Serviço Público Federal Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós-Graduação em Biologia – Mestrado Área de Concentração: Biologia Celular e Molecular O PAPEL DO PAPILOMA VÍRUS HUMANO NA CARCINOGÊNESE DOS TUMORES DE PÊNIS: UMA ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA E MOLECULAR Angela Adamski da Silva Reis Goiânia, 2005. ii Serviço Público Federal Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós-Graduação em Biologia – Mestrado Área de Concentração: Biologia Celular e Molecular O PAPEL DO PAPILOMA VÍRUS HUMANO NA CARCINOGÊNESE DOS TUMORES DE PÊNIS: UMA ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA E MOLECULAR Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Biologia – Área de Concentração: Biologia Celular e Molecular, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás – UFG, como requisito para obtenção do título de Mestre. Orientanda: Angela Adamski da Silva Reis, B.Sc. Orientador: Dr. Aparecido Divino da Cruz, Ph.D. Co-orientadora:Katia Karina Verolli de Oliveira Moura, Drª. Goiânia, 2005. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis iii Aos pacientes que anseiam por descobertas científicas para o desenvolvimento de novas terapias para o controle do câncer. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis iv O desenvolvimento das atividades experimentais do presente estudo contou com a colaboração das seguintes instituições: Universidade Federal de Goiás (UFG) – Programa de Pós-Graduação Mestrado em Biologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB); Núcleo de Pesquisas Replicon do Departamento de Biologia da Universidade Católica de Goiás (UCG); Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia (RBCP) da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), Serviço de Urologia e Serviço de Patologia – Hospital Araújo Jorge e da International Agency for Research on Cancer (IARC). Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis v Francis Harry Compton Crick (1916 – 2004) Ao cientista britânico Francis Crick uma homenagem pela descoberta da estrutura da molécula de DNA. A descoberta que lhe rendeu o Nobel completou 50 anos em 2003. Quando trabalhava no Laboratório Cavendish, em Cambridge, Reino Unido, Crick em parceria com James Watson decifraram juntos a forma estrutural da molécula do ácido desoxirribonucléico. A descoberta representou não só uma revolução científica, marcando o verdadeiro nascimento da biologia molecular, mas marcou para sempre a história das ciências. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis vi Agradecimentos Foram inúmeras as pessoas que indiretamente fizeram parte desta etapa em minha vida. O amor adquire mais força quando oferecido ao próximo. Agradeço a Deus por renovar as esperanças e a cada etapa a ser vencida. Sem a presença dele minha luz se apaga. Agradeço a meu pai, José Arlei da Silva, pelo pai maravilhoso que sempre esteve presente em todos os momentos, que se dedicou à formação da nossa família e me incentivou aos estudos; a minha querida mãe, Leonélia Maria Adamski da Silva pela preocupação com o meu bem estar, pelos conselhos, pelo incentivo para eu alcançar meus sonhos e pelo amor incondicional. Amo vocês!!!. A minha irmã querida Fernanda Adamski da Silva pelo carinho, amor e pelo eterno incentivo. Amo você!!!. Ao meu amor, Luciano de Souza Vaz dos Reis, pelo amor, paciência, incentivo, preocupação, companheirismo de todas as horas e pelos incontáveis conselhos. A ele que agora entende além de Tecnologia da Informação e Redes, Virologia, Biologia Molecular e Oncologia, dando sua opinião sobre o contexto da dissertação. Meu eterno amor, Te amo muito!!!. Aos familiares do meu marido pelo incentivo, em especial ao Frederico de Souza Vaz dos Reis pelo auxílio quanto à parte técnica de Urologia. Obrigada!!! Agradeço a Professora Drª Katia Karina Verolli de Oliveira Moura, por me ingressar no mundo maravilhoso da Pesquisa Científica como minha orientadora no Programa de Iniciação Científica – CNPq Agradeço pelo auxílio em me indicar como estagiária do Professor Peixoto, que permitiu meu ingresso na família do Núcleo de Pesquisas Replicon, sem a sua ajuda eu não conseguiria chegar a esta etapa, Minha eterna gratidão, amizade, admiração e respeito. Obrigada!!!! Ao meu querido orientador (My Dear), Profª Drº. Aparecido Divino da Cruz, carinhosamente chamado de Peixoto, que me aceitou como aluna e acreditou na minha capacidade. Agradeço pela oportunidade e pelo auxílio na realização de um sonho. Agradeço pelo incentivo e conselhos, sem me esquecer dos elogios, quando me chama carinhosamente de Julia ou Angel Girl, Minha eterna gratidão, amizade, respeito e admiração. Obrigada por tudo!!!!!! Aos meus queridos Amigos José Baldin Pinheiro (ESALQ-USP) e Maria Imaculada Zuchi (UNICAMP), que sempre me apoiaram, me ajudando nos estudos para o processo seletivo do Mestrado, pela sugestão de alternativas (Agronomia – UFG) para que meu sonho fosse realizado e até nos momentos difíceis pelos quais passei, me encorajando e Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis vii me tirando da depressão com os passeios e sessões de cinema, transformando-me até em decoradora e arquiteta. Minha amizade sincera. Adoro vocês! Ao Prof. Dr. Sérgio Tadeu Sibov que me auxiliou nos estudos para o processo seletivo e por ser meu avaliador na defesa do projeto desta dissertação. Agradeço o incentivo e a preocupação, Minha admiração! A Profª Drª Vera A. Saddi, que se dispôs a ajudar em todos os momentos de dificuldades, minha admiração, respeito e gratidão!!! Aos amigos de todas as horas, Eugênio Silva e Luciana Raizer Silva pelo carinho e amizade, que torciam durante o processo seletivo e que vibraram com o resultado positivo. Pela constante preocupação com o meu bem estar, meu eterno carinho. À equipe do Núcleo de Pesquisas Replicon por seu constante auxílio em qualquer momento. E que fez a parte difícil tornar-se mais agradável e alegre. À pessoa que me acolheu na chegada ao Replicon e que foi o meu estatístico nesta dissertação e, acima de tudo meu amigo, Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva, meu respeito e admiração eterna. Não posso jamais me esquecer de Jack, esposa do meu amigo Márcio que também torce pelo meu sucesso, obrigada. Ao Marcus Vinícius Paiva de Oliveira, companheiro de todas as horas. A única pessoa que entende a "Febre Madonna". Agradeço pelo incentivo durante os estudos para o processo seletivo, pelo companheirismo durante a execução dos créditos no ICB-UFG e pela companhia, auxílio e preocupação; o meu carinho e eterna admiração. À Alessandra de Santana Braga B. Ribeiro, amiga de todas as horas, muito obrigada pelos conselhos, preocupação e admiração, meu eterno carinho e amizade. Ao Raimundo da Silva Júnior, meu Bebê querido pelo valioso auxílio técnico. Ao Eduardo Rocha Pedrosa agradeço pela compreensão, paciência e pelo auxílio indispensável na parte técnica. À Kelly Caçula Castro pelo auxílio e por me fazer descontrair nos momentos difíceis. À Daniela de Melo e Silva pelo auxílio valioso e indispensável. E ainda à Damiana Míriam da Cruz e Cunha, Daniela Cruvinel, Bruno de Oliveira Jayme, Fabiano Ribeiro Borges, Luciana Pinheiro, Sheila Freires Oliveira Mendes, Núbia Tomaz Maia, Priscila Barros, Rafael Souto, Raquel Loren Reis e Rodrigo Ignácio de Carvalho, a todos vocês o meu carinho!!! Ao Marcus Vinícius Texeira Amaral por ter confeccionado todas as figuras desta dissertação, deixando fluir seu potencial criativo. Aos pacientes que anônima e voluntariamente fizeram parte deste estudo e possibilitaram a conclusão da pesquisa. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis viii Aos professores que ministraram as disciplinas do Programa de Pôs-Graduação / Mestrado, agradeço, expressando minha admiração ao Prof. Dr. Alexandre Coelho Guedes Siqueira. Agradeço também aos meus alunos da Universidade Estadual de Goiás (Gestão Sanitária e Ambiental e do Corpo de Bombeiros) e da Universidade Católica de Goiás – CEAD (Biologia) pelo apoio. A eles meu eterno carinho. Agradeço em especial ao Drº José Eluf Neto da Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Preventiva; à Drª Luisa Lina Villa do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer e à Drª Susie B Baldwin, Departament of Obstetrics and Gynecology / Arizona Cancer Center, pela disponibilização de seus artigos para meu aprendizado, Obrigada!!! Aos funcionários da Universidade Católica de Goiás (Departamento de Biologia); do Hospital Araújo Jorge (Serviço de Patologia - Drª Rita de Cássia Alencar, Serviço de Urologia - Drº Adriano Augusto Peclat de Paula e Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia /GO - Drª Maria Paula Curado), muito obrigada!!! Sean Quail pela correção dos abstracts, muito obrigada! Sem estas pessoas esta dissertação não teria sido concluída e a minha satisfação não seria a mesma, obrigada a todos vocês !!! Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis ix Sumário Dedicatória ................................................................................................................... iii Apoio ............................................................................................................................. iv Frontispiece ................................................................................................................. v Agradecimentos ............................................................................................................ vi Lista de Figuras ............................................................................................................. xii Lista de Tabelas............................................................................................................. xiv Lista de Anexos ............................................................................................................ xvi Lista de Siglas e Abreviaturas........................................................................................ xviI Resumo .......................................................................................................................... xix Abstract ......................................................................................................................... xx Objetivos ...................................................................................................................... 21 Objetivos Geral ........................................................................................................ 21 Objetivos Específicos ............................................................................................... 21 Capítulo 1. Aspectos Gerais dos Carcinomas Penianos .......................................... 22 Resumo .......................................................................................................................... 22 Abstract ......................................................................................................................... 22 1. Introdução.................................................................................................................. 23 2. Patologia ................................................................................................................... 25 2.1. O Câncer de Pênis.............................................................................................. 25 2.2. Estadiamento ..................................................................................................... 26 2.3. Apresentação Clínica ......................................................................................... 27 2.4. Tratamento ......................................................................................................... 28 3. Conclusão .................................................................................................................. 29 Capítulo 2. História Natural da Infecção por Papilomavírus Humano ................. 31 Resumo 31 ...................................................................................................................................... 31 Abstract ......................................................................................................................... 32 1. Introdução ................................................................................................................. 33 2. História Natural da Doença........................................................................................ 33 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis x 3. O Agente etiológico.................................................................................................. 33 4. Transmissão............................................................................................................... 35 5. Infecção e Persistência .............................................................................................. 36 6. Imunidade .................................................................................................................. 38 7. Transformação Celular .............................................................................................. 39 8. Conclusão .................................................................................................................. 40 Capítulo 3. O Papilomavírus Humano e Saúde Pública: importância da distribuição de uma cartilha informativa à população ............................................ 42 Resumo .......................................................................................................................... 42 Abstract ......................................................................................................................... 42 1.Introdução .................................................................................................................. 43 2. Materiais e Métodos .................................................................................................. 44 3.Resultados .................................................................................................................. 46 4.Discussão ................................................................................................................... 47 Capítulo 4. Estudo epidemiológico do câncer de pênis na população Goiânia no período de 1988 a 1999 ................................................................................................ 49 Resumo .......................................................................................................................... 49 Abstract ......................................................................................................................... 49 1. Introdução ................................................................................................................. 50 2. Materiais e Métodos .................................................................................................. 51 3. Resultados ................................................................................................................. 52 4. Discussão .................................................................................................................. 55 Capítulo 5. Detecção do papilomavírus humano por PCR multiplex em lavado de glande....................................................................................................................... 58 Resumo .......................................................................................................................... 58 Abstract ......................................................................................................................... 58 1. Introdução ................................................................................................................. 59 2. Materiais e Métodos .................................................................................................. 60 2.1. Grupo amostral .................................................................................................. 60 2.2. Obtenção das Amostras ..................................................................................... 61 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xi 2.3 Extração de DNA ............................................................................................... 61 2.4. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) .......................................................... 61 2.5.Análise dos Fragmentos de PCR ........................................................................ 62 3. Resultados ................................................................................................................. 62 4. Discussão .................................................................................................................. 65 Capítulo 6. Estudo molecular da carcinogênese dos tumores penianos ................. 67 Resumo .......................................................................................................................... 67 Abstract ......................................................................................................................... 67 1. Introdução ................................................................................................................. 68 2. Materiais e Métodos ................................................................................................. 69 2.1. Grupo amostral .................................................................................................. 69 2.2. Obtenção das Amostras ..................................................................................... 69 2.3. Extração de DNA .............................................................................................. 69 2.4. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) .......................................................... 69 2.5. Análise dos Fragmentos de PCR ....................................................................... 70 3. Resultados ................................................................................................................. 71 4. Discussão .................................................................................................................. 72 Considerações Finais ................................................................................................... 120 Referências Bibliográficas .......................................................................................... 122 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xii Lista de Figuras Capítulo 1. Aspectos Gerais dos Carcinomas Penianos ........................................... 22 Figura 1. Esquema anatômico do sistema reprodutor e urinário masculino................. 23 Figura 2. Esquema da estrutura de corte transversal do pênis ..................................... 24 Capítulo 2. História Natural da Infecção por Papilomavírus Humano ................. 31 Figura 1. Mapa genético do papilomavírus humano 16 (HPV 16). Esquema do genoma de HPV linearizado, mostrando organização e localização dos quadros abertos de leitura das regiões tardias (Late: L) e regiões precoces (Early: E). LCR: Longa Região de Controle........................................................................................................................... 34 Figura 2. Organização de DNA circular do HPV e sua integração no DNA da célula hospedeira ..................................................................................................................... 35 Figura 3. Ciclo de vida HPV: as células infectadas ao se dividirem, distribuem eqüitativamente o DNA viral entre as células filhas. Uma das células filha migra da camada basal inicia o processo de diferenciação. A outra célula filha continua indiferenciada, sofrendo divisões para fornecer células para a diferenciação e células para a manutenção da camada basal. A célula infectada corresponde a um reservatório de DNA viral ...................... 37 Capítulo 3. O Papilomavírus Humano e Saúde Pública: Importância da Distribuição de uma Cartilha Informativa à População ......................................... 42 Figura 1. Cartilha: HPV e sua relação com o câncer, páginas iniciais na qual foram discutidos o Papilomavírus Humano, os tipos virais e as regiões de infecção.............. 44 Figura 2. Cartilha: HPV e sua relação com o câncer, páginas que demonstram as formas de transmissão e a relação entre infecção viral e o desenvolvimento de câncer 45 Capitulo 4. Estudo epidemiológico do câncer de pênis na população de Goiânia no período de 1988 a 1999 .......................................................................................... 49 Figura 1. Sobrevida relativa geral para o câncer de pênis na população de Goiânia no período de 1988 a 1999............................................................................................ Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 55 Angela Adamski da Silva Reis xiii Capítulo 5. Detecção de papilomavírus Humano em Células Esfoliadas da Mucosa de glande por PCR ........................................................................................ 58 Figura 1. Esquema mostrando as regiões flanqueadas pelo primers MY09 e MY11, dentro do gene L1, no genoma do HPV16 (Silva et al., 2003). .................................... 60 Figura 2. Porcentagem de indivíduos quanto ao número de parceiras sexuais ............ 63 Figura 3. Porcentagem de casos positivos e negativos para HPV ............................... 63 Figura 4. Porcentagem de casos genotipados de acordo com os casos detectados com HPV ....................................................................................................................... 64 Figura 5. Gel em poliacrilamida a 8% contendo produtos de amplificação corados por Nitrato de Prata: Detecção de HPV utilizando os primers genéricos My9/11 e D8S135) para confirmação da presença de DNA humano na amostra ......................... 64 Figura 6. Genotipagem dos HPVs 6, 11, 16 e 18; na canaleta C+, utilizando-se como controle positivo células HeLa (amplificação para HPV 18). O ladder (Ld) utilizado foi o de 100pb ................................................................................................ 64 Capítulo 6. Análise Molecular do Papilomavírus Humano em Carcinomas Penianos ....................................................................................................................... 67 Figura 1. Gel em poliacrilamida a 8% com produtos de amplificações: Detecção de HPV utilizando os primers genéricos GP5+/6+. Ladder (Ld): o marcador de peso molecular de tamanho de100pb; A1-A7 (pacientes analisados); Controle negativo (C-) e Controle positivo (C+) utilizando-se células HeLa para do genoma de HPV 18 .................................................................................................................................. 71 Figura 2. Gel em poliacrilamida a 8%: Genotipagem utilizando primers tipo especifico HPV6 (195pb), HPV 11 (90pb), HPV 16 (119pb), HPV 18 (172pb), HPV 33 (211pb), HPV 35 (230pb), HPV 45 (236 pb) e HPV 58 (314pb). Controle positivo (C+: 172pb) utilizando-se células Hela para a amplificação do HPV 18 ....... Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 72 Angela Adamski da Silva Reis xiv Lista de Tabelas Capítulo 1. Aspectos Gerais dos Carcinomas Penianos ........................................... 22 Tabela I. Classificação de Jackson para o estadiamento do câncer de pênis ............... 27 Tabela II. Sistema TNM – proposto pela UICC/AJCC para estadiamento do câncer de pênis.......................................................................................................................... 27 Capítulo 2. História Natural da Infecção por Papilomavírus Humano ................. 31 Tabela I. Classificação dos HPVs quanto a categoria de risco oncogênico ................. 33 Tabela II. Funções das proteínas expressas a partir de genes das regiões precoces E e tardia L contidos no genoma do HPV ....................................................................... 34 Capítulo 3. O Papilomavírus Humano e Saúde Pública: importância da distribuição de uma cartilha informativa a população............................................ 42 Tabela I. Distribuição percentual relacionada ao sexo dos voluntários que responderam ao questionário, após a leitura da cartilha .............................................. 46 Tabela II. Freqüência percentual de pessoas para o conhecimento do Papiloma Vírus Humano (HPV) e sua relação com o câncer ............................................................ 46 Tabela III. Distribuição dos percentuais relacionados às questões sobre a transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV), região acometida pela infecção, diagnóstico da patologia, prevenção e sobre a relação do Câncer de colo de útero com o HPV..................................................................................................................... 47 Capítulo 4. Avaliação Epidemiológica do Câncer de Pênis Na População de Goiânia no Período de 19988 a 2000 ......................................................................... 49 Tabela I. Freqüência percentual de casos de câncer de pênis por faixa etária e sexo, em Goiânia no período de 1988 a 1999......................................................................... 53 Tabela II. Freqüência percentual de casos de câncer de pênis por estadiamento, em Goiânia no período de 1988 a 1999............................................................................... 53 Tabela III. Tábua de vida atuarial para o cálculo da sobrevida geral do câncer de pênis, em Goiânia no período de 1988 a 1999 .............................................................. 54 Capítulo 5. Detecção do Papilomavírus Humano por PCR multiplex em lavado de glande ........................................................................................................................ 58 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xv Tabela I. Seqüências dos primers usados no presente estudo, indicando o tamanho esperado do fragmento amplificado, segundo Karlsen e colaboradores (1996) ........... 62 Capítulo 6. Estudo molecular da carcinogênese dos tumores penianos ................. 67 Tabela I. Seqüências dos primers utilizados, mostrando o tamanho do fragmento amplificado, segundo Karlsen e colaboradores (1996) .................................................. 70 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xvi Lista de Anexos Anexo 1. Cartilha: HPV e sua Relação com o Câncer.. .................................................. 74 Anexo 2. Questionário aplicado aos participantes do estudo piloto da cartilha: HPV e sua Relação com o Câncer ............................................................................................... 