livros, por exemplo, pela internet, porque seus recursos ampliam a gama de informações disponíveis, oferecem atualizações de dados em tempo real; além de possibilitar a análise crítica desses conteúdos, afastando-se de conotações políticas ou pessoais que podem deturpar a essência das informações. A pesquisa pela internet enseja a reflexão sobre o assunto porque a forma como os temas são abordados e sua correlação com outros conteúdos – por exemplo, por meio de tags (termo utilizado na concepção em inglês da palavra, para determinar marcadores ou palavras-chaves), ou de indicações do tipo “quem lei isso também poderá gostar de ler...” – recursos que propiciam novos acessos, desdobramentos na pesquisa e aprofundamentos no estudo sob um viés interdisciplinar, o que seria praticamente impraticável no ambiente não virtual. Exercícios de revisão e fixação Promover a pesquisa documental em sites especializados em registro do patrimônio histórico e cultural, para que os professores possam utilizar-se desses recursos com seus alunos em sala de aula, diversificando as possibilidades de exploração de acervos físicos e virtuais de imagens em prol da construção de conhecimentos geográficos. Passo 1: Digitar no campo apropriado do buscador, as palavras-chave que podem conduzir ao que se que pesquisar; como no exemplo, a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC-PR), onde serão procurados mapas e informações sobre o patrimônio natural do estado. Passo 2: Uma vez aberto o portal da SEEC, busca-se no site, o link para acesso aos dados sobre o Patrimônio Cultural, onde estão armazenados os dados do patrimônio paranaense. Passo 3: Abre-se o link da Coordenação do Patrimônio Cultural da SEEC-PR e, nesse seleciona-se a categoria Patrimônio Natural. Passo 4: Na página do Patrimônio Natural, seleciona-se, por exemplo, a Baía de Paranaguá, a segunda maior baía do Brasil. Passo 5: Selecionada a opção Baía de Paranaguá, abre-se o mapa com a divisão física do litoral paranaense. É importante destacar aos professores capacitandos que toda e qualquer pesquisa se inicia com a escolha das palavras-chave/descritores maia adequados ao que se quer obter com a procura, e com uma rápida reflexão sobre onde determinados dados podem estar armazenados. A primeira busca traz milhares de opções e as mais relevantes devem ser acessadas, pois na maioria das vezes contém subsídios para uma nova pesquisa o refinamento. Esse é um procedimento padrão que se repetirá a cada nova pesquisa, mas, na medida em que as tentativas se sucedem, as habilidades do pesquisador se desenvolvem, essa passa a reconhecer sites pouco confiáveis e a optar por fontes fidedignas. Atividade 3: Os desafios à prática docente (de Geografia) na sociedade da informação Por que essa atividade é importante? Considerando que poucos professores dominam as ferramentas de TI é preciso reafirmar a importância do papel mediador do professor no processo de ensino e aprendizagem de Geografia e a necessidade desses profissionais se atualizarem para obter o máximo de aproveitamento desses recursos. É preciso destacar aos professores que esse é um dos desafios contemporâneos à prática docente dessa disciplina, haja vista que esses recursos já estão disponíveis e não se pode negar aos alunos a possibilidade de seu uso, permitindo, dessa forma, que a qualidade do ensino oferecido pela escola seja nivelado por baixo, quando tantos outros alunos já usufruem esse recurso e têm ampliadas as suas condições de aprendizagem. Metodologia Como de costume, os professores receberão o texto “O uso de tecnologia no ensino de geografia: experiência na formação de professores” 4, de autoria de Maria Madalena de Aguiar Cavalcante e Ana Solange Biesek, e para estudo, análise e debate entre si; ensejando assim um processo participativo de reflexão que possibilitará a internalização de conceitos e, como consequência, a construção de conhecimentos que subsidiarão uma prática docente mais alinhada à realidade contemporânea. Como se trata de texto mais extenso que os anteriores, os professores poderão organizar-se em duplas ou trios para estudar os conteúdos e debatê-los internamente no grupo; formulando, em seguida, uma síntese acerca dos pontos principais, das reflexões que surgiram e