1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS DA SAÚDE EDIANA VASCONCELOS DA SILVA NERVOS DA PELVE DE Sapajus sp. PALMAS 2014 2 EDIANA VASCONCELOS DA SILVA NERVOS DA PELVE DE Sapajus sp. Dissertação apresentada à Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Ciências da Saúde. ORIENTADOR: PROF. DR. TALES ALEXANDRE AVERSI-FERREIRA PALMAS 2014 3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Palmas S586n Silva, Ediana Vasconcelos da Nervos da Pelve de Sapajus sp / Ediana Vasconcelos da Silva. - Palmas, 2014. 57 f. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2014. Linha de pesquisa: Ciências Tecnologia e Saúde. Orientador: Prof. Dr. Tales Alexandre Aversi-Ferreira. 1. Sapajus sp. 2. Macaco-prego. 3. Nervos da Pelve. I. AversiFerreira, Tales Alexandre. II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título. CDD 636.089 Bibliotecária: Emanuele Santos CRB-2 / 1309 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS DA SAÚDE TERMO DE APROVAÇÃO EDIANA VASCONCELOS DA SILVA NERVOS DA PELVE DE Sapajus sp. Dissertação apresentada à Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Ciências da Saúde. Dissertação defendida e aprovada em 26 de julho de 2014 pela banca examinadora: _____________________________________________________ Prof. Dr. Tales Alexandre Aversi-Ferreira (orientador) Universidade Federal do Tocantins ______________________________________________________ Prof. Dr. Paulo dos Santos Batista (examinador interno) Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins _______________________________________________________ Profª. Dra. Ana Kleiber Pessoa Borges (examinadora externa) Universidade Federal do Tocantins As sugestões da Comissão Examinadora e as Normas PGA para o formato da Dissertação foram contempladas. ____________________________________ Prof. Dr. Tales Alexandre Aversi-Ferreira 5 AGRADECIMENTOS A Hélio Castilho, meu esposo, obrigada pelo companheirismo e paciência. Aos meus pais por me proporcionarem a oportunidade de estudo. Ao Prof. Tales Alexandre Aversi-Ferreira, pela maravilhosa oportunidade de adquirir conhecimento que me proporcionou. A companheira de pesquisa e amiga Sylla Figueredo pela colaboração, paciência e conhecimentos compartilhados. As minhas amigas de pesquisa Tainá de Abreu e Roqueline Aversi-Ferreira pela convivência que foi extremamente construtiva, dando-me segurança e certeza de que não estava sozinha nesta caminhada. Agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Tocantins e ao Laboratório de Antropologia, Bioquímica, Neurociência e Comportamentos de Primatas (LABINECOP), pela oportunidade na realização da pesquisa. 6 LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS T12 = 12° nervo torácico T13 = 13° nervo torácico T14 = 14° nervo torácico L1 = 1° nervo lombar L2 = 2° nervo lombar L3 = 3° nervo lombar L4 = 4° nervo lombar L5 = 5° nervo lombar L6 = 6° nervo lombar L7 = 7° nervo lombar S1 = 1° nervo sacral S2 = 2° nervo sacral S3 = 3° nervo sacral S4 = 4° nervo sacral S5 = 5° nervo sacral CEUA = Comissão de Ética no Uso de Animais UFT = Universidade Federal do Tocantins COBEA = Colégio Brasileiro de Experimentação Animal 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 – Analise comparativa dos nervos da pelve de primatas ....................... 33 Figura 1 - Nervos da pelve de Sapajus sp. vista ventral........................................ 38 Figura 2 - Nervo da pelve de Sapajus sp. vista ventral. Nervo obturatório, Músculo psoas maior, 5ª vertebra lombar.............................................................. 41 8 SUMÁRIO RESUMO...................................................................................................................... 09 ABSTRACT................................................................................................................. 10 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11 1.1 Características Gerais do Sapajus sp....................................................................... 11 1.2 Nervos Espinhais e Formação do Plexo Lombar e Sacral......................................... 14 1.3 Nervos da Pelve........................................................................................................ 15 2. OBJETIVOS............................................................................................................. 24 2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................... 24 2.2 Objetivo Específico.................................................................................................. 24 3. METODOLOGIA.................................................................................................... 25 3. 1 Amostras................................................................................................................. 25 3. 2 Preparação das Amostras......................................................................................... 25 3. 3 Coleta de Dados....................................................................................................... 25 3. 4 Nomenclatura.......................................................................................................... 26 4. RESULTADOS E DISCURSSÕES (ARTIGO)..................................................... 27 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 52 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 53 ANEXO I..................................................................................................................... 57 9 RESUMO O Sapajus sp. (Cebus libidinosus), é um primata cujo nome popular é macaco-prego, possui vasta distribuição no continente sul-americano pode ser encontrado nas regiões que vão da Colômbia à Venezuela, do nordeste ao sudeste do Brasil, está presente na maioria dos estados brasileiros e no norte da Argentina. O objetivo deste trabalho foi estudar a origem e a composição dos nervos da pelve de Sapajus sp., visando um melhor entendimento da inervação da pelve desse animal e comparar os resultados com dados disponíveis na literatura para Homo, Papio e Pan. Foram utilizados 12 espécimes de Sapajus sp. fixados em formaldeído a 10% e glicerina a 5% e conservados em formaldeído a 10%. Após análise cuidadosa das peças, verificou-se que os nervos da pelve de Sapajus apresenta uma variação nas origens, trajetos e estruturas inervadas quando comparados a estes primatas. Um dos fatores que mais contribui para esta variação foi a diferença na quantidade de vértebras torácicas, lombares, sacrais e coccígeas, que apresentaram grande variação entre os gêneros Sapajus, Papio, Pan e Homo. De uma forma geral, os nervos da pelve de Sapajus, assemelham-se mais as descrições de Pan e Papio do que a Homo. Como constituintes dos nervos da pelve de Sapajus foram observados os nervos ílio-hipogástrico, ílioinguinal, genitofemoral, cutâneo femoral lateral, obturatório, femoral, glúteo superior, glúteo inferior, isquiático, flexores femorais, pubo-isquiofemoral, o ramo muscular para o músculo piriforme, ramos musculares para os músculos obturatório interno e gêmeo superior, ramos musculares para os músculos quadrado femoral e gêmeo superior. Palavras-chave: Sapajus sp., Macaco-prego, Nervos da Pelve. 10 ABSTRACT The Sapajus sp. (Cebus libidinosus) is a primate whose popular name is Capuchin monkey, has wide distribution in South America and it can be found in regions ranging from Colombia to Venezuela, from the northeast to the southeast of Brazil, is present in most Brazilian states and northern Argentina. The goal of this work was to study the origin and composition of the nerves of the pelvis of Sapajus sp. (Cebus libidinosus), aiming at a better understanding of the innervation of that animal's pelvis and compare the results with available data in the Literature for Homo, Pan and Papio. Twelve specimens of Sapajus sp. were used(,) fixed in 10% formaldehyde and 5% glycerol and stored in 10% formaldehyde. After careful analysis of the specimens, it was observed that the nerves of the Sapajus pelvic shows a variation in the origins, paths and innervated structures when they are compared to these primates. One of the factors that contribute to this variation is the difference in the number of thoracic, lumbar, sacral, and coccygeal vertebrae, which varies widely among Sapajus, Papio, Pan and Homo genus. In general, the nerves of the Sapajus pelvis, resembles more the Pan and Papio descriptions than Homo. As constituents of the nerves of the pelvis of the Sapajus, the following nerves were observed: iliohypogastric, ilioinguinal, genitofemoral, lateral, obturator, femoral, superior gluteal, inferior gluteal, sciatic, femoral flexors, pubo-ischiofemoral and femoral cutaneous nerves, muscular branch to the piriformis muscle, muscular branches to the internal obturator muscle and superior twin, muscular branches to the quadratus femoris muscle and superior twin. Key words: Sapajus sp., Capuchin monkey, Nerves of the Pelvis. 11 1. INTRODUÇÃO 1.1 Características Gerais do Sapajus sp. O Sapajus sp. é um primata cujo nome popular é macaco-prego, em razão do formato de sua glande peniana que se assemelha a um prego (SILVA e FERREIRA, 2002; RYLANDS et al., 2000). Erxleben (1777) criou as denominações das espécies do gênero Cebus as classificações foram se modificando com o tempo devido a análises mais específicas como morfologia, padrão de coloração dos pelos, dimorfismo sexual, presença ou ausência de tufos, dentre outras características (GROVES, 2001). Baseandose em fatores filogenéticos, comportamentais, moleculares e citogenéticos foi feita uma reforma taxonômica, a espécie que antes era denominada de Cebus apella libidinosus considerada subespécie de Cebus apella, passou a ser denominada de Cebus libidinosus, devido as peculiaridades no comportamento sexual dessa espécie (RYLANDS et al., 2000). Recentemente esta espécie sofreu mais uma alteração taxonômica onde propuseram o gênero Sapajus (ALFARO, SILVA e RYLANDS, 2012). Este primata neotropical com vasta distribuição no continente sul-americano pode ser encontrado nas regiões que vão da Colômbia à Venezuela, do nordeste ao sudeste do Brasil, está presente na maioria dos estados brasileiros e no norte da Argentina (CABRERA, 1957; FRAGASZY, VISALBERGHI e FEDIGAN, 2004). O macaco-prego possui tamanho médio quando comparado com outros primatas, seu peso quando adulto pode variar de 2,5 Kg a 5Kg. Possui uma pelagem com coloração preta mesclada com coloração castanha. Apresenta em sua cabeça topetes escuros parecidos com chifres ou cristas. Características como mandíbulas robustas, caninos grandes e molares com espessa camada de esmalte e a habilidade de manipular ferramentas fazem do Sapajus um animal bem adaptado para abrir sementes e frutos rijos (AVERSI-FERREIRA et al., 2007b; DEFLER, 2009; FRAGASZY, VISALBERGHI e FEDIGAN, 2004). Apresenta uma cauda semi-preênsil, que o auxilia no deslocamento arbóreo e sustentação do corpo quando em posição bípede (SANTINI, 1983). Os Sapajus são onívoros e bastante generalistas com relação às exigências alimentares, sua dieta consiste predominantemente de frutos, mas podem se alimentar de folhas, flores, néctar, raízes, ovos, insetos, pequenos mamíferos anfíbios e repteis (FRAGASZY, VISALBERGHI e FEDIGAN, 2004; SABBATINI et al., 2008). Por causa da sua baixa restrição alimentar este animal se adapta muito bem ao consumo de alimento humano (LUDWING, AGUIAR e ROCHA, 2006). 