77 Anexo 3. Dados brutos da análise das respostas dos questionários aplicados aos indivíduos que leram a cartilha informativa: HPV e sua relação com o câncer .............. 79 Anexo 4. Fluxograma de notificação do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia da ACCG ........................................................................................................... 87 Anexo 5. Cálculo da sobrevida relativa pelo método da tábua de vida atuarial ............. 88 Anexo 6. Dados brutos de identificação, sócio demográficos e clínicos dos 38 pacientes que fizeram parte do estudo epidemiológico em Goiânia, no período de 1988 a 1999 .................................................................................................................... 91 Anexo 7. Termo de consentimento dos indivíduos de células esfoliadas da glande ....... 94 Anexo 8. Questionário aplicado aos indivíduos que fizeram parte do estudo de células esfoliadas da glande ........................................................................................................ 96 Anexo 9. Protocolo de extração e purificação de DNA células da glande ................... 97 Anexo 10. Dados brutos das respostas dos questionários aplicados aos indivíduos que fizeram parte do estudo molecular de células esfoliadas da glande ................................ 99 Anexo 11. Dados da análise molecular de DNA genômico dos indivíduos de células esfoliadas da glande ........................................................................................................ 103 Anexo 12. Protocolo de extração e purificação de DNA em material biológico parafinado de câncer de pênis ......................................................................................... 104 Anexo 13. Dados da análise molecular de DNA em material biológico parafinado de câncer de pênis ................................................................................................................ 106 Anexo 14. Informações sobre os primers utilizados ....................................................... 107 Anexo 15. Amplificação de DNA por PCR ................................................................... 115 Anexo 16. Eletroforese em gel de poliacrilamida ........................................................... 118 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xvii Lista de Siglas e Abreviaturas A: Adenina,base nitrogenada HAJ: Hospital Araújo Jorge ACCG: Associação de Combate ao Câncer em Goiás HeLa:Linhagens de células tumorais infectadas com HPV 18 AJCC: American Joint Committee on Câncer HND: História Natural da Doença APS: persulfato de amônia HPV: Papiloma Vírus Humano, do inglês (Human Papillomavirus) C: Citosina, base nitrogenada H2Odd: Água bidestilada CCE: carcinoma de células escamosas do pênis IARC: Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, do inglês (International Agency for Research on Cancer) CD4+: Linfócito T Auxiliar IgA: Imunoglobulina A CD8+: Linfócito T citotóxico IgG: Imunoglobulina G CID-O: Classificação Internacional de Doenças para INCa-MS: Instituto Nacional do Câncer – Ministério Oncologia da Saúde C+: Controle Positivo kb: Kilo base (1 kb=1000 pb) C -: Controle Negativo L: litro CID-O: Classificação Internacional de Doenças para a LCR: Longa Região de Controle, do inglês (Long Oncologia Control Region) DNA: Ácido Desoxirribonucléico Ld: Marcador de tamanho ou escada alelica (Ladder) dNTP: desoxirribonucleosídeos trifosfados M: Molar DST: doença sexualmente transmitida mg: Miligramas D8S135: Primer utilizado como controle interno da reação Mg+2: Íon Magnésio et al. Abreviatura de et alli que significa e outros mL: Militros E2F: Fator de Transcrição mM: Milimolar EDTA: Ácido etilenodiaminotetracético My 9/11: Primers genéricos para amplificação de HPV F: primer de amplificação direta NaOH: Hidróxido de Sódio f (%): Freqüência percentual nmol: Nanomol G: Guanina, base nitrogenada pb: pares de base GO: Goiás PCR: Reação em cadeia da Polimerase, do inglês (Polimerase Chain Reatcion) GP 5 + / 6 +: primers genéricos para amplificação de HPV pH: Potencial Hidrogênio pRb: Proteína supressora de tumor expressa pelo gene Rb T N M: Sistema de classifciaçao por estadiamento: (Retinoblastoma) Tumor, Nódulos linfáticos e Metástases a distância p53: Proteína supressora de tumor expressa pelo gene p53 q.s.p: Quantidade uficiente para Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xviii RCBP: Registro de Câncer de Base Populacional de UFG: Universidade Federal de Goiás Goiânia/GO rpm: Rotação por minuto UICC: União Internacional Contra o Câncer, do inglês (International Union Against Cancer) RT-PCR: PCR em tempo real, do inglês (Real Time PCR) VDS: Sistema de Vídeo Documentação T: Timina, base nitrogenada μg: Micrograma TA: Temperatura Ambiente μL: Microlitro TBE: Tampão de Borato e EDTA μM: Micrometro UCG: Universidade Católica de Goiás %CG: Porcentagem de bases citosina e guanina Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xix Resumo O pênis faz parte do sistema urinário e reprodutor do sexo masculino, envolvendo as funções na formação do sêmen e o desempenho do ato sexual. O câncer de Pênis é um tipo raro de neoplasia, que atinge aproximadamente 1% dos homens nos países desenvolvidos. É uma doença que acomete indivíduos de baixo nível social com precários hábitos de higiene. Geralmente incide em pacientes não circuncizados, associado à fimose. A patologia pode comprometer as funções desempenhadas pelo órgão causando um agravante psicológico no paciente. A associação entre infecção por HPV leva à investigação deste fator na etiologia do câncer de pênis. Esta evidência sugere que pacientes infectados com os tipos virais do HPV 16, 18, 31 e 33 possam ter uma predisposição para desenvolver o carcinoma escamoso de pênis. As oncoproteínas E6 e E7 dos HPVs de alto risco oncogênico são responsáveis pela degradação e inativação das proteínas celulares, supressoras de tumor p53 e pRb, respectivamente. Vários estudos epidemiológicos e moleculares são realizados na tentativa de determinar associação entre os fatores de risco e o aparecimento da patologia. Objetivando ampliar o conhecimento acerca da infecção pelo HPV e do comportamento do câncer anogenital em Goiânia, desenvolvemos uma cartilha educativa com o propósito de informar sobre a prevenção da transmissão do HPV e sua relação com o processo neoplásico, sobretudo quando se sabe que a infecção por HPV é uma DST e, particularmente, que o vírus é um fator potencial na iniciação e progressão dos carcinomas. Foram investigados 38 pacientes do RCBP da ACCG no período de 1988 a 1999. Assim, o câncer de pênis se mostrou em Goiânia, com sobrevida geral de 3,3% com censura de 42%, sugerindo que o seguimento deve ser melhorado. Adicionalmente, sugere-se que o homem atue como disseminador do vírus, sendo portador e não apresentando sintomatologia clínica característica da infecção genital ocasionada pelo HPV. Na investigação para avaliar a presença de HPV em lavado de glande de 100 indivíduos sem história clínica pregressa de infecção por HPV, visando a detecção de seqüências específicas do genoma do HPV, utilizou-se primers genéricos MY09/MY11 e específicos para os subtipos virais de HPV 6, 11, 16 e 18. Os resultados incluem 23% de positividade para o genoma viral. Foram genotipados 11% de HPV 16, 6% de HPV 18, 5% HPV 11 e 1% de HPV 6. Finalmente, realizou-se uma avaliação molecular para a detecção de HPV em 23 pacientes com carcinoma peniano. Para a identificação de seqüências especificas do genoma viral, foram usados os primers MY9/11 e GP5+/6+. Apenas um, dos 23 casos estudados apresentou amplificação de genoma de HPV. Primers específicos para os subtipos virais 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58 foram usados na PCR para genotipagem do vírus. Produtos de PCR não foram obtidos, sugerindo uns tipos diferentes, que será definido por sequenciamento do amplicon gerado pela amplificação gênica. A presença de HPV como microbiota das mucosas genitais masculinas caracteriza os homens como reservatório do vírus, sobretudo nas condições em que lesões epiteliais não se desenvolvem. Embora a associação entre HPV e carcinogênese peniana ainda requer elucidação Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis xx Abstract The penis is part of the urinary and reproductive system of the male sex, involving the formation of semen and used in the sexual act. Penile cancer is an uncommon malignancy in developed countries. It is a disease that accounts individuals of low-level social and economic conditions and with precarious hygiene habits. Generally it occurs in uncircumcised patients, associated to phimosis. The pathology can compromise the penis functions causing a psychological results for the patient. The association between HPV infection and cancer get to the investigation of this factor in the etiology of the penile cancer. This evidence suggests that patients infected with HPV 16, 18, 31 and 33 can have a predisposition to develop the penile squamous cell carcinoma. The oncoproteins E6 and E7 of the HPVs of high oncogenic risk are responsible for the degradation and inactivation of cellular components, such as p53 and pRb tumor suppressor proteins, respectively. Epidemiologic and molecular studies were conducted in the attempt to determine the association between the risk factors and the pathology. Our objective was to increase the knowledge concerning the HPV infection and the behavior of anogenital cancer in Goiânia. We developed one educational booklet to inform the general population on the prevention of the HPV infection, and its relation to the neoplastic process, since it is well known that the infection for HPV is a STD, particularly, that the virus is a potential factor in the initiation and progression of the carcinomas. The Population Based Cancer Registry of Goiânia detected 38 patients with penile carcinoma, in the period from 1988 to 1999. According to the data, the penile cancer patients in Goiânia showed a general survival of 3,3% with a 42% censorship of data, suggesting that the follow-up must be improved. Additionally, it is demonstrated that the man acts as a disseminator of the virus, spreading it, without presenting clinical symptoms of the genital HPV infection, suggesting that the penis is a potential reservoirs for HPV carriage. In order to evaluate the presence of HPV in washed of glands, 100 individuals without former clinical evidence of genital HPV infection, were investigated. MY09/MY11generic primers were used for the detection of HPV genome sequences. Specific primers for HPV 6, 11, 16 and 18 were used for genotyping. The results demonstrated HPV–DNA in 23% of the samples. Genotyping results demonstrated HPV-16 genome in 11% of the samples, HPV-18 in 6% of the samples, HPV-11 in 5% of the samples, and HPV-6 in 1% of the samples. Finally, a molecular evaluation for HPV genome was performed in 23 patients with penile carcinoma. For the detection of HPV genome sequences, two different sets of generic primers, MY9/11 and GP5+/6+, were employed. One, out of 23 tumor samples, presented amplification for the HPV genome. Specific primers for the genotypes 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 and 58 were used for the PCR assays. PCR amplifications were all negative, suggesting a different genotype, which will be defined by future sequencing experiments. The significance of masculine genital as vehicle in the transmission of genital HPV infection characterizes the men as reservoir of the virus. Although, the association between penile carcinogenesis and HPV still requires more research. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 21 Objetivos Objetivo Geral Investigar a participação do HPV na iniciação e promoção dos tumores epiteliais do pênis e determinar as tendências epidemiológicas dessa neoplasia na população de Goiânia. Objetivos Específicos 9 Detectar a prevalência do HPV em 100 indivíduos da população masculina na faixa etária de 25 a 60 anos e sexualmente ativa de Goiânia, sem história pregressa de infecção por HPV. 9 Determinar a possível associação dos subtipos virais de HPV 6, 11, 16, 18,33, 35, 45 e 48 com carcinomas primários de pênis em 23 pacientes diagnosticados no Hospital Araújo Jorge, no período de 2000, 2001 e 2002. 9 Investigar o papel masculino na disseminação do HPV; 9 Determinar as possíveis associações existentes entre a presença dos subtipos virais e os aspectos clinicopatológicos descritos para os tumores; 9 Determinar os coeficientes de incidência, mortalidade e sobrevida do tumor de pênis na população de Goiânia; 9 Associar os resultados das análises encontradas com a sobrevida dos pacientes; 9 Elaborar e sugerir um possível critério prognóstico baseado nos marcadores moleculares estudados; Contribuir para a geração de conhecimentos e formação de pessoal qualificado, visando o desenvolvimento científico e tecnológico do país e, sobretudo, da região. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 22 Capítulo 1. Aspectos Gerais dos Carcinomas penianos Resumo O câncer de pênis é uma doença rara e a alta incidência é observada em países em desenvolvimento. Os carcinomas penianos geralmente acometem homens na 6ª década de vida. Geralmente, incidem em pacientes não circuncizados, associado à fimose e aos maus hábitos de higiene. Nos países onde a circuncisão infantil é comum, como Israel e os Estados Unidos, a incidência do carcinoma escamoso de pênis é baixa. O comportamento biológico desses tumores tende a ser uniforme, com disseminação para linfonodos inguinais e linfonodos pélvicos. Os pacientes não tratados ou cujos tratamentos foram ineficazes, em geral morrem por complicações secundárias às metástases inguinais, ou seja, hemorragias por lesões tumorais de grandes vasos ou processos sépticos. Estudos sobre o câncer de pênis têm demonstrado a associação do papilomavírus humano (HPV) com lesões benignas e malignas. A associação entre infecção por HPV leva à investigação deste fator na etiologia do câncer de pênis. Palavras-Chave: câncer de pênis, circuncisão e HPV Abstract Penile cancer is an uncommon disease with a high incidence in developing countries. Penile carcinoma is typically a disease of the 6th decade of life. Generally, it occurs in uncircumcised patients, associated to phimosis and bad hygiene habits. In countries where infantile circumcision is common, such as Israel and the United States, the incidence of the squamous penile carcinoma is low. The biological behavior of these tumors tends to be uniform, with dissemination for inguinal and pelvic lymph nodes. Treated or untreated patients, in general, die for secondary complications of inguinal metastasis and hemorrhages caused by tumors injuries. Studies about penile cancer have demonstrated the association of human papillomavirus (HPV) with benign and malignant injuries. The association between HPV infection leads to the investigation of this factor in the etiology of penile cancer. Key Word: penile cancer, circumcision and HPV Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 23 1. Introdução Sítio Anatômico, Fisiologia e Histologia O pênis faz parte do sistema reprodutor e urinário do sexo masculino (Figura 1). As funções reprodutivas do homem podem ser divididas em três grupos principais: primeiro, a espermatogênese, que se refere simplesmente à formação do sêmen; segundo, o desempenho do ato sexual; e terceiro a regulação das funções reprodutivas masculinas pelos vários hormônios (Guyton,1998). Figura 1 – Esquema anatômico do sistema reprodutor e urinário masculino. Os testículos secretam diversos hormônios sexuais masculinos denominados de androgênios, incluindo androstenediona, diidrotestosterona e testosterona (Guyton, 1998). Em geral, a testosterona é responsável pelas características peculiares do corpo masculino. Mesmo durante a vida fetal, os testículos são estimulados pela gonadotrofina coriônica proveniente da placenta, produzindo quantidades moderadas de testosterona (Moore & Persaud, 1994). A uretra no homem é um longo duto estendendo-se da bexiga para uma abertura na ponta do pênis. A porção da uretra do pênis é envolta por tecidos eréteis, musculares e fibrosos. A uretra entra no pênis pela borda posterior da cintura pélvica, e a partir do bulbous diverticulum estende-se posteriormente e lateralmente. A partir desse ponto o pênis estende-se anteriormente ao longo da parede ventral por dentro do tecido subcutâneo para terminar na Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 24 papila genital elevada ventral. O orifício externo da uretra localiza-se na ponta da glande, o final do pênis em forma de clava, que geralmente é recoberta por uma camada refletida de pele, o prepúcio. Histologicamente, o pênis é composto por três massas cilíndricas de tecido erétil organizado mais a uretra, envolta externamente por pele (Figura 2). Estas encontram interligadas quando o órgão está flácido, mas se preenchem de sangue durante a ereção, tais estruturas irrigadas pelas artérias dorsais e profundas, são controladas pela estimulação do nervo parassimpático, o qual permite o preenchimento dos cilindros através de desvios atriovenosos, caracterizando a ereção do órgão. O tecido que envolve a uretra peniana em todo o seu trajeto; na sua porção terminal, dilata-se formando a glande (Junqueira & Carneiro, 2004). Os corpos cavernosos do pênis e da uretra são formados por um emaranhado de vasos sanguíneos dilatados, revestidos por endotélio O prepúcio é uma prega retrátil da pele do pênis contendo tecido conjuntivo, com músculo liso no seu interior. Observam-se, na sua dobra interna e na pele que recobre a glande, pequenas glândulas sebáceas (Junqueira & Carneiro, 2004). Figura 2 – Esquema de estrutura de corte transversal do pênis. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 25 2. Patologia 2.1.O Câncer de Pênis O câncer de pênis é um tipo raro de neoplasia, que atinge aproximadamente 1/100.000 homens nos países desenvolvidos (Frisch & Goodman, 2000; Griffiths & Mellon, 1999). A alta incidência é observada em países em desenvolvimento, incluindo Brasil, Índia e China, os quais apresentam taxas de incidência consideravelmente elevadas para este tipo de neoplasia (Pow-Sang et al., 2002; Levi et al., 1998), acometendo principalmente homens na terceira idade, independentemente de sua origem étnica. Os homens são mais comumente afetados entre 50 a 70 anos. No entanto, indivíduos jovens também podem ser afetados, e de fato, aproximadamente 22% dos casos são pacientes com idade inferior a 40 anos. (Pow-Sang et al., 2002; Griffits & Mellon, 1999). A doença acomete indivíduos de baixo nível social e com precários hábitos de higiene. Geralmente incide em pacientes não circuncizados, associado à fimose e à má higiene genital. Nos países onde a circuncisão infantil é comum, como Israel e Estados Unidos, a incidência do carcinoma escamoso de pênis é baixa (Fernandes, 2002; Graham et al., 1979). A higiene adequada e a circuncisão precoce previnem a ocorrência da neoplasia na idade adulta. A história de fimose é encontrada em aproximadamente 25% dos pacientes com câncer de pênis. A fimose está associada ao carcinoma invasivo de pênis e as lesões pré – cancerígenas, sendo encontrada em 15% a 20% dos pacientes (Pow-Sang et al., 2002). Desta forma, é importante esclarecer a população no sentido da prevenção do câncer de pênis. O conhecimento de que os maus hábitos de higiene da genitália local associados ao efeito carcinogênico da fimose estão envolvidos no processo neoplásico, assim, proporcionaria a redução da incidência e a da severidade da doença (Gilliland & Key, 1995). Os tipos histológicos mais comuns são o carcinoma epidermóide invasivo e uma variante deste, o carcinoma verrucoso. A eritroplasia de Queyrat e a doença de Bowen são dois tipos descritos de patologias do pênis, que se apresentam na forma de modificações celulares epiteliais não invasivas (Ornellas & Bown, 2004). O carcinoma de células escamosas do pênis (CCE) é o tipo histológico mais comum e o seu prognóstico relaciona-se com o estádio de expansão do tumor (Cotran et al., 1991). As metástases em linfonodos inguinais e ilíacos caracterizam a disseminação generalizada (Soria et al., 1998). Estudos em câncer de pênis tem demonstrado a associação do papilomavírus humano (HPV) com lesões benignas e malignas (Pow-Sang et al., 2002; Gil et al., 2001). A associação entre infecção por HPV e tumor peniano levanta considerações sobre o papel do HPV na Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 26 etiologia do câncer de pênis. Evidências sugerem que pacientes infectados com os tipos virais do HPV 16, 18, 31 e 33 possam ter uma predisposição para o desenvolvimento do carcinoma escamoso de pênis (Holland-Frei, 2003; WHO, 2002; Gil et al., 2001). O HPV causa o condiloma acuminado. Embora alguns homens possam ser portadores totalmente assintomáticos do vírus outros podem abrigar lesões intrauretral desconhecidas ao paciente, tornando-se uma fonte potencial de transmissão para parceiros sexuais (Teixeira et al., 2002; McCance et al., 1986). O pênis é formado por tecidos que incluem pele, nervos, musculatura e vasos sanguíneos. A apresentação clínica do carcinoma de pênis invasivo se deve às diferenças histológicas presentes no órgão. Assim, diferentes tipos de neoplasias podem ser desenvolvidas de acordo com a célula afetada. A diferença celular em nível histológico determina o tipo de câncer, como também o tratamento (Cubilla et al., 1998; Cubilla, 1995). A fimose pode obscurecer o tumor, mascarando o diagnóstico. Em geral a sintomatologia inclui o sangramento e mau cheiro da genitália. Todas as lesões penianas, particularmente aquelas em que o paciente apresenta o prepúcio não retrátil, requerem uma atenção especial e devem ser investigadas com a suspeita de neoplasia. A biópsia nestes casos é uma importante forma de diagnóstico. Em lesões grandes, o diagnóstico é obtido por biópsia incisional (Pow-sang et al., 2002; Cubilla, 1995). As neoplasias do pênis são divididas segundo a malignidades, em primárias (aquelas que originam dos tecidos macios, uretral ou epitelial) e secundárias (aquelas que representam a doença metastática e que afetam freqüentemente o corpo cavernoso). A primeira etapa no diagnóstico histológico da malignidade é a confirmação do diagnóstico e da avaliação da profundidade da invasão por microscopia de biópsia (Pow-sang et al., 2002). As lesões metastáticas que envolvem o corpo cavernoso são ocasionadas freqüentemente por nódulos múltiplos, palpáveis, que podem se assemelhar ao cancro sifilítico (Pompeo & Billis, 2003; Griffiths & Mellon, 1999). 2.2. Estadiamento O sistema de classificação e estadiamento dos cânceres foi proposto devido à necessidade de se uniformizar a terminologia utilizada. Assim, foram realizados vários encontros com comitês internacionais em busca dessa padronização. É de suma importância alcançar a concordância no registro da informação precisa sobre a extensão da doença para cada localização anatômica. A correta descrição clínica e a classificação histopatológica das Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 27 neoplasias malignas, auxiliam os profissionais no planejamento do tratamento, oferecem indicação do prognóstico, auxiliam na avaliação dos resultados do tratamento, e, finalmente, contribuem para a pesquisa contínua sobre o câncer (UICC, 1998). O sistema de estadiamento TNM oferece informações relacionadas ao Tumor, o seu tamanho e a extensão para órgãos vizinhos; Nódulos linfáticos regionais, a quantidade e tamanho dos linfonodos regionais acometidos; e, finalmente, Metástase à distância, a extensão do tumor para órgãos distantes. As informações combinadas sobre tumor, nódulos linfáticos e metástase determinam o estadiamento que é descrito em números romanos e variam de I a IV (UICC, 1998). Dois sistemas são usados em câncer de pênis: classificação de Jackson (Jackson, 1966) (Tabela I) e Sistema TNM proposto pela UICC / AJCC (International Union Against Cancer / American Joint Committee on Câncer - Greene, 2002) (Tabela II). Tabela I –Classificação de Jackson para o estadiamento do câncer de pênis Estágio I Encontra-se circunscrito à glande e ao prepúcio, sem envolvimento do corpo do pênis ou do corpo cavernoso. Estágio II Apresenta invasão do corpo cavernoso do pênis, mas sem disseminação para os linfonodos, conforme exame clínico. Estágio III Apresenta disseminação clínica nos linfonodos regionais da virilha. A possibilidade de cura depende do número e da extensão dos nodos envolvidos. Estágio IV É de natureza invasiva apresentando extenso envolvimento dos linfonodos, sem possibilidade de intervenção cirúrgica, na virilha e/ou metástases distantes. Tabela II – Sistema TNM – proposto pela UICC/AJCC para estadiamento do câncer de pênis Estágio Descrição Tumor (T) Tx Tumor primário não é passível de avaliação T0 Sem evidência de tumor primário Tis Carcinoma in situ Ta Tumor verrucoso não-invasivo T1 Tumor invade tecido conectivo subepitelial T2 Tumor invade corpo cavernoso T3 Tumor invade a uretra ou a próstata T4 Tumor invade outras estruturas adjacentes Linfonodos regionais (N) NX Linfonodos regionais não são passíveis de avaliação N0 Sem evidências de infiltração N1 Metástase únical N2 Metástase múltiplas ou bilaterais superficiais N3 Metástase em linfonodos profundos pélvicos ou inguinais Metástase distante (M) MX Presença de metástases distantes não é passível de avaliação M0 Nenhuma metástase distante M1 Metástase à distância 2.3. Apresentação clínica A queixa do paciente comumente é a presença de lesão vegetante ou áreas de ulceração peniana. Estas lesões variam quanto às dimensões e freqüentemente o paciente Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 28 procura o atendimento médico tardiamente, por falta de recursos locais ou mesmo por temer o tratamento cirúrgico (Pompeo & Billis, 2003). Os tumores penianos tendem a evoluir de maneira lenta, inicialmente superficial, invadindo a seguir o córion, o tecido esponjoso da glande e os corpos cavernosos. A infiltração da uretra é rara e em geral ocorre apenas nas fases avançadas da evolução dos tumores dos corpos cavernosos, por via hematogênica. O comportamento biológico desses tumores tende a ser uniforme, com disseminação para linfonodos inguinais, linfonodos pélvicos, periaórticos e raramente apresentam comprometimento visceral. Os pacientes não tratados ou cujo tratamento foi ineficaz em geral morrem por complicações secundárias às metástases inguinais, ou seja, hemorragias por lesões tumorais de grandes vasos ou processos sépticos (Pompeo & Billis, 2003; Pizzocaro et al., 1997; Jones et al., 1993). A disseminação tumoral tem relação com as características histopatológicas da lesão primária. É fato reconhecido que lesões de grandes dimensões e com histologia desfavorável têm tendência a maior disseminação. O conhecimento desses aspectos histopatológicos tem importância fundamental no planejamento terapêutico, assim como no prognóstico dos pacientes. A padronização do exame anatomopatológico, assim como sua interpretação é indispensável para os médicos oncologistas (Pompeo & Billis, 2003; Schellhammer & Gabastald, 1986). 