das considerações acerca do tema proposto. _______________________ 4 Disponível em http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT5/tc5%20(84).pdf Em seguida, esses pareceres deverão ser socializados aos demais e os pontos divergentes analisados uma última vez e alinhados, possibilitando o nivelamento do conhecimento. Esses registros, devidamente identificados, deverão ser recolhidos após o término dos trabalhos, pois integrarão os documentos avaliativos, ao final do processo. Conteúdos a serem trabalhados nos encontros (fundamentação teórica) Em estudo sobre o uso de tecnologia no ensino de Geografia, Cavalcante e Biesek (2009, p. 1- 2) analisam os avanços das inovações tecnológicas em todas as áreas do conhecimento e, no que se refere à Geografia, destacam os sistemas de informação e processamento de dados, os quais exigem níveis de conhecimentos cada vez mais desenvolvidos na prática da formação profissional e, consequentemente no cotidiano escolar enquanto componente pedagógico e técnico; notadamente no que se refere a dados estatísticos censitários, índices sociais e imagens, dentre tantos outros que podem ser manuseados em busca de informações específicas. A utilização de software para o processamento de informações espaciais, dados estatísticos e imagens digitais enquanto recurso pedagógico e operacional na Geografia auxilia na interpretação da realidade social. Os avanços da ciência e das inovações tecnológicas têm sido consideráveis e exigem, cada vez mais, níveis de escolarização e conhecimentos especializados em diversas áreas. As tecnologias da informação e comunicação ingressam no processo de ensino e de aprendizagem, enquanto materiais de apoio (CAVALCANTE, BIESEK, 2009, p. 3). Mas, é prudente ressaltar que embora os recursos da tecnologia da informação e comunicação estejam cada vez mais disponíveis, é preciso saber utilizá-los para obter o máximo de aproveitamento, e esse pode ser um grande desafio para muitos professores que pouco dominam tais ferramentas. Essa é a opinião de Banhara (2008, p. 16) quando afirma que [...] não podemos falar da utilização da tecnologia da informática na educação sem abordarmos a questão da aprendizagem. A informática tem um papel relativo neste processo tendo em vista ser apenas um instrumento que irá auxiliar na aprendizagem do aluno. Não é a tecnologia que vai resolver ou solucionar o problema educacional no Brasil. Poderá colaborar, no entanto, se for usada adequadamente, para o desenvolvimento educacional de nossos alunos. Ao incorporar a tecnologia em suas aulas, o professor deverá primeiramente dominar o conteúdo e possuir uma prática escolar democrática para viabilizar a construção de conhecimento. Esse saber, independente das tecnologias, servirá como um instrumento a mais para o professor criar novos espaços de atuação e interação, para aluno utilizar esses recursos na sala de aula. A partir desta constatação, professor e aluno poderão criar situações de aprendizagens significativas mediadas pelas novas tecnologias. Analisando esse aspecto, Nunes, Rivas (2013) destacam que as novas linguagens interativas exigem o desenvolvimento de novas habilidades no ensino de Geografia. A velha linguagem passou a ser ocupada por uma nova linguagem, onde palavras de ordem como interdisciplinaridade, projetos, linguagem contextualizada e reflexiva passaram a ordem do dia, porém, com processos metodológicos da educação tradicional que continuavam a priorizar metodologia de conteúdos fragmentados em sala de aula. Como a linguagem se apresenta renovada é necessário o domínio de novos conhecimentos e práticas pedagógicas que empreguem ferramentas as mais diversas. O profissional terá que perceber as relações sociais, econômicas, políticas e culturais em que o processo educacional ocorre e deverá atuar como agente de transformação da realidade em que se insere, assumindo seu papel de educador através de uma prática de ensino que favoreça a inclusão e participação efetiva do educando na construção de uma sociedade mais justa (NUNES, RIVAS, 2013, p. 1). Trata-se de um conjunto de habilidades que podem ser compreendidas como um novo desafio que se coloca à prática docente na atualidade. Moreira e Ulhôa (2009) enfatizam a temática na perspectiva do