12 Este primata possui uma boa destreza manual, o que lhe permite manipulações relativamente complexas possibilitando assim a exploração do ambiente com o auxílio do uso de ferramentas, o que permite acesso a recursos indisponíveis ao contato direto das mãos como itens subterrâneos, dentro de cavidades ou que estejam encapsulados (ROCHA, REIS e SEHIAMA, 1998; PHILLIPS, 1998). Sapajus e alguns primatas do Velho Mundo como o chimpanzé fazem uso de ferramentas, sendo assim estes são a principal referência em estudos que investigam a evolução e a utilização de ferramentas por primatas (BOESCH e BOESCH, 1990). Por ser o único primata neotropical a ter rotineiramente esse tipo de comportamento durante o forrageio o Sapajus é um bom modelo para se estudar o uso de ferramentas (FRAGASZY, VISALBERGHI e FEDIGAN, 2004; MANNU e OTTONI, 2009; VISALBERGHI et al., 2007). Sendo assim, pesquisas nessa área poderão fornecer indícios para entender as relações comparativas acerca da evolução do uso de ferramentas entre os primatas (SPAGNOLETTI et al., 2011). O macaco-prego vive em bandos de 3 a 40 indivíduos, em uma sociedade hierarquizada, com um macho dominante (macho alfa) e com características de cooperação entre os integrantes do grupo, como proteção, catação, partilha de alimentos entre outras (MANNU e OTTONI, 2009). O Sapajus usa intensamente os membros torácicos como meio de deslocamento entre as árvores (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a), esse movimento exige uma maior força no fechar das mãos para mantê-los pendurados durante longo período. Definido como aperto palmar, em humanos (MOORE e DALLEY, 2001). Macacos-pregos são quadrúpedes, mas alternam sua postura quadrúpede para bípede (DEMES, 2011). Para ser considerado como bipedalismo perfeito, os ângulos formados pelo quadril e joelho deve ser de 180°, apenas humano consegue atingir essa angulação. Os macacos-pregos realizam a postura semi-vertical, que é denominada eventualmente de bípede ou bipedalismo intermitente. A inclinação máxima do quadril que ele realiza é de 130° e o joelho é de 148° (LIU et al., 2009). O bipedalismo realizado por humanos req uer que o corpo permaneça completamente na vertical, e o bipedalismo realizado pelo macaco-prego é feito com quadril e joelhos flexionados (DEMES, 2011; DEMES e O’NEILL, 2012; LIU et al., 2009). Entre os vertebrados o andar bípede é uma forma incomum de locomoção. Alguns primatas não humanos usam o bipedalismo de forma oportunista. Com relação ao Sapajus essa locomoção é utilizada quando o animal se encontra no solo e está associada com o 13 seu transporte e a utilização de ferramentas durante o forrageio (DEMES, 2011; DEMES e O’NEILL 2012; FRAGASZY, VISALBERGHI e FEDIGAN, 2004; LIU et al., 2009). O Sapajus por ser um primata quadrúpede que possui um bipedalismo intermitente é um interessante modelo de estudo para os antropologistas que pesquisam a evolução do bipedalismo humano (DEMES, 2011). Sendo assim são necessários estudos morfológicos do membro pélvico para que se possa compreender na íntegra as indagações que estão relacionadas ao comportamento locomotor. Além disso, o conhecimento da morfologia do Sapajus comparado a outros primatas permite inferências acerca da adaptação evolução das estruturas relacionadas ao aparelho locomotor (WRIGH, 2007). A utilização de informações anatômicas para se observar o comportamento vem sendo possível mediante trabalhos publicados enfocando a anatomia, porém essa área ainda é carente de estudos para tais primatas (AVERSI-FERREIRA et al., 2014; AVERSI-FERREIRA et al., 2013; AVERSI-FERREIRA et al., 2011a; AVERSIFERREIRA et al., 2011b; AVERSI-FERREIRA, 2009; AVERSI-FERREIRA et al., 2005a, AVERSI-FERREIRA et al., 2005b; AVERSI-FERREIRA et al., 2006; AVERSIFERREIRA et al., 2007a; AVERSI-FERREIRA et al., 2007b; FEREIRA e PRADA, 2001; PEREIRA-DE-PAULA et al., 2006; BARROS et al., 2003). Em geral, um dos sistemas que mais possibilita relações filogenéticas entre espécies é o sistema neural, principalmente devido ao encéfalo, que define o tamanho e o formato da caixa craniana (TESTUT e LATARJET, 1979). Os estudos sobre Sapajus se justificam devido às poucas informações sobre anatomia relacionada a estes animais na literatura científica brasileira e mundial, esse primata neotropical tem chamado a atenção de pesquisadores devido a seu índice de encefalização sendo maior do que de primatas do Velho Mundo como o chimpanzé (Pan troglodytes); e pelo seu comportamento cultural complexo (LOPES, 2004), pelo uso de ferramentas (ANTINUCCI e VISALBERGHI, 1986); e pela memória bem desenvolvida (TAVARES e TOMAZ, 2002). O conhecimento anatômico do gênero Sapajus, é importante não só para a preservação de espécies, mas também para fornecer base concreta para futuros experimentos relacionados ao comportamento destes animais (AVERSI-FERREIRA et al., 2006). Além disso, a anatomia é fundamental na descrição e comparação de espécies, o que permite inferências acerca de aspectos evolutivos, taxonômicos e comportamentais (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a; PFRIMER et al., 2012). 14 O presente estudo busca verificar através da descrição anatômica a distribuição dos nervos da pelve de Sapajus e identificar com qual primata do Velho Mundo este é mais parecido. Estudos comparativos já realizados confirmam que em relação a comportamento, memória, índice de encefalização e uso de ferramentas, o Sapajus, está próximo aos chimpanzés (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a; AVERSI-FERREIRA et al., 2007b; MARIN et al., 2009). 1.2 Nervos Espinhais e Formação dos Plexos Lombar e Sacral No homem o sistema neural periférico é composto, por 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinhais (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988; MACHADO, 2002). Os nervos são visíveis a olho nu e são formado por uma coleção de fibras neurais, assim de acordo com os números de fibras que o constitui um nervo pode ser apenas visível ou muito grosso. Os nervos são envolvidos por uma bainha de tecido conectivo, o epineuro. As fibras neurais podem ser classificadas de acordo com sua função, eferente ou motora são aquelas que estimulam ou ativam o músculo esquelético, glândulas e músculo liso, já as fibras aferentes ou sensitivas são aquelas que carregam impulsos de uma terminação sensitiva e vários tipos de fibras sensitivas nascem de terminações nas vísceras (O’RAHILLY, 1985). Os nervos espinhais são formados pela união das raízes ventral (motora), presa à face dorsal da medula e uma dorsal (sensitiva), ligada à face ventral da medula, que divergem ao passar pelo forame intervertebral. Com exceção da região torácica, onde uma distribuição segmentar se mantêm, os ramos ventrais se unem a seus vizinhos por meios de ramos comunicantes. Na origem dos nervos dos membros superiores e inferiores em humanos essas conexões são ampliadas (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988; MACHADO, 2002). Para Barros e colaboradores (2003), o plexo lombar de Sapajus está separado do sacral, pois não foi constatado a presença dos nervos sacrais na constituição do plexo lombar. Já L5 é praticamente um nevo do plexo sacral, aparecendo poucas vezes na constituição do plexo lombar. A formação do plexo lombar resulta das conexões entre as raízes ventrais de L2, L3, L4 e L5, constituindo uma rede cujo padrão é variável em ambos antímeros, onde os nervos L3 e L4 estão sempre presentes e L2 e L5 se encontram presentes com certa frequência. 15 A constituição do plexo lombossacral no homem, se dá pelas raízes ventrais dos dois ou três últimos nervos lombares e pela maioria dos sacrais. Tanto no homem quanto em macacos o número de nervos que participam da formação do plexo é variável (ZALUSKA e URBANOWICZ, 1972). Nos humanos, o plexo lombar é formado pelos nervos espinhais lombares. Os ramos ventrais entram no músculo psoas maior onde de forma variável se reúnem para formar este plexo. O plexo lombar propriamente dito é formado do segundo nervo lombar (L2) até o quarto nervo lombar (L4). Porém a parte inferior do quarto nervo lombar e todo o quinto nervo lombar (L5) entram no plexo sacral, os dois plexos são comumente conhecidos como plexo lombossacral. Os ramos do primeiro nervo lombar (L1) são comumente descritos com o plexo lombar (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). Entre os primatas a formação do plexo lombossacral tem uma acentuada variabilidade no número de ramos primários ventral lombar e os nervos espinhais sacrais. Normalmente, existem quatro vertebras lombares em Pan, cinco em Homo e sete em Papio (SWINDLER e WOOD, 1973). Estas diferenças anatômicas trazem inúmeras dificuldades para descrever o modo de formação do plexo entre esses primatas (SWINDLER e WOOD, 1973; HEPBURN, 1892). El-Assy (1965), com relação a composição do plexo lombar em vários primatas encontrou um plexo lombossacral (assim descrito por ele) formado pelas ramificações ventrais de todos os ramos lombares e do primeiro sacral, estando eventualmente o último torácico presente. Enquanto Sonntag (1923), considera o plexo lombossacral de Pan com sua origem em L2. Para Hepburn (1892), a morfologia do plexo lombar e sacral em Pan é similar àquela encontrada no homem. 1.3 Nervos da Pelve Alguns autores analisaram as origens e as distribuições dos nervos do plexo braquial e lombossacral em primatas (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a; RIBEIRO et al., 2005; BARROS et al., 2003). Porém, informações anatômicas referentes aos nervos da pelve de Sapajus não foram encontrados na literatura. 