Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/08 Soluções da Folha 2: Representações em série; convergência de sucessões e séries de funções 1. (a) e−x ∞ X (−1)n xn = n! n=0 (b) sin x2 = ∞ X (−1)n x4n+2 (c) cos x= ∞ X (−1)n xn (2n)! n=0 (d) 1−cos x x2 = =1− ∞ X (−1)n x2n n=0 (e) sinh(2x) = (2n + 2)! = (2n + 1)! (f) 2 cos2 x = 1 + cos(2x) = =2− (g) 1+x 1−x + =1+2 16x4 4! ∞ X − ... + x x2 (−1)n xn + − ... + + ..., x ≥ 0. 2! 4! (2n)! = 2x + 8x3 22n+1 x2n+1 + ... + + ..., x ∈ R. 3! (2n + 1)! ∞ X (−1)n 22n x2n n=0 4x2 2! x6 x10 (−1)n x4n+2 + − ... + + ..., x ∈ R. 3! 5! (2n + 1)! 1 x2 x4 (−1)n x2n − + − ... + + ..., x ∈ R\{0}. 2! 4! 8! (2n + 2)! ∞ X 22n+1 x2n+1 n=0 x2 x3 (−1)n xn − + ... + + ..., x ∈ R. 2! 3! n! = x2 − (2n + 1)! n=0 √ =1−x+ (2n)! (−1)n 22n x2n (2n)! = + ..., x ∈ R. xn = 1 + 2x + 2x2 + ... + 2xn + ..., |x| < 1. n=1 (h) (x + 1)ex = 1 + ∞ X n+1 n=1 n! xn = 1 + 2x + (1 + 1 2 n+1 n )x + ... + x + ..., x ∈ R. 2! n! 3. (a) (fn )n∈N converge pontualmente para f definida por f (x) = 0, se x = 0 . 1, se x ∈]0, 1] Estudo da convergência uniforme: √ √ Como lim n x − 1 = 1 pode-se concluir que sup | n x − 1| ≥ 1 e, consex→0+ x∈[0,1] quentemente, a convergência não é uniforme em [0, 1]. Outra justificação possı́vel para a não convergência uniforme da função f em [0, 1]: Como f não é contı́nua, a sucessão de funções contı́nuas (fn )n∈N não pode convergir uniformemente para f em [0, 1]. 0, se |x| < 1 1 , se |x| = 1 . (b) (fn )n∈N converge pontualmente para f definida por f (x) = 2 1, se |x| > 1 Como f não é contı́nua, a sucessão de funções contı́nuas (fn )n∈N não converge uniformemente em R. Estudo da convergência uniforme recorrendo à definição: 1 x2n = , − 1 lim |fn (x) − f (x)| = lim 2 x→1+ x→1+ 1 + x2n donde resulta que sup |fn (x) − f (x)| não converge para 0 quando n → ∞. x∈R (c) (fn )n∈N converge pontualmente para f : R → R definida por f (x) = x. Estudo da convergência uniforme: x (i) Como, para cada n ∈ N, lim n sin − x = +∞, não existe (em R) x→∞ n x sup n sin − x . n x∈R Consequentemente (fn )n∈N não converge uniformemente em R. (ii) Seja gn (x) = x − n sin nx . Como gn0 (x) = 1 − cos nx ≥ 0, ∀x ∈ [−r, r], gn é crescente. Tendo em conta que gn é uma função ı́mpar no intervalo centrado [−r, r], x r |x − n sin | ≤ |r − n sin |, ∀x ∈ [−r, r]. n n r x Como lim |r − n sin | = 0, tem-se lim sup x − n sin = 0. n→∞ n→∞ x∈[−r,r] n n Portanto, (fn )n∈N converge uniformemente para f . (d) (fn )n∈N converge pontualmente para a função nula em ]1, +∞[. Para cada ex ex n ∈ N, lim n = +∞, logo não existe sup n e, portanto, (fn )n∈N não x→∞ x x>1 x converge uniformemente em ]1, +∞[. 