ensino em Geografia, destacando a importância de desvendar o papel da escola e dos professores frente às necessidades das crianças e dos jovens no mundo midiático, haja vista que as habilidades sensoriais, perceptivas e cognitivas envolvidas nos processos e no ato de ler e de compreender o mundo, vêm se transformando ao longo dos tempos, impulsionadas principalmente pelo desenvolvimento técnico e tecnológico. Nesse sentido, o leitor da contemporaneidade se caracteriza a partir de sua interação com ambientes virtuais proporcionada pelo desenvolvimento dos meios de telecomunicações e da informática. Por isso, conforme explicam Moreira, Ulhôa (2009, p. 70) esses indivíduos passam a ser definidos como “ [...] o leitor de uma linguagem universal, que navega por meio de um clique de mouse pelo mundo labiríntico da Internet, pelo ciberespaço 5 Nunes, Rivas (2013) explicam que o surgimento dessa nova linguagem exigiu que se revalidassem as formas de comunicação anterior, adaptando-as ao novo contexto atual, o que praticamente obriga os comunicadores e, principalmente, os professores, a reaprenderem a arte de se comunicar e de dar aula, fazendo amplo uso de elementos específicos como computador, DVD, CD e softwares, de forma a alcançar não apenas o objetivo de comunicar, mas, principalmente, captar a atenção e a curiosidade do receptor da mensagem – no caso, o aluno. Como a linguagem se apresenta renovada é necessário o domínio de novos conhecimentos e práticas pedagógicas que empreguem ferramentas as mais diversas. O profissional terá que perceber as relações sociais, econômicas, políticas e culturais em que o processo educacional ocorre e deverá atuar como agente de transformação da realidade em que se insere, assumindo seu papel de educador através de uma prática de ensino que favoreça a inclusão e participação efetiva do educando na construção de uma sociedade mais justa (NUNES, RIVAS, 2013, p. 2). Moreira e Ulhôa (2009) explicam que nessa nova lógica de linguagem, o novo leitor, não segue, necessariamente, uma sequência linear para a leitura de um texto, repassando páginas por página numa sequência numérica ou prédeterminada, e ele até pode fazer isso, como também pode se apoiar num sistema 6 de multimídia para obter um número ilimitado de informações sobre o tema que deseja pesquisar e conhecer – recurso que é conhecido como hipertexto, uma vez que é constituído por “camadas de documentos interligados que funcionam como páginas não numeradas que o navegador pode selecionar de acordo com seu interesse” (MOREIRA, ULHÔA, 2009, p. 70-71). 5 Pierre Levy (2008) considera o ciberespaço ou rede não apenas a infraestrutura informática, mas também as relações entre as pessoas que interagem neste ambiente. A interação entre as pessoas no ciberespaço cria novas formas de comportamentos, de linguagem, de atitudes, de valores, de práticas e costumes que este autor denomina de cibercultura. 6 Apesar de ainda não haver um consenso sobre o seu significado, na atualidade o termo multimídia está, amiúde, associado às várias combinações de texto, gráfico, imagens fixa e animada, som e vídeo, com o propósito de facilitar a comunicação, ou seja, é a integração simultânea de dados em diferentes formas de mídia para veicular informação e transmitir uma mensagem para um público específico. (VAUGHAN, 1994; PETERSON, 1999). Como se pode perceber, as possibilidades que se desenham nessa perspectiva podem ser infinitas e, exatamente por isso, os alunos precisam se orientados para uma pesquisa delimitada, a partir de objetivos bem definidos. Sobre esse aspecto, Nunes, Rivas (2013, p. 2), destacam que [...] o professor deve ser o mediador do aprendizado impedindo a dispersão do estudante em um meio tão estimulante que é o digital. O uso da linguagem geográfica contextualizada e reflexiva contribui para o entendimento dos cotidianos dos diversos lugares, pois isso nada mais é do que as relações sociais, políticas e econômicas de um lugar específico, resultante de uma determinada história de pessoas que criam e ressignificam pertencimentos próprios dentro de uma esfera globalizante. A dinâmica da interatividade e da simultaneidade interliga técnicas que exercem funções diversas e a cultura digital se intensifica com a disseminação