16 1.3.1 Nervo Ílio-hipogástrico Em estudos realizados por Barros e colaboradores (2003), em nenhum momento foi registrado a presença dos nervos ílio-hipogástrico, ílioinguinal e genitofemoral como ramos do plexo lombar em Sapajus. Para Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), em Homo, os nervos ílio-hipogástrico e o ílioinguinal não fazem parte do plexo lombar, porém são usualmente descrito com ele. O primeiro nervo lombar (L1), que apresenta variáveis conexões com o nervo subcostal e com L2, dá origem a dois filetes musculares, dividindo-se em nervo ílio-hipogástrico e ílioinguinal. Conforme descreveu O’Rahilly (1985), o nervo ílio-hipogástrico em Homo, passa através dos músculos da parede ântero-lateral do abdome para atingir a pele. Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), o descreve com sua origem podendo ser em T12, correndo posterior e inferior à parte do rim e anterior ao músculo quadrado lombar, atravessa a parte posterior do músculo transverso do abdome para dividir-se em dois ramos, o cutâneo lateral que atravessa os músculos obliquo interno e externo para inervar a pele lateralmente às nádegas, o ramo cutâneo anterior corre em direção anterior entre os músculos oblíquos, atravessa a aponeurose do oblíquo externo para inervar a pele acima da pube. O nervo ílio-hipogástrico em Papio é formado a partir de L1 e L2, L3. Na maioria dos casos em Pan, tem sua origem na junção do nervo subcostal com L1 (SWINDLER e WOOD, 1973). 1.3.2 Nervo Ílioinguinal De acordo com Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), este nervo em Homo não faz parte do plexo lombar, mas é descrito com ele. Sua origem às vezes é de T12 e, ocasionalmente de L2, apresenta um trajeto para a crista ilíaca, após atravessar os músculos transverso do abdome e oblíquo interno, segue para frente para acompanhar o funículo espermático ou o ligamento redondo através do canal inguinal. Ele emerge do ramo superficial, gera ramos cutâneos para a coxa e origina os ramos escrotal anterior ou labiais anteriores (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY 1988; O’RAHILLY, 1985) Em Papio este nervo é formado por L1 e L2, L3. Já em Pan é geralmente formado por T12, T13 e L1 (SWINDLER e WOOD, 1973). 17 1.3.3 Nervo Genitofemoral Em Homo, com frequência origina-se a partir de L2 ou de L1 e L2, e ocasionalmente de L3. Desce anteriormente ao músculo psoas e divide-se em ramos genital que entra no canal inguinal através do ânulo profundo, inerva o músculo cremaster e continua para inervar o escroto (ou lábios maiores) e a parte adjacente da coxa, o ramo femoral entra na bainha femoral, lateralmente à artéria, volta-se anteriormente e inerva a pele do trígono femoral (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). No Papio a formação deste nervo ocorre da união de L3 e L4. Em Pan ele é geralmente formado por T12, T13 e L1 (SWINDLER e WOOD, 1973). Para Hepburn (1892), em Pan ele inerva a região genital e parte anterior superior da coxa. 1.3.4 Nervo Cutâneo Femoral Lateral De acordo com Barros (2002), em Sapajus o nervo cutâneo femoral lateral é o ramo mais cranial do plexo lombar e origina-se de L2 e L3. Em Homo, ele origina de L2, de L2 e L3 ou de L1 e L2. É encontrado frequentemente preso ao nervo femoral por tecido conectivo. Corre obliquamente através do ilíaco em direção a espinha ilíaca ântero-superior, passa atrás do ligamento inguinal, através do músculo sartório ou anteriormente a ele, e no interior da coxa. Emite dois ramos, um anterior e outro posterior que inervam a pele da região anterior e lateral da coxa (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). Para O’Rahilly (1985), tem sua origem principalmente em L2, e está frequentemente unido ao nervo femoral, penetra na coxa atrás do ligamento inguinal. Para Swindler e Wood (1973), os nervos cutâneos em Papio e Pan são ramos sensoriais dos nervos motores mais profundos. Estes ramos aparecem por via subcutânea em diferentes locais em todo o membro inferior na fáscia superficial para suprir a pele da região lateral e anterior da coxa. De acordo com Hepburn (1892) e Champneys (1975), o referido nervo em Pan origina-se de L2 e L3. 1.3.5 Nervo Obturatório Para Barros (2002), o nervo obturatório em Sapajus, pode originar da união de ramos dos nervos espinhais diferentes ou ser a continuação de um único nervo. Podem 18 nascer da convergência de ramos entre L3 e L4, L4 e L5. Inerva os músculos adutores (longo, magno e curto), grácil e semimembranoso (AVERSI-FERREIRA et al., 2011a). Para Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), em Homo, ele origina de L3 e L4, às vezes de L2 e, ocasionalmente de L5. Swindler e Wood (1973) descrevem sua origem em L2, L3 e L4. De acordo com Gardner, Gray e O’Rahilly (1988) e O’Rahilly (1985), ele emerge na face medial do músculo psoas na abertura superior da pelve, desce em direção inferior e para a frente, sobre a parede lateral da pelve, entra na coxa através do forame obturatório, inerva os músculos adutores (curto, longo e magno) e o grácil, a pele da parte interna da coxa e as junturas do quadril e do joelho. Ainda para O’Rahilly (1985), o nervo obturatório origina-se de L2 e L4, enquanto o nervo obturatório acessório quando presente tem sua origem em L3 e L4, penetra na coxa profundamente suprindo o músculo pectíneo. De acordo com Swindler e Wood (1973), os nervos obturatório e femoral são longos em Homo, Papio e Pan. Em Papio origina-se a partir de L4, L5 e L6 e inerva os músculos adutores (curto, longo e magno), grácil e obturador interno, já para Soutoul e colaboradores (1966), sua origem ocorre ao nível de L2, L3 e L4. Em Pan, sua origem resulta normalmente da união de L1, L2 e L3, inerva os músculos adutores (curto, longo e magno), obturador externo, grácil e pectíneo (SWINDLER e WOOD, 1973). 1.3.6 Nervo Femoral O nervo femoral em Sapajus é o mais cranial dos grandes nervos do plexo lombar, sua origem é bastante ampla estendendo-se de L2 até L5, com um grande predomínio de L3 e L4 (BARROS, 2002). De acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a) este nervo inerva os músculos sartório, vasto intermédio, vasto medial, vasto lateral e reto femoral. Segundo Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), o nervo femoral em Homo é o maior ramo do plexo lombar, originando-se principalmente de L4, mais L2 e L3, ocasionalmente de L5. Para O’Rahilly (1985), ele tem sua origem em L2, L3 e L4. É o mais inferior dos ramos emergindo pela face lateral do músculo psoas maior, desce entre o músculo psoas maior e o ilíaco e entra na coxa por trás do ligamento inguinal. Ele supre os músculos ilíaco, quadríceps, pectíneo e sartório, a pele do lado medial e anterior da coxa, a parte medial da perna e as articulações do quadril e do joelho (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985). 19 Swindler e Wood (1973), relata que os nervos femoral e obturatório são longos em Homo, Papio e Pan. Em Papio origina-se de L4, L5 e L6 e inerva os músculos psoas maior e menor, ilíaco, sartório, reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio e o pectíneo. Já para Soutoul e colaboradores (1966), sua origem é de L2, L3 e L4. Em Pan, Swindler e Wood (1973) descreve sua origem da união de L1, L2 e L3 e El-Assy (1965) a descreve como eventualmente de T13, e de L1, L2 e L3. Ele inerva os músculos psoas maior e menor, ilíaco, sartório, reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio e o pectíneo (SWINDLER e WOOD, 1973). 1.3.7 Nervo Glúteo Superior De acordo com Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), em Homo este nervo originase a partir de L4, L5 e S1, através do forame isquiático maior em direção posterior, acima do músculo piriforme. Inerva os músculos tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo (SWINDLER e WOOD, 1973). Em Papio, nenhuma informação a respeito da origem deste nervo foi encontrada na literatura. Com relação aos músculos por ele inervado Swindler e Wood (1973), descreve o tensor da fáscia lata, glúteo médio, mínimo e o escansório. Em Pan, origina-se em L3, L4 e S1 (CHAMPNEYS, 1975; SWINDLER e WOOD, 1973). El-Assy (1965), descreve sua origem em L3, L4 e S1 para o antímero esquerdo e L3 e L4 para o antímero direito. De acordo com Swindler e Wood (1973), ele inerva os músculos tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo. 1.3.8 Nervo Glúteo Inferior Em Homo, este nervo origina-se em L5, S1 e S2, corre em direção posterior, através do forame isquiático maior, passando abaixo do músculo piriforme, emite ramos que vão inervar o músculo glúteo máximo (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988; ORAHILLY, 1985). Para Papio, nenhuma informação a respeito da origem deste nervo foi encontrada na literatura. Com relação aos músculos por ele inervado Swindler e Wood (1973), cita o músculo glúteo máximo. O nervo glúteo inferior em Pan, origina-se de L3 e L4 de acordo com El-Assy (1965). Inerva o músculo glúteo máximo (SWINDLER e WOOD, 1973). 20 1.3.9 Nervo Cutâneo Femoral Posterior O nervo cutâneo femoral posterior em Homo, origina-se de S1, S2 e S3, deixa a pelve através do forame isquiático maior passando abaixo do músculo piriforme. Desce profundamente ao músculo glúteo máximo, junto com a artéria glútea inferior e o nervo isquiático. Na região próxima à fossa poplítea, torna-se superficial e acompanha a veia safena parva até a metade da sura, onde ocorre a anastomose de seus filamentos terminais com o nervo sural. Emite os ramos glúteos para a pele da nádega, ramos perineais que atravessam os músculos da região posterior da coxa e inervam a pele da genitália externa, e os ramos femoral e sural para a pele do dorso da coxa e da sura. Alguns ramos podem atingir o tornozelo (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). De acordo com Swindler e Wood (1973), este nervo em Papio parece ser um ramo do nervo isquiático, passa abaixo da porção cranial do músculo bíceps femoral, tornandose subcutâneo entre o músculo glúteo máximo e a margem lateral da tuberosidade isquiática. Ele inerva a pele da região lateral da coxa. O nervo cutâneo femoral posterior em Pan, origina-se de L3 e L4. (GIBBS, 1999; CHAMPNEYS, 1872). Inerva a região da calosidade isquiática e a pele da porção anterior da coxa (SWINDLER e WOOD, 1973). 