2.4. Tratamento O tratamento do câncer pênis é baseado na extensão do tumor primária e de sua classificação, estabelecidos pela biópsia de lesão. A terapia antibiótica inicia-se antes da biópsia e continua com a terapia cirúrgica, extendendo-se por 4 a 6 semanas adiconais. Uma vez que o diagnóstico do tecido é confirmado, os tumores superficiais pequenos podem com sucesso ser tratados com excisão cirúrgica local, quimioterapia, cirurgia do laser ou terapia de radiação superficial (Holland-Frei et al., 2003; Blastein & Finklestein, 1990). Os tumores com extensão maior e com invasão são controlados com cirurgia ou radioterapia. Porém tumores profundamente invasivos, particularmente aqueles com lesões que envolvem o eixo distal ou que deformam a glande, são controlados geralmente por penectomia parcial. Lesões mais avançadas ou tumores que envolvam a base do pênis podem ser controlados por penectomia total, (Pompeu & Billis, 2003). Lesões mais extensivas ou aquelas que envolvem a base e a parte uretral bulbar do pênis requer cistoprostatectomia ou ocasionalmente esvaziamento pélvico anterior ou total, com diversificação urinária. Os Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 29 pacientes que apresentam metástase inguinal devem ser submetidos à linfadenectomia pélvica na região afetada (Lynch et al., 1998; Srinivas et al., 1987). É fato conhecido que aproximadamente 20% dos tumores estadiados clinicamente como localizados no pênis têm metástases linfonodais. Em contrapartida, 50% dos linfonodos clinicamente comprometidos, não têm tumor e sim reação inflamatória (Pompeu & Billis, 2003). É recomendável que sejam feitos cortes de congelação durante as linfadenectomias, o que poderia implicar no aumento da extensão da dissecção (McDougal et al., 1986). Nas linfadenectomias inguinais parciais (linfonodos sentinelas ou superficiais), quando presentes, indicam a necessidade de um estudo histopatológico com objetivos avaliar o estadiamento e assim sugerir o tratamento terapêutico adequado (Burgers et al., 1992; Schellhammer & Gabastald, 1986). Os cortes de congelação devem informar sobre eventual presença de células neoplásicas. O laudo definitivo do material (parafina) deve ser elaborado posteriormente (Pompeu & Billis, 2003; Burgers et al., 1992; McDougal et al., 1986). Estudos recentes confirmam a importância da classificação do tumor e do estadiamento que auxiliam no prognóstico e na terapêutica. Os pacientes com tumores da classe I, que são limitados à pele e aos tecidos superficiais do pênis, são improváveis de se espalhar à região inguinal. Os pacientes com as lesões da classe II ou da classe III com qualquer grau de invasão na estrutura peniana possuem um risco significativo do aparecimento de metástases (Ornellas & Brown, 2004; Theodorescu et al., 1996; Fraley et al., 1989). 3. Conclusão O carcinoma de células escamosas é uma doença que em grande parte pode ser prevenida. O fato da incidência ser maior em países em desenvolvimento do que em países desenvolvidos se deve às circunstâncias sócio-econômicas, aos maus hábitos de higiene e a promiscuidade, além das dificuldades ao acesso à saúde. Considera-se fator de risco, para uma determinada doença, todo e qualquer fator que contribui para o surgimento desta enfermidade. No entanto, a ocorrência de um ou mais fatores de risco não implica, necessariamente, na presença da doença. Para o câncer de pênis, epidemiologicamente, a não realização de circuncisão, a presença de fimose, higiene inadequada, as infecções virais e o comportamento sexual de risco são os principais fatores para o desenvolvimento da neoplasia (Holland-Frei, 2003). Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 30 De todos os tumores urológicos, o carcinoma peniano constitui a analogia mais próxima do câncer de colo uterino. Estudos epidemiológicos demonstram estreita correlação entre os dois tipos de câncer. Embora as incidências relativas variem, as regiões do mundo com as taxas mais elevadas de incidência de câncer de colo uterino apresentam também a incidência mais alta de câncer de pênis. Mulheres de homens com câncer peniano correm risco de 2,8 a 3,2 vezes mais elevado de desenvolvimento de câncer de colo uterino (Schiffman & Castle, 2003; Teixeira et al., 2002). Esses achados em combinação com a associação do HPV ao câncer de colo uterino tornam provável a associação entre o HPV e o câncer de pênis. A compreensão melhor da histologia do tumor confere uma avaliação mais precisa para o prognóstico e terapêutica. O tratamento da neoplasia é sempre cirúrgico, com retirada da lesão e, em alguns casos, com a amputação parcial do membro e a retirada dos gânglios da região inguinal (primeiro sítio de metástase desta doença). O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o desenvolvimento da doença e a amputação com conseqüências físicas, sexuais e psicológicas ao paciente. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 31 Capítulo 2. História Natural da Infecção por Papilomavírus Humano Resumo Os HPVs são capazes de transformar e imortalizar uma célula. Portanto, o vírus pode agir como um fator de iniciação do processo neoplásico. Atualmente são conhecidos mais de 100 tipos virais, classificados em dois grupos de acordo com a categoria de risco para o desenvolvimento de neoplasias: HPVs de baixo risco oncogênico, indeterminado ou desconhecido e de alto risco oncogênico. Os genes virais envolvidos no processo carcinogênico são E6 e E7, pois suas oncoproteínas são capazes de se ligar a proteínas sentinelas do ciclo celular, p53 e pRb, fazendo com que as mesmas sejam inativadas ou degradadas. Conseqüentemente, promove-se a desregulação do ciclo celular, iniciação e progressão tumoral. A história natural da infecção viral e os estudos moleculares dos carcinomas associados ao HPV proporcionam a compreensão da patogênese e fornece embasamento para a prevenção da doença em nível coletivo, com respaldo nas tendências epidemiológicas observadas para patologia. Palavras-chave: HPV, p53, pRb (gene supressor de tumor) e carcinogênese. Abstract HPVs are capable of transforming and immortalizing a cell and, therefore they can act as initiation factors for the neoplasic process. At the present time, 100 types have been described, which are classified in two groups according with the category of risk for the development of neoplasia, HPVs of low and high oncogenic risks. Genes involved in the carcinogenic process are E6 and E7, therefore their oncoproteins are capable of binding to the proteins of the cellular cycle, p53 and pRb, leading them to inactivation or degradation, and consequently deregulating the cell cycle, and thus initiating the tumoral progression. The natural history of the viral infection and the molecular knowledge of HPV related carcinomas provide the understanding of the pathogenesis of the disease and supply the base for prevention of the disease at the collective level, within the epidemiological trends observed for pathology. Key-words: HPV, p53, pRb (tumor suppressor gene) and carcinogenesis Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 32 1. Introdução O papilomavírus humano (HPV) tem sido associado a um largo espectro de lesões muco-cutâneas, incluindo verrugas na pele, verrugas genitais, papilomas e câncer (Boccardo & Villa, 2004; Castellsagué et al., 2002). Dos mais de 100 tipos virais molecularmente genotipados, cerca de 40 tipos tem sido demonstrados em infecções da mucosa genital, dos quais 15 tipos são considerados carcinogênicos para o epitélio da cérvice uterina (Muñoz et al., 2003). Os estudos moleculares têm fornecido evidências de que o HPV causa alterações no genoma e na fisiologia das células hospedeiras. Tais modificações são a causa subjacente à iniciação e à promoção dos tumores (zur Hausen, 2002). Em cerca de 99,7% dos casos de carcinoma cervical, a infecção do epitélio por HPV tem sido observada, sendo os HPVs 16, 18, 31 e 33 os tipos mais freqüentemente encontrados (Burd, 2003; Muñoz et al., 2003; WHO, 2002, Castellsagué et al., 2002; Pornthanakasem et al., 2001), conferindo a esta particular neoplasia o segundo tipo de câncer feminino mais prevalente no mundo. Assim, o HPV é considerado como o agente etiológico do carcinoma de cérvix uterina (Yu et al., 2005; Boccardo & Villa, 2004; Muñoz et al., 2003; Castellsagué et al., 2003; IARC, 1995). A infecção genital ocasionada pelo HPV é uma doença sexualmente transmissível (DST) que acomete homens e mulheres (Burd, 2003; Ho et al., 1998). A disseminação do HPV tende a ser universal entre os indivíduos sexualmente ativos, sendo o homem um importante fator propagador deste vírus entre as mulheres (Teixeira et al., 2002; Walboomers et al., 1999). No entanto, o câncer de pênis constitui uma neoplasia rara, sendo pouco comum em países desenvolvidos. Em geral a incidência anual dos carcinomas penianos é de 0,29 por 100.000 habitantes. Todavia, nos países da África e da América do Sul, a sua incidência pode chegar até 4,4 casos por 100.000 habitantes (Rubin et al., 2001; Picconi et al., 2000). No Brasil, a incidência dos tumores penianos varia conforme a região estudada. Nas regiões Norte e Nordeste observam-se índices de 5,5% a 16% e para as regiões Sul e Sudeste de 1 a 4%, respectivamente (Gil et al., 2001). Alguns estudos recentes têm descrito a associação de câncer de pênis com HPV baseados na evidência de que o genoma viral é identificado no epitélio tumoral com freqüências variando de 30 a 50%. (WHO, 2002; Bezerra et al., 2001; Picconi et al., 2000). O avanço contínuo das técnicas de detecção molecular tem possibilitado a identificação de genoma do HPV em associação com diversos tecidos, incluindo as células neoplásicas malignas (Villa, 1998). A presença do HPV em carcinomas de pênis foi demonstrada pela primeira vez no início da década de 80 (Durst et al., 1983). No Brasil, os primeiros relatos são Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 33 de 1986, demonstrando a presença de HPV em 44,4% e 50,9% dos pacientes com tumores penianos (McCance et al.,1986; Villa & Lopes,1986). 2. História Natural da Doença A História Natural da Doença (HND) compreende todas as inter-relações entre o hospedeiro, o agente etiológico e o meio ambiente. Em desequilíbrio, os três elementos interagem, resultando na patologia (Rouquayrol e Goldbaum, 2003). O conhecimento da HND na carcinogênese dos tumores penianos proporciona a compreensão da patogênese e fornece embasamento para a prevenção da doença em nível coletivo, com respaldo nas tendências epidemiológicas observadas para esta patologia. 3. O Agente etiológico Os HPVs, membros da família Papilomaviridae (Menzo et al., 2001), são vírus relativamente pequenos, não envelopados e com cerca de 55 nm de diâmetro. Os papilomavírus possuem genoma circular de DNA de fita dupla, contendo aproximadamente 8.000 pb (Figura 1), são mucoepiteliotrópicos e espécie-específicos (Boccardo & Villa, 2004). Com o avanço das técnicas moleculares, já foram genotipados mais de uma centena de tipos de HPVs. Atualmente, os HPVs são classificados em baixo risco, de risco intermediário ou desconhecido e alto risco oncogênico. A Tabela I, relaciona os tipos de HPVs mais freqüentemente citados conforme o risco oncogênico associado a sua infecção (De Villiers et al., 2004; Boccardo & Villa, 2004; Villa, 2003; Burd, 2003; Muñoz, 2003; Silva et al., 2003). Tabela I. Classificação dos HPVs quanto a categoria de risco oncogênico. *Tipos virais associados a diferentes graus de lesões escamosas intraepiteliais carcinomas cervicais e pênis (Boccardo & Villa, 2004; Silva et al., 2003). Risco Oncogênico Tipo viral HPV Inespecífico ou 30, 34, 53, 57, 62, 64, 67 e 69. indeterminado Baixo risco 6*, 11*, 26, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 73 e 81. Alto Risco 16*, 18*, 31*, 33*, 35, 39, 45, 51, 52, 55, 56, 58, 59, 66 68 e 82. O genoma do vírus HPV codifica em geral de 9 a 10 genes, sendo de 7 a 8 encontrados na região precoce E (do inglês, Early) e dois na região tardia L (do inglês, Late). A função atribuída aos produtos dos genes está descrita na tabela II. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 34 Tabela II. Funções das proteínas expressas a partir de genes das regiões precoce E e tardia L contidos no genoma do HPV (Silva et al., 2003; zur Hausen, 2002; Villa, 1998). Genes Função Precoce E1 Replicação do DNA viral E2 Controle da Transcrição E4 Maturação do vírus e alteração da matriz intracelular E5, E6 e Estímulo da proliferação e transformação celular E7 Tardio L1 Codificação da proteína principal do capsídeo L2 Codificação da proteína secundária do capsídeo Os principais genes dos HPVs envolvidos na oncogênese vírus–induzida dos tumores epiteliais são E5, E6 e E7. Os produtos protéicos originados mediante a expressão destes genes são capazes de imortalizar e transformar as células da camada basal dos epitélios mucosos (Burd, 2003; Silva et al., 2003; Villa, 1998). A expressão contínua das proteínas virais é essencial para o desenvolvimento e evolução da neoplasia maligna, a exemplo do carcinoma da cérvix uterina (Burd, 2003; Schiffman & Castle, 2003; Villa, 1998). A região codificadora do gene E1 leva à produção de uma fosfoproteína de 68 KDa com alta afinidade pelo DNA. O complexo protéico formado pelas proteínas E1 e E2, as quais são de extrema importância nos mecanismos de replicação viral. Já a proteína codificada pelo gene E2, além de controlar a transcrição de outros genes como E6 e E7, parece possuir atividade estimuladora da função da proteína supressora tumoral p53. Estudos moleculares indicam que a expressão de E2 pode resultar em apoptose (Brenna & Syjänen, 2003; Silva et Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 35 al., 2003; Villa, 2003).Quando ocorre a integração viral, a região dos genes E1/E2, sofre uma interrupção do controle transcricional, resultando na perda da função controladora de E2, gerando a expressão descontrolada da região precoce do genoma viral, levando a síntese continua das proteínas E6 e E7 (Figura 2) (Villa, 1998). Os genes E6 e E7 desempenham papel importante no processo que culmina a transformação celular neoplásica, tendo a expressão dos genes aumentada pela perda do gene E2, o que proporciona a imortalização celular (Burd, 2003; Silva et al., 2003). 4. Transmissão A infecção por HPV está associada ao desenvolvimento de processos neoplásicos da cérvix uterina, vulva, pênis e ânus e à formação de verrugas na pele. Assim, os HPVs anogenitais do tipo 6, 11 e 42 causam lesões benignas, como os condilomas. Os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 45 e 58 causam lesões malignas. Em conseqüência da presença de HPV nas mucosas anogenitais, o vírus é mais comumente transmitido durante as relações sexuais (Yu et al., 2005; Schiffman & Castle, 2003; Muñoz et al. 2003), sendo esta via considerada como a principal maneira de transmissão do HPV entre humanos (Eluf-Neto, 1998; Villa & Schlegel, 1991). As infecções genitais pelo HPV são transmitidas presumivelmente através da superfície do epitélio genital durante o ato sexual, tanto em casais heterossexuais quanto em homossexuais (Schiffman & Castle, 2003, Kjaer et al., 2001, Frisch et al., 1999; Frisch et al., 1997; Wickenden et al., 1987). Há poucos estudos relacionados à transmissão do HPV por vias não sexuais, tais como fômites, provavelmente devido a sua pouca importância quando comparada a transmissão sexual. No entanto, a transmissão vertical tem merecido destaque na literatura, pois esta via de Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 36 transmissão é particularmente importante na infecção do recém nascido por HPV (Silva et al., 2003). Diversos estudos epidemiológicos demonstram que o número de parceiros sexuais é um importante fator de risco na infecção e disseminação de HPV, sobretudo para as infecções anogenitais (Kjaer et al., 2001). A existência de diferentes formas quanto ao comportamento sexual dos indivíduos seria uma explicação para a acentuada prevalência de infecção por HPV encontrada nos diferentes países (Villa, 1998; Villa & Schlegel, 1991). Comumente, o homem é avaliado após sua parceira apresentar lesões genitais causadas por HPV. No entanto, devido ao alto potencial oncogênico desta DST, é fundamentalmente necessário pesquisar a presença de HPV nos homens, mesmo na ausência de lesões clínicas aparentes, tal conduta diminuiria consideravelmente o risco de recidivas da infecção na mulher (Teixeira et al., 2002), além de possibilitar o diagnóstico precoce de infecção e conseqüentemente atuar como medida preventiva para os tumores epiteliais anogenitais. Em seu estudo, Castellsagué e colaboradores (2002) concluíram que a circuncisão em homens está associada com a redução da infecção genital masculina por HPV e, conseqüentemente a redução do risco de câncer cervical em suas parceiras sexuais. A circuncisão pode ser considerada um importante co-fator na história natural da redução das infecções por HPV, bem como nos carcinomas cervical e peniano, visto que o homem pode ser considerado um elo importante na cadeia de disseminação do vírus na população (Teixeira et al., 2002; Bosch et al., 1996). 5. Infecção e Persistência O HPV infecta células epiteliais do tecido epitelial pavimentoso estratificado da pele e mucosas, produzindo vírions durante a diferenciação das células. A infecção inicial pelo HPV provavelmente ocorre em células epiteliais tronco e basais ou células que estão transitoriamente em divisão, localizadas nas camadas mais baixas do epitélio estratificado. Após sua entrada na célula, o genoma do HPV é estabilizado na forma de elementos extracromossômicos nos núcleos e o número de cópias desta unidade replicativa aumenta para aproximadamente 50 a 100 cópias por célula. Ao se dividirem, as células infectadas distribuem eqüitativamente o DNA do genoma viral entre as células filhas. As células que migram da camada basal após sucessivas divisões, iniciam um processo contínuo de diferenciação, enquanto as células que permanecem na camada basal fazem parte do contingente de células de manutenção e reposição do epitélio. Assim, as células basais Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 37 indiferenciadas constituem o reservatório de DNA viral (Figura 3) (zur Hausen, 2002; Silva et al., 2003). Apesar da infecção pelo HPV acontecer nas camadas basais, a produção do vírus é restrita às células da camada suprabasais, pois as células da camada basal não são lisadas pela produção dos vírions, mas continuam as proliferações. Conseqüentemente, por apresentar um ciclo dependente da diferenciação epitelial a infecção ocasionada por HPV promove sua manutenção e persistência nas camadas basais do epitélio infectado por um período de até vários anos (Silva et al., 2003; Stubenrauch & Laimins, 1999). A maioria das infecções por HPV é transitória, sendo que apenas um pequeno número de indivíduos infectados tende a mantê-la de forma persistente. Além disso, a persistência da infecção é maior em pacientes infectados com os HPVs de alto risco oncogênico. Estes achados sugerem que as infecções persistentes são as que efetivamente contribuem para a tumorigênese peniana. De fato, estudos epidemiológicos recentes indicam que mulheres persistentemente infectadas com HPVs de alto risco oncogênico tem maior probabilidade de desenvolver lesões neoplásicas cervicais quando comparadas a mulheres com infecções transientes (Burd, 2003; Ward, 2002; Stubenrauch & Laimins, 1999). Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 38 Não é possível estabelecer o intervalo mínimo entre a infecção por HPV e o desenvolvimento de lesões epiteliais. O vírus pode permanecer por muitos anos no estado latente e, assim, a recidiva das lesões pode estar relacionada à ativação de reservatórios próprios ou a reinfecção pelos parceiros sexuais, sintomáticos ou não. Na infecção latente, para a qual não existe lesão identificável, a detecção do vírus é possível mediante o uso das técnicas moleculares e, mesmo assim, é detectável apenas o DNA genômico do HPV (Burd, 2003; MS, 2003). Os protocolos técnicos de Southern Blotting e Hibridização in situ têm sido descritos em estudos moleculares para a identificação e genotipagem de HPV. No entanto, os dois métodos possuem os parâmetros de sensibilidade e de especificidade reduzidos para a detecção viral. Atualmente, a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR do inglês, Polymerase Chain Reaction), que usa primers específicos para amplificação de DNA viral, é a técnica de escolha para a detecção e genotipagem do genoma do HPV. A PCR é uma técnica bastante sensível e específica, que aliada à facilidade de sua metodologia, torna-se ideal para o diagnóstico e detecção viral (Iftner & Villa, 2003; Franco, 2003; Szuhai et al., 2001). 6. Imunidade A infecção natural pelo HPV é seguida por uma resposta imune humoral e celular contra as proteínas virais. Anticorpos contra proteínas do capsídeo de HPV são formados no decorrer da infecção. No entanto, a detecção de IgG e IgA específicas para L1 de HPV 16 não se correlaciona com a eliminação viral. De fato, as respostas sistêmicas de IgG são mais freqüentes em pacientes com detecção persistente do DNA viral. Além disso, anticorpos contra as proteínas precoces E6 e E7 dos HPVs 16 e 18 ocorrem com mais freqüência e, em títulos maiores, em pacientes com carcinoma de colo de útero do que em mulheres normais (Boccardo & Villa, 2004). A resposta imune celular mediada por linfócitos T CD4+ (auxiliar) e CD8+ (citotóxico) parece ser a mais importante na eliminação de infecções genitais pelo HPV. Condilomas em regressão espontânea apresentam um infiltrado celular composto essencialmente de linfócitos T e macrófagos. Em pacientes com imunodeficiência celular, seja iatrogênica ou adquirida, há aumento da prevalência de lesões associadas ao HPV, além de maior chance de progressão para lesões pré-invasivas mais graves (Alcami & Koszinowski, 2000). Entretanto, os mecanismos que controlam a resposta imune contra o HPV são pouco conhecidos. Uma resposta ineficiente pode implicar a persistência da infecção, especialmente Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 39 por tipos oncogênicos de HPV, que é considerado o principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões neoplásicas do colo uterino (Boccardo & Villa, 2004). 7. Transformação Celular O HPV é capaz de transformar e imortalizar uma célula, iniciando assim o processo maligno. Os produtos dos genes E6 e E7 são importantes para a transformação e imortalização celular. O produto do gene E6, a proteína E6, tem uma grande afinidade pelo DNA e é encontrada tanto no núcleo como na membrana plasmática. Já o produto do gene E7, a proteína E7, é uma fosfoproteína encontrada no citoplasma e, provavelmente, no núcleo (Lewin, 2001;Garcia-Carranca & Gariglio, 1993). Os produtos dos genes supressores de tumores presentes nas células como as proteínas pRb e p53 são alvo da ação dos produtos dos genes dos HPVs. Em geral a atividade de pRb é inibida pela proteína viral E7, por outro lado, a p53 é degradada subseqüentemente à ligação com a proteína E6. A perda da função de ambas as proteínas responsáveis pela supressão tumoral contribui para a progressão de tumores (Brenna & Syjänen, 2003; Silva et al., 2003; zur Husen, 2002; Vousden, 1993). Geralmente, o genoma viral encontra-se em estado epissomal no núcleo das células de tecido com alterações benignas ou pré-malignas o aumento da expressão dos genes E6 e E7 em lesões malignas pode ser associado pela integração do DNA viral no genoma celular ao longo do progresso tumoral. A integração acontece ao acaso no DNA celular, mas invariavelmente interrompe a região E1-E2 do genoma viral. Isto altera o controle negativo exercido pela proteína E2 na expressão dos genes E6 e E7 (Boccardo & Villa, 2004; Bechtold et al., 2003; Lukaszuk et al., 2003). Inúmeras funções têm sido descritas para E6 e E7. Os produtos desses genes interagem bloqueando os supressores de tumores. Certamente, das funções proeminentes da proteína E6 é a degradação de p53, resultando na resistência a apoptose e no aumento da instabilidade cromossomal. Tem sido especulado que a estabilização de formas ativadas de membros específicos da família SRC poderia contribuir para a transformação do fenótipo celular – HPV (zur Hausen, 2002). O gene Rb é um supressor de tumor localizado no cromossomo 13q14, que tem como produto à proteína celular pRb, de aproximadamente 105 kDa. A pRb tem a função de inibir a progressão do ciclo celular, pois é capaz de seqüestrar o fator de transcrição E2F e impedi-lo de promover a transcrição de genes necessários para a replicação do DNA na fase S. Assim, a pRb exerce uma regulação negativa do ciclo celular através da sua fosforilação específica ciclo-dependente. A associação da pRb com a proteína viral E7 causa uma perturbação no Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 40 controle normal do ciclo celular, resultando em um estímulo excessivo para a proliferação das células infectadas (Silva et al., 2003; zur Hausen, 2002). A proteína E7 de HPVs de alto risco está associada a degradação das proteínas da família Rb, incluindo a p107, a p130 e a própria pRb. A E7 é reconhecidamente eficiente na formação de complexos com ciclinas A e E. No entanto, estudos recentes sugerem essa mesma eficiência quando E7 forma complexos estáveis com as proteínas p21 e p27. Com a degradação da pRb o fator de transcrição E2F não pode ser reprimido, em conseqüência, a célula perde o controle do ciclo celular (Silva et al., 2003; Stubenrauch & Laimins, 1999). O gene p53 é um supressor de tumor localizado no cromossomo 17p13, cujo produto é a proteína p53. Esta proteína é responsável por monitorar os danos ocorridos nas moléculas de DNA. O ciclo celular é impedido de prosseguir até que o dano no DNA seja restaurado (Lewin, 2000). A proteína E6 de HPVs de alto risco se associa a proteína p53, que é responsável pela regulação da passagem da fase G1 para S e da fase G2 para M, no ciclo celular. A proteína E6 recruta a proteína celular E6AP, que funciona como uma ubiquitinaligase para o complexo contendo p53. Este recrutamento resulta na ubiquitinação de p53 seguido de sua rápida degradação (Brenna & Syjänen, 2003; zur Hausen, 2002; Silva et al., 2003; Stubenrauch & Laimins, 1999; Brown & Pagano, 1997). Sem a proteína p53 a célula perde a capacidade de perceber e reparar possíveis danos no DNA, assim a divisão celular passa a ocorrer sem reparo. Conseqüentemente, aumenta-se a freqüência das mutações, dos rearranjos cromossômicos e das aneuploidias. O acúmulo de eventos mutacionais é a causa subjacente ao desenvolvimento de um fenótipo neoplásico e, conseqüentemente do câncer (Brenna & Syjänen, 2003; Vogel & Motulsky, 2000; Griffiths et al., 1999; Vousden, 1993). 