de instrumentos e aparatos tecnológicos que se amalgamam às práticas cotidianas. Por outro lado, é preciso que os alunos sejam orientados sobre o que procurar, onde pesquisar e, sobretudo, a selecionar as fontes de pesquisa, como bem destacam Nunes, Rivas (2013, p. 3), para quem [...] o ensino na contemporaneidade exige não uma lista interminável de conteúdos, mas sim a apropriação de um saber prático que faça o aluno entender o lugar onde vive e suas relações de poder para compreender o mundo que o cerca. Para que a prática de uma Geografia interativa aconteça, alunos e professores necessitam dominar todo um novo conceitual tecnológico e saber onde buscar fontes de pesquisa. Mas, para que isso aconteça, o professor deve estar inteirado dos recursos e possibilidades das tecnologias e informação e comunicação, daí a afirmação das autoras acerca da necessidade de [...] ampliar o debate acerca do ensino de Geografia e da formação docente nessa área, reconhecendo a tecnologia multimídia como linguagem que pode potencializar ou limitar a compreensão de mundo por parte dos alunos, dependendo da maneira que for conduzida nos ambientes de ensino-aprendizagem presencial ou virtual. [...] porque o professor é o “caminho” pelo qual as informações se transformam em conhecimento. As informações podem ser veiculadas por diferentes mídias, mas o conhecimento deve ser construído com o auxílio do professor (MOREIRA, ULHOA, 2009, p. 78). Nunes, Rivas (2013, p. 3), observam, nesse sentido, que o objetivo maior do ensino da Geografia no cenário atual deve ser o de dominar a prática interativa ligada a conteúdos contextualizados de forma a possibilitar a construção de uma transposição didática, dinâmica e democrática dos conteúdos. Contudo, o problema não está no âmbito conceitual, mas em sua operacionalização, como bem destacam os autores, quando afirmam que [...] o problema se enraíza na disseminação e apropriação desigual desses instrumentos tecnológicos e por isso, é imprescindível que se faça uma inquirição acerca do acesso a essas novas tecnologias e das formas que as mesmas são apropriadas. Somente o acesso não garante um uso didático dos aparatos tecnológicos e nem que a inclusão digital ocorra em larga escala. Está criado o impasse, pois quando realmente ocorrer a inclusão digital e a educação se tornar interativa nas escolas, o aluno fará parte da construção do seu saber ao interagir com o professor e indicar a este os caminhos da aplicação, principalmente da internet. É nesse sentido que Moreira e Ulhoa (2009, p 78) ressaltam que “a tecnologia, por si só, não é libertadora”; e de fato não o é, mas entende-se ser interessante observar - complementando esse pensamento – que a tecnologia passa a libertar a partir do momento em que se consegue dominá-la e, para tanto, alunos e professores precisam aprender sobre ela. E mais ainda os professores, pois esses é que farão dessa habilidade uma ferramenta para auxiliar o aluno no processo de descoberta e de construção de novos conhecimentos, conceitos esses que se alinham ao estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº. 9394/96, que em seu Art. 67, Título VI, determina que “a formação de profissionais da educação [...] terá como fundamentos: I) a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço” (BRASIL, 1996). Exercícios de revisão e fixação Produção de resenha crítica sobre o conteúdo trabalhado no tópico, refletindo sobre as formas tradicionais de ensinar Geografia e a necessidade de adequar-se às novas determinantes ditadas pela presença das tecnologias de informação no ambiente educacional. Isso implica apontar, de forma clara, as facilidades (habilidades já desenvolvidas) ou dificuldades (desafios) que o professor (individualmente) encontra nesse processo e quais habilidades precisa desenvolver para estar apto a usufruir os benefícios que as tecnologias proporcionam no ambiente educacional. Unidade 2: Sensoriamento remoto no ensino de Geografia Atividade 4: Como trabalhar com fotografias aéreas Os professores capacitandos precisam inteirar-se dos recursos que vêm sendo utilizados no ensino de Geografia e, dentre eles, o sensoriamento remoto se destaca por constituir um avanço significativo, pois possibilita aos alunos estudar o espaço