1.3.10 Nervo Isquiático De acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a), em Sapajus, o terço proximal do nervo isquiático está localizado na região do músculo isquifemoral, encontrase coberto pelas fibras caudais do músculo glúteo máximo, sendo observado acima da margem cranial do músculo bíceps femoral. Nesta região o nervo isquiático envia vários ramos para os músculos bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso e isquiofemoral. O nervo isquiático em Homo, origina-se de L4, L5, S1, S2 e S3 (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). É o maior nervo do corpo, possui duas partes, uma fibular e outra tibial (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). Deixa a pelve através do forame isquiático maior, abaixo do músculo piriforme. Em alguns casos as duas partes (fibular e a tibial) não se reúnem e deixam a pelve separadamente, quando isso ocorre a porção fibular perfura o músculo piriforme e a porção tibial passa por baixo dele. Na maioria das vezes, os ramos do nervo isquiático nascem do seu lado medial. Alguns 21 ramos, derivados do nervo tibial, inervam os músculos semitendinoso, semimembranoso, cabeça longa do bíceps e adutor magno e do nervo fibular comum nasce um ramo para a cabeça curta do bíceps (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). Em Papio, o nervo isquiático origina-se em L5, L6, L5 e S1 (CHAMPNEYS, 1975) e inerva o músculo bíceps femoral (SWINDLER e WOOD, 1973). De acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a) inerva os músculos adutor magno, bíceps femoral, simitendinoso e semimembranoso. De acordo com El-Assy (1965) e Champneys (1975), o nervo isquiático em Pan, origina-se de L3 e L4 que vão se unir para formar um tronco que por sua vez dividira-se em dois ramos, sendo que um destes ramos junta-se com S1 para formar o nervo fibular comum e, o outro ramo junta-se com S1 e S2 para constituir o nervo tibial. Poderá também ocorrer união de L2, L3 e L4 para formar um tronco que recebe fibras de S1 e S2, formando o nervo isquiático. Inerva os músculos adutor magno e bíceps femoral (SWINDLER e WOOD, 1973). De acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a), inerva também os músculos simitendinoso e semimembranoso. 1.3.11 Nervo Pudendo O nervo pudendo é um pequeno nervo em Sapajus, tem origem no plexo sacral com suas raízes apresentando distribuição quase uniforme entre os nervos sacrais S1, S2, S3 e S4 (BARROS, 2002). De acordo com El-Assy (1965), o nervo pudendo de Cebus, surge de S1 e S2, e recebe fibras do nervo tibial. Em Homo, origina-se de S2, S3 e S4, ele supre a maior parte do períneo. O nervo pudendo passa no forame isquiático maior abaixo do músculo piriforme, cruza atrás da espinha isquiática e penetra no períneo através do forame isquiático menor, atravessa o canal pudendo na parte lateral da fossa isquiática, origina o nervo retal inferior e se divide em nervo perineal e nervo dorsal do pênis ou clitóris (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). O nervo perineal divide-se em um ramo profundo para os músculos perineais e um ramo superficial para o escroto ou lábio maior (O’RAHILLY, 1985). De acordo com Swindler e Wood (1973), em Papio o nervo pudendo, origina-se de S1 e S2. 22 Em Pan de S2 e S3, é representado por um pequeno ramo ventral de S2, (SWINDLER e WOOD, 1973). Para El-Assy (1965), a parte principal do nervo pudendo origina-se em S2 com contribuição de poucas fibras de S1. 1.3.12 Nervos Flexores Femorais De acordo com Swindler e Wood (1973), os nervos flexores femorais está ausente em Homo, presente em Papio e em Pan sua presença é de 50%. Tanto em Papio quanto em Pan encontram-se separados do nervo isquiático. Inervando os músculos bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso em Papio e os músculos bíceps femoral (cabeça longa), semitendinoso e semimembranoso em Pan. 1.4.13 Nervo Pubo-isquiofemoral O nervo pubo-isquifemoral está ausente em Homo, presente em Papio e pode ser encontrado em Pan. Em Papio ele inerva os músculos gêmeos superior, gêmeo inferior e obturador interno (SWINDLER e WOOD, 1973). Em Pan o nervo pubo-isquiofemoral é formado pelas raízes de L3, L4 e S1 (El-Assy, 1965). De acordo com El-Assy (1965), o nervo pubo-isquiofemoral em todas as espécies caminha muito próximo ao nervo para os flexores e dirige-se aos músculos puboisquiofemoral, gêmeos superior e inferir, obturador interno e quadrado da coxa. 1.3.14 Ramo muscular para o músculo piriforme Para El-Assy (1965), o nervo para o músculo piriforme em Cebus, origina-se de L5 e S1, atravessa o forame isquiático maior para inervar o músculo piriforme. Em Homo, o nervo para o músculo piriforme origina-se em S1 e S2 e penetra na face anterior deste músculo (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). Em Papio e Pan o ramo muscular para o músculo piriforme pode originar-se do tronco lombossacral e inervar o músculo piriforme (SWINDLER e WOOD, 1973). Para Hepburn (1892), em Pan, ele surge a partir de S2. De acordo com El-Assy (1965), o nervo piriforme em Pan origina-se de L4 e S1 ou apenas S1, este atravessa o forame isquiático maior para inervar o músculo piriforme. 23 1.3.15 Ramos musculares para os músculos obturatório interno e gêmeo superior Em Homo, o nervo para o obturatório interno origina-se de L5, S1 e S2. Passa através do forame isquiático, abaixo do músculo piriforme. Em seguida origina um ramo, que penetra na face posterior do músculo gêmeo superior, e, após cruzar a espinha isquiática, lateralmente aos vasos pudendo internos, passa através do forame isquiático menor, inervando o músculo obturatório interno (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988). De acordo com Swindler e Wood (1973), em Papio o ramo muscular para os músculos obturatório e gêmeo superior pode originar-se do tronco lombossacral e vai inervar os músculos obturatório interno e gêmeo superior. Em Pan e Homo, este ramo origina-se de S1 e S2 (HEPBURN, 1892). Inerva os músculos obturatório interno e gêmeo superior (SWINDLER e WOOD, 1973). 5.2.16 Ramos musculares para os músculos quadrado femoral e gêmeo inferior De acordo com Gardner (1988), em Homo este nervo origina-se de L4, L5 e S1, ele deixa a pelve abaixo do músculo piriforme e, corre em direção inferior e anterior ao nervo isquiático. Após emitir um ramo para o músculo gêmeo inferior, ele penetra na face anterior do músculo quadrado da coxa e também envia um ramo para a juntura do quadril. Para Hepburn (1892), os ramos musculares para os músculos quadrado femoral e gêmeo superior origina-se de S1 em Papio e de S2 em Pan. Em Papio inerva o músculo quadrado femoral e em Pan os músculos gêmeo inferior e quadrado femoral (SWINDLER e WOOD, 1973). 24 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Este trabalho tem por objetivo geral estudar e descrever os nervos da pelve de Sapajus sp. 2.2 Objetivo Específico Descrever os nervos da pelve do Sapajus sp. e compará-los com os dados descritos dessas estruturas em Papio, Pan e Homo. 25 3. METODOLOGIA 3.1 Amostra Na realização deste trabalho foram utilizados doze espécimes de Sapajus sp. oito machos e quatro fêmeas. Com divergências quanto ao peso e a idade. Estes animais foram depositados na coleção anatômica do Laboratório de Antropologia, Bioquímica, Neurociência e comportamentos de primatas (LABINECOP) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Brasil, sendo que cinco deles sofreram mortes acidentais em seus habitats naturais e os demais foram provenientes do acervo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) e foram doados para estudo na década de 1970. Portanto, nenhum animal foi morto para o propósito deste estudo. Essa pesquisa foi previamente aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-UFT) da Universidade Federal do Tocantins, processo n° 23101.003220/2013-85. 3. 2 Preparação das Amostras A realização dos procedimentos que envolveram os animais foram realizados de acordo com as regras do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). A tricotomia nos animais foi feita com lâmina de barbear, em seguida, foi feita a perfusão com solução de formaldeído a 10%, pela artéria femoral, para fixação do material. Os animais foram armazenados em cubas opacas imersos em solução de formaldeído de mesma concentração. 3. 3 Coleta de Dados A coleta dos dados foi realizada através da dissecação clássica dos animais. Os materiais utilizados foram: tesouras, pinças anatômicas de 10 a 15 cm, pinça Cushing curva, pinça dente de rato, bisturi e lâminas. Os nervos foram registrados por meio de fotografias feitas com câmera digital da marca Canon EOS Kiss X3, lente 18-55 mm. Após a dissecação, os nervos da pelve foram descritos. Os resultados foram comparados com o padrão observados para humanos (GARDNER, GRAY e O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985) e de outros primatas como os do gênero Pan e do gênero Papio, que representam os chimpanzés e os babuínos, respectivamente (SWINDLER e WOOD, 1973). A escolha dos animais utilizados na comparação foi 26 baseada na disponibilidade da literatura sobre anatomia de primatas, que é escassa, e também em algumas características específicas. 3. 4 Nomenclatura As estruturas foram denominadas baseadas na Nomina Anatômica Humana (2013). Sempre que possível, os nervos receberam os mesmos nomes daqueles descritos para humanos e de outros primatas outrora estudados. Os nervos foram descritos tendo como referência a posição anatômica humana. 27 4. ARTIGO Autores Ediana Vasconcelos da Silva, Sylla Figueredo da Silva, Tales Alexandre AversiFerreira Título Nervos da Pelve de Sapajus sp. Documento original 82570-114092-2-SM.DOCX 2014-06-30 Título Nervos da Pelve de Sapajus sp. Resumo O objetivo deste trabalho foi estudar e descrever os nervos da pelve de Sapajus sp. (Cebus libidinosus), visando um melhor entendimento da inervação da pelve desse animal e comparar os resultados com dados disponíveis na literatura para Homo, Papio e Pan. Foram utilizados 12 espécimes de Sapajus sp. fixados em formaldeído a 10% e glicerina a 5% e conservados em formaldeído a 10%. Após análise cuidadosa das peças, verificou-se que os nervos da pelve de Sapajus apresenta uma variação nas origens, trajetos e estruturas inervadas quando comparados a estes primatas. Um dos fatores que mais contribui para esta variação é a diferença na quantidade de vertebras torácicas, lombares, sacrais e coccígeas, que apresenta grande variação entre os gênerosSapajus, Papio, Pan e Homo. De uma forma geral, os nervos da pelve de Sapajus, assemelha-se mais as descrições de Pan e Papio do que a Homo. Como constituintes dos nervos da pelve de Sapajus foram observados os nervos ílio-hipogástrico, ílioinguinal, genitofemoral, cutâneo femoral lateral, obturatório, femoral, glúteo superior, glúteo inferior, isquiático, pudendo, flexores femorais, pubo-isquiofemoral, o ramo muscular para o músculo piriforme, ramos musculares para os músculos obturatório interno e gêmeo superior, ramos musculares para os músculos quadrado femoral e gêmeo superior. Palavras-chave Sapajus sp. Macaco-prego. Nervos da Pelve. Title Nerves of the Pelvis Sapajus sp. Abstract The goal of this work was to study the origin and composition of the nerves of the pelvis of Sapajus sp. (Cebus libidinosus), aiming at a better understanding of the innervation of that animal's pelvis and compare the results with available data in the Literature for Homo, Pan and Papio. Twelve specimens of Sapajus sp. were used(,) fixed in 10% formaldehyde and 5% glycerol and stored in 10% formaldehyde. After careful analysis of the specimens, it was observed that the nerves of the Sapajus pelvic shows a variation in the origins, paths and innervated structures when they are compared to these primates. One of the factors that contribute to this variation is 28 the difference in the number of thoracic, lumbar, sacral, and coccygeal vertebrae, which varies widely among Sapajus, Papio, Pan and Homo genus. In general, the nerves of the Sapajus pelvis, resembles more the Pan and Papio descriptions than Homo. As constituents of the nerves of the pelvis of the Sapajus, the following nerves were observed: iliohypogastric, ilioinguinal, genitofemoral, lateral, obturator, femoral, superior gluteal, inferior gluteal, sciatic, femoral flexors, puboischiofemoral and femoral cutaneous nerves, muscular branch to the piriformis muscle, muscular branches to the internal obturator muscle and superior twin, muscular branches to the quadratus femoris muscle and superior twin. Key words Sapajus sp., Capuchin monkey, Nerves of the Pelvis. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87 - Cidade UniversitáriaSão Paulo / SP - Cep 05508-270 Fone: (11) 3091-7636 [email protected] INTRODUÇÃO O Sapajus sp. é um primata cujo nome popular é macaco-prego, em razão do formato de sua glande peniana que se assemelha a um prego (SILVA; FERREIRA, 2002; RYLANDS et al., 2000). Erxleben (1777) criou as denominações das espécies do gênero Cebus as classificações foram se modificando com o tempo devido a análises mais específicas como morfologia, padrão de coloração dos pelos, dimorfismo sexual, presença ou ausência de tufos, dentre outras características (GROVES, 2001). Baseandose em fatores filogenéticos, comportamentais, moleculares e citogenéticos foi feita uma reforma taxonômica, a espécie que antes era denominada de Cebus apella libidinosus considerada subespécie de Cebus apella, passou a ser denominada de Cebus libidinosus, devido as peculiaridades no comportamento sexual dessa espécie (RYLANDS et al., 2000). Recentemente esta espécie sofreu mais uma alteração taxonômica onde propuseram o gênero Sapajus (ALFARO; SILVA; RYLANDS, 2012). Este primata neotropical com vasta distribuição no continente sul-americano pode ser encontrado nas regiões que vão da Colômbia à Venezuela, do nordeste ao sudeste do Brasil, está presente na maioria dos estados brasileiros e no norte da Argentina (CABRERA, 1957; FRAGASZY; VISALBERGHI; FEDIGAN, 2004). 29 O macaco-prego possui tamanho médio quando comparado com outros primatas, seu peso quando adulto pode variar de 2,5 Kg a 5Kg. Possui uma pelagem com coloração preta mesclada com coloração castanha. Apresenta em sua cabeça topetes escuros parecidos com chifres ou cristas. Características como mandíbulas robustas, caninos grandes e molares com espessa camada de esmalte e a habilidade de manipular ferramentas fazem do Sapajus um animal bem adaptado para abrir sementes e frutos rijos (AVERSI-FERREIRA et al., 2007b; DEFLER, 2009; FRAGASZY; VISALBERGHI; FEDIGAN, 2004). Apresenta uma cauda semi-preênsil, que o auxilia no deslocamento arbóreo e sustentação do corpo quando em posição bípede (SANTINI, 1983). Os Sapajus são onívoros e bastante generalistas com relação às exigências alimentares, sua dieta consiste predominantemente de frutos, mas podem se alimentar de folhas, flores, néctar, raízes, ovos, insetos, pequenos mamíferos anfíbios e repteis (FRAGASZY; VISALBERGHI; FEDIGAN, 2004; SABBATINI et al., 2008). Por causa da sua baixa restrição alimentar este animal se adapta muito bem ao consumo de alimento humano (LUDWING; AGUIAR; ROCHA, 2006). Este primata possui uma boa destreza manual, o que lhe permite manipulações relativamente complexas possibilitando assim a exploração do ambiente com o auxílio do uso de ferramentas, o que permite acesso a recursos indisponíveis ao contato direto das mãos como itens subterrâneos, dentro de cavidades ou que estejam encapsulados (ROCHA; REIS; SEHIAMA, 1998; PHILLIPS, 1998). Sapajus e alguns primatas do Velho Mundo como o chimpanzé fazem uso de ferramentas, sendo assim estes são a principal referência em estudos que investigam a evolução e a utilização de ferramentas por primatas (BOESCH; BOESCH, 1990). Por ser o único primata neotropical a ter rotineiramente esse tipo de comportamento durante o forrageio o Sapajus é um bom modelo para se estudar o uso de ferramentas (FRAGASZY; VISALBERGHI; FEDIGAN, 2004; MANNU; OTTONI, 2009; VISALBERGHI et al., 2007). Sendo assim, pesquisas nessa área poderão fornecer indícios para entender as relações comparativas acerca da evolução do uso de ferramentas entre os primatas (SPAGNOLETTI et al., 2011). O macaco-prego vive em bandos de 3 a 40 indivíduos, em uma sociedade hierarquizada, com um macho dominante (macho alfa) e com características de cooperação entre os integrantes do grupo, como proteção, catação, partilha de alimentos entre outras (MANNU; OTTONI, 2009). 30 O Sapajus usa intensamente os membros torácicos como meio de deslocamento entre as árvores (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a), esse movimento exige uma maior força no fechar das mãos para mantê-los pendurados durante longo período. Definido como aperto palmar, em humanos (MOORE E DALLEY, 2001). Macacos-pregos são quadrúpedes, mas alternam sua postura quadrúpede para bípede (DEMES, 2011). Para ser considerado como bipedalismo perfeito, os ângulos formados pelo quadril e joelho deve ser de 180°, apenas humano consegue atingir essa angulação. Os macacos-pregos realizam a postura semi-vertical, que é denominada eventualmente de bípede ou bipedalismo intermitente. A inclinação máxima do quadril que ele realiza é de 130° e o joelho é de 148° (LIU et al., 2009). O bipedalismo realizado por humanos req uer que o corpo permaneça completamente na vertical, e o bipedalismo realizado pelo macaco-prego é feito com quadril e joelhos flexionados (DEMES, 2011; DEMES; O’NEILL, 2012; LIU et al., 2009). Entre os vertebrados o andar bípede é uma forma incomum de locomoção. Alguns primatas não humanos usam o bipedalismo de forma oportunista. Com relação ao Sapajus essa locomoção é utilizada quando o animal se encontra no solo e está associada com o seu transporte e a utilização de ferramentas durante o forrageio (DEMES, 2011; DEMES; O’NEILL 2012; FRAGASZY; VISALBERGHI; FEDIGAN, 2004; LIU et al., 2009). O Sapajus por ser um primata quadrúpede que possui um bipedalismo intermitente é um interessante modelo de estudo para os antropologistas que pesquisam a evolução do bipedalismo humano (DEMES, 2011). Sendo assim são necessários estudos morfológicos do membro pélvico para que se possa compreender na íntegra as indagações que estão relacionadas ao comportamento locomotor. Além disso, o conhecimento da morfologia do Sapajus comparado a outros primatas permite inferências acerca da adaptação evolução das estruturas relacionadas ao aparelho locomotor (WRIGH, 2007). A utilização de informações anatômicas para se observar o comportamento vem sendo possível mediante trabalhos publicados enfocando a anatomia, porém essa área ainda é carente de estudos para tais primatas (AVERSI-FERREIRA et al., 2014; AVERSI-FERREIRA et al., 2013; AVERSI-FERREIRA et al., 2011a; AVERSIFERREIRA et al., 2011b; AVERSI-FERREIRA, 2009; AVERSI-FERREIRA et al., 2005a, AVERSI-FERREIRA et al., 2005b; AVERSI-FERREIRA et al., 2006; AVERSIFERREIRA et al., 2007a; AVERSI-FERREIRA et al., 2007b; FEREIRA E PRADA, 2001; PEREIRA-DE-PAULA et al., 2006; BARROS et al., 2003). 31 Em geral, um dos sistemas que mais possibilita relações filogenéticas entre espécies é o sistema neural, principalmente devido ao encéfalo, que define o tamanho e o formato da caixa craniana (TESTUT; LATARJET, 1979). Os estudos sobre Sapajus se justificam devido às poucas informações sobre anatomia relacionada a estes animais na literatura científica brasileira e mundial, esse primata neotropical tem chamado a atenção de pesquisadores devido a seu índice de encefalização sendo maior do que de primatas do Velho Mundo como o chimpanzé (Pan troglodytes); e pelo seu comportamento cultural complexo (LOPES, 2004), pelo uso de ferramentas (ANTINUCCI; VISALBERGHI, 1986); e pela memória bem desenvolvida (TAVARES; TOMAZ, 2002). O conhecimento anatômico do gênero Sapajus, é importante não só para a preservação de espécies, mas também para fornecer base concreta para futuros experimentos relacionados ao comportamento destes animais (AVERSI-FERREIRA et al., 2006). Além disso, a anatomia é fundamental na descrição e comparação de espécies, o que permite inferências acerca de aspectos evolutivos, taxonômicos e comportamentais (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a; PFRIMER et al., 2012). O presente estudo busca verificar através da descrição anatômica a distribuição dos nervos da pelve de Sapajus e identificar com qual primata do Velho Mundo este é mais parecido. Estudos comparativos já realizados confirmam que em relação a comportamento, memória, índice de encefalização e uso de ferramentas, o Sapajus, está próximo aos chimpanzés (AVERSI-FERREIRA et al., 2005a; AVERSI-FERREIRA et al., 2007b; MARIN et al., 2009). MATERIAIS E MÉTODOS Na realização deste trabalho foram utilizados doze espécimes de Sapajus sp. oito machos e quatro fêmeas. Com divergências quanto ao peso e a idade. Estes animais foram depositados na coleção anatômica do Laboratório de Antropologia, Bioquímica, Neurociência e comportamentos de primatas (LABINECOP) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Brasil, sendo que cinco deles sofreram mortes acidentais em seus habitats naturais e os demais foram provenientes do acervo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) e foram doados para estudo na década de 1970. Portanto, nenhum animal foi morto para o propósito deste estudo. Essa pesquisa 32 foi previamente aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-UFT) da Universidade Federal do Tocantins, processo n° 23101.003220/2013-85. A realização dos procedimentos que envolveram os animais foram realizados de acordo com as regras do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). A tricotomia nos animais foi feita com lâmina de barbear, em seguida, foi feita a perfusão com solução de formaldeído a 10%, pela artéria femoral, para fixação do material. Os animais foram armazenados em cubas opacas imersos em solução de formaldeído de mesma concentração. A coleta dos dados foi realizada através da dissecação clássica dos animais. Os materiais utilizados foram: tesouras, pinças anatômicas de 10 a 15 cm, pinça Cushing curva, pinça dente de rato, bisturi e lâminas. Os nervos foram registrados por meio de fotografias feitas com câmera digital da marca Canon EOS Kiss X3, lente 18-55 mm. Após a dissecação, os nervos da pelve foram descritos. Os resultados foram comparados com o padrão observados para humanos (GARDNER, GRAY E O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985) e de outros primatas como os do gênero Pan e do gênero Papio, que representam os chimpanzés e os babuínos, respectivamente (SWINDLER; WOOD, 1973). A escolha dos animais utilizados na comparação foi baseada na disponibilidade da literatura sobre anatomia de primatas, que é escassa, e também em algumas características específicas. As estruturas foram denominadas baseadas na Nomina Anatômica Humana (2013). Sempre que possível, os nervos receberam os mesmos nomes daqueles descritos para humanos e de outros primatas outrora estudados. Os nervos foram descritos tendo como referência a posição anatômica humana. 