0, se x ∈ [0, 1[ 5. (a) (fn )n∈N converge pontualmente para f definida por f (x) = . 1 2 , se x = 1 (b) – (c) Seja gn (x) = xn 1+xn , x ∈ [0, 21 ]. Como gn é crescente tem-se 1 n xn 2 ≤ 0 ≤ sup n, n 1 + 12 x∈[0, 1 ] 1 + x 2 donde resulta que lim n→∞ xn = 0. Logo (fn )n∈N converge uniformesup 1 + xn 1 x∈[0, 2 ] mente em [0, 21 ]. Da convergência uniforme conclui-se que Z x Z x lim fn (t)dt = lim fn (t)dt = 0. n→∞ 0 0 n→∞ 6. (a) (fn )n∈N converge pontualmente em R para a função nula. Para provar a convergência uniforme num intervalo não contendo o ponto 0 considerem-se dois casos: nx 1 (i) a, b > 0: Para qualquer x ∈ [a, b], |fn (x) − f (x)| = 1+n 2 x2 ≤ na . Assim, 1 1 . Como lim = 0, lim sup |fn (x) − f (x)| = 0. sup |fn (x) − f (x)| ≤ na n→∞ na n→∞ x∈[a,b] x∈[a,b] (ii) a, b < 0: (faz-se de modo análogo). Z 1 R1 R1 1 ln(1 + n2 ) = 0. (b) 0 f (x) dx = 0 0 dx = 0 e lim fn (x) dx = lim n→∞ 0 n→∞ 2n (c) (fn )n∈N não converge uniformemente em [0, 1], pois sup |fn (x) − f (x)| = 21 . x∈[0,1] 7. (fn )n∈N converge pontualmente em R para a função nula f (x) = 0, x ∈ R. Como sup 1 sin(nx) = 1 → 0, (fn )n∈N converge uniformemente em R. Como fn0 (x) = x∈R n n cos(nx) não converge pontualmente, também não converge uniformemente em R. Não existe por isso qualquer contradição com os resultados obtidos nas aulas. ≤ 8. Como sin(kx) 4 4 x +k 1 , k4 ∞ X sin(kx) ∀x ∈ R, ∀k ∈ N, pelo critério de Weierstrass a série x4 + k 4 k=1 sin(kx) x4 +k4 é uniformemente convergente. Adicionalmente, fk (x) = define uma sucessão de funções contı́nuas, logo s é contı́nua. 1 1 9. (a) Como x2 +k 2 ≤ k 2 , ∀x ∈ R, ∀k ∈ N, pelo critério de Weierstrass a série ∞ P 1 é uniformemente convergente. x2 +k2 k=1 (c) (d) ∞ P 1 é uma série de funções contı́nuas e x2 +k2 k=1 ∞ R ∞ R1 P P 1 1 1 1 gente, 0 s(x) dx = k arctan k . 0 x2 +k2 dx = k=1 k=1 ∞ P 2x s0 (x) = − . (x2 +k2 )2 k=1 ∞ R P 1 x s(x)dx = k arctan k + C, C ∈ R. k=1 (b) Como uniformemente conver- 10. (a) Dado x ∈]0, 1], existe n0 ∈ N tal que x > n10 (basta tomar n0 > x1 ). Assim, para todo n > n0 , tem-se x > n1 e, por conseguinte, fn (x) = n e−nx . Logo lim fn (x) = lim n e−nx , para todo x ∈]0, 1]. n→∞ n→∞ (b) Para cada x ∈ [0, 1], tem-se lim fn (x) = 0. Consequentemente, n→∞ Z 0 Por outro lado, 1 Z lim fn (x) dx = n→∞ 1 0 dx = 0. 0 R n1 2 −1 R1 −nx dx = f (x)dx = 1 ne n 0 n e x dx + n 0 Z 1 3 3 −n −e = . lim fn (x) dx = lim n→∞ 0 n→∞ 2e 2e R1 3 2e − e−n . Logo (c) Uma vez que (fn )n∈N é uma sucessão de funções contı́nuas (verificar), a convergência não pode ser uniforme atendendo ao que foi visto na alı́nea (b).