8. Conclusão A elucidação da história natural da infecção por HPV em pênis possibilitará uma melhor compreensão da etiologia e da patogênese viral e seu papel na carcinogênese dos tumores de pênis. Infecções por HPV e sua detecção em homens não seguem a rotina diagnóstica aplicada às mulheres, em parte porque a mucosa epitelial das mulheres é abundantes em células, o que facilita a coleta e o diagnóstico. Nos homens, no entanto, a escassez de células epiteliais da mucosa peniana dificulta o diagnóstico. Diversos estudos epidemiológicos demonstram a presença do HPV como um elemento obrigatório nos processos neoplásicos malignos nos carcinomas cervicais (99,7%), tornando o homem um fator importante associado à disseminação do vírus. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 41 O homem é um importante agente disseminador do HPV entre as mulheres e a disseminação do vírus tende a ser universal entre os indivíduos sexualmente ativos (Teixeira et al., 2002). Castellsangué e colaboradores (2002) demonstraram a alta prevalência de infecções por HPV e a variabilidade dos tipos virais em homens estão relacionadas ao comportamento sexual. Os autores sugeriram que a infecção masculina poderia ser a causa subjacente ao aumento da carcinogênese cervical em suas parceiras sexuais, sendo a promiscuidade o principal fator de risco. As infecções por HPV em homens não parecem ter as conseqüências observadas na infecção feminina, nas quais os co-fatores, como os hormônios femininos e o uso contínuo de contraceptivos hormonais, participam de forma combinada no processo de múltiplas etapas da oncogênese cervical (Villa, 2003; Moreno et al., 2002; Villa, 1998). As proteínas oncogênicas E6 e E7 são capazes de imortalizar e transformar as células, promovendo o descontrole do ciclo celular na célula hospedeira. A expressão contínua das proteínas virais desencadeia o processo neoplásico. A progressão tumoral, subseqüente a infecção em células normais, também está sujeita a fatores ambientais, como carcinógenos químicos presentes no tabaco, ou restrito ao hospedeiro, tais como resposta imune, herança genética e hábitos sexuais. O HPV é capaz de alterar o ciclo celular pela expressão das proteínas virais E6 e E7 na inativação e eliminação dos produtos de genes supressores de tumor. Em geral a atividade de Rb é inibida pela proteína viral E7, por outro lado, a p53 é degradada subseqüentemente à ligação com a proteína E6. A perda das funções de ambas as proteínas responsáveis pela supressão tumoral contribui para a progressão de tumores (Vousden, 1993). O processo de interação entre as proteínas virais e as proteínas celulares, altera o controle do ciclo celular, fazendo da infecção por HPV um potente fator de iniciação e promoção de tumores, que deve ser avaliado em conjunto com todas as variáveis envolvidas na carcinogênese para estabelecer os riscos relativos e os prognósticos individuais. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 42 Capítulo 3. O Papilomavírus Humano e Saúde Pública: importância da distribuição de uma cartilha educativa à população. Resumo O papilomavírus humano (HPV) foi primeiramente associado a tumores benignos, como verrugas e condilomas. Com o avanço das técnicas moleculares de detecção do genoma viral, o DNA do vírus passou a ser identificado em associação com células neoplásicas malignas do colo e cérvice uterina, da vagina, da vulva, do pênis, do ânus, e da cavidade oral e da laringe. Devido a relação etiológica do HPV com os carcinomas de colo uterino, faz-se necessário a elaboração de instrumentos que esclareçam a população. Aqui propomos uma cartilha educativa com o propósito de informar sobre a prevenção e a transmissão do HPV e sua relação com o processo neoplásico. Em um estudo piloto, a cartilha informativa foi aplicada a 200 pessoas leigas na faixa etária de 15 a 55 anos de idade de ambos os sexos, com escolaridade variando de Ensino Médio a Superior. Posteriormente, os participantes responderam a um questionário para a avaliação de alguns aspectos da cartilha e seu conhecimento geral sobre o tema apresentado. Dos questionários analisados, 64% não tinham o conhecimento sobre o HPV e sua relação com o câncer. Em relação à transmissão, as regiões de infecção, diagnóstico e prevenção, a percentagem de compreensão ultrapassou os 90%. Para a questão sobre o câncer de colo uterino, somente 74% assimilaram que o HPV está associado a esse tipo particular de câncer. A cartilha foi criada com uma linguagem fácil e com ilustrações que visam chamar a atenção do leitor. A cartilha atingiu o seu objetivo de informação e prevenção. No entanto, é necessário promover campanhas de conscientização da população em geral sobre o HPV e sua relação com as neoplasias malignas. Palavras-chave: Papilomavírus humano, informação e prevenção. Abstract Human papilllomavirus (HPV) were first associated to benign skin lesion, such as warts and condilomas. With the advancement of molecular techniques for detection of the viral genome, the association between the virus DNA with malignant neoplasic cells of the cervix, vagina, vulva, penis, anus, mouth and larynx was demonstrated by several studies. Since the etiologic relation between HPV and cervical cancer have been proved, the elaboration of instruments to inform the general population becomes necessary. Here we consider one informative booklet with the intention of informing about the transmission of the HPV and its relation to the neoplasic process. In this pilot study, the booklet was given to 200 people in the aged group from 15 to 55 years, including both genders, with education levels varying from high school to College. Later, the participants answered a questionnaire for the evaluation of some aspects described in the booklet. Of the analyzed questionnaires, 64% did not have the knowledge about HPV and its relation with cancer. In relation to transmission, the regions of infection, diagnosis and prevention, the percentage of understanding exceeded 90%. For the question on cervical cancer, 74% had only assimilated that the HPV is associated with this particular type of cancer. The booklet was created with basic language and illustrations aiming to catch the attention of the reader. The booklet reached its objective of information and prevention. However, we identified the necessity to promote campaigns of awareness for the population about the HPV and its relation with the malignant neoplasias. Key-words: Human papillomavirus, information and prevention Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 43 1. Introdução O Papilomavírus Humano (HPV) é o agente causal de tumores benignos como papilomas, verrugas comuns e condilomas (Arbyn et al., 2004; Villa, 1998). As evidências de associação deste vírus com neoplasias, somadas as evidencias epidemiológicas, permitiram estabelecer uma relação etiológica entre alguns tipos de HPVs e o carcinoma cervical (Arbyn et al., 2004; Burd, 2003; Villa, 1998; Schiffman & Brinton, 1995; Schiffman et al., 1993). O DNA de HPVs de alto risco oncogênico tem sido encontrado em 99,7% dos carcinomas cervicais, câncer cervical invasivo e lesões pré malignas (Yu et al., 2005; Delucaet al., 2004; Franco & Schlecht, 2003; Villa, 2003). Adicionalmente deve-se investigar a associação do câncer cervical com o fator masculino. As infecções pelo HPV ocorrem em ambos os sexos e a sua alta prevalência demonstra que a mesma é uma doença sexualmente transmissível (Yu et al., 2005; Villa, 1998; Castellsagué et al., 1997; Schiffman & Brinton, 1995; zur Hausen, 1991). Mais de uma centena de tipos diferentes de HPV já foram descritos e cerca da metade destes já foram isolados em amostras de mucosa genital (Picconi et al., 2000). Dados epidemiológicos têm mostrado que parceiras de homens com câncer de pênis têm uma tendência maior para o desenvolvimento de neoplasia cervical (Frisch et al., 1997; Graham et al., 1979). Contudo, estudos da associação entre HPV e carcinoma de pênis são limitados devido à baixa incidência desta doença comparada aos carcinomas de cérvice uterina. Por outro lado, a presença de HPV como microbiota normal das mucosas genitais de homens, que não desenvolvem lesões, pode funcionar como um reservatório do vírus, contribuindo para a sua disseminação entre as mulheres (Castellsagué et al., 1997). Assim, a alta prevalência, infectividade e diagnósticos na forma de lesões subclínicas, assintomáticas, tornam evidente o fato de que a disseminação do HPV tende a ser universal entre os homens sexualmente ativos. Portanto, o homem é um importante meio propagador deste vírus entre as mulheres (Bosch et al., 2002). Desta forma é necessária uma maior preocupação em esclarecer a população sobre a forma de transmissão, diagnóstico, tratamento e prevenção das infecções ocasionadas pelo HPV. O objetivo deste estudo foi elaborar uma cartilha contendo informações necessárias à conscientização e prevenção da população em geral, acerca da carcinogênese da região anogenital (vagina, vulva, colo do útero, pênis e ânus) (De Villiers et al., 2004; Franco & Schletcht, 2003; zur Hausen, 2002) e da região de cabeça e pescoço (orofaringe, cavidade oral, laringe, orofaringe e hipofaringe) (Silva et al., 2003; Aaltonen et al., 2002; Vancurova et Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 44 al., 2002; Badaracco et al., 2000; Smith et al., 2000) O esclarecimento da população pode contribuir para a redução da incidência das neoplasias em homens e mulheres, sobretudo das neoplasias ocasionadas pelo HPV. 2. Material e Métodos Foi elaborada uma cartilha piloto intitulada “HPV e sua relação com o câncer” (Anexo 1), contendo desenhos ilustrativos e uma linguagem de fácil entendimento aos leitores, contendo informações sobre o HPV, incluindo modos de transmissão, dados da patologia, diagnóstico e prevenção (Figuras 1 e 2). Figura 1. Cartilha: HPV e sua relação com o câncer, páginas iniciais nas quais foram discutidos o Papilomavírus Humano, os tipos virais e as regiões de infecção. De forma sucinta, as informações sobre o HPV relataram os tipos virais e as regiões afetadas (anogenital / cabeça e pescoço) pela infecção viral. A cartilha introduz ainda noções sobre a capacidade dos HPVs em transformar e imortalizar as células e, assim, agir como um fator de iniciação do processo neoplásico. Como as infecções pelo HPV são consideradas doença sexualmente transmissível (DST) (Villa, 2003; Picconi et al., 2000; Villa, 1998; Park et al., 1995; zur Hausen, 1991), foram citadas diversas formas de transmissão: relação sexual, fômites e canal do parto, indicando as vias de transmissão com desenhos ilustrativos para reter a atenção do leitor e facilitar o aprendizado. A transmissão por via sexual é considerada como a principal maneira de transmissão do HPV entre os humanos (Eluf-Neto, 1998; Villa & Schlegel, 1991), envolvendo as diversas formas sexuais, incluindo o sexo oral e anal, e tendo relação direta com o número de parceiros sexuais. Assim, o HPV pode ser transmitido da região genital para as regiões anatômicas de Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 45 cabeça e pescoço, podendo iniciar processos neoplásicos nestas regiões, uma vez que o HPV é mucosotrópico e pode estabelecer-se como microbiota local (zur Hausen, 2002; Villa, 1998). A transmissão viral por fômites também é possível e foi considerada. A contaminação vertical pelo canal do parto também foi inserida, especialmente porque os papilomas laríngeos recorrentes, de início juvenil estão associados à infecção por HPV, geralmente transmitido pela mãe com infecção anogenital ativa ou latente à criança durante o parto (Silva et al., 2003; Vancurova et al., 2002; Conejo et al., 2001). Os leitores foram informados acerca da necessidade de se buscar auxílio do serviço médico para diagnóstico de infecção por HPV da região genital e região da cabeça e pescoço quando na presença dos sintomas ou suspeita de infecção. No aspecto da prevenção foi dada ênfase na transmissão anogenital com o objetivo de aumentar o nível de conhecimento dos leitores, enfatizando-se a necessidade da mulher estar procurando o médico ginecologista pelo menos uma vez ao ano para fazer o exame preventivo do Papanicolaou. Adicionalmente a cartilha estimula o uso de preservativo durante as relações sexuais e a redução de parceiros sexuais. Figura 2. Cartilha: HPV e sua relação com o câncer, páginas que demonstram as formas de transmissão e a relação entre infecção viral e o desenvolvimento de câncer. A cartilha foi aplicada a 200 pessoas na cidade de Goiânia (GO) de ambos os sexos, com nível de escolaridade variando do ensino médio a superior. Os voluntários responderam a um questionário após a leitura da cartilha. O questionário (Anexo 2) era composto por 12 questões de múltipla escolha, que avaliaram o alcance da cartilha como instrumento de informação e prevenção. As questões eram de caráter educativo abordando o conhecimento Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 46 sobre o vírus, as formas de transmissão, as regiões afetadas pela infecção e os diagnósticos clínico e laboratorial. 3. Resultados A análise dos questionários permitiu avaliar a cartilha como instrumento de informação e prevenção. A faixa etária foi de 15 a 55 anos de idade de ambos os sexos, sendo a média da faixa etária de 25 anos. A distribuição percentual por sexo foi de 40,5% e 59,5% para os sexos masculino e feminino, respectivamente (Tabela I). Tabela I. Distribuição percentual relacionada ao sexo dos voluntários que responderam ao questionário, após a leitura da cartilha. SEXO f (%) Masculino 40,5 Feminino 59,5 TOTAL 100 Dos 200 questionários respondidos 64% não tinham o conhecimento sobre o HPV e sua relação com o câncer (Tabela II). Para as questões relacionadas à transmissão, as regiões de infecção, ao diagnóstico e à prevenção, a percentagem de compreensão ultrapassou os 90%. A cartilha atendeu as expectativas e o interesse dos leitores em 96% dos questionários. Para a questão sobre o câncer de colo uterino, verificou-se pouco conhecimento individual sobre o fato do HPV ser o agente etiológico da neoplasia cervical. Após a leitura, somente 74% dos participantes assimilaram que o HPV é o agente causal deste tipo particular de câncer (Tabela III). Tabela II. Freqüência percentual de pessoas para o conhecimento do Papiloma Vírus Humano (HPV) e sua relação com o câncer. Conhecimento sobre Papilomavírus Humano (HPV) f (%) Sim 35,5 Não 64,5 TOTAL 100 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 47 Tabela III. Distribuição dos percentuais relacionados às questões sobre a transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV), região acometida pela infecção, diagnóstico da patologia, prevenção e sobre a relação do Câncer de colo de útero com o HPV. Questões avaliadoras da cartilha f (%) Transmissão 99 Região afetada pela infecção 97 Diagnostico 92 Prevenção 99 Relação entre câncer de colo de útero e HPV 74 4. Discussão A Cartilha: HPV e a sua relação com o câncer atendeu as expectativas, pois 98% dos entrevistados gostaram da forma de apresentação e suas informações. A maioria dos leitores sugeriu a publicação da Cartilha para ser usada como instrumento informativo em postos de saúde na região de Goiânia/GO. A população feminina predominou entre os leitores (59,5%). Nesse contexto, considerando o desconhecimento sobre o tema, um contingente feminino foi informado de que o câncer de colo uterino é hoje uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres no mundo (Franco & Schletcht, 2003; zur Hausen, 2002; Badaracco et al.,2000; IARC, 1995). Desta forma, a cartilha atingiu o público alvo propagando a informação e contribuindo para a prevenção das infecções e o processo neoplásico ocasionadO pelo HPV. Cerca de 64% da população analisada não conhecia o HPV e a sua relação com o câncer. Os dados sugerem que as campanhas educativas de prevenção sobre o papel do HPV na carcinogênese epitelial devem ser reforçadas para conseqüentemente, a promoção da saúde, sobretudo porque a infecção pelo vírus é considerada uma DST, sendo um fator adicional para a progressão de infecção para a neoplasia do câncer de colo uterino. Tendo em vista que o instrumento para a divulgação da informação e prevenção continha informações básicas e ilustrações que visavam deter a atenção do leitor em relação as infecções e aos processos neoplásicos promovidos pelo vírus HPV, a população analisada absorveu significativamente o conteúdo da cartilha, nos seguintes tópicos: transmissão (sexual, fômites e canal do parto), as diversas regiões acometidas pela infecção (região genital / cabeça pescoço, diagnóstico, prevenção e sobre ao fator de risco do HPV com câncer de colo Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 48 de útero; como também os riscos de infecção viral para o sexo masculino. Desta forma podemos concluir que a cartilha cumpriu o seu papel como veículo para o conhecimento, pois as questões elaboradas no questionário eram específicas e procuraram verificar se o leitor absorveu o conteúdo informativo. Os dados referentes à aplicação da cartilha piloto a um grupo de indivíduos indicam a necessidade de informar a população, pois 64,5% dos entrevistados não tinham conhecimento sobre o vírus e as patologias a ele associadas. Cerca de 92% demonstraram interesse em saber mais informações sobre as patologias promovidas pela infecção por HPV, formas de transmissão, diagnóstico e prevenção. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 49 Capítulo 4. Estudo epidemiológico do câncer de pênis na população de Goiânia no período de 1988 a 1999. Resumo: Atualmente, o câncer é considerado como a terceira causa de mortalidade no Brasil, tendo o sexo masculino com maior participação no volume dos óbitos por neoplasias malignas em quase todas as faixas etárias. A análise epidemiológica de uma dada patologia leva a obtenção de informações importantes que apontam as tendências e perspectivas da doença nos últimos anos. O objetivo deste estudo foi a avaliação epidemiológica da incidência, mortalidade e taxa de sobrevida do câncer de pênis em Goiânia no período de 1988 a 1999. O coeficiente médio de incidência anual para o câncer de pênis foi de 3,5/100.000 habitantes, enquanto que o coeficiente médio de mortalidade anual para a mesma doença foi 2,6/100.000 habitantes. A sobrevida geral dos 38 pacientes foi estimada em aproximadamente 3,3%, com censura de 42%. O estádio III foi o mais freqüentemente encontrado ao diagnóstico de câncer de pênis. O diagnóstico em estágios avançados compromete a sobrevida do paciente. O tratamento de tumores com extensão maior e com invasão dos nodos regionais são controlados com cirurgia ou radioterapia. Na maioria dos casos de carcinomas penianos, o paciente deve ser submetido à penectomia parcial ou total, dependendo da extensão do tumor, o que gera agravo do quadro psicológico do paciente. Palavras Chaves: Câncer de pênis, epidemiologia e sobrevida Abstract Currently, cancer is considered as the third cause of mortality in Brazil, with males having the greater percentage of deaths for malignant neoplasias in almost all ages. The epidemiological analysis of a given pathology provides the trends and perspectives of the disease over the time. The objective of this study was to evaluate the epidemiological aspects, including the incidence, mortality and survival of penile cancer, in the male population of Goiânia, during the period of 1988 to 1999. The average coefficient of annual incidence for penile cancer was 3,5/100.000 inhabitants, while the average coefficient of annual mortality was 2.6/100,000 inhabitants. The general survival analysis of the 38 patients was approximately 3.3%, with 42% censorship of the data. Stage III was the more frequent stage found in the diagnosis of penile cancer. The diagnosis in advanced stages compromises the survival of the patient. The treatment of tumors with larger extension and invasion for the regional lymph nodes is performed with surgery or radiotherapy. In the majority of cases of penile cancer, the patient must be submitted to partial or total penectomy, depending on the extension of the tumor, which generates the psychological trauma of the patient. Key words: penile cancer, epidemiology and survival Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 50 1. Introdução As tendências de risco de morte por doenças não transmissíveis nas cinco regiões do Brasil tem sofrido modificações ao longo das últimas décadas. As doenças do aparelho circulatório eram a principal causa de morte até o ano de 2000. Em 1980, as neoplasias eram responsáveis por 10% dos óbitos do país, em 2000 passaram para 15%. Atualmente, o câncer é considerado como a terceira causa de mortalidade no Brasil, tendo o sexo masculino com maior participação no volume dos óbitos por neoplasia malignas em quase todas as faixas etárias (MS, 2004). A mortalidade por câncer para o sexo masculino é maior que para o feminino, devido aos comportamentos de saúde-risco (INCA, 2002). Os órgãos masculinos afetados por neoplasias envolvem especificamente, pulmão, a próstata, estômago, os testículos e o pênis (MS, 2004). As neoplasias são resultantes da interação entre fatores genéticos e ambientais. A freqüência percentual da contribuição genética para o desenvolvimento dos cânceres é de apenas 5%, o restante é atribuída a fatores ambientais que atuam em conjunto com a suscetibilidade genética (Rossit & Froes, 2002; Davies, 2001). O aparecimento de um tumor está associado com a ocorrência de alterações genéticas que se acumulam progressivamente no genoma de uma célula normal. Dessa forma, o câncer pode ser considerado uma doença genética e a identificação e caracterização dos genes alterados são fundamentais para a compreensão das bases moleculares da doença. A perda do controle da proliferação e a aquisição de características associadas com a progressão tumoral são conseqüências de alterações que ocorrem no conteúdo genético das células normais. Assim sendo, o câncer pode ser considerado uma doença genética complexa que resulta de alterações simultâneas em genes geralmente relacionados à proliferação e diferenciação celular (Parmigiani & Camargo, 2004). Estudos epidemiológicos sobre neoplasias objetivam a investigação dos efeitos diretos e indiretos de agentes carcinógenos endógenos e exógenos na iniciação e promoção dos cânceres em geral. Refletindo uma preocupação política, social e científica, visto que as doenças oncológicas são consideradas um problema de saúde pública (Silva,1999). A análise de sobrevida, na área de saúde, geralmente está associada a ensaios clínicos, objetivando avaliar a eficácia do diagnóstico e do tratamento. Adicionalmente, a análise de sobrevida com base em populações geograficamente definidas, desempenha um importante papel na descrição do comportamento de uma doença e de seus fatores prognósticos, permitindo, Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 51 assim, a obtenção de informações necessárias para a determinação de prioridades na área da saúde (Louzada-Neto & Pereira, 2003; Bustamante-Teixeira et al., 2002). Há dois tipos estudos em oncologia que utilizam análise de sobrevida que podem ter o tempo como variável de interesse. Um deles é o estudo experimental (ensaios clínicos controlados aleatorizados), indicado para avaliar formas de tratamento. O outro tipo é os de estudos de coorte observacionais, cujos dados podem ser obtidos pela coleta direta em prontuários médicos ou em bases de dados já existentes (dados secundários). Essas fontes de dados secundários podem ser de base hospitalar (registros hospitalares de câncer) ou populacional (registros de câncer de base populacional). Registros de base hospitalar são aqueles que se referem a todos os casos tratados e acompanhados em uma instituição. Fornecem informações tanto para a administração do hospital quanto para pesquisadores interessados em informações sobre os resultados do tratamento nos diferentes grupos e fatores de risco ou fatores prognósticos. Contribuem ainda na atenção ao paciente individualmente, uma vez que asseguram o seguimento destes pacientes (Young, 1991). Nas análises de sobrevida de base populacional o período de tempo analisado é, via de regra, aquele decorrido entre o diagnóstico da doença e o óbito. Nesses casos, a sobrevida exprime a probabilidade de que um paciente esteja vivo após um período determinado (Micheli et al., 1992) e refletem, além da história natural da doença, as atividades de controle do câncer, incluindo rastreamento (screening) e organização e qualidade dos serviços de saúde (Black & Bashir, 1998). A análise epidemiológica de uma dada patologia leva a obtenção de informações importantes que apontam as tendências e perspectivas da doença nos últimos anos. O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação epidemiológica da incidência, mortalidade e taxa de sobrevida do câncer de pênis em Goiânia no período de 1988 a 1999. 2. Materiais e Métodos A presente análise epidemiológica corresponde a um estudo retrospectivo de pacientes diagnosticados com carcinoma de pênis do registro de câncer de Base Populacional de Goiânia (RCBP) da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), no período de 1988 a 1999. Para a notificação de novos casos o RCBP segue um fluxograma próprio (Anexo 4) e utiliza uma ficha padronizada para a coleta de dados. Foram analisados 38 prontuários, referentes às variáveis: idade, data do diagnostico, data de óbito e hábitos de vida. Os dados referentes ao tumor de cada caso foram caracterizados segundo CID (Classificação Internacional das Doenças para a Oncologia), Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 52 Morfologia, Topologia, Estadiamento TNM e o tipo de tratamento, obtido diretamente dos prontuários (Anexo 6) Para a estimativa dos Coeficientes de Incidência, razão entre o número de novos casos de câncer de pênis em um período de tempo específico e o número de pessoas expostas ao risco de desenvolver a doença, por 100.000 habitantes, foram consideradas as datas do diagnóstico individual. Por outro lado, a determinação dos Coeficientes de Mortalidade, definida pela razão entre o número de mortes por câncer de pênis em um período de tempo específico e o número de pessoas expostas ao risco de morrer pela doença, por 100.000 habitantes, foram usadas as datas dos óbitos coletadas diretamente dos prontuários. Os dados dos respectivos pacientes foram tabulados em planilhas, visando a obtenção da curva de sobrevida. Para o cálculo da sobrevida foi utilizado o método da tábua de vida atuarial, que contempla o uso de dados incompletos dos prontuários, incluindo data do diagnóstico, intervalo livre de doença, avaliado através da presença ou ausência de recidivas e condições de saúde do paciente em sua última visita de acompanhamento clínico (Silva, 1999). Para os cálculos estatísticos dos coeficientes de incidência e mortalidade e das sobrevidas, foi utilizado o software Excel® - Microsoft, USA e para a confecção dos gráficos de sobrevida o software SPSS®. 