33 RESULTADOS Quadro 1: Analise comparativa dos nervos da pelve de Sapajus sp., Papio, Pan e Homo. O = Origina de; E = Emite. Sapajus Papio E O E Dois ramos que São formados por Nenhuma vão L1 e L2, L3 informação emergir na pele da (SWINDLER; encontrada. região anterior do WOOD, 1973) abdome. Pan O E T13 e L1 Nenhuma (SWINDLER; informação WOOD, 1973). encontrada. L1 com Apresenta dois L1, L2 e L3. Nenhuma contribuição de ramos na região informação T14. abdominal, um encontrada. para o músculo transverso do abdome e outro para o músculo reto abdominal para atravessar a fáscia da região inguinal. L1. Ramo que segue União de L3 e L4 Nenhuma para a região (SWINDLER; informação inguinal. WOOD, 1973). encontrada. T12, T13 e L1 Nenhuma (SWINDLER; informação WOOD, 1973). encontrada. Nervo Genitofemoral Nervo Ilioinguinal Nervo Ílio-hipogástrico O T14 e L1. Nervo Cutâneo femoral lateral L2 e L3. Homo O E Pode originar- Ramos cutâneos se de T12, L1 e lateral que L2. atravessa os (GARDNER; músculos oblíquos GRAY; O’ interno e externo e RAHILLY, inerva a pele 1988). lateralmente às nádegas e ramo cutâneo anterior que corre em direção anterior entre os músculos oblíquos, atravessa a aponeurose do obliquo externo e inerva a pele acima da pube (GARDNER; GRAY; O’ RAHILLY, 1988). Às vezes de Ramos cutâneos T12 e para a coxa e ocasionalment origina os ramos e de L2 escrotal anterior ou (GARDNER; lábios anteriores GRAY; O’ (GARDNER; RAHILLY, GRAY; O’ 1988). RAHILLY, 1988). T12, T13 e L1 Inerva a região Frequentement Ramos genital e (SWINDLER; genital e parte e femoral WOOD, 1973). anterior e de L2 ou de L1 (GARDNER; superior da coxa e L2, e GRAY; O’ (HEPBURN, ocasionalment RAHILLY, 1988). 1892) e de L3 (GARDNER; GRAY; O’ RAHILLY, 1988). Inerva a pele que Dos ramos Inerva a pele que L2 e L3 Inerva a pele que L2, de L2 e L3 Seus ramos recobre a porção sensoriais dos recobre a porção (HEPBURN 1892, recobre a porção ou de L1 e L2, anterior e posterior ventral da coxa. nevos motores lateral da coxa CHAMPNEYS anterior da coxa (GARDNER; inervam a pele da mais profundos (SWINDLER; 1975). (SWINDLER; GRAY; O’ região anterior e (SWINDLER; WOOD, 1973). WOOD, 1973). RAHILLY, lateral da coxa WOOD, 1973). 1988). (GARDNER; Principalment GRAY; O’ e de L2 (O’ RAHILLY, 1988). RAHILLY, 1985). 34 Inerva os músculos L4, L5 e L6 Inerva os músculos L1, L2 e L3 Inerva os L3 e L4, às Inerva os músculos adutores (curto, (SWINDLER; adutores curto, (SWINDLER; músculos vezes de L2 e adutores e grácil, a longo e magno), WOOD, 1973). longo e magno, WOOD, 1973). Adutores curto, ocasionalment pele da parte grácil e L2, L3 e L4 grácil e obturador longo e magno, e de L5 interna da coxa e as semimembranoso. (SOUTOUL et interno obturador (GARDNER; junturas do quadril al., 1966). (SWINDLER; externo, grácil. e GRAY; e do joelho WOOD, 1973). pectíneo. O’RAHILLY, (GARDNER; (SWINDLER; 1988). GRAY; O’ WOOD, 1973,). O nervo RAHILLY, 1988). obturatório O nervo acessório obturatório (quando acessório (quando presente) presente) penetra origina-se de na coxa L3 e L4 profundamente e (O’RAHILLY, inerva o músculo 1985). pectíneo. L2, L3 e L4 (O’RAHILLY, (SWINDLER; 1985). WOOD, 1973). L3 e L4. Inerva os músculos L4, L5 e L6 Inerva os músculos Da união de L1, Inerva os Principalment Inerva o quadríceps sartório, vastos (SWINDLER; psoas maior e L2 e L3 músculos psoas e de L2, L3 e da coxa, o pectíneo (medial, lateral e WOOD, 1973). menor, ilíaco, (SWINDLER; maior e menor, L4, e o sartório, a pele intermédio), e reto sartório, reto WOOD, 1973). ilíaco, sartório, ocasionalment da região anterior e femoral. L2, L3 e L4 femoral, vastos L1 e L2 ou L1, L2 reto femoral, e recebe uma medial da coxa e a (SOUTOUL et (medial, lateral e e L3, vastos medial, contribuição parte medial da al., 1966) intermédio), e eventualmente T13 lateral e de L5 perna e as pectíneo (EL-ASSY, 1965). intermédio, (GARDNER; articulações do (SWINDLER; pectíneo GRAY; O’ quadril e joelho WOOD, 1973). (SWINDLE; RAHILLY, (GARDNER; WOOD, 1973). 1988). GRAY; O’ RAHILLY, 1988). Inerva os músculos Nenhuma Inerva os músculos L3, L4 e S1 Inerva os L4, L5 e S1 Inerva os músculos glúteo médio, informação tensor da fáscia (CHAMPNEYS músculos tensor (GARDNER; tensor da fáscia mínimo e encontrada. lata, glúteo médio e 1872, da fáscia lata, GRAY; O’ lata, glúteo médio e escansório. mínimo, scansorio SWINDLER; glúteo médio e RAHILLY, mínimo (SWINDLER; WOOD, 1973). mínimo 1988). (SWINDLER; WOOD, 1973). L3, L4 e S1 – (SWINDLER; WOOD, 1973). antímero esquerdo WOOD, 1973). e L3 e L4 – antímero direito (EL-ASSY, 1965). Inerva o músculo Nenhuma Inerva o músculo L3 e L4 (EL- Inerva o músculo L5, S1 e S2 Ramos que glúteo máximo. informação glúteo máximo ASSY, 1965). glúteo máximo (GARDNER; inervam o músculo encontrada. (SWINDLER; (SWINDLER; GRAY; O’ glúteo máximo WOOD, 1973). WOOD, 1973). RAHILLY, (GARDNER; 1988). GRAY; O’ RAHILLY, 1988). Nervo Femoral Nevo Obturatório L3 e L4 Nervo Glúteo superior L4, L5 e S1. Nervo Cutâneo femoral posterior Nervo Glúteo inferior L4, L5 e S1. Ramo do nervo Inerva a região Parece ser um Inerva a calosidade L3 e L4 (GIBS, Inerva a região da S1, S2 e S3 Inerva a face isquiático. cutânea posterior ramo do nervo isquiática e a pele 1999, calosidade (GARDNER; posterior da coxa, a da coxa. isquiático da região lateral da CHAMPNEYS, isquiática e a pele GRAY; pele sobre o sulco (SWINDLER; coxa 1975). da região anterior O’RAHILLY, infraglúteo, sobre a WOOD, 1973). (SWINDLER; da coxa 1988). parte medial da WOOD, 1973). (SWINDLER; coxa e nas regiões WOOD, 1973). adjacentes do períneo (GARDNER; GRAY; O’ RAHILLY, 1988). Ramo muscular para o músculo piriforme Nervo Pubo-isquifemoral Nervos Flexores femorais Nervo Pudendo Nervo Isquiático 35 L4, L5, S1 e S2. Inerva os músculos L5, L6, L7 e S1 Inerva o músculo L3 e L4 com Inerva os L4, L5, S1, S2 Ramo fibular que bíceps femoral, (CHAMPNEYS, bíceps femoral contribuições de músculos adutor e S3, atravessa o semitendinoso, 1975). (SWINDLER; S1 e S2 ou L2, L3 e magno e bíceps (GARDNER; músculo piriforme semimembranoso WOOD, 1973). Os L4 (EL-ASSY femoral GRAY; O’ e o ramo tibial que e isquiofemoral. músculos adutor 1965, (SWINDLER; RAHILLY, passa por baixo do magno, bíceps CHAMPNEYS, WOOD, 1973). 1988). músculo piriforme. femoral, 1975). Os músculos Alguns ramos, semitendinoso e adutor magno, derivados do nervo semimembranoso bíceps femoral, tibial, inervam os (AVERSIsemitendinoso e músculos FERREIRA et al., semimembranos semitendinoso, 2011a) o semimembranoso, (AVERSIcabeça longa do FERREIRA et bíceps femoral e al., 2011a) adutor magno e do nervo fibuar comum nasce um ramo para a cabeça curta do bíceps femoral. (GARDNER; GRAY; O’ RAHILLY, 1988). Há vários ramos, __ S1 e S2 Nenhuma S2 e S3 – ele pode Nenhuma S2, S3 e S4 Fornece a maior não conseguimos (SWINDLER; informação representar um informação (GARDNER; parte da inervação identificar qual WOOD, 1973). encontrada. pequeno ramo encontrada. GRAY; O’ do períneo. Dá seria o n. ventral de S2 RAHILLY, origem ao nervo pudendo. (SWINDLER; 1988). retal inferior e se WOOD, 1973). divide em nervo S2 com poucas perineal e dorsal do fibras de S1 (ELpênis (ou clitóris) ASSY, 1965). (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Mesma bainha Inerva os músculos Estão separados Inerva os músculos Presente em 50%, Inerva os Ausente. Ausente. do nervo bíceps femoral, do nervo bíceps femoral, estão separados do músculos bíceps isquiático. semitendinoso e isquiático semitendinoso e nervo isquiático femoral (cabeça semimenbranso. (SWINDLER; semimembranoso (SWINDLER; longa), WOOD, 1973). (SWINDLER; WOOD, 1973). semimembranos WOOD, 1973). o e semitendinoso (SWINDLER; WOOD, 1973). Vários ramos das Ramos que vão Nenhuma Inerva os músculos Raízes de L3, L4 e Ramos para os Ausente. Ausente. raízes do nervo inervar os informação obturatório interno, L5 (EL-ASSY, músculos puboisquiático. músculos encontrada. gêmeo superior e 1965). isquiofemoral, obturatório inferior, quadrado gêmeos superior interno, gêmeo femoral e inferior, superior e inferior, (SWINDLER; obturador interno quadrado femoral. WOOD, 1973). e quadrado da coxa (EL-ASSY, 1965). O nervo Inerva o músculo Pode originar do Inerva o músculo A partir de S2 Inerva o músculo S1 e S2 Inerva o músculo isquiático emite piriforme. tronco piriforme (HEPBURN, piriforme (GARDNER; piriforme um pequeno lombossacral (SWINDLER; 1983). (SWINDLER; GRAY; (SWINDLER; ramo para o (SWINDLER; WOOD, 1973). L4 e S1 ou somente WOOD, 1973). O’RAHILLY, WOOD, 1973). músculo WOOD, 1973). S1 (El-ASSY, 1988). piriforme. 1965) Ramos musculares para os músculos quadrado femoral e gêmeo inferior Ramos musculares para os músculos obturatório interno e gêmeo superior 36 Ramos do nervo Inerva os músculos Pode originar do Inerva os músculos S1 e isquiático. gêmeo superior e tronco obturatório interno (HEPBURN, obturatório lombossacral e gêmeo superior 1892). interno. (SWINDLER; (SWINDLER; WOOD, 1973). WOOD, 1973). S2 Inerva os L5, S1 e S2 Inerva os músculos músculos (GARDNER; obturatório interno obturatório GRAY; e gêmeo superior interno e gêmeo O’RAHILLY, (GARDNER; superior 1988). GRAY; (SWINDLER; O’RAHILLY, WOOD, 1973). 