geográfico da sua própria região, graças às imagens de satélite. Por que esta atividade é importante? A partir desse recurso torna-se mais fácil, para professores e alunos, reconhecer conceitos e categorias de espaço geográfico, território, paisagem e lugar, e saber identificá-los com a área; compreender a importância dos mapas para a leitura de paisagens e reconhecer os diversos locais que constituem o mundo, além de proporcionar a compreensão do espaço geográfico e seus elementos do cotidiano do aluno e da escola, já que o material didático utilizado em sala os exemplos utilizados são de outros lugares que não a realidade vivenciada pelo estudante. Metodologia Os conceitos que fundamentam a teoria sobre a importância do sensoriamento remoto no ensino da Geografia, em especial na perspectiva humana, constam dos textos abaixo organizados, os quais serão entregues aos professores cursistas para leitura e estudo e posterior debate. Logo em seguida, esses deverão ser orientados a registrar na forma de um resumo, os aspectos mais importantes desse conteúdo, e uma síntese de suas reflexões pessoais acerca do tema proposto. Esses registros deverão ser socializados para o grupo visando assim o nivelamento do conhecimento. O professor que estará moderando a capacitação deverá reunir esses documentos e organizá-los em pasta própria, pois, adiante, ao final dos trabalhos de capacitação, servirão como elementos para a avaliação acerca do aproveitamento. Conteúdos a serem trabalhados nos encontros (fundamentação teórica) Segundo os estudos de Cazetta (2003, p. 210), dentre as diversas formas de representação do espaço geográfico, o Sensoriamento Remoto se destaca por possibilitar “coleta de informações a distância da superfície da Terra, por meio de dispositivos acoplados a plataformas aviões, satélites etc., envolvendo tanto o registro da informação como também a sua interpretação”. O uso do sensoriamento remoto nas aulas de Geografia é um avanço significativo na educação escolar, tendo em vista que os alunos se sentem motivados em estudar o espaço geográfico da sua própria região, graças às imagens aerofotogramétricas ou obtidas por satélite E, a partir desse recurso, tornase mais fácil para os alunos reconhecer conceitos e categorias, tais como espaço geográfico, território, paisagem e lugar, e saber identificá-los com a área; conhecer a importância dos mapas como leitura de paisagens e suas várias escalas; saber diferenciar seu lugar dos diversos locais que constituem o mundo; perceber como a comunidade se identifica com os lugares e se apropria deles; desenvolver postura crítica em relação ao comportamento da sociedade e à apropriação e interação das pessoas com os lugares, dentre outros (MACHADO, SAUSEN, 2004, p. 4). No entanto, como bem observa Cazetta (2003), a utilização desse recurso exige aprofundamentos teórico-metodológicos sobre como inseri-los no ensino e na aprendizagem de Geografia, pensada como saber escolarizado e, para isso, os professores precisam ser capacitados, de forma a conduzir os alunos à articulação de conceitos teóricos com imagens e a compreensão acerca de determinado tema ou assunto. Uma forma de trabalhar as imagens de satélites, captadas pelo Google Earth ou a partir de fotografias aéreas verticais – aerofotogrametria, é a elaboração de “croquis (mapas rústicos) de uso urbano e uso rural do território a partir desse tipo de fotografia” (CAZETTA, 2003, p. 212). A autora explica que para selecionar as fotografias aéreas verticais são utilizados dois critérios: o funcional e o socioeconômico, pois esses são os fatores que comandam os diferentes usos do território e, a relação entre esses dois critérios está impressa na fotografia. Por meio dessas imagens os alunos podem realizar uma leitura do espaço geográfico e sua (des)organização, considerando o padrão de adensamento das áreas construídas, das áreas verdes e dos terrenos vazios; sendo que a fotointerpretação por meio desses elementos torna-se possível por conta de elementos que são “chaves de interpretação” como tonalidade, textura, forma, tamanho, feições associadas aos terrenos, dentre outros aspectos, inclusive o que se refere às características que permitem reconhecer/distinguir o uso urbano do uso rural; e, com