sil, mas da eco no mia dos pa í ses do Mer co sul

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Maio de 2001
DIÁRIO DO SENADO FEDERAL
sil, mas da economia dos países do Mercosul. Louvo
ainda mais V. Exª, que entende dessa área e por falar
como um Ministro da Agricultura no Brasil.
O SR. OSMAR DIAS (Blo co/PSDB – PR) – Se na dor Casildo Maldaner, é bom que V. Ex.ª tenha participado desse esforço – que deve ser conjunto – porque o
seu Esta do con ti nua li vre e sem va ci na ção. Eu, se fos se
Ministro, adotaria uma posição de cautela neste momento, porque a questão não é, no meu entendimento,
re tro ce der, mas sim evi tar que o ví rus atin ja San ta Ca ta rina.
E já que V. Ex.ª falou em uma política homogênea
na América do Sul, é preciso que a Argentina também
tenha mais responsabilidade, porque o laboratório daquele país, Biogênese, está trabalhando na produção
de uma vacina com vírus vivo, um vírus panasiático,
proveniente da Índia, que atingiu Taiwan e, em seguida,
a Ará bia Sa u di ta e, pos te ri or men te, o Re i no Uni do. E é o
mesmo vírus que hoje faz com que a Europa inteira tenha de dizimar rebanhos e indenizarprodutores. O con su mo de car ne na Eu ro pa já caiu 25% des de que o país
começou a ser atingido pela vaca louca e pela febre aftosa! Veja o impacto que isso terá no mercado de carnes no mun do! Muda até o há bi to das pes so as! Então, é
uma questão que envolve não só o interesse do produtor, mas também o de toda a sociedade brasileira, porque estamos falando de algo importante para a economia brasileira e, acima de tudo, para os consumidores,
que querem continuar comprando uma carne de qualidade, com sanidade. Não estamos aqui para defender
um rebanho sadio destinado à exportação, mas para
fornecer car ne de qua li da de para o nos so con su mi dor.
Senador CasildoMaldaner, convémsalientar que,
na América do Sul, há três vírus. Na verdade, são sete
vírus de febre aftosa, mas três tipos atacam a América
do Sul. Se a Argentina está com esse vírus que nós não
temos – ele é exótico, não existe na América do Sul –
imagine V. Exª um acidente nesse laboratório. Imagine
se esse vírus escapa do controle daquele laboratório!
Será mais um mal na América do Sul. Aqui já existem
três vírus: ”O“, ”A“ e ”C“. Senador Jonas Pinheiro, o panasiático viria a acrescentar mais um grave problema
aos três que já se dis se mi nam na Amé ri ca do Sul. E um
mal que nós não temos seria trazido por essa irresponsabilidade.
E por que a Argentina está com esse vírus lá no
seu laboratório? A Argentina respondeu: ”Nós estamos
já nos preparando para fazer vacina caso ele ocorra.“
Não é verdade. Eles estão fabricando vacina para vender para a Ásia, para ganhar alguns dólares. E colocam
em risco toda a economia da pecuária argentina e da
Quarta-feira 9
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pecuária brasileira. É uma irresponsabilidade! Se fazemos parte do Mercosul, se so mos um blo co eco nô mi co,
é necessária uma providência dos governos que se
sentem ameaçados com essa atitude irresponsável do
laboratório argentino. Tem que se exigir que esse laboratório deixe de produzir a vacina, porque está colocando em risco o rebanho da Argentina, o brasileiro e da
América do Sul.
O Sr. Jo nas Pi nhe i ro (PFL – MT) – Per mite-meV.
Exª um aparte?
O SR. OSMAR DIAS (Blo co/PSDB – PR) – Senador Jonas Pinheiro, ouço V. Exª.
O Sr. Jonas Pinheiro (PFL – MT) – Senador
Osmar Dias, primeiro eu vou propor que a Sociedade
Brasileira de Medicina Veterinária lhe dê um título, pelo
conhecimento que tem em Veterinária e sobretudo febre aftose. Senador e Senadora, eu me preocupei
quando percebi a politização que está havendo do proble ma da fe bre af to sa, du ran te a vo ta ção, nos sin di ca tos
rurais, sobre o que se faria em relação à febre aftosa
que es ta va apro xi man do-se da di vi sa do Rio Gran de do
Sul. Na ocasião, 46 sindicatos votaram pela
não-vacinação e ou tros tan tos pela va ci na ção. Por tan to,
a política interferiu numa área extremamente técnica.
Hoje, a fe bre af to sa já che gou ao Rio Gran de do Sul. Por
ironia do destino, nossos Estados – Mato Grosso do
Sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso e outros – livres da
febre aftosa por vacinação, estão garantidos, porque
quase 100% do gado desses Estados estão vacinados.
O gado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina está
desprotegido, porque não tinha aftosa e, portanto, não
era vacinado. Qual seria a recomendação técnica? Seria a do Senador Osmar Dias. No foco, vacinar a região
e numa dis tân cia de até 25 qui lô me tros. E o mí ni mo que
se pode fazer com o gado comprovadamente contaminado é promover o seu abate. Alguém terá de pagar in denizações, mas tem de abater-se o gado com aftosa,
pois o vírus dessa doença transmite-se rapidamente.
Se hoje ele con ta mi na dez ani ma is e es ses ani ma is não
são abatidos, amanhã contaminará vinte, e assim por
diante numa progressão geométrica.
O SR. OSMAR DIAS (Blo co/PSDB – PR) – Mes mo porque, Senador Jonas Pinheiro, o gado pasta, a
saliva fica no capim; ou tro vem, pas ta na que le lu gar e
o vírus vai-se disseminando. V. Exª tem razão.
O Sr. Jo nas Pi nhe i ro (PFL – MT) – Os me i os de
transmissão são os mais diversos possíveis. Até o
vento mi nu a no que so pra no Rio Gran de do Sul, como
está comprovado, leva o vírus para frente. Portanto, a
Senadora Emilia Fernandes tem ra zão de es tar mu i to
preocupada com essa questão. A preocupação tem
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