1988). Ramo do nervo Inerva os músculos S1 (HEPBURN, Inerva os músculos S2 (HEPBURN, Inerva os L4, L5 e S1 Inerva o músculo isquiático. gêmeo superior, 1892). gêmeo inferior e 1892). músculos gêmeo (GARDNER; gêmeo inferior, gêmeo inferior e quadrado femoral inferior e GRAY; quadrado da coxa e quadrado femoral. (SWINDLER; quadrado femoral O’RAHILLY, envia um ramo para WOOD, 1973). (SWINDLER; 1988). a juntura do quadril WOOD, 1973). (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Fonte: Elaboração própria 37 DISCUSSÃO Plexo Lombar e Sacral Para Barros e colaboradores (2003), o plexo lombar de Sapajus está separado do sacral, não havendo nenhuma participação dos nervos sacrais na região lombar, já L5 é praticamente um nervo do plexo sacral, aparecendo poucas vezes na constituição do plexo lombar. A formação do plexo lombar resulta das conexões entre as raízes ventrais de L3 e L4 que se acham sempre presentes e L2 e L5 que estão presentes com certa frequência, constituindo assim uma rede cujo padrão é variável em ambos antímeros. No presente estudo em Sapajus foi observado o plexo lombar separado na sua formação do plexo sacral o que está de acordo com os estudos de Barros e colaboradores (2003), porém há uma divergência com relação a distribuição das vértebras neste primata. Barros e colaboradores (2003) considerou a distribuição das vértebras de Sapajus de acordo com os estudos feitos por Watanabe e Reis (1978), onde ele descreve sete vertebras cervicais, doze torácicas, sete lombares, três sacrais e três coccígeas, estas últimas continuando com as caudais. Porém observamos a seguinte distribuição vertebral neste primata, sete cervicais, quatorze torácicas, cinco lombares, três sacrais e trinta caudais. Para Swindler e Wood (1973), em Pan, normalmente existe quatro vértebras lombares, cinco em Homo e sete em Papio. Estas diferenças anatômicas trazem inúmeras dificuldades para descrever o modo de formação dos plexos entre estes primatas. Contudo faz-se necessário mais estudos das estruturas vertebrais de Sapajus para formar um padrão de distribuição das raízes nervosas e formação dos plexos. Nervos da Pelve De acordo com os resultados observados neste estudo apresentamos os nervos da pelve de Sapajus com suas respectivas origens, trajetos e inervação, (Figura 1 e Quadro 1), assim como uma análise comparativa destes nervos com os de Homo, Papio e Pan. 38 Figura 1. Nervos da pelve de Sapajus sp. vista ventral. (1) Nervo ílio-hipogástrico, (2) Nervo ílioinguinal, (3) Nervo genito femoral, (4) Nervo cutâneo femoral lateral, (5) Nervo femoral, (6) Nervo obturatório, (7) Raízes constituintes do nervo isquiático. Nervo Ílio-hipogástrico Em Sapajus, na origem do nervo ílio-hipogástrico observa-se um tronco formado por T14 e L1, este emite dois ramos, o ramo colateral o nervo ílioinguinal e outro ramo o nervo ílio-hipogástrico (Figura 1). Em Homo o primeiro nervo lombar (L1) faz conexões com o nervo subcostal (T12) e L2 que darão origem a dois ramos os nervos íliohipogástrico e ílioinguinal (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Em Papio sua origem é formada a partir de L1 e L2, L3. Em Pan na maioria dos casos origina-se da junção do nervo subcostal com L1 (SWINDLER; WOOD, 1973). Com relação a origem deste nervo observa-se uma similaridade entre estes primatas. Em Sapajus, o nervo ílio-hipogástrico, segue através da parede lateral do abdome onde emite dois ramos que vão emergir na pele da região anterior do abdome. No Homo este dividir-se em dois ramos, o cutâneo lateral que vai inervar a pele lateralmente às nádegas, e o ramo cutâneo anterior que inerva a pele acima da pelve (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Nervo Ílioinguinal O nervo ílioinguinal em Sapajus apresenta sua origem em L1 com contribuição de T14 (Figura 1). Em Homo sua origem às vezes é de T12 e ocasionalmente de L2 39 (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Este nervo apresenta um trajeto e inervação similar entre Sapajus e Homo. Em Sapajus apresenta um trajeto descendente emergindo na região abdominal entre os músculos transverso do abdome e oblíquo interno, nesta região ele emite dois ramos, um para o músculo transverso do abdome e outro para o reto abdominal, ele vai emergir sobre este músculo atravessando a fáscia da região inguinal. De acordo com Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), para Homo o nervo ílioinguinal apresenta um trajeto para a crista ilíaca, após atravessar os músculos transverso do abdome e oblíquo interno, segue para frente para acompanhar o funículo espermático ou o ligamento redondo através do canal inguinal. Ele emerge do ramo superficial, gera ramos cutâneos para a coxa e origina os ramos escrotal anterior ou labiais anteriores. Em Papio e Pan, observa-se uma pequena similaridade com relação a suas origens. No Papio este nervo é formado de L1 e L2, L3. Já em Pan é geralmente formado por T12, T13 e L1 (SWINDLER; WOOD, 1973). Nervo Genitofemoral O nervo genitofemoral apresenta uma pequena similaridade entre Sapajus, Homo e Pan, todos têm a participação de L1 em sua origem. Porém apresentam trajetos e regiões inervadas diferentes. Em Sapajus, o nervo genitofemoral é longo com origem em L1, descendo obliquamente na região abdominal e pelve, entre os nervos ílioinguinal e cutâneo femoral lateral, na região inguinal ele atravessa a parede abdominal para inervar a pele dessa região (Figura 1). Em Homo com frequência origina-se a partir de L2 ou de L1 e L2, e ocasionalmente de L3. Desce anteriormente ao músculo psoas e divide-se em ramos genital que entra no canal inguinal através do ânulo profundo, inerva o músculo cremáster e se continua para inervar o escroto (ou lábios maiores) e a parte adjacente da coxa, o ramo femoral entra na bainha femoral, lateralmente à artéria, volta-se anteriormente e inerva a pele do trígono femoral. (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Em Papio a formação deste nervo ocorre da união de L3 e L4. Em Pan ele geralmente é formado por T12, T13 e L1 (SWINDLER; WOOD, 1973). Sua inervação no Pan ocorre na região genital e parte anterior e superior da coxa (HEPBURN, 1892). 40 Nervo Cutâneo Femoral Lateral Para Sapajus os resultados aqui encontrados estão de acordo com Barros (2002), para o nervo cutâneo femoral lateral com sua origem em L2 e L3 (figura 1). Em Homo este nervo apresenta uma origem um pouco maior, podendo ser de L2, de L2 e L3 ou de L1 e L2, sendo encontrado frequentemente preso ao nervo femoral por tecido conectivo (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). De acordo com Hepburn (1892) e Champneys (1975), o referido nervo em Pan origina-se de L2 e L3, apresentando assim origem idêntica a Sapajus e similar a Homo. Para Swindler e Wood (1973), os nervos cutâneos em Papio e Pan são ramos sensoriais dos nervos motores mais profundos. O nervo cutâneo femoral lateral em Sapajus emerge entre os músculos psoas maior e menor, continua descendo sobre o psoas maior, passa abaixo dos vasos lombares, em seguida atravessa a parede anterior do abdome, emergindo superficialmente ao músculo oblíquo externo para inervar a pele que recobre a porção ventral da coxa. Em Homo este nervo emite dois ramos, um anterior e outro posterior que inervam a pele da região anterior e lateral da coxa (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Já para Papio e Pan, este nervo aparece por via subcutânea em diferentes locais em todo o membro inferior na fáscia superficial para suprir a pele da região lateral e anterior da coxa (SWINDLER; WOOD, 1973). O nervo cutâneo femoral lateral apresentou uma grande similaridade entre Sapajus, Homo, Papio e Pan, tanto em suas origens como nas inervações. Mas se aproxima mais de Pan, apresentando origens iguais. Nervo Obturatório O nervo obturatório é um nervo longo em Sapajus, Homo, Papio e Pan. Apresenta uma origem similar entre estes primatas. Em Sapajus, origina-se de L3 e L4, para Barros (2002), pode nascer da convergência dos ramos de L3 e L4 ou L4 e L5. No Homo, de L3 e L4, às vezes de L2 e ocasionalmente de L5. Quando presente o nervo obturatório acessório origina-se de L3 e L4 (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Já para Swindler e Wood (1973), o nervo obturatório acessório quando presente em Homo origina-se de L2, L3 e L4. Em Papio origina-se a partir de L4, L5 e L6 (SWINDLER; WOOD, 1973), já para Soutoul e colaboradores (1966), sua origem se dá ao nível de L2, L3 e L4. 41 Em Sapajus este nervo aparece na face medial do músculo psoas maior, corre em direção inferior e para frente sobre a parede da pelve, passa pelo forame obturatório, penetra na coxa, inerva os músculos adutores (curto, longo e magno), grácil e semimembranoso, estes achados estão de acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a), (Figura 2). Em Homo este nervo supre os músculos adutores (curto, longo e magno) e o grácil, a pele da parte interna da coxa e as junturas do quadril e do joelho. Já o nervo obturatório acessório quando presente, penetra na coxa profundamente suprindo o músculo pectíneo (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985). Em Papio o nervo obturatório inerva os músculos adutores (curto, longo e magno), grácil e obturatório interno, em Pan inerva os músculos adutores (curto, longo e magno), obturatório externo, grácil e pectíneo (SWINDLER; WOOD, 1973). Figura 2. Nervo da pelve de Sapajus sp. vista ventral. (1) Nervo obturatório, (*) músculo psoas maior, (L5) 5ª vertebra lombar. Com relação ao nervo obturatório, foi observado uma similaridade entre as estruturas por ele inervada nos primatas aqui estudados. Porém aproxima-se mais de Papio e Pan. Não foi observado a presença do nervo obturatório acessório em Sapajus. Nervo Femoral Para o nervo femoral nossos resultados em Sapajus, estão de acordo com Barros (2002), onde apresenta sua origem com um grande predomínio em L3 e L4. O nervo 42 femoral emerge lateralmente no músculo psoas maior, corre inferiormente entre o músculo psoas maior e o ilíaco e entra na coxa junto com a veia e a artéria femoral, na região da coxa emite ramos para os músculos sartório, vasto intermédio, vasto medial, vasto lateral e reto femoral, os resultados aqui apresentados para as estruturas que por ele são inervadas estão de acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a), (Figura 1). Segundo Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), o nervo femoral em Homo é o maior ramo do plexo lombar, originando-se principalmente de L4, mais L2 e L3, ocasionalmente de L5. Para O’Rahilly (1985) ele tem sua origem em L2, L3 e L4. Inervando assim os músculos ilíaco, quadríceps, pectíneo e sartório, a pele do lado medial e anterior da coxa, a parte medial da perna e as articulações do quadril e do joelho (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985). Em Papio origina-se de L4, L5 e L6 e inerva os músculos psoas maior e