NOTA TÉCNICA Nº 02/2015 DVE/CGVS/SESAU

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NOTA TÉCNICA Nº 02/2015
DVE/CGVS/SESAU-RR
Boa Vista/RR, 21 de novembro de 2015.
ASSUNTO: Atualização sobre situação epidemiológica do Zika Vírus em Roraima e
ocorrência de casos de microcefalia no Nordeste do Brasil.
FEBRE PELO ZIKA VÍRUS.
1. Descrição da doença:
O ZIKAV é um arbovírus, membro da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus. A
febre pelo ZIKAV é uma doença viral autolimitada, com duração de 3-7 dias. Os principais
sintomas da doença incluem exantema maculopapular pruriginoso, febre, hiperemia
conjuntival não pruriginosa e não purulenta, artralgia ou artrite, edema periarticular, dores
musculares, cefaleia, dor nas costas e manifestações digestivas.
O principal modo de transmissão do ZIKAV é vetorial, envolvendo mosquitos
pertencentes ao gênero Aedes, incluindo o Ae. aegypti e o Ae. albopictus, responsáveis
também pela transmissão da Dengue, Chikungunya e Febre Amarela. No entanto, ainda
existe a possibilidade de transmissão sexual, perinatal e ocupacional.
Atualmente não há vacina ou medicamento preventivo para o ZIKAV e o tratamento é
sintomático.
Devem ser notificados somente os casos que atendam a definição de caso conforme
quadro abaixo. As orientações em relação à notificação e investigação de casos estão
descritas na NOTA TÉCNICA Nº 01/2015/DVE/CGVS/SESAU-RR.
DEFINIÇÃO DE CASO: Pacientes que apresentem EXANTEMA MÁCULOPAPULAR
PRURIGINOSO, acompanhado de pelo menos DOIS dos seguintes sinais e sintomas:
a) Febre ou
b) Hiperemia conjuntival sem secreção e prurido ou
c) Poliartralgia ou
d) Edema periarticular.
Mesmo com a confirmação da circulação viral do ZIKAV no estado, salientamos que
é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos aos casos suspeitos de
dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme
o
preconizado
no
protocolo
vigente
do
Ministério
da
Saúde
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manejo_adulto_crianca_4ed_2011.pdf,
na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações.
2. Cenário atual da Febre pelo Zika Vírus em Roraima:
De 19 de maio a 21 de novembro de 2015, foram notificados em Roraima 1.107
casos suspeitos de Febre pelo Zika Vírus (Fonte: FORMSUS) e confirmados 06 casos
(Fonte SINAN NET/NCFAD/DVE/CGVS/SESAU-RR).
Dos 1.107 casos notificados como suspeitos de ZIKAV, 1.103 são de pacientes
residentes no município de Boa Vista, 02 casos de residentes no município de Alto Alegre e
02 casos de residentes em Amajari. Em relação aos casos confirmados, os 06 casos são de
pacientes residentes no município de Boa Vista.
Portanto, até 21/11/2015, só existe confirmação laboratorial de circulação viral do
ZIKAV em Roraima no município de Boa Vista.
3. Protocolo Laboratorial:
Não existem kits comerciais para realização de sorologia específica para ZIKAV no
Brasil. O método laboratorial que está sendo utilizado é o RT-PCR, porém não está
disponível em grande escala.
As amostras estão sendo analisadas no Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) e para
serem aceitas necessitam, OBRIGATORIAMENTE, de estarem acompanhadas da ficha de
notificação devidamente preenchida, com sintomatologia característica.
Amostra
Quantidade mínima
Soro
02 mL
Tempo Oportuno
Acondicionamento das
amostras*
Coletar até o 4º dia de início Manter entre 2ºC a 8ºC
dos sintomas.
em até 6 horas
* Encaminhar a amostra(soro) para o LACEN-RR em até 06 horas após a coleta.
MICROCEFALIA.
1. Atualização sobre casos de Microcefalia na região Nordeste e em Roraima:
Em 12 de novembro de 2015, o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM N°
1.813, de 11 de novembro de 2015, que declarou situação de Emergência em Saúde
Pública de Importância Nacional (ESPIN), tendo em vista a alteração no padrão de
ocorrência de casos de microcefalia no Brasil.
Até 17 de novembro de 2015, foram notificados à Secretaria de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde (SVS/MS) um total de 399 casos suspeitos de microcefalia,
provenientes de sete estados da região Nordeste.
Em Roraima, no ano de 2015, segundo registros do Sistema de Informação de
Nascidos Vivos (SINASC), não existem casos de microcefalia notificados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a microcefalia é uma mal
formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada para a
idade e sexo. As microcefalias podem ser causadas por fatores biológicos, genéticos,
ambientais, químicos ou físicos.
A notificação de casos de microcefalia é imediata e o registro dos casos que se
enquadrem na definição de caso, deve ser realizado no formulário de Registro de Eventos
de Saúde Pública, referente às microcefalias (RESP - Microcefalias), no endereço eletrônico
www.resp.saude.gov.br.
Todos os casos notificados que atenderem à definição de caso, deverão ser
investigados para a identificação oportuna da ocorrência de alteração do padrão de
microcefalia em nascidos vivos no estado.
Reforça-se que a notificação imediata não isenta o profissional ou serviço de saúde
de realizar o registro dessa notificação no SINASC, por meio da Declaração de Nascido
Vivo.
DEFINIÇÃO DE CASO:
TERMO: Recém nascido, entre 37 e 42 semanas de gestação, com perímetro cefálico
aferido ao nascimento igual ou menor que 33 cm, na curva da OMS.
PRÉ-TERMO: Recém nascido, menor que 37 semanas de gestação, com perímetro
cefálico aferido ao nascimento, menor ou igual que o percentil 3 (dois desvios padrão) na
curva de Fenton.
2. Orientações e recomendações:
Considerando a possibilidade de associação de microcefalia com doenças
infecciosas, ou outras causas, recomenda-se aos serviços e profissionais de saúde que
informem a todas as gestantes e mulheres em idade fértil, com possibilidade de engravidar,
que:



É importante a atualização de vacinas de acordo com o calendário vacinal do
Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Lembrando que as
vacinas, geralmente, tem um período que varia entre 10 dias e 6 semanas, até atingir
a proteção esperada. Por isso, devem ser aplicadas com a devida antecedência.
Alguns medicamentos possuem potencial teratogênico, portanto, as gestantes não
devem tomar medicamentos sem a orientação médica devida.
Necessidade de atenção sobre a natureza e qualidade de tudo que se ingere (água,
alimentos, medicamentos), consome ou tem contato, e o potencial desses produtos
afetarem o desenvolvimento do bebê.



Necessidade de proteção quanto à picadas de insetos: evitar horários e lugares com
presença de mosquitos; sempre que possível utilizar roupas que protejam as partes
expostas do corpo; permanecer, principalmente, no período entre o anoitecer e o
amanhecer, em locais com barreiras para entrada de insetos (telas de proteção,
mosquiteiros, ar condicionado ou outras disponíveis); consultar um médico sobre o
uso de repelentes, verificando atentamente o rótulo para uso em gestantes (os
repelentes mais comuns, à base de DEET, são seguros para o uso em gestantes).
Se houver qualquer alteração no seu estado de saúde, principalmente no período até
o 4° mês de gestação, ou na persistência de doença pré existente nessa fase, a
gestante deve comunicar o fato aos profissionais de saúde, para que os mesmos
tomem as devidas providências para o acompanhamento da gestação.
Deve-se utilizar preservativo em todas as relações sexuais.
O Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima
(SESAU-RR) está monitorando a situação de ocorrência de casos de microcefalia no país e
no estado e à medida que surjam novas evidências clínico-epidemiológicas sobre o evento,
as informações serão amplamente divulgadas, de forma a subsidiar os serviços de saúde.
DOCUMENTOS BASE:
Ministério da Saúde:
Zika Vírus – Protocolo para Implantação da Vigilância Sentinela.
Boletim Epidemiológico, Volume 46, nº 26-2015 – Ministério da Saúde.
Nota Informativa N° 01/2015 - COES MICROCEFALIAS.
Boletim Epidemiológico, Volume 46, nº 34-2015 – Ministério da Saúde.
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo:
Nota Informativa Febre pelo Vírus Zika no Estado de São Paulo, Maio 2015.
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco:
Nota Técnica SEVS/DGCDA N° 44/15 de 30/10/2015.
DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA
CGVS/SESAU-RR
LABORATÓRIO CENTRAL DE RORAIMA
CGVS/SESAU-RR
NÚCLEO DE CONTROLE DE FEBRE AMARELA E DENGUE.
DVE/CGVS/SESAU-RR
NÚCLEO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E RESPOSTAS EM VIGILÂNCIA
EM SAÚDE
DVE/CGVS/SESAU-RR
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