3. Resultados No período estudado, o coeficiente médio de incidência anual para o câncer de pênis foi de 3,5/100.000 habitantes, enquanto que o coeficiente médio de mortalidade anual para a mesma doença foi 2,6/100.000 habitantes. Em relação às freqüências percentuais dos casos de câncer de pênis, discriminadas por faixa etária, 23,7% (9/38) dos pacientes encontravam-se na faixa etária de 51 a 60 anos (6a década de vida) (Tabela I.). Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 53 Tabela I. Freqüência percentual de casos de câncer de pênis por faixa etária e sexo, em Goiânia no período de 1988 a 1999. Idade (Anos) Número % 21- 30 1 2,7 31- 40 4 10,5 41- 50 3 7,9 51- 60 9 23,7 61 – 70 8 21,1 71- 80 7 18,4 81 – 90 5 13,2 > 90 1 2,7 Total 38 100 Média 4,75 12,3 Em relação ao Estadiamento (TNM), ou seja, o estágio em que o câncer de pênis foi diagnosticado, dos 38 pacientes com a patologia, 2 (5,26%) se encontravam no estádio I da doença, 4 (10,52%) no estádio II, 5 (13,15%) no estádio III e, finalmente 3 (7,89%) se encontravam no estádio IV. Em 24 (63,15%) dos prontuários não foi possível obter informações sobre o estadiamento, em conseqüência do não preenchimento dos prontuários ou de classificação dos casos com indefinição (Tabela II e Figura 1). Tabela II. Freqüência percentual de casos de câncer de pênis por estadiamento, em Goiânia no período de 1988 a 1999. Estadiamento TNM n Pacientes f (%) Estádio I 2 5,26 Estádio II 4 10,52 Estádio III 5 13,15 Estádio IV 3 7,89 Indefinido 24 63,15 Total 38 100 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 54 A sobrevida geral dos 38 pacientes pode ser observada na Tabela III e Figura 2, sendo estimada em aproximadamente 3,3%, num período de 5 anos, no intervalo de 1988 a 1999, com censura de 42%. Tabela III. Tábua de vida atuarial para o cálculo da sobrevida geral do câncer de pênis, em Goiânia no período de 1988 a 1999. Intervalo Tempo (anos) Lx Dx Ux Wx Lx` qx` px` S(x) 0—1 38 9 11 1 13 0,692 0,308 0,308 1—2 17 0 3 3 5,5 0,000 1,000 0,308 2—3 11 1 1 2 4 0,250 0,750 0,231 3—4 7 2 0 0 3,5 0,571 0,429 0,099 4—5 >5 5 2 1 0 0 1 2 1 1,5 0 0,667 0,000 0,333 0,000 0,033 0,000 13 16 (42%) 9 TOTAL Onde: x: representa o intervalo de tempo considerado para o cálculo da variável Lx: número de pessoas expostas ao risco de morrer Dx: número de óbitos Ux: número de censuras Wx: número de pessoas vivas Lx’: número de indivíduos expostos ao risco de morrer corrigido pela censura, Lx’ = Lx – (Wx + Ux)/2 qx’: probabilidade de óbito em decorrência da doença considerada qx’ = Dx/Lx’ px’: probabilidade de sobreviver a doença considerada px’ = 1 – qx’ S(x): probabilidade de sobrevida acumulada é obtida a partir da multiplicação das probabilidades de sobrevida (px’) de cada período consecutivo, considerado na análise. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 55 1,000 0,900 0,800 0,700 Sx 0,600 0,500 0,400 0,300 0,200 0,100 0,000 0 0--1 1--2 2--3 3--4 4--5 5 Intervalo Figura 1. Sobrevida relativa geral para o câncer de pênis na população de Goiânia no período de 1988 a 1999. 4. Discussão No presente estudo, verificou-se que a incidência de 3,5/100.000 habitantes é relativamente baixa quando comparada com as regiões Norte e Nordeste, que apresentaram índices de 5,5/100.000 habitantes a 16/100.000 habitantes (Gil et al., 2001). Assim, o câncer de pênis se mostrou na região Centro – Oeste, especificamente na cidade de Goiânia/GO, como uma neoplasia rara. Os resultados do presente estudo indicam que 13,15% dos pacientes eram indivíduos jovens, com idade inferior a 40 anos. No entanto 60,52% dos casos incluíram homens na faixa etária da 6ª década de vida. A distribuição dos casos de câncer de pênis na população goiana está em conformidade com os dados descritos na literatura (Ornellas & Bown, 2004; PowSang et al., 2002; Griffits & Mellon, 1999). Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 56 Os dados de um Registro Hospitalar de Câncer devem demonstrar qualidade no prontuário médico, uma vez que este registro geralmente é considerado a única fonte de dados sobre o paciente. Assim, como ocorre com os atestados de óbito, o preenchimento correto de prontuários é uma obrigação legal. Um prontuário médico deve consistir de anotações sistemáticas sobre os quadros clínicos e cirúrgicos dos pacientes, que incorpora os resultados dos exames complementares. A manutenção de um prontuário organizado depende do médico, sendo ele o principal agente determinante da qualidade dos dados levantados e publicados (MS, 1997). No presente estudo, observa-se uma deficiência na manutenção dos prontuários médicos, comprometendo principalmente a definição do estadiamento dos casos em 63,15% (24/38). A sobrevida com base populacional não foi possível ser avaliada, visto que quase sempre, a avaliação de variáveis como o estadiamento de tumores e o tratamento são dados incompletos em prontuários, mesmo sendo dados importantes para os estudos de sobrevida (Bustamante-Teixeira et al., 2002). Segundo o Art. 69 do Código de Ética Médica, o clínico tem o dever de elaborar o prontuário para cada paciente a que assiste. O prontuário é um documento valioso para o paciente, para o médico que o assiste para as instituições, de ensino e pesquisa e para os serviços públicos de saúde, além de ser instrumento de defesa legal (DOU, 2002). Neste contexto, é importante que os médicos e os outros profissionais de saúde, que tenham acesso aos prontuários, se conscientizem da necessidade de realizar um preenchimento eficiente do documento com intuito de fornecer dados completos para estudos epidemiológicos e, conseqüentemente, transformá-lo em um poderoso instrumento de pesquisa capaz de ampliar o conhecimento e otimizar o tratamento das patologias. No presente estudo, o estádio III foi o mais freqüentemente encontrado ao diagnóstico de câncer de pênis. O diagnóstico em estágios avançados compromete a sobrevida do paciente. O tratamento de tumores com extensão maior e com invasão dos nodos regionais são controlados com cirurgia ou radioterapia. Na maioria dos casos de carcinomas penianos, o paciente deve ser submetido à penectomia parcial ou total, dependendo da extensão do tumor, o que gera agravo do quadro psicológico do paciente. Adicionalmente, devem-se intensificar as campanhas de prevenção, na tentativa de diminuir a incidência e diagnosticar o câncer nos estágios iniciais da doença, oferecendo maior chance de cura individual e aumenta a sobrevida (Curado & Latorre, 2000). A sobrevida relativa geral do presente estudo foi de 3,3%, contendo uma censura de 42%. A censura dos dados estava compreendida devido a este tipo particular de câncer ter Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 57 portadores que vivenciam um processo de fragilização psicológica, tendo o paciente a visão do binômio câncer de pênis e mutilação. O processo de terapia do paciente geralmente resulta em abandono do tratamento, sobretudo porque no curso da doença é comum a disseminação para linfonodos inguinais, linfonodos pélvicos e periaórticos, e o tratamento de escolha clínica é a penectomia. Os pacientes não tratados morrem por complicações secundárias às metástases inguinais, geralmente devido a presença de hemorragias ocasionadas por lesões tumorais de grandes vasos. O paciente penectomizado no âmbito psicológico perde a sua referência de masculinidade e, comumente não retorna ao serviço de saúde para dar seguimento ao tratamento e controle da doença. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 58 Capítulo 5. Detecção do Papilomavírus Humano por PCR multiplex em lavado de glande Resumo: Dados epidemiológicos têm mostrado que parceiras de homens com câncer de pênis apresentam um risco maior para o desenvolvimento de neoplasia cervical. O presente estudo teve como objetivo detectar a prevalência do HPV em 100 indivíduos do sexo masculino sem história de lesão subclínica ou história pregressa de infecção por HPV. Os participantes foram voluntários atendidos no Serviço de Urologia do Hospital Araújo Jorge, em Goiânia-GO. Foram coletadas amostras das células esfoliadas do epitélio da glande em solução álcool-ácido, que foram armazenadas entre 2-8°C até a extração de DNA e posterior amplificação do genoma viral por PCR. Visando a detecção de seqüências específicas do genoma do HPV, utilizou-se primers genéricos MY09/MY11 e específicos para genotipagem dos subtipos virais de HPV 6, 11, 16 e 18. Para todas as amplificações foram utilizados controles internos, mediante a amplificação de uma região de D8S135 para confirmação da presença de DNA humano na amostra. Como controle positivo da reação foi utilizado DNA de células HeLa, que contém genoma de HPV 18 integrado. Os resultados incluem 23% de positividade para o genoma viral. Foram genotipados 11% de HPV 16, 6% de HPV 18, 5% de HPV 11 e 1% para o HPV 6. Assim, a presença de HPV como microbiota das mucosas genitais masculinas, sobretudo nas condições em que as lesões epiteliais não se desenvolvem, caracteriza os homens como reservatórios do vírus, e confirma a importância do papel masculino na disseminação do vírus entre as mulheres. Palavras chaves: PCR, HPV e fator masculino Abstract Epidemiological data have shown that partners of men with penile cancer present a greater risk for the development of cervical cancer. The present study aimed to detect the prevalence of the HPV genome in 100 men, without former clinical evidence of genital HPV infection. The participants voluntarily took part in the Urology Department of the Hospital Araújo Jorge, in Goiânia-GO. Samples collected from the surface of the penile glands cells were preserved in alcohol-acid solution and stored between 2-8°C until the extraction of DNA. Detection of HPV DNA was often determined by PCR based approach with standard universal consensus primers MY09/11. For HPV 6, 11, 16 and 18 genotyping, specific primers were employed. All the amplifications were carried out by using internal controls, and the amplification of a region of D8S135 sequence was performed in order to confirm the presence of human DNA in the sample. We used HeLa DNA cells as a positive control, which contain integrated genome of HPV 18. The results demonstrated HPV-DNA in 23% of the samples. HPV-16 was demonstrated in 11%, HPV-18 in 6%, HPV-11 in 5% , and HPV-11 in 1% of the samples. HPV DNA was present in the male genital tract of a reasonable number of samples, overall under conditions where no epithelial disease could be detected, characterizing men as the vector of the virus, and confirming the importance of the masculine role in the dissemination of the virus to women. Key words: PCR, HPV and men factor. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 59 1. Introdução O câncer de colo uterino é o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres e cerca de 500.000 novos casos são detectados anualmente na população feminina mundial, sendo uma neoplasia de alta incidência nos países subdesenvolvidos (IARC, 1995). Estudos epidemiológicos e moleculares evidenciam etiologicamente o papilomavírus humano (HPV) como principal causa do câncer cervical invasivo e neoplasia intraepitelial cervical (NIC) em 99,7% dos casos (Yu et al., 2005; Munõz et al., 2003; Franco et al., 2001; Bosch et al., 2001; Franco et al.,1999; Walboomers et al., 1999;. Schiffman et al., 1993). Mais de 100 tipos virais do HPV já foram identificados, sendo que 40 tipos estão associados com infecções anogenitais e são classificados como tipos virais de alto risco oncogênico (de Villiers et al., 2004; Munõz et al., 2003; zur Hausen, 2002). O HPV pode ser classificado de acordo com o risco oncogênico em tipos virais de alto risco que incluem, os HPVs 16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 53, 55, 56, 58, 59 e 68, e tipos virais de baixo risco incluem os números, 6, 11, 26, 42, 44, 54, 70 e 73 (Boccardo & Villa, 2004; de Villiers et al., 2004; zur Hausen, 2002; Villa, 1998). O HPV 16 (Figura 1) é o tipo viral mais freqüentemente encontrado em carcinoma de cérvice uterina, sendo encontrado em 58,9% dos casos seguidos dos tipos virais 18 e 33 (Castellsangué & Munõz, 2003; Munõz et al., 2002; Dell et al., 2000). O primeiro fator de risco para infecção por HPV envolve história de múltiplos parceiros sexuais, infecção por outras doenças sexualmente transmissível (DSTs), fumo associado ao etilismo e imunossupressão (Castellsangué & Munõz, 2003; Dell et al., 2000). Para as mulheres existem ainda fatores de risco putativos como o uso de contraceptivos orais, dieta pobre e parceiro sexual promíscuo (Castellsangué & Munõz, 2003; Moore et al., 2001; Giuliano et al., 1999). A detecção de HPV no sêmen e na urina sugere que estes elementos sejam um reservatório em potencial e um veículo carreador que contribui para a contaminação da mulher (Kadze et al., 2000; Lai et al., 1997; Green et al., 1991). Adicionalmente, sugere-se que o homem atue como disseminador do vírus, sendo portador e não apresentando sintomatologia clínica característica da infecção genital pelo HPV (Bosch et al., 1996). O significado do homem atuar como um veículo na transmissão dos HPVs genitais necessita de elucidação. Existe uma associação de que homens circuncizados diminuem o risco de transmissão do vírus para suas parceiras sexuais (Schoen et al., 2000). Adicionalmente, o nosso estudo teve como objetivo avaliar a presença de HPV Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 60 em lavado de glande de homens sem história clínica pregressa de infecção por HPV utilizando a técnica molecular da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Figura 1. Esquema mostrando as regiões flanqueadas pelo primers MY09 e MY11, dentro do gene L1, no genoma do HPV16 (Silva et al., 2003). 2. Materiais e Métodos 2.1. Grupo amostral Foi realizado um estudo randômico que inclui 100 indivíduos que acompanhavam pacientes atendidos no Serviço de Urologia no Hospital Araújo Jorge (SU-HAJ) sem história de infecção prévia por papilomavírus humano (HPV) na faixa etária de 25 a 60 anos, sexualmente ativos e sem lesão peniana. Os participantes assinaram um termo de consentimento (anexo 7) para participarem do referido estudo e responderam voluntariamente a um questionário (anexo 8), sobre os hábitos sexuais, número de parceiras e ocorrência de DSTs. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 61 2.2. Obtenção das amostras O SU-HAJ realizou a coleta com o auxílio de um swab de cerdas, após o esfregaço na região da glande, o swab foi lavado em uma solução álcool-ácida 3% (metanol-ácido acético) para soltar as células aderidas às cerdas do swab e para a preservação das células coletadas. As amostras foram armazenadas a 2 - 8°C até a realização da extração de DNA. 2.3.Extração de DNA Para a extração, as amostras foram centrifugadas a 14.000 rpm por 30 minutos para separar as células da solução álcool-ácida. Posteriormente as amostras foram submetidas à extração de DNA com o kit de purificação de DNA genômico Wizard – Promega (Promega Corporation, EUA)®, seguindo as instruções do fabricante (anexo 9). 2.4. Reação em Cadeia da Polimerase As reações de PCR foram realizadas de acordo com o protocolo proposto por Levi et al., 1998, utilizando-se volume final 25 μl, contendo aproximadamente 100 ng de DNA genômico, 10 mM Tris-HCl, pH 8.3, 50 mM KCl, 1.5 mM MgCl2, 200 uM de cada dNTP, 0.5 U de Taq DNA polimerase. Para a detecção do genoma de HPV utilizou-se primers genéricos MY9/11 para L1 (Figura 1), que amplifica um fragmentto de 450pbdo DNA viral. Para as amostras positivas para o genoma do HPV foi realizada uma PCR com intuito de genotipar o vírus, utilizando-se primers tipo-específicos para os HPVs 6, 11, 16 e 18, visto estes tipos virais serem os mais prevalentes em infecções genitais (zur Hausen, 2002). Para cada amostra foi amplificado um fragmento de aproximadamente 100pb da região D8S135 do 8p,11, como controle interno da reação para a presença de DNA humano. A seqüências dos primers encontra-se na Tabela I e o protocolo da PCR encontra-se no anexo 15. 2.5. Análise dos fragmentos de PCR Para a análise dos produtos de PCR, o DNA foi submetido a eletroforese em campo elétrico constante de 10V/cm em gel de poliacrilamida 8% em TBE 1X. Para a visualização do DNA amplificado, o gel foi corado em solução de brometo de etídio (5µg/mL) e as imagens foram capturadas e analisadas pelo sistema de vídeo documentação Image Master VDS (Amersham Pharmacia Biotech, EUA) ®. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 62 Tabela I. Seqüências dos primers usados no presente estudo, indicando o tamanho esperado do fragmento amplificado, segundo Karlsen e colaboradores (1996). Fragmento (pb) Seqüências 5’ Æ 3’ Tipos S* HPV 6 D8S135 F R F R F R F R R F R CAC CCA CGC AGT TCA CGT CCG TCG TTT GGG CTG MY 09 R CGT CCA AGA GGA TAC TGA TC MY 11 F GCC CAG GGT CAT AAC AAT GG HPV 11 HPV 16 HPV 18 GTC TGA AGA TCT AAG GTT AGC TTT CTT AGG GGC TGC AAT GAT AAG CCA CTT ACG TCT GTG CTT AAC AAC TCT ATA CAA CTG GAT ACA TCC GAC TAT AGA GAC AGG TGC CAG TGT GAT GGA TCT ACA AAT GTG CAT CAG ATA GCA CCT CTG ACG GAG ATG TAT GGA AG CA TGC CAC GA CAA ACT TCG CTT GT TTA GC C 195 90 119 172 100 450 *S: Sentido - F: Forward (Senso) e R: Reverse (Anti-senso). Sentido (S*): D / R F (Senso) e R (Anti-senso) 3. Resultados O grupo amostral apresentou como média de idade 54 anos. 86% dos indivíduos responderam ao questionário, destes 69% eram casados ou tinham relacionamento com parceira fixa, 33% já tiveram de 2 a 5 de parcerias (Figura 2). Dos indivíduos casados 21% já tiveram relação sexual com prostitutas e 25% apresentaram algum tipo de DST, sendo gonorréia a mais incidente. Nenhuns dos indivíduos relatou qualquer tipo de lesão ou verrugas na região genital, sendo esta informação confirmada clinicamente. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 63 35 33% 30 25 20 % 15 13% 9% 10 6% 4% 5 1% 0 2-5 parceiras 6-10 parceiras 11-20 parceiras 21-50 pareciras 51-100 parceiras mais de 100 Figura 2. Porcentagem de indivíduos quanto ao número de parceiras sexuais. Os resultados incluem 23% de positividade para o genoma viral (Figura 3 e Figura 5). Foram genotipados 11% de HPV 16, 6% de HPV 18, 5% de HPV 11 e 1% HPV 6 (Figura 4 e Figura 6). Um dos indivíduos analisados apresentou co-infeção para os HPVs 11 e 18, % respectivamente. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 77% 23% Positivos Negativos Figura 3. Porcentagem de casos positivos e negativos para HPV. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 64 12 11% 10 8 % 6% 6 5% 4 2 1% 0 HPV 16 HPV 18 HPV 11 HPV 6 Figura 4. Porcentagem de casos genotipados de acordo com os casos detectados com HPV. Ld 100 pb My9/11 450 pb D8S135 100 pb Figura 5. Gel em poliacrilamida a 8% contendo produtos de amplificação corados por Nitrato de Prata: Detecção de HPV utilizando os primers genéricos My9/11 e D8S135) para confirmação da presença de DNA humano na amostra. Ld 6 11 195pb 90pb 16 18 C+ C- 200 pb 100 pb 119pb 172pb 172pb Figura 6. Genotipagem dos HPVs 6, 11, 16 e 18; na canaleta C+, utilizando-se como controle positivo células HeLa (amplificação para HPV 18). O ladder (Ld) utilizado foi o de 100pb. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 65 Dos indivíduos detectados e genotipados quanto a infecção subclínica por HPV, 16% não apresentaram relato de nenhuma DST, 5 % relataram ter tido DST do tipo gonorréia e 3% não responderam ao questionário, 29,16% dos indivíduos apresentaram relato de relação sexual com prostitutas e a média de idade dos indivíduos com infecção subclínica por HPV foi de 51anos. 4. Discussão Em se tratando de um estudo prospectivo com a participação de voluntários, muitos se sentiram constrangidos ao responderem ao questionário. O genoma de HPV foi amplificado em 23% (23/100) das amostras, a genotipagem do vírus demonstrou o predomínio do HPV 16 e 18, sendo estes os tipos virais responsáveis por mais de 70% de todos os casos de câncer cervical, como também do câncer anal, o qual apresenta epitélio com características semelhantes à da mucosa da cérvice uterina (Jansen & Shaw, 2004; Holly et al., 2001; Frisch et al., 1999; Vernon et al., 1998; Frisch et al., 1997; Wickenden et al., 1988). Os tipos virais 6 e 11, não são considerados de alto risco oncogênico, mas são responsáveis por mais de 90% de todas as verrugas e lesões genitais em homens e mulheres e estão envolvidos com papilomatoses respiratória e laríngea recorrente (Boccardo & Villa, 2004; zur Hausen, 2003; Silva et al., 2003). Grussendorf - Coen e colaboradores (1987) demonstraram a presença de DNA de HPV em 5,8% (31/550) na glande de indivíduos sem infecção aparente, sendo o tipos virais 6 e 11 os mais prevalentes (8/31) do que os tipos 16 e 18 (5/31). Os resultados do presente estudo sugerem que a técnica de PCR é uma técnica molecular sensível para a detecção e genotipagem de HPV (23/100). Um estudo espanhol utilizando os primers genéricos MY9/11 por PCR encontrou prevalência de apenas 3,5% de HPV em parceiros de mulheres aleatoriamente selecionadas na população geral sem câncer e 17,5% com câncer cervical. Neste contexto a associação entre HPV em swab de pênis e câncer cervical foi evidenciada (Bosch et al., 1996). Muitos estudos têm apontado que a promiscuidade sexual é o principal fator de risco para a infecção genital pelo HPV (Hippelainen et al., 1994). A presença de HPV integrante da microbiota da glande sugere que a disseminação do HPV tende a ser universal, sendo o homem um importante meio propagador do vírus entre seus parceiros sexuais. Assim, o homem atua como vetor, podendo desenvolver as lesões e verrugas condilomatosas no pênis. Adicionalmente, há relatos de casos de câncer de pênis associados ao HPV (Pow- Sang et al., 2002; Bezerra et al., 2001; Chan et al., 1994). Em geral os tipos virais de HPV 16 e 18 são mais freqüentemente implicados no carcinoma de pênis. O Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 66 carcinoma peniano é uma doença rara, portanto não há elucidação da carcinogênese neste tipo particular de neoplasia e estudos que investigam estes fatores devem ser estimulados. Muitos fatores estão associados a infecção por HPV, sendo o hábito sexual o principal fator de risco, sobretudo quando há registro de múltiplos parceiros. Estudos epidemiológicos e moleculares desenvolvidos nos últimos 20 anos associam a infecção com tipos oncogênicos de HPV como sendo a causa primária do câncer cervical (Munõz et al., 2003; Shin et al., 2003; Bosch et al., 2002; Schiffman et al., 1993; Bosch, 1995; Walboomers et al., 1999; Franco, 1999;). A prevalência do HPV em homens tem sido pouco relatada na literatura. Os homens com história de múltiplos parceiros sexuais e de ocorrência de DST possuem risco aumentado de serem infectados pelo HPV. O risco relativo do câncer cervical após a infecção pelo HPV foi determinado como sendo o mais alto da epidemiologia do câncer, em estudos caso-controle (IARC, 1995). Os conhecimentos disponíveis indicam que a associação do HPV com o câncer cervical satisfaz a todos os critérios causais relevantes para uma ação pública de saúde. Virtualmente, todos os espécimes de carcinomas cervicais contêm o DNA do HPV, sugerindo que a infecção viral representa uma causa necessária para essa neoplasia e o homem atuando como disseminador. Os resultados do presente estudo contribuem para elucidar o papel masculino na gênese dos carcinomas de cérvix uterina e potencialmente no câncer de pênis. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 67 Capítulo 6. Estudo molecular da carcinogênese dos tumores penianos Resumo: O carcinoma peniano está associado a precários hábitos de higiene, principalmente em pacientes nãocircuncizados. No entanto, os estudos têm identificado a associação entre o Papilomavírus Humano (HPV) e carcinoma de pênis. O objetivo geral do presente estudo foi identificar o genoma de HPV em associação com o carcinoma peniano, mediante a amplificação do DNA viral pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Realizou-se um estudo retrospectivo a partir de DNA total, obtido de tecido tumoral embebido em parafina, de 23 casos com diagnóstico histopatológico de carcinomas penianos. Para a identificação de seqüências específicas do genoma viral, foram usados dois conjuntos de primers, denominados MY09/11 e GP5+/6. Apenas um, dos 23 casos estudados, apresentou amplificação de genoma HPV. Primers específicos para os subtipos virais 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58 foram usados na PCR para genotipagem do vírus. Produtos de PCR não foram obtidos, sugerindo um tipo diferente, que será definido por seqüenciamento do amplicon gerado pela amplificação genérica. Embora a associação entre o HPV e a carcinogênese peniana ainda requer elucidação, o vírus é potencialmente carcinogênico . Palavras-Chaves: Câncer de pênis, HPV e PCR Abstract Penile carcinoma is associated to precarious hygiene habits, mainly in uncircumcised patients. However, studies have identified an association between HPV and penile carcinoma. The general objective of this study was to detect the genome of HPV in penile carcinoma, by means of amplification of viral DNA by Polymerase Chain Reaction (PCR). Aiming to accomplish a retrospective analysis, total DNA was extracted from paraffin embedded penile cancer specimens from 23 samples. For the identification of specific sequences of the viral genome, two sets of primers were used, including MY09/11 and GP5+/6. One, of the 23 studied cases, presented amplification of the HPV genome. Specifics primers for the subtypes 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 and 58 were used in the PCR to identify the virus genotype. PCR products were inconclusive, suggesting a different virus genotype that will be subsequently defined by DNA sequencing. The association between the HPV and penile carcinogenesis still requires further studies, because the virus is potentially carcinogenic. Key Words: penile cancer, HPV and PCR Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 68 1. Introdução Os carcinomas penianos são caracterizados como um tipo raro de neoplasia (Martins et al., 2000; Srougi & Simon, 1995;), sendo a faixa etária mais acometida a 6ª década de vida. A alta incidência é observada em países em desenvolvimento como o Brasil, estando elevada principalmente nas regiões Norte e Nordeste (Gil et al., 2001), sendo que nas regiões mais desenvolvidas a incidência vem declinando (Martins et al., 2000). A doença está associada a maus hábitos de higiene e a pacientes não circuncizados, tendo como fator de risco, a fimose (Pow-Sang. et al. 2002; Martins et al., 2000; Srougi & Simon, 1995). Em países onde a circuncisão infantil é um hábito cultural, verifica-se que a incidência do carcinoma escamoso de pênis é baixa (Schoen et al., 2000). A infecção pelo HPV é a doença sexualmente transmissível mais freqüentemente encontrada, envolvendo diversos fatores de risco (Dell et al., 2000). Muitos estudos têm demonstrado a associação etiológica entre HPV e o carcinoma cervical, pois a infecção genital ocasionada pelo vírus acomete homens e mulheres (Yu et al., 2005; Burd, 2003; Ho et al., 1998; IARC, 1995) e a disseminação do vírus ocorre entre os indivíduos sexualmente ativos, sendo o homem um importante fator propagador deste vírus entre as mulheres (Baldwin et al., 2003; Barasso et al., 1987). O avanço das técnicas de detecção moleculares tem possibilitado a identificação de genoma do papilomavírus humano (HPV) em associação com diversos tecidos, incluindo com as células neoplásicas malignas (Hart et al., 2001; Elnifro et al., 2000; Villa, 1998). A presença do HPV em carcinomas de pênis foi demonstrada pela primeira vez no Brasil no início da década de 80 por Villa & Lopes (1986). Dados epidemiológicos têm mostrado que 40-50% dos carcinomas de pênis apresentam DNA de HPV, estando associado ao tipo viral 16 (Buechner, 2002; Dillner et al., 2000; Dillner et al., 2000). Contudo, estudos da associação entre HPV e carcinoma de pênis são limitados devido à reduzida incidência desta doença. O presente estudo teve como objetivo identificar o genoma de HPV associado aos carcinomas penianos mediante a amplificação do DNA viral pela técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) (Gravitt et al., 2000). Conhecer os prováveis agentes etiológicos responsáveis pela carcinogênese dos tumores penianos é necessário, visto que esta doença tende a evoluir com metástase e disseminação para região pélvica e inguinal (Young et al., 2000). A principal forma de tratamento para o câncer de pênis é a penectomia, promovendo agravos do quadro psicológico, dentre outros transtornos. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 69 O progresso no entendimento da etiologia, patogênese e prognóstico dos tumores malignos de pênis, têm sido lento devido à carência de estudos moleculares que investiguem as prováveis alterações genéticas associadas ao desenvolvimento e progressão dessa neoplasia. O desenvolvimento e avanço das técnicas moleculares são fatores adicionais que poderiam contribuir para a interpretação e análises de agentes biológicos e clínicos, permitindo o estabelecimento de um prognóstico real e mais acurado dos tumores do pênis. Nesse contexto, a detecção molecular do genoma do HPV se faz necessária pelo fato de que uma crescente percentagem de tumores epitelial com a presença do HPV vem sendo identificada. 2. Materiais e Métodos 2.1. Grupo amostral Foi realizado um estudo retrospectivo no Laboratório de Histopatologia do Serviço de Patologia do Hospital Araújo Jorge (SP-HAJ) com 23 blocos de parafina contendo tecidos de pacientes com carcinoma peniano oriundo do período de 2001, 2002 e 2003, obtidos dos arquivos do SP-HAJ. 2.2. Obtenção das amostras Para a abordagem molecular, foram obtidos de cada bloco 3 (três) cortes de 30μm os blocos de parafina, contendo tecidos dos 23 pacientes selecionados, para a extração e amplificação de DNA por PCR. Após a obtenção dos cortes parafinados, estes foram desparafinizados e em seguida realizado a extração de DNA (Anexo 12). 2.3.Extração de DNA O material histológico foi desparafinado e submetidas à extração de DNA com o kit de purificação de DNA genômico Pure Gene ® Purification Kit – Gentra Systems, USA, seguindo as instruções do fabricante (Anexo 12). 2.4. Reação em Cadeia da Polimerase Todas as amostras foram submetidas a reações de PCR utilizando-se primers genéricos MY09/11 e GP5+/6+ para a detecção de qualquer HPV. Foram realizadas reações de acordo com o protocolo proposto por Levi et al., 1998, utilizando-se como volume final da reação 25 μl, contendo aproximadamente 50 ng de DNA genômico, 10 mM Tris-HCl, pH 8.3, Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 70 50 mM KCl, 1.5 mM MgCl2, 200 uM de cada dNTP, 0.5 U de Taq DNA polimerase. As amostras só foram consideradas negativas para o HPV após serem submetidas a três PCRs, com posterior repetição das reações para confirmação do resultado. Posteriormente utilizou-se a mesma abordagem, com os primers tipo especifico para os HPVs 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58 (Jacob et al., 2002; Hart et al., 2001; Smith et al., 2000; Karlsen et al., 1996). Foi utilizado também um conjunto de primers que amplificam fragmentos de aproximadamente 100pb da região D8S135 do 8p,11, como controle interno da reação. As seqüências dos primers utilizados no presente estudo encontram-se na Tabela I e o protocolo de termociclagem da PCR usado encontra-se no Anexo 15. Tabela I. Seqüências dos primers utilizados, mostrando o tamanho do fragmento amplificado, segundo Karlsen e colaboradores (1996). Seqüências 5’ Æ 3’ TGC AAC GAC CAT AAT TCT AGG CAG GAT ATA TGC ATA AAG CAA CAG GCA CCA CTG TGT CCT CTT GAT GAT CTG ACG ACA GGA ACG TCT TCC TCT GAG ATG AGA GGA CAC AAA CGA ACT GTG GCA ACT GAC CTA CAC TAT TCC AAA TTT GTG CAC AGA CCA GTG TCT CTC TGC ATG ATT TGT GTG GAC ACA ATG CTT TAT AAT TAT AAC AGA GTG GGA S* F R F R F R F R F R F R F R F R F R CAC CCA CGC AGT TCA CGT CCG TCG AAC ACA CCC GGG ACC TTT GGA TTT GGG CTG MY 09 R CGT CCA AGA GGA TAC TGA TC MY 11 F GCC CAG GGT CAT AAC AAT GG GP 05 F TTT GTT ACT GTG GTA GAT ACT AC GP 06 R GAA AAA TAA ACT GTA AAT CAT ATT C Tipos HPV 6 HPV 11 HPV 16 HPV 18 HPV 33 HPV 35 HPV 45 HPV 58 D8S135 GTC TGA AGA TCT AAG GTT AGC TTT GCC CAT GAG GCA AGA TTT CAT CTT AGG GGC Fragmento (pb) AG CA TGC CAC GA CAA ACT TCG CTT AAG GTG TA TG AT CA GT GT TTA GC C 195 90 119 172 211 230 236 314 100 450 170 *S: Sentido - F: Forward (Senso) e R: Reverse (Anti-senso). 2.5. Análise dos fragmentos de PCR Para a análise dos produtos de PCR, o DNA foi submetido a eletroforese em campo elétrico constante de 10V/cm em gel de poliacrilamida 8% em TBE 1X. Para a visualização do DNA amplificado, o gel foi corado em solução de solução de brometo de etídio (5µg/mL) Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 71 e as imagens foram capturadas e reveladas pelo sistema de vídeo documentação Image Master VDS (Amersham Pharmacia Biotech, EUA) ®, (Anexo 16). 3. Resultados O grupo amostral consistiu de 23 pacientes diagnosticados com câncer de pênis. A média das idades do grupo foi de 64 anos, a topografia demonstrou 4% para glande e 96% para pênis sem outras especificações, e morfologia de carcinoma escamoso invasor Das 23 amostras analisadas, foi observado a amplificação com os primers genéricos GP5+/6+, identificando-se o genoma de HPV em 4% (1/20) dos casos (Figura 1). A amplificação para o genoma viral só foi detectável para os primers GP5+/6+. Os primers MY9/11 não amplificaram nenhuma amostra Ld A1 A2 A3 A4 A5 C+ C- GP5+/6+ 170 pb Figura 1. Gel em poliacrilamida a 8% com produtos de amplificações: Detecção de HPV utilizando os primers genéricos GP5+/6+. Ladder (Ld): o marcador de peso molecular de tamanho de100pb; A1-A5 (pacientes analisados); Controle negativo (C-) e Controle positivo (C+) utilizando-se células HeLa para do genoma de HPV 18. Para o HPV amplificado por GP5+/6+ (Figura 1), tentou-se a genotipagem com primers tipo-especificos 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58.Todas as amplificações observadas foram inespecíficas (Figura 2), sugerindo um tipo viral diferente. Assim, não foi possível genotipar o HPV pela metodologia proposta, mas a definição do tipo viral será realizada por seqüenciamento do DNA viral amplificado. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 72 Ld 6 11 16 18 33 35 45 58 c+ c- Figura 2. Gel em poliacrilamida a 8%: Genotipagem utilizando primers tipo especifico HPV6 (195pb), HPV 11 (90pb), HPV 16 (119pb), HPV 18 (172pb), HPV 33 (211pb), HPV 35 (230pb), HPV 45 (236 pb) e HPV 58 (314pb). Controle positivo (C+: 172pb) utilizando-se celulas Hela para a amplificação do HPV 18. 4. Discussão A proposta deste estudo foi determinar a associação entre HPV e os tumores de pênis, utilizando amostras de tecido embebido em parafina. As amostras apresentaram DNA degradado e, apesar dos primers MY9/11 serem considerados mais sensíveis e de triagem inicial em relação aos primers GP5+/6+ (Coutlée et al., 2002; Fernández-Contrera et al., 2000), no presente estudo não se observou amplificação por MY9/11. Os dados sugerem que os primers MY9/11, por apresentarem fragmentos de 453 a 548 pb (Fernández-Contrera et al., 2000) são eficazes para amplificação de DNA total e não em DNA degradado. Vários métodos moleculares têm sido utilizados em estudos moleculares, como: hibridização in situ, amplificação por PCR e seqüenciamento do DNA, a mais utilizada dentre elas é a PCR que consiste no uso de primers de consenso genérico e que amplificam regiões conservadas do vírus. Neste contexto, apenas um dos 23 casos estudados, apresentou amplificação de genoma para o HPV. Primers específicos para os subtipos virais 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58 foram usados na PCR para genotipagem do vírus. Produtos de PCR não foram obtidos, sugerindo um tipo diferente, que será definido por seqüenciamento do amplicon gerado pela amplificação gênica. A dificuldade na identificação do genoma viral presente nas amostras tumorais é uma conseqüência do grande número de tipos virais que atualmente ultrapassa a casa da centena (Fernández-Contrera et al., 2000). O Brasil é considerado como país de alta incidência de câncer de pênis sendo os tipos virais 16 e 18 os mais prevalentes (Cruz et al., 2004; Bezerra et al., 2001; Gil et al., 2001; Tornesello et al., 2000). Villa & Lopes, (1986) detectaram 44% (8/18) a presença de HPV em amostras de carcinomas penianos avaliados por Southern blotting, sendo os HPVs 18 e 11 os Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 73 tipos virais encontrados, McCance e colaboradores (1986) encontraram 49% de associação de genoma de HPV com os casos câncer de pênis. No estudo de Kiyabu e colaboradores (1989) de carcinoma verrucoso de pênis foi realatado 40% de HPV 16. Masih e colaboradores (1992) não conseguiram detectar nenhum dos tipos de HPVs 6, 11, 16, 18 e 31 em carcinomas penianos. Chan e colaboradores (1994) sugeriram que outro tipos de HPVs devem ser avaliados para o esclarecimento da patogênese nos tumores de pênis por técnicas moleculares. Gil e colaboradores (2001) verificaram a presença do genoma de HPV em 30,9% dos tumores penianos analsados, utilizando os primers MY9/11, sendo o HPV 18 o mais incidente. Neves e colaboradores (2002) demonstram mediante o uso de RT-PCR que é importante conduzir estudos que avaliam a freqüência dos tipos de HVPs associados as neoplasias, incluindo o câncer de pênis. No presente estudo, o genoma de HPV foi identificado em 4% (1/23) dos casos Adicionalmente, inúmeros estudos moleculares tem sido desenvolvidos com o objetivo de compreender o papel dos genes E6 e E7 e de seus produtos nos tipos virais de alto risco oncogênico, pois as proteínas oncogênicas interferem na função das proteínas pRb e p53, mantendo a célula em constante proliferação. A infecção pelo HPV é insuficiente para causar malignidade, mas tem sido implicado como fator causal de muitos cânceres. Neste estudo a faixa etária mais incidente e a presença de fimose em 91,3% dos pacientes, corroboram com dados publicados na literatura. Os resultados de estudos epidemiológicos indicam numerosos fatores para o desenvolvimento de neoplasia peniana, dentre eles, a presença de fimose, a não circuncisão infantil e a presença de HPV. O mecanismo exato pelo qual esses fatores aumentam o risco de câncer de pênis ainda não foram elucidados. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 74 ANEXO 1. CARTILHA: HPV E SUA RELAÇÃO COM O CÂNCER. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 75 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 76 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 77 ANEXO 2. QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PARTICIPANTES DO ESTUDO PILOTO DA CARTILHA: HPV E SUA RELAÇÃO COM O CÂNCER Questionário de caráter de pesquisa para avaliação da cartilha “HPV e sua relação com o câncer” Instruções para a resolução do questionário 1) 2) 3) 4) As questões, a seguir, fazem parte de uma pesquisa para avaliação da Cartilha “HPV e sua relação com o câncer”. Neste questionário as questões são referentes às informações contidas na cartilha. A participação é de caráter voluntário e a identidade do avaliado não será exigida A sua participação é muito importante; ao término do questionário devolva-o. Idade: _________ Sexo: Masculino Feminino O Núcleo de Pesquisa Replicon agradece a sua participação!!! Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 78 1) O Papilomavírus humano (HPV) é considerado uma DST (Doença Sexualmente Transmissível)? ( ) sim ( ) não 2) Você já conhecia o vírus HPV e sabia que ele podia causar câncer? ( ) sim ( ) não 3) Tanto o homem quanto a mulher podem transmitir o vírus do HPV? ( ) sim ( ) não 4) Os vários tipos virais são detectados por técnicas altamente específicas e sensíveis como forma de diagnóstico? ( ) sim ( ) não 5) A transmissão do HPV ocorre por roupas íntimas e pelo canal do parto? ( ) sim ( ) não 6) O câncer de colo de útero é ocasionado pelo HPV em 20% dos casos? ( ) sim ( ) não 7) O HPV pode infectar a região genital e a região da cabeça e pescoço, como: boca, laringe, lábios e cavidade oral? ( ) sim ( ) não 8) A prevenção é a melhor arma contra o vírus HPV? ( ) sim ( ) não 9) Está cartilha informativa atendeu suas expectativas em relação ao conhecimento e esclarecimento sobre o vírus HPV? ( ) sim ( ) não 10) Você acha importante a publicação desta cartilha para a população? ( ) sim ( ) não 11) Você gostou da cartilha “HPV e sua relação com o câncer” ? ( ) sim ( ) não 12) Você gostaria de saber mais sobre o HPV? ( ) sim ( ) não Obrigada pela sua partipação! Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 79 ANEXO 3. DADOS BRUTOS DA ANÁLISE DAS RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS INDIVÍDUOS QUE LERAM A CARTILHA INFORMATIVA: HPV E SUA RELAÇÃO COM O CÂNCER N Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 1 Idade Sexo Questão 1 19 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 16 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 3 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 4 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 5 16 1 2 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 6 21 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 7 17 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 8 18 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 9 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 10 17 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 11 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 12 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 13 17 1 1 2 1 0 1 2 1 1 1 1 1 1 14 18 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 15 16 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 16 18 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 17 1 2 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 19 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 19 16 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 20 44 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 21 35 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 22 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 23 21 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 24 25 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 25 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 26 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis Questão 10 Questão 11 Questão 12 80 N 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 Idade Sexo Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão 10 Questão 11 Questão 12 15 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 16 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 17 1 1 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 16 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 0 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 16 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 16 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 81 N 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 Idade Sexo Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 20 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 2 1 0 1 2 1 1 1 1 1 1 16 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 40 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 34 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 28 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 16 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 26 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 20 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 25 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 16 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 19 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 22 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 22 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 22 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 20 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 20 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis Questão 10 Questão 11 Questão 12 82 N 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 Idade Sexo Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão 10 Questão 11 Questão 12 29 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 2 1 1 16 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 17 2 0 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 24 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 23 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 30 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 27 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 26 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 27 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 16 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 42 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 17 2 1 1 1 1 2 2 1 1 2 1 1 1 23 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 39 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 21 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 23 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 23 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 34 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 20 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 23 2 1 2 1 0 1 2 1 1 1 1 1 1 19 2 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 18 2 1 2 1 0 1 0 1 2 1 1 1 1 21 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 22 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 83 N 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 Idade Sexo Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 23 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 20 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 42 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 44 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 26 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 23 2 1 2 1 1 0 2 1 1 1 1 1 1 19 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 19 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 26 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18 1 1 2 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 20 1 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 16 1 1 2 1 2 1 2 1 1 2 1 1 1 18 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 45 1 2 1 1 0 1 2 1 1 2 0 0 0 21 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 26 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 24 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 22 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 18 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 17 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 19 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 22 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 19 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 22 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 21 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 29 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 19 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis Questão 10 Questão 11 Questão 12 84 N 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 Idade Sexo Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 47 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 25 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 25 1 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 2 32 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 29 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 33 2 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 27 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 50 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 43 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 39 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 29 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 44 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 36 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 23 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 42 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 32 2 1 1 1 1 2 2 1 1 2 1 1 1 23 2 1 2 1 1 1 0 1 1 2 1 1 1 24 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 31 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 28 2 0 1 1 1 2 1 2 1 2 1 1 1 26 2 2 2 1 1 2 1 2 1 2 1 1 1 40 2 2 2 1 1 2 1 2 1 2 1 1 1 43 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 38 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 31 2 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 1 1 46 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 44 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 47 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 30 1 1 0 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis Questão 10 Questão 11 Questão 12 85 N 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 Idade Sexo Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 29 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 27 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 26 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 27 1 1 2 1 0 1 2 1 1 1 1 1 1 35 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 45 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 34 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 22 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 23 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 22 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 44 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 54 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 53 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 45 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 36 2 1 2 1 0 1 2 1 1 1 1 1 1 39 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 33 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 47 2 1 2 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 43 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 33 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 31 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 42 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 29 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 34 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 24 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 44 2 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 1 44 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 38 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 43 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 34 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Questão 4 Questão 5 Angela Adamski da Silva Reis Questão 10 Questão 11 Questão 12 86 Questão 1 Sim (1) 190 Não (2) 7 Sem Resposta (0) Questão 2 71 Não (2) 128 Sem Resposta (0) Questão 3 198 Não (2) 2 184 Não (2) 8 184 Não (2) 14 Sexo 2 Sim (1) 48 Não (2) 148 Sem Resposta (0) Questões 8 Sim (1) Sem Resposta (0) Questão 6 0 Sim (1) Sem Resposta (0) Questão 5 1 Sim (1) Sem Resposta (0) Questão 4 3 Sim (1) 1 2 Sim Não 1 2 4 95% 36% 200 200 81 119 1 200 184 1% Questão 9 Não (2) Sem Resposta (0) 0% 15 1 Sim (1) 200 197 4% Questão 10 Não (2) Sem Resposta (0) 4% 1 2 Sim (1) 200 196 7% Questão 11 Não (2) Sem Resposta 1% (0) 24% 200 1 Sim (1) 92% 200 0 198 64% Questão 8 Não (2) Sem Resposta 1% (0) 92% 200 6 Sim (1) 99% 200 194 Questão 7 Não (2) Sem Resposta (0) 200 Masculino Fem inino Masculino Feminino Sim (1) 2 2 Sim (1) 200 185 74% Questão 12 Não (2) Sem Resposta (0) 2% 13 2 200 Faixa Etária Média Erro padrão 25,09 0,6852792 Mediana 21 Modo 17 Desvio padrão 9,6913109 Variância da amost 93,921508 Curtose Assimetria 1,1293449 Intervalo 39 Mínimo 15 Máximo 54 Soma Contagem Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 0,117665 5018 200 Angela Adamski da Silva Reis 87 ANEXO 4. FLUOXOGRAMA DE NOTIFICAÇÃO DO REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DE GOIÂNIA DA ACCG Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 88 ANEXO 5. CÁLCULO DA SOBREVIDA PELO MÉTODO DA TÁBUA DE VIDA ATUARIAL Para a estimativa da sobrevida é necessário considerar três importantes aspectos. O primeiro deles é a correta definição das variáveis associadas a patologia considerada. No caso de pacientes com câncer, este primeiro aspecto estaria associado, por exemplo, com o sítio anatômico acometido, histologia, estadiamento e o sexo dos pacientes. O segundo aspecto está relacionado com o momento exato do início da doença, podendo ser denominado tempo inicial ou tempo zero, o que corresponde a entrada do paciente no estudo. Geralmente, neste caso, são usados dados como as datas do diagnóstico, do início da terapia ou da admissão hospitalar. Finalmente, o terceiro aspecto é a definição das metas que se deseja alcançar com a estimativa da sobrevida. Neste contexto, geralmente a meta de interesse é o óbito, mas pode variar como, por exemplo, a recorrência do tumor ou o aparecimento de uma complicação particular; a única exigência é que o evento final seja uma variável binária (ex., vivo ou morto) e que cada indivíduo possa ter somente um evento final, considerado o momento de saída do paciente do estudo (Silva, 1999). Entendendo como eventos inicial e final os momentos, respectivamente, da entrada e da saída de um determinado paciente do estudo, tem-se então que o período entre o evento inicial e a ocorrência do evento de interesse (evento final) é conhecido como tempo de sobrevida. Neste contexto, nos estudos de sobrevida na área da saúde, o tempo zero corresponde a data do diagnóstico ou um evento no curso da doença, ao passo que o evento final corresponde, geralmente, a data de óbito ou a variação do parâmetro biológico ou ainda um determinado evento que indique alteração do estado inicial. Assim, a sobrevida traduz a probabilidade do paciente estar vivo após um determinado período do diagnóstico. Os índices mais importantes na determinação da sobrevida são a probabilidade de sobrevivência no curso de cada um dos intervalos considerados e a probabilidade de sobrevida acumulada, ou melhor, a probabilidade de sobreviver do tempo zero até o tempo considerado. Na presente análise, a sobrevivência é considerada o tempo transcorrido desde a entrada do indivíduo no estudo (data do diagnóstico), até a ocorrência do evento de interesse, também conhecido como falha (data do óbito), ou até a censura. Neste último caso em particular, a censura representa um tipo de perda durante o tempo de observação, ou seja, é o número de indivíduos que não puderam ser considerados no estudo, pois faleceram por outras causas não relacionadas à doença de interesse, abandonaram o estudo ou foram perdidos durante a Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 89 observação. É de suma importância que o grupo censurado seja apenas uma pequena fração do total de pacientes em estudo (Curado, 2000). Para um melhor entendimento deste conceito, deve-se lembrar que nas análises de sobrevida, considera-se um grupo fechado, um conjunto de indivíduos com apenas observações completas. Desta forma, um grupo fechado raramente é encontrado, pois, quase sempre, existem indivíduos cujo o seguimento é incompleto. Isso ocorre porque estes indivíduos deixam o estudo antes do término do período de seguimento ou porque eles são perdidos, como por exemplo, pela mudança de endereço ou migração. Assim, toda e qualquer saída de pacientes do seguimento, por causas não relacionadas com o evento final, é considerada precoce e estes pacientes devem ser excluídos dos cálculos de sobrevida. Essa exclusão é denominada censura (Silva, 1999). Os dados dos cálculos de sobrevida são freqüentemente apresentados na forma de tábua de vida atuarial, onde podem ser observados os números de óbitos e censuras que ocorreram em cada um dos intervalos consecutivos. Um exemplo de tábua de vida atuarial, que traz os cálculos da sobrevida geral deste estudo, está na Tabela I. Tabela I. Tábua de vida atuarial para o cálculo da sobrevida geral do câncer de pênis, em Goiânia no período de 1988 a 1999. Intervalo Tempo (anos) Lx Dx Ux Wx Lx` qx` px` S(x) 0—1 38 9 11 1 13 0,692 0,308 0,308 1—2 17 0 3 3 5,5 0,000 1,000 0,308 2—3 11 1 1 2 4 0,250 0,750 0,231 3—4 7 2 0 0 3,5 0,571 0,429 0,099 4—5 >5 5 2 1 0 0 1 2 1 1,5 0 0,667 0,000 0,333 0,000 0,033 0,000 13 16 (42%) 9 TOTAL Onde: X - representa o intervalo de tempo considerado para o cálculo variável; Lx - número de pessoas exspostas ao risco de morrer; Dx - número de óbitos; Ux - número de censuras; Wx - número de pessoas vivas; Lx’ - número de indivíduos expostos ao risco de morrer, corrigido pela censura, assim : Lx’ = [ Lx - ( Wx + Ux ) ] / 2 qx’ - probabilidade de óbito em decorrência da doença considerando, assim : qx’= Dx/Lx’ px’ – probabilidade de sobreviver a doença considerada, assim: px’ = 1 – qx’ S (x) - probabilidade de sobrevida acumulada. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 90 A sobrevida acumulada é calculada a partir da multiplicação das possibilidades de sobrevida (px’) de cada período consecutivo da análise. Análise dos dados gerada pelo programa Spss® Sequence Plot Model Description Model Name Series or Sequence MOD_5 1 Sx Transformation None Non-Seasonal Differencing 0 Seasonal Differencing 0 Length of Seasonal Period No periodicity Horizontal Axis Labels Intervalo Intervention Onsets None Reference Lines Overall mean Area Below the Curve Not filled Applying the model specifications from MOD_5 Case Processing Summary Sx Series or Sequence Length Number of Missing Values in the Plot Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular User-Missing System-Missing 7 0 0 Angela Adamski da Silva Reis 91 ANEXO 6 DADOS BRUTOS DE IDENTIFICAÇÃO, SÓCIO DEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS DOS 38 PACIENTES QUE FIZERAM PARTE DO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO EM GOIÂNIA, NO PERÍODO DE 1988 A 1999. N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Iniciais TPM VMG DAS JNS BPO AJL MAF MSRS EAA JRA JVM MFL AFS ALS JBS SGO SJS BVS ARA DSR CC JVR BO JPS APS ADS ABL LBS Pront. 771555 830570 850176 882107 882897 884007 884328 895799 900770 905462 916400 9203082 9207482 9306366 9307844 9405184 9406694 9409667 9502243 90100830 92100783 94102973 94104478 94105105 95108453 96100628 96100690 97101930 Dt. Nasc. 21/12/2008 31/10/2018 8/1/2020 4/12/2005 18/4/2019 23/8/1925 6/6/2006 30/6/1959 27/11/1936 10/1/1935 31/8/1932 12/12/2004 29/7/2018 6/8/1936 9/6/1957 8/8/1955 26/7/1936 29/6/1931 4/2/1939 3/4/2019 16/9/2007 4/5/2016 16/2/1932 25/12/1936 25/12/1931 17/2/1962 22/7/1947 21/4/1956 Id 83 73 71 83 72 64 83 30 53 56 60 87 75 57 37 39 58 63 56 71 86 79 63 58 64 33 48 40 Prof. 0 3 0 0 0 8 0 1 8 3 7 0 8 10 11 3 8 12 4 0 8 8 7 0 4 11 11 5 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Tab 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 1 0 2 2 2 0 2 2 1 2 2 2 2 1 Et 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 1 1 2 2 0 2 2 2 0 2 2 2 2 1 2 2 2 EG 9 0 0 0 0 1 9 9 9 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 3 0 0 CID 9 9 9 9 9 9 1 9 9 0 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 1 0 Top 2 2 2 1 2 2 2 2 2 3 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 1 1 T N M Estádios 2 0 0 2 2 3 0 3 0 0 2 4 3 0 0 3 2 0 0 2 2 3 3 0 0 0 0 0 0 2 3 3 2 2 0 0 0 0 2 2 Dat. Diag. 22/5/1991 24/9/1991 29/6/1990 10/9/1988 19/12/1990 7/12/1988 28/9/1988 12/10/1989 15/3/1989 2/4/1990 5/11/1991 17/7/1991 29/9/1992 25/8/1993 4/11/1993 5/5/1994 8/9/1994 20/10/1994 6/2/1995 3/3/1990 26/2/1992 21/7/1994 10/6/1994 6/7/1994 5/9/1995 11/12/1995 5/2/1996 17/3/1997 Angela Adamski da Silva Reis Dat.Ret. 2/9/1987 5/5/1983 18/10/1993 3/10/1989 6/2/1992 óbito 7/5/1989 31/1/1990 óbito 2/12/1990 22/6/1993 24/9/1992 15/9/1993 ñ voltou ñ voltou 19/10/1994 2/11/1994 óbito ñ voltou 22/11/1999 ñ voltou 21/7/1994 21/1/2000 óbito ñ voltou ñ voltou 1/2/2001 16/4/2001 Óbito 22/5/1991 24/9/1991 12/8/1991 19/5/1989 31/7/1990 19/10/1992 15/11/1994 31/5/1995 2/10/1992 11/2/1996 30/9/1995 Meses 0 0 116 5 13 32 2 8 40 120 28 49 12 0 8 42 2 7 0 6 7 19 65 0 1 0 60 19 Classif d d u u u d d u d u u d u u u d u d u w d u w d d u w w 92 N 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Iniciais SJC MVS OBC VSS AL VBA JPSL JSL CRJ OTC Pront. 97102962 97104512 97110381 98100726 98101683 98104701 98105723 98107865 99106861 99106869 Tabagismo Etilismo Topografia CID Dt. Nasc. 26/1/1935 10/10/1999 2/6/1936 14/11/1953 10/6/1935 13/5/2017 1/10/1956 8/3/1931 6/6/1942 20/9/2029 NC Sim Não Glande Pênis Prepúcio C600 C601 C608 C609 Id 62 97 61 44 63 81 41 67 55 66 Prof. 13 8 11 9 8 8 2 8 8 8 0 1 2 1 2 3 0 1 8 9 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Tab 1 0 2 2 2 1 2 2 1 2 Et 2 0 1 2 2 2 2 2 1 2 EG 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 Profissão CID 9 0 9 9 9 9 1 9 9 9 Top 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Aposentado As.administr. Aux.motorista Carpinteiro Comerciante Eletricista Enc.depósito Func.público Lavrador Mecânico Militar Motorista Pintor Vigia T 3 N 0 M 0 Estádios 3 1 0 0 1 3 0 0 3 2 3 0 4 Dat. Diag. 22/4/1997 30/4/1997 1/12/1997 1/4/1998 9/7/1998 9/6/1998 2/7/1998 13/10/1998 12/9/1997 31/5/1996 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Angela Adamski da Silva Reis Dat.Ret. 4/10/1997 6/6/1997 2/6/2001 29/1/1998 12/1/2001 18/6/1998 17/11/2000 óbito 19/4/2001 19/2/2001 Óbito 13/3/1999 Meses 6 15 57 0 30 0 13 0 36 3 Classif u u w u w u w d w w 93 1,000 0,900 0,800 0,700 Sx 0,600 0,500 0,400 0,300 0,200 0,100 0,000 0 0--1 1--2 2--3 3--4 4--5 5 Intervalo Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 94 ANEXO 7. TERMO DE CONSENTIMENTO DOS INDIVÍDUOS DE CÉLULAS ESFOLIADAS DA GLANDE O papel do Papilomavírus Humano (HPV) na carcinogênese dos tumores de pênis: Uma abordagem epidemiológica e molecular. I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. Nome do paciente:................................................................................................................. Documento de Identidade............................................ Data de nascimento: _____/ ______/ ______ Endereço: ______________________________________________________________ Bairro: ______________________ Cidade: _________________ Estado: ___________ CEP: _________________ Telefone: ( ) _________________________________ 2. Responsável legal ________________________________________________________ Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc) _______________________________ Documento de identidade _________________________ Sexo: M ( ) F ( ) Endereço: ______________________________________________________________ Bairro: ______________________ Cidade: _________________ Estado: ___________ CEP: _________________ Telefone: ( ) _________________________________ II. DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. Título do protocolo de pesquisa: O papel do Papilomavírus Humano (HPV) na carcinogênese dos tumores de pênis: Uma abordagem molecular e epidemiológica; 2. Pesquisador responsável: Aparecido D. da Cruz, Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia. Fone: (062) 227 1385; e-mail: [email protected] 3. Avaliação do risco da pesquisa: Os procedimentos da pesquisa não oferecem nenhum risco de ocorrência de algum dano imediato ou tardio para o paciente; 4. Duração da pesquisa: abril de 2003 a abril de 2004. III. REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPERESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA Nós estamos conduzindo um estudo para investigar se certas características e hábitos dos homens estão relacionados com doença viral. Para isso, estamos solicitando aos pacientes neste e em outros hospitais para participarem da pesquisa. A sua participação na pesquisa inclui: a) responder a perguntas de um questionário; b) doação de células da glande através de escovado. Esclarecemos que estes procedimento podem lhe trazer algum desconforto. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 95 Dependendo da sua doença e, somente se isto fizer parte dos procedimentos habituais e necessários de diagnóstico ou de tratamento de sua doença, serão coletadas pelo seu médico assistente amostras de tecido da parte doente e isto fará parte dos dados da pesquisa. IV. ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA Todas as informações prestadas durante a entrevista serão de caráter confidencial e as informações colhidas serão utilizadas somente para fins científicos descritos no protocolo desta pesquisa, sem qualquer identificação pessoal. Qualquer provável benefício do estudo para o bem–estar da população depende da exatidão de suas respostas. Portanto, se o Senhor não entender alguma das questões, por favor, solicite todos os esclarecimentos que julgar necessário sobre os procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa ou qualquer dúvida. O Sr. Tem a liberdade de não participar do estudo e retirar seu consentimento a qualquer momento deixando de participar do estudo, sem que isto traga qualquer prejuízo à continuidade de sua assistência. Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa. Goiânia, ________/ ________/ ________. _____________________________________________ (Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal) ____________________________________________ (Assinatura do Médico responsável) Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 96 ANEXO 8. QUESTIONÁRIO APLICADO AOS INDIVÍDUOS QUE FIZERAM PARTE DO ESTUDO DE CÉLULAS ESFOLIADAS DA GLANDE O papel do papilomavírus humano (HPV) na Carcinogênese dos tumores de pênis; uma abordagem molecular e epidemiológica. Nome do paciente __________________________________________________________ Idade: _____________________ Data da entrevista ______________________________ 1) O Sr. Já esteve casado ou vivendo junto com alguém? ( 2) O Sr. ainda é casado ou vive com alguém? ( )Sim ( )Sim ( )Não )Separado ou Divorciado( )Viúvo 3) Quantas vezes o Sr. já esteve casado ou vivendo como casado? ____________________ 4) No total, quantos parceiros sexuais o Sr. já teve (regulares e/ou casuais) ______________ 5) Se difícil responder: ( )2–5 ( ) 6 – 10 ( ) 11 – 20 ( ) 21 –50 ( ) 51 –100 6) Destas parceiras, quantas eram prostitutas? _________________( 7) Se difícil responder: ( )2–5 ( ) 6 – 10 ( ) 11 – 20 ( ) 21 –50 ( ) mais de 100 ) ( ) 51 –100 8) O Sr. já fez sexo oral? [colocou sua boca nos genitais do (a) parceiro (a)] ( ) mais de 100 ( ) Sim ( ) Não 9) Com que freqüência? ( ) ocasionalmente ( ) freqüentemente ( ) quase sempre 10) O Sr. já teve verrugas na pele ? ( ) Sim ( ) Não, se SIM onde? ______________________________________ 11)O Sr. já teve sapinho (Monília, Cândida albicans) ? ( ) Sim ( ) Não, se SIM onde? ______________________________________ 12) O Sr. já teve lesões de herpes (boqueira)? ( ) Sim ( ) Não 13) O Sr. já teve alguma doença venérea ? ( ) Sim ( ) Não, se SIM, qual? ( ) Sífilis–cancro; ( ) Gonorréia; ( ) Condiloma–verrugas; ( ) HIV–AIDS ( ) Outra: _____________________ Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 97 ANEXO 9. PROTOCOLO DE EXTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO DE DNA DE CÉLULAS DA GLANDE ISOLAMENTO E PURIFICAÇÃO DE DNA GENÔMICO DE ESCOVADO DE GLANDE 1. Amostras: células esfoliadas do epitélio da glande fixada em solução álcool - ácido à 3%. 2. Fundamentação Teórica: O DNA pode ser obtido de qualquer tecido, a extração e a purificação do DNA genômico compreendem os seguintes procedimentos: (1) lise das células (citólise) e (2) purificação do DNA, separando moléculas como proteínas e RNAs por digestão enzimática e / ou processos físico-químicos (Farah, 2000). A técnica utilizada para a amplificação de material genômico é a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), amplificação enzimática de uma seqüência específica de DNA, visando a produção de milhares de cópias da seqüência alvo. No entanto, se durante o processo de extração e purificação de DNA ocorrer contaminação por manuseio, desencadeará problemas nas reações e a seqüência alvo poderá não ser amplificada. Assim, o local do laboratório e o material utilizado para a extração de DNA devem ser separado daqueles dedicados ao manuseio de DNA clonado ou outros tipos de vetores. A preparação das amostras deve ser realizada em separado ao aparelho de termociclagem. É preferível possuir um local separado para a preparação de amostras de extração e purificação de DNA, guardar em separado as pipetas e outros utensílios para o trabalho com reações PCR, impedindo a formação de aerossóis, a troca freqüente de luvas de procedimento poderá impedir a contaminação da amostra com células epiteliais das mãos e sempre adicionar o DNA por último nos tubos da reação (Passaglia & Zaha, 2003; Barker, 2002). 3. Kit utilizado: Kit de purificação de DNA genômico Wizard ® (Wizard ® Genomic DNA Purification Kit – Promega Corporation, EUA). 4. Coleta: As amostras foram coletadas pelo Serviço de Urologia do HAJ, os 100 indivíiduos foram selecionados randomicamente sem história de infecção prévia por papilomavírus humano (HPV) na faixa etária de 25 a 60 anos, sexualmente ativos e sem lesão peniana. Os pacientes assinaram um termo de consentimento para participarem do referido estudo e responderam a um questionário, sobre os hábitos sexuais, número de parceiras e doenças sexualmente transmissíveis. A coleta foi realizada com swab diretamente no epitélio da glande por fricção (esfregaço), posteriormente o swab foi colocado dentro de um Falcon contendo solução de fixação de álcool – ácido 3% (metanol – ácido acético), as células coletadas presas nas cerdas do swab, foram espalhadas com movimentos circulares, na superfície da solução, e posteriormente foram armazenadas em refrigeração e em seguida realizadas a extração de DNA e amplificação do genoma viral por PCR. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 98 5. Armazenamento As amostras foram encaminhadas ao laboratório (NPR) pelo Serviço de Urologia do HAJ, em tubos Falcon, com o escovado de glande. Imediatamente, as amostras foram processadas por centrifugação e separado o pellet (células da glande) do sobrenandante (solução de fixação) e feita a extração e purificação de DNA. 6. Protocolo do fabricante 6.1. Preparo da amostra As amostras foram centrifugadas a 14.000 rpm por 30 minutos, desprezado o sobrenadante, e retirado com pipeta de Pasteur o pellet e transferido para tubos Ependorff. Os tubos Ependorff contendo o pellet foram centrifugados em microcentrifuga a 14.000 rpm por 20 minutos. 6.2. Lise e precipitação protéica 1. Adicionar 3μL de solução de Rnase (Rnase solution) na solução lisada e misturar a 37º C por 30 minutos. Resfriar a temperatura ambiente. 2. Adicionar 200μL de solução de precipitação protéica (Protein precipitation solution). Levar ao vortex e resfriar em gelo por 5minutos. 3. Centrifugar a 14.000 rpm por 4 minutos. 6.3. Precipitação e reidratação do DNA 4. Tranferir o sobrenadante para um tubo ependorff fresco contendo 600μL de isopropanol à temperatura ambiente. 5. Misturar gentilmente por inversão. 6. Centrifugar a 14.000 rpm por 1 minuto. 7. Remover o sobrenadante e adicionar 600μL de etanol a 70% à temperatura ambiente e misturar. 8. Centrifugar a 14.000 rpm por 1 minuto 9. Aspirar o etanol e seacr o pellet ao ar por 15 minutos. 10. Reidratar o DNA em 50μL de solução de reidratação de DNA (DNA rehydratation) por 1 hora a 65ºC ou overnigth a 4 º C. 7. Conclusão O kit Wizard® mostrou-se eficaz para a extração e purificação de DNA de material proveniente de escovado de glande. Porém, ficou evidente que amostras de escovado de epitélio da glande são escassas em DNA. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 99 ANEXO 10. DADOS BRUTOS DAS RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS INDIVÍDUOS QUE FIZERAM PARTE DO ESTUDO MOLECULAR DE CÉLULAS ESFOLIADAS DA GLANDE. Dados Pessoais Hábitos Sexuais N Data de Nasc Idade Casado Vive c alguém nº parc sex 1 12/1/1973 30 1 1 6 Doença Prost S oral 1 1 Freq SO Verugas pele local verruga C albicans 1 2 0 2 Herpes DST 2 1 e 2 18/4/1958 44 1 1 4 1 1 1 2 0 2 2 1 b 3 24/11/1973 29 2 2 3 0 1 3 1 1 2 2 2 0 4 15/4/1973 29 2 2 3 0 1 1 2 0 2 2 2 0 5 8/7/1971 31 1 1 1 0 1 1 2 0 2 2 2 0 6 24/2/1963 40 1 1 1 0 1 1 2 0 2 2 2 0 7 1/3/1975 28 1 1 4 1 1 1 1 1 2 2 2 0 8 16/4/1968 35 2 2 6 1 1 1 1 0 0 1 1 b 9 25/12/1966 36 2 2 5 1 1 1 2 0 0 1 1 b 10 2/12/1969 33 1 1 5 2 1 2 2 1 1 1 1 b 11 1/2/1967 36 1 1 1 0 2 0 0 0 1 1 1 b 12 5/1/1963 34 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 1 b 13 6/10/1965 37 1 1 3 0 1 1 2 0 2 1 2 0 14 10/9/1967 35 1 1 5 2 1 2 1 0 2 2 1 b 2 0 15 7/5/1969 33 1 1 1 3 1 1 2 0 2 2 16 11/9/1979 23 2 2 2 1 0 0 2 0 2 2 2 b 17 3/3/1975 28 1 1 4 1 1 2 2 0 2 1 2 0 20 5/7/1976 26 2 2 3 0 1 1 2 0 2 1 2 0 21 26/7/1968 34 1 1 4 1 1 1 2 0 2 2 2 0 22 16/6/1967 35 1 1 4 1 1 2 2 0 2 2 2 0 23 22/3/1970 33 1 1 1 0 1 1 1 0 2 1 2 0 24 6/8/1970 33 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 0 25 20/12/1946 55 1 1 1 1 2 0 1 1 2 2 1 b 26 15/8/1959 43 1 1 1 2 1 1 1 0 2 2 2 0 27 14/11/1932 71 1 1 2 0 2 0 2 0 2 2 2 0 28 18/10/1938 74 1 1 1 1 2 0 2 0 2 2 1 b 29 2/7/1968 35 1 1 2 1 1 1 2 0 2 2 2 0 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 100 Dados Pessoais Hábitos Sexuais Doença N Data de Nasc Idade Casado Vive c alguém Verugas pele local verruga C albicans 30 22/2/1933 70 1 1 nº parc sex Prost S oral Freq SO 3 0 2 0 2 0 2 Herpes DST 2 2 0 31 * * * * * * * * * * * * * * 32 25/11/1931 72 * * * * * * * * * * * * 33 13/2/1925 78 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 34 8/8/1925 78 1 1 1 1 2 0 1 1 2 2 1 b 35 11/6/1943 69 1 1 2 1 1 1 2 0 2 2 2 0 36 20/2/1913 89 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 37 24/5/1925 78 1 1 1 0 2 0 1 3 2 2 2 0 38 16/7/1946 57 1 1 1 1 2 0 2 0 2 2 2 0 39 2/12/1951 52 1 1 2 1 1 1 1 1 2 2 2 0 40 13/7/1920 81 1 1 1 0 2 0 1 1 2 2 1 b 41 24/10/1951 51 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 42 18/11/1964 * * * * * * * * * * * * * 43 23/3/1939 39 1 1 3 1 1 1 2 0 2 2 1 b 44 27/7/1933 70 1 1 2 1 1 1 2 0 2 2 2 0 45 29/1/1942 61 1 1 1 3 2 0 1 1 2 2 2 0 46 17/4/1976 27 2 * 2 0 2 0 2 0 2 2 2 0 47 16/1/1933 70 1 1 5 2 1 1 2 0 2 2 1 b 48 27/1/1938 65 1 1 1 1 1 1 2 0 2 2 2 0 49 5/5/1942 61 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 0 50 31/10/1938 68 1 1 1 0 1 1 1 1 2 2 2 0 51 9/9/1949 53 1 1 1 1 2 0 2 0 2 2 2 0 52 14/10/1939 65 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 53 12/3/1932 70 * * 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 54 26/4/1962 41 1 1 3 0 1 3 2 0 2 2 1 b 55 12/12/1959 43 1 1 3 0 1 1 1 1 2 2 2 0 56 22/11/1926 75 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 1 b 57 * * * * * * * * * * * * * * 58 18/9/1967 35 1 1 2 0 2 0 2 0 1 2 1 b Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 101 Dados Pessoais Hábitos Sexuais Idade Casado Doença N Data de Nasc Vive c alguém nº parc sex Verugas pele local verruga C albicans 59 * 68 1 1 1 Prost S oral Freq SO 0 1 1 2 0 2 Herpes DST 2 1 b 60 20/7/1927 75 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 61 26/5/1930 72 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 62 16/10/1950 52 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 63 18/10/1938 74 1 1 2 1 2 0 2 0 2 2 1 b 64 2/7/1968 35 1 1 2 2 1 1 2 0 2 2 2 0 65 22/2/1933 70 1 1 3 0 2 0 2 0 2 2 2 0 66 25/11/1931 72 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 67 13/2/1925 78 1 1 * * * * * * * * * * 68 8/8/1945 67 1 1 1 1 2 0 1 1 2 2 1 b 69 11/6/1943 69 1 1 2 2 1 1 2 0 2 2 2 0 70 20/2/1913 89 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 71 * 78 1 1 1 0 2 0 1 4 2 2 2 0 72 12/7/1937 66 1 1 4 0 * * 2 0 2 2 1 b 73 1/4/1967 36 1 1 1 4 2 0 1 * 1 2 1 b 74 5/9/1951 53 * * * * * * * * * * * * 75 20/5/1921 84 * * * * * * * * * * * * 76 5/12/1931 74 * * * * * * * * * * * * 77 * * * * * * * * * * * * * * 78 * * * * * * * * * * * * * * 79 * * * * * * * * * * * * * * 80 * * * * * * * * * * * * * * 81 * * * * * * * * * * * * * * 82 * * * * * * * * * * * * * * 83 * * * * * * * * * * * * * * 84 * * * * * * * * * * * * * * 85 * * * * * * * * * * * * * * 86 * * * * * * * * * * * * * * Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 102 Dados Pessoais N Data de Nasc Hábitos Sexuais Idade Casado Vive c alguém nº parc sex Doença Prost S oral Freq SO Verugas pele local verruga C albicans Herpes DST 87 * * * * * * * * * * * * * * 88 15/8/1959 43 1 1 2 2 1 1 2 0 3 3 2 0 89 14/11/1932 * * * * * * * * * * * * * 90 8/11/1946 57 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 91 15/8/2022 80 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 92 2/12/1951 53 * * * * * * * * * * * * 93 13/8/1937 64 1 1 1 0 1 1 2 0 2 2 2 0 94 19/8/1939 63 1 1 1 1 2 0 2 0 2 2 1 b 95 13/7/1937 65 1 1 2 1 1 1 2 0 2 2 1 b 96 27/9/1923 79 1 1 1 0 2 0 2 0 2 2 2 0 97 23/3/1944 59 1 1 1 1 1 2 2 0 2 2 2 0 98 16/7/1946 57 1 1 1 * 2 0 2 0 2 2 2 0 99 20/2/1946 55 1 1 1 1 2 0 1 1 2 2 1 b 100 * * * * * * * * * * * * * * Legenda Hábitos Sexuais Vive com álguém Doença Sexo oral Prostitutas 1 Sim 1 Sim 0 2 Não 2 Não 1 2 a 5 prostitutas Nº de parceiros Freq. Sexo oral nenhuma prostituta Veruga Pele Candida albicans 1 Sim 1 Sim 2 Não 2 Não 2 6 a 10 prostitutas Local da Verruga Herpes 1 Sim 2 Não DST a Sífiis 1 b Gonorréia Sim c Condiloma 1 2 a 5 parceiros 0 não faz 3 11 a 20 prostitutas 0 Sem verruga 2 pé d HIV- AIDS 2 6 a 10 parceiros 1 ocasionalmente 4 21 a 50 prostitutas 1 mão 3 órgão genital e outra 3 11 a 20 parceiros 2 frequentemente 5 51 a 100 prostitutas 4 joelho 4 21 a 50 parceiros 3 quase sempre 6 5 51 a 100 pareceiros 6 mais de 100 parceiros * 2 Não mais de 100 prostitutas 0 ausência Não respondeu Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 103 ANEXO 11. DADOS DA ANÁLISE MOLECULAR DE DNA GENÔMICO DOS INDIVÍDUOS DE CÉLULAS ESFOLIADAS DA GLANDE N My9/My11 D8S135 Genotip 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 17 18 19 20 21 22 23 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 24 25 26 27 28 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC NC N My9/My11 D8S135 Genotip 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Negativo Negativo Positivo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 45 46 47 48 49 50 51 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 52 53 54 55 56 Positivo Positivo Positivo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo N My9/My11 D8S135 Genotip N 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 Positivo Positivo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Negativo Negativo Positivo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo HPV16 85 Positivo HPV 16 86 87 Positivo NC NC 88 Positivo 89 Negativo NC Positivo HPV 11 90 Positivo HPV 18 91 Positivo HPV 18 92 Positivo HPV 18 93 NC 94 Positivo 95 Positivo NC Positivo HPV 16 96 Positivo NC 97 Positivo NC 98 Positivo HPV 11 99 Positivo HPV 16 100 NC NC NC NC HPV 11 HPV 18 73 74 75 76 77 78 79 Positivo Positivo Positivo Negativo Positivo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Negativo Negativo Positivo Positivo HPV 11 HPV16 HPV 16 NC HPV 18 80 81 82 83 84 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo positivo Positivo Positivo Positivo Positivo NC NC NC NC NC NC HPV16 HPV16 NC NC HPV18 NC NC NC NC NC NC My9/My11 D8S135 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Genotip Positivo NC Positivo NC Positivo NC NC Positivo Positivo NC Positivo NC Positivo NC Positivo HPV 11 e 18 Positivo NC NC Positivo Positivo NC Positivo NC Positivo NC Positivo NC Positivo NC Positivo HPV 6 HPV 16 HPV16 HPV16 NC NC NC NC NC NC NC NC NC Legenda: NC – Não Necessário Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 104 ANEXO 12. PROTOCOLO DE EXTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO DE DNA EM MATERIAL BIOLÓGICO PARAFINADO DE CÂNCER DE PÊNIS 8. Amostras: biópsias em material parafinado de pacientes com carcinoma de pênis armazenadas a temperatura ambiente. 9. Kit utilizado: Kit de purificação de Pure Gene ® Purification Kit – Gentra Systems, USA. 10. Obtenção das amostras: As amostras de carcinomas penianos foram encaminhadas ao laboratório (NPR) pelo Serviço de Patologia do HAJ com seus respectivos laudos. Após identificação as amostras foram processadas para análise molecular. 