menor, ilíaco, sartório, reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio e o pectíneo (SWINDLER; WOOD, 1973). Em Pan, sua origem é formada da união de L1, L2 e L3 (SWINDLER; WOOD, 1973). Para El-Assy (1965), sua origem ocorre eventualmente de T13, e de L1, L2 e L3. Ele inerva os músculos psoas maior e menor, ilíaco, sartório, reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio e o pectíneo (SWINDLER; WOOD, 1973). O nervo femoral apresenta uma similaridade tanto na sua origem quanto na sua inervação entre os primatas aqui descritos. Porém em Sapajus não foi observado a inervação do músculo pectíneo. Nervo Glúteo Superior O nervo glúteo superior em sua origem é idêntico para Sapajus e Homo L4, L5 e S1 (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Em Pan origina-se de L3, L4 e S1 (CHAMPNEYS, 1975; SWINDLER; WOOD, 1973), já El-Assy (1965), descreve sua origem em L3, L4 e S1 para o antímero esquerdo e L3 e L4 para o antímero direito. Em Sapajus o nervo glúteo superior passa junto com o nervo isquiático pelo forame isquiático maior e emite ramos para os músculos glúteo médio, mínimo e scansório. Em Homo este nervo supre os músculos tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo (SWINDLER; WOOD, 1973). Com relação aos músculos por ele inervado em Papio Swindler e Wood (1973), descreve o tensor da fáscia lata, glúteo médio, mínimo e o scansório. De acordo com Swindler e Wood (1973), em Pan ele inerva os músculos tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo. 43 Com relação a inervação do nervo glúteo superior observa-se uma grande similaridade entre os primatas aqui estudados, estando os músculos glúteos médio e mínimo inervados por ele em Sapajus, Homo, Papio e Pan. Nervo Glúteo Inferior O nevo glúteo inferior em sua origem é similar entre os gêneros Sapajus, Homo, Papio e Pan. Em Sapajus, origina-se de L4, L5 e S1, compartilha a bainha de tecido conjuntivo com os nervos isquiático, flexores femorais e glúteo superior, passa pelo forame isquiático maior. Em Homo, este nervo origina-se em L5, S1 e S2, (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985). Em Pan origina-se de L3 e L4 (ELASSY, 1965). A inervação apresentada pelo nervo glúteo inferior é idêntica para Sapajus, Homo, Papio e Pan, inerva o músculo glúteo máximo (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; O’RAHILLY, 1985; SWINDLER; WOOD, 1973). Nervo Cutâneo Femoral Posterior Em Sapajus, foi observado sua origem como um ramo do nervo isquiático que segue seu trajeto passando abaixo do músculo isquiofemoral, na região posterior ele emerge na borda do músculo bíceps femoral e segue (desce) para inervar a região cutânea posterior da coxa. O nervo cutâneo femoral posterior em Homo, origina-se de S1, S2 e S3, emite os ramos glúteos para a pele da nádega, ramos perineais que atravessam os músculos da região posterior da coxa e inervam a pele da genitália externa, e os ramos femoral e sural para a pele do dorso da coxa e da sura. Alguns ramos podem atingir o tornozelo (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). De acordo com Swindler e Wood (1973), este nervo em Papio parece ser um ramo do nervo isquiático, inerva a pele da região lateral da coxa. Em Pan, origina-se de L3 e L4 (GIBBS, 1999; CHAMPNEYS, 1975). Inerva a região da calosidade isquiática e a pele da porção anterior da coxa (SWINDLER; WOOD, 1973). Com relação a origem do nervo cutâneo femoral posterior dos gêneros Sapajus e Papio são idênticas, assim como a inervação de Papio e Pan (SWINDLER; WOOD, 1973). 44 Nervo Isquiático Em Sapajus, o nervo isquiático é o maior, possui uma origem bastante extensa, L4, L5, S1 e S2, emerge na pelve sob o músculo ilíaco, segue inferior e em frente, passando pelo forame isquiático maior para a região glútea sobre os músculos glúteo mínimo, gêmeo superior, gêmeo inferior e obturatório interno, segue entre o trocanter maior do fêmur e o osso ísquio para inervar os músculos bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso e isquiofemoral, nossos resultados estão de acordo com Aversi-Ferreira e colaboradores (2011a), (Figura 1). Para Sapajus, Homo, Papio e Pan o nervo isquiático apresenta uma grande similaridade em suas origens, porém se assemelha mais a Homo. Com relação a sua inervação a única diferença entre estes primatas é a presença do músculo isquiofemoral que é inervado por este em Sapajus. Nervo Pudendo Para Sapajus, em nossas dissecações observamos vários pequenos ramos na região sacral, mas não foi possível identificar o nervo pudendo. Para Barros, (2002), o nervo pudendo em Sapajus é um pequeno nervo que tem origem no plexo sacral com suas raízes apresentando distribuição quase uniforme entre os nervos sacrais S1, S2, S3 e S4. Para El-Assy (1965), em Cebus, este nervo surge de S1 e S2, e recebe fibras do nervo tibial. Em Homo, Papio e Pan, apresenta origens similar que variam de S1 até S4 (Quadro 1). Em Homo, este fornece a maior parte da inervação do períneo. Dá origem ao nervo retal inferior e se divide em nervo perineal e dorsal do pênis (ou clitóris) (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988). Com relação a inervação deste em Papio e Pan, não foram encontradas informações na literatura. 45 Nervos Flexores Femorais Em Sapajus, a origem dos nervos flexores femorais é no nervo isquiático, compartilha da mesma bainha deste mas separa-se através de um ramo para inervar os músculos bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso. Os nervos flexores femorais estão ausente em Homo, presente em Papio e em Pan sua presença é de 50%. Inervando os músculos bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso em Papio os músculos bíceps femoral (cabeça longa), semitendinoso e semimembranoso em Pan (SWINDLER; WOOD, 1973). Observa-se uma grande similaridade com relação a este nervo para os gêneros Sapajus, Papio e Pan, mas faz se necessário destacar alguns pontos importantes como a ausência deste nervo que é de 50% em Pan, e neste primata a porção do músculo bíceps femoral por ele inervado é só a cabeça longa. Outra diferença é que para Sapajus este nervo compartilha a mesma bainha do nervo isquiático e para Papio e Pan estes nervos encontram-se separados do nervo isquiático. Nervo Pubo-isquiofemoral No gênero Sapajus, o nervo pubo-isquiofemoral foi observado com vários ramos que originam do nervo isquiático. Esses ramos vão inervar os músculos gêmeos (superior e inferior), obturatório interno e quadrado femoral. O nervo pubo-isquifemoral está ausente em Homo, presente em Papio e pode ser encontrado em Pan. Em Papio ele inerva os músculos gêmeos (superior e inferior), e obturatório interno (SWINDLER; WOOD, 1973). Em Pan o nervo pubo-isquiofemoral é formado pelas raízes de L3, L4 e S1 (EL-ASSY, 1965). De acordo com El-Assy (1965), o nervo pubo-isquiofemoral em todas as espécies caminha muito próximo ao nervo para os flexores e dirige-se aos músculos puboisquiofemoral gêmeos (superior e inferir), obturatório interno e quadrado da coxa. Entre os gêneros Sapajus, Papio e Pan o nervo pubo-isquiofemoral encontra-se similar em suas origens, trajetos e inervação, porém foi observado uma semelhança maior entre Sapajus e Pan. 46 Ramo muscular para o músculo piriforme Para Sapajus, foi observado a presença de um ramo muscular para o músculo piriforme com sua origem na porção cranial do nervo isquiático, na sua porção caudal, este ramo vai emitir um pequeno ramo para o músculo piriforme. Os resultados aqui apresentados corroboram com El-Assy (1965). Para Homo, Papio e Pan suas origens são similar e a inervação é idêntica para Sapajus, Papio, Pan e Homo (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; SWINDLER; WOOD, 1973; EL-ASSY, 1965; HEPBURN, 1892). Ramos muscular para os músculos obturatório interno e gêmeo superior Para o gênero Sapajus, a origem destes ramos foram encontradas no nervo isquiático logo após este passar pelo forame isquiático maior onde ele emite um ramo para o músculo gêmeo superior e outro ramo para o músculo obturatório interno. Foi observado também a presença de um pequeno ramo comunicante entre os ramos para os músculos gêmeo superior e obturatório interno. Em Homo, Papio e Pan suas origens são similar e sua inervação idêntica para Sapajus, Papio, Pan e Homo (Quadro 1), (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; HEPBURN, 1892; SWINDLER; WOOD, 1973). Ramos muscular para os músculos quadrado femoral e gêmeo inferior Em Sapajus, na altura do músculo isquiofemoral, foi observado a presença de ramos do nervo isquiático, estes ramos vão inervar os músculos gêmeo superior, gêmeo inferior e quadrado femoral. Em Homo, Papio e Pan suas origens e inervação são similar, porém para estes três primatas não foi observado a presença desta inervação no músculo gêmeo superior (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; SWINDLER; WOOD, 1973). 47 CONCLUSÃO O padrão dos nervos da pelve de Sapajus observados neste estudo e comparados com Homo, Papio e Pan, apresentou uma variação quanto as origens, trajetos e estruturas inervadas. Um dos fatores que mais contribui para esta variação é principalmente a diferença na quantidade de vertebras torácicas, lombares, sacrais e coccígeas que apresentaram grande variação entre os quatro primatas aqui estudados. De uma forma geral, os nervos da pelve de Sapajus aqui observados, assemelhase mais a descrição de Pan e Papio, realizada por Swindler e Wood (1973), do que a Homo, principalmente com relação a ausência dos nervos flexores femorais e puboisquiofemoral em Homo. 48 REFERÊNCIAS CITADAS ALFARO, J. W. L; SILVA, J. D. J; RYLANDS, A. B. How Different Are Robust and Gracile Capuchin Monkeys? An Argument for the Use of Sapajus and Cebus. American Journal of Primatology. v. 74, p. 273–286, 2012. ANTINUCCI, F; VISALBERGHI, E. Tool use in Cebus apella: a case study. International Jounarl of Primatology. v.7, p. 351-363, 1986. AVERSI-FERREIRA, T. A.; LIMA-E-SILVA, M. S.; PEREIRA-DE-PAULA, J.; GOUVÊAE-SILVA, L. F.; PENHA-SILVA, N. Anatomia comparativa dos nervos do braço de Cebus apella. Descrição do músculo dorsoepitroclear. Acta Scientiarum. Biological Scientiarium. v. 27, n. 3, p. 291-296. 2005a. AVERSI-FERREIRA, T. A.; AVERSI-FERREIRA, R. A. G. M. F.; SILVA, Z.; GOUVÊAE-SILVA, L. F.; PENHA-SILVA, N. Anatomical study of the deep muscles of the forearm of the Cebus apella (Linnaeus, 1766). Acta Scientiarum Biological Sciences, Maringá, v. 27, n. 3, p. 297-301, 2005b. AVERSI-FERREIRA, T. A.; PIRES, R. M.; SILVA, Z.; PENHA-SILVA, N. Comparative study of the superficial muscles of the forearm of the Cebus and Homo. 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