base nesses traços, tem-se uma primeira aproximação deste conceito cuja aplicação à realidade percebida, possibilita inúmeras articulações, correlações e novas descobertas (CAZETTA, 2003, p. 213-214). Exercícios de revisão e fixação Os professores cursistas deverão assistir aos slides “Geotecnologias e Geografia”, produzida pela Prof, Elaine de Cacia de Lima Frick, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná para curso ofertado aos professores PDE de Geografia em 2013, que pode se acessado posicionando o mouse sobre o ícone mostrado abaixo (Adobe), à esquerda (control+clique para seguir o link), que conduz ao link para acesso ao conteúdo. GEOTECNOLOGIAS_GEOGRAFIA.pdf 5850K Visualizar Baixar Depois de assistir ao conjunto de slides, os professores receberão um conjunto de fotografias aéreas antigas e recentes do entorno do colégio, baixados do site do IPPUC7 para que eles identifiquem as transformações geográficas ocorridas. Também deverão acessar o site do Instituto Águas PR8, buscando por imagens do ano de 2000 comparando-as com a imagem mais recente do Google Earth. ___________________ __________________ 7 - Disponível em: http://www.ippuc.org.br/default.php 8 – Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=instituto+%C3%A1guas+paran%C3%A1&oq=instituto+%C3%A1guas+&a qs=chrome.1.69i57j0l5.6741j0j4&sourceid=chrome&espv=210&es_sm=93&ie=UTF-8 Atividade 5: O Mosaico como recurso didático-pedagógico O Mosaico é formado pelo conjunto de imagens de uma determinada área, recortadas e montadas técnica e artisticamente, de forma a dar a impressão de que todo o conjunto é uma única imagem. Por que esta atividade é importante? Essa atividade é importante porque possibilita compreender a parte como integrante do todo e o todo em suas especificidades evidenciadas na parte. Trata-se de uma metodologia adequada para o trabalho com imagem, pois permite inúmeras combinações; e os professores precisam inteirar-se de suas possibilidades e formas de utilização para replicá-las em sala de aula com seus alunos. Metodologia Os professores serão orientados a levantar imagens do Google de diferentes partes da cidade de Curitiba: Catedral Metropolitana, Rua São Francisco, Praça Santos Andrade e Rua 13 de Maio (centro antigo da Capital). E, com esses materiais em mãos, promover do ajuste de detalhes a partir das fotografias adjacentes. Os professores serão alertados para o fato de que, nesta etapa, será feito um mosaico não controlado, ou seja, sem controle de terreno e as fotografias não são corrigidas. Em seguida, os cursistas deverão produzir textos descrevendo os aspectos significativos dessa prática e as possibilidades de sua operacionalização com os alunos em sala de aula. Conteúdos a serem trabalhados nos encontros (fundamentação teórica) O mosaico é uma forma de representação cartográfica por imagem, que se utiliza de várias e diferentes imagens ou fotografias aéreas de uma determinada área, recortadas organizadas de modo a constituir-se em uma única imagem (IBGE, 2013). De acordo com as características com que é trabalhado técnica e artisticamente, o mosaico pode ser controlado, não controlado ou semi-controlado: Controlado - é obtido a partir de fotografias aéreas submetidas a processos específicos de correção de tal forma que a imagem resultante corresponda exatamente a imagem no instante da tomada da foto. Essas fotos são então montadas sobre uma prancha, onde se encontram plotados um conjunto de pontos que servirão de controle à precisão do mosaico. Os pontos lançados na prancha tem que ter o correspondente na imagem. Esse mosaico é de alta precisão. Não-controlado - é preparado simplesmente através do ajuste de detalhes de fotografias adjacentes. Não existe controle de terreno e as fotografias não são corrigidas. Esse tipo de mosaico é de montagem rápida, mas não possui nenhuma precisão. Para alguns tipos de trabalho ele satisfaz plenamente. Semicontrolado - são montados combinando-se características do mosaico controlado e do não controlado. Por exemplo, usando-se controle do terreno com fotos não corrigidas; ou fotos corrigidas, mas sem pontos de controle (IBGE, 2013). Adotar metodologias de ensino que favoreçam ao aluno manusear dados e imagens é uma estratégia que se alinha aos conceitos