11. Processamento das amostras As amostras de biópsia em material de blocos parafinado encaminhadas ao laboratório (NPR) pelo Serviço de Patologia do HAJ, foram realizados cortes em micrômetro de 3µm, estes cortes foram armazenados em tubos eppendorf, os quais posteriormente foram realizados o processo de desparafinização dos tecidos e a extração de DNA. 12. Desparafinização do tecido embebido em parafina e Extração de DNA Isolamento de DNA de 5 – 10mg de tecido fixado ou embebido em parafina Desparafinização do tecido 1.Coloque 5 -10 mg de tecido dentro de tubo de 1,5mL. Adicionar 300µL de xileno e incubar por 5 minutos, misturando constantemente a temperatura ambiente. 2.Centrifugar a 13.000 – 16.000 rpm por 1-3 minutos, descartar o sobrenadante (xileno), observar pellet. 3. Repetir etapa 1 e 2, duas vezes (no total 3 lavagens) 4.Adicionar 300µL de etanol (100%) e incubar por 5 minutos com constante homogeneização em temperatura ambiente. 5.Centrifugar a 13.00 – 16.000 rpm por 1-3 minutos, descartar o etanol. 6. Repetir passo 4 e 5 (no total de 2 lavagens) Lise Celular 1. Adicionar 300 µL de solução de lise celular e homogeneizar 2. Adicionar 1,5 µL de Proteinase K (20mg/mL) invertendo 25 vezes e incubar a 55ºC por 3 horas a overnigth. Se o tecido não estiver completamente digerido depois da incubação overnigth, adicionar 1,5 µL de Proteinase K e continuar a incubação a 55 º Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 105 C por 3 horas a overnigth. Se possível, inverter os tubos periodicamente durante a incubação. Precipitação de Proteína 1. 2. 3. 4. Manter a amostra a temperatura ambiente Adicionar 100µL de solução de precipitação de proteína Vortex a alta velocidade por 20 segundos Centrifugar a 13.000 – 16.000 rpm por 3 minutos. A proteína precipitada ira formar um pellet pequeno. Se o pellet de proteína não se formar, repetir a etapa 3, seguida da incubação em banho de gelo por 5 minutos, e então repetir a etapa 4. Precipitação de DNA 1. Colocar o sobrenadante contendo DNA (deixando o pellet precipitado de proteína) e colocar em um tubo de 1,5 mL contendo 300 µL de isopropanol 100%. Se o DNA dor estimado em ≤ 1µg, adicionar solução de glicogênio (20mg/µL) – 0,5 µL para carrear o DNA. 2. Inverter delicadamente 50 vezes 3. Centrifugar a 13.000- 16.000 rpm por 5 minutos. 4. Retirar o sobrenadante e deixar secar os tubos de boca para baixo em papel absorvente. Adicionar 300 µL de etanol 70% e inverter o tubo para lavar o pellet de DNA. 5. Centrifugar a 13.000 – 16.000 rpm por 1 minuto (cuidado: DNA fica solto) 6. Inverter e deixar secar o tubo de boca para baixo em papel absorvente por 10 a 15 minutos. Hidratação DNA 1. Adicione 20µL solução de hidratação de DNA 2. Reidratar o DNA incubando a amostra por 1 hora a 65º C e ou overnigth a temperatura ambiente 3. Armazenar a 4º C 13. Conclusão A desparafinização e a extração de DNA mostraram-se eficaz para o material biológico parafinado. Porém, ficou evidente que o DNA de amostras de tecido embebido em parafina se mostram degradados. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 106 ANEXO 13. DADOS DA ANÁLISE MOLECULAR DE DNA EM MATERIAL BIOLÓGICO PARAFINADO DE CÂNCER DE PÊNIS DADOS DO PACIENTE N Paciente TNM Prontuário Biópsia Idade Resultado RESULTADO ANÁLISE MOLECULAR Grau Topografia T N M DNA GP5/6 My9/11 6 11 16 18 33 35 45 58 1 APR 2002100811 B200201922 50 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 2 MC 20021011031 B200201080 66 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 3 AMO 2001111295 B200200948 94 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 4 AKRS 2002108186 B200210025 52 Carcinoma Escamocelular (CEC)) II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 5 EMM 2002110862 B200213651 39 Carcinoma Escamoso Invasor I Glande NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 6 NLE 2002109311 B200212672 33 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis 1 1 00 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 7 LFA 2002108329 B200210672 42 Carcinoma Escamoso I Pênis 2 X 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 8 AMQ 2002107289 B200208886 74 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis 2 X 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 9 FVS 2002102186 B20020649 66 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 10 MPS 2002105875 B200207260 74 Carcinoma Escamoso Invasor NC Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 11 ALS 2001104357 B200201185 57 Carcinoma Escamoso Invasor III Pênis 3 2 0 + + - 12 JA 2001108258 B200201819 75 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis 1 0 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 13 MRS 2001109855 B200112640 75 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis 2 0 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 14 EPA 2001111186 B200113916 68 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 15 MFO 2003106991 B200313655 76 Carcinoma Escamoso Invasor III Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 16 AI 2003101967 B200303084 62 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 3 2 0 3 0 0 - - - - - - - - 17 PFF 2003110739 B200314794 49 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 18 DAA 2003105988 B200313708 64 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 19 DS 2003101682 B200304313 74 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 20 JQC 2003105188 B200307866 84 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis 2 0 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 21 FPM 2003106085 B200308248 71 Carcinoma Escamoso Invasor III Pênis 2 2 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 22 MNS 2003107731 B200310748 53 Carcinoma Escamoso Invasor I Pênis 3 2 0 + - - NN NN NN NN NN NN NN NN 23 ACF 2003107403 B200310677 84 Carcinoma Escamoso Invasor II Pênis NC NC NC + - - NN NN NN NN NN NN NN NN Legenda: NN: Não necessário NC: Não Consta + :Positivo - : Negativo Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 107 ANEXO 14. INFORMAÇÕES SOBRE OS PRIMERS UTILIZADOS GIBCO BRL Custom Primers LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 002488 01 Data da Ordem: 24/08/2000 Certificado de Análise Número do Primer: D0294G10 Primer: MY09 Pesquisador: (G10) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): CGT CCA AGA GGA TAC TGA TC Escala de Síntese: μg por OD: Peso Molecular (μg/μmol): 6449,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 225,0 Padrão Tm (1M Na+) 68 Tm (50 mM Na+) 47 %CG 50 28,6 OD’s 34,55 990,28 nmoles 153,4 Coupling Eff. 98% Número do Primer: D0294G11 Dr. Aparecido da Cruz (G11) Seqüência (5’ → 3’): GCC CAG GGT CAT AAC AAT GG Peso Molecular (μg/μmol): 6474,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 227,5 Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: 28,52 70 μg’s Tm (50 mM Na+) 49 nmoles %CG 55 Coupling Eff. 98% Seqüência (5’ → 3’): GGG AGG CTT TAT AAT TAT TTA GC Peso Molecular (μg/μmol): 7482,6 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): + 125,4 (G12) Dr. Aparecido da Cruz Tm (1M Na ) 811,60 Número do Primer: D0294G12 Primer: D8S135 + 200 nmol 28,4 Tm (1M Na+) Pureza 20 nmoles por OD: 4,4 OD’s Padrão Pesquisador: 200 nmol nmoles por OD: 4,4 μg’s Primer: MY11 Pesquisador: 20 261,1 Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: OD’s 66 μg’s 45 %CG 34 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 200 nmol 28,6 nmoles por OD: 3,8 Padrão Tm (50 mM Na ) 23 nmoles 34,06 976,09 130,4 Angela Adamski da Silva Reis 108 Número do Primer: D0294H01 Primer: D8S135 Pesquisador: (H01) Dr. Aparecido da Cruz Seqüência (5’ → 3’): CTG GGC AAC AGA GTG GGA C Peso Molecular (μg/μmol): 6208,8 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 219,1 Padrão Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: 200 nmol 28,3 nmoles por OD: 4,5 OD’s 9,11 258,16 Tm (1M Na+) 72 μg’s Tm (50 mM Na+) 50 nmoles %CG 63 Invitrogen Brasil Custom Primers 19 41,5 LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 011685 01 Data da Ordem: Certificado de Análise 24/09/2002 Número do Primer: D1124F06 Primer: HPV-GP5+ F (F06) Pesquisador: Tamanho do Primer: Dr. Aparecido da Cruz Seqüência (5’ → 3’): TTT GTT ACT GTG GTA GAT ACT AC Peso Molecular (μg/μmol): 7433,6 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 250,7 Padrão Escala de Síntese: μg por OD: 23 200 nmol 29,6 nmoles por OD: 3,9 OD’s μg’s 33,42 990,95 Tm (1M Na+) 66 nmoles 133,3 Tm (50 mM Na+) 45 Coupling Eff. 98% %CG 20 Primer: HPV-GP6+ R Número do Primer: D1124F06 Pesquisador: (F06) Dr. Aparecido da Cruz Seqüência (5’ → 3’): GAA AAA TAA ACT GTA AAT CAT ATT C Peso Molecular (μg/μmol): 8073,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza + Tm (1M Na ) + 309,8 Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: OD’s 66 μg’s 41 %CG 20 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 200 nmol 26,0 nmoles por OD: 3,2 Padrão Tm (50 mM Na ) 25 nmoles 35,82 933,42 115,7 Angela Adamski da Silva Reis 109 Invitrogen Brasil Custom Primers LIFE TECHNOLOGIES Certificado de Análise Número de Ordem: 004799 01 Data da Ordem: 09/05/2001 Primer: HPV-6 LEFT Número do Primer: D0482D03 Pesquisador: Dr. Aparecido da Cruz (D03) Seqüência (5’ → 3’): CAC GTC TGC AAC GAC CAT AG Tamanho do Primer: Escala de Síntese: Peso Molecular (μg/μmol): 6384,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 218,7 Padrão + Tm (1M Na ) Tm (50 mM Na ) 49 %CG 55 μg’s Pesquisador: 29,6 30,48 891,13 nmoles Primer: HPV-6 RIGTH 139,2 Número do Primer: D0482D04 Dr. Aparecido da Cruz (D04) Seqüência (5’ → 3’): CCA TGA AAT TCT AGG CAG CA Tamanho do Primer: Escala de Síntese: Peso Molecular (μg/μmol): 6433,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 228,5 Padrão + Tm (1M Na ) Tm (50 mM Na ) 45 %CG 45 20 200 nmol 28,1 nmoles por OD: 4,3 μg’s 25,19 709,18 nmoles 110,3 Número do Primer: D0482G05 Primer: HPV- 11 PR1 Pesquisador: μg por OD: OD’s 66 + 200 nmol nmoles por OD: 4,5 OD’s 70 + μg por OD: 23 (D05) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): CGC AGA GAT ATA TGC ATA TGC Peso Molecular (μg/μmol): Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza Padrão Tm (1M Na+) 67 Tm (50 mM Na+) 45 %CG 42 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 6794,2 242,2 Escala de Síntese: μg por OD: 21 200 nmol 28,0 nmoles por OD: 4,1 OD’s μg’s nmoles 24,55 688,68 101,3 Angela Adamski da Silva Reis 110 Invitrogen Brasil Custom Primers LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 004799 01 Data da Ordem: 09/05/2001 Certificado de Análise Número do Primer: D0482D06 Primer: HPV- 11 PR2 (D06) Pesquisador: Tamanho do Primer: Dr. Aparecido da Cruz Seqüência (5’ → 3’): AGT TCT AAG CAA CAG GCA CAC Escala de Síntese: μg por OD: Peso Molecular (μg/μmol): 6748,2 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 241,9 + Tm (1M Na ) 27,9 OD’s 22,44 626,00 69 nmoles Tm (50 mM Na ) 47 Coupling Eff. 98% %CG 47 + 200 nmol nmoles por OD: 4,1 μg’s Padrão 21 92,6 LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 002488 01 Data da Ordem: 24/08/2000 Invitrogen Brasil Custom Primers Certificado de Análise Primer: HPV- 16 Pesquisador: Número do Primer: D0294F10 Dr. Aparecido da Cruz (F10) Seqüência (5’ → 3’): TCA AAA GCC ACT GTC TCC TGA Peso Molecular (μg/μmol): 6730,2 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza Padrão Tm (1M Na+) 69 Tm (50 mM Na+) 47 %CG 47 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 229,9 Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: 21 200 nmol 29,2 nmoles por OD: 4,3 OD’s μg’s nmoles 25,14 735,96 109,3 Angela Adamski da Silva Reis 111 Número do Primer: D0294F11 Primer: HPV-16 Pesquisador: (F11) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): CGT GTT CTT GAT GAT CTG CAA Escala de Síntese: Peso Molecular (μg/μmol): μg por OD: 6767,2 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 200 nmol 30,1 nmoles por OD: 4,4 224,2 OD’s Padrão 26,02 μg’s 785,38 Tm (1M Na+) 67 Tm (50 mM Na+) 45 nmoles %CG 42 Coupling Eff. 98% Invitrogen Brasil Custom Primers 21 116,0 LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 002488 01 Data da Ordem: 24/08/2000 Certificado de Análise Número do Primer: D0297F12 Primer: HPV-18 Pesquisador: (F12) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): CCG AGC ACG ACA GGA ACG ACT Escala de Síntese: μg por OD: Peso Molecular (μg/μmol): 6774,2 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 239,0 Padrão + Tm (1M Na ) 75 Tm (50 mM Na+) 53 %CG 61 nmoles por OD: 4,4 OD’s 28,08 795,90 nmoles 117,3 Coupling Eff. 98% Número do Primer: D0294G01 (G01) Dr. Aparecido da Cruz Seqüência (5’ → 3’): TCG TTT TCT TCC TCT GAGTCGCTT Peso Molecular (μg/μmol): 7633,8 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 200 nmol 33,7 μg’s Primer: HPV-18 Pesquisador: 21 Padrão 225,9 Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: 200 nmol 33,7 nmoles por OD: 4,4 OD’s 38,66 Tm (1M Na+) 72 μg’s Tm (50 mM Na+) 51 nmoles %CG 45 Coupling Eff. 98% Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 24 1306,43 171,2 Angela Adamski da Silva Reis 112 Número do Primer: D0294G02 Primer: HPV- 33 Pesquisador: (G02) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): AAC GCC ATG AGA GGA CAC AAG Escala de Síntese: Peso Molecular (μg/μmol): μg por OD: 6822,2 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 254,8 26,7 μg’s 31,95 855,45 Tm (1M Na+) 71 Tm (50 mM Na+) 49 nmoles %CG 52 Coupling Eff. 98% 125,2 Número do Primer: D0294G03 Primer: HPV- 33 Pesquisador: 200 nmol nmoles por OD: 3,9 OD’s Padrão 21 (G03) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): ACA CAT AAA CGA ACT GTG GTG Peso Molecular (μg/μmol): 6803,2 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 248,2 Padrão Tm (1M Na+) 67 Tm (50 mM Na+) 45 %CG 42 Escala de Síntese: μg por OD: 21 200 nmol 27,4 nmoles por OD: 4,0 OD’s μg’s 33,96 930,85 nmoles 136,8 Coupling Eff. 98% Número do Primer: D0294G04 Primer: HPV-35 Pesquisador: (G04) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): CCC GAG GCA ACT GAC CAT TA Escala de Síntese: μg por OD: Peso Molecular (μg/μmol): 6394,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza Padrão + Tm (1M Na ) 70 Tm (50 mM Na+) 49 %CG 55 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 218,7 20 200 nmol 29,2 nmoles por OD: 4,5 OD’s μg’s 22,79 666,30 nmoles 104,1 Coupling Eff. 98% Angela Adamski da Silva Reis 113 Primer: HPV-35 Pesquisador: Número do Primer: D0294G05 Dr. Aparecido da Cruz (G05) Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): GGG GCA CAC TAT TCC AAA TG 20 Escala de Síntese: Peso Molecular (μg/μmol): 6449,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza μg por OD: 225,0 Tm (1M Na ) OD’s 68 + Tm (50 mM Na ) 47 %CG 50 μg’s 33,12 949,29 nmoles 147,0 LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 002488 01 Data da Ordem: 24/08/2000 Invitrogen Brasil Custom Primers Certificado de Análise Número do Primer: D00294G06 Primer: HPV-45 Pesquisador: 28,6 nmoles por OD: 4,4 Padrão + 200 nmol (G06) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): ACC AGA TTT GTG CAC CAC AGA AT Peso Molecular (μg/μmol): 6448,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 230,4 Escala de Síntese: μg por OD: 200 nmol 27,9 nmoles por OD: 4,3 OD’s Padrão 20 μg’s 33,22 929,70 Tm (1M Na+) 64 Tm (50 mM Na+) 45 nmoles %CG 40 Coupling Eff. 98% 144,1 Número do Primer: D0294G07 (G07) Primer: HPV-45 Pesquisador: Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): TTT TTT CCA GTG TCT CTC CA Escala de Síntese: μg por OD: Peso Molecular (μg/μmol): 6323,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 191,6 Padrão Tm (1M Na+) 64 Tm (50 mM Na+) 43 %CG 40 Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 20 200 nmol 33,0 nmoles por OD: 45,2 OD’s μg’s 23,32 769,58 nmoles 121,7 Coupling Eff. 98% Angela Adamski da Silva Reis 114 Número do Primer: D0294G08 Primer: HPV-58 Pesquisador: (G08) Dr. Aparecido da Cruz Seqüência (5’ → 3’): GGA CAT TGC ATG ATT TGT GT Peso Molecular (μg/μmol): 6501,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza 221,2 Tamanho do Primer: Escala de Síntese: μg por OD: 200 nmol 29,3 nmoles por OD: 4,5 OD’s Padrão 20 35,97 Tm (1M Na+) 64 μg’s Tm (50 mM Na+) 43 nmoles %CG 40 Coupling Eff. 98% 1057,15 162,5 LIFE TECHNOLOGIES Número de Ordem: 002488 01 Data da Ordem: 24/08/2000 Invitrogen Brasil Custom Primers Certificado de Análise Número do Primer: D0294G09 Primer: HPV-58 Pesquisador: (G09) Dr. Aparecido da Cruz Tamanho do Primer: Seqüência (5’ → 3’): TTT CTT GTG GAC ACA ATG GT Peso Molecular (μg/μmol): 6461,0 Coef. Milimolar de Extringência (OD/μmol): Pureza Padrão 216,8 Escala de Síntese: μg por OD: 200 nmol 29,8 nmoles por OD: 4,6 OD’s μg’s 29,11 867,53 Tm (1M Na+) 64 Tm (50 mM Na+) 43 nmoles %CG 40 Coupling Eff. 98% Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 20 134,2 Angela Adamski da Silva Reis 115 ANEXO 15. AMPLIFICAÇÃO DE DNA POR PCR 1. Protocolo de amplificação por PCR Os fragmentos de DNA de Papilomavírus Humano (HPV) foram amplificados pela técnica da Reação da Polimerase em Cadeia (PCR), utilizando primers específicos para regiões genômicas de HPV (anexo 15). As reações de PCR foram realizadas de acordo com o protocolo apresentado na Tabela I, sendo o volume final de cada reação igual a 25μL. Os volumes de água e de DNA acrescidos na reação oscilarão em alguns casos de acordo com a concentração de DNA da amostra. Tabela I. Protocolo das reações de PCR individuais para amplificação de fragmentos de genoma de HPV. Reagentes H2O dd Tampão Gold STR 10X Primers Taq DNA pol DNA (amostra) Total Concentração Inicial N/A Concentração Final N/A Volume / Reação (µL) 19,2 10X 15pmol 5,0U/mL 8 -12 ng/mL *1X 15pmol 5,0U/mL 8 - 12 ng/mL 2,5 1,0 0,3 2,0 25 * Usar 2,5 do tampão 10x, porém na solução ficará a 1x N/A: Não aplicável Para cada análise de amplificação foi utilizado um protocolo específico de acordo com os primers utilizados, os protocolo seguem as tabelas II, III, IV e V. Tabela II. Protocolo de termociclagem para amplificação de fragmentos de genoma HPV, utilizando os primer D8S135. Temperatura ° Tempo Número de Estágios C (minuto) Ciclos Desnaturação Inicial 94 5 1 Desnaturação Cíclica 94 1 10 Anelamento (Touchdown) 56 0,4 20 Extensão 72 0,4 Desnaturação Cíclica 94 1 Anelamento 46 0,4 Extensão Cíclica 71 0,4 20 Desnaturação Cíclica 94 1 Anelamento 46 0,4 Extensão Cíclica 72 0,4 1 Extensão Final 72 4 Repouso 4 ∞ N/A N/A: Não aplicável Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 116 Tabela III. Protocolo de termociclagem para amplificação de fragmentos de genoma HPV, utilizando os primers MY9/11 e D8S135. Estágios Desnaturação Inicial Desnaturação Cíclica Anelamento (Touchdown) Extensão Cíclica Desnaturação Cíclica Anelamento Extensão Cíclica Extensão Final Repouso N/A: Não aplicável Temperatura ° C 94 94 Tempo (minutos) 5 1 62 72 94 48 72 72 4 1 0,5 1 0,5 0,5 5 ∞ Número de Ciclos 1 10 40 1 N/A Tabela IV. Protocolo de termociclagem para amplificação de fragmentos de genoma HPV, utilizando os primer GP5+/6+ Estágios Desnaturação Inicial Desnaturação Cíclica Anelamento Extensão Cíclica Extensão Final Repouso N/A: Não aplicável Temperatura ° C 95 95 50 72 72 4 Tempo (minutos) 5 0,3 2 1 7 ∞ Número de Ciclos 1 40 1 N/A Tabela V. Protocolo de termociclagem para amplificação de fragmentos de genoma HPV, utilizando os primers específicos para genotipagem: HPVs 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58. Temperatura ° Tempo Número de Estágios C (minutos) Ciclos Desnaturação Inicial 94 10 1 Desnaturação Cíclica 94 1 10 Anelamento 51 1 Extensão Cíclica 72 1 Desnaturação Cíclica 94 1 35 Anelamento 46 1 Extensão Cíclica 72 1 Extensão Final 72 1 1 Repouso 4 ∞ N/A N/A: Não aplicável Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 117 2. Produtos de PCR Os produtos de PCR foram analisados através de eletroforese em gel de poliacrilamida. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 118 ANEXO 16. ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA 1. Protocolo de eletroforese No Caso particular desta dissertação, todos os géis utilizados para separar os fragmentos de DNA, amplificados por PCR, foram de poliacrrilamida a 8% (Tabela I). Para a realização da eletroforese submeteram-se os géis a uma voltagem constante de 10V/cm, por um tempo médio de 2:00h em TBE 1X. Em cada canaleta foram aplicados cerca de 10µL de amostra amplificada com 3µL de corante de corrida. Após realizada a corrida eletroforética, os géis foram corados utilizando solução de brometo de etídeo (0,5μg/ml) por 20 a 30 minutos. E finalmente, os fragmentos forram visualizados em luz ultravioleta. utilizando Video Documentation System (VDS)® Amersham Pharmacia Biotech, EUA. A acrilamida é um monômero neurotoxico potente com ação cumulativa. O brometo de etídeo é uma substancia altamente mutagênica e carcinogênica. Por isso, para trabalhar com acrilamida e brometo de etídeo é necessário utilizar todos os procedimentos de segurança. O gel de poliacrilamida é o recomendado para o tamanho dos fragmentos esperados, pois permitem a separação de fragmentos muito pequenos de até 500pb Tabela I. Protocolo de preparação do gel de poliacrilamida a 8% Gel para cuba de 45 mL Reagentes Acrilamida 40%* TBE 10X H2O dd APS 10% TEMED Volume 9,0 mL 4,5 mL 31,5 mL 450 µL 45µL *Para a confecção da acrilamida a 40% acrescenta-se acrilamida e bis-acrilamida em uma proporção de 19:1 ou 38g de acrilamida para 2 g de bis - acrilamida q.s.p. 100mL 2. Soluções utilizadas 2.1 TRIS-BORATO DE EDTA (TBE 10x) - Tris Base 108 g - Ácido Bórico 55 g - EDTA 0,5 M (pH 8.0) 40 ml. - H2Odd q.s.p 1 litro 2.3. PERSULFATO DE AMÔNIA (APS 10%) - APS 10 g - H2Odd q.s.p 100 ml Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular 2.2. EDTA 0,5M pH (8.0) - EDTA (p.m. 372,24) 186.12 g - H2Odd q.s.p 1000 ml - Controle o pH com NaOH (20 g de NaOH) 2.4. CORANTE DE CORRIDA 6X - Azul de Bromofenol 0,25% - Xileno Cianol FF 0,25% - Ficol tipo 4000 15% - EDTA 120mM Angela Adamski da Silva Reis 119 2.5. TAMPÃO DE ELETROFORESE Usa-se o tampão de corrida TBE 1X produzido a partir do tampão stock TBE 10x. A corrida é controlada a 10V/cm. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 120 Considerações Finais A proposta inicial desta dissertação foi submetida à apreciação do Comitê de Ética da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG). Sendo a coleta de material realizada pelo Serviço de Urologia (SU) e do Serviço de Patologia (SP) do Hospital Araújo Jorge (HAJ). Os dados dos prontuários para o estudo epidemiológico seguiram as normatizações do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) da ACCG, tendo toda a documentação arquivada e poderá ser disponibilizada sob pedido formal dos avaliadores. A presente dissertação de mestrado refere-se a um estudo sobre o câncer de pênis, podendo ser dividida em quatro abordagens: (1) Revisão bibliográfica, (2) Proposta de uma cartilha informativa: HPV e sua relação com o câncer, (3) Análise epidemiológica e (4) Investigação molecular de amostras de indivíduos randômicos sem história clínica de infecção pregressa por HPV e amostras de pacientes com câncer de pênis. O capítulo 1, aborda a anatomia, fisiologia e histologia do órgão genital masculino e os aspectos relacionados ao câncer de pênis, tendo como objetivo, fundamentação teórica para toda a dissertação. No capítulo 2, foram discutidos vários aspectos relativos a história natural da doença por HPV, demonstrando os aspectos moleculares do processo de infecção e neoplásico ocasionado pelo vírus. O conteudo do segundo capítulo foi apresentado, sob a forma de minicurso: Vírus e Câncer, na VIII Semana Nacional e VII Internacional de Biologia da Universidade Católica de Goiás (UCG). O capítulo 3 foi a elaboração da cartilha: HPV e sua relação com o câncer, tendo como propósito de informar a população sobre a prevenção e as formas de transmissão do HPV e sua relação com o processo neoplásico. O conteúdo do terceiro capítulo foi apresentado no 49º Congresso Nacional de Genetica, realizado em Águas de Lindóia-SP, sob forma de pôster e publicação em Anais (CD-ROM, Sociedade Brasileira de Genética). Sendo que a cartilha intitulada: HPV e a sua relação com o câncer, será publicada pela Universidade Católica de Goiás (UCG). O capítulo 4 foi resultado do estudo epidemiológico realizado com dados do RCBP de Goiania / GO da ACCG. Neste estudo, foram calculados os coeficiente brutos de incidência e mortalidade para o câncer de pênis, e a sobrevida dos pacientes. O conteúdo do quarto capítulo foi apresentado no 48º Congresso Nacional de Genetica, realizado em Águas de Lindóia-SP, sob forma de pôster e publicação em Anais (CD-ROM, Sociedade Brasileira de Genética). Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 121 O capítulo 5 foi realizado um estudo randômico para detectar a prevalência do HPV em 100 indivíduos do sexo masculino sem história de lesão subclínica ou história pregressa de infecção por HPV, com o objetivo de verificar o papel masculino na disseminação do vírus. Este estudo foi aceito para apresentação em forma de pôster e publicação em anais (CDROM, Sociedade Brasileira de Genética) do 50º Congresso Nacional de Genética, no Costão do Santinho, Florianópolis – SC. O capítulo 6 investiga a associação de HPV e câncer de pênis. Este estudo foi apresentado em forma de pôster no XXXII Congresso Brasileiro de Análises Clínicas – Goiânia /GO e publicação na Revista da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Os capítulos 4, 5 e 6 serão formatados para compor dados em formato de trabalho científico para ser submetido a Comissão Científica do 30° Congresso Brasileiro de Urologia / Brasília –DF (outubro/2005) para a apresentação em forma de pôster. A formatação da dissertação foi padronizada em capítulos mantidos no formato de artigos, sendo que os capítulos 2, 3, 5 e 6 serão encaminhados para a apreciação do Corpo Editorial da Revista Brasileira de Doencas Sexualmente Transmissíveis e Journal of Urology. Dissertação de Mestrado em Biologia Celular e Molecular Angela Adamski da Silva Reis 122 Referências Bibliográficas 1. Aaltonen LM, RIHKANEN H, VAHERI A. Human papillomavirus in larynx. The Laringoscope 2002; 112, pp. 700-707. 2. Alcami A, Koszinowski UH. Viral mechanism of immune evasion. Molecular Medicine Today 2000; 6: 365-372. 3. Arbyn M, Buntinx F, Van Ranst M, Paraskevaidis E, Martin-Hirsch P, Dilner J. Virologic versus cytology triage of women with equivocal pap smears: A meta analysis of the accuracy to detect high-grade intraephitelial neoplasia. Journal of the National Cancer Institute 2004; 96(4): 280-293. 4. Badaracco G, Venuti A, Morello R, Muller A, Marcante ML. Human papillomavirus in head and neck carcinomas: prevalence, physical and relationship with clinical/pathological parameters. Anticancer Research 2000; 20: pp. 1301-1306. 5. Baldwin SB, Wallace DR, Papenfuss MR, Abrahansen M, Vaught LC, Kornegay JR, Hallun JA, Redmonnd SA, Giuliano AR. 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