defendidos por Vieira (2013), quando afirma que é preciso inovar a Geografia e torná-la interessante e crítica, instigante à a curiosidade dos alunos e aproximando-os da realidade que os cerca. Exercícios de revisão e fixação Para exercitar a prática de atividades de pesquisa e colagens de imagens, os professores serão orientados a pesquisar imagens de Curitiba no Google Earth e salvá-las com sobreposição entre elas, utilizando para isso o aprendizado e as habilidades desenvolvidas nas Atividades I e II - quando foram orientados sobre a maneira de proceder às pesquisas, numa forma de articulação teórico-prática aplicada para a realização da atividade ora proposta. Isso implica em selecionar as palavras-chave mais adequadas para atingir os objetivos da pesquisa, selecionar sites e fontes fidedignas e definir o que buscar nesses sites (textos, dados, imagens, etc). Com o material reunido, os professores deverão formar o mosaico. Em seguida deve-se proceder da seguinte forma: 1º- Sobrepor os excessos das imagens colando as pontas com durex; 2º- Eliminar a sobreposição (através de recorte), deixando as imagens justapostas (ou seja, encaixadas como peças de um quebra-cabeça); 3º- Colar o mosaico numa cartolina e fazer o layout, com informações como título, legenda dos elementos reconhecidos, fonte, elaboração e indicação de norte; Agora que os professores já aprenderam como confeccionar o mosaico, podem compor um mosaico (como no exemplo mostrado na Figura 1), sobre o qual deverão trabalhar com a localização da escola, dos pontos de interesse (ruas, hospital, escolas, supermercados, comércio, igrejas) identificando e criar uma legenda. FIGURA 1 – MOSAICO AEROFOTOGRAMÉTRICO FONTE: O AUTOR (2013) Com base nesse modelo e nas habilidades desenvolvidas coma realização das Atividades I e II, os professores deverão buscar em sites da Internet fotos antigas e atuais de Curitiba; tomando como palavras-chave/descritores da pesquisa: Curitiba; aerofotogrametria; fotos aéreas; fotos antigas. Assim que os resultados aparecerem na tela, os professores deverão dar prioridade para sites especializados em registro do patrimônio histórico e cultural que mostram fotos antigas da capital (centro antigo), nos seguintes pontos: Catedral Metropolitana Rua São Francisco Praça Santos Andrade Rua 13 de Maio Para conferir maior significado à atividade, os professores deverão ser orientados a proceder ao levantamento de fundamentação teórica sobre a abordagem dada ao trabalho, elementos esses necessários à organização de uma linha do tempo com fotos antigas de Curitiba. Atividade 6: Conhecendo o Google Earth Os professores de Geografia precisam refletir sobre seus conhecimentos acerca da ferramenta Google Earth e deliberar sobre a necessidade de desenvolver habilidades específicas nesse campo e assim obter o máximo de resultados. Por que essa atividade é importante? Esses professores precisam ser despertados para a importância de dominar os recursos tecnológicos, sempre na perspectiva de formação continuada. Metodologia Os professores deverão ser sensibilizados sobre a importância de orientar os alunos para a utilização da internet em atividades complementares às aulas de Geografia na EJA, possibilitando assim sua preparação para a realização de pesquisas em ambientes virtuais e a apreciação crítica dos conteúdos. Mas, essa conscientização deverá emanar do próprio grupo, numa perspectiva dialética, tal como se observa na metodologia de ensino adotada para a Educação de Jovens e Adultos. Portanto, para essa atividade será apresentado aos capacitandos um breve resumo sobre os recursos utilizáveis para o uso educacional do Google Earth – constante no tópico abaixo, cujo material será estudado e debatido. Em seguida, de forma participativa, os capacitandos deverão descrever como percebem suas habilidades no uso dessa ferramenta e sobre a importância dessa competência para sua prática pedagógica. Conteúdos a serem trabalhados nos encontros (fundamentação teórica) Cada vez mais vem sendo explorado nas escolas o uso de imagens de satélite, uma ferramenta de ampla utilização, pois possibilita levantamentos de dados relacionados à ocupação dos espaços geográficos e à atividade humana, em todos os sentidos. Godinho (2013) alerta, contudo, que uma proposta de trabalho com os recursos de sensoriamento remoto na escola não se limita a uma mera transferência mecânica de informações, mas deve servir como recursos para análise, estudos, reflexão e, como consequência desse processo, construção de conhecimentos e mudança atitudinal e comportamental. Com o advento das modernas técnicas espaciais, dentre elas os satélites artificiais, tornou-se possível visualizar a Terra através da coleta de diferentes dados e da obtenção de imagens da sua superfície, por meio de sensores remotos. Os dados que são gerados pelos diversos sensores remotos, sobretudo os que estão a bordo de satélites, segundo Santos (1998), têm servido de base para o desenvolvimento e realização de projetos associados às atividades humanas no mundo inteiro e em diversas escalas, além de auxiliar em relação a ocupação dos espaços geográficos, favorecendo a realização do planejamento sócio econômico ambiental sustentável. Devido a sua importância para o mundo moderno, compreende-se que todo o conhecimento produzido e acumulado sobre a utilização destas técnicas deva servir para sanar as dificuldades e crimes ocasionados contra todo o meio-ambiente e boa parte da superfície da Terra. Utilizar os recursos técnicos para alavancar, em sala de aula, estudantes mais conscientes e críticos em relação à preservação do Planeta, pode e deve ser o marco referencial da educação neste século (GODINHO, 2013, p 2). O autor destaca, ainda, que a nova sociedade da informação exige dos alunos constante atualização e a busca de novas formas de saber, e essa é uma necessidade principalmente para professores, pois são os responsáveis por mediar o uso dos recursos tecnológicos no contexto da educação. Pode-se afirmar que as exigências educacionais deste início de século, bem como o verdadeiro sentido do vocábulo “educação”, impõe a ideia de incluir no projeto de ensino o recurso do sensoriamento remoto que se constitui numa oportunidade de aproveitar seu vasto potencial de uso e aplicações para a compreensão da dinâmica do processo de intervenção/repercussão das relações sociais no equilíbrio/desequilíbrio do meio ambiente, permitindo ultrapassar uma perspectiva de abordagem restrita às ciências da natureza, comum na abordagem desta questão, e avançar na perspectiva das ciências sociais e da pedagogia da comunicação. [...] A utilização da tecnologia de sensoriamento remoto na escola, sendo uma tecnologia ainda desconhecida de muitos educadores, fez-se necessário uma orientação técnica para promover motivação para um novo aprendizado, disponibilizar fundamentação teórica, apresentar materiais e recursos disponíveis, mostrar exemplos do uso dessa tecnologia na educação básica e apresentar algumas sugestões de atividades dentro do conteúdo programático, de forma a preparar os professores para o uso da ferramenta como recurso didático (GODINHO, 2013, p. 5). Os conceitos reunidos neste tópico evidenciam a necessidade de os professores desenvolverem habilidades específicas que possibilite fazer uso dos diferentes recursos, como o Google Earth e o sensoriamento remoto numa perspectiva pedagógica. Isso porque, com o domínio dessa ferramenta, torna-se possível conduzir os processos educacionais em sala de aula e/ou laboratório, de forma cada vez mais produtiva, criativa e esclarecedora. Exercícios de revisão e fixação Os professores serão orientados a explorar os recursos do Google Earth, a partir de referenciais comuns, como: a escola, a igreja do bairro, localização de bancos e outros pontos de referência. Sobre as imagens impressas, os professores deverão sobrepor folhas de papel vegetal ou de desenho (papel seda) e registrar o tracejado dos itinerários que costumam realizar. Espera-se, com essa atividade; favorecer o desenvolvimento de habilidades que levem à competência no uso dessas ferramentas, de forma que possam repassar aos seus alunos e conduzi-los nas mesmas incursões do ambiente virtual do Google Earth, e por meio desse recurso, identificar e analisar as transformações provocadas pelo homem no espaço social, dentre tantos outros aspectos que podem ser percebidos e estudados a partir dessa perspectiva. REFERÊNCIAS AMARAL, Ana L. 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